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Vitor Pedro        O Impressionismo e as Teorias das Cores           




  O Impressionismo
e as Teorias das Cores
                                Aluno: Vitor Pedro


                      Professora: Mestre Maria João Lemos


                             Disciplina: História da Arte
                                1.º Ano – 1.º Semestre
                     Licenciatura: Design e Produção Gráfica


                   ISEC – Instituto Superior de Educação e Ciências
                                   Janeiro de 2009
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        Teorias base do impressionismo:

cores primárias: azul vermelho amarelo
    misturadas: violeta laranja verde

            Para mim, a mistura de azul com vermelho  
           só pode dar castanho ou preto, nunca violeta.

 Pergunta: usando eles as cores puras e misturando­‑as na tela,  
como faziam os violetas, os azuis cianos e os magentas?

                Haverá algum erro naquelas teorias?
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                                            Círculo de Cores
            (simulação do modelo seguido pelos teóricos Goethe, Runge, Chevreul, Rood e Itten)
	                                            primárias	        secundárias
	                                                 Azul	        Laranja
	                                             Vermelho	        Verde
	                                              Amarelo	        Violeta

                                                     terciárias
                   Índigo, Púrpura, Vermelho­‑laranja, Amarelo­‑laranja, Amarelo­‑verde, Azul­‑verde
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            Princípios básicos do
              Impressionismo
A cor não é uma característica intrínseca e permanente;

                     A linha não existe na natureza;

         As sombras não são pretas nem escuras
               mas coloridas e luminosas;

         As cores influenciam-se reciprocamente,
             obedecendo às leis do contraste;

         As tonalidades são feitas por dissociação,
               ou mistura óptica, das cores
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A cor não é uma característica intrínseca e permanente



                          está em constante mudança;

reflecte a qualidade e intensidade da luz que incide nos objectos;

          muda de acordo com a altura do dia, do clima,  
                     das estações do ano.
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                           Claude Monet – Catedral de Rouen, 1892  
Céu coberto, harmonia em cinzento, à esquerda; Sol ao meio­‑dia, harmonia em azul e ouro, à direita
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                   A linha não existe na natureza



    é uma abstracção do espírito que o homem usa  
          para representar as imagens visuais;

é formada pelo encontro de duas superfícies coloridas  
                com tonalidades diferentes;

        o contorno passa a ser impreciso ou diluído  
         tal como acontece numa fotografia desfocada.
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Claude Monet – Os Banhos de La Grenouillère, 1869
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       As sombras não são pretas nem escuras
             mas coloridas e luminosas.



Para um Impressionista, tudo está banhado pela luz solar e  
               onde há luz não há preto.  


                     O preto é a ausência total de luz.
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                                           Vincent van Gogh – Batatas num Prato Amarelo




Claude Monet – Medas de Feno, 1890­‑1891
   Efeito neve ao amanhecer, em cima;
 Tempo de degelo ao pôr do Sol, em baixo
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             As cores influenciam-se reciprocamente,
                 obedecendo às leis do contraste.


quando justaposta ou aproximada em grande quantidade, a cor
 complementar de outra torna­‑a mais pura, intensa e vibrante;

 em pequenas áreas, tende a misturar­‑se visualmente com a outra,
                   formando um novo tom;

cores adjacentes, ou tons análogos, tendem a juntar­‑se opticamente.




         	      A 	                    B	                   C	                   D	                 E
                      B e D segundo as teorias da altura;  C e E aplicando os conhecimentos de hoje
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            As tonalidades são feitas por dissociação,
                  ou mistura óptica, das cores

    Do espectro de luz visível conseguimos distinguir sete cores:
    vermelho laranja amarelo verde azul índigo violeta.

Eles faziam as cores misturando as tintas das cores primárias na tela,
 com pinceladas pequenas e até mesmo com pontos – Pontilhismo.




                                 Representação do espectro visível da luz
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       A mistura óptica, competia ao observador:

 de perto, a pintura não parecia mais do que alguns borrões;




 a uma certa distância, esses borrões e
manchas fundiam­‑se dando lugar a formas
mais ou menos bem definidas das coisas
                                                             Georges Seurat – A Torre Eiffel, 1889
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   A Teoria das Cores de Goethe
Johann Wolfgang von Goethe (1749­‑1832), grande poeta alemão,
pintor e investigador da cor, após trinta anos de pesquisas publicou,
              em 1810, o seu livro Teoria das cores.



  Goethe contribuiu decisivamente para
   que se voltasse a prestar atenção aos
fenómenos cromáticos, fisiológicos e
    psicológicos sobre a cor­‑luz.


                                                             O Círculo de Cores, de Goethe
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                   Vincent van Gogh – O Semeador, Arles, Junho de 1888
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          Tese da realidade perceptiva, que  
        transforma a luz e a cor num fenómeno  
      dependente do sistema visual humano;



                       sombras coloridas;

                    contrastes simultâneos  
                      (da cor complementar);

             contrastes sucessivos  
  (a imagem residual fica com a cor complementar);
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                 Henri Matisse – Sala Vermelha: Harmonia em Vermelho, 1888
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                      “efeitos morais” da cor  
            (efeitos psicológicos, sensuais, emotivos)

Dedicou­‑lhes o último capítulo do seu livro, cerca de 50 páginas, onde
                      escreveu também sobre os  
  revigorantes efeitos dos vermelhos, laranjas e amarelos,  
                o efeito relaxante dos azuis e  
sobre a misteriosa e transtornadora influência psicológica da
  cor púrpura, que não é, como se sabe, uma cor pura do espectro.  


               Goethe considerou­‑a a raiz de toda a cor.
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         Vincent van Gogh – O Café à Noite na Place Lamartine, Arles, Setembro de 1888
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A Esfera de Cores de Runge
        cores primárias: vermelho amarelo azul
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série de pinturas Momentos do Dia:  
      – Manhã – Meio­‑dia –
        – Tarde – Noite – 
a cor como modo esquemático para
   ilustrar estados de espírito

 conotações “morais” da cor que
  relacionavam as polaridades
   cromáticas com os quatro
  temperamentos – optimista
 – melancólico – fleumático
 – colérico, e com os estados de
       espírito que sugerem
                                                           Philip Otto Runge – Manhã
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                Cento e cinquenta anos mais tarde,  
   Johannes Itten, um grande professor alemão da arte da cor,  
adoptou e ajustou o modelo de Runge, mantendo as cores primárias.


  Planificou a esfera de Runge,
 abrindo­‑a em gomos, formando
   uma estrela de doze pontas
  pretas, com o pólo branco ao
   centro, tornando mais fácil
    a compreensão de certas
     relações da cor como a
complementaridade, o valor,  
 a gradação e as harmonias.
                                                Johannes Itten – A Esfera de Cores de Runge planificada
Vitor Pedro        O Impressionismo e as Teorias das Cores   23




                               Chevreul:
a harmonia e o contraste das cores
 Em 1839, Princípios da Harmonia e Contraste de Cores,  
   foi publicado por Michel Eugène Chevreul (1786­‑1889),  
 químico e director da fábrica das tapeçarias Gobelins, em Paris.

             cores primárias: vermelho, amarelo, azul  
             cores secundárias: laranja, verde, violeta

    Desenvolveu um modelo de cores bidimensional graduado.  
Mas a sua grande contribuição foi enunciar as leis que regem
                as relações das cores entre si:

contraste simultâneo, contraste sucessivo, mistura óptica.
Vitor Pedro        O Impressionismo e as Teorias das Cores   24




               princípios de harmonia:

 “cores pouco contrastantes (cores adjacentes e tons análogos)  
              tendem a juntar­‑se opticamente;


      “cores contrastantes (cores complementares opostas)  
              usadas em quantidades grandes,  
         farão parecer a cor oposta mais brilhante,  
  sem que o olho se aperceba de nenhuma mudança no seu tom;


“pequenas áreas de cores opostas, apresentadas juntas, tendem  
  a misturar­‑se visualmente e a criar opticamente um novo tom;
Vitor Pedro        O Impressionismo e as Teorias das Cores   25




             “cores contrastantes devem ser usadas  
                  em largas áreas justapostas;


 “o contraste entre cores opostas é mais agradável  
      porque a complementaridade é uma harmonia  
                superior a qualquer outra;

“cores análogas devem ser usadas em pequenas áreas;

         “as combinações resultam melhor  
quando a chave dos tons tem entre elas uma cor primária.”
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                     O Círculo de Cores, de Chevreul
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        Como estas, muitas outras prescrições estão contidas  
                no livro de Chevreul, consideradas:

      de interesse
determinante para muitos,

 excessivas para alguns,

  rejeitadas por outros,  
 como Monet e Pissarro.

     Matisse e Seurat
seguiram­‑nas com precisão
 e deram igual importância  
    às de Ogden Rood.
                                               Matisse – Luxo, Calma, e Voluptuosidade, 1904­‑1905
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            Rood:
a multidimensionalidade da cor
              e as harmonias
                  ópticas
                                                  Ogden Rood,  
                                          cientista e artista americano,  
                                                    identificou  
                                              três componentes  
                                                  físicos da cor:


                                  Georges Seurat – O Circo, 1891  
                                  (técnica pontilhista)
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           “qualidade da tonalidade ou matiz:  
a cada cor do arco­‑íris corresponde um comprimento de onda;


                 “luminosidade ou valor:  
este valor da cor pode obter­‑se juntando­‑lhe branco ou preto;


                   “pureza ou saturação:  
             cada cor tem o seu máximo de pureza  
  e perde­‑a em gradações que a aproximam de outras cores:  
  amarelo, amarelo­‑alaranjado, amarelo­‑esverdeado, etc.”
Vitor Pedro        O Impressionismo e as Teorias das Cores          30




                                                             +60



                                                             +30



                                                              0



                                                             -30



                                                             -60



                                                             -100




                     Variação de luminosidade
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Exemplo de aplicação da teoria de Rood segundo a qual é perfeitamente possível realizar um  
 modelo de sombras convincente usando apenas as cores numa ordem tonal natural:

                  Aqui, os vermelhos correspondem às sombras mais escuras  
                        e os rosas e os laranjas às sombras mais claras.
Vitor Pedro        O Impressionismo e as Teorias das Cores                         32




             Rood demonstrou igualmente o princípio da  
       técnica pontilhista que foi seguido por muitos artistas,  
                dos quais se destaca Georges Seurat.


    É curioso notar que é também por meio
   de pontos, que ainda funcionam todos os
  sistemas gráficos de reprodução de meios
  tons: a impressão tipográfica, a litografia, o
offset, a serigrafia, a rotogravura, a flexografia
         e até mesmo os sistemas digitais.
                                                                Ampliação de uma trama de
                                                                impressão em quadricromia
 (já está na altura de se inventar outro meio...)                         CMYK
Vitor Pedro        O Impressionismo e as Teorias das Cores     33




                                Conclusão
       Aquela cor púrpura a que Goethe se refere é, para mim,  
               a cor que hoje conhecemos por Magenta.  
E de facto, não existe no espectro. Ela é o resultado da sobreposição
   dos extremos – vermelho + azul – do espectro de luz visível.

  Ou, para ser mais correcto, à luz da actual teoria das cores:

      Magenta = luz vermelha (Red) + luz azul (Blue)

                  ou = luz branca – luz verde (Green)

      Magenta é a cor complementar da cor verde (Green)
Vitor Pedro        O Impressionismo e as Teorias das Cores   34




                Síntese Aditiva:  ausência de luz
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               Síntese Aditiva:  adição de luz Red
Vitor Pedro        O Impressionismo e as Teorias das Cores   36




       Síntese Aditiva:  Red + Green = Yellow
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Síntese Aditiva:  Red + Green + Blue = Branco
Vitor Pedro        O Impressionismo e as Teorias das Cores   38




                                  R

                           Y             M

                      G                       B
                                  C

                       Cor­‑luz – Síntese aditiva

       	                 primárias	   secundárias
       	                   Red – R	   C – Cyan
       	                 Green – G	   M – Magenta
       	                  Blue – B	   Y – Yellow
Vitor Pedro        O Impressionismo e as Teorias das Cores   39




Síntese Subtractiva:  luz branca = todas as cores reflectidas
Vitor Pedro        O Impressionismo e as Teorias das Cores   40




Síntese Subtractiva:  tinta Cyan = luzes Green + Blue reflectidas
               a luz Red é absorvida (ou subtraída)
Vitor Pedro        O Impressionismo e as Teorias das Cores   41




Síntese Subtractiva:  tinta Cyan + Magenta = luz Blue reflectida
       as luzes Red + Green são absorvidas (ou subtraídas)
Vitor Pedro        O Impressionismo e as Teorias das Cores   42




 Síntese Subtractiva:  tinta Cyan + Magenta + Yellow = Preto
todas as luzes Red + Green + Blue são absorvidas (ou subtraídas)
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                     Cor­‑tinta – Síntese subtractiva

       	                 primárias	     secundárias
       	            (100C) Cyan – C	    R – Red (100M+100Y)
       	       (100M) Magenta – M	      G – Green (100C+100Y)
       	           (100Y) Yellow – Y	   B – Blue (100C+100M)
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              Círculo de Cores errado                    Círculo de Cores actual (síntese subtractiva)
    (simulação do modelo seguido pelos teóricos
       Goethe, Runge, Chevreul, Rood e Itten)        	             primárias	     secundárias
                                                     	        (100C) Cyan – C	    R – Red (100M+100Y)
	              primárias	    secundárias             	    (100M) Magenta – M	     G – Green (100C+100Y)
	                   Azul	    Laranja                 	       (100Y) Yellow – Y	   B – Blue (100C+100M)
	               Vermelho	    Verde
	                Amarelo	    Violeta                                      terciárias
                                                                       Azul (100C50M),
                       terciárias                                    Violeta (50C+100M),
        Índigo, Púrpura, Vermelho­‑laranja,                     Vermelho magenta (100M+50Y),
     Amarelo­‑laranja, Amarelo­‑verde, Azul­‑verde                   Laranja (50M+100Y),
                                                                  Verde amarelo (50C+100Y),
                                                                    Verde azul (100C+50Y)
Vitor Pedro        O Impressionismo e as Teorias das Cores                         45




                            Cor­‑tinta – Síntese subtractiva




Cores primárias                    Cores secundárias              Cores terciárias
   Síntese subtractiva                  Síntese subtractiva            Síntese subtractiva
Vitor Pedro        O Impressionismo e as Teorias das Cores      46




O quadro de Henri Matisse com o efeito do contraste sucessivo
Vitor Pedro        O Impressionismo e as Teorias das Cores             47




À luz das teorias de hoje, o quadro de Henri Matisse ficaria assim.  
                   Terá sido isto que ele viu?
Vitor Pedro        O Impressionismo e as Teorias das Cores      48




     O século xix foi fértil em teorias da cor, que influenciaram
  pintores românticos, como Delacroix e Turner, pintores realistas
 e, principalmente, foram os pilares do movimento impressionista,
determinante no futuro da arte e dos conceitos estéticos. No entanto,
 todas aquelas teorias de incontestável valor, estavam incorrectas à
     partida no seu princípio fundamental: as cores primárias.

       Terão os artistas sido enganados pela teoria?

    Será a teoria, de algum modo, limitadora da arte?

 Nunca saberemos, mas provavelmente os resultados das pinturas
impressionistas, feitas com os conhecimentos de hoje, seriam ainda
                        mais impressionantes.

     Deixo estas questões em aberto para um futuro trabalho.
Vitor Pedro        O Impressionismo e as Teorias das Cores                         49




Bibliografia
Zita Areal, Visualmente – A Cor, Areal Edirores
Daniel Wildenstein, Monet ou o Triunfo do Impressionismo, Tachen, Colónia, 2000
Ingo F. Walther e Rainer Metzger, Van Gogh, Obra Completa de Pintura, Vol. I, Tachen, Colónia,
  1998
http://books.google.com
http://www.britannica.com/EBchecked/topic-art/340440/91330/When-white-light-is-spread-apart-
  by-a-prism-or
http://fr.wikipedia.org

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O Impressionismo e as Teorias das Cores

  • 1. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores O Impressionismo e as Teorias das Cores Aluno: Vitor Pedro Professora: Mestre Maria João Lemos Disciplina: História da Arte 1.º Ano – 1.º Semestre Licenciatura: Design e Produção Gráfica ISEC – Instituto Superior de Educação e Ciências Janeiro de 2009
  • 2. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores Teorias base do impressionismo: cores primárias: azul vermelho amarelo misturadas: violeta laranja verde Para mim, a mistura de azul com vermelho   só pode dar castanho ou preto, nunca violeta. Pergunta: usando eles as cores puras e misturando­‑as na tela,   como faziam os violetas, os azuis cianos e os magentas? Haverá algum erro naquelas teorias?
  • 3. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores Círculo de Cores (simulação do modelo seguido pelos teóricos Goethe, Runge, Chevreul, Rood e Itten) primárias secundárias Azul Laranja Vermelho Verde Amarelo Violeta terciárias Índigo, Púrpura, Vermelho­‑laranja, Amarelo­‑laranja, Amarelo­‑verde, Azul­‑verde
  • 4. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores Princípios básicos do Impressionismo A cor não é uma característica intrínseca e permanente; A linha não existe na natureza; As sombras não são pretas nem escuras mas coloridas e luminosas; As cores influenciam-se reciprocamente, obedecendo às leis do contraste; As tonalidades são feitas por dissociação, ou mistura óptica, das cores
  • 5. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores A cor não é uma característica intrínseca e permanente está em constante mudança; reflecte a qualidade e intensidade da luz que incide nos objectos; muda de acordo com a altura do dia, do clima,   das estações do ano.
  • 6. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores Claude Monet – Catedral de Rouen, 1892   Céu coberto, harmonia em cinzento, à esquerda; Sol ao meio­‑dia, harmonia em azul e ouro, à direita
  • 7. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores A linha não existe na natureza é uma abstracção do espírito que o homem usa   para representar as imagens visuais; é formada pelo encontro de duas superfícies coloridas   com tonalidades diferentes; o contorno passa a ser impreciso ou diluído   tal como acontece numa fotografia desfocada.
  • 8. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores Claude Monet – Os Banhos de La Grenouillère, 1869
  • 9. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores As sombras não são pretas nem escuras mas coloridas e luminosas. Para um Impressionista, tudo está banhado pela luz solar e   onde há luz não há preto.   O preto é a ausência total de luz.
  • 10. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 10 Vincent van Gogh – Batatas num Prato Amarelo Claude Monet – Medas de Feno, 1890­‑1891 Efeito neve ao amanhecer, em cima; Tempo de degelo ao pôr do Sol, em baixo
  • 11. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 11 As cores influenciam-se reciprocamente, obedecendo às leis do contraste. quando justaposta ou aproximada em grande quantidade, a cor complementar de outra torna­‑a mais pura, intensa e vibrante; em pequenas áreas, tende a misturar­‑se visualmente com a outra, formando um novo tom; cores adjacentes, ou tons análogos, tendem a juntar­‑se opticamente. A B C D E B e D segundo as teorias da altura;  C e E aplicando os conhecimentos de hoje
  • 12. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 12 As tonalidades são feitas por dissociação, ou mistura óptica, das cores Do espectro de luz visível conseguimos distinguir sete cores: vermelho laranja amarelo verde azul índigo violeta. Eles faziam as cores misturando as tintas das cores primárias na tela, com pinceladas pequenas e até mesmo com pontos – Pontilhismo. Representação do espectro visível da luz
  • 13. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 13 A mistura óptica, competia ao observador: de perto, a pintura não parecia mais do que alguns borrões; a uma certa distância, esses borrões e manchas fundiam­‑se dando lugar a formas mais ou menos bem definidas das coisas Georges Seurat – A Torre Eiffel, 1889
  • 14. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 14 A Teoria das Cores de Goethe Johann Wolfgang von Goethe (1749­‑1832), grande poeta alemão, pintor e investigador da cor, após trinta anos de pesquisas publicou, em 1810, o seu livro Teoria das cores. Goethe contribuiu decisivamente para que se voltasse a prestar atenção aos fenómenos cromáticos, fisiológicos e psicológicos sobre a cor­‑luz. O Círculo de Cores, de Goethe
  • 15. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 15 Vincent van Gogh – O Semeador, Arles, Junho de 1888
  • 16. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 16 Tese da realidade perceptiva, que   transforma a luz e a cor num fenómeno   dependente do sistema visual humano; sombras coloridas; contrastes simultâneos   (da cor complementar); contrastes sucessivos   (a imagem residual fica com a cor complementar);
  • 17. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 17 Henri Matisse – Sala Vermelha: Harmonia em Vermelho, 1888
  • 18. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 18 “efeitos morais” da cor   (efeitos psicológicos, sensuais, emotivos) Dedicou­‑lhes o último capítulo do seu livro, cerca de 50 páginas, onde escreveu também sobre os   revigorantes efeitos dos vermelhos, laranjas e amarelos,   o efeito relaxante dos azuis e   sobre a misteriosa e transtornadora influência psicológica da cor púrpura, que não é, como se sabe, uma cor pura do espectro.   Goethe considerou­‑a a raiz de toda a cor.
  • 19. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 19 Vincent van Gogh – O Café à Noite na Place Lamartine, Arles, Setembro de 1888
  • 20. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 20 A Esfera de Cores de Runge cores primárias: vermelho amarelo azul
  • 21. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 21 série de pinturas Momentos do Dia:   – Manhã – Meio­‑dia – – Tarde – Noite –  a cor como modo esquemático para ilustrar estados de espírito conotações “morais” da cor que relacionavam as polaridades cromáticas com os quatro temperamentos – optimista – melancólico – fleumático – colérico, e com os estados de espírito que sugerem Philip Otto Runge – Manhã
  • 22. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 22 Cento e cinquenta anos mais tarde,   Johannes Itten, um grande professor alemão da arte da cor,   adoptou e ajustou o modelo de Runge, mantendo as cores primárias. Planificou a esfera de Runge, abrindo­‑a em gomos, formando uma estrela de doze pontas pretas, com o pólo branco ao centro, tornando mais fácil a compreensão de certas relações da cor como a complementaridade, o valor,   a gradação e as harmonias. Johannes Itten – A Esfera de Cores de Runge planificada
  • 23. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 23 Chevreul: a harmonia e o contraste das cores Em 1839, Princípios da Harmonia e Contraste de Cores,   foi publicado por Michel Eugène Chevreul (1786­‑1889),   químico e director da fábrica das tapeçarias Gobelins, em Paris. cores primárias: vermelho, amarelo, azul   cores secundárias: laranja, verde, violeta Desenvolveu um modelo de cores bidimensional graduado.   Mas a sua grande contribuição foi enunciar as leis que regem as relações das cores entre si: contraste simultâneo, contraste sucessivo, mistura óptica.
  • 24. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 24 princípios de harmonia: “cores pouco contrastantes (cores adjacentes e tons análogos)   tendem a juntar­‑se opticamente; “cores contrastantes (cores complementares opostas)   usadas em quantidades grandes,   farão parecer a cor oposta mais brilhante,   sem que o olho se aperceba de nenhuma mudança no seu tom; “pequenas áreas de cores opostas, apresentadas juntas, tendem   a misturar­‑se visualmente e a criar opticamente um novo tom;
  • 25. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 25 “cores contrastantes devem ser usadas   em largas áreas justapostas; “o contraste entre cores opostas é mais agradável   porque a complementaridade é uma harmonia   superior a qualquer outra; “cores análogas devem ser usadas em pequenas áreas; “as combinações resultam melhor   quando a chave dos tons tem entre elas uma cor primária.”
  • 26. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 26 O Círculo de Cores, de Chevreul
  • 27. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 27 Como estas, muitas outras prescrições estão contidas   no livro de Chevreul, consideradas: de interesse determinante para muitos, excessivas para alguns, rejeitadas por outros,   como Monet e Pissarro. Matisse e Seurat seguiram­‑nas com precisão e deram igual importância   às de Ogden Rood. Matisse – Luxo, Calma, e Voluptuosidade, 1904­‑1905
  • 28. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 28 Rood: a multidimensionalidade da cor e as harmonias ópticas Ogden Rood,   cientista e artista americano,   identificou   três componentes   físicos da cor: Georges Seurat – O Circo, 1891   (técnica pontilhista)
  • 29. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 29 “qualidade da tonalidade ou matiz:   a cada cor do arco­‑íris corresponde um comprimento de onda; “luminosidade ou valor:   este valor da cor pode obter­‑se juntando­‑lhe branco ou preto; “pureza ou saturação:   cada cor tem o seu máximo de pureza   e perde­‑a em gradações que a aproximam de outras cores:   amarelo, amarelo­‑alaranjado, amarelo­‑esverdeado, etc.”
  • 30. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 30 +60 +30 0 -30 -60 -100 Variação de luminosidade
  • 31. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 31 Exemplo de aplicação da teoria de Rood segundo a qual é perfeitamente possível realizar um   modelo de sombras convincente usando apenas as cores numa ordem tonal natural: Aqui, os vermelhos correspondem às sombras mais escuras   e os rosas e os laranjas às sombras mais claras.
  • 32. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 32 Rood demonstrou igualmente o princípio da   técnica pontilhista que foi seguido por muitos artistas,   dos quais se destaca Georges Seurat. É curioso notar que é também por meio de pontos, que ainda funcionam todos os sistemas gráficos de reprodução de meios tons: a impressão tipográfica, a litografia, o offset, a serigrafia, a rotogravura, a flexografia e até mesmo os sistemas digitais. Ampliação de uma trama de impressão em quadricromia (já está na altura de se inventar outro meio...) CMYK
  • 33. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 33 Conclusão Aquela cor púrpura a que Goethe se refere é, para mim,   a cor que hoje conhecemos por Magenta.   E de facto, não existe no espectro. Ela é o resultado da sobreposição dos extremos – vermelho + azul – do espectro de luz visível. Ou, para ser mais correcto, à luz da actual teoria das cores: Magenta = luz vermelha (Red) + luz azul (Blue) ou = luz branca – luz verde (Green) Magenta é a cor complementar da cor verde (Green)
  • 34. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 34 Síntese Aditiva:  ausência de luz
  • 35. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 35 Síntese Aditiva:  adição de luz Red
  • 36. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 36 Síntese Aditiva:  Red + Green = Yellow
  • 37. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 37 Síntese Aditiva:  Red + Green + Blue = Branco
  • 38. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 38 R Y M G B C Cor­‑luz – Síntese aditiva primárias secundárias Red – R C – Cyan Green – G M – Magenta Blue – B Y – Yellow
  • 39. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 39 Síntese Subtractiva:  luz branca = todas as cores reflectidas
  • 40. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 40 Síntese Subtractiva:  tinta Cyan = luzes Green + Blue reflectidas a luz Red é absorvida (ou subtraída)
  • 41. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 41 Síntese Subtractiva:  tinta Cyan + Magenta = luz Blue reflectida as luzes Red + Green são absorvidas (ou subtraídas)
  • 42. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 42 Síntese Subtractiva:  tinta Cyan + Magenta + Yellow = Preto todas as luzes Red + Green + Blue são absorvidas (ou subtraídas)
  • 43. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 43 Cor­‑tinta – Síntese subtractiva primárias secundárias (100C) Cyan – C R – Red (100M+100Y) (100M) Magenta – M G – Green (100C+100Y) (100Y) Yellow – Y B – Blue (100C+100M)
  • 44. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 44 Círculo de Cores errado Círculo de Cores actual (síntese subtractiva) (simulação do modelo seguido pelos teóricos Goethe, Runge, Chevreul, Rood e Itten) primárias secundárias (100C) Cyan – C R – Red (100M+100Y) primárias secundárias (100M) Magenta – M G – Green (100C+100Y) Azul Laranja (100Y) Yellow – Y B – Blue (100C+100M) Vermelho Verde Amarelo Violeta terciárias Azul (100C50M), terciárias Violeta (50C+100M), Índigo, Púrpura, Vermelho­‑laranja, Vermelho magenta (100M+50Y), Amarelo­‑laranja, Amarelo­‑verde, Azul­‑verde Laranja (50M+100Y), Verde amarelo (50C+100Y), Verde azul (100C+50Y)
  • 45. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 45 Cor­‑tinta – Síntese subtractiva Cores primárias Cores secundárias Cores terciárias Síntese subtractiva Síntese subtractiva Síntese subtractiva
  • 46. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 46 O quadro de Henri Matisse com o efeito do contraste sucessivo
  • 47. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 47 À luz das teorias de hoje, o quadro de Henri Matisse ficaria assim.   Terá sido isto que ele viu?
  • 48. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 48 O século xix foi fértil em teorias da cor, que influenciaram pintores românticos, como Delacroix e Turner, pintores realistas e, principalmente, foram os pilares do movimento impressionista, determinante no futuro da arte e dos conceitos estéticos. No entanto, todas aquelas teorias de incontestável valor, estavam incorrectas à partida no seu princípio fundamental: as cores primárias. Terão os artistas sido enganados pela teoria? Será a teoria, de algum modo, limitadora da arte? Nunca saberemos, mas provavelmente os resultados das pinturas impressionistas, feitas com os conhecimentos de hoje, seriam ainda mais impressionantes. Deixo estas questões em aberto para um futuro trabalho.
  • 49. Vitor Pedro      O Impressionismo e as Teorias das Cores 49 Bibliografia Zita Areal, Visualmente – A Cor, Areal Edirores Daniel Wildenstein, Monet ou o Triunfo do Impressionismo, Tachen, Colónia, 2000 Ingo F. Walther e Rainer Metzger, Van Gogh, Obra Completa de Pintura, Vol. I, Tachen, Colónia, 1998 http://books.google.com http://www.britannica.com/EBchecked/topic-art/340440/91330/When-white-light-is-spread-apart- by-a-prism-or http://fr.wikipedia.org