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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE




           LABORATÓRIO DE
    QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA




                             Ivanise Gaubeur
                             Márcia Guekezian
                             Nelson C. F. Bonetto




                SÃO PAULO
                  2004
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE



                                                SUMÁRIO
1. Introdução............................................................................................   04
2. Relatório de análises realizadas............................................................... 05
3. Regras de segurança..............................................................................        08
4. Tratamento dos dados analíticos.............................................................. 11
5. Balança Analítica................................................................................... 12
    Exercícios de revisão sobre cálculos de tipos de concentração                                           13
...................
6. Gravimetria........................................................................................... 16
   6.1. Preparação da Amostra....................................................................           16
   6.2. Preparação da Solução - Ataque da Amostra......................................                     16
   6.3. Precipitação e Digestão...................................................................          17
         6.3.1. Solubilidade do precipitado..................................................... 17
         6.3.2. Características físicas do precipitado........................................ 18
         6.3.3. Pureza do precipitado.............................................................          19
         6.3.4. Digestão do precipitado..........................................................           20
   6.4. Filtração........................................................................................   21
         6.4.1. Filtração por sucção...............................................................         21
   6.5. Lavagem do Precipitado................................................................... 22
   6.6. Calcinação ou Secagem.................................................................... 22
   6.7. Aplicações.....................................................................................     22
         6.7.1. Determinação de Sulfato.........................................................            22
                 Exercícios sobre Gravimetria.................................................... 24
7. Limpeza do Material de Vidro................................................................. 30
8. Aferição de Material Volumétrico............................................................ 31
   8.1 Aferição de Balão Volumétrico.......................................................... 32
   8.2 Aferição da Pipeta...........................................................................        32
   8.3 Aferição da Bureta de 10 ml.............................................................. 33
9. Titrimetria de Precipitação.....................................................................         34
   9.1. Método de Mohr.............................................................................         34
         9.1.1. Padronização da solução de AgNO 3 ......................................... 35
   9.2. Método de Fajans – Indicador de Adsorção........................................ 36
         9.2.1. Determinação de íons cloreto em água do mar utilizando o
                Método de Fajans.................................................................... 39


Química Analítica Quantitativa
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   9.3. Método de Volhard.........................................................................        40
         9.3.1. Determinação de brometo – Método de Volhard......................... 41
                   Exercícios sobre Precipitação..................................................        42
10. Titrimetria de Neutralização.................................................................. 47
     10.1. Indicadores de pH.......................................................................       48
     10.2. Indicadores Mistos......................................................................       50
     10.3. Indicador Universal..................................................................... 52
     10.4. Preparação da solução de NaOH 0,1 mol/L..................................... 54
             10.4.1. Padronização da solução de NaOH...................................... 54
         10.4.2. Determinação da acidez total em vinagre                                                  55
comercial...............
         10.4.3. Determinação de H 3 PO 4 em ácido fosfórico                                              55
comercial...........
    10.5. Preparação da solução de ácido Clorídrico 0,1                                                   56
mol/L.......................
             10.5.1. Padronização da solução de HCl......................................... 57
             10.5.2. Determinação de amônia em tintura de cabelo...................... 57
          Exercícios sobre titrimetria de                                                                 58
neutralização...................................
11. Titrimetria de complexação................................................................... 66
     11.1. Introdução.................................................................................    66
     11.2. EDTA........................................................................................   68
     11.3. Indicadores metalocrômicos.......................................................... 70
     11.4. Aplicações.................................................................................    70
             11.4.1. Preaparação da solução de EDTA 0,01 mol/L....................... 71
             11.4.2. Padronização da solução de EDTA.....................................                 72
             11.4.3. Determinação da dureza total em águas............................... 73
          11.4.4. Determinação do teor de cálcio em secantes                                              75
industriais.........
             11.4.5. Solução padrão de cloreto de zinco 0,01 M.......................... 76
             11.4.6. Determinação do teor de magnésio...................................... 76
             11.4.7. Determinação simultânea de bismuto e chumbo em                                       77
                 solução....
             11.4.8. Determinação de cálcio em leite......................................... 77
           11.4.9. Determinação de níquel – titulação de                                                  78
retorno......................
             11.4.10. Determinação de Ferro (III).............................................            80
             Exercícios sobre complexometria................................................... 81

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12. Titrimetria de Óxido-Redução...............................................................            82
    12.1. Ajuste de equações de Óxi-Redução pelo método Íon                                                82
Elétron...........
     12.2. Método Íon Elétron.....................................................................         82
     12.3. Titulações com KMnO4................................................................ 84


          12.3.1. Preparação da solução de KMnO 4 0,02                                                     84
mol/L.......................
          12.3.2. Preparação da solução do padrão primário 0,05                                            85
mol/L............
             12.3.3. Padronização da solução de KMnO 4 .................................... 85
     12.4. Titulações com K 2 Cr 2 O 7 ............................................................... 86
     12.5. Iodometria.................................................................................     87
            12.5.1. Preparação de solução de tiossulfato de sódio 0,10 M............ 87
            12.5.2. Padronização da solução de Na 2 S 2 O 3 0,1 M.......................... 87
     12.6. Aplicações.................................................................................     88
       12.6.1. Determinação de nitrito em nitrito                                                          88
comercial..........................
           12.6.2. Determinação de peróxido de hidrogênio............................... 89
           12.6.3. Preparação de solução de dicromato de potássio 0,01 mol/L.... 90
           12.6.4. Determinação de Ferro(II) em solução.................................. 90
           12.6.5. Determinação de íons cobre (II)........................................... 91
           Exercícios Sobre óxido-redução...................................................... 92
13. Colorimetria........................................................................................   95
     13.1. Determinação de ferro em água..................................................... 96
14. Análise de óleos e gorduras................................................................... 100
    14.1. Índice de iodo – método de Hubl.................................................... 100
    14.2. Índice de saponificação................................................................. 101
    14.3. Índice de acidez...........................................................................      102
    14.4. Análise de solução de hipocloríto de sódio...................................... 102
    14.5. Determinação de cloro ativo.......................................................... 104
    14.6.                      Determinalão                        da                   alcalinidade 104
livre..................................................
15. Potenciometria....................................................................................     106
    15.1.Titulação potenciometria de uma solução de ferro(II) com
         permanganato de potássio............................................................... 106
    15.2. Titulação potenciomatria de uma solução de vinagre comercial
         (acido        acético)        com         hidróxido       de
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           sódio......................................................                                       107
Bibliografia                                       Básica                                                   e 109
Complementar.............................................................
Apêndice I................................................................................................   110
Apêndice II .............................................................................................    113




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 1. INTRODUÇÃO
         O curso de Química Analítica Quantitativa Experimental será realizado por
meio de aulas teóricas, trabalhos práticos em laboratório, seminários e colóquios,
visando à aprendizagem e familiarização do estudante com as técnicas básicas da
análise quantitativa e a compreensão dos fundamentos teóricos em que as mesmas
se baseiam.

         O trabalho em laboratório será realizado individualmente ou em grupo de
dois estudantes e envolverá a determinação da concentração ou quantidade de
matéria desconhecida em espécies, utilizando métodos básicos e rotineiros. Os
resultados serão avaliados dentro dos limites de erro pertinentes aos diferentes
métodos empregados.

         Este        curso        apresenta,    portanto,     características     acentuadamente
experimentais que exigirão do estudante dedicação, interesse, cuidado, atenção e,
especialmente, uma atividade no laboratório cuidadosamente planejada.

         Aconselha-se o estudante planejar previamente o procedimento da aula de
laboratório antes de iniciar sua execução, a fim de facilitar o aprendizado e
utilizar adequadamente o tempo destinado às aulas práticas.

         É importante dispor de um caderno de anotações de laboratório. Todos os
dados, observações, cálculos, e questionamentos devem nele ser anotados direta e
organizadamente. Esse procedimento facilitará a elaboração dos relatórios.

         Cada grupo de estudantes, em cada experiência, trabalhará com um conjunto
de materiais necessário para a realização das análises. Esses materiais deverão ser
entregues ao término de cada aula em devidas condições de limpeza e ordem.
Qualquer        acidente         que,   porventura,   venha   ocorrer   deverá   ser   comunicado
diretamente ao professor.

         No início de cada aula prática serão fornecidas orientações, ou até mesmo
alterações de texto, a fim de propiciar melhor compreensão do assunto no contexto
da Disciplina.




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2. RELATÓRIOS DE ANÁLISES REALIZADAS


     O trabalho científico realizado por uma pessoa pode ser de grande valia para
outras, desde que transmitido adequadamente. A forma de transmissão mais
difundida é a da linguagem escrita, principalmente na forma de resumos,
relatórios, artigos científicos, entre outros, dependendo do público a ser atingido.

     Não existem normas rígidas para sua elaboração, mas diante da importância
desse tipo de documento na carreira profissional do estudante, serão dadas
algumas recomendações que lhe serão úteis no progressivo aperfeiçoamento da sua
técnica de redação científica.

     Ao elaborar um relatório, o estudante deverá conhecer com clareza a questão
abordada pela experiência e qual a resposta que obteve para ela. Esta formulação
sintética servirá de linha diretriz para toda a redação, impedindo que se perca em
divagações sobre assuntos colaterais ou considerações sobre detalhes sem
importância.

     A redação deverá ser coerente quanto ao tempo dos verbos empregados,
recomendando-se expor os resultados das observações e experiências no passado,
reservando o presente para as generalidades ou para as referências a condições
estáveis.

     É sempre conveniente recorrer a tabelas e gráficos, pois permitem concentrar
grande quantidade de informações.

     Os valores numéricos deverão estar acompanhados de unidades de medida,
pertencentes, preferencialmente, ao sistema internacional. A unidade de medida
deverá ser incluída também no cabeçalho das tabelas e nos eixos das figuras.

     Os Relatórios de aulas práticas deverão ser digitados eletronicamente,
utilizando a matriz disponível na homepage do professor, seguindo o modelo
mostrado no Apêndice I e utilizando fonte Time New Roman ou Arial, tamanho 12
e com espaçamento 1,5 entre as linhas e duplo entre parágrafos. Os gráficos
deverão ser gerados em Excel, Origin ou outro programa compatível.



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     Quanto às ilustrações, poderão ser cópias fieis de publicações, desde que as
fontes sejam citadas no trabalho. Finalmente, o Relatório deverá ser impresso em
folha A4. As partes que compõem esse trabalho acadêmico são:

     2.1. Introdução: é o resumo da teoria que fundamenta a prática de laboratório
     realizada, estabelecendo vínculos com os procedimentos implemantados e
     utilizando, obrigatoriamente, as respectivas citações bibliográficas, lembrando
     que a cópia de textos de outros autores, sem que se faça à referência dos
     mesmos, é crime previsto em lei.
     2.2. Objetivos: é a descrição sucinta do que se pretende obter da experiência.


     2.3. Parte Experimental
              2.3.1. Materiais e reagentes: descrição dos materiais e das preparações
            dos reagentes utilizados nessa prática;
            2.3.2. Procedimento experimental: descrição do procedimento seguido em
            aula, não necessariamente o procedimento proposto, justificando e
            discutindo a escolha. O procedimento poderá ser resumido mediante a
            elaboração de um fluxograma didático.
            2.3.3. Esquema de aparelhagem: descrição do equipamento e esquema do
            arranjo        experimental,     ressaltando      as   principais   características    das
            unidades utilizadas;
            2.3.4. Cálculos;          é a demonstração matemática da aplicação dos dados
            obtidos durante o experimento, traduzindo-os em resultado final;
            2.3.5. Gráficos, tabelas ou figuras: são itens que valorizam o trabalho e
            devem ser auto-explicativos.


     2.4.     Resultado          e   Discussão:   os      resultados   finais   devem    ser    sempre
     apresentados em tabelas, gráficos ou destacados no texto. Sempre que houver
     valores teóricos ou esperados, estes devem ser citados e comparados com os
     valores obtidos, discutindo suas eventuais diferenças. Se houver cálculos,
     mostre cada tipo com exemplo. Se houver um número significativo de dados,
     indique         o     tratamento      estatístico.     Discuta,    também,     as       vantagens,
     pontêncialidades e limitações da técnica empregada, quando comparada à
     outras.

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     2.5. Conclusões: exprimir sucintamente o seu parecer acerca do experimento e
     dos resultados obtidos, devendo ser comprobatórios dos objetivos propostos.
     2.6. Referências: citar todas as obras consultadas, empregando a NBR 6023,
     da ABNT. No Apêndice II, fornece-se algumas orientações de como referenciar
     eventuais obras consultadas.
     2.7. Anexos: constituem-se de fichas técnicas dos reagentes utilizados, no
     experimento, entre outros. Efetuar o download       das fichas técnicas das
     substâncias químicas utilizadas no experimento acessando, por exemplo, o
     website: www.jtbaker.com, (texto em inglês), ou outros entre outros em
     português que julgar mais convenientes.




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3. REGRAS DE SEGURANÇA

   O trabalho que se realiza em aulas práticas de Laboratório de Química requer,
ao lado de grande dedicação e interesse, muito cuidado e atenção.

   Para facilitar esse trabalho e evitar eventuais acidentes no laboratório fornece-
se, a seguir, algumas instruções que,devidamente observadas, conduzirão a bons
resultados, a saber:

    Evite o desperdício de drogas, material, gás, luz, água e água destilada.
    Tome o máximo cuidado para não impurificar os reagentes. Não retorná-los aos
    vidros primitivos, mesmo que não tenham sido usados; coloque os sólidos em
    um recipiente especial para refugos químicos. Os inflamáveis devem ser
    colocados em um recipiente a prova de fogo que será esvaziado no final de
    cada jornada de trabalho.
    Use sempre água destilada ou deionizada ao preparar uma solução ou fizer uma
    diluição.
    O material de vidro deve ser lavado após sua utilização. Em geral, lava-se com
    água comum e depois com água destilada; quando necessário, usa-se sabão ou
    detergente e, em certos casos, solução alcoólica de KOH.
    Lubrifique os tubos de vidro, termômetros, outros, antes de inseri-los em rolha.
    Proteja as mãos com luvas apropriadas ou enrole a peça de vidro em uma toalha
    nessa operação.
    Quando utilizar aquecimento, faça-o de maneira adequada, pois, caso contrário,
    o conteúdo poderá ser lançado para fora do recipiente que o contém,
    provocando perdas que inutilizam por completo a análise em andamento. As
    substâncias inflamáveis não devem ser aquecidas em fogo direto, utilize chapa
    elétrica ou manta de aquecimento.
    Sempre que estiver procedendo ao aquecimento de material de vidro ou de
    porcelana, conserve o rosto afastado, a fim de evitar que, pela quebra
    acidental, venha ocorrer acidente grave, principalmente para os olhos.
    Nunca dirija a abertura de frascos contra si ou outrem, dirija-o para dentro da
    capela.



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    Todas as operações onde há desprendimento de gases tóxicos ou irritantes
    devem ser executadas na capela, assim como evaporação de soluções ácidas,
    amoniacais, ataques de amostras, entre outras. As substâncias tóxicas devem
    ser manipuladas na capela e, se as mesmas forem voláteis, use máscara
    adequada.
    Use sempre óculos de proteção ao trabalhar no laboratório.
    Jamais trabalhe com substâncias das quais não conheça todas as propriedades.
    Nesse caso, recomenda-se que o estudante consulte, em bibliografia, as
    propriedades das substâncias desconhecidas, bem como sua toxicidade e os
    cuidados que devem ser tomados.
    É indispensável tomar o maior cuidado possível quando se trabalha com ácidos,
    em particular com ácido sulfúrico concentrado. Sempre adicione ácidos à água,
    e nunca água em ácidos.
    Ácidos e bases concentrados atacam a pele e os tecidos, deve-se, pois, usá-los
    com todo o cuidado, principalmente na neutralização de um com o outro,
    evitando reações violentas. Preste a máxima atenção a qualquer operação onde
    haja aquecimento ou que reaja violentamente.
    Apague os bicos de Bunsen e maçaricos quando não os estiver usando. Lembre-
    se sempre que frascos que contenham líquidos inflamáveis, devem ser afastados
    das proximidades do local de trabalho.
    Não brinque com produtos químicos. Nunca cheire, abruptamente, o conteúdo
    de qualquer frasco, pois pode tratar-se de substância tóxica.
    Não pipete quaisquer líquidos com a boca, use aparelhos apropriados, pois
    poderão ser cáusticos ou venenosos.
    Ao executar um trabalho que requer aquecimento, controle, atentamente, a sua
    temperatura e pressão. Os recipientes para aquecimento não devem ficar
    totalmente fechados.
    Em aparelhos que funcionam a vácuo, não use recipientes de paredes finas e
    nem empregue os de superfícies planas.
    É     obrigatório            o   uso   de   avental   nos   trabalhos   de   laboratório   e
    expressamente proibido o uso de bermudas, chinelos e roupas de nylon.
    Em caso de cabelos compridos, prenda-os e coloque-os para dentro do avental
    para evitar qualquer tipo de acidente.

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                                                                                   10
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    É expressamente proibido fumar e ingerir alimentos e bebidas no laboratório.
    No caso de acidentes, queimaduras e outros, é dever do estudante procurar
    imediatamente o professor.
    Tenha muita cautela quando for testar um produto químico por odor; não
    coloque o produto ou frasco diretamente sob o nariz.
    Nunca deixe, sem atenção, qualquer operação onde haja aquecimento ou que
    reaja violentamente.
    Improvisações são o primeiro passo em direção a um acidente, use material
    adequado.
    Ao locomover-se no laboratório, faça-o com cuidado, a fim de não provocar
    qualquer acidente e/ou tumultuar o ambiente de trabalho.
    Antes de realizar uma reação química, da qual não saiba totalmente os
    resultados, faça, primeiro, uma em menor escala, e na capela.
    Rotule sempre qualquer solução que venha a preparar, identificando-a quanto a
    substância química utilizada e, no que couber, sua provável concentração.
    Ao manusear qualquer frasco de reagente químico, faça-o sempre pelo rótulo, a
    fim de minimizar regiões de contaminação.
    Certifique-se sempre da voltagem do equipamento eletroeletrônico que fará uso
    no laboratório, antes de ligá-lo à respectiva corrente elétrica.
    Tenha completa consciência da localização do chuveiro de emergência, dos
    extintores de incêndio e dos lavadores de olhos, tomando conhecimento de
    como usá-los corretamente.
    Nunca trabalhe no laboratório sem estar junto com outra pessoa. Trabalhos
    perigosos devem ser realizados em presença de, pelo menos, duas pessoas
    presentes no mesmo local.
    Qualquer dúvida que surgir durante a análise técnica o estudante deverá dirigir-
    se ao professor e não ao colega para obter esclarecimentos.
    Mantenha o armário que, porventura, lhe tenha sido designado sempre em
    ordem. Ao término de cada jornada de trabalho e antes de retirar-se do
    laboratório, guarde todo o material que esteja sob sua responsabilidade, limpo
    e em perfeito estado de uso.
    Terminados os trabalhos práticos e antes de retirar-se do laboratório, limpe sua
    bancada.

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                                                                        11
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4. TRATAMENTO DOS DADOS ANALÍTICOS

     Quando se escolhe o método mais apropriado para uma determinação, efetua-se
a análise em duplicata ou, preferencialmente, em triplicata. Deve-se, então, fazer
uma avaliação para decidir sobre o melhor resultado a registrar, e tentar
estabelecer os prováveis limites de erro desse valor. Nesta etapa, o analista deve
preocupar-se com a chamada precisão, ou seja, a concordância entre um conjunto
de resultados de uma mesma quantidade, bem como com a diferença entre o valor
medido e o verdadeiro valor para a quantidade que foi determinada. Os métodos
estatísticos são utilizados para se demonstrar o grau de confiança dos resultados
obtidos.




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                                                                      12
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5. BALANÇA ANALÍTICA

     Uma pesagem é denominada de analítica quando realizada em uma balança de
precisão. Existem inúmeros modelos de balanças analíticas, porém, o que as
caracteriza é o fato de permitirem a determinação de massas com um erro absoluto
de mais ou menos 0,1 mg. Há balanças, ainda, mais sensíveis que permitem
determinar massas com erro absoluto de mais ou menos 0,01 mg. Outras, menos
sensíveis que as analíticas e com erro absoluto de mais ou menos 1 mg, são
denominadas de balanças semi-analíticas.

     Por se tratar de instrumentos delicados e caros, seu manejo envolve a estrita
observância dos seguintes cuidados gerais:

     5.1. As mãos do operador devem estar limpas e secas;
     5.2. Durante as pesagens, as portas laterais devem ser mantidas fechadas;
     5.3. Destravar e travar, inclusive a meia trava com movimentos lentos;
     5.4. Nunca pegar diretamente           com   os   dedos   o objeto que se vai pesar.
     Conforme o caso, usar uma pinça ou uma tira de papel impermeável;
     5.5. Nunca colocar ou retirar massas do prato sem antes ter travado                a
     balança; retornar os pesos a zero e descarregar imediatamente a balança após a
     pesagem;
     5.6. Para sucessivas pesagens, no decorrer de uma análise, usar sempre a
       mesma balança;
     5.7. O recipiente           e/ou as substâncias que vão ser pesadas devem estar em
       equilíbrio térmico com o ambiente.




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EXERCÍCIOS DE REVISÃO SOBRE CÁLCULOS DE TIPOS DE CONCENTRAÇÃO

1) Como se prepara:
   a) 300 mL de solução          de   ácido oxálico 0,10 mol/L a partir do reagente
       sólido dihidratado?
   b) 500 mL de solução de HNO 3 0,2 mol/L a partir do reagente d = 1,63 g/mL e
       a 62% em massa?
2) Quantos miligramas do soluto estão contidos em cada solução abaixo:
   a) 300 mL de solução 0,14 mol/L em HNO 3 .
   b) 30 mL de solução 0,20 mol/L em Na 2 SO 4 .
   c) 20 mL de solução 0,002 mol/L em AgNO 3 .
3) Qual a concentração molar de:
   a) uma mistura de 13 mL de AgNO 3 0,13 mol/L e 87 mL de água.
   b) 67 mL de solução de NaCl 0,1 mol/L diluídos para 450 mL.
   c) uma mistura preparada diluindo-se 63 mL de HCl 0,1 mol/L para 1 litro de
       solução.
4) Calcular a concentração em mol/L de cada íon ao dissolver 0,10 g de KBr e
   0,20 g de Ca(NO 3 ) 2 em 1 litro de solução.
5) Um recipiente contém 400 mL de solução de carbonato de sódio. Uma alíquota
   de 32,5 mL dessa solução contém 0,65 g do sal. Qual a massa desse sal na
   solução original?
6) Um béquer contendo 350 mL de solução de nitrato de prata de concentração 200
   g/L foi adicionado de 150 mL de água destilada. Qual a concentração da nova
   solução?
7) Tem-se 20 mL de solução de ácido nítrico de d= 1,15 g/mL e 25% em massa.
   Determinar a massa do soluto contida nesse volume e a concentração em g/L
   dessa solução.
8) Uma solução foi preparada dissolvendo-se 3 mol de H 2 SO 4 em água e em
   seguida a solução foi diluída para 400 mL. Qual a concentração em g/L dessa
   solução?
9) Dissolveu-se 9 g NaOH em água e diluiu-se para 225 mL de solução.
   Determinar a concentração molar dessa solução.


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10) 34,5 g de um soluto foram dissolvidos em água e a solução diluída para 250
     mL obtendo-se uma solução 3 mol/L. Qual a massa molar do soluto?
11) Qual a massa de ácido nítrico que deverá ser dissolvida em água para preparar
     250 mL de solução 5 mol/L dessa espécie química?
12) Uma solução foi preparada dissolvendo-se 1,11 g de cloreto de cálcio em água
     suficiente para formar 200 mL de solução. Pede-se a:
     a) concentração simples;
     b) concentração molar;
     c) e a concentração molar em relação aos íons Ca 2 + e Cl - .
13) Uma solução aquosa de HCl apresenta densidade igual a 1,185 g/mL e a 36,5%
     em massa. Pede-se calcular as suas concentrações molar e em g/L.
14) Juntou-se 400 mL de solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L a 700 mL de
     solução 6 mol/L do mesmo ácido. Determinar a concentração molar da nova
     solução.
15) Ao misturar-se 350 mL de uma solução X M de HCl com 150 mL de solução 5
     M do mesmo ácido, obtém-se uma solução 2,9 M em HCl. Qual a M da
     primeira solução?
16) Tem-se 10 mL de uma solução de H 2 SO 4 de d = 1,6 g/mL e 70% em massa.
     Que quantidade de H 2 SO 4 está contida neste volume?
17) Tem-se 20 mL de solução de HNO 3 de d=1,15 g/mL e 25% em massa. Pede-se:
     a) a massa de soluto que está contida nos 20 cm 3 .
     b) a concentração em g/L.
18) Que massa de H 2 SO 4 é necessária para a obtenção de 20 cm 3 de solução 0,5
     mol/L desse ácido?
19) Calcular a concentração molar de 300 mL de solução de NaOH que contém 20
     g desta substância.
20) Calcular a concentração molar de uma solução de Ca(OH) 2 cuja concentração é
     de 37 g/L.
21) 20 mL de solução de H 2 SO 4 de d= 1,4 g/mL e 50% em massa, são diluídos a
     500 mL de solução. Qual a molaridade da solução obtida?




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22) Tem-se uma solução de H 2 SO 4 de concentração 196 g/L. Pede-se:
       a) a concentração molar.
       b) o volume que deve-se usar para obter, por diluição, 500 mL de solução 1
           mol/L.
23) Tem-se 10 mL de uma solução de NaOH de d = 1,2 g/mL que são diluídos a
     600 mL dando uma solução 0,4 mol/L. Pede-se a % de NaOH na solução
     original.
24) 50 mL de uma solução de HNO 3 de concentração 20 g/L são diluídos a 300 mL
     de solução. Qual a concentração molar da solução resultante?
25) Tem-se uma solução de HCl de d = 1,1 g/mL e 25% em massa. Que volume
     dessa solução deve ser utilizado para se obter 1 litro de solução 0,5 mol/L?
26) De 200 mL de solução de H 2 SO 4 2 mol/L são evaporados 150 mL. Qual a
     concentração molar da solução resultante?




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6 - GRAVIMETRIA

     Em uma análise gravimétrica utiliza-se uma série de operações para se
determinar a quantidade de um constituinte de uma amostra, tanto por pesagem
direta do elemento puro, quanto por um de seu derivado, cuja composição é
conhecida e bem definida. Esse procedimento analítico constitui-se em método de
extensa aplicação na determinação de macroconstituintes de uma amostra.

     As principais vantagens da análise gravimétrica constituem-se em operações
unitárias de fácil execução e utiliza-se equipamentos simples; entretanto, as
desvantagens são: tempo muito longo para sua execução e sujeito a uma série de
erros acumulativos.

     No procedimento de uma análise gravimétrica deve-se observar as etapas
sucessivas que compõem esse tipo de análise, a saber:

     1 - Preparação da Amostra;
     2 - Preparação da Solução - Ataque da Amostra;
     3 - Precipitação e Digestão;
     4 - Filtração;
     5 - Lavagem;
     6 - Calcinação ou Secagem;
     7 - Pesagem;
     8 - Cálculos.


    6.1. Preparação da Amostra
           A quantidade de substância utilizada numa análise química é de cerca de 1
     g, todavia, deve-se tomar os cuidados e precauções necessárias para que essa
     pequena quantidade represente fielmente o material cuja composição se quer
     determinar.

   6.2. Preparação da Solução - Ataque da Amostra
           Para início da análise gravimétrica é necessário que o elemento desejado
   esteja em solução. Prepara-se, portanto, uma solução conveniente através de um
   tratamento químico escolhido de acordo com a natureza da amostra a ser
   analisada.
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           Faça um breve comentário sobre os reagentes mais utilizados para abertura
   (ataque) de amostra.


   6.3. Precipitação e Digestão
          O elemento a ser dosado (macroconstituinte) é separado da solução
   preparada através da formação de um precipitado convenientemente escolhido
   em cada caso.

           6.3.1 Solubilidade do precipitado
                    Deve-se escolher um reagente precipitante que conduza à formação
           de um precipitado quantitativamente insolúvel. Usa-se um excesso do
           reagente para causar o efeito do íons comum, diminuindo a solubilidade do
           precipitado, com exceção dos casos em que há formação de complexo
           solúvel devido ao excesso desse reagente.

                    A exatidão final de um método de análise gravimétrica está limitada,
           em parte, pela perda do precipitado devido à sua solubilidade no meio
           reagente e no líquido de lavagem empregado na purificação.

                    Essas        perdas     alcançam,     freqüentemente,    sérias     proporções,
           particularmente quando é necessário uma lavagem extensiva para assegurar
           um precipitado puro quando se deve usar um precipitado demasiadamente
           solúvel.       Como      é     impossível    eliminar   completamente   as    perdas   de
           solubilidade, deve-se ter um grande controle sobre os fatores que influem
           na solubilidade dos precipitados.

                    As variáveis mais comuns que influem na solubilidade do precipitado
           são: temperatura, pH, concentração do reagente, concentração salina e
           concentração do dissolvente.




         6.3.2 Características físicas do precipitado

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                É importante o conhecimento prévio do tipo de precipitado que será
       obtido, pois, disso dependerá o tipo de filtração a ser empregado na
       separação do precipitado do meio de precipitação e indica, também a
       necessidade ou não de um certo tempo de digestão.

                A prática da análise gravimétrica abrange vários tipos de precipitados
       que se distingüem, principalmente, quanto ao tamanho das partículas. O
       tamanho das partículas é uma característica muito importante, pois dele
       depende, em grande parte, a qualidade do precipitado quanto à filtrabilidade.

                Os      precipitados   cristalinos   são   os   mais    favoráveis        para   fins
       gravimétricos. As partículas do precipitado são cristais individuais bem
       desenvolvidos. Elas são densas e sedimentam rapidamente.

                Os precipitados cristalinos são facilmente recolhidos por filtração e,
       em geral, não se deixam contaminar por adsorção.

                Os pulverulentos, ou finamente cristalinos, consistem de agregados de
       diminutos cristais individuais.

                São densos e sedimentam rapidamente. Às vezes, oferecem dificuldades
       à filtração, pois a presença de pequenos cristais obriga ao uso de filtros de
       textura densa e lentos. Os vãos existentes nos agregados oferecem condições
       favoráveis para a incorporação de substâncias estranhas. São exemplos os
       precipitados de BaSO 4 e CaC 2 O 4 .

                Quanto aos precipitados grumosos, que incluem os haletos de prata,
       resultam de fluculação de colóides hidrófobos. São bastante densos, pois eles
       arrastam pouca água. A floculação pode ser efetuada por adição de
       eletrólitos, aquecimento e agitação. Os agregados das partículas coloidais são
       facilmente retidos pelos meios filtrantes usuais; eventualmente, é preciso
       cuidar para que, na lavagem do precipitado, não ocorra peptização.

                Os     precipitados    gelatinosos   resultam   da     floculação    de    colóides
       hidrófobos. São exemplos, os hidróxidos de ferro (III), alumínio, a síllica
       hidratada e os sulfetos metálicos. São volumosos, têm a consistência de
       flocos e arrastam quantidades consideráveis de água. Oferecem dificuldades à
       filtração e à lavagem e não podem permanecer por longo tempo em contacto

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                                                                                     19
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       com a água-mãe devido a sua grande superfície que provoca absorção de
       impurezas do meio.

                As características físicas de um precipitado dependem da natureza das
       substâncias, mas também, em certa medida, das condições de formação do
       precipitado e de sua evolução espontânea ou tratamentos posteriores. A
       formação de um precipitado é um processo cinético que tende para um
       equilíbrio. O controle de velocidade e outras condições, sob as quais se
       processa a precipitação, permite, em parte, influir nas características físicas
       do precipitado.

                Haja      vista   as   características    supracitadas,     faça   um esquema     da
       formação de precipitados, partindo da nucleação, bem como um breve resumo
       abordando a formação de colóides.


       6.3.3. Pureza do precipitado
                  Quando, em solução, se precipita uma substância química, nem
       sempre, a mesma é separada com alta pureza, pois pode conter impurezas em
       proporções variáveis, conforme o precipitado e as condições em que se
       efetuou a precipitação. A contaminação do precipitado por substâncias que,
       por     sua     solubilidade,      deveriam      permanecer     em    solução   denomina-se
       coprecipitação. Esta pode ser por adsorção sobre a superfície da partícula em
       contato com a solução ou por oclusão de substâncias estranhas durante o
       crescimento dos cristais das partículas primárias.

                  As fases sólidas obtidas por precipitação, conforme as técnicas usuais
       da análise gravimétrica, estão sujeitas a diferentes formas de contaminação.
       A lavagem dos precipitados remove as impurezas contidas na solução-mãe
       mecanicamente retida pelas partículas e, também, pelo menos em parte, as
       impurezas          superficialmente      nelas    adsorvidas.   A     simples    lavagem    é,
       entretanto,        ineficaz     quanto   às   contaminações     provocadas      por   inclusão
       isomórfica e não isomórfica. Não é possível estabelecer uma regra geral na
       obtenção dos precipitados gravimétricos, capaz de eliminar ou reduzir formas
       de contaminação. Contudo, o estudo de várias formas de contaminação



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       permitiu fixar certas condições favoráveis para a separação de fases sólidas
       convenientemente puras.

                  A precipitação em condição de baixa supersaturação favorece a
       formação de cristais grandes e bem desenvolvidos e, ao mesmo tempo, reduz
       a um mínimo a adsorção superficial e a oclusão. O recurso é ineficaz com
       relação à inclusão isomórfica ou não isomórfica e à pós-precipitação. O grau
       de contaminação por oclusão é largamente determinado pela velocidade de
       formação do precipitado. Esta, por sua vez, depende de vários fatores como a
       concentração da espécie a precipitar, a concentração da solução do reagente
       precipitante, a técnica usada na precipitação e a temperatura.



       6.3.4. Digestão do precipitado
                  É o tempo em que o precipitado, após ter sido formado, permanece em
       contacto com a água-mãe.

                  A digestão é o processo destinado à obtenção de um precipitado
       constituído de partículas grandes, o mais puro possível, e de fácil filtração.

                  A digestão, efetuada em temperatura elevada, é um processo de
       recristalização, no qual as impurezas ocluídas passam para a água-mãe. Em
       precipitados gelatinosos basta uma fervura e o mínimo tempo possível para a
       filtração.

                  Esse      fenômeno   é   denominado,   também,   de   envelhecimento   do
       precipitado e constitui-se de um conjunto de transformações irreversíveis,
       depois que se formou.

              As partículas pequenas tendem à dissolução e à reprecipitação sobre a
       superfície dos cristais maiores, fenômeno denominado de amadurecimento de
       Ostwald.

              Quando o precipitado é constituído de partículas imperfeitas e floculosas
       e, após o envelhecimento, tornam-se compactas e perfeitas, por dissolução do
       material dos vértices e arestas dos cristais e que se deposita sobre o mesmo
       cristal, esse fenômeno é denominado de amadurecimento interno de Ostwald.


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                                                                               21
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           A necessidade ou não de um tempo de digestão é conhecida pelas
         características físicas do precipitado e de sua solubilidade. Os processos
         analíticos clássicos já especificam o tempo e a temperatura adequados para
         cada caso.

            Dê um exemplo no qual pode ocorrer a coprecipitação e, também, a pós-
         precipitação, sugerindo método(s) para evitar esses fenômenos.



   6.4. Filtração
           É a separação do precipitado do meio em que se processou sua formação. A
   maneira como é feita a filtração dependerá do tratamento a que o precipitado
   será submetido na secagem ou calcinação, conforme o caso.

           Explique, no tocante a filtração por gravidade, quais os tipos de papel de
   filtro quantitativo empregados nessa técnica.



           6.4.1. Filtração por sucção
                  A filtração por sucção é utilizada quando se possue precipitados que
           passam através do papel de filtro. Para tanto, utiliza-se normalmente
           cadinho de Gooch com camada filtrante ou cadinho de placa sinterizada,
           obedecendo a seguinte técnica:

                  Adapta-se o cadinho filtrante a um kitassato através de uma rolha de
           borracha com tubo adutor; liga-se o conjunto a um frasco de segurança e
           este à uma trompa de água ou à uma bomba de vácuo. Pelo vácuo criado no
           kitassato, a pressão atmosférica impele o líquido através dos poros do
           filtro, retendo o precipitado.




   6.5. Lavagem do Precipitado


Química Analítica Quantitativa
                                                                          22
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           Após a filtração do precipitado, deve-se submetê-lo a um processo de
   lavagem para remover parte da água-mãe que nele ficou retida e eliminar as
   impurezas solúveis e não voláteis.

           Durante a realização dessa operação, poderá ocorrer a peptização. Explique
   como se processa esse fenômeno e exemplifique.



   6.6. Calcinação ou Secagem
         Após a filtração e a lavagem, o precipitado deve ser secado ou calcinado
   para depois ser pesado. Assim sendo, explique quando se utiliza a secagem e a
   calcinação, respectivamente. Explique, também, como se deve proceder para
   tarar um cadinho e um pesafiltro.



   6.7. Aplicações


         6.7.1. Determinação de Sulfato
                  Dissolver uma amostra de sulfato de sódio em 30 mL de água
         destilada, adicionar 1 mL de ácido clorídrico concentrado e diluir à     400
         mL. Aquecer a solução à ebulição e adicionar lentamente cloreto de bário
         5%, a quente, sob agitação continua até precipitação completa.

                  Após a sedimentação do precipitado por 1 ou 2 minutos, adicionar
         mais algumas gotas da solução de BaCl 2 a fim de verificar se a precipitação
         foi quantitativa. Caso ainda ocorra precipitação, repetir esta operação, após
         sedimentação do precipitado, até que a adição da solução de BaCl 2 não mais
         provoque precipitação. Deixar o béquer, coberto com vidro de relógio, em
         banho de água fervente por uma hora.

                  Após repouso de 24 horas, decantar o líquido sobrenadante, com
         auxílio de um bastão de vidro, sobre papel de filtro (Whatman 42 ou SS
         5893), previamente adaptado em funil de colo longo deixando no béquer o
         máximo possível de precipitado. Neste caso, sempre é aconselhável, ao
         transferir-se o conteúdo do béquer ao papel, que o nível do líquido no papel
         de filtro ocupe, no máximo, a metada da altura do mesmo.


Química Analítica Quantitativa
                                                                          23
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                  Transferir o precipitado para o papel com o auxílio de água destilada
         fria e, a seguir, lavá-la com água quente até que o filtrado não dê mais
         reação positiva para cloreto (teste com AgNO 3 ).

                  Após escoamento total da última água de lavagem, dobrar o papel de
         filtro sobre o precipitado e, a seguir, transferi-lo para um cadinho de
         porcelana tarado, até peso constante, e efetuar a carbonização.

                  Colocar o cadinho em mufla a 800ºC por 30 minutos, transferi-lo para
         um dessecador. Pesar em balança analítica.

                  A partir da massa de sulfato de bário, calcular a concentração de
         sulfato na amostra, em gramas, bem como o teor desse.




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 EXERCÍCIOS SOBRE GRAVIMETRIA


 1) Considerando amostras sólidas, faça um breve comentário sobre:
       a) formação da amostra bruta.
       b) quarteamento da amostra bruta.
       c) preparação da amostra a ser analisada.
 2) Faça um comentário, dando exemplos, sobre água em sólidos.
 3) Discutir sobre a formação e contaminação de precipitados, tendo em vista a
       execução de uma análise gravimétrica.
 4) Faça um breve resumo sobre:
       a) Digestão do precipitado
       b) Abertura por fusão alcalina
 5) Explique o que é digestão de um precipitado e quando essa técnica é viável.
 6) O que é o fenômeno conhecido por peptização, quando e como ocorre?
 7) Explicar a importância dos fenômenos de co-precipitação e pós-precipitação
       na formação de precipitados.
 8) Numa análise gravimétrica encontrou-se os seguintes resultados:
       p1 = tara do pesa-filtro = 25,7549 g
       p2 = p1 + amostra = 26,0750 g
       p3 = tara do cadinho = 23,3564 g
       p4 = p3 + AgCl = 23,7552 g
       Calcular o teor de íons Cl - na amostra.
 9) Uma amostra pesando 0,3960 g de cloreto de bário dihidratado foi tratada
       convenientemente e o cloreto precipitado com solução de prata, obtendo-se
       0,3280 g de AgCl. Calcular o teor de cloreto de bário na amostra e a massa de
       água que está associada ao sal da amostra.
 10) Proponha um método gravimétrico para determinação do teor de cloreto em
       uma amostra de cloreto de bário (método e cálculos).
 11) Que volume de uma solução de BaCl 2 ,         que   contém 20 g de BaCl 2 . 2 H 2 O
       por litro. a 64,26% de pureza , se necessita para precipitar o sulfato de uma
       amostra que pesa 0,6250 g em Na 2 SO 4 puro?


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 12) Uma         amostra         de   minério   de       cálcio,         pesando    0,450    g,     foi    tratada
       convenientemente e o cálcio precipitado na forma de oxalato (CaC 2 O 4 ). Após
       a secagem, o resíduo foi pesado acusando 0,6583 g. Qual o teor de óxido de
       cálcio na amostra?
 13) 1,5 g de um minério de cálcio foi dissolvido e a solução obtida consumiram,
       quantitativamente, 200 mL de solução 0,05 M de ácido sulfúrico para a
       precipitação total do cálcio. Pede-se o teor de óxido de cálcio na amostra.
 14) Tem-se 2 soluções contendo íons Fe 3 + . Após a precipitação dos íons Fe 3 + com
       hidróxido           de      amônio,      ambos          os        precipitados       foram         filtrados
       convenientemente. Em seguida, um dos precipitados foi lavado com 200 mL
       de água e o outro em 200 mL de solução de hidróxido de amônio 10 - 3 mol/L.
       Qual a perda ocorrida em cada caso? Justifique o melhor método.
 15) O alumínio pode ser determinado gravimetricamente na forma de óxido de
       alumínio hidratado. A precipitação é feita com solução de hidróxido de
       amônio na presença de cloreto de amônio. O precipitado obtido é gelatinoso
       e, após a lavagem, é convertido em óxido por calcinação e pesado na forma
       de Al 2 O 3 .
       a) Em função das características do precipitado, quais os cuidados que devem
           ser tomados para evitar perdas e contaminação do precipitado obtido?
       b) Porque a precipitação é feita usando-se NH 4 OH em presença de NH 4 Cl?
           Poderia ser empregada solução de hidróxido de sódio?
 16) Uma         amostra         pesando   0,205     g    de    um        minério   de   ferro      foi    tratada
       convenientemente até a obtenção de uma solução límpida em cloreto. Em
       seguida,         foi      adiconado      peróxido            de     hidrogênio       para     oxidar      o
       macroconstituinte, supondo que os outros não interferem no processo. A
       solução obtida foi tratado com hidróxido de amônio até a precipitação total
       do ferro. Após a calcinação obteve-se 0,0850 g do respectivo óxido. Calcular
       o teor de sulfeto de ferro (II) na amostra.
 17) Para a determinação de chumbo em alpaca (na forma de sulfato), pesou-se
       0,452 g da amostra. Após todas as operações analíticas adequadas, obteve-se
       os seguintes resultados: P 1 = 7,4850g e P 2 = 27,6980 g. Calcular o teor de
       óxido de chumbo (II) na amostra.



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 18) Quantos mL de uma solução de K 2 Cr 2 O 7 contendo 26,3 g desse sal por litro
       devem ser necessários para render 0,6033 g de Cr 2 O 3 depois de redução e
       precipitação de crômio?
 19) Quantos gramas de BaCl 2 . 2 H 2 O são necessários adicionar a 0,2721 g de
       Na 2 SO 4 puro para precipitar todo o sulfato presente?
 20) Ao analisar o teor de umidade de uma amostra de solo, partiu-se de 3 g dessa
       amostra, que foi levada a uma temperatura de 110ºC durante uma hora,
       produzindo uma perda de massa na ordem de 0,159g. Qual a % de umidade?
 21) Uma amostra de 0,5231 g fornece um precipitado de AgCl que pesa 0,1156 g.
       Qual é a % de cloreto na amostra?
 22) Em uma análise de um minério o Fe e o Al juntos coprecipitam. Após a
       calcinação formam-se Al 2 O 3 e Fe 2 O 3 , comumente chamamos de R 2 O 3 . Se a
       amostra, pesando 1,512 g, fornece 0,1792 g de calcinado, calcular a % de
       R 2 O 3 na mesma.
 23) Em uma solução de brometo de sódio, o brometo foi precipitado na forma de
       sal de prata. Depois da secagem, efetuou-se a pesagem e a massa obtida foi
       de 0,2510 g. Calcular a massa de brometo de sódio na solução?
 24) O ferro, em uma solução de sulfato de ferro (III), foi precipitado com
       hidróxido de amônio, obtendo-se hidróxido de ferro (III). A seguir, esse
       precipitado foi calcinado, obtendo-se uma massa igual a 0,3288 g de Fe 2 O 3 .
       Escrever as equações das reações envolidas e calcular:
       a) a massa de Fe na solução.
       b) a massa de Fe 2 (SO 4 ) 3 na solução.
 25) Na analise de uma solução de sulfato de alumínio, 50 mL dessa solução foram
       utilizados para a precipitação do íon sulfato na forma de sulfato de bário. A
       massa encontrada desse precipitado foi de 0,2640 g. Calcular quantos gramas
       do reagente precipitante foram necessários.
 26) Um precipitado contendo SiO 2 , Al 2 O 3 e Fe 2 O 3 foi tratado com uma mistura de
       HF e H 2 SO 4 para remover o SiO 2 ; como resultado, o precipitado perdeu
       0,2607 g em massa. Escrever a equação da reação e calcular a quantidade
       original de silício no precipitado.



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                                                                          27
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 27) Calcular a % em massa de Na 2 O em um silicato se na análise de 0,6805 g da
       amostra foi obtido 0,1455 g de acetato de uranila de sódio e zinco de
       composição NaZn(UO 2 ) 3 . (C 2 H 3 O 2 ) 9 . 6 H 2 O.
 28) De uma amostra de sulfato de potássio e alumínio, pesando 0,2690 g, foi
       obtido, por tratamento apropriado, 0,2584 g de BaSO 4 . Calcular a % de
       KAl(SO 4 ) 2 . 12 H 2 O na amostra analisada.
 29) Uma amostra de 0,8552 g de uma liga de cobre é tratada com HNO 3 8 mols/L e
       filtrada. O precipitado é calcinado gerando um resíduo de 0,0632 g de SnO 2 O
       zinco é determinado tomando-se metade do filtrado e precipitando como
       ZnNH 4 PO 4 , cuja calcinação formou 0,2231 g de Zn 2 P 2 O 7 . O cobre foi
       determinado como CuSCN usando-se a outra metade do filtrado, gerando um
       precipitado de 0,5874 g. Calcule a percentagem de estanho, zinco e cobre na
       amostra.
 30) Uma série de amostras das quais se sabe conter entre 20,0 e 48,0% de sulfato
       é analisada gravimetricamente pelo método do sulfato de bário. Responda:
       a) Qual é a massa mínima de amostra que deve ser tomada para assegurar que
           o precipitado de BaSO 4 pese pelo menos 0,3125 g?
       b) Qual será a massa máxima de BaSO 4 que pode ser obtida a partir da massa
           de amostra calculada acima?
 31) Hidrogenocarbonato de sódio é convertido a carbonato de sódio por
       calcinação, de acordo com a seguinte reação:
                  2NaHCO 3 → Na 2 CO 3 + CO 2 - + H 2 O
         A calcinação de 0,4827 g de amostra impura de NaHCO 3 rendeu um resíduo
       pesando 0,3189 g. Supondo que as impurezas da amostra não são voláteis à
       temperatura de calcinação, calcule a percentagem de NaHCO 3 na amostra.
 32) O cloreto do sal NaClOn é convertido, mediante tratamento apropriado, a íon
       cloreto, que é precipitado como AgCl. Se 0,2502 g de amostra gera 0,3969 g
       de AgCl, calcule o valor de n.
 33) Uma amostra de solo contém 2,60% de umidade e 19,88% de Al 2 O 3 na forma
       como ela foi enviada para análise. Qual deve ser a percentagem de Al 2 O 3 :
       a) após secagem da amostra.
       b) após reduzir a umidade a 0,55% por secagem ao ar.

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 34) Uma amostra de calcário pesando 0,8904 g produziu 0,0426 g de R 2 O 3 (Fe 2 O 3
       + Al 2 O 3 ). Por análise volumétrica, foi encontrado que o calcário continha
       1,75% de Fe 2 O 3 . Calcule a percentagem de Al 2 O 3 e Al na amostra.
 35) Uma amostra pesando 0,2025 g, consistindo apenas de BaCl 2 e KCl requer
       20,25 mL de AgNO 3 0,1200 mols/L para a precipitação quantitativa do
       cloreto. Calcule a percentagem de Ba e K na amostra.
 36) Um químico estava determinando cálcio numa amostra de minério pesando
       0,6735 g, e que também contém manganês, quando observou que o CaO
       pesado (0,2432 g) não estava completamente branco. Desconfiado, analisou o
       calcinado (CaO) e encontrou 0,0183 g de manganês. Dado que o manganês
       existe como Mn 3 O 4 em calcinados, calcule a percentagem de cálcio no
       minério.
 37) Uma amostra de sal de Mohr [FeSO 4 .(NH 4 ) 2 SO 4 ] é analisada para checar sua
       validade como padrão primário               para ferro. A calcinação de 1,5000 g de
       amostra rendeu 0,3016 g de Fe 2 O 3 . Calcule: a) a pureza da amostra. b) a
       percentagem de ferro na amostra.
 38) Na determinação gravimétrica de ferro num minério contendo FeS 2 , a massa
       final pesada de Fe 2 O 3 foi de 0,3117 g. Qual é a massa de ferro na amostra
       original expressa como: a)            Fe    b) FeO     c) FeS 2
 39) Uma amostra pesando 0,2970 g e contendo alumínio gerou 0,3227 g de
       hidroxiquinolato de alumínio [Al(C 9 H 6 ON)            3 ].   Calcule a percentagem de
       alumínio na amostra.
 40) Um químico recebeu em seu laboratório um sal de fórmula desconhecida
       Na 2 SxO6. Com o intuito de determinar o enxofre, ele procedeu à sua
       precipitação         como   sulfato    de   bário,   conseguindo    obter   0,3570   g   de
       precipitado a partir de 0,1028 g de sal. Calcule o valor de x.
 41) Uma amostra pesando 0,2000 g e contendo cloretos, iodetos e outros
       materiais inertes, gerou 0,3780 g de precipitado quando tratada com AgNO 3 .
       Quando aquecida sob corrente de cloro, para a conversão de AgI em AgCl, o
       precipitado perdeu 0,0488 g em massa. Calcule a percentagem de Cl e I na
       amostra.



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 42) Na determinação gravimétrica de ferro em 0,6225 g de um minério, foi
       encontrado que o minério contém 12,69% de Fe. Mais tarde, o químico
       descobriu que ele usou um filtro comum ao invés do mais recomendável filtro
       livre de cinzas. Para corrigir o resultado errôneo, ele aqueceu um outro filtro
       comum idêntico, provocando a formação de 0,0029 g de cinzas. Qual é a
       percentagem real de ferro na amostra?
 43) Um estudante determinou cloreto numa amostra mas esqueceu-se de secá-la
       antes. Ele encontrou 20,35% de cloro na amostra, mas o valor correto era
       20,38%. Calcule a percentagem de umidade na amostra.




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7. LIMPEZA DE MATERIAL DE VIDRO

     Todo material de vidro que vai ser utilizado em análise quantitativa deve estar,
rigorosamente, limpo. Para isso, deve-se lavá-lo com água e detergente, enxaguá-
lo várias vezes com água e água destilada (várias porções de 5 a 20 mL). Apenas
pipeta, bureta e balões volumétricos devem ser tratados com solução de potassa-
alcoólica 10% que é obtido dissolvendo-se 100 g de KOH em 50 mL de água e,
após o resfriamento, completando-se para 1 L com álcool etílico comercial. Ao
executar a operação de limpeza, utilizando esse desengordurante, deve-se
proceder, no final da lavagem com água, uma com solução diluída de HCl (1 : 20)
para neutralizar eventuais resíduos alcalinos.

         A secagem de buretas, pipetas e balões deve ser feita por sucção a vácuo e
não em estufa.




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 8. AFERIÇÃO DE MATERIAL VOLUMÉTRICO
       Os aparelhos volumétricos devem ser calibrados ou aferidos antes de serem
 utilizados, a fim de verificar se os volumes neles indicados correspondem aos
 volumes reais ou se necessitam de uma correção nessa graduação.

       A calibração ou aferição é realizada mediante a pesagem da quantidade de
 água nele contida e livrada, a uma dada temperatura.

       O volume real calculado obtido através da multiplicação da massa de água
 obtida pelo fator de conversão tabelado correspondente à temperatura de
 trabalho, conforme a expressão:

                           V = m . f

 onde, m é a massa obtida através da pesagem do material volumétrico utilizado e
 f é o fator de correção, em função da temperatura, conforme indicado na Tabela
 I.


      Tabela I - Valores de correção para aferição de materiais volumétricos
                                                    Volume,mL
              Temperatura, ºC          temperatura, t      corrigido a 20º C
                   10                     1,0013                1,0016
                   11                     1,0014                1,0016
                   12                     1,0015                1,0017
                   13                     1,0016                1,0018
                   14                     1,0018                1,0019
                   15                     1,0019                1,0020
                   16                     1,0021                1,0022
                   17                     1,0022                1,0023
                   18                     1,0024                1,0025
                   19                     1,0026                1,0026
                   20                     1,0028                1,0028
                   21                     1,0030                1,0030
                   22                     1,0033                1,0032
                   23                     1,0035                1,0034
                   24                     1,0037                1,0036
                   25                     1,0040                1,0037
                   26                     1,0043                1,0041
                   27                     1,0045                1,0043
                   28                     1,0048                1,0046
                   29                     1,0051                1,0048
                   30                     1,0054                1,0052

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                                                                           32
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     8.1. Aferição de Balão Volumétrico

           Após       a     lavagem          do     balão   volumétrico,   conforme    procedimento
     anteriormente               descrito,        deve-se   enxaguá-lo     com   alcool,        enxugá-lo
     externamente com papel absorvente, e deixá-lo de boca para baixo, sobre papel
     absorvente apoiado no suporte de funis até estar seco. Sem tocá-lo diretamente
     com as mãos, coloca-se sobre o prato de uma balança de precisão e anota-se a
     massa. Após essa operação, enche-se com água destilada, até o menisco, e
     mede-se a nova massa. Anota-se a temperatura da água e calcula-se o volume
     do balão. Esta operação deve ser repetida até obter valores próximos.



     8.2. Aferição da Pipeta

            Enche-se a pipeta, previamente limpa, com água destilada e acima da sua
     provável graduação. Limpa-se a parte externa da extremidade livre com papel
     absorvente e esvazia-se a água, controlando a vazão com o dedo indicador, até
     acertar o menisco. Verte-se a quantidade de água remanescente em um
     Erlenmeyer, previamente limpo e pesado em balança analítica.

            O escoamento da pipeta no Erlenmeyer deve ser, efetuado controlando-se
     a vazão com o dedo, estando a ponta da pipeta encostada na parede do
     recipiente (tempo de escoamento mínimo: 30 segundos). Após o escoamento,
     afasta-se a extremidade da pipeta da parede do recipiente com cuidado. A
     quantidade de líquido restante na ponta da mesma não deve ser soprada para o
     interior do recipiente. A seguir, mede-se a massa do conjunto Erlenmeyer +
     água. Repete-se a aferição descrita até obter-se volumes concordantes. A
     seguir, calcula-se o volume da pipeta. Repetir o procedimento até obter
     resultados próximos.




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     8.3. Aferição da Bureta de 10 mL
            Enche-se, a mesma, até um pouco acima do traço correspondente ao zero,
     verificando se há bolhas de ar em sua parte interior, as quais deverão ser
     eliminadas,          escoando-se,    rapidamente,   parte     do   líquido    nela    contida.
     Completa-se, novamente, a bureta até um pouco acima do traço correspondente
     ao zero, acerta-se, então o zero. Enxuga-se a extremidade externa da ponta da
     bureta com papel absorvente, não permitindo que o papel absorva água de seu
     interior.      Deixa-se     escoar   lentamente,    com     exatidão,   1,0   mL     de   água,
     recolhendo-a em um Erlenmeyer previamente pesado em balança analítica.
     Mede-se a massa de água. No mesmo Erlenmeyer, escoam-se mais 1,0 mL da
     bureta (de 1,0 a 2,0 mL), e novamente, pesa-se o conjunto. Repetir essas
     operações, sucessivamente, de 1,0 em 1,0 mL, até esgotarem-se os 10 mL
     daquele aparelho. A aferição deve ser repetida para comparação dos volumes,
     relativos a cada intervalo realizado.




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 9 - TITRIMETRIA DE PRECIPITAÇÃO


       9.1. Método de Mohr
              O método de Mohr é um método argentimétrico, com formação de um
       sólido colorido, aplicável à determinação de cloretos e brometos. A solução
       neutra é titulada com nitrato de prata e em presença de cromato de potássio
       que atua como indicador. No ponto final, o íon prata combina-se com o
       cromato formando um segundo precipitado com coloração distinta, o cromato
       de prata que é vermelho. O método Mohr não pode ser usado na determinação
       de iodetos em virtude do iodeto de prata ser, também, corado.

              O uso do cromato de potássio baseia-se no princípio da precipitação
       fracionada. Quando se adiciona um íon a uma solução contendo dois outros
       grupos capazes de formar sais pouco solúveis com o primeiro, o sal que
       começa a precipitar é aquele cujo produto de solubilidade é sobrepassado em
       primeiro lugar. Se o precipitado formado pelo segundo íon é corado, então
       pode servir de indicador para a reação de precipitação do primeiro, desde que
       se possam ajustar as condições, tal que o composto corado somente comece a
       se formar depois que o outro tenha sido precipitado completamente.

              Na determinação de cloreto, no momento em que tem início a formação
       de cromato de prata, têm-se na solução os seguintes equilíbrios:



                Ag +      +      Cl -             AgCl
                2Ag + +          CrO 4 2 -          Ag 2 CrO 4


                KpsAgCl = [Ag + ] [Cl - ] = 1,56 . 10 - 1 0 mol 2 . L - 2
                KpsAg 2 CrO 4 = [Ag + ] 2 [CrO 4 2 - ] = 1,7 . 10 - 1 2 mol 3 . L - 3


                No ponto estequiométrico:
                [Cl - ] = [Ag + ] =          Kps AgCl = 1,1 . 10 - 5




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                                                                                        36
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              Para que o cromato de prata precipite exatamente nesse ponto, a
       concentração do íon cromato na solução deve ser a seguinte:
                                 1,7 ⋅ 10 −12 1,7 ⋅ 10 −12
                [CrO 4 2 - ] =         2+ 2
                                             =          −10
                                                            = 1,4 ⋅ 10 −2 mol / L
                                  [ Ag ]       1,2 ⋅ 10
              Portanto, a concentração de cromato de potássio na solução deveria ser
       igual a 0,014 mol/L. Entretanto, na prática, usam-se concentrações mais
       fracas, entre 0,002 a 0,004 mol/L, porque as soluções de cromato de potássio
       0,01 a 0,02 mol/L são intensamente amarelas e dificultaram a percepção do
       ponto final.
            É recomendável efetuar uma prova em branco para subtrair o volume
       gasto nessa prova de nitrato de prata gasto na titulação com a amostra.
            Outro fator a considerar, no uso do cromato de potássio como indicador, é
       o pH da solução. A segunda constante de ionização do ácido crômico é muito
       pequena, portanto, em meio ácido, o íon cromato combina-se com o íon
       hidrogênio:
            CrO 4 2 - + H +                      HCrO 4 -

              Quando o pH da solução é inferior a 6,5 a concentração de íon cromato é
       de tal ordem que o produto de solubilidade do cromato de prata já não é mais
       atingido, e, conseqüentemente, o indicador não funciona. Por outro lado, o
       pH da solução não deve ser superior a 10,5 porque precipitaria o hidróxido de
       prata.

              Um método simples para neutralizar uma solução ácida é adicionar
       carbonato de cálcio em ligeiro excesso.



 Aplicações do Método de Mohr:



              9.1.1. Padronização de uma solução de AgNO 3
                        O padrão primário utilizado para padronizar a solução de AgNO 3 é
              o cloreto de sódio anidro.




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                                                                                    37
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                         Pesar sobre papel manteiga aproximadamente 0,03g de NaCl
              anidro e transferir para um erlenmeyer de 125 mL de capacidade.

                        Adicionar aproxomadamente 20 mL de água destilada e agitar para
              dissolver todo o reagente.



                        Na solução padrão de NaCl adicionar 10 gotas da solução de
              K 2 CrO 4 a 5 % ( 1 ) .

                        Titular lentamente com a solução de AgNO 3 até o aparecimento da
              coloração pardo-avermelhada de Ag 2 CrO 4 ( 2 ) , porém, persistente. Anotar
              o volume gasto nesta titulação. Repetir o procedimento com uma nova
              solução do padrão primário.

                        Calcular a concentração em mol/L da solução de AgNO 3 . A
              diferença entre as duas concentrações não deve ser maior que 3:1000, ou
              seja 0,3 %.


       9.2. Método de Fajans - Indicador de Adsorção
              Os indicadores de adsorção foram introduzidos por Fajans. São corantes
       orgânicos, ácidos ou bases fracos (ânionicos ou catiônicos, respectivamente),
       que acusam o ponto final através de uma mudança de coloração sobre o
       precipitado. A mudança de coloração se deve à adsorção ou à dessorção do
       corante como conseqüência de uma modificação da dupla camada elétrica em
       torno das partículas do precipitado na passagem do ponto estequiométrico.
       Assim, o aparecimento ou o desaparecimento de uma coloração sobre o
       precipitado servem para sinalizar o ponto final da titulação.

              Um exemplo de indicador de adsorção do tipo aniônico é a fluoresceína,
     que pode ser empregada para acusar o ponto final na titulação de cloreto com
     nitrato       de     prata.   Em   solução   aquosa,   aquele   composto   se   dissocia
     parcialmente, fornecendo íons hidrogênio e fluoresceínato; a solução aquosa é
     verde-amarelada. A Ilustração 1 representa a dupla camada elétrica em torno
     de uma partícula de cloreto de prata em presença de excesso de íons Cl - (a) e
     em presença de íons Ag + (b). No primeiro caso, a partícula adsorve, primeira e

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     primariamente, íons Cl - , íons Cl - (reticulares) e, secundariamente, uma
     quantidade equivalente de cátions. No segundo caso, a partícula adsorve,
     primariamente, íons Ag + (reticulares) e secundariamente, uma quantidade
     equivalente de ânions.




     Ilustração 1 - Representação da dupla camada elétrica em torno da partícula de
                           AgCl.



            Consideremos a titulação de uma solução de cloreto com nitrato de prata
     em      presença        de   fluoresceína.   Até   o    ponto   estequiométrico,      o   ânion
     fluoresceinato não é apreciavelmente adsorvido pelo precipitado; e aquele
     ânion é repelido pelas partículas de AgCl negativamente carregadas com a
     adsorção de íons Cl - .

            A solução apresenta, então, coloração verde-amarelada. Sobrepassado,
     todavia,        o    ponto     estequiométrico,    as   partículas   de   AgCl        tornam-se
     positivamente carregadas com a adsorção de íons Ag + ; nestas condições, os
     ânions do corante são adsorvidos secundariamente.

                                   AgCl : Ag + : In -

            O ponto final é acusado pela mudança de coloração sobre o precipitado,
     que passa de branco a vermelho, em virtude da deposição de fluoresceínato de
     prata na superfície do precipitado. Trata-se realmente de um processo de
     adsorção, pois o produto de solubilidade de fluoresceínato de prata não chega
     a ser ultrapassado. O processo é reversível e, como tal, o corante retorna à
     solução com adição de excesso de cloreto.

            Com os indicadores catiônicos, a adsorção do corante e a coloração do
     precipitado ocorrem na presença de um excesso de ânion do precipitado, isto é,
     quando as partículas se tornam negativamente carregadas.

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                                                                                      39
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            As condições essenciais para o bom funcionamento dos indicadores de
   adsorção são as seguintes:

            a)     o    precipitado   deve   separar-se   com   uma   superfície    específica
            relativamente grande, pois o funcionamento dos indicadores de adsorção
            envolve fenômenos de superfície. Geralmente, a melhor mudança de
            coloração é obtida quando uma quantidade considerável do precipitado
            ainda permanece em estado coloidal no ponto estequiométrico. Grandes
            concentrações de sais neutros, principalmente de íons polivalentes, são
            prejudiciais devido ao efeito floculante. As vezes é recomendável a
            adição de colóides protetores como a dextrina, amido, e outros.
            b) O corante deve ser firmemente fixado pelo íon primariamente
            adsorvido pelo precipitado. Na maioria das titulações, o ponto final é
            assinado pela passagem do corante da solução para a superfície do
            precipitado. Então, na titulação de um ânion com um cátion precipitante,
            o indicador deve ser do tipo aniônico; por sua vez, na titulação de um
            cátion com um ânion precipitante, o indicador deve ser do tipo catiônico.
            Com indicadores catiônicos no primeiro caso, e aniônicos, no segundo, o
            ponto final é observado pela dessorção do corante. Há casos raros em que
            o corante se mantém adsorvido durante toda a titulação, mas sofre uma
            mudança de coloração na passagem do ponto estequiométrico.
            c) A nitidez do ponto final e a localização deste com relação ao ponto
            estequiométrico somente são satisfatórias em condições favoráveis das
            adsorbabilidades relativas dos íons presentes. A adsorbabilidade de íons
            análogos aumenta com a diminuição da solubilidade de seus compostos
            com o íon de carga oposta do adsorvente. Assim, a adsorbabilidade dos
            íons haletos de prata aumenta na ordem Cl - < Br - < I - ; por sua vez, para a
            fluoresceína e derivados a ordem é: fluoresceína < eosina < eritrosina. A
            possbilidade de se usar fluoresceína, bem como os dois mencionados
            derivados, na titulação de haletos com nitrato de prata, depende das
            adsorbabilidades relativas do íon haleto e do ânion do corante sobre o
            haleto de prata. A eritrosina é tão fortemente adsorvida que mesmo o íon
            iodeto não pode competir com o corante; o ânion do corante é adsorvido
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                                                                                   40
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            antes do ponto estequiométrico. Conseqüentemente, a eritrosina não se
            presta para a titulação de qualquer dos três haletos com nitrato de prata.
            A eosina é ainda bastante fortemente adsorvida; não pode atuar como
            indicador na titulação de cloreto, mas é utilizável na titulação de brometo
            e iodeto. A fluoresceína é adequada para a titulação dos três haletos.
            d) o pH da solução deve ser ajustado, a fim de que possa ocorrer uma
            apreciável ionização do corante. A faixa de pH dentro da qual um corante
            é capaz de atuar como indicador de adsorção depende largamente da sua
            constante de ionização. Assim, a fluoresceína, que é um ácido muito fraco
            (pKa = 8), em pH 7 tem sua ionização reprimida, tanto que a concentração
            do respectivo ânion se torna insuficiente para acusar mudança de
            coloração satisfatória. A diclorofluoresceína, que é um ácido mais forte, é
            capaz de atuar em meio fracamente ácido (pH 4). A eosina, ácido mais
            forte, é usada em soluções ácidas com pH até 2.


              Aplicações do Método de Fajans:

              9.2.1. Determinação de íons Cloreto em água do mar utilizando o
              Método de Fajans
                      Pipetar 5 mL de uma amostra de água do mar, onde inicialmente
              uma alíquota de 50 mL foi diluída para um balão volumétrico de 250
              mL,      para      um   erlenmeyer   de   100   mL   de   capacidade,    adicionar
              aproximadamente 20 mL de água destilada, 1 mL da suspensão de
              dextrina e 4 gotas de fluoresceína. Titular sob agitação com nitrato de
              prata, previamente padronizado, até viragem do indicador. Repetir este
              procedimento por duas vezes.

                      Calcular a quantidade de cloreto em g/kg. A seguir é apresentado a
              quantidade em g/kg de alguns íons presentes em água do mar com
              salinidade de 35%:

              sódio 10,77; magnésio 1,29; cálcio 0,412; potássio 0,399; estrôncio
              0,0079; cloreto 19,354; sulfato 2,712, brometo 0,067 e fluoreto 0,0013.




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       9.3. Método de Volhard

              No método de Volhard, com formação de um complexo solúvel, a
       solução nítrica contendo o íon prata é titulada com tiocianato de potássio, em
       presença de íon ferro (III), que é adicionado em forma de solução saturada de
       sulfato de amônio e ferro (III) em ácido nítrico 20%.
              Consideremos a forma mais simples de aplicação do método de Volhard,
       que é a determinação de prata por meio de titulação da solução nítrica com
       tiocianato. A prata precipita como tiocianato de prata muito pouco solúvel:
              Ag + + SCN -              AgSCN
              Um leve excesso de tiocianato é identificado pela formação de um
       complexo solúvel de ferro, [FeSCN] 2 + , intensamente corado de vermelho.
       Trata-se de uma reação extremamente sensível. Assim, uma ou duas gotas da
       solução saturada de sulfato de amônio e ferro (III), adicionadas a 100 mL de
       ácido nítrico 0,2 a 0,5 mol/L dão uma coloração alaranjada fraca com 0,01
       mL de tiocianato 0,1 mol/L; uma quantidade um pouco maior da solução de
       tiocianato muda a coloração para vermelho - alaranjado. O erro do indicador
       é praticamente nulo.
              Deve-se, entretanto, observar que a mudança de coloração do indicador
       aparece cerca de 1% antes do ponto estequiométrico. É que o tiocianato de
       prata absorve íons prata , que são removidos da solução. Por isso, depois de
       observada a primeira mudança de coloração, a titulação deve prosseguir sob
       vigorosa agitação até que a coloração alaranjada não mais desapareça. Desta
       maneira, toda a prata é precipitada e os resultados apresentam elevada
       exatidão.
              As mais importantes aplicações do método de Volhard são as que se
       relacionam com a determinação de cloretos, brometos e iodetos em meio
       ácido. A solução nítrica contendo o halogeneto é tratada com nitrato de prata
       em excesso e esse excesso titulado com solução de tiocianato.
              Considere o caso da determinação de cloreto. O cloreto começa a
       precipitar com excesso de prata:
              Ag +      +        Cl -    AgCl


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              O excesso de prata é, então, titulado com a solução de tiocianato:
                 Ag +      +     SCN -      AgSCN
              Entretanto, o tiocianato de prata é menos solúvel do que o cloreto de
       prata, assim, é preciso evitar que, uma vez completada a titulação do excesso
       de prata, um excesso de tiocianato reaja com o cloreto de prata precipitado.
              AgCl        +      SCN -    Cl -   +   AgSCN
              Se o excesso de prata fosse titulado simplesmente em presença do
       precipitado de cloreto de prata, a titulação estaria sujeita a um erro
       considerável, pois, após a precipitação de toda a prata, o excesso de
       tiocianato reagiria com o cloreto de prata.
              Por essa razão utiliza-se alguns artifícios para contornar a dificuldade
       apontada.
              Um dos artifícios consiste em efetuar a filtração do cloreto de prata
       precipitado antes de realizar a titulação com a solução de tiocianato. Outro
       artifício é o de cobrir a suspensão aquosa com uma camada de éter, tolueno,
       ligroina ou outro solvente orgânico não miscível em água e que não apresente
       toxicidade. O cloreto de prata aglomera-se na superfície de separação das
       duas fases, livrando-se da ação dissolvente do tiocianato. Finalmente, a outra
       alternativa é a adição de pequena quantidade de nitrobenzeno na suspensão de
       AgCl. O nitrobenzeno é insolúvel em água e forma uma película sobre as
       partículas, impedindo-as de reagirem com o SCN - ; este procedimento
       assegura um ponto final nítido e permanente.


       Aplicações do Método de Volhard:

              9.3.1        Determinação de Brometo - Método de Volhard
              Pipetar 5 mL da amostra contendo brometo para um erlenmeyer de 125
       mL. Adicionar aproximadamente 10 mL de água destilada,5mL de nitrato de
       prata 0,1 mol/L, 1,5 mL de HNO 3 6 mol/L e 8 gotas de alumen de ferro III.
              Titular com tiocianato de potássio 0,05 mol/L até o aparecimento de
       fraca coloração vermelho marron.

              Calcular a concentração de brometo de potássio em g/L.




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EXERCÍCIOS SOBRE PRECIPITAÇÃO
1) Calcular as concentrações, em g/L, dos íos prata e cromato numa solução
     saturada de cromato de prata.
2) Calcular o produto de solubilidade da espécie química A 3 B, sabendo-se que sua
     solubilidade é de 0,0002 g / 500 mL e que sua massa molar é 85 g/mol.
3) Calcular o intervalo da concentração em C 2 - para que haja uma separação
     quantitativa dos íons A 2 + e B 2 + contidos em 500 mL, cuja concentração é de
     10 - 2 mol/L para ambos os íons. Dados os produtos de solubilidade 2,0 . 10 - 1 5
     (mol/L) 2       e    3,0    x   10 - 1 0   mol 2   .   L-2   dos   precipitados   de   AC   e   BC,
     respectivamente.
4) Qual o produto de solubilidade do sulfato de prata se sua solubilidade é 2,6.10 - 2
     mol/L?
5) O produto de solubilidade do PbSO 4 é 1,5 . 10 - 3 2 mol 2 . L - 2 . Calcular as
     concentrações em mol/L dos íons Pb 2 + e SO 4 2 - em uma solução saturada.
6) Verificar se ocorre precipitação numa solução                        que   apresenta     pA = 5,5, pB
     = 4 e pC = 6, conhecendo-se os seguintes K p s :
     KpsA 2 C = 3,0 . 10 - 1 2 mol 3 . L - 3
     KpsB 2 C 3 = 4,0 . 10 - 3 2 mol 2 . L - 2
7) Calcular quantos gramas de AB 2 estão dissolvidos em 500 mL de solução,
     sabendo-se que a massa molar dessa espécie química é 82 g/mol e que seu
     pK p s = 9,50.
8) Calcular o pAg e pCl quando misturamos 25 mL de solução 0,10 mol/L em
     cloreto e 12,0 mL de solução 0,20 mol/L em prata.
9) Prove que o método de Mohr pode ser utilizado na determinação de cloretos.
10) Para saturar 200 mL de água necessita-se de 0,71 mg de cromato de bário.
     Calcular o K p s de espécie química.
11) Quantos mL de solução de oxalato de sódio 0,12 mol/L são necessários para
     precipitar 37,0 mg de íons Ca 2 + ?
12) Faça um breve comentário sobre o método de Volhard.
13) Qual o comportamento do íon fluoresceínato em soluções com excesso de:
     a) íons cloreto
     b) íons prata



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14) Um litro de uma solução de ácido perclórico 0,003 mol/L contendo 2,0 . 10 - 4
     mol de Mn 2 + e 2,0 . 10 - 4 de Cu 2 + foi saturado com H 2 S. Determine se algum ou
     ambos os íons precipitam com o sulfeto. Escreva os equilíbrios envolvidos.
15) Com relação às reações de precipitação, responda:
     a) sobre os possíveis métodos utilizados na determinação do ponto final, com
     breve resumo sobre cada um deles.
     b) explique, detalhadamente, sobre o mecanismo da fluoresceína na titulação
     de uma solução contendo Cl - com AgNO 3 .
     c) quando o método de Volhard é aplicado na determinação de iodetos e
     brometos, porque não é necessário separar o haleto de prata da solução, tal
     como ocorre com a análise de cloretos? Como se dá esta separação (AgCl) na
     prática?
     d) 25 mL de uma solução de NaCl 0,1 mol/L são titulados com AgNO 3 0,1
     mol/L. Como indicador do ponto final é escolhido o cromato de potássio a 5%
     (m/v). Qual é o volume da solução de indicador necessário para que, na
     solução titulada, o cromato de prata comece a precipitar após o ponto de
     equivalência.
16) As       solubilidades       dos   oxalatos   de   magnésio   e   cálcio   não   diferem
     apreciavelmente (Ks CaC 2 O 4 = 10 - 9 mol 2 . L 2 - e KsMgC 2 O 4 = 10 - 6 mol 2 .
     L - 2 ). Considerando uma solução contendo a mistura dos cátions Ca 2 + e Mg 2 +
     10 - 2 mol/L cada, adicionou-se solução de oxalato 10 - 3 mol/L, conseguindo-se
     precipitar somente o cálcio. Justificar os fatos envolvidos.
17) Descrever os fundamentos dos métodos usuais de determinação do ponto final
     das titulações argentométricas.
18) 20 mg de Ag + e 20 mg de Pb 2 + foram dissolvidos em água e seu volume
     completado para 500 mL. Em seguida, com agitação constante e lentamente,
     foi adicionada solução 0,09 mol/L em CrO 4 2 - . Pede-se:
     a) qual o sal que precipitou primeiro?
     b) qual o intervalo da concentração do íon precipitante para que haja uma
     separação quantitativa.
     c) elabore o gráfico correspondente.
19) 500 mL de solução 0,10 mol/L em Ba 2 + foram adicionados de 500 mL de
     solução 0,10 mol/L em Ca 2 + . À essa mistura juntou-se, lentamente, solução 10 -

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         mol/L em sulfato. Sabendo-se que o K p s CaSO 4 = 10 - 1 0 mol/L pede-se o
     intervalo dos valores de concentrações de sulfato para que haja uma separação
     quantitativa desses cátions.
20) Quantos mg de Ba 2 + se acham dissolvidos em 250 mL de solução saturada em
     cromato de bário? Qual seria a solubilidade em mol/L desse sal em uma
     solução 0,001 mol/L em cromato?
21) Qual o pAg e o pI em uma solução obtida pela mistura de 30 mL de solução de
     NaI 0,10 mol/L e 20 mL de solução de AgNO 3 0,15 mol/L?
22) 100 mL de solução 0,01 mol/L em Pb 2 + foram adicionados a 100 mL de solução
     0,01 mol/L em Mn 2 + . Em seguida, juntou-se lentamente solução de S 2 - .
     Calcular o intervalo de concentração de sulfeto para que haja separação
     quantitativa.
23) Uma amostra de NaBr comercial pesando 0,452 g foi dissolvidoa em água e o
     volume da solução elevado a 200 mL. Uma alíquota de 20 mL foi titulada com
     solução de AgNO 3 0,1 mol/L, em presença de K 2 CrO 4 , consumindo 5,25 mL do
     titulante. O volume gasto na prova em branco foi de 1,10 mL. Calcular o teor
     da NaBr e de Br - na amostra.
24) Uma amostra de NaCl pesando 0,25 g foi dissolvida em água e o volume da
     solução elevado a 250 mL. Uma alíquota de 25 mL de solução foi adicionada
     de 5 mL de AgNO 3 0,1 mol/L e o precipitado formado foi protegido com
     nitrobenzeno. Em seguida, a mistura foi titulada com solução de KSCN 0,01
     mol/L em presença de Fe 3 + e de ácido nítrico, consumindo-se 1,6 mL. Calcular
     o teor do sal na amostra.
25) Construa a curva de titulação de precipitação, considerando-se pAg e pI em
     função do volume do titulante, para o seguinte sistema: 25 mL de solução de
     iodeto de sódio 0,120 mol/L contra solução 0,150 mol/L em nitrato de prata (2
     leituras antes e 2 leituras depois do P.E.). Qual o método utilizado? Justifique.
26) Uma amostra de cloreto é analisada pelo método de Volhard. A 0,50 g dessa
     amostra juntou-se 50,00 mL de solução de AgNO 3 que tem como equivalência
     0,005821 g. O excesso de nitrato de prata é titulado por retrocesso
     consumindo-se 14,95 mL de KSCN. Sabe-se que 32,10 mL de AgNO 3
     equivalem a 33,20 mL de KSCN. Calcular a % de cloreto na amostra.



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27) Verificar qual dos íons precipitou primeiro em uma solução 5 . 10 - 5 mol/L em
     cromato e 3 . 10 - 7 mol/L em cloreto à qual foi adicionada suficiente solução de
     íons prata.
28) Verificar se o Fe 3 + e o Mg 2 + precipitam numa solução cujo pH é 5,7 e sabendo-
     se que a mesma era 5 . 10 - 5 mol/L em Fe 3 + e 7 . 10 - 7 mol/L em Mg 2 + .
29) Calcular a solubilidade do CaC 2 O 4 em água e em solução de oxalato de amônio
     0,05 mol/L.
30) Determinar a concentração de íons OH - necessária para formar o precipitado de
     Fe(OH) 3 a partir de uma solução 0,1 mol/L em Fe 3 + .
31) A um litro de solução contendo 20 mg de íons prata e 20 mg de íons chumbo
     foi adicionada, lentamente, solução de cromato de potássio 0,09 mol/L. Prove
     qual dos íons precipitou primeiro.
32) Calcular o produto de solubilidade de cada espécie química abaixo, sabendo-se
     que as soluções são:
     a) 3,17 . 10 - 2 g/L em carbonato de prata
     b) 6,93 . 10 - 2 g/L em carbonato de cálcio
     c) 3,17 . 10 - 3 g/L em fosfato de prata
33) Calcular a solubilidade de Mg(OH) 2 em água e em solução de nitrato de
     magnésio 0,02 mol/L.
34) Quantos gramas de BaCrO 4 se acham dissolvidos em 200 mL de solução
     saturada desse sal?
35) Verificar se houve precipitação do cromato numa solução cujo              pAg = 5, pCl
     = 7 e pCrO 4 = 8.
36) A que pH deverá ser precipitado o Mg 2 + em solução 5 . 10 - 2 mol/L de cloreto
     de magnésio?
37) Quantos gramas de chumbo podem ficar dissolvidos em 200 mL de uma
     solução cuja concentração em fosfato é 0,05 mol/L?
38) Verifique, através de cálculos, se ocorre precipitação do sulfato de estrôncio
     quando são misturados volumes iguais das soluções de cloreto de estrôncio e
     sulfato de potássio, ambas com concentrações iguais a 0,001 mol/L.
39) Se tivermos em solução íons de Cd 2 + , Hg 2 + e Ag + , todos com a mesma
     concentração igual a 0,01 mol/L, e nela formos adicionando, lentamente,



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     solução de S 2 - , qual a espécie química que irá precipitar primeiro? Qual a
     ordem de precipitação? Prove por meio de cálculos.
40) Uma solução contendo Fe 3 + e Mg 2 + apresenta pH 5,3. Sabe-se que a solução é
     0,1 mol/L para ambos os cátions. Verificar qual espécie química precipitou.
41) Quantos gramas de Fe 3 + podem permanecer dissolvidos em 500 mL de uma
     solução cuja concentração de H + é de 2,0 . 10 - 9 mol/L?
42) A que pH deverá ser precipitado o Fe 3 + numa solução obtida pela dissolução de
     5 g de Fe em Hcl suficiente e seguido de diluição para 500 mL?
43) Provar que o pH de uma solução saturada de Fe(OH) 3 pode ser Calculado a
     partir da seguinte expressão:
                           3 pH = pFe + 3 pK w - pK p s




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  • 1. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE LABORATÓRIO DE QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA Ivanise Gaubeur Márcia Guekezian Nelson C. F. Bonetto SÃO PAULO 2004
  • 2. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE SUMÁRIO 1. Introdução............................................................................................ 04 2. Relatório de análises realizadas............................................................... 05 3. Regras de segurança.............................................................................. 08 4. Tratamento dos dados analíticos.............................................................. 11 5. Balança Analítica................................................................................... 12 Exercícios de revisão sobre cálculos de tipos de concentração 13 ................... 6. Gravimetria........................................................................................... 16 6.1. Preparação da Amostra.................................................................... 16 6.2. Preparação da Solução - Ataque da Amostra...................................... 16 6.3. Precipitação e Digestão................................................................... 17 6.3.1. Solubilidade do precipitado..................................................... 17 6.3.2. Características físicas do precipitado........................................ 18 6.3.3. Pureza do precipitado............................................................. 19 6.3.4. Digestão do precipitado.......................................................... 20 6.4. Filtração........................................................................................ 21 6.4.1. Filtração por sucção............................................................... 21 6.5. Lavagem do Precipitado................................................................... 22 6.6. Calcinação ou Secagem.................................................................... 22 6.7. Aplicações..................................................................................... 22 6.7.1. Determinação de Sulfato......................................................... 22 Exercícios sobre Gravimetria.................................................... 24 7. Limpeza do Material de Vidro................................................................. 30 8. Aferição de Material Volumétrico............................................................ 31 8.1 Aferição de Balão Volumétrico.......................................................... 32 8.2 Aferição da Pipeta........................................................................... 32 8.3 Aferição da Bureta de 10 ml.............................................................. 33 9. Titrimetria de Precipitação..................................................................... 34 9.1. Método de Mohr............................................................................. 34 9.1.1. Padronização da solução de AgNO 3 ......................................... 35 9.2. Método de Fajans – Indicador de Adsorção........................................ 36 9.2.1. Determinação de íons cloreto em água do mar utilizando o Método de Fajans.................................................................... 39 Química Analítica Quantitativa 1
  • 3. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 9.3. Método de Volhard......................................................................... 40 9.3.1. Determinação de brometo – Método de Volhard......................... 41 Exercícios sobre Precipitação.................................................. 42 10. Titrimetria de Neutralização.................................................................. 47 10.1. Indicadores de pH....................................................................... 48 10.2. Indicadores Mistos...................................................................... 50 10.3. Indicador Universal..................................................................... 52 10.4. Preparação da solução de NaOH 0,1 mol/L..................................... 54 10.4.1. Padronização da solução de NaOH...................................... 54 10.4.2. Determinação da acidez total em vinagre 55 comercial............... 10.4.3. Determinação de H 3 PO 4 em ácido fosfórico 55 comercial........... 10.5. Preparação da solução de ácido Clorídrico 0,1 56 mol/L....................... 10.5.1. Padronização da solução de HCl......................................... 57 10.5.2. Determinação de amônia em tintura de cabelo...................... 57 Exercícios sobre titrimetria de 58 neutralização................................... 11. Titrimetria de complexação................................................................... 66 11.1. Introdução................................................................................. 66 11.2. EDTA........................................................................................ 68 11.3. Indicadores metalocrômicos.......................................................... 70 11.4. Aplicações................................................................................. 70 11.4.1. Preaparação da solução de EDTA 0,01 mol/L....................... 71 11.4.2. Padronização da solução de EDTA..................................... 72 11.4.3. Determinação da dureza total em águas............................... 73 11.4.4. Determinação do teor de cálcio em secantes 75 industriais......... 11.4.5. Solução padrão de cloreto de zinco 0,01 M.......................... 76 11.4.6. Determinação do teor de magnésio...................................... 76 11.4.7. Determinação simultânea de bismuto e chumbo em 77 solução.... 11.4.8. Determinação de cálcio em leite......................................... 77 11.4.9. Determinação de níquel – titulação de 78 retorno...................... 11.4.10. Determinação de Ferro (III)............................................. 80 Exercícios sobre complexometria................................................... 81 Química Analítica Quantitativa 2
  • 4. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 12. Titrimetria de Óxido-Redução............................................................... 82 12.1. Ajuste de equações de Óxi-Redução pelo método Íon 82 Elétron........... 12.2. Método Íon Elétron..................................................................... 82 12.3. Titulações com KMnO4................................................................ 84 12.3.1. Preparação da solução de KMnO 4 0,02 84 mol/L....................... 12.3.2. Preparação da solução do padrão primário 0,05 85 mol/L............ 12.3.3. Padronização da solução de KMnO 4 .................................... 85 12.4. Titulações com K 2 Cr 2 O 7 ............................................................... 86 12.5. Iodometria................................................................................. 87 12.5.1. Preparação de solução de tiossulfato de sódio 0,10 M............ 87 12.5.2. Padronização da solução de Na 2 S 2 O 3 0,1 M.......................... 87 12.6. Aplicações................................................................................. 88 12.6.1. Determinação de nitrito em nitrito 88 comercial.......................... 12.6.2. Determinação de peróxido de hidrogênio............................... 89 12.6.3. Preparação de solução de dicromato de potássio 0,01 mol/L.... 90 12.6.4. Determinação de Ferro(II) em solução.................................. 90 12.6.5. Determinação de íons cobre (II)........................................... 91 Exercícios Sobre óxido-redução...................................................... 92 13. Colorimetria........................................................................................ 95 13.1. Determinação de ferro em água..................................................... 96 14. Análise de óleos e gorduras................................................................... 100 14.1. Índice de iodo – método de Hubl.................................................... 100 14.2. Índice de saponificação................................................................. 101 14.3. Índice de acidez........................................................................... 102 14.4. Análise de solução de hipocloríto de sódio...................................... 102 14.5. Determinação de cloro ativo.......................................................... 104 14.6. Determinalão da alcalinidade 104 livre.................................................. 15. Potenciometria.................................................................................... 106 15.1.Titulação potenciometria de uma solução de ferro(II) com permanganato de potássio............................................................... 106 15.2. Titulação potenciomatria de uma solução de vinagre comercial (acido acético) com hidróxido de Química Analítica Quantitativa 3
  • 5. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE sódio...................................................... 107 Bibliografia Básica e 109 Complementar............................................................. Apêndice I................................................................................................ 110 Apêndice II ............................................................................................. 113 Química Analítica Quantitativa 4
  • 6. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 1. INTRODUÇÃO O curso de Química Analítica Quantitativa Experimental será realizado por meio de aulas teóricas, trabalhos práticos em laboratório, seminários e colóquios, visando à aprendizagem e familiarização do estudante com as técnicas básicas da análise quantitativa e a compreensão dos fundamentos teóricos em que as mesmas se baseiam. O trabalho em laboratório será realizado individualmente ou em grupo de dois estudantes e envolverá a determinação da concentração ou quantidade de matéria desconhecida em espécies, utilizando métodos básicos e rotineiros. Os resultados serão avaliados dentro dos limites de erro pertinentes aos diferentes métodos empregados. Este curso apresenta, portanto, características acentuadamente experimentais que exigirão do estudante dedicação, interesse, cuidado, atenção e, especialmente, uma atividade no laboratório cuidadosamente planejada. Aconselha-se o estudante planejar previamente o procedimento da aula de laboratório antes de iniciar sua execução, a fim de facilitar o aprendizado e utilizar adequadamente o tempo destinado às aulas práticas. É importante dispor de um caderno de anotações de laboratório. Todos os dados, observações, cálculos, e questionamentos devem nele ser anotados direta e organizadamente. Esse procedimento facilitará a elaboração dos relatórios. Cada grupo de estudantes, em cada experiência, trabalhará com um conjunto de materiais necessário para a realização das análises. Esses materiais deverão ser entregues ao término de cada aula em devidas condições de limpeza e ordem. Qualquer acidente que, porventura, venha ocorrer deverá ser comunicado diretamente ao professor. No início de cada aula prática serão fornecidas orientações, ou até mesmo alterações de texto, a fim de propiciar melhor compreensão do assunto no contexto da Disciplina. Química Analítica Quantitativa 5
  • 7. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 2. RELATÓRIOS DE ANÁLISES REALIZADAS O trabalho científico realizado por uma pessoa pode ser de grande valia para outras, desde que transmitido adequadamente. A forma de transmissão mais difundida é a da linguagem escrita, principalmente na forma de resumos, relatórios, artigos científicos, entre outros, dependendo do público a ser atingido. Não existem normas rígidas para sua elaboração, mas diante da importância desse tipo de documento na carreira profissional do estudante, serão dadas algumas recomendações que lhe serão úteis no progressivo aperfeiçoamento da sua técnica de redação científica. Ao elaborar um relatório, o estudante deverá conhecer com clareza a questão abordada pela experiência e qual a resposta que obteve para ela. Esta formulação sintética servirá de linha diretriz para toda a redação, impedindo que se perca em divagações sobre assuntos colaterais ou considerações sobre detalhes sem importância. A redação deverá ser coerente quanto ao tempo dos verbos empregados, recomendando-se expor os resultados das observações e experiências no passado, reservando o presente para as generalidades ou para as referências a condições estáveis. É sempre conveniente recorrer a tabelas e gráficos, pois permitem concentrar grande quantidade de informações. Os valores numéricos deverão estar acompanhados de unidades de medida, pertencentes, preferencialmente, ao sistema internacional. A unidade de medida deverá ser incluída também no cabeçalho das tabelas e nos eixos das figuras. Os Relatórios de aulas práticas deverão ser digitados eletronicamente, utilizando a matriz disponível na homepage do professor, seguindo o modelo mostrado no Apêndice I e utilizando fonte Time New Roman ou Arial, tamanho 12 e com espaçamento 1,5 entre as linhas e duplo entre parágrafos. Os gráficos deverão ser gerados em Excel, Origin ou outro programa compatível. Química Analítica Quantitativa 6
  • 8. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Quanto às ilustrações, poderão ser cópias fieis de publicações, desde que as fontes sejam citadas no trabalho. Finalmente, o Relatório deverá ser impresso em folha A4. As partes que compõem esse trabalho acadêmico são: 2.1. Introdução: é o resumo da teoria que fundamenta a prática de laboratório realizada, estabelecendo vínculos com os procedimentos implemantados e utilizando, obrigatoriamente, as respectivas citações bibliográficas, lembrando que a cópia de textos de outros autores, sem que se faça à referência dos mesmos, é crime previsto em lei. 2.2. Objetivos: é a descrição sucinta do que se pretende obter da experiência. 2.3. Parte Experimental 2.3.1. Materiais e reagentes: descrição dos materiais e das preparações dos reagentes utilizados nessa prática; 2.3.2. Procedimento experimental: descrição do procedimento seguido em aula, não necessariamente o procedimento proposto, justificando e discutindo a escolha. O procedimento poderá ser resumido mediante a elaboração de um fluxograma didático. 2.3.3. Esquema de aparelhagem: descrição do equipamento e esquema do arranjo experimental, ressaltando as principais características das unidades utilizadas; 2.3.4. Cálculos; é a demonstração matemática da aplicação dos dados obtidos durante o experimento, traduzindo-os em resultado final; 2.3.5. Gráficos, tabelas ou figuras: são itens que valorizam o trabalho e devem ser auto-explicativos. 2.4. Resultado e Discussão: os resultados finais devem ser sempre apresentados em tabelas, gráficos ou destacados no texto. Sempre que houver valores teóricos ou esperados, estes devem ser citados e comparados com os valores obtidos, discutindo suas eventuais diferenças. Se houver cálculos, mostre cada tipo com exemplo. Se houver um número significativo de dados, indique o tratamento estatístico. Discuta, também, as vantagens, pontêncialidades e limitações da técnica empregada, quando comparada à outras. Química Analítica Quantitativa 7
  • 9. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 2.5. Conclusões: exprimir sucintamente o seu parecer acerca do experimento e dos resultados obtidos, devendo ser comprobatórios dos objetivos propostos. 2.6. Referências: citar todas as obras consultadas, empregando a NBR 6023, da ABNT. No Apêndice II, fornece-se algumas orientações de como referenciar eventuais obras consultadas. 2.7. Anexos: constituem-se de fichas técnicas dos reagentes utilizados, no experimento, entre outros. Efetuar o download das fichas técnicas das substâncias químicas utilizadas no experimento acessando, por exemplo, o website: www.jtbaker.com, (texto em inglês), ou outros entre outros em português que julgar mais convenientes. Química Analítica Quantitativa 8
  • 10. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 3. REGRAS DE SEGURANÇA O trabalho que se realiza em aulas práticas de Laboratório de Química requer, ao lado de grande dedicação e interesse, muito cuidado e atenção. Para facilitar esse trabalho e evitar eventuais acidentes no laboratório fornece- se, a seguir, algumas instruções que,devidamente observadas, conduzirão a bons resultados, a saber: Evite o desperdício de drogas, material, gás, luz, água e água destilada. Tome o máximo cuidado para não impurificar os reagentes. Não retorná-los aos vidros primitivos, mesmo que não tenham sido usados; coloque os sólidos em um recipiente especial para refugos químicos. Os inflamáveis devem ser colocados em um recipiente a prova de fogo que será esvaziado no final de cada jornada de trabalho. Use sempre água destilada ou deionizada ao preparar uma solução ou fizer uma diluição. O material de vidro deve ser lavado após sua utilização. Em geral, lava-se com água comum e depois com água destilada; quando necessário, usa-se sabão ou detergente e, em certos casos, solução alcoólica de KOH. Lubrifique os tubos de vidro, termômetros, outros, antes de inseri-los em rolha. Proteja as mãos com luvas apropriadas ou enrole a peça de vidro em uma toalha nessa operação. Quando utilizar aquecimento, faça-o de maneira adequada, pois, caso contrário, o conteúdo poderá ser lançado para fora do recipiente que o contém, provocando perdas que inutilizam por completo a análise em andamento. As substâncias inflamáveis não devem ser aquecidas em fogo direto, utilize chapa elétrica ou manta de aquecimento. Sempre que estiver procedendo ao aquecimento de material de vidro ou de porcelana, conserve o rosto afastado, a fim de evitar que, pela quebra acidental, venha ocorrer acidente grave, principalmente para os olhos. Nunca dirija a abertura de frascos contra si ou outrem, dirija-o para dentro da capela. Química Analítica Quantitativa 9
  • 11. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Todas as operações onde há desprendimento de gases tóxicos ou irritantes devem ser executadas na capela, assim como evaporação de soluções ácidas, amoniacais, ataques de amostras, entre outras. As substâncias tóxicas devem ser manipuladas na capela e, se as mesmas forem voláteis, use máscara adequada. Use sempre óculos de proteção ao trabalhar no laboratório. Jamais trabalhe com substâncias das quais não conheça todas as propriedades. Nesse caso, recomenda-se que o estudante consulte, em bibliografia, as propriedades das substâncias desconhecidas, bem como sua toxicidade e os cuidados que devem ser tomados. É indispensável tomar o maior cuidado possível quando se trabalha com ácidos, em particular com ácido sulfúrico concentrado. Sempre adicione ácidos à água, e nunca água em ácidos. Ácidos e bases concentrados atacam a pele e os tecidos, deve-se, pois, usá-los com todo o cuidado, principalmente na neutralização de um com o outro, evitando reações violentas. Preste a máxima atenção a qualquer operação onde haja aquecimento ou que reaja violentamente. Apague os bicos de Bunsen e maçaricos quando não os estiver usando. Lembre- se sempre que frascos que contenham líquidos inflamáveis, devem ser afastados das proximidades do local de trabalho. Não brinque com produtos químicos. Nunca cheire, abruptamente, o conteúdo de qualquer frasco, pois pode tratar-se de substância tóxica. Não pipete quaisquer líquidos com a boca, use aparelhos apropriados, pois poderão ser cáusticos ou venenosos. Ao executar um trabalho que requer aquecimento, controle, atentamente, a sua temperatura e pressão. Os recipientes para aquecimento não devem ficar totalmente fechados. Em aparelhos que funcionam a vácuo, não use recipientes de paredes finas e nem empregue os de superfícies planas. É obrigatório o uso de avental nos trabalhos de laboratório e expressamente proibido o uso de bermudas, chinelos e roupas de nylon. Em caso de cabelos compridos, prenda-os e coloque-os para dentro do avental para evitar qualquer tipo de acidente. Química Analítica Quantitativa 10
  • 12. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE É expressamente proibido fumar e ingerir alimentos e bebidas no laboratório. No caso de acidentes, queimaduras e outros, é dever do estudante procurar imediatamente o professor. Tenha muita cautela quando for testar um produto químico por odor; não coloque o produto ou frasco diretamente sob o nariz. Nunca deixe, sem atenção, qualquer operação onde haja aquecimento ou que reaja violentamente. Improvisações são o primeiro passo em direção a um acidente, use material adequado. Ao locomover-se no laboratório, faça-o com cuidado, a fim de não provocar qualquer acidente e/ou tumultuar o ambiente de trabalho. Antes de realizar uma reação química, da qual não saiba totalmente os resultados, faça, primeiro, uma em menor escala, e na capela. Rotule sempre qualquer solução que venha a preparar, identificando-a quanto a substância química utilizada e, no que couber, sua provável concentração. Ao manusear qualquer frasco de reagente químico, faça-o sempre pelo rótulo, a fim de minimizar regiões de contaminação. Certifique-se sempre da voltagem do equipamento eletroeletrônico que fará uso no laboratório, antes de ligá-lo à respectiva corrente elétrica. Tenha completa consciência da localização do chuveiro de emergência, dos extintores de incêndio e dos lavadores de olhos, tomando conhecimento de como usá-los corretamente. Nunca trabalhe no laboratório sem estar junto com outra pessoa. Trabalhos perigosos devem ser realizados em presença de, pelo menos, duas pessoas presentes no mesmo local. Qualquer dúvida que surgir durante a análise técnica o estudante deverá dirigir- se ao professor e não ao colega para obter esclarecimentos. Mantenha o armário que, porventura, lhe tenha sido designado sempre em ordem. Ao término de cada jornada de trabalho e antes de retirar-se do laboratório, guarde todo o material que esteja sob sua responsabilidade, limpo e em perfeito estado de uso. Terminados os trabalhos práticos e antes de retirar-se do laboratório, limpe sua bancada. Química Analítica Quantitativa 11
  • 13. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 4. TRATAMENTO DOS DADOS ANALÍTICOS Quando se escolhe o método mais apropriado para uma determinação, efetua-se a análise em duplicata ou, preferencialmente, em triplicata. Deve-se, então, fazer uma avaliação para decidir sobre o melhor resultado a registrar, e tentar estabelecer os prováveis limites de erro desse valor. Nesta etapa, o analista deve preocupar-se com a chamada precisão, ou seja, a concordância entre um conjunto de resultados de uma mesma quantidade, bem como com a diferença entre o valor medido e o verdadeiro valor para a quantidade que foi determinada. Os métodos estatísticos são utilizados para se demonstrar o grau de confiança dos resultados obtidos. Química Analítica Quantitativa 12
  • 14. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 5. BALANÇA ANALÍTICA Uma pesagem é denominada de analítica quando realizada em uma balança de precisão. Existem inúmeros modelos de balanças analíticas, porém, o que as caracteriza é o fato de permitirem a determinação de massas com um erro absoluto de mais ou menos 0,1 mg. Há balanças, ainda, mais sensíveis que permitem determinar massas com erro absoluto de mais ou menos 0,01 mg. Outras, menos sensíveis que as analíticas e com erro absoluto de mais ou menos 1 mg, são denominadas de balanças semi-analíticas. Por se tratar de instrumentos delicados e caros, seu manejo envolve a estrita observância dos seguintes cuidados gerais: 5.1. As mãos do operador devem estar limpas e secas; 5.2. Durante as pesagens, as portas laterais devem ser mantidas fechadas; 5.3. Destravar e travar, inclusive a meia trava com movimentos lentos; 5.4. Nunca pegar diretamente com os dedos o objeto que se vai pesar. Conforme o caso, usar uma pinça ou uma tira de papel impermeável; 5.5. Nunca colocar ou retirar massas do prato sem antes ter travado a balança; retornar os pesos a zero e descarregar imediatamente a balança após a pesagem; 5.6. Para sucessivas pesagens, no decorrer de uma análise, usar sempre a mesma balança; 5.7. O recipiente e/ou as substâncias que vão ser pesadas devem estar em equilíbrio térmico com o ambiente. Química Analítica Quantitativa 13
  • 15. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE EXERCÍCIOS DE REVISÃO SOBRE CÁLCULOS DE TIPOS DE CONCENTRAÇÃO 1) Como se prepara: a) 300 mL de solução de ácido oxálico 0,10 mol/L a partir do reagente sólido dihidratado? b) 500 mL de solução de HNO 3 0,2 mol/L a partir do reagente d = 1,63 g/mL e a 62% em massa? 2) Quantos miligramas do soluto estão contidos em cada solução abaixo: a) 300 mL de solução 0,14 mol/L em HNO 3 . b) 30 mL de solução 0,20 mol/L em Na 2 SO 4 . c) 20 mL de solução 0,002 mol/L em AgNO 3 . 3) Qual a concentração molar de: a) uma mistura de 13 mL de AgNO 3 0,13 mol/L e 87 mL de água. b) 67 mL de solução de NaCl 0,1 mol/L diluídos para 450 mL. c) uma mistura preparada diluindo-se 63 mL de HCl 0,1 mol/L para 1 litro de solução. 4) Calcular a concentração em mol/L de cada íon ao dissolver 0,10 g de KBr e 0,20 g de Ca(NO 3 ) 2 em 1 litro de solução. 5) Um recipiente contém 400 mL de solução de carbonato de sódio. Uma alíquota de 32,5 mL dessa solução contém 0,65 g do sal. Qual a massa desse sal na solução original? 6) Um béquer contendo 350 mL de solução de nitrato de prata de concentração 200 g/L foi adicionado de 150 mL de água destilada. Qual a concentração da nova solução? 7) Tem-se 20 mL de solução de ácido nítrico de d= 1,15 g/mL e 25% em massa. Determinar a massa do soluto contida nesse volume e a concentração em g/L dessa solução. 8) Uma solução foi preparada dissolvendo-se 3 mol de H 2 SO 4 em água e em seguida a solução foi diluída para 400 mL. Qual a concentração em g/L dessa solução? 9) Dissolveu-se 9 g NaOH em água e diluiu-se para 225 mL de solução. Determinar a concentração molar dessa solução. Química Analítica Quantitativa 14
  • 16. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 10) 34,5 g de um soluto foram dissolvidos em água e a solução diluída para 250 mL obtendo-se uma solução 3 mol/L. Qual a massa molar do soluto? 11) Qual a massa de ácido nítrico que deverá ser dissolvida em água para preparar 250 mL de solução 5 mol/L dessa espécie química? 12) Uma solução foi preparada dissolvendo-se 1,11 g de cloreto de cálcio em água suficiente para formar 200 mL de solução. Pede-se a: a) concentração simples; b) concentração molar; c) e a concentração molar em relação aos íons Ca 2 + e Cl - . 13) Uma solução aquosa de HCl apresenta densidade igual a 1,185 g/mL e a 36,5% em massa. Pede-se calcular as suas concentrações molar e em g/L. 14) Juntou-se 400 mL de solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L a 700 mL de solução 6 mol/L do mesmo ácido. Determinar a concentração molar da nova solução. 15) Ao misturar-se 350 mL de uma solução X M de HCl com 150 mL de solução 5 M do mesmo ácido, obtém-se uma solução 2,9 M em HCl. Qual a M da primeira solução? 16) Tem-se 10 mL de uma solução de H 2 SO 4 de d = 1,6 g/mL e 70% em massa. Que quantidade de H 2 SO 4 está contida neste volume? 17) Tem-se 20 mL de solução de HNO 3 de d=1,15 g/mL e 25% em massa. Pede-se: a) a massa de soluto que está contida nos 20 cm 3 . b) a concentração em g/L. 18) Que massa de H 2 SO 4 é necessária para a obtenção de 20 cm 3 de solução 0,5 mol/L desse ácido? 19) Calcular a concentração molar de 300 mL de solução de NaOH que contém 20 g desta substância. 20) Calcular a concentração molar de uma solução de Ca(OH) 2 cuja concentração é de 37 g/L. 21) 20 mL de solução de H 2 SO 4 de d= 1,4 g/mL e 50% em massa, são diluídos a 500 mL de solução. Qual a molaridade da solução obtida? Química Analítica Quantitativa 15
  • 17. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 22) Tem-se uma solução de H 2 SO 4 de concentração 196 g/L. Pede-se: a) a concentração molar. b) o volume que deve-se usar para obter, por diluição, 500 mL de solução 1 mol/L. 23) Tem-se 10 mL de uma solução de NaOH de d = 1,2 g/mL que são diluídos a 600 mL dando uma solução 0,4 mol/L. Pede-se a % de NaOH na solução original. 24) 50 mL de uma solução de HNO 3 de concentração 20 g/L são diluídos a 300 mL de solução. Qual a concentração molar da solução resultante? 25) Tem-se uma solução de HCl de d = 1,1 g/mL e 25% em massa. Que volume dessa solução deve ser utilizado para se obter 1 litro de solução 0,5 mol/L? 26) De 200 mL de solução de H 2 SO 4 2 mol/L são evaporados 150 mL. Qual a concentração molar da solução resultante? Química Analítica Quantitativa 16
  • 18. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 6 - GRAVIMETRIA Em uma análise gravimétrica utiliza-se uma série de operações para se determinar a quantidade de um constituinte de uma amostra, tanto por pesagem direta do elemento puro, quanto por um de seu derivado, cuja composição é conhecida e bem definida. Esse procedimento analítico constitui-se em método de extensa aplicação na determinação de macroconstituintes de uma amostra. As principais vantagens da análise gravimétrica constituem-se em operações unitárias de fácil execução e utiliza-se equipamentos simples; entretanto, as desvantagens são: tempo muito longo para sua execução e sujeito a uma série de erros acumulativos. No procedimento de uma análise gravimétrica deve-se observar as etapas sucessivas que compõem esse tipo de análise, a saber: 1 - Preparação da Amostra; 2 - Preparação da Solução - Ataque da Amostra; 3 - Precipitação e Digestão; 4 - Filtração; 5 - Lavagem; 6 - Calcinação ou Secagem; 7 - Pesagem; 8 - Cálculos. 6.1. Preparação da Amostra A quantidade de substância utilizada numa análise química é de cerca de 1 g, todavia, deve-se tomar os cuidados e precauções necessárias para que essa pequena quantidade represente fielmente o material cuja composição se quer determinar. 6.2. Preparação da Solução - Ataque da Amostra Para início da análise gravimétrica é necessário que o elemento desejado esteja em solução. Prepara-se, portanto, uma solução conveniente através de um tratamento químico escolhido de acordo com a natureza da amostra a ser analisada. Química Analítica Quantitativa 17
  • 19. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Faça um breve comentário sobre os reagentes mais utilizados para abertura (ataque) de amostra. 6.3. Precipitação e Digestão O elemento a ser dosado (macroconstituinte) é separado da solução preparada através da formação de um precipitado convenientemente escolhido em cada caso. 6.3.1 Solubilidade do precipitado Deve-se escolher um reagente precipitante que conduza à formação de um precipitado quantitativamente insolúvel. Usa-se um excesso do reagente para causar o efeito do íons comum, diminuindo a solubilidade do precipitado, com exceção dos casos em que há formação de complexo solúvel devido ao excesso desse reagente. A exatidão final de um método de análise gravimétrica está limitada, em parte, pela perda do precipitado devido à sua solubilidade no meio reagente e no líquido de lavagem empregado na purificação. Essas perdas alcançam, freqüentemente, sérias proporções, particularmente quando é necessário uma lavagem extensiva para assegurar um precipitado puro quando se deve usar um precipitado demasiadamente solúvel. Como é impossível eliminar completamente as perdas de solubilidade, deve-se ter um grande controle sobre os fatores que influem na solubilidade dos precipitados. As variáveis mais comuns que influem na solubilidade do precipitado são: temperatura, pH, concentração do reagente, concentração salina e concentração do dissolvente. 6.3.2 Características físicas do precipitado Química Analítica Quantitativa 18
  • 20. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE É importante o conhecimento prévio do tipo de precipitado que será obtido, pois, disso dependerá o tipo de filtração a ser empregado na separação do precipitado do meio de precipitação e indica, também a necessidade ou não de um certo tempo de digestão. A prática da análise gravimétrica abrange vários tipos de precipitados que se distingüem, principalmente, quanto ao tamanho das partículas. O tamanho das partículas é uma característica muito importante, pois dele depende, em grande parte, a qualidade do precipitado quanto à filtrabilidade. Os precipitados cristalinos são os mais favoráveis para fins gravimétricos. As partículas do precipitado são cristais individuais bem desenvolvidos. Elas são densas e sedimentam rapidamente. Os precipitados cristalinos são facilmente recolhidos por filtração e, em geral, não se deixam contaminar por adsorção. Os pulverulentos, ou finamente cristalinos, consistem de agregados de diminutos cristais individuais. São densos e sedimentam rapidamente. Às vezes, oferecem dificuldades à filtração, pois a presença de pequenos cristais obriga ao uso de filtros de textura densa e lentos. Os vãos existentes nos agregados oferecem condições favoráveis para a incorporação de substâncias estranhas. São exemplos os precipitados de BaSO 4 e CaC 2 O 4 . Quanto aos precipitados grumosos, que incluem os haletos de prata, resultam de fluculação de colóides hidrófobos. São bastante densos, pois eles arrastam pouca água. A floculação pode ser efetuada por adição de eletrólitos, aquecimento e agitação. Os agregados das partículas coloidais são facilmente retidos pelos meios filtrantes usuais; eventualmente, é preciso cuidar para que, na lavagem do precipitado, não ocorra peptização. Os precipitados gelatinosos resultam da floculação de colóides hidrófobos. São exemplos, os hidróxidos de ferro (III), alumínio, a síllica hidratada e os sulfetos metálicos. São volumosos, têm a consistência de flocos e arrastam quantidades consideráveis de água. Oferecem dificuldades à filtração e à lavagem e não podem permanecer por longo tempo em contacto Química Analítica Quantitativa 19
  • 21. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE com a água-mãe devido a sua grande superfície que provoca absorção de impurezas do meio. As características físicas de um precipitado dependem da natureza das substâncias, mas também, em certa medida, das condições de formação do precipitado e de sua evolução espontânea ou tratamentos posteriores. A formação de um precipitado é um processo cinético que tende para um equilíbrio. O controle de velocidade e outras condições, sob as quais se processa a precipitação, permite, em parte, influir nas características físicas do precipitado. Haja vista as características supracitadas, faça um esquema da formação de precipitados, partindo da nucleação, bem como um breve resumo abordando a formação de colóides. 6.3.3. Pureza do precipitado Quando, em solução, se precipita uma substância química, nem sempre, a mesma é separada com alta pureza, pois pode conter impurezas em proporções variáveis, conforme o precipitado e as condições em que se efetuou a precipitação. A contaminação do precipitado por substâncias que, por sua solubilidade, deveriam permanecer em solução denomina-se coprecipitação. Esta pode ser por adsorção sobre a superfície da partícula em contato com a solução ou por oclusão de substâncias estranhas durante o crescimento dos cristais das partículas primárias. As fases sólidas obtidas por precipitação, conforme as técnicas usuais da análise gravimétrica, estão sujeitas a diferentes formas de contaminação. A lavagem dos precipitados remove as impurezas contidas na solução-mãe mecanicamente retida pelas partículas e, também, pelo menos em parte, as impurezas superficialmente nelas adsorvidas. A simples lavagem é, entretanto, ineficaz quanto às contaminações provocadas por inclusão isomórfica e não isomórfica. Não é possível estabelecer uma regra geral na obtenção dos precipitados gravimétricos, capaz de eliminar ou reduzir formas de contaminação. Contudo, o estudo de várias formas de contaminação Química Analítica Quantitativa 20
  • 22. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE permitiu fixar certas condições favoráveis para a separação de fases sólidas convenientemente puras. A precipitação em condição de baixa supersaturação favorece a formação de cristais grandes e bem desenvolvidos e, ao mesmo tempo, reduz a um mínimo a adsorção superficial e a oclusão. O recurso é ineficaz com relação à inclusão isomórfica ou não isomórfica e à pós-precipitação. O grau de contaminação por oclusão é largamente determinado pela velocidade de formação do precipitado. Esta, por sua vez, depende de vários fatores como a concentração da espécie a precipitar, a concentração da solução do reagente precipitante, a técnica usada na precipitação e a temperatura. 6.3.4. Digestão do precipitado É o tempo em que o precipitado, após ter sido formado, permanece em contacto com a água-mãe. A digestão é o processo destinado à obtenção de um precipitado constituído de partículas grandes, o mais puro possível, e de fácil filtração. A digestão, efetuada em temperatura elevada, é um processo de recristalização, no qual as impurezas ocluídas passam para a água-mãe. Em precipitados gelatinosos basta uma fervura e o mínimo tempo possível para a filtração. Esse fenômeno é denominado, também, de envelhecimento do precipitado e constitui-se de um conjunto de transformações irreversíveis, depois que se formou. As partículas pequenas tendem à dissolução e à reprecipitação sobre a superfície dos cristais maiores, fenômeno denominado de amadurecimento de Ostwald. Quando o precipitado é constituído de partículas imperfeitas e floculosas e, após o envelhecimento, tornam-se compactas e perfeitas, por dissolução do material dos vértices e arestas dos cristais e que se deposita sobre o mesmo cristal, esse fenômeno é denominado de amadurecimento interno de Ostwald. Química Analítica Quantitativa 21
  • 23. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE A necessidade ou não de um tempo de digestão é conhecida pelas características físicas do precipitado e de sua solubilidade. Os processos analíticos clássicos já especificam o tempo e a temperatura adequados para cada caso. Dê um exemplo no qual pode ocorrer a coprecipitação e, também, a pós- precipitação, sugerindo método(s) para evitar esses fenômenos. 6.4. Filtração É a separação do precipitado do meio em que se processou sua formação. A maneira como é feita a filtração dependerá do tratamento a que o precipitado será submetido na secagem ou calcinação, conforme o caso. Explique, no tocante a filtração por gravidade, quais os tipos de papel de filtro quantitativo empregados nessa técnica. 6.4.1. Filtração por sucção A filtração por sucção é utilizada quando se possue precipitados que passam através do papel de filtro. Para tanto, utiliza-se normalmente cadinho de Gooch com camada filtrante ou cadinho de placa sinterizada, obedecendo a seguinte técnica: Adapta-se o cadinho filtrante a um kitassato através de uma rolha de borracha com tubo adutor; liga-se o conjunto a um frasco de segurança e este à uma trompa de água ou à uma bomba de vácuo. Pelo vácuo criado no kitassato, a pressão atmosférica impele o líquido através dos poros do filtro, retendo o precipitado. 6.5. Lavagem do Precipitado Química Analítica Quantitativa 22
  • 24. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Após a filtração do precipitado, deve-se submetê-lo a um processo de lavagem para remover parte da água-mãe que nele ficou retida e eliminar as impurezas solúveis e não voláteis. Durante a realização dessa operação, poderá ocorrer a peptização. Explique como se processa esse fenômeno e exemplifique. 6.6. Calcinação ou Secagem Após a filtração e a lavagem, o precipitado deve ser secado ou calcinado para depois ser pesado. Assim sendo, explique quando se utiliza a secagem e a calcinação, respectivamente. Explique, também, como se deve proceder para tarar um cadinho e um pesafiltro. 6.7. Aplicações 6.7.1. Determinação de Sulfato Dissolver uma amostra de sulfato de sódio em 30 mL de água destilada, adicionar 1 mL de ácido clorídrico concentrado e diluir à 400 mL. Aquecer a solução à ebulição e adicionar lentamente cloreto de bário 5%, a quente, sob agitação continua até precipitação completa. Após a sedimentação do precipitado por 1 ou 2 minutos, adicionar mais algumas gotas da solução de BaCl 2 a fim de verificar se a precipitação foi quantitativa. Caso ainda ocorra precipitação, repetir esta operação, após sedimentação do precipitado, até que a adição da solução de BaCl 2 não mais provoque precipitação. Deixar o béquer, coberto com vidro de relógio, em banho de água fervente por uma hora. Após repouso de 24 horas, decantar o líquido sobrenadante, com auxílio de um bastão de vidro, sobre papel de filtro (Whatman 42 ou SS 5893), previamente adaptado em funil de colo longo deixando no béquer o máximo possível de precipitado. Neste caso, sempre é aconselhável, ao transferir-se o conteúdo do béquer ao papel, que o nível do líquido no papel de filtro ocupe, no máximo, a metada da altura do mesmo. Química Analítica Quantitativa 23
  • 25. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Transferir o precipitado para o papel com o auxílio de água destilada fria e, a seguir, lavá-la com água quente até que o filtrado não dê mais reação positiva para cloreto (teste com AgNO 3 ). Após escoamento total da última água de lavagem, dobrar o papel de filtro sobre o precipitado e, a seguir, transferi-lo para um cadinho de porcelana tarado, até peso constante, e efetuar a carbonização. Colocar o cadinho em mufla a 800ºC por 30 minutos, transferi-lo para um dessecador. Pesar em balança analítica. A partir da massa de sulfato de bário, calcular a concentração de sulfato na amostra, em gramas, bem como o teor desse. Química Analítica Quantitativa 24
  • 26. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE EXERCÍCIOS SOBRE GRAVIMETRIA 1) Considerando amostras sólidas, faça um breve comentário sobre: a) formação da amostra bruta. b) quarteamento da amostra bruta. c) preparação da amostra a ser analisada. 2) Faça um comentário, dando exemplos, sobre água em sólidos. 3) Discutir sobre a formação e contaminação de precipitados, tendo em vista a execução de uma análise gravimétrica. 4) Faça um breve resumo sobre: a) Digestão do precipitado b) Abertura por fusão alcalina 5) Explique o que é digestão de um precipitado e quando essa técnica é viável. 6) O que é o fenômeno conhecido por peptização, quando e como ocorre? 7) Explicar a importância dos fenômenos de co-precipitação e pós-precipitação na formação de precipitados. 8) Numa análise gravimétrica encontrou-se os seguintes resultados: p1 = tara do pesa-filtro = 25,7549 g p2 = p1 + amostra = 26,0750 g p3 = tara do cadinho = 23,3564 g p4 = p3 + AgCl = 23,7552 g Calcular o teor de íons Cl - na amostra. 9) Uma amostra pesando 0,3960 g de cloreto de bário dihidratado foi tratada convenientemente e o cloreto precipitado com solução de prata, obtendo-se 0,3280 g de AgCl. Calcular o teor de cloreto de bário na amostra e a massa de água que está associada ao sal da amostra. 10) Proponha um método gravimétrico para determinação do teor de cloreto em uma amostra de cloreto de bário (método e cálculos). 11) Que volume de uma solução de BaCl 2 , que contém 20 g de BaCl 2 . 2 H 2 O por litro. a 64,26% de pureza , se necessita para precipitar o sulfato de uma amostra que pesa 0,6250 g em Na 2 SO 4 puro? Química Analítica Quantitativa 25
  • 27. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 12) Uma amostra de minério de cálcio, pesando 0,450 g, foi tratada convenientemente e o cálcio precipitado na forma de oxalato (CaC 2 O 4 ). Após a secagem, o resíduo foi pesado acusando 0,6583 g. Qual o teor de óxido de cálcio na amostra? 13) 1,5 g de um minério de cálcio foi dissolvido e a solução obtida consumiram, quantitativamente, 200 mL de solução 0,05 M de ácido sulfúrico para a precipitação total do cálcio. Pede-se o teor de óxido de cálcio na amostra. 14) Tem-se 2 soluções contendo íons Fe 3 + . Após a precipitação dos íons Fe 3 + com hidróxido de amônio, ambos os precipitados foram filtrados convenientemente. Em seguida, um dos precipitados foi lavado com 200 mL de água e o outro em 200 mL de solução de hidróxido de amônio 10 - 3 mol/L. Qual a perda ocorrida em cada caso? Justifique o melhor método. 15) O alumínio pode ser determinado gravimetricamente na forma de óxido de alumínio hidratado. A precipitação é feita com solução de hidróxido de amônio na presença de cloreto de amônio. O precipitado obtido é gelatinoso e, após a lavagem, é convertido em óxido por calcinação e pesado na forma de Al 2 O 3 . a) Em função das características do precipitado, quais os cuidados que devem ser tomados para evitar perdas e contaminação do precipitado obtido? b) Porque a precipitação é feita usando-se NH 4 OH em presença de NH 4 Cl? Poderia ser empregada solução de hidróxido de sódio? 16) Uma amostra pesando 0,205 g de um minério de ferro foi tratada convenientemente até a obtenção de uma solução límpida em cloreto. Em seguida, foi adiconado peróxido de hidrogênio para oxidar o macroconstituinte, supondo que os outros não interferem no processo. A solução obtida foi tratado com hidróxido de amônio até a precipitação total do ferro. Após a calcinação obteve-se 0,0850 g do respectivo óxido. Calcular o teor de sulfeto de ferro (II) na amostra. 17) Para a determinação de chumbo em alpaca (na forma de sulfato), pesou-se 0,452 g da amostra. Após todas as operações analíticas adequadas, obteve-se os seguintes resultados: P 1 = 7,4850g e P 2 = 27,6980 g. Calcular o teor de óxido de chumbo (II) na amostra. Química Analítica Quantitativa 26
  • 28. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 18) Quantos mL de uma solução de K 2 Cr 2 O 7 contendo 26,3 g desse sal por litro devem ser necessários para render 0,6033 g de Cr 2 O 3 depois de redução e precipitação de crômio? 19) Quantos gramas de BaCl 2 . 2 H 2 O são necessários adicionar a 0,2721 g de Na 2 SO 4 puro para precipitar todo o sulfato presente? 20) Ao analisar o teor de umidade de uma amostra de solo, partiu-se de 3 g dessa amostra, que foi levada a uma temperatura de 110ºC durante uma hora, produzindo uma perda de massa na ordem de 0,159g. Qual a % de umidade? 21) Uma amostra de 0,5231 g fornece um precipitado de AgCl que pesa 0,1156 g. Qual é a % de cloreto na amostra? 22) Em uma análise de um minério o Fe e o Al juntos coprecipitam. Após a calcinação formam-se Al 2 O 3 e Fe 2 O 3 , comumente chamamos de R 2 O 3 . Se a amostra, pesando 1,512 g, fornece 0,1792 g de calcinado, calcular a % de R 2 O 3 na mesma. 23) Em uma solução de brometo de sódio, o brometo foi precipitado na forma de sal de prata. Depois da secagem, efetuou-se a pesagem e a massa obtida foi de 0,2510 g. Calcular a massa de brometo de sódio na solução? 24) O ferro, em uma solução de sulfato de ferro (III), foi precipitado com hidróxido de amônio, obtendo-se hidróxido de ferro (III). A seguir, esse precipitado foi calcinado, obtendo-se uma massa igual a 0,3288 g de Fe 2 O 3 . Escrever as equações das reações envolidas e calcular: a) a massa de Fe na solução. b) a massa de Fe 2 (SO 4 ) 3 na solução. 25) Na analise de uma solução de sulfato de alumínio, 50 mL dessa solução foram utilizados para a precipitação do íon sulfato na forma de sulfato de bário. A massa encontrada desse precipitado foi de 0,2640 g. Calcular quantos gramas do reagente precipitante foram necessários. 26) Um precipitado contendo SiO 2 , Al 2 O 3 e Fe 2 O 3 foi tratado com uma mistura de HF e H 2 SO 4 para remover o SiO 2 ; como resultado, o precipitado perdeu 0,2607 g em massa. Escrever a equação da reação e calcular a quantidade original de silício no precipitado. Química Analítica Quantitativa 27
  • 29. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 27) Calcular a % em massa de Na 2 O em um silicato se na análise de 0,6805 g da amostra foi obtido 0,1455 g de acetato de uranila de sódio e zinco de composição NaZn(UO 2 ) 3 . (C 2 H 3 O 2 ) 9 . 6 H 2 O. 28) De uma amostra de sulfato de potássio e alumínio, pesando 0,2690 g, foi obtido, por tratamento apropriado, 0,2584 g de BaSO 4 . Calcular a % de KAl(SO 4 ) 2 . 12 H 2 O na amostra analisada. 29) Uma amostra de 0,8552 g de uma liga de cobre é tratada com HNO 3 8 mols/L e filtrada. O precipitado é calcinado gerando um resíduo de 0,0632 g de SnO 2 O zinco é determinado tomando-se metade do filtrado e precipitando como ZnNH 4 PO 4 , cuja calcinação formou 0,2231 g de Zn 2 P 2 O 7 . O cobre foi determinado como CuSCN usando-se a outra metade do filtrado, gerando um precipitado de 0,5874 g. Calcule a percentagem de estanho, zinco e cobre na amostra. 30) Uma série de amostras das quais se sabe conter entre 20,0 e 48,0% de sulfato é analisada gravimetricamente pelo método do sulfato de bário. Responda: a) Qual é a massa mínima de amostra que deve ser tomada para assegurar que o precipitado de BaSO 4 pese pelo menos 0,3125 g? b) Qual será a massa máxima de BaSO 4 que pode ser obtida a partir da massa de amostra calculada acima? 31) Hidrogenocarbonato de sódio é convertido a carbonato de sódio por calcinação, de acordo com a seguinte reação: 2NaHCO 3 → Na 2 CO 3 + CO 2 - + H 2 O A calcinação de 0,4827 g de amostra impura de NaHCO 3 rendeu um resíduo pesando 0,3189 g. Supondo que as impurezas da amostra não são voláteis à temperatura de calcinação, calcule a percentagem de NaHCO 3 na amostra. 32) O cloreto do sal NaClOn é convertido, mediante tratamento apropriado, a íon cloreto, que é precipitado como AgCl. Se 0,2502 g de amostra gera 0,3969 g de AgCl, calcule o valor de n. 33) Uma amostra de solo contém 2,60% de umidade e 19,88% de Al 2 O 3 na forma como ela foi enviada para análise. Qual deve ser a percentagem de Al 2 O 3 : a) após secagem da amostra. b) após reduzir a umidade a 0,55% por secagem ao ar. Química Analítica Quantitativa 28
  • 30. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 34) Uma amostra de calcário pesando 0,8904 g produziu 0,0426 g de R 2 O 3 (Fe 2 O 3 + Al 2 O 3 ). Por análise volumétrica, foi encontrado que o calcário continha 1,75% de Fe 2 O 3 . Calcule a percentagem de Al 2 O 3 e Al na amostra. 35) Uma amostra pesando 0,2025 g, consistindo apenas de BaCl 2 e KCl requer 20,25 mL de AgNO 3 0,1200 mols/L para a precipitação quantitativa do cloreto. Calcule a percentagem de Ba e K na amostra. 36) Um químico estava determinando cálcio numa amostra de minério pesando 0,6735 g, e que também contém manganês, quando observou que o CaO pesado (0,2432 g) não estava completamente branco. Desconfiado, analisou o calcinado (CaO) e encontrou 0,0183 g de manganês. Dado que o manganês existe como Mn 3 O 4 em calcinados, calcule a percentagem de cálcio no minério. 37) Uma amostra de sal de Mohr [FeSO 4 .(NH 4 ) 2 SO 4 ] é analisada para checar sua validade como padrão primário para ferro. A calcinação de 1,5000 g de amostra rendeu 0,3016 g de Fe 2 O 3 . Calcule: a) a pureza da amostra. b) a percentagem de ferro na amostra. 38) Na determinação gravimétrica de ferro num minério contendo FeS 2 , a massa final pesada de Fe 2 O 3 foi de 0,3117 g. Qual é a massa de ferro na amostra original expressa como: a) Fe b) FeO c) FeS 2 39) Uma amostra pesando 0,2970 g e contendo alumínio gerou 0,3227 g de hidroxiquinolato de alumínio [Al(C 9 H 6 ON) 3 ]. Calcule a percentagem de alumínio na amostra. 40) Um químico recebeu em seu laboratório um sal de fórmula desconhecida Na 2 SxO6. Com o intuito de determinar o enxofre, ele procedeu à sua precipitação como sulfato de bário, conseguindo obter 0,3570 g de precipitado a partir de 0,1028 g de sal. Calcule o valor de x. 41) Uma amostra pesando 0,2000 g e contendo cloretos, iodetos e outros materiais inertes, gerou 0,3780 g de precipitado quando tratada com AgNO 3 . Quando aquecida sob corrente de cloro, para a conversão de AgI em AgCl, o precipitado perdeu 0,0488 g em massa. Calcule a percentagem de Cl e I na amostra. Química Analítica Quantitativa 29
  • 31. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 42) Na determinação gravimétrica de ferro em 0,6225 g de um minério, foi encontrado que o minério contém 12,69% de Fe. Mais tarde, o químico descobriu que ele usou um filtro comum ao invés do mais recomendável filtro livre de cinzas. Para corrigir o resultado errôneo, ele aqueceu um outro filtro comum idêntico, provocando a formação de 0,0029 g de cinzas. Qual é a percentagem real de ferro na amostra? 43) Um estudante determinou cloreto numa amostra mas esqueceu-se de secá-la antes. Ele encontrou 20,35% de cloro na amostra, mas o valor correto era 20,38%. Calcule a percentagem de umidade na amostra. Química Analítica Quantitativa 30
  • 32. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 7. LIMPEZA DE MATERIAL DE VIDRO Todo material de vidro que vai ser utilizado em análise quantitativa deve estar, rigorosamente, limpo. Para isso, deve-se lavá-lo com água e detergente, enxaguá- lo várias vezes com água e água destilada (várias porções de 5 a 20 mL). Apenas pipeta, bureta e balões volumétricos devem ser tratados com solução de potassa- alcoólica 10% que é obtido dissolvendo-se 100 g de KOH em 50 mL de água e, após o resfriamento, completando-se para 1 L com álcool etílico comercial. Ao executar a operação de limpeza, utilizando esse desengordurante, deve-se proceder, no final da lavagem com água, uma com solução diluída de HCl (1 : 20) para neutralizar eventuais resíduos alcalinos. A secagem de buretas, pipetas e balões deve ser feita por sucção a vácuo e não em estufa. Química Analítica Quantitativa 31
  • 33. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 8. AFERIÇÃO DE MATERIAL VOLUMÉTRICO Os aparelhos volumétricos devem ser calibrados ou aferidos antes de serem utilizados, a fim de verificar se os volumes neles indicados correspondem aos volumes reais ou se necessitam de uma correção nessa graduação. A calibração ou aferição é realizada mediante a pesagem da quantidade de água nele contida e livrada, a uma dada temperatura. O volume real calculado obtido através da multiplicação da massa de água obtida pelo fator de conversão tabelado correspondente à temperatura de trabalho, conforme a expressão: V = m . f onde, m é a massa obtida através da pesagem do material volumétrico utilizado e f é o fator de correção, em função da temperatura, conforme indicado na Tabela I. Tabela I - Valores de correção para aferição de materiais volumétricos Volume,mL Temperatura, ºC temperatura, t corrigido a 20º C 10 1,0013 1,0016 11 1,0014 1,0016 12 1,0015 1,0017 13 1,0016 1,0018 14 1,0018 1,0019 15 1,0019 1,0020 16 1,0021 1,0022 17 1,0022 1,0023 18 1,0024 1,0025 19 1,0026 1,0026 20 1,0028 1,0028 21 1,0030 1,0030 22 1,0033 1,0032 23 1,0035 1,0034 24 1,0037 1,0036 25 1,0040 1,0037 26 1,0043 1,0041 27 1,0045 1,0043 28 1,0048 1,0046 29 1,0051 1,0048 30 1,0054 1,0052 Química Analítica Quantitativa 32
  • 34. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Química Analítica Quantitativa 33
  • 35. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 8.1. Aferição de Balão Volumétrico Após a lavagem do balão volumétrico, conforme procedimento anteriormente descrito, deve-se enxaguá-lo com alcool, enxugá-lo externamente com papel absorvente, e deixá-lo de boca para baixo, sobre papel absorvente apoiado no suporte de funis até estar seco. Sem tocá-lo diretamente com as mãos, coloca-se sobre o prato de uma balança de precisão e anota-se a massa. Após essa operação, enche-se com água destilada, até o menisco, e mede-se a nova massa. Anota-se a temperatura da água e calcula-se o volume do balão. Esta operação deve ser repetida até obter valores próximos. 8.2. Aferição da Pipeta Enche-se a pipeta, previamente limpa, com água destilada e acima da sua provável graduação. Limpa-se a parte externa da extremidade livre com papel absorvente e esvazia-se a água, controlando a vazão com o dedo indicador, até acertar o menisco. Verte-se a quantidade de água remanescente em um Erlenmeyer, previamente limpo e pesado em balança analítica. O escoamento da pipeta no Erlenmeyer deve ser, efetuado controlando-se a vazão com o dedo, estando a ponta da pipeta encostada na parede do recipiente (tempo de escoamento mínimo: 30 segundos). Após o escoamento, afasta-se a extremidade da pipeta da parede do recipiente com cuidado. A quantidade de líquido restante na ponta da mesma não deve ser soprada para o interior do recipiente. A seguir, mede-se a massa do conjunto Erlenmeyer + água. Repete-se a aferição descrita até obter-se volumes concordantes. A seguir, calcula-se o volume da pipeta. Repetir o procedimento até obter resultados próximos. Química Analítica Quantitativa 34
  • 36. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 8.3. Aferição da Bureta de 10 mL Enche-se, a mesma, até um pouco acima do traço correspondente ao zero, verificando se há bolhas de ar em sua parte interior, as quais deverão ser eliminadas, escoando-se, rapidamente, parte do líquido nela contida. Completa-se, novamente, a bureta até um pouco acima do traço correspondente ao zero, acerta-se, então o zero. Enxuga-se a extremidade externa da ponta da bureta com papel absorvente, não permitindo que o papel absorva água de seu interior. Deixa-se escoar lentamente, com exatidão, 1,0 mL de água, recolhendo-a em um Erlenmeyer previamente pesado em balança analítica. Mede-se a massa de água. No mesmo Erlenmeyer, escoam-se mais 1,0 mL da bureta (de 1,0 a 2,0 mL), e novamente, pesa-se o conjunto. Repetir essas operações, sucessivamente, de 1,0 em 1,0 mL, até esgotarem-se os 10 mL daquele aparelho. A aferição deve ser repetida para comparação dos volumes, relativos a cada intervalo realizado. Química Analítica Quantitativa 35
  • 37. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 9 - TITRIMETRIA DE PRECIPITAÇÃO 9.1. Método de Mohr O método de Mohr é um método argentimétrico, com formação de um sólido colorido, aplicável à determinação de cloretos e brometos. A solução neutra é titulada com nitrato de prata e em presença de cromato de potássio que atua como indicador. No ponto final, o íon prata combina-se com o cromato formando um segundo precipitado com coloração distinta, o cromato de prata que é vermelho. O método Mohr não pode ser usado na determinação de iodetos em virtude do iodeto de prata ser, também, corado. O uso do cromato de potássio baseia-se no princípio da precipitação fracionada. Quando se adiciona um íon a uma solução contendo dois outros grupos capazes de formar sais pouco solúveis com o primeiro, o sal que começa a precipitar é aquele cujo produto de solubilidade é sobrepassado em primeiro lugar. Se o precipitado formado pelo segundo íon é corado, então pode servir de indicador para a reação de precipitação do primeiro, desde que se possam ajustar as condições, tal que o composto corado somente comece a se formar depois que o outro tenha sido precipitado completamente. Na determinação de cloreto, no momento em que tem início a formação de cromato de prata, têm-se na solução os seguintes equilíbrios: Ag + + Cl - AgCl 2Ag + + CrO 4 2 - Ag 2 CrO 4 KpsAgCl = [Ag + ] [Cl - ] = 1,56 . 10 - 1 0 mol 2 . L - 2 KpsAg 2 CrO 4 = [Ag + ] 2 [CrO 4 2 - ] = 1,7 . 10 - 1 2 mol 3 . L - 3 No ponto estequiométrico: [Cl - ] = [Ag + ] = Kps AgCl = 1,1 . 10 - 5 Química Analítica Quantitativa 36
  • 38. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Para que o cromato de prata precipite exatamente nesse ponto, a concentração do íon cromato na solução deve ser a seguinte: 1,7 ⋅ 10 −12 1,7 ⋅ 10 −12 [CrO 4 2 - ] = 2+ 2 = −10 = 1,4 ⋅ 10 −2 mol / L [ Ag ] 1,2 ⋅ 10 Portanto, a concentração de cromato de potássio na solução deveria ser igual a 0,014 mol/L. Entretanto, na prática, usam-se concentrações mais fracas, entre 0,002 a 0,004 mol/L, porque as soluções de cromato de potássio 0,01 a 0,02 mol/L são intensamente amarelas e dificultaram a percepção do ponto final. É recomendável efetuar uma prova em branco para subtrair o volume gasto nessa prova de nitrato de prata gasto na titulação com a amostra. Outro fator a considerar, no uso do cromato de potássio como indicador, é o pH da solução. A segunda constante de ionização do ácido crômico é muito pequena, portanto, em meio ácido, o íon cromato combina-se com o íon hidrogênio: CrO 4 2 - + H + HCrO 4 - Quando o pH da solução é inferior a 6,5 a concentração de íon cromato é de tal ordem que o produto de solubilidade do cromato de prata já não é mais atingido, e, conseqüentemente, o indicador não funciona. Por outro lado, o pH da solução não deve ser superior a 10,5 porque precipitaria o hidróxido de prata. Um método simples para neutralizar uma solução ácida é adicionar carbonato de cálcio em ligeiro excesso. Aplicações do Método de Mohr: 9.1.1. Padronização de uma solução de AgNO 3 O padrão primário utilizado para padronizar a solução de AgNO 3 é o cloreto de sódio anidro. Química Analítica Quantitativa 37
  • 39. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Pesar sobre papel manteiga aproximadamente 0,03g de NaCl anidro e transferir para um erlenmeyer de 125 mL de capacidade. Adicionar aproxomadamente 20 mL de água destilada e agitar para dissolver todo o reagente. Na solução padrão de NaCl adicionar 10 gotas da solução de K 2 CrO 4 a 5 % ( 1 ) . Titular lentamente com a solução de AgNO 3 até o aparecimento da coloração pardo-avermelhada de Ag 2 CrO 4 ( 2 ) , porém, persistente. Anotar o volume gasto nesta titulação. Repetir o procedimento com uma nova solução do padrão primário. Calcular a concentração em mol/L da solução de AgNO 3 . A diferença entre as duas concentrações não deve ser maior que 3:1000, ou seja 0,3 %. 9.2. Método de Fajans - Indicador de Adsorção Os indicadores de adsorção foram introduzidos por Fajans. São corantes orgânicos, ácidos ou bases fracos (ânionicos ou catiônicos, respectivamente), que acusam o ponto final através de uma mudança de coloração sobre o precipitado. A mudança de coloração se deve à adsorção ou à dessorção do corante como conseqüência de uma modificação da dupla camada elétrica em torno das partículas do precipitado na passagem do ponto estequiométrico. Assim, o aparecimento ou o desaparecimento de uma coloração sobre o precipitado servem para sinalizar o ponto final da titulação. Um exemplo de indicador de adsorção do tipo aniônico é a fluoresceína, que pode ser empregada para acusar o ponto final na titulação de cloreto com nitrato de prata. Em solução aquosa, aquele composto se dissocia parcialmente, fornecendo íons hidrogênio e fluoresceínato; a solução aquosa é verde-amarelada. A Ilustração 1 representa a dupla camada elétrica em torno de uma partícula de cloreto de prata em presença de excesso de íons Cl - (a) e em presença de íons Ag + (b). No primeiro caso, a partícula adsorve, primeira e Química Analítica Quantitativa 38
  • 40. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE primariamente, íons Cl - , íons Cl - (reticulares) e, secundariamente, uma quantidade equivalente de cátions. No segundo caso, a partícula adsorve, primariamente, íons Ag + (reticulares) e secundariamente, uma quantidade equivalente de ânions. Ilustração 1 - Representação da dupla camada elétrica em torno da partícula de AgCl. Consideremos a titulação de uma solução de cloreto com nitrato de prata em presença de fluoresceína. Até o ponto estequiométrico, o ânion fluoresceinato não é apreciavelmente adsorvido pelo precipitado; e aquele ânion é repelido pelas partículas de AgCl negativamente carregadas com a adsorção de íons Cl - . A solução apresenta, então, coloração verde-amarelada. Sobrepassado, todavia, o ponto estequiométrico, as partículas de AgCl tornam-se positivamente carregadas com a adsorção de íons Ag + ; nestas condições, os ânions do corante são adsorvidos secundariamente. AgCl : Ag + : In - O ponto final é acusado pela mudança de coloração sobre o precipitado, que passa de branco a vermelho, em virtude da deposição de fluoresceínato de prata na superfície do precipitado. Trata-se realmente de um processo de adsorção, pois o produto de solubilidade de fluoresceínato de prata não chega a ser ultrapassado. O processo é reversível e, como tal, o corante retorna à solução com adição de excesso de cloreto. Com os indicadores catiônicos, a adsorção do corante e a coloração do precipitado ocorrem na presença de um excesso de ânion do precipitado, isto é, quando as partículas se tornam negativamente carregadas. Química Analítica Quantitativa 39
  • 41. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE As condições essenciais para o bom funcionamento dos indicadores de adsorção são as seguintes: a) o precipitado deve separar-se com uma superfície específica relativamente grande, pois o funcionamento dos indicadores de adsorção envolve fenômenos de superfície. Geralmente, a melhor mudança de coloração é obtida quando uma quantidade considerável do precipitado ainda permanece em estado coloidal no ponto estequiométrico. Grandes concentrações de sais neutros, principalmente de íons polivalentes, são prejudiciais devido ao efeito floculante. As vezes é recomendável a adição de colóides protetores como a dextrina, amido, e outros. b) O corante deve ser firmemente fixado pelo íon primariamente adsorvido pelo precipitado. Na maioria das titulações, o ponto final é assinado pela passagem do corante da solução para a superfície do precipitado. Então, na titulação de um ânion com um cátion precipitante, o indicador deve ser do tipo aniônico; por sua vez, na titulação de um cátion com um ânion precipitante, o indicador deve ser do tipo catiônico. Com indicadores catiônicos no primeiro caso, e aniônicos, no segundo, o ponto final é observado pela dessorção do corante. Há casos raros em que o corante se mantém adsorvido durante toda a titulação, mas sofre uma mudança de coloração na passagem do ponto estequiométrico. c) A nitidez do ponto final e a localização deste com relação ao ponto estequiométrico somente são satisfatórias em condições favoráveis das adsorbabilidades relativas dos íons presentes. A adsorbabilidade de íons análogos aumenta com a diminuição da solubilidade de seus compostos com o íon de carga oposta do adsorvente. Assim, a adsorbabilidade dos íons haletos de prata aumenta na ordem Cl - < Br - < I - ; por sua vez, para a fluoresceína e derivados a ordem é: fluoresceína < eosina < eritrosina. A possbilidade de se usar fluoresceína, bem como os dois mencionados derivados, na titulação de haletos com nitrato de prata, depende das adsorbabilidades relativas do íon haleto e do ânion do corante sobre o haleto de prata. A eritrosina é tão fortemente adsorvida que mesmo o íon iodeto não pode competir com o corante; o ânion do corante é adsorvido Química Analítica Quantitativa 40
  • 42. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE antes do ponto estequiométrico. Conseqüentemente, a eritrosina não se presta para a titulação de qualquer dos três haletos com nitrato de prata. A eosina é ainda bastante fortemente adsorvida; não pode atuar como indicador na titulação de cloreto, mas é utilizável na titulação de brometo e iodeto. A fluoresceína é adequada para a titulação dos três haletos. d) o pH da solução deve ser ajustado, a fim de que possa ocorrer uma apreciável ionização do corante. A faixa de pH dentro da qual um corante é capaz de atuar como indicador de adsorção depende largamente da sua constante de ionização. Assim, a fluoresceína, que é um ácido muito fraco (pKa = 8), em pH 7 tem sua ionização reprimida, tanto que a concentração do respectivo ânion se torna insuficiente para acusar mudança de coloração satisfatória. A diclorofluoresceína, que é um ácido mais forte, é capaz de atuar em meio fracamente ácido (pH 4). A eosina, ácido mais forte, é usada em soluções ácidas com pH até 2. Aplicações do Método de Fajans: 9.2.1. Determinação de íons Cloreto em água do mar utilizando o Método de Fajans Pipetar 5 mL de uma amostra de água do mar, onde inicialmente uma alíquota de 50 mL foi diluída para um balão volumétrico de 250 mL, para um erlenmeyer de 100 mL de capacidade, adicionar aproximadamente 20 mL de água destilada, 1 mL da suspensão de dextrina e 4 gotas de fluoresceína. Titular sob agitação com nitrato de prata, previamente padronizado, até viragem do indicador. Repetir este procedimento por duas vezes. Calcular a quantidade de cloreto em g/kg. A seguir é apresentado a quantidade em g/kg de alguns íons presentes em água do mar com salinidade de 35%: sódio 10,77; magnésio 1,29; cálcio 0,412; potássio 0,399; estrôncio 0,0079; cloreto 19,354; sulfato 2,712, brometo 0,067 e fluoreto 0,0013. Química Analítica Quantitativa 41
  • 43. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 9.3. Método de Volhard No método de Volhard, com formação de um complexo solúvel, a solução nítrica contendo o íon prata é titulada com tiocianato de potássio, em presença de íon ferro (III), que é adicionado em forma de solução saturada de sulfato de amônio e ferro (III) em ácido nítrico 20%. Consideremos a forma mais simples de aplicação do método de Volhard, que é a determinação de prata por meio de titulação da solução nítrica com tiocianato. A prata precipita como tiocianato de prata muito pouco solúvel: Ag + + SCN - AgSCN Um leve excesso de tiocianato é identificado pela formação de um complexo solúvel de ferro, [FeSCN] 2 + , intensamente corado de vermelho. Trata-se de uma reação extremamente sensível. Assim, uma ou duas gotas da solução saturada de sulfato de amônio e ferro (III), adicionadas a 100 mL de ácido nítrico 0,2 a 0,5 mol/L dão uma coloração alaranjada fraca com 0,01 mL de tiocianato 0,1 mol/L; uma quantidade um pouco maior da solução de tiocianato muda a coloração para vermelho - alaranjado. O erro do indicador é praticamente nulo. Deve-se, entretanto, observar que a mudança de coloração do indicador aparece cerca de 1% antes do ponto estequiométrico. É que o tiocianato de prata absorve íons prata , que são removidos da solução. Por isso, depois de observada a primeira mudança de coloração, a titulação deve prosseguir sob vigorosa agitação até que a coloração alaranjada não mais desapareça. Desta maneira, toda a prata é precipitada e os resultados apresentam elevada exatidão. As mais importantes aplicações do método de Volhard são as que se relacionam com a determinação de cloretos, brometos e iodetos em meio ácido. A solução nítrica contendo o halogeneto é tratada com nitrato de prata em excesso e esse excesso titulado com solução de tiocianato. Considere o caso da determinação de cloreto. O cloreto começa a precipitar com excesso de prata: Ag + + Cl - AgCl Química Analítica Quantitativa 42
  • 44. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE O excesso de prata é, então, titulado com a solução de tiocianato: Ag + + SCN - AgSCN Entretanto, o tiocianato de prata é menos solúvel do que o cloreto de prata, assim, é preciso evitar que, uma vez completada a titulação do excesso de prata, um excesso de tiocianato reaja com o cloreto de prata precipitado. AgCl + SCN - Cl - + AgSCN Se o excesso de prata fosse titulado simplesmente em presença do precipitado de cloreto de prata, a titulação estaria sujeita a um erro considerável, pois, após a precipitação de toda a prata, o excesso de tiocianato reagiria com o cloreto de prata. Por essa razão utiliza-se alguns artifícios para contornar a dificuldade apontada. Um dos artifícios consiste em efetuar a filtração do cloreto de prata precipitado antes de realizar a titulação com a solução de tiocianato. Outro artifício é o de cobrir a suspensão aquosa com uma camada de éter, tolueno, ligroina ou outro solvente orgânico não miscível em água e que não apresente toxicidade. O cloreto de prata aglomera-se na superfície de separação das duas fases, livrando-se da ação dissolvente do tiocianato. Finalmente, a outra alternativa é a adição de pequena quantidade de nitrobenzeno na suspensão de AgCl. O nitrobenzeno é insolúvel em água e forma uma película sobre as partículas, impedindo-as de reagirem com o SCN - ; este procedimento assegura um ponto final nítido e permanente. Aplicações do Método de Volhard: 9.3.1 Determinação de Brometo - Método de Volhard Pipetar 5 mL da amostra contendo brometo para um erlenmeyer de 125 mL. Adicionar aproximadamente 10 mL de água destilada,5mL de nitrato de prata 0,1 mol/L, 1,5 mL de HNO 3 6 mol/L e 8 gotas de alumen de ferro III. Titular com tiocianato de potássio 0,05 mol/L até o aparecimento de fraca coloração vermelho marron. Calcular a concentração de brometo de potássio em g/L. Química Analítica Quantitativa 43
  • 45. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE EXERCÍCIOS SOBRE PRECIPITAÇÃO 1) Calcular as concentrações, em g/L, dos íos prata e cromato numa solução saturada de cromato de prata. 2) Calcular o produto de solubilidade da espécie química A 3 B, sabendo-se que sua solubilidade é de 0,0002 g / 500 mL e que sua massa molar é 85 g/mol. 3) Calcular o intervalo da concentração em C 2 - para que haja uma separação quantitativa dos íons A 2 + e B 2 + contidos em 500 mL, cuja concentração é de 10 - 2 mol/L para ambos os íons. Dados os produtos de solubilidade 2,0 . 10 - 1 5 (mol/L) 2 e 3,0 x 10 - 1 0 mol 2 . L-2 dos precipitados de AC e BC, respectivamente. 4) Qual o produto de solubilidade do sulfato de prata se sua solubilidade é 2,6.10 - 2 mol/L? 5) O produto de solubilidade do PbSO 4 é 1,5 . 10 - 3 2 mol 2 . L - 2 . Calcular as concentrações em mol/L dos íons Pb 2 + e SO 4 2 - em uma solução saturada. 6) Verificar se ocorre precipitação numa solução que apresenta pA = 5,5, pB = 4 e pC = 6, conhecendo-se os seguintes K p s : KpsA 2 C = 3,0 . 10 - 1 2 mol 3 . L - 3 KpsB 2 C 3 = 4,0 . 10 - 3 2 mol 2 . L - 2 7) Calcular quantos gramas de AB 2 estão dissolvidos em 500 mL de solução, sabendo-se que a massa molar dessa espécie química é 82 g/mol e que seu pK p s = 9,50. 8) Calcular o pAg e pCl quando misturamos 25 mL de solução 0,10 mol/L em cloreto e 12,0 mL de solução 0,20 mol/L em prata. 9) Prove que o método de Mohr pode ser utilizado na determinação de cloretos. 10) Para saturar 200 mL de água necessita-se de 0,71 mg de cromato de bário. Calcular o K p s de espécie química. 11) Quantos mL de solução de oxalato de sódio 0,12 mol/L são necessários para precipitar 37,0 mg de íons Ca 2 + ? 12) Faça um breve comentário sobre o método de Volhard. 13) Qual o comportamento do íon fluoresceínato em soluções com excesso de: a) íons cloreto b) íons prata Química Analítica Quantitativa 44
  • 46. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 14) Um litro de uma solução de ácido perclórico 0,003 mol/L contendo 2,0 . 10 - 4 mol de Mn 2 + e 2,0 . 10 - 4 de Cu 2 + foi saturado com H 2 S. Determine se algum ou ambos os íons precipitam com o sulfeto. Escreva os equilíbrios envolvidos. 15) Com relação às reações de precipitação, responda: a) sobre os possíveis métodos utilizados na determinação do ponto final, com breve resumo sobre cada um deles. b) explique, detalhadamente, sobre o mecanismo da fluoresceína na titulação de uma solução contendo Cl - com AgNO 3 . c) quando o método de Volhard é aplicado na determinação de iodetos e brometos, porque não é necessário separar o haleto de prata da solução, tal como ocorre com a análise de cloretos? Como se dá esta separação (AgCl) na prática? d) 25 mL de uma solução de NaCl 0,1 mol/L são titulados com AgNO 3 0,1 mol/L. Como indicador do ponto final é escolhido o cromato de potássio a 5% (m/v). Qual é o volume da solução de indicador necessário para que, na solução titulada, o cromato de prata comece a precipitar após o ponto de equivalência. 16) As solubilidades dos oxalatos de magnésio e cálcio não diferem apreciavelmente (Ks CaC 2 O 4 = 10 - 9 mol 2 . L 2 - e KsMgC 2 O 4 = 10 - 6 mol 2 . L - 2 ). Considerando uma solução contendo a mistura dos cátions Ca 2 + e Mg 2 + 10 - 2 mol/L cada, adicionou-se solução de oxalato 10 - 3 mol/L, conseguindo-se precipitar somente o cálcio. Justificar os fatos envolvidos. 17) Descrever os fundamentos dos métodos usuais de determinação do ponto final das titulações argentométricas. 18) 20 mg de Ag + e 20 mg de Pb 2 + foram dissolvidos em água e seu volume completado para 500 mL. Em seguida, com agitação constante e lentamente, foi adicionada solução 0,09 mol/L em CrO 4 2 - . Pede-se: a) qual o sal que precipitou primeiro? b) qual o intervalo da concentração do íon precipitante para que haja uma separação quantitativa. c) elabore o gráfico correspondente. 19) 500 mL de solução 0,10 mol/L em Ba 2 + foram adicionados de 500 mL de solução 0,10 mol/L em Ca 2 + . À essa mistura juntou-se, lentamente, solução 10 - Química Analítica Quantitativa 45
  • 47. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 3 mol/L em sulfato. Sabendo-se que o K p s CaSO 4 = 10 - 1 0 mol/L pede-se o intervalo dos valores de concentrações de sulfato para que haja uma separação quantitativa desses cátions. 20) Quantos mg de Ba 2 + se acham dissolvidos em 250 mL de solução saturada em cromato de bário? Qual seria a solubilidade em mol/L desse sal em uma solução 0,001 mol/L em cromato? 21) Qual o pAg e o pI em uma solução obtida pela mistura de 30 mL de solução de NaI 0,10 mol/L e 20 mL de solução de AgNO 3 0,15 mol/L? 22) 100 mL de solução 0,01 mol/L em Pb 2 + foram adicionados a 100 mL de solução 0,01 mol/L em Mn 2 + . Em seguida, juntou-se lentamente solução de S 2 - . Calcular o intervalo de concentração de sulfeto para que haja separação quantitativa. 23) Uma amostra de NaBr comercial pesando 0,452 g foi dissolvidoa em água e o volume da solução elevado a 200 mL. Uma alíquota de 20 mL foi titulada com solução de AgNO 3 0,1 mol/L, em presença de K 2 CrO 4 , consumindo 5,25 mL do titulante. O volume gasto na prova em branco foi de 1,10 mL. Calcular o teor da NaBr e de Br - na amostra. 24) Uma amostra de NaCl pesando 0,25 g foi dissolvida em água e o volume da solução elevado a 250 mL. Uma alíquota de 25 mL de solução foi adicionada de 5 mL de AgNO 3 0,1 mol/L e o precipitado formado foi protegido com nitrobenzeno. Em seguida, a mistura foi titulada com solução de KSCN 0,01 mol/L em presença de Fe 3 + e de ácido nítrico, consumindo-se 1,6 mL. Calcular o teor do sal na amostra. 25) Construa a curva de titulação de precipitação, considerando-se pAg e pI em função do volume do titulante, para o seguinte sistema: 25 mL de solução de iodeto de sódio 0,120 mol/L contra solução 0,150 mol/L em nitrato de prata (2 leituras antes e 2 leituras depois do P.E.). Qual o método utilizado? Justifique. 26) Uma amostra de cloreto é analisada pelo método de Volhard. A 0,50 g dessa amostra juntou-se 50,00 mL de solução de AgNO 3 que tem como equivalência 0,005821 g. O excesso de nitrato de prata é titulado por retrocesso consumindo-se 14,95 mL de KSCN. Sabe-se que 32,10 mL de AgNO 3 equivalem a 33,20 mL de KSCN. Calcular a % de cloreto na amostra. Química Analítica Quantitativa 46
  • 48. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 27) Verificar qual dos íons precipitou primeiro em uma solução 5 . 10 - 5 mol/L em cromato e 3 . 10 - 7 mol/L em cloreto à qual foi adicionada suficiente solução de íons prata. 28) Verificar se o Fe 3 + e o Mg 2 + precipitam numa solução cujo pH é 5,7 e sabendo- se que a mesma era 5 . 10 - 5 mol/L em Fe 3 + e 7 . 10 - 7 mol/L em Mg 2 + . 29) Calcular a solubilidade do CaC 2 O 4 em água e em solução de oxalato de amônio 0,05 mol/L. 30) Determinar a concentração de íons OH - necessária para formar o precipitado de Fe(OH) 3 a partir de uma solução 0,1 mol/L em Fe 3 + . 31) A um litro de solução contendo 20 mg de íons prata e 20 mg de íons chumbo foi adicionada, lentamente, solução de cromato de potássio 0,09 mol/L. Prove qual dos íons precipitou primeiro. 32) Calcular o produto de solubilidade de cada espécie química abaixo, sabendo-se que as soluções são: a) 3,17 . 10 - 2 g/L em carbonato de prata b) 6,93 . 10 - 2 g/L em carbonato de cálcio c) 3,17 . 10 - 3 g/L em fosfato de prata 33) Calcular a solubilidade de Mg(OH) 2 em água e em solução de nitrato de magnésio 0,02 mol/L. 34) Quantos gramas de BaCrO 4 se acham dissolvidos em 200 mL de solução saturada desse sal? 35) Verificar se houve precipitação do cromato numa solução cujo pAg = 5, pCl = 7 e pCrO 4 = 8. 36) A que pH deverá ser precipitado o Mg 2 + em solução 5 . 10 - 2 mol/L de cloreto de magnésio? 37) Quantos gramas de chumbo podem ficar dissolvidos em 200 mL de uma solução cuja concentração em fosfato é 0,05 mol/L? 38) Verifique, através de cálculos, se ocorre precipitação do sulfato de estrôncio quando são misturados volumes iguais das soluções de cloreto de estrôncio e sulfato de potássio, ambas com concentrações iguais a 0,001 mol/L. 39) Se tivermos em solução íons de Cd 2 + , Hg 2 + e Ag + , todos com a mesma concentração igual a 0,01 mol/L, e nela formos adicionando, lentamente, Química Analítica Quantitativa 47
  • 49. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE solução de S 2 - , qual a espécie química que irá precipitar primeiro? Qual a ordem de precipitação? Prove por meio de cálculos. 40) Uma solução contendo Fe 3 + e Mg 2 + apresenta pH 5,3. Sabe-se que a solução é 0,1 mol/L para ambos os cátions. Verificar qual espécie química precipitou. 41) Quantos gramas de Fe 3 + podem permanecer dissolvidos em 500 mL de uma solução cuja concentração de H + é de 2,0 . 10 - 9 mol/L? 42) A que pH deverá ser precipitado o Fe 3 + numa solução obtida pela dissolução de 5 g de Fe em Hcl suficiente e seguido de diluição para 500 mL? 43) Provar que o pH de uma solução saturada de Fe(OH) 3 pode ser Calculado a partir da seguinte expressão: 3 pH = pFe + 3 pK w - pK p s Química Analítica Quantitativa 48