2. Mediunidade e trabalho
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A faculdade mediúnica, como já dissemos, não é privilégio de quem a possui e,
ainda mais, é uma faculdade inerente ao ser humano. Todos a possuem, em
diversos graus. Tanto isso é verdade que todos, mesmo aqueles que não têm
pendor para o Espiritismo, a têm e exercitam no mais das vezes sem o saber.
As percepções extrasensoriais, os sonhos premonitórios, as intuições, as visões
são comuns na vida de muitos e em alguma época de nossa vida. Mas costuma
se chamar de médium à pessoa que permite, através de si, manifestações
evidentes, ostensivas, consciente ou inconscientemente, sejam elas de natureza
física ou intelectual.
Lembremonos de que não devem os médiuns se considerar melhores que
outras pessoas; nem tão pouco a mediunidade deve ser motivo de vaidade e
orgulho, pois tem ela o sentido de tarefa, de serviço, de missão a ser cumprida
com alegria e desinteresse. "Mas há médiuns que só empregam sua faculdade
de má vontade." São médiuns imperfeitos. Não sabem o valor da função que
lhes foi concedida. "Se é uma missão, por que não se apresenta como privilégio
dos homens de bem, sendo dada a pessoas que não merecem nenhuma
consideração e que podem abusar dela?" "Precisamente porque tais pessoas
necessitam dela para se aperfeiçoar e para que tenham a possibilidade de
receber bons ensinamentos. Se não aproveitarem, sofrerão as
conseqüências. Jesus não falava de preferência aos pecadores, dizendo que é
preciso dar aos que não têm?“ A.K. L.M. 2ª parte, Cap. XVII, itens 220 e
seguintes
3. • Como vemos, ela pode ser considerada como
verdadeiro instrumento de redenção da criatura
humana. Ao usála dignamente e com correção,
tem o médium oportunidade de exercitar as virtudes
cristãs, como a humildade, o perdão, o amor e a
caridade.
• Sendo uma faculdade como as outras, pode
sofrer interrupções, ser suspensa
temporariamente ou não mais funcionar.
5. Advertência.
• Ocorre quando os Espíritos que sempre se comunicam por um
médium deixam de o fazer. Isto tem um significado muito
importante.
• Quer dizer que eles desejam provar ao médium e a todos, que
eles, os Espíritos, são indispensáveis para que haja a
comunicação e que, sem o seu concurso simpático, nada se
obterá.
• No mais das vezes, tal atitude se prende à forma pela qual o
médium vem se conduzindo, deixando a desejar sob o ponto de
vista moral e doutrinário.
• "Esse dom de Deus não é concedido ao médium para o seu
prazer e, menos ainda, para servir às suas ambições, mas para
servir ao seu progresso e para dar a conhecer a verdade aos
homens.
• Se o Espírito vê que o médium não corresponde mais aos seus
propósitos, nem aproveita as instruções e os conselhos que lhe
dá, afasta-se e vai procurar um instru-mento mais digno." (Idem,
ibidem). Geralmente esta suspensão ocorre por algum tempo e,
cessada a causa que a produziu, a faculdade volta a funcionar.
6. Advertência
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Poder-se-ia perguntar se, quando os bons Espíritos se afastam por
acharem que um médium não está agindo corretamente, isto não é falta
de caridade? Não.
Na verdade, eles começam sempre por advertir os médiuns através
de ensinos que nem sempre são aplicados a si mesmo, pelo
instrumento, nem entendidos como a ele dirigidos e, sim, são
endereçados pelo médium vaidoso a pessoas de seu círculo de
relações.
São várias as tentativas que os Espíritos fazem no sentido de evitar que
o médium caia, mas, desde que o mesmo se torne rebelde às
advertências quanto a disciplina, estudo, comedimento, preparo
doutrinário e vida cristã, eles se afastam e deixam-no entregue às
conseqüências de seus atos, sem contudo deixarem de se
interessar por sua sorte.
Velam à distância, e ainda aqui continuam a amparar o decaído,
esperando a primeira oportunidade de reabilitação para o incentivarem
a aproveitá-la.
Fazem o papel do pai que, diante do filho teimoso, que continua agindo
no erro, apesar dos conselhos e explicações, deixa que ele sofra as
conseqüências, para aprender.
7. Benevolência
• Quando o médium deixa de distinguir os Espíritos com os quais deva
desempenhar trabalhos especiais; quando as suas forças estão
esgotadas e seu poder de defesa fica reduzido, podendo ser presa fácil
nas mãos dos obsessores, sua faculdade é suspensa, temporariamente,
até que volte ao seu estado normal e possa exercitar a mediunidade
com eficiência.
• "Os Espíritos Mentores propriamente, não abandonam o médium
que tem sua faculdade suspensa. Mas ocorre com ele o que acontece
com alguém que momentaneamente perca o sentido da visão ou da
audição." Deixa de perceber o que ocorre em derredor, mas nem por
isso seus familiares o abandonam.
8. Teste ou avaliação
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Outras vezes, apesar de o médium se conduzir com acerto, ter
merecimento moral e não necessitar de um descanso, vê suas
possibilidades mediúnicas diminuírem.
Com que fim ocorre isto? "Serve para experimentar-lhe a paciência e
avaliar sua perseverança. É por isto que os Espíritos geralmente não
marcam o fim da suspensão, pois querem ver se o médium desanima.
Muitas vezes também é para lhe deixar tempo de meditar sobre as
instruções que lhe deram. É por essa meditação que reconhecemos os
espíritas verdadeiramente sérios. Não podemos considerar assim os
que, na verdade, são simples amadores de comunicações" (Idem,
idem).
Vê-se, por esta resposta, que a finalidade da comunicação é a de
instruir as criaturas humanas a respeito de como se devem
comportar na vida, a fim de evitar os seus percalços e deles saber
tirar o bom resultado quando são ine-vitáveis. Meditar significa ler
com atenção, procurando atender ao verdadeiro significado do que
se lê, avaliar com insistência o que se aprendeu e buscar aplicar o
aprendizado até que ele se faça espontaneamente em nossa vida.
9. Perda da mediunidade
• No caso de perda definitiva da faculdade
mediúnica, isto jamais se deve ao fato de o
médium ter encerrado a sua missão, como se
costuma dizer.
• Toda missão encerrada com sucesso é
prenúncio de nova tarefa, que logo se lhe segue,
e assim sucessivamente; logo, o que ocorre é que
a suspensão tem outros motivos, quase sempre de
natureza abusiva da mediunidade ou de doença
irrecuperável do médium.
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Partindo da definição do passe, que é transfusão de forças ou energias psicoespirituais de uma para outra criatura, fica fácil entendermos quais os resultados.
Temos um receptor, um doador, e é preciso considerar o elemento intermediário,
que é o fluido. Os encarnados e desencarnados vivem mergulhados em um meio
comum, uma atmosfera fluídica derivada do Fluido Universal, que preenche o
espaço, quer na sua forma primitiva, elementar, ou modificada pela ação da
mente: Divina (criação); dos Espíritos Superiores (ambiente espiritual que lhes é
próprio); dos espíritos humanos (formando a atmosfera espiritual em que
vivemos).
Tanto os encarnados como os desencarnados são possuidores de um organismo
de natureza semi-material, fluídica, de constituição eletromagnética, cujo
funcionamento se faz na dependência da mente do Espírito que se utiliza, porém,
dos fluidos.
Assim como no corpo físico o sangue circula por todo o organismo, levando-lhe a
alimentação e veiculando as escórias, no perispírito o que circula são os
fluidos comandados pela mente.
Alguém que se perturbe, que se desequilibre passa a ter um "déficit" de fluidos
saudáveis (porque saúde é equilíbrio das forças naturais que nos constituem), e
passa a absorver e armazenar fluidos que sua própria mente, vibrando em
padrões inferiores, se encarrega de tornar pesados, desagradáveis, doentios.
Os fluidos de ordem inferior vão aos poucos se infiltrando do perispírito para as
próprias células do corpo físico, podendo levar um órgão, um sistema ou aparelho
para um mau funcionamento (doença). Quebrada a resistência natural, fica o
organismo entregue ao assalto das várias causas conhecidas e também daquelas
que ainda nos escapam ao entendimento, responsáveis pelas doenças.
12. Os resultados do passe podem ser:
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BENÉFICOS:
a) Dependem do passista, que deve estar em condições de transmitir o passe:
1º - Estado de saúde equilibrado (o fluido vital depende do estado de saúde do
passista).
2º - Estado de espírito equilibrado (o fluido espiritual depende do equilíbrio do
espírito).
b) Dependem de quem recebe o passe, que deve estar:
1º - Receptivo, isto é, favorável ao recebimento de ajuda, vibrando mentalmente
para melhor absorver o recurso espiritual;
2º - Disposto a melhorar-se espiritualmente.
A ajuda do passe é passageira e tais
recursos se fixam e novos se
acrescentam quando o indivíduo
passa a ter uma vida cristã.
13. Os resultados do passe podem ser:
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NULOS:
• Dependem do paciente
• 1º - Embora a ajuda seja boa, por parte do
passista, o paciente se coloca em posição
impermeável (descrença, aversão,
leviandade);
• 2º - O médium se encontra preparado para
a doação requerida, mas o paciente
consegue neutralizar os fluídos por ele
emitidos.
• Devemos lembrar que, quando o doente
tem merecimento, mesmo que esteja
recebendo um passe por pessoa
despreparada, os efeitos são positivos,
graças à interferência dos seus protetores
e à própria Lei de Justiça, que sempre
protege os que andam no caminho do bem.
14. • BIBLIOGRAFIA:
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Allan Kardec
O Livro dos Médiuns - 2ª parte - Cap. XVII - itens 220 e seguintes.
Emmanuel
Pão Nosso, Cap. 44
Contato: mediunidade.coem@bol.com.br