O documento discute o papel dos médiuns nas comunicações espíritas, explicando que:
1) A faculdade mediúnica permite a interação entre espíritos encarnados e desencarnados através da combinação de fluidos;
2) Os médiuns servem como veículos e filtros para as mensagens espirituais, podendo influenciar as comunicações de acordo com suas tendências;
3) É essencial distinguir comunicações anímicas de comunicações de espíritos desencarnados para interpretar corretamente os fenômenos
8ª aula do papel dos mediuns nas comunicações espiritas - coem
1. DO PAPEL DOS MÉDIUNS NAS
COMUNICAÇÕES ESPÍRITAS
C O E M – 8ª AULA TEÓRICA
2. • Para compreendermos o papel que o médium desempenha na
comunicação espírita, é preciso, primeiro, que rememoremos alguns
pontos já estudados sobre a faculdade mediúnica e o fenômeno da
comunicação. Sabemos que:
• 1º) A faculdade mediúnica é um dom inerente a todos os seres
humanos, como a faculdade de respirar. O espírito encarnado acha
se unido ao corpo através do perispírito, que é o esboço fluídico do
organismo. Assim, corpo, espírito e perispírito constituem um todo
indivisível. Disto resulta uma interação psicofisiológica, isto é, um
conjunto de ações e reações recíprocas entre a alma ser pensante
e encarnado, e o corpo veículo de manifestação daquela. Uma vez
que a ALMA se manifesta através do organismo, age e reage por
meio deste, podemos concluir que a faculdade mediúnica tem raízes
orgânicas.
• 2º) Um Espírito, ao comunicarse com o médium, o faz por intermédio
da combinação de fluidos perispiríticos dos dois seres (Espírito e
médium) formando como que uma atmosfera fluídicoespiritual
comum às duas individualidades, atmosfera esta que se torna
favorável à transmissão do pensamento. Esta se faz assim, de
Espírito desencarnado para encarnado. Pela ação que exerce sobre
o corpo, o Espírito se expressa pelos diferentes tipos de faculdades
(psicografia, psicofonia, etc.)
3. A formação dessa atmosfera depende de
dois elementos fundamentais:
• a) A afinidade fluídica entre o médium e o Espírito;
• b) A sintonia do pensamento (sintonia vibratória ou
assimilação da corrente mental).
• Os dois pontos que expusemos acima são básicos
na comunicação e se aplicam aos vários tipos de
faculdades mediúnicas e a qualquer grau de
passividade do médium (consciente,
semiconsciente ou inconsciente). Essa passividade
é apenas uma questão de aptidão própria a cada
médium e da forma de manifestação.
• A essência do fenômeno não varia e se processa
sempre dentro da mecânica exposta.
• Podemos observar, assim, que a alma do médium
(ou o médium), sempre participa do fenômeno da
comunicação, de uma forma ou de outra.
• Ele é o veículo e o filtro do pensamento do Espírito.
4. Verifiquemos agora com mais
detalhes as seguintes questões:
• a) Desprendimento e mediunidade;
• b) Maneiras pelas quais os Espíritos atuam sobre
as possibilidades dos médiuns e a reação destes
diante dos estímulos transmitidos pelos Espíritos;
• c) Considerações finais sobre o papel dos médiuns.
5. DESPRENDIMENTO E
MEDIUNIDADE
• No momento em que exerce a faculdade, o médium apresenta certas
alterações. Conforme o tipo da faculdade que possui (psicografia, por
exemplo), seu estado não difere de modo sensível, do normal,
havendo apenas certo desprendimento do corpo físico, que propicia a
formação da "atmosfera fluídica" necessária à manifestação
mediúnica.
• Esse desprendimento poderá ocorrer em situações não mediúnicas,
como o sonambulismo natural e o êxtase. Nestes casos, o espírito
goza de um estado de independência, durante o qual suas
faculdades adquirem maior amplitude.
• No sonambulismo, a alma tem percepções que no estado habitual se
acham embotadas. É o espírito do encarnado que age, podendo
servirse do próprio corpo deste, para produzir certas ações, como se
serve de uma mesa ou de outro objeto no fenômeno das
manifestações físicas. O Livro dos Espíritos 425
• "O estado de êxtase é um sonambulismo mais apurado. A alma do
extático é ainda mais independente.“ O Livro dos Espíritos 439
6. • Estes dois estados são, pois, na maioria das vezes, anímicos,
isto é, é a própria alma dos médiuns que se manifesta.
Adquirindo certo grau de liberdade, revela capacidades
telepáticas e de visão à distância, podendo até simular
personalidades desencarnadas. Pode, ainda, comunicarse por
outros médiuns, o que constituiria, já, uma "comunicação
mediúnica" entre encarnados.
• Acontece, ainda, muitas vezes, nesse estado de
desprendimento, que, além do aguçamento das próprias
faculdades, o espírito do encarnado entra em contato com o de
desencarnados, prestandose à manifestação destes. Passa,
então, do sonambulismo natural ou do êxtase à atuação
mediúnica.
• Estes fatos causam grandes dificuldades aos pesquisadores,
que, diante deles, ficam em dúvida se se trata de verdadeiras
comunicações mediúnicas ou de manifestações anímicas.
• Para distinguir se uma comunicação é de cunho anímico ou
provém de Espírito desencarnado, é preciso estudo e
observação, baseados no conteúdo das comunicações. Só
assim será possível distinguir o que pode pertencer à
individualidade do médium e o que pertence realmente a um
Espírito que lhe é estranho.
7. REAÇÃO DOS MÉDIUNS DIANTE DOS ESTÍMULOS
TRANSMITIDOS PELOS ESPÍRITOS
• Na comunicação, "o espírito do médium é o intérprete, porque está
ligado ao corpo que serve para falar e por ser necessária uma cadeia
entre vós e os Espíritos que se comunicam, como é preciso um fio
elétrico para comunicar à grande distância uma notícia e, na
extremidade do fio, uma pessoa inteligente, que receba e transmita".
• O espírito do médium exerce influência patente sobre as comunicações
que transmite, podendo, inclusive, ao assimilar as idéias dos Espíritos,
alterá-las conforme as suas tendências, sendo, nesse caso, um mau
intérprete. Daí, os Espíritos procurarem normalmente os intérpretes
que mais se afinizam com eles para que a comunicação seja fiel e
autêntica. Neste caso, diremos que o médium é passivo, por não
misturar suas idéias com as do Espírito comunicante, e não porque
deixa de participar do fenômeno, o que jamais ocorre, mesmo quando
considerado inconsciente.
• Para o Espírito só há uma língua - a do pensamento; não dispõe da
linguagem articulada. Assim, "quando se dirige ao espírito encarnado
do médium, não lhe fala inglês, nem francês, porém, a língua universal
que é a do pensamento. Para exprimir suas idéias numa linguagem
arti-culada, transmissível, toma as palavras ao vocabulário do médium".
8. • Os médiuns xenoglotas (que falam em idiomas que lhes são
desconhecidos), são raros e os Espíritos só produzem esse
tipo de fenômeno quando julgam que isso pode ter alguma
utilidade. Uma pessoa analfabeta, poderá, como médium,
escrever, porém, com grande dificuldade mecânica. Da
mesma forma um médium muito pouco inteligente poderá
transmitir comunicações de ordem elevada.
• "A mediunidade propriamente dita independe da inteligência,
bem como das qualidades morais. Em falta de instrumento
melhor, pode o Espírito servir-se daquele que tem à mão.
Porém, é natural que, para as comunicações de certa ordem,
prefira o médium que lhe ofereça menos obstáculos
materiais".
9. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O PAPEL
DOS MÉDIUNS NAS COMUNICAÇÕES
• Os Espíritos se comunicam com os encarnados da mesma forma que se
comunicam com os próprios Espíritos, tão só pela irradiação do pensamento.
Quando encontram em um médium o cérebro povoado de conhecimentos
latentes, obtidos em vidas anteriores e na existência atual, que facilitam a
comunicação, dele se servem de preferência. Isto ocorre porque o pensamento
se comunica instantaneamente de Espírito a Espírito (sintonia vibratória).
• Os Espíritos encontram no cérebro do médium os elementos próprios para dar
a vestidura da palavra que corresponde a seus pensamentos, quer o médium
seja intuitivo, semi-mecânico ou mecânico. "Essa a razão por que, seja qual for
a diversidade dos Espíritos que se comunicam com um médium, os ditados que
este obtém, embora procedentes de Espí-ritos diferentes, trazem, quanto à
forma e ao colorido, o cunho que lhe é pessoal. É exatamente como quando
observais panoramas diversos, com lunetas matizadas, verdes, brancas ou
azuis; embora os panoramas ou objetos observados sejam inteiramente
diferentes, não deixam, por isso, de afetar uma tonalidade que provém das
cores das lunetas".
• Finalizando, concluímos que o conhecimento da teoria, para os observadores
dos fenômenos mediúnicos e para os candidatos a médiuns, é fundamental,
pois explica-lhes em que condições eles se processam, dando-lhes a
segurança para interpretarem todos os fatos de origem mediúnica, bem como
para entenderem a função do médium e dos Espíritos nas comunicações.
11. • Como vimos anteriormente, há uma irradiação psíquica constante,
que realizamos automaticamente em nosso derredor - é o que André
Luiz chama de "hálito mental"
• As pessoas sensíveis, mediunicamente falando, sentem com precisão
o estado do ambiente e das pessoas que o compõem pelo fato de
perceberem esta irradiação.
• Outro tipo de irradiação é aquela que se faz à distância, projetando o
nosso pensamento em favor de alguém, movimentando as forças
psíquicas através da vontade. Desta forma, é fácil entender que
somente pode dar alguma coisa boa aquele que a possui.
• Os bons sentimentos, os bons pensamentos, os bons atos vão
plasmando na "atmosfera espiritual" da criatura, uma tonalidade
vibratória e uma quantidade de fluidos agradáveis e salutares
que poderão ser mobilizados através da vontade dirigida.
• As condições básicas para realizar-se uma boa irradiação são:
manter frugalidade na alimentação; combater os vícios; abster-se
do álcool; do fumo, etc.; evitar conversação de baixo palavreado
e de imagens pouco dignas; dominar os sentimentos passionais
e instintivos; e procurar ter comportamento cristão a fim de
dispor de elementos fluídicos de boa qualidade para transmitir
aos necessitados.
12. • BIBLIOGRAFIA:
• EMMANUEL
• Vinha de Luz, Cap. 163.
• Fonte Viva, Cap. 149
• Allan Kardec
• "O Livro dos Médiuns", 2ª parte, Cap. XIX
• "O Livro dos Espíritos", questões 425 e 439.
Contato: mediunidade.coem@bol.com.br