2. Questões de Gêner
Em geral, o Brasil progrediu muito no tratamento das questões de gênero e na
redução das diferenças entre homens e mulheres. Três avanços importantes
merecem ser mencionados: Primeiro, o acesso e uso de contraceptivos aumentou
enormemente, resultando em uma queda acentuada na taxa de fecundidade e no
tamanho das famílias. Segundo, o nível educacional das mulheres aumentou ao
ponto de, na média, elas apresentarem agora mais escolaridade que os homens. E
terceiro, embora os homens ainda predominem no mercado de trabalho, a
participação das mulheres tem aumentado constantemente nas duas últimas
décadas ao mesmo tempo em que diminuiu a diferença salarial entre os sexos. Estas
mudanças podem, em parte, ser atribuídas à crise prolongada no Brasil que alterou a
alocação do trabalho masculino e feminino fora dos domicílios.
3. Questões de Gêner
O que contribuiu também para maior igualdade entre os gêneros foi a
democratização rápida do Brasil, que estimulou uma demanda por direitos e
tratamentos iguais na família, entre sexos e no mercado de trabalho. Contudo,
enquanto o Brasil testemunhou muitos avanços nesta área, ainda permanece uma
série de questões que afetam o bem-estar de homens e mulheres e as relações
entre ambos. Em termos de serviços de saúde, a atenção pré-natal para as
mulheres grávidas continua inadequada. A mortalidade materna tem diminuído no
Brasil, mas ainda é um problema. Estima-se que na América Latina 28 mil mulheres
morrem por ano em virtude de complicações na gravidez, no parto.
4. Questões de Gêner
Por outro lado, os homens estão usando qualquer
método contraceptivo com mais frequência
(camisinha, remédio, etc), o que acaba diminuindo o
risco significativo na expansão da Aids e de outras
doenças sexualmente transmissíveis.
Finalmente, programas de saúde reprodutiva têm
focalizado principalmente as mulheres, quando
deveriam considerar também o comportamento
sexual e reprodutivo dos homens como fator
importante nas decisões relativas à saúde e ao
planejamento familiar.
E esse planejamento tem levado alguns jovens a entrarem
no mercado de trabalho com idade prematura, gerando
impactos negativos em sua educação.
5. Composição Etária
A população idosa brasileira tem aumentado consideravelmente e representa
atualmente cerca de 10% da população total – em 1980 essa proporção era de 6%
(IBGE, 2008). O processo de envelhecimento no Brasil tem sido mais acelerado do
que em outros países, resultado da rápida mudança tanto da taxa de fecundidade
quanto da expectativa de vida.
6. Composição Etária
De acordo com o IBGE, a média de moradores por domicílio caiu para 3,3. Esse
comportamento persistiu tanto na área urbana quanto na área rural, diz o Instituto. O
levantamento aponta que há 96 homens para cada 100 mulheres no país. Entretanto,
nascem mais homens no Brasil: a cada 205 nascimentos, 105 são de homens. A diferença
ocorre, segundo o IBGE, porque a taxa de mortalidade masculina é superior. A pesquisa
também mostra que o Brasil já registra mais de 60 mil pessoas vivendo com parceiros do
mesmo sexo. A região Sudeste é a que tem mais casais que se assumiram homossexuais,
com 32.202. Em seguida, está a região Nordeste, com 12.196; e a Sul, com 8.034. O número
representa 0,2% do total de cônjuges (37,547 milhões) em todo o país.