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CONFESSAR, MERCANTILIZAR, DEMOCRATIZAR, MAS NÃO
DEMONIZAR.
Wesley Moreira Pinheiro
Pesquisador em Marketing e
Educação. Mestrando em
Administração pela PUC-SP.
INTRODUÇÃO
Este é um relato carregado de viés e elementos emocionais, digno de
expurgação teórica e acadêmica, capaz de atrair as pedras dos antepassados
algozes de Maria Madalena, que outrora impedidos por aquele denominado
Cristo indagando sobre as suas reais virtudes e pureza contra a inexistência de
erros e pecados, tornando-os acima do bem e do mal, capazes de apedrejar e
silenciar todo aquele insolente e audacioso que tentasse romper as amarras da
dominação, da alienação social, dos valores impostos.
DEMOCRATIZAÇÃO, MERCANTILIZAÇÃO E CORROSÃO DO ENSINO
SUPERIOR NO BRASIL.
Um espectro ronda a Europa - o espectro do comunismo. Todas as
potências da velha Europa uniram-se numa santa aliança a esse
espectro: o Papa e o Czar, Metternich e Guiozol, radicais franceses e
policiais alemães”(MARX; ENGELS, 2006, p.43)
O espectro pode ter muitos significados, para a física, matemática,
biologia ou ciências sociais, não obstante, parafraseando o manifesto, o
espectro nesse contexto é o espectro do ensino superior, que une forças
antagônicas e divergentes em prol de um discurso obscuro e subjetivo sobre o
direito da formação universitária para todos. Faz pouco mais de uma década
que o ensino superior turbinou-se nesse país, em números e números,
ampliando a desigualdade da formação pública contra a formação privada, mas
socializando e democratizando o direito à formação universitária para todos e
não só para uma minoria elitizada.
Do ponto de vista teórico, a democratização e expansão do ensino superior no
Brasil são necessárias e irreversíveis, porém seus resultados apontam para
realidades distintas entre os que se formam e os que se diplomam. Isso de dá
pela insuficiência de recursos do governo federal em garantir vagas públicas
para todos. Quando se acessa um relatório do MEC sobre os dados do ensino
superior no país é gritante a desigualdade entre oferta pública e oferta privada,
e para ampliar essa desigualdade o governo federal fomenta as IES privadas
com PROUNI e FIES. Esse fomento do crescimento do ensino superior privado
é um mal necessário, pois:
 Criar universidades públicas é altamente caro e sai mais barato
subsidiar ou arrendar vagas na universidade privada;
 Se o governo federal ampliar demais as vagas na universidade pública
possivelmente isso destruirá as universidades confessionais (Mackenzie,
PUC, Metodista), pois os processos seletivos atuais das universidades
estatais não permitirão que o aluno de baixa renda, com baixo
conhecimento médio possa competir com aquele que não entrou
imediatamente na USP, mas tem condição de pagar a PUC.
 As universidades privadas estão muitas vezes ligadas ao contexto
político e serve diretamente a dominação e alienação social.
 Se não fomenta as universidades privadas, não haverá como “melhorar
a formação” da população perante os índices mundiais.
Essas proposições indicam alguns dos ‘n’ fatores que contemplam esse
complexo jogo de dominação social, da educação, do conhecimento, do saber
e, do poder.
Nos últimos anos o Financiamento Estudantil, conhecido como FIES, virou a
principal arma de universidades privadas que visão diplomar, parcelar
certificado. Instituições que primam pelo lucro certo e pela vantagem fácil. E é
assombroso o marketing que essas universidades têm aplicado em suas ações
em prol de conquistar mais e mais alunos, com garantia de pagamento das
mensalidades, pois o governo federal paga de uma vez só. Essa ideia nos leva
a palavra MERCADO, que nos leva a uma discussão frequente no âmbito
acadêmico: a mercantilização do ensino superior. Já li e ouvi muito sobre isso,
mas de fato pouco ou quase nada se faz para mudar esse quadro. Primeiro
problema é o que significa para a comunidade acadêmica o termo
mercantilização, vejamos:
Mercantil
mer.can.til
adj (mercante+il) 1 Que se refere a mercadores ou a mercadorias. 2 Que
pratica o comércio. 3 Ambicioso, cobiçoso, interesseiro. Escrituração m.: a
que devem fazer as casas de comércio segundo as normas da lei.
(MICHAELIS, 2013)
Pelo cerne da palavra, fui em busca daquilo que se discute no âmbito
acadêmico sobre o termo mercantilização do ensino superior, vejamos:
Chamar a filosofia e as demais humanidades de ciência, designar
todas as atividades investigativas da Universidade como pesquisa
científica reflete o viés naturalista da concepção ortodoxa, a tese de
que as ciências naturais constituem a forma paradigmática de
conhecimento, modelo e padrão de a avaliação para todas as outras
(OLIVEIRA, 2000, p.2)
A privatização, implementadas pelas políticas neoliberais
hegemônicas, sobretudo na América Latina, vêm atingindo as
“instituições” universitárias públicas de tal modo que significa o
desmantelamento do Ensino Superior público e sua consequente
mercantilização. Nesse sentido, a política de restrição ao crescimento
das universidades públicas e sua reestruturação voltada para a
produtividade e competitividade, tem favorecido a propagação das
universidades privadas por intermédio da ideia do livre mercado
(SCREMIN; MARTINS, 2005).
Trata-se, portanto, de defendermos a “Universidade como instituição
social, que desempenha uma ação social e uma prática social
fundada no reconhecimento público de sua legitimidade”. Uma
Universidade que desempenhe um papel-chave no desenvolvimento
dos indivíduos e de uma nação. Neste sentido, a bandeira de luta que
devemos manter sempre de pé é a da defesa da Universidade
Pública, Gratuita, de Qualidade e Referenciada Socialmente
(SCREMIN; MARTINS, 2005).
A discussão acadêmica visa uma abordagem teórica social sobre o público e o
privado, sobre o interesse de pesquisa acadêmica e sobre o interesse do
mercado, ou mesmo sobre a briga entre ciências naturais e sociais. Na
realidade essa miopia das universidades públicas se dá pelo desconhecimento
do mundo real, pela soberba de sua existência e pelo desprezo às
universidades que não são consideradas seus pares. Viajando ainda na minha
busca sobre uma definição mais real do que seria a Mercantilização do Ensino
Superior deparei-me com o infame e blasfemo Wikpédia, que refere-se:
A mercantilização da educação superior é o nome dado ao processo
em que o desenvolvimento dos fins e dos meios da educação
superior, tanto no âmbito estatal como no privado, sofre uma
reorientação de acordo com os princípios e a lógica do mercado e
sob a qual a educação superior, gradativa e progressivamente, perde
o status de bem público e assume a condição de serviço comercial
(WIKPÉDIA, 2013).
Acrescente que essa informação é oriunda de uma tese de doutorado: Bertolin,
Julio César G. Avaliação da qualidade do sistema de educação superior
brasileiro em tempos de mercantilização: período 1994-2003. Porto Alegre:
UFRGS, 2007. 281 p.
Possivelmente esses dois últimos dados revelam melhor a realidade, nua e
crua, pois por trás da democratização do ensino superior e do financiamento
estudantil está um desejo ambicioso, cobiçoso, interesseiro (MICHAELIS,
2013).
É preciso destacar que há uma chuva de propaganda nessas universidades
visando apenas garantir o pagamento da mensalidade do aluno, por meio do
financiamento. Nessas instituições não há compromisso com excelência
acadêmica ou pesquisa científica. São alunos espremidos em salas de aulas
menores do que a capacidade (remete ao nosso sistema carcerário). Não há
respeito ou investimento relacionado ao professor, que não passa de um
horista, que deve contabilizar presença dos alunos, realizar inúmeras
atividades e extrapolar na pontuação para que não os reprovem, pois acima de
tudo são eles (alunos) que pagam o salário do professor. Nesse sentido a
universidade enxerga o aluno como um cliente que paga, o professor como
uma despesa inevitável e as ações governamentais em prol da expansão do
ensino superior como lucro certo.
E onde ficam as universidades confessionais nesse contexto? Do lado das
públicas ou do lado das privadas? Talvez bem em cima do muro. Entende-se
por Instituição de Ensino Superior Confessional uma universidade, centro
universitário ou faculdade que tenha ligação direta com uma igreja ou grupo
religioso, em outras palavras são as universidades Católicas, Presbiterianas,
Metodistas, Batistas, entre outras.
Essas universidades se diferenciam das demais, pois se aproxima do discurso
das universidades públicas com relação a excelência acadêmica de ensino,
pesquisa e extensão, mas se aproxima da universidade privada, pois cobram
mensalidades pela prestação de serviço. Diferencia-se mais ainda, pois a
excelência custa caro, portanto isso é facilmente refletido nas mensalidades.
Ou seja, aluno de baixa renda dificilmente consegue se formar em uma
universidade confessional. A universidade confessional não apresenta uma
ambição desenfreada com relação a sua expansão de alunos, e não pensa em
encher salas de aula a qualquer preço, porém muitas delas agonizam em
alguns cursos tradicionais, muitos deles nas licenciaturas, pois a demanda é
pequena até para a universidade pública e na disputa pelo aluno, aquele que
não entrou em Letras na USP, dificilmente pagará R$ 1000,00 reais em uma
confessional, quando poderá pagar 250,00 em uma universidade privada com
financiamento estudantil.
As universidades confessionais não priorizam PROUNI e FIES porque não
dependem deles para expandir a qualquer custo, porém podem usufruir deles
para manter seus cursos de baixa demanda, especialmente os de licenciatura.
Sabe-se que há falta de interesse nesse sentido, pois há uma ligação entre:
aluno de baixa renda > ensino médio público de qualidade ruim >
deficiência no acompanhamento universitário. Ou seja, aluno de PROUNI e
FIES não tem condição de cursar uma universidade de excelência, pois não
teve excelência na sua formação média. Bem, é verdade que há muitos alunos
mal formados, um tanto de alunos que buscam realmente só financiar um
diploma, mas há bons alunos, capazes de se adaptar às exigências
acadêmicas de uma PUC ou Mackenzie, que na realidade necessita apenas de
uma oportunidade. E como encontrar esse aluno e proporcionar essa
oportunidade? Talvez seja mais fácil do que se queira. Toda igreja está em
todos os lugares, das elites às periferias, portanto elas conhecem o seu
rebanho e consequentemente podem encontrar esses alunos potenciais. É
possivelmente aceitável que uma paróquia, por exemplo, tenha grupos de
jovens que tenham condições e vontade para se dedicar em universidades
sérias, mas mesmo sendo católicos não tem condições de cursar uma PUC. Aí
fica a minha dúvida: será que não falta diálogo entre igreja e universidade, para
usar de forma racional os benefícios do governo? É fato que elas não
resolverão o problema frente as universidades privadas mercantilistas, porém
poderão salvar bons alunos, que dificilmente terão chance se não houver
iniciativa e parceria entre universidade e igreja, e assim tornar-se de fato uma
instituição realmente confessional. Se não há dois caminhos, ou eletiza-se de
vez e junta-se a FGV, FAAP, ESPM, que não precisam e nem se interessam
por FIES e PROUNI e, fecham seus cursos de baixa demanda; ou usufrua de
forma planejadas esses benefícios públicos em prol de manter cursos, manter
vagas, e ao mesmo tempo dar condições dignas para alunos que realmente
buscam uma formação séria.
Infelizmente não temos USP, UFF, UFMG, UFRGS e UFPE suficiente para dar
condição equalizada de acesso à boa formação a todos os alunos, tão pouco
esses alunos têm condição de se manter em IES privadas de excelência como
FGV, e justamente por isso aumenta a responsabilidade das universidades
confessionais, que podem e devem agir nesse sentido. Para salvar cursos,
para salvar alunos, para salvar professores.
A universidade confessional prega que ciência e fé não são paradoxos, que
dialogam e interagem, não obstante isso precisa sair do campo teórico-
filosófico e ir ao encontro da prática, onde igreja e universidade podem sim
aliar-se aos programas FIES e PROUNI em prol de bons alunos, em cada
comunidade. Será que a universidade confessional é tão privada e elitizada
quanto uma FGV? Não há espaço para agir em prol da comunidade e da
sociedade com universidade e igreja de mãos dadas? Será que toda essa
discussão não passa de utopia?
REFERÊNCIAS
MARX, K.; ENGELS, F. O manifesto do Partido Comunista. São Paulo,
Editora Martin Claret, 2006.
MICHAELIS.Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br>
OLIVEIRA, M. B. A ciência que queremos: e a mercantilização da
universidade. Revista DAUSP, n.21, 2000. Disponível
em:<http://www2.fe.usp.br/~mbarbosa/cqmu.pdf>. Acesso em: 09 jun. 2013.
SCREMIN, L.; MARTINS, P. P. – O processo de mercantilização da
Educação Superior. Revista da UFG, v.7, n.2, 2005. Disponível
em:<http://www.proec.ufg.br/revista_ufg/45anos/D-mercantilizacao.html>.
Acesso em : 08 jun. 2013.
WIKPÉDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/>

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CONFESSAR, MERCANTILIZAR, DEMOCRATIZAR, MAS NÃO DEMONIZAR

  • 1. CONFESSAR, MERCANTILIZAR, DEMOCRATIZAR, MAS NÃO DEMONIZAR. Wesley Moreira Pinheiro Pesquisador em Marketing e Educação. Mestrando em Administração pela PUC-SP. INTRODUÇÃO Este é um relato carregado de viés e elementos emocionais, digno de expurgação teórica e acadêmica, capaz de atrair as pedras dos antepassados algozes de Maria Madalena, que outrora impedidos por aquele denominado Cristo indagando sobre as suas reais virtudes e pureza contra a inexistência de erros e pecados, tornando-os acima do bem e do mal, capazes de apedrejar e silenciar todo aquele insolente e audacioso que tentasse romper as amarras da dominação, da alienação social, dos valores impostos. DEMOCRATIZAÇÃO, MERCANTILIZAÇÃO E CORROSÃO DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL. Um espectro ronda a Europa - o espectro do comunismo. Todas as potências da velha Europa uniram-se numa santa aliança a esse espectro: o Papa e o Czar, Metternich e Guiozol, radicais franceses e policiais alemães”(MARX; ENGELS, 2006, p.43) O espectro pode ter muitos significados, para a física, matemática, biologia ou ciências sociais, não obstante, parafraseando o manifesto, o espectro nesse contexto é o espectro do ensino superior, que une forças antagônicas e divergentes em prol de um discurso obscuro e subjetivo sobre o direito da formação universitária para todos. Faz pouco mais de uma década que o ensino superior turbinou-se nesse país, em números e números, ampliando a desigualdade da formação pública contra a formação privada, mas socializando e democratizando o direito à formação universitária para todos e não só para uma minoria elitizada.
  • 2. Do ponto de vista teórico, a democratização e expansão do ensino superior no Brasil são necessárias e irreversíveis, porém seus resultados apontam para realidades distintas entre os que se formam e os que se diplomam. Isso de dá pela insuficiência de recursos do governo federal em garantir vagas públicas para todos. Quando se acessa um relatório do MEC sobre os dados do ensino superior no país é gritante a desigualdade entre oferta pública e oferta privada, e para ampliar essa desigualdade o governo federal fomenta as IES privadas com PROUNI e FIES. Esse fomento do crescimento do ensino superior privado é um mal necessário, pois:  Criar universidades públicas é altamente caro e sai mais barato subsidiar ou arrendar vagas na universidade privada;  Se o governo federal ampliar demais as vagas na universidade pública possivelmente isso destruirá as universidades confessionais (Mackenzie, PUC, Metodista), pois os processos seletivos atuais das universidades estatais não permitirão que o aluno de baixa renda, com baixo conhecimento médio possa competir com aquele que não entrou imediatamente na USP, mas tem condição de pagar a PUC.  As universidades privadas estão muitas vezes ligadas ao contexto político e serve diretamente a dominação e alienação social.  Se não fomenta as universidades privadas, não haverá como “melhorar a formação” da população perante os índices mundiais. Essas proposições indicam alguns dos ‘n’ fatores que contemplam esse complexo jogo de dominação social, da educação, do conhecimento, do saber e, do poder. Nos últimos anos o Financiamento Estudantil, conhecido como FIES, virou a principal arma de universidades privadas que visão diplomar, parcelar certificado. Instituições que primam pelo lucro certo e pela vantagem fácil. E é assombroso o marketing que essas universidades têm aplicado em suas ações em prol de conquistar mais e mais alunos, com garantia de pagamento das mensalidades, pois o governo federal paga de uma vez só. Essa ideia nos leva a palavra MERCADO, que nos leva a uma discussão frequente no âmbito acadêmico: a mercantilização do ensino superior. Já li e ouvi muito sobre isso,
  • 3. mas de fato pouco ou quase nada se faz para mudar esse quadro. Primeiro problema é o que significa para a comunidade acadêmica o termo mercantilização, vejamos: Mercantil mer.can.til adj (mercante+il) 1 Que se refere a mercadores ou a mercadorias. 2 Que pratica o comércio. 3 Ambicioso, cobiçoso, interesseiro. Escrituração m.: a que devem fazer as casas de comércio segundo as normas da lei. (MICHAELIS, 2013) Pelo cerne da palavra, fui em busca daquilo que se discute no âmbito acadêmico sobre o termo mercantilização do ensino superior, vejamos: Chamar a filosofia e as demais humanidades de ciência, designar todas as atividades investigativas da Universidade como pesquisa científica reflete o viés naturalista da concepção ortodoxa, a tese de que as ciências naturais constituem a forma paradigmática de conhecimento, modelo e padrão de a avaliação para todas as outras (OLIVEIRA, 2000, p.2) A privatização, implementadas pelas políticas neoliberais hegemônicas, sobretudo na América Latina, vêm atingindo as “instituições” universitárias públicas de tal modo que significa o desmantelamento do Ensino Superior público e sua consequente mercantilização. Nesse sentido, a política de restrição ao crescimento das universidades públicas e sua reestruturação voltada para a produtividade e competitividade, tem favorecido a propagação das universidades privadas por intermédio da ideia do livre mercado (SCREMIN; MARTINS, 2005). Trata-se, portanto, de defendermos a “Universidade como instituição social, que desempenha uma ação social e uma prática social fundada no reconhecimento público de sua legitimidade”. Uma Universidade que desempenhe um papel-chave no desenvolvimento dos indivíduos e de uma nação. Neste sentido, a bandeira de luta que devemos manter sempre de pé é a da defesa da Universidade Pública, Gratuita, de Qualidade e Referenciada Socialmente (SCREMIN; MARTINS, 2005). A discussão acadêmica visa uma abordagem teórica social sobre o público e o privado, sobre o interesse de pesquisa acadêmica e sobre o interesse do mercado, ou mesmo sobre a briga entre ciências naturais e sociais. Na
  • 4. realidade essa miopia das universidades públicas se dá pelo desconhecimento do mundo real, pela soberba de sua existência e pelo desprezo às universidades que não são consideradas seus pares. Viajando ainda na minha busca sobre uma definição mais real do que seria a Mercantilização do Ensino Superior deparei-me com o infame e blasfemo Wikpédia, que refere-se: A mercantilização da educação superior é o nome dado ao processo em que o desenvolvimento dos fins e dos meios da educação superior, tanto no âmbito estatal como no privado, sofre uma reorientação de acordo com os princípios e a lógica do mercado e sob a qual a educação superior, gradativa e progressivamente, perde o status de bem público e assume a condição de serviço comercial (WIKPÉDIA, 2013). Acrescente que essa informação é oriunda de uma tese de doutorado: Bertolin, Julio César G. Avaliação da qualidade do sistema de educação superior brasileiro em tempos de mercantilização: período 1994-2003. Porto Alegre: UFRGS, 2007. 281 p. Possivelmente esses dois últimos dados revelam melhor a realidade, nua e crua, pois por trás da democratização do ensino superior e do financiamento estudantil está um desejo ambicioso, cobiçoso, interesseiro (MICHAELIS, 2013). É preciso destacar que há uma chuva de propaganda nessas universidades visando apenas garantir o pagamento da mensalidade do aluno, por meio do financiamento. Nessas instituições não há compromisso com excelência acadêmica ou pesquisa científica. São alunos espremidos em salas de aulas menores do que a capacidade (remete ao nosso sistema carcerário). Não há respeito ou investimento relacionado ao professor, que não passa de um horista, que deve contabilizar presença dos alunos, realizar inúmeras atividades e extrapolar na pontuação para que não os reprovem, pois acima de tudo são eles (alunos) que pagam o salário do professor. Nesse sentido a universidade enxerga o aluno como um cliente que paga, o professor como uma despesa inevitável e as ações governamentais em prol da expansão do ensino superior como lucro certo.
  • 5. E onde ficam as universidades confessionais nesse contexto? Do lado das públicas ou do lado das privadas? Talvez bem em cima do muro. Entende-se por Instituição de Ensino Superior Confessional uma universidade, centro universitário ou faculdade que tenha ligação direta com uma igreja ou grupo religioso, em outras palavras são as universidades Católicas, Presbiterianas, Metodistas, Batistas, entre outras. Essas universidades se diferenciam das demais, pois se aproxima do discurso das universidades públicas com relação a excelência acadêmica de ensino, pesquisa e extensão, mas se aproxima da universidade privada, pois cobram mensalidades pela prestação de serviço. Diferencia-se mais ainda, pois a excelência custa caro, portanto isso é facilmente refletido nas mensalidades. Ou seja, aluno de baixa renda dificilmente consegue se formar em uma universidade confessional. A universidade confessional não apresenta uma ambição desenfreada com relação a sua expansão de alunos, e não pensa em encher salas de aula a qualquer preço, porém muitas delas agonizam em alguns cursos tradicionais, muitos deles nas licenciaturas, pois a demanda é pequena até para a universidade pública e na disputa pelo aluno, aquele que não entrou em Letras na USP, dificilmente pagará R$ 1000,00 reais em uma confessional, quando poderá pagar 250,00 em uma universidade privada com financiamento estudantil. As universidades confessionais não priorizam PROUNI e FIES porque não dependem deles para expandir a qualquer custo, porém podem usufruir deles para manter seus cursos de baixa demanda, especialmente os de licenciatura. Sabe-se que há falta de interesse nesse sentido, pois há uma ligação entre: aluno de baixa renda > ensino médio público de qualidade ruim > deficiência no acompanhamento universitário. Ou seja, aluno de PROUNI e FIES não tem condição de cursar uma universidade de excelência, pois não teve excelência na sua formação média. Bem, é verdade que há muitos alunos mal formados, um tanto de alunos que buscam realmente só financiar um diploma, mas há bons alunos, capazes de se adaptar às exigências acadêmicas de uma PUC ou Mackenzie, que na realidade necessita apenas de uma oportunidade. E como encontrar esse aluno e proporcionar essa
  • 6. oportunidade? Talvez seja mais fácil do que se queira. Toda igreja está em todos os lugares, das elites às periferias, portanto elas conhecem o seu rebanho e consequentemente podem encontrar esses alunos potenciais. É possivelmente aceitável que uma paróquia, por exemplo, tenha grupos de jovens que tenham condições e vontade para se dedicar em universidades sérias, mas mesmo sendo católicos não tem condições de cursar uma PUC. Aí fica a minha dúvida: será que não falta diálogo entre igreja e universidade, para usar de forma racional os benefícios do governo? É fato que elas não resolverão o problema frente as universidades privadas mercantilistas, porém poderão salvar bons alunos, que dificilmente terão chance se não houver iniciativa e parceria entre universidade e igreja, e assim tornar-se de fato uma instituição realmente confessional. Se não há dois caminhos, ou eletiza-se de vez e junta-se a FGV, FAAP, ESPM, que não precisam e nem se interessam por FIES e PROUNI e, fecham seus cursos de baixa demanda; ou usufrua de forma planejadas esses benefícios públicos em prol de manter cursos, manter vagas, e ao mesmo tempo dar condições dignas para alunos que realmente buscam uma formação séria. Infelizmente não temos USP, UFF, UFMG, UFRGS e UFPE suficiente para dar condição equalizada de acesso à boa formação a todos os alunos, tão pouco esses alunos têm condição de se manter em IES privadas de excelência como FGV, e justamente por isso aumenta a responsabilidade das universidades confessionais, que podem e devem agir nesse sentido. Para salvar cursos, para salvar alunos, para salvar professores. A universidade confessional prega que ciência e fé não são paradoxos, que dialogam e interagem, não obstante isso precisa sair do campo teórico- filosófico e ir ao encontro da prática, onde igreja e universidade podem sim aliar-se aos programas FIES e PROUNI em prol de bons alunos, em cada comunidade. Será que a universidade confessional é tão privada e elitizada quanto uma FGV? Não há espaço para agir em prol da comunidade e da sociedade com universidade e igreja de mãos dadas? Será que toda essa discussão não passa de utopia?
  • 7. REFERÊNCIAS MARX, K.; ENGELS, F. O manifesto do Partido Comunista. São Paulo, Editora Martin Claret, 2006. MICHAELIS.Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br> OLIVEIRA, M. B. A ciência que queremos: e a mercantilização da universidade. Revista DAUSP, n.21, 2000. Disponível em:<http://www2.fe.usp.br/~mbarbosa/cqmu.pdf>. Acesso em: 09 jun. 2013. SCREMIN, L.; MARTINS, P. P. – O processo de mercantilização da Educação Superior. Revista da UFG, v.7, n.2, 2005. Disponível em:<http://www.proec.ufg.br/revista_ufg/45anos/D-mercantilizacao.html>. Acesso em : 08 jun. 2013. WIKPÉDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/>