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Rádio

           Meio de comunicação baseado na difusão de informação sonora por
meio de ondas eletromagnéticas (hertzianas) em diversas freqüências, que podem
ser quilohertz, megahertz e gigahertz . Além da radiodifusão, as ondas
eletromagnéticas também são usadas nas transmissões de telefone, de televisão,
de radar, nos sistemas de navegação e nas telecomunicações.

          Início da radiodifusão – O aproveitamento das ondas eletromagnéticas
para a propagação de informação sonora acontece no início do século XX graças
à invenção da válvula radioelétrica (tríodo), criada em 1906, nos EUA, por Lee De
Forest. A válvula tríodo permite a ampliação dos sinais elétricos, viabilizando a
audição de sons complexos transmitidos por ondas hertzianas.

           No Natal de 1906, a radiodifusão é inaugurada no mundo: De Forest e
Reginald Aubrey Fessenden transmitem, nos EUA, números de canto e solos de
violino. Outras transmissões pioneiras são realizadas nos anos seguintes.

          Primeiras emissoras – As emissoras de rádio desenvolvem-se de fato
após a I Guerra Mundial. Durante o conflito, a transmissão das ondas
eletromagnéticas fica sob o controle do governo dos países em guerra. Esse
atraso na implantação da radiodifusão para o grande público, no entanto, é
compensado pelos avanços feitos no período, que facilitam o crescimento das
estações de rádio no pós-guerra. Em apenas uma década, a radiodifusão
espalha-se por todo o mundo. Em 1919 é criada a primeira grande empresa
norte-americana de telecomunicações, a Radio Corporation of America (RCA),
seguida da National Broadcasting Company (NBC), em 1926, e da Columbia
Broadcasting System (CBS), em 1927. Na Europa são implantadas várias
empresas de grande porte, entre as quais a italiana Radiotelevisione Italia- na
(RAI), em 1924; a inglesa British Broadcasting Corporation (BBC), em 1927; e a
francesa Radio France Internationale (RFI), em 1931. O número de receptores
também aumenta drasticamente: nos EUA, por exemplo, os aparelhos de rádio
sobem de 50 mil, em 1922, para mais de 4 milhões, em 1925 .

            AM e FM – Entre os anos 30 e 60, o rádio alcança enorme
popularidade. As emissoras profissionalizam-se e os transmissores e aparelhos
receptores tornam-se cada vez mais potentes. Os progressos na amplificação
permitem modular as correntes das emissoras (separar as ondas) e melhorar o
som, evitando problemas de interferência. Com esses aprimoramentos, o rádio
passa a difundir mais música. Os avanços técnicos continuam na II Guerra
Mundial, quando são utilizadas novas freqüências de onda. Os primeiros
emissores em freqüência modulada (FM) são produzidos nos EUA, pela General
Electric, em 1942. A FM permite uma recepção em alta-fidelidade (qualidade
técnica), mas seu alcance é pequeno. Já a difusão em amplitude modulada (AM)
tem longo alcance, mas algumas limitações de qualidade. Na AM, a freqüência
(ritmo) dos sinais não se altera, apenas a amplitude (alcance). Assim, os canais
de AM, por exemplo, não permitem a transmissão dos tons mais altos de uma
música, o que é possível pela FM, que utiliza altas freqüências, menos
concorridas no espaço. Entretanto, somente com o uso de satélite é que as
emissoras de FM ganham meios de melhorar seu alcance.

            A transmissão via satélite é inaugurada em dezembro de 1958, com o
Score I, o primeiro satélite artificial de telecomunicações. Sua utilização
representa o maior salto tecnológico da história da radiodifusão. Com ele, as
emissoras podem irradiar seus programas com menos interferências e para
qualquer parte do mundo. As transmissões comerciais iniciam-se sete anos
depois com o lançamento do Intelsat 1, da International Telecommunications
Satellite Organization.

          Rádio no Brasil

          O Brasil possui 2.826 emissoras comerciais de rádio licenciadas,
segundo dados de 1997 do Ministério das Comunicações . A Região Sudeste tem
o maior número de emissoras (1.051) - 526 só no estado de São Paulo -, seguida
das regiões Sul (760), Nordeste (611), Centro-Oeste (245) e Norte (159).

             A primeira emissão radiofônica brasileira acontece em 7 de setembro
de 1922, nas comemorações do centenário da independência. A Westinghouse
Electric International Co. instala no alto do Corcovado , no Rio de Janeiro, uma
estação de 500 watts, inaugurada com discurso do presidente Epitácio Pessoa.
Seguem-se emissões de música lírica e conferências, captadas nos 80 aparelhos
de rádio dispersos pela cidade. No fim das festividades, a rádio sai do ar, e outra
transmissão só acontece no ano seguinte com a Rádio Sociedade do Rio de
Janeiro, fundada pelo antropólogo Roquette Pinto e por Henry Morize, diretor do
Observatório Nacional. A emissora, com programas educativos e culturais,
influencia várias rádios amadoras que aparecem no país na década de 20, como
a Rádio Clube Paranaense, em Curitiba. Todas nascem como clubes ou
sociedades e, como a legislação proibia a publicidade, são sustentadas pelos
associados.

            O rádio comercial desponta a partir da legalização da publicidade, no
início da década de 30. Com o crescimento da indústria e do comércio, o número
de propagandas aumenta e o rádio transforma-se em um negócio lucrativo.
Surgem os anúncios cantados, os jingles, que revolucionam a propaganda
radiofônica. Na década de 30 são criadas várias rádios, entre elas a Rádio
Record, de São Paulo (1931), a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro (1936) - a
primeira grande emissora do país -, e a Rádio Tupi (1937), de São Paulo.

           Nessa época, o rádio vai abandonando seu perfil educativo e elitista
para firmar-se como um meio popular de comunicação. A linguagem torna-se
mais direta e de fácil entendimento. A programação diversifica e é mais bem
organizada, atraindo o grande público. Nos anos 30 e 40 aparecem os programas
de música popular, que lançam ídolos como Carmen Miranda e Orlando Silva.
Surgem também os programas de humor, de auditório - que contam com a
participação do público -, e as novelas. A primeira delas é Em Busca da Felicidade
(1941), da Rádio Nacional. A mesma rádio lança o Repórter Esso (1941), que
inaugura o radiojornalismo brasileiro. As técnicas introduzidas por ele - frases
curtas e objetivas, agilidade, instantaneidade e seleção cuidadosa das notícias -
são usadas até hoje na maioria dos jornais falados.

          Com a popularização da televisão, no final da década de 50, o apogeu
do rádio chega ao fim e as emissoras são obrigadas a redefinir seus objetivos.
Nessa reestruturação passam a dar mais espaço ao radiojornalismo e aos
serviços à comunidade. A primeira rádio a divulgar notícias durante toda a
programação é a Bandeirantes, de São Paulo, inaugurada em 1954. A partir de
1968 surgem as emissoras de freqüência modulada (FM). A maioria delas
apresenta programas musicais, como a Rádio Cidade (1977), líder de audiência
na década de 80. A primeira rádio FM só de notícias é a CBN, criada em 1996 .

            Exemplos de preços de inserções comerciais em rádio

            Rádio Bandeirantes: Tempo do comercial para base de cálculo  30
segundos.

            R$ 1.150,00/comercial - Horário: 06:00/ 22:00hs (na freqüência AM)

            R$ 300,00/comercial - Horário: 06:00/19:00hs (na freqüência FM)

            Rádio Cidade FM: Tempo do comercial para base de cálculo 30
segundos.

            R$ 510 - Horário: 06:00/19:00hs

            R$ 410 - Horário: 20:00/05:00hs

            Bibliografia:

            -   Almanaque Abril 1997

            -   Enciclopédia Larousse Cultural vol. 25

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Radio

  • 1. Rádio Meio de comunicação baseado na difusão de informação sonora por meio de ondas eletromagnéticas (hertzianas) em diversas freqüências, que podem ser quilohertz, megahertz e gigahertz . Além da radiodifusão, as ondas eletromagnéticas também são usadas nas transmissões de telefone, de televisão, de radar, nos sistemas de navegação e nas telecomunicações. Início da radiodifusão – O aproveitamento das ondas eletromagnéticas para a propagação de informação sonora acontece no início do século XX graças à invenção da válvula radioelétrica (tríodo), criada em 1906, nos EUA, por Lee De Forest. A válvula tríodo permite a ampliação dos sinais elétricos, viabilizando a audição de sons complexos transmitidos por ondas hertzianas. No Natal de 1906, a radiodifusão é inaugurada no mundo: De Forest e Reginald Aubrey Fessenden transmitem, nos EUA, números de canto e solos de violino. Outras transmissões pioneiras são realizadas nos anos seguintes. Primeiras emissoras – As emissoras de rádio desenvolvem-se de fato após a I Guerra Mundial. Durante o conflito, a transmissão das ondas eletromagnéticas fica sob o controle do governo dos países em guerra. Esse atraso na implantação da radiodifusão para o grande público, no entanto, é compensado pelos avanços feitos no período, que facilitam o crescimento das estações de rádio no pós-guerra. Em apenas uma década, a radiodifusão espalha-se por todo o mundo. Em 1919 é criada a primeira grande empresa norte-americana de telecomunicações, a Radio Corporation of America (RCA), seguida da National Broadcasting Company (NBC), em 1926, e da Columbia Broadcasting System (CBS), em 1927. Na Europa são implantadas várias empresas de grande porte, entre as quais a italiana Radiotelevisione Italia- na (RAI), em 1924; a inglesa British Broadcasting Corporation (BBC), em 1927; e a francesa Radio France Internationale (RFI), em 1931. O número de receptores também aumenta drasticamente: nos EUA, por exemplo, os aparelhos de rádio sobem de 50 mil, em 1922, para mais de 4 milhões, em 1925 . AM e FM – Entre os anos 30 e 60, o rádio alcança enorme popularidade. As emissoras profissionalizam-se e os transmissores e aparelhos receptores tornam-se cada vez mais potentes. Os progressos na amplificação permitem modular as correntes das emissoras (separar as ondas) e melhorar o som, evitando problemas de interferência. Com esses aprimoramentos, o rádio passa a difundir mais música. Os avanços técnicos continuam na II Guerra Mundial, quando são utilizadas novas freqüências de onda. Os primeiros emissores em freqüência modulada (FM) são produzidos nos EUA, pela General Electric, em 1942. A FM permite uma recepção em alta-fidelidade (qualidade técnica), mas seu alcance é pequeno. Já a difusão em amplitude modulada (AM) tem longo alcance, mas algumas limitações de qualidade. Na AM, a freqüência (ritmo) dos sinais não se altera, apenas a amplitude (alcance). Assim, os canais de AM, por exemplo, não permitem a transmissão dos tons mais altos de uma
  • 2. música, o que é possível pela FM, que utiliza altas freqüências, menos concorridas no espaço. Entretanto, somente com o uso de satélite é que as emissoras de FM ganham meios de melhorar seu alcance. A transmissão via satélite é inaugurada em dezembro de 1958, com o Score I, o primeiro satélite artificial de telecomunicações. Sua utilização representa o maior salto tecnológico da história da radiodifusão. Com ele, as emissoras podem irradiar seus programas com menos interferências e para qualquer parte do mundo. As transmissões comerciais iniciam-se sete anos depois com o lançamento do Intelsat 1, da International Telecommunications Satellite Organization. Rádio no Brasil O Brasil possui 2.826 emissoras comerciais de rádio licenciadas, segundo dados de 1997 do Ministério das Comunicações . A Região Sudeste tem o maior número de emissoras (1.051) - 526 só no estado de São Paulo -, seguida das regiões Sul (760), Nordeste (611), Centro-Oeste (245) e Norte (159). A primeira emissão radiofônica brasileira acontece em 7 de setembro de 1922, nas comemorações do centenário da independência. A Westinghouse Electric International Co. instala no alto do Corcovado , no Rio de Janeiro, uma estação de 500 watts, inaugurada com discurso do presidente Epitácio Pessoa. Seguem-se emissões de música lírica e conferências, captadas nos 80 aparelhos de rádio dispersos pela cidade. No fim das festividades, a rádio sai do ar, e outra transmissão só acontece no ano seguinte com a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada pelo antropólogo Roquette Pinto e por Henry Morize, diretor do Observatório Nacional. A emissora, com programas educativos e culturais, influencia várias rádios amadoras que aparecem no país na década de 20, como a Rádio Clube Paranaense, em Curitiba. Todas nascem como clubes ou sociedades e, como a legislação proibia a publicidade, são sustentadas pelos associados. O rádio comercial desponta a partir da legalização da publicidade, no início da década de 30. Com o crescimento da indústria e do comércio, o número de propagandas aumenta e o rádio transforma-se em um negócio lucrativo. Surgem os anúncios cantados, os jingles, que revolucionam a propaganda radiofônica. Na década de 30 são criadas várias rádios, entre elas a Rádio Record, de São Paulo (1931), a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro (1936) - a primeira grande emissora do país -, e a Rádio Tupi (1937), de São Paulo. Nessa época, o rádio vai abandonando seu perfil educativo e elitista para firmar-se como um meio popular de comunicação. A linguagem torna-se mais direta e de fácil entendimento. A programação diversifica e é mais bem organizada, atraindo o grande público. Nos anos 30 e 40 aparecem os programas de música popular, que lançam ídolos como Carmen Miranda e Orlando Silva. Surgem também os programas de humor, de auditório - que contam com a
  • 3. participação do público -, e as novelas. A primeira delas é Em Busca da Felicidade (1941), da Rádio Nacional. A mesma rádio lança o Repórter Esso (1941), que inaugura o radiojornalismo brasileiro. As técnicas introduzidas por ele - frases curtas e objetivas, agilidade, instantaneidade e seleção cuidadosa das notícias - são usadas até hoje na maioria dos jornais falados. Com a popularização da televisão, no final da década de 50, o apogeu do rádio chega ao fim e as emissoras são obrigadas a redefinir seus objetivos. Nessa reestruturação passam a dar mais espaço ao radiojornalismo e aos serviços à comunidade. A primeira rádio a divulgar notícias durante toda a programação é a Bandeirantes, de São Paulo, inaugurada em 1954. A partir de 1968 surgem as emissoras de freqüência modulada (FM). A maioria delas apresenta programas musicais, como a Rádio Cidade (1977), líder de audiência na década de 80. A primeira rádio FM só de notícias é a CBN, criada em 1996 . Exemplos de preços de inserções comerciais em rádio Rádio Bandeirantes: Tempo do comercial para base de cálculo  30 segundos. R$ 1.150,00/comercial - Horário: 06:00/ 22:00hs (na freqüência AM) R$ 300,00/comercial - Horário: 06:00/19:00hs (na freqüência FM) Rádio Cidade FM: Tempo do comercial para base de cálculo 30 segundos. R$ 510 - Horário: 06:00/19:00hs R$ 410 - Horário: 20:00/05:00hs Bibliografia: - Almanaque Abril 1997 - Enciclopédia Larousse Cultural vol. 25