7. CULTURA DO ARROZ
Morfologia da planta
- Gramínea semi-aquática
- Produz perfilhos a partir dos nós
- Altura da planta: 40 cm a 5 m
(plantas flutuantes)
16. FASES DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
DA PLANTA DE ARROZ
O crescimento e desenvolvimento
da planta podem ser divididos em
três fases:
- Vegetativa
- Reprodutiva
- Maturação
18. FASES DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA
PLANTA DE ARROZ
FASE VEGETATIVA : Inicia-se com a
germinação das sementes, passa pelo
perfilhamento e termina na diferenciação
do primórdio floral.
O processo de germinação dura de 5 a 7 dias
e depende de:
Temperatura e umidade do solo (semeaduara
em solo seco)
Temperatura do solo e da água e
desenvolvimento da plântula (sistema pré-
germinado)
20. FASES DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA
PLANTA DE ARROZ
FASE VEGETATIVA
Dormência da semente: relacionada
ao uso de sementes recém-colhidas,
variedade, umidade na colheita e
temperatura (baixa na maturação e
alta na floração, falta de oxigenação
e presença de inibidores (Ácido
abscíssico na casca)
21. FASES DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA
PLANTA DE ARROZ
FASE VEGETATIVA
Perfilhamento: começa com as
plantas no estágio de 4-5 folhas e
depende da cultivar, temperatura,
nutrientes radiação solar e densidade
de plantio. A presença de fósforo
favorece o perfilhamento.
22. FASES DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA
PLANTA DE ARROZ
FASE REPRODUTIVA : Inicia-se com a
diferenciação do primórdio floral e termina
com o inicio da floração.
O inicio do primórdio floral pode começar antes
ou após o perfilhamento máximo, dependendo
da cultivar.
A situação ideal seria aquela em que o inicio da
floração coincidisse com o fim do perfilhamento
máximo.
É afetada por temperatura e radiação solar
baixa e deficiências de água e nitrogênio.
23. FASES DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA
PLANTA DE ARROZ
FASE DE MATURAÇÃO : vai desde a
floração até a maturação completa.
Ocupa um período de 25 a 35 dias,
seja qual for a variedade.
A fase de maturação tem inicio logo
após a fecundação do ovário.
24. FASES DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA
PLANTA DE ARROZ
FASE DE MATURAÇÃO(estágios de
desenvolvimento do grão)
Estágio Leitoso - predomina grande quantidade
de água e começa a deposição do amido;
conteúdo do grão tem aspecto leitoso.
25. FASES DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA
PLANTA DE ARROZ
FASE DE MATURAÇÃO (estágios de
desenvolvimento do grão)
Estágio Cera-Mole - o conteúdo já perdeu certa
quantidade de água e aumentou o teor de
amido e toma então uma consistência pastosa,
facilmente moldável .
26. FASES DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA
PLANTA DE ARROZ
FASE DE MATURAÇÃO (estágios de
desenvolvimento do grão)
Estágio Cera-Dura - o conteúdo perdeu mais
água e toma uma consistência de cera,
deixando-se penetrar facilmente pela unha,
quando se pressiona.
27. FASES DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA
PLANTA DE ARROZ
FASE DE MATURAÇÃO(estágios de
desenvolvimento do grão)
Maturação Completa - o endosperma torna-se
rijo e quebradiço. Enquanto os grãos
endurecem, as folhas tornam-se senescentes e
amarelecem de baixo para cima.
28. CLIMA
Os fatores climáticos com maior interferência no cultivo
do arroz são: Temperatura, radiação solar e água.
Temperatura
Efeitos sobre a germinação - A planta de arroz apresenta
comportamento satisfatório se cultivada em ambientes
com temperatura média entre 150C e 330C.
Temperaturas menores do que 150C e maiores do que
330C prejudicam a germinação da semente.
Efeitos sobre o florescimento -Temperatura menor do que
150C, durante 1 hora, logo após a abertura da flor,
impede a fertilização. Acima de 500C prejudica a
floração. Temperatura ótima para o florescimento: 30-
320C.
29. CLIMA
Temperatura
Efeitos na maturação - Temperaturas baixas, não
inferiores a 20 0C, favorecem a formação dos grãos,
por aumentar esse período, proporcionando maior
tempo de exposição a radiação solar. Altas
temperaturas provocam desequilíbrio entre respiração
e fotossíntese, contribuindo para os baixos
rendimentos do arroz nas regiões tropicais.
Radiação solar - Quanto mais radiação solar for
interceptada por uma planta, maior será a sua
fotossíntese e, consequentemente, a sua produção.
Outras características da folha como forma, tamanho,
separação vertical, arranjo horizontal, ângulo da folha
com a radiação incidente, também influenciam a
interceptação da radiação solar pelas plantas. O
sombreamento nas diferentes fases do crescimento da
planta afeta o rendimento de grãos.
30. CLIMA
Água
As necessidades de água do arroz dependem de
fatores do clima (radiação solar, temperatura,
velocidade dos ventos e umidade do ar) e fatores do
solo (textura, estrutura e altura do lençol freático).
O estresse hídrico provocado por falta de chuva ou
de irrigação retarda o crescimento do arroz.
Os principais sintomas de déficit hídrico em plantas
de arroz são:
Enrolamento das folhas e secamento das pontas
Redução no crescimento e perfilhamento
Atraso na floração
Aumento na esterilidade das espiguetas e redução no
peso dos grãos.
31. SOLO
Os solos aluvionais e os podzólicos são os
mais usados para plantio do arroz.
Nas áreas irrigadas o relevo deve ser plano, o
lençol freático próximo a superfície, possuir
uma camada impermeável para reter a
água e ser de fácil drenagem para permitir o
seu preparo, facilitar a emergência das
plântulas de arroz, o controle das plantas
daninhas e a colheita.
O pH deve ficar entre 5,0 e 6,5.
32. PREPARO DO SOLO
Arroz irrigado - O preparo é geralmente feito
com uma aração seguida de uma
gradagem. Se houver necessidade, faz-se um
nivelamento antes da semeadura. O
entaipamento é feito depois da semeadura.
Em solos alagados o preparo é feito com
equipamentos especiais, trator com pneus
arrozeiros ou sobre-rodas.
Arroz de sequeiro - Recomenda-se proceder
a uma aração logo após a colheita, para
incorporar os restos de cultura melhorando as
características físicas e químicas do solo. A
soqueira deve ser destruída com roço ou
grade leve. Próximo ao plantio realizar a
gradagem para controlar as plantas daninhas
e destorroar o solo.
33. SEMEADURA DE ARROZ IRRIGADO
Convencional - Pode ser manual e
mecânica. Na manual faz-se o plantio em
covas espaçadas de 20 a 25cm colocando-
se 5 sementes por cova. O plantio mecânico
requer um bom preparo do solo e as
sementes devem ser distribuídas através de
plantadeiras ou plantadeiras-adubadeiras a
tração animal ou motora, com espaçamento
entre linhas de 20-25 cm. A profundidade de
semeadura deve ser de três a 4cm. Usam-se
100-120 kg/ha de sementes.
34. SEMEADURA DE ARROZ IRRIGADO
A lanço - Pode ser manual ou mecânica e requer
cobertura das sementes com grade especial
chamada de arrastão, ou grade de discos.
As sementes devem ficar enterradas 3 a 4cm para
evitar o ataque de pássaros.
O número de plantas por unidade de área depende
do porte da cultivar.
Para cultivares de porte baixo e pouco perfilhamento
recomenda-se 700 sementes/m2 Evitar o plantio a
lanço em áreas alagadas, por provocar o
apodrecimento das sementes.
Usam-se 120-150 kg/ha de sementes.
35. SEMEADURA DE ARROZ IRRIGADO
Sementes pré-germinadas - Usada em solos
alagados. Recomenda-se, quando possível,
retirar a água por alguns dias após a
semeadura, para que as plantas desenvolvam
melhor o sistema radicular. Quando não
ocorre a retirada da água a planta
desenvolve mais a parte aérea e apresenta
uma estrutura frágil. Requer 20 a 30% mais
sementes do que a semeadura convencional
por ter menor afilhamento. Nesse sistema de
plantio as plantas daninhas são bem
controladas.
36. PROCESSO DE PRÉ-GERMINAÇÃO
Para pré-germinar coloca-se as sementes em
sacos e faz-se a imersão dos mesmos em
água (tanque ou canal) por 24 horas.
Após esse período retirar as sementes da
água e mantê-las a sombra por 24 a 48
horas, dependendo da temperatura, até
que as sementes iniciem o processo de
germinação (separação da lema da pálea
e inicio do aparecimento da radícula que
não deve ficar muito desenvolvida para
evitar risco de quebra).
37.
38. Transplantio - Fazer a sementeira próxima ao local de
transplante.
Realizar o transplante quando as plantas atingirem 20
a 30 cm de altura, que ocorre entre 20 e 30 dias após
a semeadura.
Colocar 2 a 3 mudas por cova no espaçamento de 20
a 25 cm. O solo deve estar em lama ou no máximo
com lâmina d'água de 10 cm.
Para transplantar 1 ha requer 30 a 40 homens por dia.
Existem máquinas que realizam a operação de
transplantio, com rendimento operacional de 1
ha/dia. Usam-se 20-30 kg/ha de sementes.
SEMEADURA DE ARROZ IRRIGADO
44. O espaçamento e densidade de plantio
recomendado para o arroz de sequeiro
dependem das características da variedade
(disposição e forma da folha, porte da
planta, capacidade de perfilhamento e área
foliar).
De um modo geral recomenda-se 40 a 60 cm
entre fileiras com 60 a 90 sementes /m de
fileira, cerca de 30 a 50 kg/ha de sementes.
A profundidade de semeadura deve ficar
entre 3 e 5 cm, cobrindo as sementes com 2
cm de solo.
Profundidades maiores podem causar menor
desenvolvimento das raízes seminais e
retardar e diminuir o perfilhamento.
SEMEADURA DE ARROZ DE SEQUEIRO
45.
46. ADUBAÇÃO
Nitrogênio - A resposta a adubação nitrogenada varia
entre as cultivares tradicionais (baixa resposta) e as
cultivares modernas (alta resposta).
Nas variedades tradicionais a adubação
nitrogenada pode induzir o crescimento exagerado
da parte vegetativa, com riscos de acamamento e
baixa relação grãos/palha.
Nas variedades modernas, por apresentarem
porte baixo e folhas eretas, ocorre uma alta relação
grãos/palha e resistência ao acamamento.
As aplicações devem ser parceladas, sendo 1/3 no
plantio e 2/3 em cobertura.
47. ADUBAÇÃO
Fósforo - Em solos inundados ocorre um aumento
na disponibilidade de fósforo, justificando a
menor resposta do arroz irrigado em relação ao
arroz de sequeiro a esse nutriente.
A maior disponibilidade de fósforo nos solos
inundados é conseqüência, entre outros, do
aumento de pH e, principalmente, da redução
do fosfato férrico a forma mais solúvel do fosfato
ferroso.
Os adubos fosfatados, tanto no arroz de sequeiro
como irrigado devem ser aplicados na sua
totalidade por ocasião do plantio, não se
justificando o seu parcelamento devido a sua
baixa mobilidade no solo.
48. ADUBAÇÃO
Potássio - Embora seja o nutriente mais absorvido
pela planta de arroz não se tem verificado
resposta a aplicação deste nutriente com a
mesma frequência do nitrogênio e fósforo, em
termo de aumento de produção de grãos.
Explicações para essa ocorrência:
baixa produtividade do arroz;
teor adequado de potássio no solo, capaz de
atender a necessidade da cultura;
80 a 90% do potássio é acumulado na palha, que
retorna ao solo através dos restos de cultura;
adição de potássio através da água de irrigação.
49. ADUBAÇÃO
Micronutrientes - As informações sobre
a deficiência de micronutrientes, tanto
em arroz de sequeiro como em
irrigado, sugerem que os solos
brasileiros apresentam, com exceção
do zinco, quantidades suficientes de
nutrientes para o bom
desenvolvimento das plantas de arroz.
50. CALAGEM
Deve ser recomendada sempre com
base nos resultados da análise química
do solo. A irrigação por inundação pode
provocar modificações físico-químicas no
solo, alterando o seu pH.
51. APROVEITAMENTO DA SOCA
É possível o aproveitamento da soca do
arroz fazendo-se o corte a 15 cm do solo,
colocando-se uréia em cobertura e em
seguida irrigando-se. A colheita pode ser
feita entre 60 e 70 dias sendo que o
rendimento é reduzido em até 1/3 da
primeira produção.
52. APROVEITAMENTO DA SOCA
Vantagens da soca:
Não requer preparo do solo, reduzindo os custos
de produção;
Redução do ciclo da cultura;
Maior produção por unidade de área em menor
tempo;
Usada no melhoramento;
Necessita menos irrigação e adubação.
Desvantagens da soca:
Produz menos do que a cultura original. Em arroz
produz 1/2 a 2/3 da cultura original em 2/3 do
tempo;
Aumenta a incidência de doenças e invasoras
53. CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
O controle das plantas daninhas no
arroz pode ser realizado através dos
métodos manual (enxada,
arranquio), mecânico (cultivadores),
cultural (rotação de culturas), manejo
da água (arroz irrigado) e químico.
54. IRRIGAÇÃO E DRENAGEM
O sistema de irrigação mais usado no arroz é a inundação.
Requer a construção de taipas, muros ou marachas para reter a
água nos talhões.
As taipas são feitas manual ou mecanicamente.
A lâmina d'água nos talhões deve ser a menor possível, 15 cm nas
cultivares de porte baixo e 40 cm nas cultivares de porte alto.
A irrigação deve ser iniciada 10 a 15 dias após a germinação do
arroz e suspensa pouco antes da colheita.
No inicio a lâmina d'água deve ser pequena e ir aumentando a
medida que as plantas crescem.
Há uma recomendação para que aos 30 dias a água seja retirada
dos talhões para forçar o desenvolvimento do sistema radicular.
Pouco antes de completar a maturação drenar a água para
uniformizar a maturação e melhorar a qualidade do produto.
63. COLHEITA
A situação ideal para a colheita é quando
existe o máximo de grãos maduros e o
mínimo de grãos verdes. Assim sendo a
época da colheita influencia a qualidade e
quantidade do arroz produzido, como
também a forma de colheita.
A colheita do arroz pode ser manual ou
mecânica. Na colheita manual a planta é
cortada próxima ao nível do solo e formado
feixes de 15 a 20 cm de diâmetro, os quais
são empilhados em medas de 20 a 30 feixes
com as panículas para cima, em forma de
cone, para depois serem batidas. A colheita
mecânica é feita com máquinas que colhem
trilham e ensacam.
67. SECAGEM
A secagem do arroz pode ser natural ou
artificial. Na secagem natural o arroz é
exposto ao sol em terreiros, até a umidade
atingir 13%. Na secagem artificial as
sementes são submetidas a temperatura de
400C até a umidade atingir 11%. Para o
consumo, a temperatura de secagem
pode atingir 800C e umidade final de 11 a
13%.
69. BENEFICIAMENTO
- A época da colheita pode afetar o
beneficiamento através do rendimento total e
rendimento de grãos inteiros.
- O processo de beneficiamento do arroz
se inicia com a remoção da casca, que
normalmente é realizado por máquinas
especiais.
- Os grãos sem casca podem ser
consumidos, inclusive são mais nutritivos.
Entretanto devido a sua aparência e necessitar
de mais tempo para o cozimento tem pouco
valor comercial.
70. ARMAZENAMENTO
O arroz pode ser armazenado em
sacos, com casca, em armazéns
ventilados, com controle fitossanitário
ou em silos graneleiros.
71. ARROZ PARBOLIZADO
A parbolização consiste em aquecer o
arroz com casca em água e depois secá-lo.
É uma prática muito antiga feita com o
objetivo de facilitar o descascamento.
Todavia se sabe hoje que a maior
vantagem desse processo é melhorar a
qualidade nutricional do arroz. Como já
mencionada grande parte das vitaminas e
minerais do arroz estão contidas nas
camadas externas do grão. O processo de
parboilização ajuda a transferir essas
substâncias para o interior do grão. É
estimado que 25% do arroz consumido no
mundo é parboilizado.
76. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA –
EMBRAPA, CNPAF. Recomendações técnicas para o
cultivo de arroz sequeiro. Brasília-DF, 1996, 31p.
- ANSELMI, R. Arroz: o prato do dia na mesa e na lavoura
brasileira, 2ª ed. Ícone, São Paulo-SP, 1988.
- FORNASIERI FILHO, D. & FORNASIERI, J. L. Manual da
cultura do arroz, FUNEP, 2006, 589p.
- EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA –
EMBRAPA, CNPAF. A cultura do arroz no Brasil. 2 ed. Santo
Antônio de Goiás- GO, 2006.