1) O documento descreve a história do cinema no Brasil desde sua chegada no país em 1896 até a década de 1960. 2) Inicialmente, o cinema brasileiro era dominado por estrangeiros e consistia principalmente de filmes curtos sobre eventos cotidianos. 3) Na década de 1930, estúdios como Cinédia e Atlântida se desenvolveram e produziram filmes musicais e comédias populares, enquanto Vera Cruz se concentrou em produções mais elaboradas.
1. ENSINO MÉDIO – NAP III
ESTUDANTE: ____________________________________________________________________
ANO: 3º TURMA: ______ TURNO: __________ DATA: _____/_____/ 2014 TRIMESTRE: SEGUNDO
COMPONENTE CURRICULAR: Brasilidade PROFESSOR: Zaranza
.
CINEMA BRASILEIRO
2. Introdução
Subsolo do grand café, Paris, 28 de dezembro de 1895 . Essa é a data e o local oficial do início do
cinema no mundo. Foi lá que os irmãos Lumiére encantaram a todos com a exibição de filmetes que tinham
imagens corriqueiras e duravam menos de dois minutos. A invenção dos irmãos que possibilitou todo esse
encanto se chamava cinématographe. O cinematógrafo foi pensado para servir de instrumento de animação de
fotografias e não para ser uma nova linguagem ou arte, como acabou acontecendo mais tarde.
Cinema no Brasil
Em 1896, meio ano depois, com os primeiros projetores vindos da Europa, o cinema chegava ao Brasil.
A primeira sessão aconteceu em julho deste mesmo ano na Rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro. O
Omniographo foi o projetor desta primeira exibição.
Ninguém consegue precisar até hoje qual foi a primeira filmagem brasileira. Mas especula-se que o
italiano Vittorio di Maio, exibidor da época lançou o “Cinematógrafo” em Petrópolis e lá teria exibido filmetes
produzidos no Brasil. Teria sido a chegada do trem em Petrópolis e um bailado de crianças no Andaraí.
Os irmãos italianos, Affonso e Paschoal Segreto também foram um dos responsáveis pelo início de
nossa produção. Contribuíram com inúmeras filmagens, inclusive com as famosas primeiras imagens da Baia
de Guanabara e também com a primeira sala de projeção do país que foi inaugurada em 31 de julho 1897
também na Rua do Ouvidor. Era o Salão Novidades Paris do grupo Salles & Segreto.
Nessa época, a produção cinematográfica no Brasil como foi o início em todo mundo, eram simples
registros de acontecimentos sociais ou políticos ou pequenos documentários caseiros que retratavam
acontecimentos cotidianos de famílias, como festas de casamento, batizados ou até um trem chegando ou
partindo.
Em 1906, o português Antônio Leal produziu e filmou Os Estranguladores filme baseado num crime
famoso da época. O filme pode ser considerado o primeiro longa metragem de todo o mundo pois fugia do
padrão de metragem de um rolo só da época. Antônio Leal rodou o primeiro filme em três rolos.
Em 1907 ,Francisco Serrador ,produziu uma série intitulada "filmes falantes". Os artistas eram
filmados cantando trechos de musicas conhecidas, depois ,ao vivo se escondiam atrás da tela e dublavam eles
mesmos. Essa nova prática deu bons resultados e foi reproduzida por diversos realizadores e exibidores da
época.
Por volta de 1915 , Antônio Leal na primeira tentativa de industrializar o cinema brasileiro, construiu
um estúdio de vidro, no Rio de Janeiro, A Leal&cia e resolveu levar a tela o romance Luciola. O filme pode se
dizer que teve êxito aqui e no estrangeiro.
OS ESTRANGULADORES
Esta chegada do cinema ao Brasil, quase que imediatamente após sua criação, não livrou o país dos
grilhões da dependência das importações também neste setor. A existência de uma mentalidade importadora
seria fruto da dependência colonial, o qual estabeleceu uma espécie de valorização da cultura estrangeira. A
presença estrangeira no cinema brasileiro pode ser notada desde a chegada do Omniographo. Não só no
aspecto importador, como também na produção e exibição locais.
No início do cinema brasileiro, os estrangeiros dominavam a produção. Por volta de 1905, o português
Antônio Leal, fixou em cine-jornais a remodelação do Rio de Janeiro, feita pelo então Prefeito Pereira Passos
– filmes que formam distribuídos com êxito em Paris. Logo Leal enveredou para a ficção, com o título Os
Estranguladores (1906) - inspirado por um crime cometido na Rua da Carioca, dois anos antes.
Depois começou a produção de filmes musicais interpretados por coristas que cantariam atrás da tela
durante a projeção e seguindo movimentos da imagem muda que estava sendo apresentada. O dono do
Cinema Rio Branco, Gulherme Auler, interessou-se pela produção com efeitos sonoros e realizou versões de
O Conde de Luxemburgo e A viúva Alegre.
3. Esforços com o cinema nacional eram feitos em várias partes do país. Com a I Guerra Mundial, a
produção começou a aumentar e a se organizar. Surgiram no Rio além da Leal & cia, outras produtoras como
Carioca e Guanabara, que produziam muitos títulos tendo a literatura com parceira.
O grande problema destes filmes é que o cinema por ainda ser mudo não conseguia "traduzir" as
tramas tão complexas de nossos autores sem que entre as cenas não houvesse inúmeros textos com os
diálogos. Isso prejudicava muito o ritmo do filme e a compreensão dos espectadores. Nosso cinema caia na
marginalidade por não conseguir acompanhar as produções estrangeiras que estavam muito mais evoluídos em
termos de qualidade técnica e de linguagem que a nossa. Os filmes estrangeiros roubavam as salas de exibição
nacionais.
No final dos anos 20 a produção começa a se aprimorar em linguagem ,técnica e estilo e era intensa no
Rio, em São Paulo, Recife, Porto Alegre ,Campina, Minas Gerais e outros lugares. Esses são os chamados
ciclos regionais. Um dos maiores representantes dessa época é Humberto Mauro que nascido em Cataguases
Minas Gerais dá o nome ao Ciclo de Cataguases.
Apesar da forte presença da influência norte-americana sofrida em todo o país, Humberto Mauro
incorporou aos seus filmes um sentimento nacionalista, abordando temáticas rurais e produzindo um cinema
artesanal. Tornando-se um pioneiro: inaugurando a profissão de cineasta no Brasil. Seus filmes nessa fase são
“Na Primavera da Vida” (1926), “Thesouro Perdido” (1927), “Brasa Dormida” (1928) e “Sangue
Mineiro”(1929).
Foram nos últimos anos do cinema mudo no Brasil que apareceram além de Humberto Mauro nomes
como Mario Peixoto e Adhemar Gonzaga.
Outro grande nome é o de Mario Peixoto (1908-1992) diretor de “Limite” de 1931 ,seu único filme e o
primeiro grande clássico do cinema brasileiro. É considerado um marco . Estranhamente, o filme de Mário
Peixoto nunca foi exibido comercialmente.
A Obra-prima
4. Limite, excepcionalmente fotografado e é revolucionário para a sua época: nele, dos enquadramentos
altamente plásticos e inovadores, aos movimentos de câmera incomuns, da interpretação notavelmente atual
dos atores, à montagem perfeita de Peixoto. Tudo denota uma obra visionária e única.
Limite foi considerado o melhor filme brasileiro de todos os tempos em inquérito nacional promovido
pela Cinemateca Brasileira em 1988. Em 1995, na ocasião do centenário do nascimento do cinema. Limite
voltou a ser escolhido como o melhor filme nacional em pesquisa feita pela Folha de São Paulo
Aristocrata, homossexual, escritor e cineasta, Mario Peixoto (1908-1992) dirigiu “Limite” (1931) com
apenas 23 anos de idade. Foi seu único filme, um marco da modernidade pelo qual o cinema brasileiro passou
batido. Nunca mais concluiu um segundo projeto, embora tenha feito pelo menos duas tentativas. Viveu o
resto de seus dias alimentando o mito em torno de si mesmo e sobrevivendo do que se produzia dele.
Na história do cinema brasileiro existe um filme que se transformou em paradigma: Limite, filmado entre
1930 e 1931 em Mangaratiba, no Estado do Rio de Janeiro. Estranhamente, o filme de Mário Peixoto nunca
foi exibido comercialmente, e ticou sendo o único filme do diretor.
Limite, excepcionalmente fotografado por Edgar Brazil, é revolucionário para a sua época: nele, dos
enquadramentos altamente plásticos e inovadores, aos movimentos de câmera incomuns, da interpretação
notavelmente atual dos atores, à montagem perfeita de Peixoto. Tudo denota uma obra visionária e única.
Limite foi considerado o melhor filme brasileiro de todos os tempos em inquérito nacional promovido pela
Cinemateca Brasileira em 1988. Em 1995, na ocasião do centenário do nascimento do cinema. Limite voltou a
ser escolhido como o melhor filme nacional em pesquisa feita pela Folha de São Paulo
Década de 30 – Companhias Cinematográficas e a busca de identidade -
Adhemar Gonzaga pode ser considerado um dos maiores estudiosos de cinema brasileiro.Ele fundou a
primeira revista de cinema do país a "Cinearte" em 1926.Em 1930 inaugurou um dos maiores estúdios de
cinema do Brasil a "Cinédia" e fundou o primeiro cine clube também. Em 1929 dirigiu Barro Humano, outro
clássico do cinema nacional. Já em 1933 utilizou a câmera na mão, primeiros planos e endurecimento da
imagem no clímax de algumas cenas, linguagem totalmente nova que rendeu críticas ao filme “Ganga Bruta”
de Humberto Mauro.
No mesmo ano, “A Voz do Carnaval”, de Adhemar Gonzaga e Humberto Mauro,abriu par o cinema
brasileiro o caminho do filme musical, originalmente ameriano que permaneceria em nossas telas durante 30
anos. A comédia de costumes daria origem à chanchada, com a marca registrada da irreverência.
Ainda nesse período a Cinédia lança Carmem Miranda e gênero musical brasileiro. “Alô Alô Carnaval”
(1935), de Adhemar Gonzaga, obteve grande sucesso de público. Porém o melhor êxito nesse período foi
“Bonequinha de Seda” (1936), de Oduvaldo Vianna, que tem como estrela Gilda de Abreu.
A Cinédia começou a declinar na metade da década de 40, e no início dos anos 50 estava completamente
falida.
5. Na década de 40 surgiu a Atlântida, que ficou imortalizada pelas “chanchadas”, gênero muito discutido
mais de maior empatia do grande público. Fundada em 1941, por Moacir Felenon, Alonir Azevedo e José
Carlos Burle, seu filme inaugural foi um drama sobre racismo, estrelado por Grande Otelo (ainda pouco
popular) chamado “Moleque Tião” (1940), de José Carlos Burle.
A Cia. raramente excursionou por temas sérios. Seu fortes estavam nas “chanchadas”, sendo que a
primeira delas foram “Triteza não pagam dívidas” (1953), de Rui Sá e José Carlos Burle. Um dos motivos
para o sucesso do gênero, durante 15 anos, foi a associação da Atlântida com o exibidor Severiano Ribeiro, em
1947. A dupla produção/exibição, um dos eternos pontos de discussão no cinema brasileiro, mostrava seu
poder numa parceria eficiente.
E para aumentar o faturamento a Atlântida resolveu investir nas comédias e musicais, alcançando
grande êxito de bilheteria. A ‘chanchadas” atraíram multidões ao cinema e a dupla Oscarito e Grande Otelo
era sucesso garantido.
Destacaram-se dois diretores nesse período:
Watson Macedo, que foi imortalizado como “Rei das Chanchadas”, onde realizou filmes de sucesso como
“Este mundo é um pandeiro” (1947), “É Fogo na Roupa” (1953) e “Rio Fantasia” (1956).
Carlos Manga, seu sucessor, que era o preferido de Oscarito, filmou clássicos “Nem Sansão nem Dalila”
(1953) e “Matar ou Correr”(1954).
6. Com a chegada da televisão, que foi tomando lugar do rádio na área do entretenimento, as
“chanchadas” foram perdendo o fôlego e o brilho, o que provocou se desaparecimento.
VERA CRUZ:
Nesse período surgia em São Paulo, a Cia. Vera Cruz, fundada por Franco Zampari. Com o propósito
antagônico o da Atlântida e esnobando suas produções, a Vera Cruz investiu em recursos técnicos, usando os
mais modernos equipamentos da época. Com objetivos diversos, os industriais Franco Zampari e Francisco
Matarazzo queriam criar aqui uma espécie de Hollywood tropical, tecnicamente equiparada aos grandes
centros de produção de cinema. A distribuição dos filmes produzidos pela Vera Cruz deveria ser entregue aos
grandes estúdios americanos, como a Universal e a Columbia Pictures. Os temas seriam, tanto quanto possível,
universais, para atrair o público internacional.
Os melhores atores foram contratados e mantidos a peso de ouro pela Companhia, o que encareceu me
demasiado suas produções e levou à falência. Ao todo, foram produzidos nessa fase 18 longas e 3
documentários.
Filmes como “Tico Tico no Fubá” (1951), de Adolfo Celi; “Apassionata”(1952), de Fernando de
Barros; “Sinhá Moça”(1953), de Tom Payne e o “Cangaceiro”(1953), de Lima Barreto, são belos exemplos
das estática proposta pela Vera Cruz.
Contemporânea à Vera Cruz, a Maristela, foi fundada em 1951, por Mário Audrá, cujo o propósito era
produzir filmes nos moldes do “Neo-realismo” – baixo custo e elenco popular. A companhia enfrentou graves
problemas financeiros e encerou sete anos mais tarde.
Dos dezessete filmes que produziu, destacamos:
“O Comprador de Fazendas” (1952), de Alberto Pieralise; “Simão, o Caolho” (1953), de Alberto Cavalcanti e
“Arara Vermelha” (1956), de Tom Payne.
– Contracultura / Panorama Estético:
7. Cinema Novo – década de 60:
A falência ou retraimento dos estúdios cariocas e paulistas, alinhada à renovação do cinema na Europa
e América Latina, abriu espaço par um sentimento revolucionário em jovens cineastas do Rio de Janeiro e da
Bahia, que no início de 1960 se insurgiram contra o individualismo da Vera Cruz, e a alienação cultural das
chanchadas.
O cenário brasileiro da década assinalava o surgimento da bossa-nova, a construção de Brasília, uma
renovação estética no teatro e uma grande efervescência política trazida pela renúncia de Jânio e pelos
movimentos militares e sindicais. Nesse contexto, jovens cineastas e críticos discutiam os caminhos da re
novação, profundamente influenciados pelo neorealismo italiano e pela nouvelle vague francesa.
A década de 60 talvez tenha sido a mais importante da história contemporânea. Revolucionária e
renovadora, turbulenta mas também sonhadora, contestadora e por vezes apocalíptica, gerações inteiras de
homens e mulheres, jovens e não tão jovens assim, deixaram aflorar todas as perplexidades, as frustrações, os
sonhos e as uto- pias mais generosas que permaneciam hibernadas, numa erupção sem paralelo de movimentos
sociais e políticos. O cinema, é claro, tinha que refletir a sua época, assim como todas as outras artes
No final da década de 50 e início da de 60, o Cinema Novo, oferecia uma nova leitura da realidade,
apresentando forte visão social, principalmente a do homem do agreste e sua luta incansável pela
sobrevivência. Este quadro originou a chamada “estética da fome”, manifesto contra o total descaso das
autoridades em relação à problemática da seca que assolava o povo do nordeste.
8. Um filme transforma-se no marco zero do movimento do novo cinema brasileiro: “Rio, 40 graus”, de Nelson
Pereira do Santos. Daí, a um passo, surgiram obras cinematográficas engajadas na discussão do Brasil e de
seus problemas, centradas na experiência do Centro Popular de Cultura - o CPC da UNE - e no grupo da
Bahia, o mais atuante, liderado por Glauber Rocha. A produção cinematográfica brasileira, a partir daí, foi
uma sequência de filmes inesquecíveis, verdadeiras obras-primas do cinema político/social e artístico, como
“Deus e o Diabo na Terra do Sol”, “Terra em Transe”, “Os Fuzis”, “Menino do Engenho”, “A Hora e a Vez de
Augusto Matraga”, “O Padre e a Moça”, “Vidas Secas” e “Eles Não Usam Black Tié”.
9. O movimento começou a esvaziar na década de 70, em decorrência da situação política em que o país
se encontrava. Impossibilitados de realizar suas manifestações autênticas, diversos artistas foram forçados a se
exilarem. Afigura principal e a personificação do Cinema Novo, foi um dos exilados.
Década de 70 –
O cinema novo já sem coesão, entrou pelos anos 70, revisitando temas do Modernismo: “Macunaíma”,
de Joaquim Pedro de Andrade, aproxima-se do movimento tropicalista; “Brasil ano 2000”, de Walter Lima
Júnior, é enveredado pelas alegorias para escapar à censura militar; “Os Herdeiros” (1969), de Carlos Diegues;
“Azyllo muito Louco” (1970), de Nelson Pereira dos Santos e “Pindorama” (1971), de Arnaldo Jabor. O
movimento contudo segue com o padrão estético-político até a atualidade.
Fora da hegemonia do Cinema Novo, Anselmo Duarte conquistou a Palma de ouro, no Festival de
Cannes em 1962, com o clássico “O Pagador de Promessas”.
Pornochanchadas -
Após o engajamento do Cinema Novo, a produção entrou numa fase poplar de muito sucesso, com
filmes que exploravam a “sexualidade latina”.
O grande ícone da nova tendência foi Sônia Braga, que atuou em “A Dama da Lotação” (1975), de
Neville de Almeida e “Dona Flor e seus Dois Maridos” (1976), de Bruno Barreto, maior público da história do
cinema brasileiro, com cerca de12 milhões de espectadores.
Nesse quadro surgiu a “Pornochanchada”, gênero que para alguns contribuiu para ampliar o público do
cinema nacional. Eram produções de baixo custo, com temática levemente erótica e muito humor derivado da
“chanchada”.
Merecem destaque: “O Bem Dotado Homem Nu” (1977), de José Miziara, “Mulher, Mulher (1979), de
Jean Garret,“A Ilha dos Prazeres Proibidos” (1979) de Carlos Reichenbach e “Mulher Objeto” (1981), de
Silvio de Abreu.
A “Pornochanchada” resistiu até início dos anos 80, sendo varrida com o aparecimento do cinema
pornô.
Os anos 80 deixaram um legado ao cinema nacional: o preconceito. Com filmes tecnicamente
inferiores aos estrangeiros, o cinema brasileiro sofria de problemas de imagem e som. A grande quantidade de
filmes que exploravam o sexo, e ainda a ausência de grandes sucessos no período fez com que o público se
afastasse do cinema nacional e passasse a discriminá- lo.
A RETOMADA:
Com a extinção da EMBRAFILME, a produção praticamente minguou. Isso forçou a mudança de
atividade de vários profissionais, cineasta que migram para a publicidade, televisão e jornalismo.
Depois de várias batalhas, algumas leis de incentivo foram criadas, fazendo com que a produção fosse
retomada. A ponto de se considerar como “ressurgimento do cinema brasileiro”.
Na estreita desse sucesso, houve um grande aquecimento na produção, que resultou na disputa do
Oscar por três anos consecutivos, foram eles: “O Quatrilho” (1995), de Fábio Barreto, “O que é isso
Companheiro” (1997), de Bruno Barreto, ‘Central do Brasil”(1998), de Walter Salles e “Cidade de Deus”
(2004), de Fernando Meireles.
Com a retomada da produção novos valores surgiram, com destaque para: Lírio Ferreira e Paulo
Caldas, com “Baile Perfumado” (1996), Aurélio Michellis com “O Cineasta da Selva”(1997), Beto Brant com
“Os Matadores” (1997) e “Ação Entre Amigos” (1998), Ricardo Dias com “Fé” (1999),ale de Cacá Diegues
10. em 1999 com “Orfeu” e Hector Babenco com produções de língua estrangeira, “Brincando nos Campos do
Senhor” (1992) e “Coração Iluminado” (1997).
Reconhecimento
Não é de hoje que a qualidade do cinema brasileiro é reconhecida no mundo inteiro: filmes nacionais já
foram premiados nos principais festivais internacionais, como aconteceu em Cannes, 1962, com o Pagador de
Promessas de Anselmo Duarte; em Veneza, 1981, com Eles Não Usam Black Tie, de Leon Hirszman e em
Berlim, 1998, com Central do Brasil, de Walter Salles.
Outros prêmios vêm, ao longo dos anos, reconhecendo o valor estético e técnico do nosso cinema,
como, por exemplo, o Prêmio de melhor filme latino-americano dado pelo Festival de Sundance’97 - o
principal evento do cinema independente do mundo - ao filme do jovem e talentoso cearense José Araújo, o
poético e engajado “O Sertão das Memórias”. Atores e atrizes brasileiros têm sido premiados no exterior:
Marcélia Cartaxo, em A Hora da Estrela (melhor atriz em Berlim/86), Ana Beatriz Nogueira, em Vera
(melhor atriz em Berlim/87), Fernanda Torres, em Eu Sei Que Vou te Amar (melhor atriz em Cannes/86) e
Fernanda Montenegro, em Central do Brasil (melhor atriz em Berlim/98).
Bibliografia:
Sites :
http://www.adorocinemabrasileiro.com.br
http://www.cinemabrasil.org.br
http://www.cinemaemfoco.com.br
Livros:
Serviço: Dicionário de Filmes Brasileiros
Autor: Antonio Leão da Silva Neto.
Ano de Lançamento: 2002
Editora: Futuro Mundo Gráfica & Editora Ltda.
Serviço: O Cinema de Novo - Um Balanço Crítico da Retomada
Autora: Luiz Zanin Oricchio
Editora: Estação Liberdade