1. SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ / SESPI
FACULDADE PIAUIENSE - FAP
COORDENAÇÃO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
Administração Financeira e Orçamentária II
PROF. HENRIQUE MELO
APOSTILA
ALUNO: _______________________________________________
TURMA:_______________ BLOCO: ______________
PARNAÍBA / PI
Administração Financeira e Orçamentária II 1
2. SUMÁRIO
Análise das Demonstrações Financeiras / Contábeis ..................................................... 04
Índices Complementares ..................................................................................................... 04
Rotação de Estoques ........................................................................................................ 04
Rotação de Matéria-Prima ............................................................................................... 06
Rotação de Produtos em Elaboração ................................................................................ 06
Rotação de Créditos ......................................................................................................... 07
Prazo Médio de Pagamentos ............................................................................................ 08
Giro do Ativo Total .......................................................................................................... 09
Valor Patrimonial das Ações ............................................................................................ 09
Lucro Líquido por Ação ................................................................................................... 10
Preço / Lucro das Ações ................................................................................................... 10
Capacidade de Pagamento ................................................................................................ 10
Capacidade de Pagamento (fórmula) ............................................................................... 14
Estado de Insolvência / Falência ......................................................................................... 15
Capital de Giro – Terminologia .......................................................................................... 15
Capital de Giro ................................................................................................................. 18
Capital de Giro Próprio .................................................................................................... 18
Capital em Giro ................................................................................................................ 18
Capital de Giro Necessário .................................................................................................. 19
Retorno do Ativo (ROA) ..................................................................................................... 21
Retorno do Capital Próprio (ROE) ...................................................................................... 21
Taxa de Crescimento Interno .............................................................................................. 21
Taxa de Crescimento Sustentável ....................................................................................... 22
Exercícios ........................................................................................................................... 22
Análise de Balanços ............................................................................................................ 25
Estudo de Caso 1 ................................................................................................................. 26
Estudo de Caso 2 ................................................................................................................. 29
Estudo de Caso 3 ................................................................................................................. 32
Estudo de Caso 4 ................................................................................................................. 35
Estudo de Caso 5 ................................................................................................................. 38
Alavancagem, Ponto de Equilíbrio (contábil, econômico e financeiro) e Margem de
Segurança ........................................................................................................................... 40
Alavancagem Operacional .................................................................................................. 41
Ponto de Equilíbrio ............................................................................................................. 44
Ponto de Equilíbrio Contábil ........................................................................................... 44
Ponto de Equilíbrio Econômico ....................................................................................... 46
Ponto de Equilíbrio Financeiro ........................................................................................ 48
Ponto de Equilíbrio com múltiplos produtos ................................................................... 49
Margem de Segurança ........................................................................................................ 50
Exercícios ........................................................................................................................... 51
Estudo de Caso 1 ................................................................................................................ 54
Estudo de Caso 2 ................................................................................................................ 55
Estudo de Caso 3 ................................................................................................................ 56
Administração Financeira e Orçamentária II 2
3. Estudo de Caso 4 ................................................................................................................ 57
Formação do Preço de Venda .......................................................................................... 58
Formação do Preço com base no Custo .............................................................................. 58
Formação de Preço com base na Margem de Contribuição ............................................... 59
O “verdadeiro” lucro embutido no preço de venda ............................................................ 60
Exercícios ........................................................................................................................... 61
Estudo de Caso 1 ................................................................................................................ 66
Estudo de Caso 2 ................................................................................................................ 68
Estudo de Caso 3 ................................................................................................................ 69
Referências ........................................................................................................................ 71
Administração Financeira e Orçamentária II 3
4. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS / CONTÁBEIS
ÍNDICES COMPLEMENTARES
Na disciplina “Administração Financeira e Orçamentária I” foram examinados os Índices
Básicos, indispensáveis para qualquer análise financeira. Sendo assim, os índices que
estudaremos a seguir serão complementares. Esses índices complementares são de grande
importância para se analisar as demonstrações financeiras / contábeis das empresas, como:
o índice de rotação de estoques e de créditos e o prazo médio de pagamentos, os índices de
desempenho da empresa como o ROA e o ROE, os indicadores de capital de giro, enfim
índices que têm influência direta no controle interno impactando diretamente nas tomadas
de decisões dos gestores, importante frisar que tais decisões são influenciadas pelo modelo
de gestão adotado. Os procedimentos internos também fazem parte do meio do controle
organizacional e podem ser entendidas como, “conjunto das normas e procedimentos e de
controles internos formais estabelecidos com o propósito de padronizar o comportamento
administrativo” (NASCIMENTO E REGINATO, 2006). Ou seja, tais procedimentos
monitoram de maneira continua as ações executadas pelos membros da organização.
Segundo Figueiredo e Caggiano (2006), modelo de gestão é um conjunto de princípios e
definições que decorrem de crenças especificas e traduzem o conjunto de idéias, crenças e
valores dos principais executivos, impactando assim todos os demais subsistemas
empresariais.
A administração financeira, contabilidade gerencial e contabilidade de custos, estão
diretamente ligada a análise financeira das demonstrações, pois, se tais ciências fornecerem
de forma coerente as informações vistas nas demonstrações financeiras, facilitara a analise
e o parecer dos profissionais que trabalham na analise financeira. Para Savytzky (2006), “a
análise de balanços verifica os resultados de uma administração em um determinado
período, conclui se foram satisfatórios ou não, examina o estado patrimonial da empresa,
definindo a situação econômico-financeira e, se for o caso, aponta as anormalidades, para
que medidas corretivas sejam tomadas”.
Os problemas do dia a dia da administração financeira, gerencial ou de custos, que utilizam
dados contábeis, impactam diretamente nos dados mostradas nos balanços. Ou seja, os
balanços refletem através dos dados corretos os tratos gerenciais da empresa, passiveis
então de serem analisados, tais dados serão transformados em informações que serão
utilizados pelos gestores para melhor controle da organização.
Segundo Savytzky (2006) “Sem o intuito de menosprezar tantos outros índices que
eventualmente podem ser úteis para determinadas finalidades de análise, são a seguir
relacionados e demonstrados os índices considerados complementares de maior uso”.
ROTAÇÃO DE ESTOQUES
O índice de rotação de estoques, mostra a média em que o estoque é renovado, através da
seguinte fórmula:
Administração Financeira e Orçamentária II 4
5. Rotação de Estoques = Custo de vendas ÷ Estoque médio
40.000 ÷ 10.000 = 4 vezes
ou seja
360 ÷ 4 = 90 dias
ou ainda
Rotação de Estoques = (Estoque médio x 360 ) ÷ Custo de vendas
(10.000 x 360) ÷ 40.000 = 90 dias
Considere isto...
O valor do estoque médio é obtido pela soma dos saldos mensais, dividido pelo número dos meses
considerados, em geral de 12. Não existindo saldos mensais, a alternativa é o valor da soma do estoque do
balanço anterior com o do balanço sob exame, dividido por 2 (SAVYTZKY, 2006).
Pelo exemplo acima verifica-se que o estoque sofreu uma rotação de 4 vezes durante o ano
ou se preferir, se renovou a cada 90 dias em média. Segundo Hoji (2004) “as empresas
procuram aumentar o giro dos estoques, pois, quanto mais rápido vender o produto, mais o
lucro aumentará”.
Tal índice confirmará ou não se foi adequado a classificação integral do estoque o ativo
circulante (a curto prazo). Segundo Savytzky (2006) “se para efeito de análise mais
rigorosa fosse estabelecido como “curto prazo” para os valores realizáveis, por exemplo,
até 120 dias, e se o quociente fosse de 2 em vez de 4, estaríamos diante de uma má
classificação, porque o estoque só se renovaria a cada 180 dias”. Se isso ocorrer,
influenciará no calculo do índice de “liquidez corrente”, ou seja, tal indicador será
calculado incorreto. Sendo assim deverá ser feito a retificação, mediante a reclassificação
de parte da conta “estoque” do ativo circulante (curto prazo) para o ativo realizável a longo
prazo.
Se a análise fosse de uma empresa com a atividade de “supermercado”, talvez a rotação de
90 dias fosse muito lenta, caracterizando excesso de estoque em relação às vendas ou,
então, estoque normal para o ramo, mas fraco o volume de vendas. O índice serve, pois,
como importante elemento de pesquisa: existe excesso de estoque? As vendas são fracas?
Podem ser melhoradas? (SAVYTZKY, 2006).
Para uma melhor análise financeira, não só o índice de rotatividade de estoque mais todos
que foram estudados e que ainda o serão deverão ser comparados com os anteriormente
apurados e, se possível, com os de empresas concorrentes (do mesmo ramo de atividade),
para que se tenha um parâmetro gerencial satisfatório e a partir verificar qual a estratégia
mais coerente a se adotar para se conseguir otimizar seu desempenho no cenário dos
Administração Financeira e Orçamentária II 5
6. negócios. Ghemawat (2007), afirma que um cenário de negócios mapeia a elevação de cada
estratégia de acordo com sua lucratividade econômica. O desafio central da estratégia é
direcionar um negócio a um ponto relativamente alto nesse cenário. Segundo Matarazzo
(1997), “os índices de prazos médios não devem ser analisados individualmente, mas
sempre em conjunto.
Entende-se que quanto maior o giro dos estoques melhor deverá ser a lucratividade da
empresa. Mas para Hoji (2004) “esse raciocínio é válido desde que a margem de
contribuição seja positiva e o aumento do giro não implique “custos extras” em volume
superior ao ganho obtido pelo aumento do giro”.
Sabe-se que quando a rotatividade do estoque é lenta, a empresa comercializando pouco,
com isso poderá ocorrer um decréscimo na lucratividade impactando diretamente em sua
situação financeira.
Tal calculo poderá ser trabalhado com o estoque de matéria-prima e de produtos em
elaboração (estoque médios), tendo como numerador o valor do consumo de matéria-prima
e do custo de produção, respectivamente, conforme exemplos abaixo:
ROTAÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA
Rotação de Matéria-prima = Consumo de matéria-prima ÷ Estoque de matéria-prima
médio
18.000 ÷ 3.000 = 6 vezes
ou seja
360 ÷ 6 = 60 dias
ou ainda
(3.000 x 360) ÷ 18.000 = 60 dias
ROTAÇÃO DE PRODUTOS EM ELABORAÇÃO
Rotação de Produtos em Elaboração = Custo de produção ÷ Estoque de PE (médio)
27.000 ÷ 6.000 = 4,5 vezes
ou seja
360 ÷ 4,5 = 80 dias
ou ainda
(6.000 x 360) ÷ 27.000 = 80 dias
Administração Financeira e Orçamentária II 6
7. Os índices acima revelam que a reposição dos estoques se dá a cada 60 dias e 80 dias
respectivamente para a matéria-prima e produtos em elaboração. Dependendo do ramo de
atividade em que a empresa atue, talvez esses dias sejam excessivos ou normais. É bom
salientar que os dois índices isolados são de pouca valia. Por isso, para uma melhor
interpretação é importante e necessário à obtenção de indicadores de demonstrações
anteriores.
ROTAÇÃO DE CRÉDITOS
Indicadores que são bem usados, e que informa o prazo médio de retorno dos créditos por
vendas a prazo, é calculado através da seguinte fórmula:
Rotação de Créditos = Vendas a prazo ÷ Cientes (média)
60.000 ÷ 12.000 = 5 vezes
ou seja
360 ÷ 5 = 72 dias
ou ainda
(12.000 x 360) ÷ 60.000 = 72 dias
Considere isto...
O saldo médio de clientes é obtido pela soma dos saldos mensais, dividida pelo número de meses
considerados, normalmente de 12. como alternativa, somam-se o valor da conta de clientes do balanço
anterior com o do que está sendo analisado, dividindo-se por 2 (SAVYTZKY, 2006).
De acordo com o exemplo acima, constata-se que os créditos oriundos de vendas a prazo
demoram para ser recebidos em média 72 dias.
Se por acaso o quociente fosse menor, ou seja 2, a cobrança se daria a cada 180 dias. Se o
“curto prazo” da empresa fosse de 120 dias, então os cálculos dos índices de liquidez seca e
corrente estariam errados, com isso teria que se fazer um ajuste na conta “créditos” ou
“clientes” do ativo circulante (curto prazo) para o ativo realizável a longo prazo.
Segundo Savytzky “a outra utilidade do índice é verificar a qualidade dos créditos ou a
eficiência da cobrança”. Se as vendas são efetuadas em média em 60 dias de prazo e o
recebimento se dá em torno de 72 dias, significa que a média de atraso é de 12 dias. Isso
significa que a empresa estão financiando esses 12 dias com capitais alheios para custear o
possível atraso do recebimento das vendas.
As causas para esse atraso poderiam ser: vendas forçadas a clientes não selecionados, pouca
agressividade na cobrança, crise de mercado, etc. Para Hoji (2004), “a alteração do giro do
Administração Financeira e Orçamentária II 7
8. período atual em relação ao período anterior pode ser causada por diversos fatores:
alteração na política de financiamento de clientes, aumento (ou redução) da eficiência de
cobrança, etc.
Para Savytzky “quanto maior for a rotação de créditos, menores recursos financeiros serão
necessários para sustentar as vendas a prazo, podendo a empresa usar sobra de recursos
para a expansão de seus negócios ou evitará maiores endividamentos, se for o caso”.
PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTOS
Índice que determina o prazo médio de pagamentos aos fornecedores, através da seguinte
fórmula:
Prazo Médio de Pagamentos = Compras a prazo ÷ Fornecedores (média)
24.000 ÷ 4.000 = 6 vezes
ou seja
360 ÷ 6 = 60 dias
ou ainda
(4.000 x 360) ÷ 24.000 = 60 dias
Considere isto...
Segundo Savytzky (2006), a publicação dos balanços não consigna o valor das compras. Assim, esse valor só
poderá ser obtido quando se tem acesso à empresa. Quando ao saldo médio da conta de Fornecedores
procede-se como no caso do saldo médio de Clientes.
No exemplo acima tem-se que os pagamentos são feitos, em média a 60 dias.
Sabe-se que é importante que o prazo de pagamento seja superior ao prazo de recebimento
das vendas, para que a empresa não incorra em endividamento. Ou seja, é interessante que
as empresas recebam primeiro e depois com esse dinheiro paguem as obrigações que foram
incorridas na compra de matéria-prima ou materiais para produção dos produtos para
comercialização, caso contrário (o prazo de pagamento menor que o de recebimento) a
empresa deverá financiar o déficit do saldo com capitais alheios, em relação ao exemplo
anterior a empresa precisou custear em 12 dias (72 dias – 60 dias) a diferença do
recebimento com o do pagamento com capitais de terceiros.
Com isso as empresas costumam buscar prazos mais longos de pagamento e prazos cada
vez menores de recebimentos.
Para Savytzky (2005) “diante do exposto, conclui-se que é sempre vantajoso para a
empresa a obtenção de maiores quocientes de rotação de estoque e de créditos e menores
Administração Financeira e Orçamentária II 8
9. quanto aos prazos médios de pagamentos aos fornecedores, reduzindo, assim, as
necessidades de capital de giro”. Os quocientes trabalham com o número em que o estoque,
os créditos de recebimento e o de pagamento giram, os mesmos não devem ser confundidos
com o número de dias dos indicadores citados.
GIRO DO ATIVO TOTAL
Afastando-nos de contas especificas, como estoque ou contas a receber, podemos
considerar um índice global importante, o índice de giro do ativo total. Como seu nome
sugere, o giro do ativo total é:
Giro do ativo total = Vendas ÷ Ativo total
2.311 ÷ 3.588 = 0,64 vezes
Em outras palavras, para cada real de ativo, geramos 0,64 em vendas.
Um índice que está intimamente relacionado a esse é o índice de intensidade de capital, que
é justamente o recíproco do giro do ativo (isto é, 1 dividido pelo giro do ativo total). Pode
ser interpretado como sendo o investimento em reais em ativos necessários para gerar 1 real
de vendas. Valores altos correspondem a indústrias de capital intensivo (tais como serviços
de utilidade pública). No caso do exemplo acima, o giro total de ativo é 0,64; portanto, se
invertermos esse número, obteremos a intensidade de capital, que é 1/64 = 1,56 reais. Isso
significa que precisa-se de 1,56 reais de ativos para gerar 1 real de vendas (ROSS,
WESTERFIELD, JORDAN 2002).
Exemplo:
Suponha que você encontre uma determinada empresa que gera R$ 0,50 de vendas para
cada real de ativo total. Quão freqüentemente essa empresa gira seu ativo total?
O giro do ativo total, aqui neste caso, é 0,50 vezes por ano. Portanto, a empresa leva
1/0,50 = 2 anos para girar completamente seus ativos.
VALOR PATRIMONIAL DAS AÇÕES
O valor patrimonial da ação é calculado em relação ao patrimônio liquido.
Exemplo:
Patrimônio Liquido
Capital......................................................... 10.000
Reservas de capital..................................... 6.000
Reservas de lucros...................................... 2.000
Lucros acumulados..................................... 2.000
20.000
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10. O capital é dividido em 10.000 ações de R$ 1,00 cada uma.
Valor Patrimonial das Ações = Patrimônio liquido ÷ número de ações
20.000 ÷ 10.000 = R$ 2,00
Pelo exemplo acima verifica-se que uma ação do valor nominal de R$ 1,00 tem o valor
patrimonial de R$ 2,00.
LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO
De acordo com a lei das sociedades anônimas determina que o lucro liquido ou prejuízo do
exercício deve ser demonstrado por ação do capital social, através da seguinte fórmula de
cálculo:
Lucro Líquido por Ação = Lucro líquido ÷ número de ações
2.000 ÷ 10.000 = R$ 0,20
Pelo exemplo acima tem-se que é de R$ 0,20 o lucro liquido por ação.
PREÇO/LUCRO DAS AÇÕES
Preço da ação ÷ Lucro por ação
1,80 ÷ 0,20 = 9
Pelo exemplo acima, se o investidor adquiriu ações pelo preço de R$ 1,80, tem-se que o
retorno do capital investido se dará em 9 anos, desde que os lucro futuros não sejam
inferiores ao do exercício sob exame.
O lucro do investidor, sobre o valor aplicado, 11,1% ao ano, determinado pela seguinte
fórmula:
(Lucro por ação x 100) ÷ Preço por ação
( 0,20 x 100) ÷ 1,80 = 11,1%
CAPACIDADE DE PAGAMENTO
Para Savytzky (2006) a capacidade de pagamento de uma empresa confunde-se, até certo
ponto, com a sua posição financeira, isto é, com o grau de liquidez, tendo-se por base os
recursos que já possui em determinada data. A capacidade de pagamento que aqui será
examinada refere-se à capacidade que a empresa tem para gerar recursos financeiros
próprios no decorrer do tempo.
Por exemplo: a liquidez corrente é de 1,50 e a geral e de 1,33. o analista poderá chegar à
conclusão que a situação financeira é de bom equilíbrio. Todavia, a empresa pretende obter
Administração Financeira e Orçamentária II 10
11. um empréstimo de longo prazo, para aquisição de bens do ativo imobilizado, no valor de
R$ 7.000. Obtido o empréstimo, a liquidez geral torna-se deficitária de 0,84, conforme
abaixo exemplificado.
ATIVO PASSIVO
Circulante 15.000,00 Circulante 10.000,00
Realizável a Longo Prazo 1.000,00 Exigível a Longo Prazo 2.000,00
Imobilizado 10.000,00 Capital 14.000,00
26.000,00 26.000,00
Liquidez corrente 15.000,00 1,50
10.000,00
Liquidez geral 16.000,00 1,33
12.000,00
Fonte: Savytzky (2006)
Situação após o empréstimo:
ATIVO PASSIVO
Circulante 15.000,00 Circulante 10.000,00
Realizável a Longo Prazo 1.000,00 Exigível a Longo Prazo 9.000,00
Imobilizado 17.000,00 Capital 14.000,00
33.000,00 33.000,00
Liquidez corrente 15.000,00 1,50
10.000,00
Liquidez geral 16.000,00 0,84
19.000,00
Fonte Savytzky (2006)
Pelos exemplos acima verifica-se que antes do empréstimo a empresa possuía recursos
realizáveis suficientes para pagamento das dividas a curto e longo prazo. Após a obtenção
do empréstimo os seus atuais recursos tornaram-se insuficientes para o pagamento do
financiamento, apresentando um índice de liquidez a longo prazo negativo, de 0,84.
Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo .............................................................. 16.000
Passivo Circulante e Exigível a Longo Prazo .............................................................. 19.000
Déficit financeiro ..........................................................................................................(3.000)
Está claro que não seria de boa política ficar a empresa na dependência da obtenção de
novo empréstimo para liquidar o anterior.
Torna-se necessário, pois, determinar a sua futura capacidade de pagamento. Se não hover
elevação do capital em dinheiro, o aumento de recursos próprios somente poderá se
Administração Financeira e Orçamentária II 11
12. concretizar se houver lucros futuros, em valor suficiente para superar o déficit financeiro de
longo prazo.
Tem-se, pois, que a capacidade de pagamento depende da potencialidade que a empresa
tem para gerar novos recursos financeiro, por meio de lucros, porque sem eles não formará
capital próprio condizente com as suas necessidades. Aliás, o próprio financiamento pode
destinar-se a aquisição de máquinas ou ampliação industrial, visando maior lucro com o
aumento de produção projetada.
Não havia, porém, gerar lucros; é necessário capitalizá-los. Exemplificando:
Lucro liquido do exercício ........................................................................................ 2.500
Depreciação contabilizada no ano ............................................................................ 500
3.000
Dividendos a distribuídos .......................................................................................... 1.000
Lucro retido ............................................................................................................... 2.000
Sendo:
- Reserva Legal ........................................................................................................ 125
- Lucro acumulado ................................................................................................ 1.375
- Depreciação acumulada ...................................................................................... 500
Capacidade de pagamento gerada ............................................................................. 2.000
No exemplo acima verifica-se que a empresa gerou novos recursos no valor de R$ 3.000,
mas porque distribuiu R$ 1.000, sobraram R$ 2.000. Assim, a capacidade de pagamento
gerada no ano foi de R$ 2.000.
A retenção dos lucros foi contabilizada nas contas de Reserva Legal, Lucros Acumulados e
Depreciação Acumulada. Os lucros acumulados serão utilizados, no futuro, para aumento
de capital. Se assim não for, isto é, se houver distribuição adicional de dividendos, a
capacidade de pagamento gerada será diminuída na proporção da distribuição que se
verificar.
A formação do fundo para depreciação (Depreciação Acumulada) corresponde à retenção
do lucro pelo fato de que a parcela destinada a esse fundo não será distribuída. Também
não importa se a formação do fundo é contabilizada, em contrapartida, como acréscimo do
custo de produção, periodicamente, ou se ao final do exercício simplesmente a débito de
conta de resultado, especificamente para reposição de bens depreciáveis. O efeito da
retenção de lucros é o mesmo.
Os lucros retidos correspondentes à depreciação, que indiretamente (acréscimo aos custos),
quer especificamente, não aumentam o capital próprio, como no caso das reservas de
lucros. O fundo de depreciação, em verdade, compensa a perda sofrida pelo desgaste ou
absolescência dos bens e, assim, mantém integro o capital aplicado em bens depreciáveis.
Mas, por outro lado, os recursos retidos pelo fundo de depreciação aumentam o meio
Administração Financeira e Orçamentária II 12
13. circulante da empresa e, conseqüentemente, a sua capacidade de pagamento, até que ela use
esses recursos para aquisição de outros bens destinados ao ativo imobilizado.
Os fenômenos acima referidos podem ser facilmente observados com exemplos práticos
como segue:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Veículos 100 Capital 100
Fonte: Savytzky (2006)
Resultado ao final do Exercício
Receitas de fretes 200
Custo (salários, combustíveis etc.) 100
Depreciação 20 120
Lucro líquido 80
Fonte: Savytzky (2006)
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Caixa 100 Capital 100
Veículos 100 Lucro 80
- Depreciação -20 180
180
Fonte: Savytzky (2006)
Pelo exemplo acima, verifica-se:
- A empresa recebeu 200 de frete e pagou despesas no valor de 100, restando, portanto, 100
em caixa. O lucro, entretanto, foi somente de 80, porque além das despesas que pagou
contabilizou mais 20 de depreciação (desgaste de veículos).
- Note-se que a capacidade de pagamento gerada foi de 100 (em caixa), superior ao lucro de
80. essa diferença de 20 corresponde à depreciação contabilizada. Deu-se o fenômeno da
desimobilização de recursos, com transferência para o ativo circulante, até que, pela
aquisição de novos bens de produção esses recursos retornem ao ativo imobilizado.
Conclui-se, pois que a depreciação aumenta a capacidade de pagamento, ainda que
temporariamente.
- A depreciação contabilizada não aumenta o capital próprio, como reservas de lucros. Mas
o mantém íntegro. Se a empresa quisesse distribuir o lucro de 80, o capital inicial de 100
permaneceria íntegro e restaria a importância de 20 em caixa, correspondente ao valor
retido para reposição de bens, sob a forma de fundo de depreciação. Veja o exemplo
abaixo:
Balanço após o pagamento de dividendos
ATIVO PASSIVO
Administração Financeira e Orçamentária II 13
14. Caixa 20 Capital 100
Veículos 100
- Depreciação -20
100
Fonte: Savytzky (2006)
- O fundo de depreciação (depreciação acumulada) deve ser deduzido do valor dos bens
depreciados (ativo imobilizado) para fins de estruturação e análise dos balanços, porque
assim demonstra-se o valor analisado dos bens (custo, menos o desgaste sofrido). Se o
percentual de depreciação não espelhar a realidade, o problema é outro. O analista tem
liberdade para promover os ajustes que se tornarem necessários. O que não pode ignorar a
modificação do valor contábil dos bens pelo desgaste ou absolescência.
Pelo exposto, ficou demonstrado que a depreciação contabilizada aumenta a capacidade de
pagamento da empresa, ainda que temporariamente, a par dos lucros retidos. Resta, pois,
estabelecer a fórmula que determine o índice da “Capacidade de Pagamento”, abaixo
demonstrada, com base nos dados do seguinte exemplo:
Passivo Total (circulante e exigível a longo prazo) ..................................................... 10.000
Lucro obtido e retido no ano ........................................................................................ 1.800
Depreciação contabilizada no ano ............................................................................... 200
CAPACIDADE DE PAGAMENTO (fórmula)
Capacidade de Pagamento = (Passivo total x 12) ÷ (Lucro líquido obtido e retido no ano
+ depreciação contabilizada no ano)
Capacidade de Pagamento = (10.000 x 12) ÷ (1.800 x 200) = 60 meses
Considere isto...
Para Savytzky (2006), o fator 12 do numerador da fórmula refere-se ao número de meses considerados (um
ano).
Pelo índice acima chega-se à conclusão que se as condições futuras de lucratividade e de
exigibilidade não se modificarem de modo significativo, a empresa tem uma capacidade de
pagamento que lhe permitirá liquidar todas as suas dividas em 60 meses (5 anos),
substituindo o capital alheio por capital próprio. Essa capacidade de pagamento nada mais é
que a formação de capital próprio pela retenção de lucros.
Na prática, sabe-se que a tendência das empresas é a expansão dos negócios além do que o
capital próprio pode suportar e, por isso, mesmo que hajam substanciais lucros retidos,
sempre haverá a participação de capitais alheios, em menor ou maior escala.
O mesmo índice pode ser estabelecido em percentual:
Administração Financeira e Orçamentária II 14
15. [(Lucro + depreciação) x 100] ÷ Passivo total = (2.000 x 100) ÷ 10.000 = 20%
Significa que o lucro retido de um ano pode liquidar 20% do total dos capitais alheios.
Em condições normais, quando é de bom equilíbrio a liquidez a curto prazo, pode-se
determinar a capacidade de pagamento somente para financiamento a longo prazo, já que as
dividas de funcionamento renovam-se com certa facilidade, dentro das necessidades da
empresa.
Capacidade de pagamento para dividas a longo prazo:
(Passivo Exigível a Longo Prazo x 12) ÷ (Lucro + depreciação) = (6.000 x 12) ÷ 2.000 =
36 meses
Pelo exemplo acima, dir-se-á que a empresa tem condições para pagar o financiamento de
R$ 6.000 em 3 anos, se a retenção de lucros, acrescida da depreciação, for igual à que
serviu de base para o cálculo.
Nos casos de estudos de financiamentos para ampliação industrial, quando se prevê
aumento de produção e de lucros, pode-se acrescentar aos lucros retidos o valor estimado
dos lucros futuros, projetando-se, assim, a capacidade de pagamento com os novos recursos
(SAVYTZKY, 2006).
ESTADO DE INSOLVÊNCIA / FALÊNCIA
Para Savytzky (2006), “são as seguintes as principais causas do desequilíbrio financeiro,
que podem ocasionar o estado de insolvência e a conseqüente falência da empresa”:
Excesso de imobilização em relação ao capital próprio, que reduz ou elimina o
capital de giro próprio;
Desequilíbrio entre os prazos de compras e de vendas e baixa rotação de estoques e
de vendas;
Prejuízos operacionais, que consomem em primeiro lugar o capital de giro próprio;
Conseqüente aumento do endividamento para sustentar o meio circulante por falta
de giro próprio.
CAPITAL DE GIRO – TERMINOLOGIA
É mais ou menos freqüente a pergunta sobre o valor do Capital de Giro da empresa, mas de
modo dúbio, principalmente para fins cadastrais. Segundo Vieira (2005), capital de giro se
refere ao total dos investimentos de curto prazo realizados pela empresa, enquanto a
expressão capital de giro líquido se refere ao saldo líquido de aplicações e fontes efetuados
neste horizonte de tempo.
Administração Financeira e Orçamentária II 15
16. Descrição Ativo Realizável Perm anente Total do Passivo Exigível Patrimônio Total do Capital de Capital de
Circulante Longo Ativo Circulante longo Líquido Passivo Giro Giro líquido
Prazo Prazo
TOTAL 500 R$ 253.511,00 168.171,00 571.572,00 993.254,00 272.167,00 334.808,00 386.279,00 993.254,00 253.511,00 (18.656,00)
% 25,52% 16,93% 57,55% 100,00% 27,40% 33,71% 38,89% 100,00%
Bebidas R$ 4.733,00 2.518,00 7.445,00 14.696,00 3.271,00 8.514,00 2.910,00 14.695,00 4.733,00 1.462,00
% 32,21% 17,13% 50,66% 100,00% 22,26% 57,94% 19,80% 100,00%
Celulose e Papel R$ 6.567,00 2.518,00 22.363,00 31.448,00 8.972,00 10.861,00 11.593,00 31.426,00 6.567,00 (2.405,00)
% 20,88% 8,01% 71,11% 100,00% 28,55% 34,56% 36,89% 100,00%
Eletricidade R$ 33.891,00 2.496,00 150.435,00 186.822,00 44.299,00 91.168,00 83.084,00 218.551,00 33.891,00 (10.408,00)
% 18,14% 1,34% 80,52% 100,00% 20,27% 41,71% 38,02% 100,00%
Metalurgia R$ 22.305,00 34.225,00 53.746,00 110.276,00 22.240,00 30.994,00 32.436,00 85.670,00 22.305,00 65,00
% 20,23% 31,04% 48,74% 100,00% 25,96% 36,18% 37,86% 100,00%
Saneamento R$ 4.805,00 9.619,00 36.194,00 50.618,00 5.447,00 18.253,00 18.986,00 42.686,00 4.805,00 (642,00)
% 9,49% 19,00% 71,50% 100,00% 12,76% 42,76% 44,48% 100,00%
Telecomunicações R$ 6.567,00 1.687,00 22.363,00 30.617,00 8.972,00 10.861,00 11.593,00 31.426,00 6.567,00 (2.405,00)
% 21,45% 5,51% 73,04% 100,00% 28,55% 34,56% 36,89% 100,00%
Obs.: Valores arrendodados em milhões de reais.
Fonte: Conjuntura Econõmica, ago. 2003 Apud. Veira (2003)
Figura 1: Capital de giro e capital de giro líquido
Com pequenas variações na terminologia, a resposta poderá ter grandes variações de valor.
O capital de giro é o que está em circulação, ou seja, o que está sujeito a permanente
renovação, como as disponibilidades, os estoques e os créditos da empresa, a curto e a
longo prazo. Não deve ser confundido com o Ativo Circulante previsto na Lei. 6.404/76,
porque este pe um grupamento do balanço que se refere apenas a valores realizáveis em até
12 meses.
O giro, a renovação ou a circulação de capitais aplicados pode ser a curto, médio ou a longo
prazo. Pela ótica contábil, entende-se como capital de giro líquido a diferença entre o ativo
circulante (bens e direitos de circulação a curto prazo – caixa, bancos, duplicatas a receber,
estoques etc.) e o passivo circulante (obrigações a curto prazo – fornecedores, obrigações
trabalhistas, obrigações fiscais etc.).
Capital de giro é o montante (parcela) de recursos, destinados à aplicação dos meios, para
fazer com que a empresa complete o ciclo operacional, ou seja, a aquisição da matéria-
prima, do material secundário, sua transformação em produtos acabados e a distribuição
deles no mercado consumidor, reiniciando-se o ciclo.
O ciclo operacional da empresa segue alguns passos importantes, que se alteram em função
das vendas à vista ou a prazo. Quando a empresa vende à vista, o ciclo da empresa inicia
com as compras de insumos (matéria-prima, material secundário e outros); em seguida
efetua-se a transformação em produtos acabados que são colocados à venda. Quando essa
ocorre, os recursos vão para o caixa e inicia-se novamente o ciclo, como demonstramos na
figura a seguir.
Administração Financeira e Orçamentária II 16
17. CAPITAL DE GIRO – ESQUEMA COM VENDAS À VISTA
CAIXA
Matéria-prima
VENDAS Mat. Secundário
Outros
PRODUTOS
ACABADOS
Fonte: Berti (2007)
Quando as vendas são a prazo, a diferença das vendas á vista é apenas uma fase
intermediaria denominada de cobrança, ou emissão do documento (duplicatas a receber ou
outro tipo de documento) conforme se demonstra na figura a seguir.
CAPITAL DE GIRO – ESQUEMA VENDAS A PRAZO
CAIXA
Matéria-prima
VENDAS Mat. Secundário
Outros
Venda Produtos
a Acabados
Prazo
Fonte: Berti (2007)
Administração Financeira e Orçamentária II 17
18. Para Savytzky (2006), diante do exposto, o Capital de Giro pode ser observado sob os
seguintes aspectos:
Capital de Giro
Capital de Giro Próprio
Capital em Giro
O Capital de Giro é a soma dos recursos que se acham em circulação, a curto e a longo
prazo, ou seja, correspondente à soma do Ativo Circulante com o Realizável a Longo
Prazo. Em outros termos, é a parcela dos capitais próprios e alheios que estão em
circulação.
O Capital de Giro Próprio é somente a parcela do capital próprio que está em circulação.
A sua apuração já foi vista quando se tratou do índice de “Grau de Imobilizações”. Pode
também ser determinado por outra fórmula, que a seguir será exemplificada. Segundo
Bernardi (2004), é a diferença entre o valor do Patrimônio Líquido e o Ativo Permanente da
empresa, ou seja, a parcela excedente de capital próprio que a empresa não imobilizou.
O Capital em Giro, de modo impróprio, é tido por alguns como o total dos capitais
aplicados na empresa, próprios e alheios, correspondendo ao total do ativo, que engloba os
valores que estão em circulação (em giro) e os que estão imobilizados.
Exemplos:
ATIVO PASSIVO
Circulante 300 Circulante 200
Realizável a Longo Prazo 100 Exigível a Longo Prazo 50
Permanente 200 Patrimônio Líquido 350
600 600
Capital de Giro
Ativo Circulante ................................................................................................................ 300
Realizável a Longo Prazo .................................................................................................. 100
Capital de Giro .................................................................................................................. 400
Capital de Giro Próprio
Patrimônio Líquido ........................................................................................................... 350
Ativo Permanente .............................................................................................................. 200
Capital de Giro Próprio ..................................................................................................... 150
ou
Ativo Circulante ............................................................................................... 300
Realizável a Longo Prazo ................................................................................ 100 400
Administração Financeira e Orçamentária II 18
19. Passivo Circulante ........................................................................................... 200
Ativo Permanente ............................................................................................ 50 250
Capital de Giro Próprio ..................................................................................................... 150
Capital em Giro
Ativo Circulante ................................................................................................................ 300
Ativo Realizável a Longo Prazo ....................................................................................... 100
Ativo Permanente .............................................................................................................. 200
* Capital em Giro .............................................................................................................. 600
* Terminologia imprópria, usada por leigos em termos contábeis. Trata-se do total das
aplicações da empresa (ativo).
CAPITAL DE GIRO NECESSÁRIO
Conquanto não seja da área de análise de balanços e sim de administração financeira, não
raro o analista é solicitado a determinar o valor do capital de giro que a empresa necessita,
geralmente para fins de financiamento por parte de instituições financeiras ou para estudo
de aumento de capital destinado a capital de giro próprio (SAVYTZKY, 2006).
Esse capital de giro é o referente às operações normais da empresa a curto prazo, mas que
pode envolver parcela de aplicações a médio e longo prazo, como para vendas a prazo mais
longo ou ciclo operacional moroso. (Não confundir capital de giro com o capital de giro
prórpio).
Uma fórmula para cálculo, simples e eficiente, é a seguinte:
(Rotação de Estoques + Rotação de Créditos x Gastos gerais) ÷ 360 = Capital de giro
necessário
Os gastos gerais compreendem os custos e as despesas gerais de produção e de
administração realizadas no ano, como segue:
Matéria-prima consumida, materiais secundários e embalagens
Despesas com mão-de-obra e previdência social
Despesas gerais de produção
Despesas administrativas, inclusive salários, previdência social, honorários da
diretoria, etc.
Despesas financeiras (menos as receitas financeiras)
Despesas com impostos
Despesas diversas
Pelo esquema acima ficam excluídas as depreciações porque referem-se a desgaste de bens
do ativo imobilizado e não originam dispêndios financeiros.
Administração Financeira e Orçamentária II 19
20. A fórmula pode ser usada para a determinação do capital de giro necessário tanto com base
em dados contábeis pré-existentes como em projeções nos casos de implantação ou
ampliação comercial ou industrial.
Exemplos:
CICLO OPERACIONAL:
- Rotação de matéria-prima ......................................................................................... 30 dias
- Rotação de produtos acabados .................................................................................. 40 dias
- Rotação de créditos ................................................................................................... 60 dias
Ciclo operacional ....................................................................................................... 130 dias
GASTOS GERAIS EM 1 ANO:
- Matéria-prima e embalagens ................................................................................ 200.000,00
- Mão-de-obra e previdência
social ................................................................................ 100.000,00
- Gastos gerais de produção ................................................................................ 10.000,00
- Despesas administrativas ................................................................................ 120.000,00
- Despesas financeiras ................................................................................ 30.000,00
- Impostos ................................................................................ 15.000,00
- Despesas diversas ................................................................................ 5.000,00
480.000,00
Capital próprio (patrimònio
líquido) ................................................................................ 300.000,00
Ativo permanente ................................................................................ 220.000,00
Capital de giro próprio ................................................................................ 80.000,00
Cálculo:
(130 x 480.000) ÷ 360 = 173.333
Pelos dados acima chega-se à conclusão que a empresa necessita de uma capital de giro da
ordem de R$ 173.000,00. Sabendo-se que o capital de giro próprio é inferior (80.000), o
restante deverá ser suprido com capitais alheios (fornecedores, financiamentos, etc.):
Capital de giro necessário ................................................................................ 173.333
Capital de giro próprio ................................................................................ 80.000
Capital de giro suplementar
necessário ................................................................................ 93.333
O suprimento do capital de giro com capitais de terceiros é sempre oneroso: os
financiamentos bancários (desconto de duplicatas) são dispendiosos e nas compras a prazo
o fornecedor se não acrescenta um percentual compensatório, não baixa o preço. Por essas
razões a empresa que opera com capital de giro próprio satisfatório, sempre obtém
vantagem operacional, que, a par da tranqüilidade administrativa, afasta despesas
financeiras o obtém melhor preço na compra.
Administração Financeira e Orçamentária II 20
21. RETORNO DO ATIVO (ROA)
O retorno do ativo (ROA) é uma medida de lucro por real em ativos. Pode ser definida de
diversas maneiras, mas a mais usual é:
Retorno do ativo = Lucro líquido ÷ Total do ativo
363 ÷ 3.588 = 10,12%
RETORNO DO CAPITAL PRÓPRIO (ROE)
Para Ross, Westerfield e Jordan (2002), “o retorno do capital próprio (ROE) é uma medida
de desempenho do investimento dos acionistas durante o ano. Uma vez que beneficiar os
acionistas é o nosso objetivo, o ROE é, em termos contábeis, a verdadeira medida de
desempenho em termos de lucro. O ROE, geralmente, é medido da seguinte maneira”:
Retorno do capital próprio = Lucro líquido ÷ Patrimônio líquido
363 ÷ 2.591 = 14%
Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2002) para cada real de capital próprio, portanto, de
acordo com o exemplo acima, foi gerado 14 centavos de lucro, mas, novamente, isso está
correto apenas em termos contábeis. Como o ROA e o ROE são números comumente
citados, enfatizamos o fato de que é importante lembrar que são taxas de retorno contábeis.
Por tal razão essas medidas deveriam ser adequadamente denominadas retorno do ativo
contábil e taxa de retorno do patrimônio liquido contábil.
TAXA DE CRESCIMENTO INTERNO
Para Ross, Westerfield e Jordan (2002) suponha que uma empresa tenha como política de
financiamento de crescimento o uso apenas de financiamento de crescimento o uso apenas
de financiamento interno. Isso significa que a empresa não tomará recursos emprestados e
não venderá nenhuma nova ação. Quão rapidamente pode a empresa crescer? A resposta é
dada pela taxa de crescimento interno.
Taxa de crescimento interno = (ROA x b) ÷ (1 – ROA x b)
Onde:
ROA = Taxa de retorno dos ativos = Lucro líquido ÷ Ativo total
b = Taxa de retenção de lucro = Adição a lucro retido / Lucro liquido (vamos
considerar o b com sendo 2/3)
A taxa de crescimento interno é a taxa máxima de crescimento que uma empresa pode
alcançar sem o uso de fontes externas de financiamento.
Administração Financeira e Orçamentária II 21
22. TAXA DE CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL
Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2002) se uma empresa basear-se apenas no
financiamento interno, a longo prazo seu índice de endividamento geral diminuirá. Isso
acontecerá porque os ativos crescerão, mas a divida total permanecerá a mesma (ou até
diminuirá se for parcialmente liquidada). Freqüentemente, as empresas possuem um
determinado índice de endividamento geral ou multiplicador de capital próprio que é visto
como ótimo.
Com isso em mente, consideremos quão rapidamente uma empresa pode crescer se (1)
deseja manter um determinado índice de endividamento geral e (2) não deseja vender novas
ações. Existem diversas razões pelas quais uma empresa deseja evitar a emissão de novas
ações, e na realidade, a emissão de ações por empresa estabelecidas, é uma ocorrência rara.
Dadas essas duas premissas, a taxa máxima de crescimento que ser alcançada, denominada
taxa de crescimento sustentável.
Taxa de crescimento sustentável = (ROE x b) ÷ (1 – ROE x b)
Onde:
ROE = Taxa de retorno do Patrimônio liquido = Lucro liquido ÷ Patrimônio liquido
b = Taxa de retenção de lucro = Adição a lucro retido / Lucro liquido (vamos considerar
o b com sendo 2/3)
A taxa de crescimento sustentável é a taxa máxima de crescimento que uma empresa pode
alcançar sem financiamento externo de capital próprio e mantendo o quociente capital
próprio / capital de terceiros constante.
EXERCÍCIOS:
Exercício 1
O balanço de 31 de dezembro de 2006 da Jordan and Jordan Manufacturing Inc. apresentou
um ativo circulante de R$ 900 e um passivo circulante de R$ 400. O balanço de 31 de
dezembro de 2007 apresentou ativo circulante de R$ 1.150 e passivo circulante de R$ 475.
Qual foi a variação de capital de giro liquido, ou CGL, da empresa em 2007?
Exercício 2
A seguir, encontram-se as demonstrações financeiras mais recentes da Wildhack. Prepare
uma demonstração de resultado em % (percentual) com base nessas informações. Como
você interpreta essa demonstração de resultado padronizada? Qual a porcentagem das
vendas que vai para o custo da mercadoria vendida?
WILDHACK CORPORATION
Demonstração de Resultado em 2007 (R$ milhões)
Vendas 3.756
Administração Financeira e Orçamentária II 22
23. Custo da mercadoria vendida 2.453
Depreciação 490
Lucro antes de juros e impostos 813
Juros pagos 613
Lucro tributável 200
Impostos (34%) 68
Lucro líquido 112
Dividendos 46
Adição a lucros retidos 86
Exercício 3
Com base nos balanços e na demonstração de resultado do problema anterior, calcule os
seguintes índices para 2007.
a) Índice de liquidez corrente
b) Índice de liquidez seca
c) Giro do estoque
d) Giro de contas a receber
e) Dias de venda em estoque
f) Dias de venda em contas a receber
g) Giro do ativo
h) Endividamento geral
i) ROA
j) ROE
WILDHACK CORPORATION
Balanço em 31 de dezembro de 2005 e 2006 (R$ milhões)
2006 2007
Ativo
Ativo circulante
Caixa 120 88
Contas a receber 224 192
Estoque 424 368
Total 768 648
Ativo permanente
Instalações e equipamentos
(Líquido) 5.228 5.354
Ativo total 5.996 6.002
Passivo
Passivo circulante
Contas a pagar 124 144
Títulos a pagar 1.412 1.039
Total 1.536 1.183
Exigível a longo prazo 1.804 2.077
Patrimônio líquido
Administração Financeira e Orçamentária II 23
24. Capital mais reservas 300 300
Lucros retidos 2.356 2.442
Total 2.656 2.742
Passivo total 5.996 6.002
Exercício 4
Com base nas informações a seguir, qual é a taxa de crescimento interno que a Corwin
poderá manter se não utilizar financiamento? Qual é a taxa de crescimento sustentável?
CORWIN COMPANY
Demonstração de Resultado
Vendas $ 2.750
Custo da Mercadoria Vendida 2.400
Imposto (34%) 119
Lucro líquido $ 231
Dividendos $ 77
CORWIN COMPANY
Balanço Patrimonial
Ativo Exigível a
Circulante $ 600 Longo prazo $ 200
Ativo Patrimônio
Permanente Líquido 1.200
líquido 800
Total $ 1.400 Total $ 1.400
Fonte: Ross, Westerfield e Jordan (2002).
Exercício 5
Mudança no índice de Liquidez corrente. Que efeito produziriam as seguintes ações no
índice de liquidez corrente? Suponha que o capital de giro liquido seja positivo.
a) Compra de mercadoria para estoque.
b) Pagamento de fornecedor.
c) Pagamento de empréstimo bancário a curto prazo.
d) Liquidação antecipada de empréstimo a longo prazo.
e) Cliente paga à empresa vendas realizadas a prazo.
f) Estoque é vendido a preço de custo.
g) Estoque é vendido com lucro.
Exercício 6
Uma empresa possui um capital de giro liquido de R$ 950, passivo circulante de R$ 2.500 e
estoque de R$ 1.100. Qual é seu índice de liquidez corrente? E seu índice de liquidez seca?
Exercício 7
Administração Financeira e Orçamentária II 24
25. Uma empresa possui vendas de R$ 30 milhões, ativo total de R$ 42 milhões e divida total
de R$ 12 milhões. Se a margem de lucro liquida é 7%, qual é seu lucro liquido? Qual é o
ROA? Qual é o ROE?
Exercício 8
A Fred´s Print Shop possui um saldo de contas a receber de R$ 575.358. O total de vendas
a prazo realizadas durante o ano foi R$ 2.705.132. qual é o giro de contas a receber? Qual é
o número de dias de vendas em contas a receber? Quanto tempo levou em média para os
clientes liquidarem suas contas durante o ano passado?
Exercício 9
A Mary´s Print Shop encerrou o ano com um estoque de R$ 325.800 e o custo da
mercadoria vendida totalizou R$ 1.375.151. Qual é o giro do estoque? O número de dias de
venda em estoque? Quanto tempo ficou uma unidade de estoque na prateleira, em média,
antes de ser vendida?
Exercício 10
Em 2007, a DRK Inc. teve um custo de mercadoria vendida de R$ 9.273. Ao final do ano, o
saldo de contas a pagar era R$ 1.283. Quanto tempo levou, em média para a empresa pagar
seus fornecedores em 2007? O que um valor alto deste índice significaria?
ANÁLISE DE BALANÇOS
A seguir são apresentados diversos balanços de empresas com diferentes ramos de
atividades e em variadas situações econômico – financeiras, que foram analisados e
interpretados, transcritos com os respectivos pareceres técnicos.
Na indicação do ano do balanço o Ano X1 não significa ser o início de negócio, mas
simplesmente o ano anterior ao do último balanço analisado em seqüência.
Administração Financeira e Orçamentária II 25
26. Estudo de Caso 1
FÁBRICA DE CIMENTO
ANÁLISE DE BALANÇOS
ATIVO
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
CIRCULANTE 385.950 35,69% 100,00% 510.613 40,03% 32,30%
Caixa e Bancos 27.908 2,58% 100,00% 50.440 3,95% 80,74%
Aplicações Financeiras 89.161 8,25% 100,00% 248.068 19,45% 178,22%
Estoques 143.470 13,27% 100,00% 148.374 11,63% 3,42%
Clientes 82.348 7,62% 100,00% 34.319 2,69% -58,32%
Outras Contas 43.063 3,98% 100,00% 29.412 2,31% -31,70%
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.959 0,18% 100,00% 4.664 0,37% 138,08%
Contas a Receber 1.959 0,18% 100,00% 4.664 0,37% 138,08%
PERMANENTE 693.433 64,13% 100,00% 760.282 59,60% 9,64%
Investimentos 362.146 33,49% 100,00% 417.825 32,76% 15,37%
Participações Societárias 362.146 33,49% 100,00% 417.825 32,76% 15,37%
Imobilização 330.980 30,61% 100,00% 341.079 26,74% 3,05%
Terrenos 39.051 3,61% 100,00% 40.413 3,17% 3,49%
Edificações e Instalações 267.970 24,78% 100,00% 310.577 24,35% 15,90%
Máquinas e Equipamentos 423.268 39,14% 100,00% 495.399 38,84% 17,04%
Veículos 58.363 5,40% 100,00% 52.671 4,13% -9,75%
Móveis e Utensílios 14.826 1,37% 100,00% 13.042 1,02% -12,03%
Depreciação Acumulada -472.498 -43,70% 100,00% -571.023 -44,77% 20,85%
Diferido 307 0,03% 100,00% 1.378 0,11% 348,86%
TOTAL DO ATIVO 1.081.342 100,00% 100,00% 1.275.559 100,00% 17,96%
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.
PASSIVO
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
CIRCULANTE 220.440 20,39% 100,00% 354.573 27,80% 60,85%
Fornecedores 50.627 4,68% 100,00% 26.488 2,08% -47,68%
Financiamentos Bancários 17.868 1,65% 100,00% 17.248 1,35% -3,47%
Títulos a Pagar 35.814 3,31% 100,00% 2.938 0,23% -91,80%
Salários e Prev. Social 16.569 1,53% 100,00% 20.812 1,63% 25,61%
Impostos a Pagar 41.932 3,88% 100,00% 91.545 7,18% 118,32%
Outras Contas 38.723 3,58% 100,00% 35.506 2,78% -8,31%
Antecipações de Clientes 9.381 0,87% 100,00% 62.397 4,89% 565,14%
Dividendos 9.526 0,88% 100,00% 97.639 7,65% 924,97%
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 22.180 2,05% 100,00% 8.003 0,63% -63,92%
Financiamentos Bancários 17.475 1,62% 100,00% 2.966 0,23% -83,03%
Sociedade Interligada 4.705 0,44% 100,00% 5.037 0,39% 7,06%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 838.722 77,56% 100,00% 912.983 71,58% 8,85%
Capital 435.642 40,29% 100,00% 459.076 35,99% 5,38%
Reservas de Lucros 109.339 10,11% 100,00% 154.296 12,10% 41,12%
Lucros Acumulados 293.741 27,16% 100,00% 299.611 23,49% 2,00%
TOTAL DO PASSIVO 1.081.342 100,00% 100,00% 1.275.559 100,00% 17,96%
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.
Administração Financeira e Orçamentária II 26
27. DRE simplificada
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
Vendas 821.908 100,00% 100,00% 1.217.374 100,00% 48,12%
C.P.V 767.601 93,39% 100,00% 1.071.199 87,99% 39,55%
Lucro Líquido 54.307 6,61% 100,00% 146.175 12,01% 169,16%
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.
Pede-se
a) Capital de giro;
b) Capital de giro líquido;
c) Capital de giro próprio;
d) Capital em giro;
e) ROA (Retorno do capital próprio);
f) ROE (Retorno do PL);
g) Giro do ativo;
h) Liquidez seca;
i) Liquidez geral;
j) Grau de imobilização;
k) Grau de endividamento;
l) Rentabilidade sobre o PL;
m) Rentabilidade sobre as vendas;
n) Giro do estoque;
o) Dias de vendas de estoque;
p) Giro de contas a receber;
q) Dias em vendas de contas a receber;
r) Taxa de crescimento interno;
s) Taxa de crescimento sustentável.
Analise o parecer, abaixo:
PARECER
I - Situação Patrimonial
- Sólida posição patrimonial, com satisfatória evolução do patrimônio liquido, de
aproximadamente 9%. Tal evolução é sintetizada pelo aumento do ROE em
aproximadamente 147% do Ano 1 ao Ano 2.
II - Situação Financeira
- Boa situação financeira. Houve certo decréscimo nos índices de liquidez em relação ao
exercício anterior, mas continuam com bom equilíbrio, ou seja com uma razoável folga no
que tange ao índice de liquidez geral. Os dias em vendas de contas a receber teve um
decréscimo (de 72% aproximadamente), determinando uma entrada mais rápida do dinheiro
Administração Financeira e Orçamentária II 27
28. em caixa ou no banco, influenciando sua situação financeira. O capital de giro ratifica o
bom estado financeiro da empresa, pois, o mesmo obteve uma evolução de
aproximadamente de 33%. As taxas de crescimento interno e sustentável também mostram
a boa situação financeiras, pois, ambas evoluirão 145% e 175% aproximados.
III - Grau de Imobilização
- É elevado o grau de imobilização com aproximadamente 80% do total do capital próprio,
o que, entretanto, não prejudica a situação financeira, tendo-se em vista que a empresa está
conseguindo otimizar sua rentabilidade sobre o PL e sobre as vendas.
IV - Grau de Endividamento
- A participação de capitais de terceiros é de aproximadamente 28% no total das aplicações
da empresa. É bom salientar que o mesmo sofreu um aumento aproximado de 27 pontos
percentuais, mas, como a empresa está conseguindo manter sua situação financeira
satisfatória, tal evolução não preocupa a curto ou a médio prazo.
V - Rentabilidade
- No Ano X1 a rentabilidade foi apenas razoável de cerca de 6%, mas no Ano X2 houve
substancial elevação no volume de vendas de aproximadamente 48%, impactando
diretamente no crescimento de sua rentabilidade sobre as vendas que chegou a 82%
aproximadamente.
VI - Conclusão
- Em resumo, conclui-se que a empresa encontra-se em boa situação econômico-financeira.
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.
Sendo assim,
a) Só as afirmações I e II estão corretas;
b) Só as afirmações I, II e III estão corretas;
c) Todas as afirmações estão corretas, menos a Conclusão (VI);
d) O Parecer estão correto;
e) O Parecer estão incorreto.
Administração Financeira e Orçamentária II 28
29. Estudo de Caso 2
FÁBRICA DE PAPEL
ANÁLISE DE BALANÇOS
ATIVO
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
CIRCULANTE 659.997 34,98% 100,00% 1.252.691 37,44% 89,80%
Caixa e Bancos 17.178 0,91% 100,00% 16.209 0,48% -5,64%
Aplicações Financeiras 37.199 1,97% 100,00% 80.110 2,39% 115,36%
Estoques 195.563 10,36% 100,00% 481.722 14,40% 146,33%
Clientes 357.144 18,93% 100,00% 567.113 16,95% 58,79%
Outras Contas 42.754 2,27% 100,00% 69.354 2,07% 62,22%
Reflorestamentos 10.159 0,54% 100,00% 38.183 1,14% 275,85%
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 96.554 5,12% 100,00% 168.079 5,02% 74,08%
Reflorestamentos 96.188 5,10% 100,00% 167.264 5,00% 73,89%
Outras Contas 366 0,02% 100,00% 815 0,02% 122,68%
PERMANENTE 1.130.337 59,90% 100,00% 1.925.107 57,54% 70,31%
Investimentos 469.003 24,86% 100,00% 927.209 27,71% 97,70%
Imobilizado (líquido de depreciação) 661.334 35,05% 100,00% 997.898 29,82% 50,89%
TOTAL DO ATIVO 1.886.888 100,00% 100,00% 3.345.877 100,00% 77,32%
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.
PASSIVO
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
CIRCULANTE 520.685 27,59% 100,00% 920.358 27,51% 76,76%
Fornecedores 120.404 6,38% 100,00% 318.072 9,51% 164,17%
Duplicatas Descontadas 10.144 0,54% 100,00% 12.102 0,36% 19,30%
Financiamentos Bancários 107.146 5,68% 100,00% 44.840 1,34% -58,15%
Salários e Encargos Sociais 27.150 1,44% 100,00% 55.494 1,66% 104,40%
Impostos a Pagar 79.983 4,24% 100,00% 159.463 4,77% 99,37%
Dividendos a Pagar 81.533 4,32% 100,00% 163.065 4,87% 100,00%
Outras Contas 13.315 0,71% 100,00% 36.365 1,09% 173,11%
Provisão p/ Imo=posto de Renda 81.010 4,29% 100,00% 130.957 3,91% 61,66%
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 936 0,05% 100,00% 2.189 0,07% 133,87%
Fornecedores 253 0,01% 100,00% 2.189 0,07% 765,22%
Financiamentos 683 0,04% 100,00% 0 0,00% -100,00%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.365.267 72,36% 100,00% 2.423.330 72,43% 77,50%
Capital 1.066.326 56,51% 100,00% 1.746.390 52,20% 63,78%
Reservas de Lucros 54.089 2,87% 100,00% 57.159 1,71% 5,68%
Lucros Acumulados 244.852 12,98% 100,00% 619.781 18,52% 153,12%
TOTAL DO PASSIVO 1.886.888 100,00% 100,00% 3.345.877 100,00% 77,32%
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.
Administração Financeira e Orçamentária II 29
30. DRE simplificada
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
Vendas 1.334.268 100,00% 100,00% 2.564.409 100,00% 92,20%
C.P.V 1.150.513 86,23% 100,00% 2.073.552 80,86% 80,23%
Lucro Líquido 183.755 13,77% 100,00% 490.857 19,14% 167,13%
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.
Pede-se
a) Capital de giro;
b) Capital de giro líquido;
c) Capital de giro próprio;
d) Capital em giro;
e) ROA (Retorno do capital próprio);
f) ROE (Retorno do PL);
g) Giro do ativo;
h) Liquidez seca;
i) Liquidez geral;
j) Grau de imobilização;
k) Grau de endividamento;
l) Rentabilidade sobre o PL;
m) Rentabilidade sobre as vendas;
n) Giro do estoque;
o) Dias de vendas de estoque;
p) Giro de contas a receber;
q) Dias em vendas de contas a receber;
r) Taxa de crescimento interno;
s) Taxa de crescimento sustentável.
Analise o parecer, abaixo:
PARECER
I – Situação Patrimonial
- Sólida posição patrimonial, com excelente evolução do patrimônio liquido (77%). Esse
aumento patrimonial é decorrente da retenção dos bons lucros que vem obtendo. Tais lucros
evoluirão 167% aproximadamente do Ano 1 ao Ano 2. O ROE foi influenciado pela sólida
posição financeira, sofrendo uma evolução aproximada de 50%.
II – Situação Financeira
- Situação financeira de bom equilíbrio e verifica-se que houve certa melhora nos índices
em relação ao exercício anterior. Principalmente o índice de liquidez geral que cresceu 6%
aproximadamente. Índice que denota a boa situação financeira é o capital de giro e o capital
em giro, evoluindo respectivamente 88% e 77% do Ano 1 ao Ano 2.
Administração Financeira e Orçamentária II 30
31. III – Grau de Imobilização
- O grau de imobilização é bastante elevado, mas nota-se que houve decréscimo em relação
ao ano anterior, cerca de 4% o que se refletiu na melhora dos índices de liquidez.
IV – Grau de Endividamento
- A incidência de capitais de terceiros é de apenas 27% aproximadamente no total das
aplicações da empresa, que conta com boa capacidade de pagamento. Sua taxa de
crescimento sustentável cresceu 63% aproximadamente, refletindo a baixa opção por
capitais alheios.
V – Rentabilidade
- Vem obtendo muito boa rentabilidade, com significativo aumento no último exercício.
ROE (50%) e sobre as vendas (39%) aproximadamente. Verifica-se, também, que houve
expressivo incremento de vendas e no lucro, ou seja, de aproximadamente 92% 167%
respectivamente.
VI – Conclusão
- Diante do acima exposto, conclui-se que a empresa encontra-se em boa situação
econômico-financeira e conta com boa capacidade de pagamento.
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.
Sendo assim,
a) Só as afirmações I e IV estão corretas;
b) Só as afirmações I, II e VI estão corretas;
c) O Parecer estão correto;
d) O Parecer estão incorreto;
e) Todas as afirmações estão incorretas, somente a opção II está correta.
Administração Financeira e Orçamentária II 31
32. Estudo de Caso 3
INDÚSTRIA DE TINTAS GRÁFICAS
ANÁLISE DE BALANÇOS
ATIVO
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
CIRCULANTE 2.473 74,00% 100,00% 2.247 74,83% -9,14%
Caixa e Bancos 201 6,01% 100,00% 31 1,03% -84,58%
Clientes 712 21,30% 100,00% 841 28,01% 18,12%
Estoques 1.409 42,16% 100,00% 1.314 43,76% -6,74%
Impostos a Recuperar 121 3,62% 100,00% 29 0,97% -76,03%
Outras Contas a Receber 30 0,90% 100,00% 32 1,07% 6,67%
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 56 1,68% 100,00% 22 0,73% -60,71%
Titulos a Receber 56 1,68% 100,00% 22 0,73% -60,71%
PERMANENTE 813 24,33% 100,00% 734 24,44% -9,72%
Imobilizado 813 24,33% 100,00% 734 24,44% -9,72%
TOTAL DO ATIVO 3.342 100,00% 100,00% 3.003 100,00% -10,14%
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.
PASSIVO
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
CIRCULANTE 1.635 48,92% 100,00% 1.303 43,39% -20,31%
Fornecedores 464 13,88% 100,00% 229 7,63% -50,65%
Financiamentos Bancários 977 29,23% 100,00% 758 25,24% -22,42%
Salários e Encargos Sociais 22 0,66% 100,00% 22 0,73% 0,00%
Impostos a Pagar 34 1,02% 100,00% 63 2,10% 85,29%
Outras Contas 97 2,90% 100,00% 119 3,96% 22,68%
Provisões 41 1,23% 100,00% 112 3,73% 173,17%
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 1.014 30,34% 100,00% 185 6,16% -81,76%
Financiamentos Bancários 1.014 30,34% 100,00% 185 6,16% -81,76%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 693 20,74% 100,00% 1.515 50,45% 118,61%
Capital 405 12,12% 100,00% 405 13,49% 0,00%
Reservas de Lucros 12 0,36% 100,00% 59 1,96% 391,67%
Lucros Acumulados 276 8,26% 100,00% 1.051 35,00% 280,80%
TOTAL DO PASSIVO 3.342 100,00% 100,00% 3.003 100,00% -10,14%
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.
Administração Financeira e Orçamentária II 32
33. DRE simplificada
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
Vendas 3.478 100,00% 100,00% 8.087 100,00% 132,52%
C.P.V 3.191 91,75% 100,00% 7.184 88,83% 125,13%
Lucro Líquido 287 8,25% 100,00% 903 11,17% 214,63%
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.
Pede-se
a)Capital de giro;
b) Capital de giro líquido;
c) Capital de giro próprio;
d) Capital em giro;
e) ROA (Retorno do capital próprio);
f) ROE (Retorno do PL);
g) Giro do ativo;
h) Liquidez seca;
i) Liquidez geral;
j) Grau de imobilização;
k) Grau de endividamento;
l) Rentabilidade sobre o PL;
m) Rentabilidade sobre as vendas;
n) Giro do estoque;
o) Dias de vendas de estoque;
p) Giro de contas a receber;
q) Dias em vendas de contas a receber;
r) Taxa de crescimento interno;
s) Taxa de crescimento sustentável.
Analise o parecer, abaixo:
PARECER
I – Situação Patrimonial
- Apresenta-se com excepcional evolução do patrimônio líquido (119%), decorrente da
retenção dos elevados lucros que vem obtendo, ou seja, de aproximadamente 215%. A
evolução do capital próprio impactou diretamente no ROE evoluindo aproximados 44
pontos percentuais.
II – Situação Financeira
- Regular posição financeira, mas em compensação o índice de liquidez geral atualmente
estão em crescimento (60%) isso favorece a futura estabilidade financeira da empresa. O
índice de liquidez seca é algo baixo, mas a rotação de estoques é satisfatória, da ordem de
66 dias, muito boa a de créditos, em média de 37 dias. Tal índice, sofreu uma queda de
Administração Financeira e Orçamentária II 33
34. aproximados 49%, significando que a empresa está recebendo dinheiro mais rápido,
influenciando na evolução da liquidez geral e na recuperação financeira da empresa. O
ROA reflete essa evolução, pois, o mesmo cresceu incríveis 250 pontos percentuais
aproximados. A taxa de crescimento interno está diretamente relacionada com o ROA com
isso sofreu uma evolução de 358% aproximadamente, refletindo a boa situação financeira
da empresa.
III – Grau de Imobilização
- No primeiro ano sob exame a empresa tinha 117% do capital próprio imobilizado, já no
Ano 2 houve um decréscimo do mesmo de aproximadamente 59%, influenciando no
aumento da liquidez geral que foi de 60%.
IV – Grau de Endividamento
- O grau de endividamento no Ano 1 era elevadíssimo, de 80% aproximadamente, mas no
Ano 2 o percentual de capitais alheios baixou para 49% aproximadamente, uma queda de
aproximadamente 37%. Com o índice de endividamento ficou aceitável, tendo-se em vista
boa capacidade de pagamento e a evolução da situação financeira da organização. A taxa de
crescimento sustentável corrobora para essa afirmação, pois a mesma cresceu 109 pontos
percentuais aproximados.
V - Rentabilidade
- A empresa vem obtendo muito bons lucros, mantendo-os como reforço de capital e
gerando muito boa capacidade de pagamento. Suas vendas e lucro tiveram uma evolução de
133% e 215% respectivamente de um ano para o outro.
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.
Sendo assim,
a) Só as afirmações II e IV estão corretas;
b) Só as afirmações I, III e VI estão corretas;
c) O Parecer estão incorreto;
d) O Parecer estão correto;
e) Todas as afirmações estão incorretas, somente a opção III está correta.
Administração Financeira e Orçamentária II 34
35. Estudo de Caso 4
FÁBRICA DE MALAS
ANÁLISE DE BALANÇOS
ATIVO
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
CIRCULANTE 53.646 75,38% 100,00% 56.465 68,46% 5,25%
Caixa e Bancos 794 1,12% 100,00% 15 0,02% -98,11%
Clientes 29.848 41,94% 100,00% 26.451 32,07% -11,38%
Estoques 22.567 31,71% 100,00% 28.804 34,93% 27,64%
Outras Contas 437 0,61% 100,00% 1.195 1,45% 173,46%
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 3.027 4,25% 100,00% 1.821 2,21% -39,84%
Titulos a Receber 3.027 4,25% 100,00% 1.821 2,21% -39,84%
PERMANENTE 14.499 20,37% 100,00% 24.187 29,33% 66,82%
Investimentos 11.668 16,39% 100,00% 667 0,81% -94,28%
Participações Societárias 11.668 16,39% 100,00% 667 0,81% -94,28%
Imobilizado 2.831 3,98% 100,00% 23.520 28,52% 730,80%
Imóveis 606 0,85% 100,00% 5.242 6,36% 765,02%
Máquinas e Equipamentos 309 0,43% 100,00% 10.305 12,49% 3234,95%
Veículos 255 0,36% 100,00% 3.382 4,10% 1226,27%
Móveis e Utensílios 313 0,44% 100,00% 427 0,52% 36,42%
Obras em Andamento 2.017 2,83% 100,00% 9.316 11,30% 361,87%
Depreciação Acumulada -669 -0,94% 100,00% -5.152 -6,25% 670,10%
TOTAL DO ATIVO 71.172 100,00% 100,00% 82.473 100,00% 15,88%
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.
PASSIVO
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
CIRCULANTE 50.859 71,46% 100,00% 52.511 63,67% 3,25%
Fornecedores 7.432 10,44% 100,00% 13.218 16,03% 77,85%
Financiamentos Bancários 28.575 40,15% 100,00% 28.365 34,39% -0,73%
Titulos a Pagar 6.426 9,03% 100,00% 3.396 4,12% -47,15%
Comissões e Fretes a Pagar 2.323 3,26% 100,00% 2.162 2,62% -6,93%
Outras Contas 2.404 3,38% 100,00% 3.057 3,71% 27,16%
Provisão p/ Imposto de Renda 3.699 5,20% 100,00% 2.313 2,80% -37,47%
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 4.900 6,88% 100,00% 1.319 1,60% -73,08%
Financiamentos Bancários 4.900 6,88% 100,00% 1.319 1,60% -73,08%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 15.413 21,66% 100,00% 28.643 34,73% 85,84%
Capital 14.590 20,50% 100,00% 28.643 34,73% 96,32%
Lucros Acumulados 823 1,16% 100,00% 0 0,00% -100,00%
TOTAL DO PASSIVO 71.172 100,00% 100,00% 82.473 100,00% 15,88%
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.
Administração Financeira e Orçamentária II 35
36. DRE simplificada
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
Vendas 116.629 100,00% 100,00% 120.808 100,00% 3,58%
C.P.V 111.793 95,85% 100,00% 118.208 97,85% 5,74%
Lucro Líquido 4.836 4,15% 100,00% 2.600 2,15% -46,24%
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.
Pede-se
a) Capital de giro;
b) Capital de giro líquido;
c) Capital de giro próprio;
d) Capital em giro;
e) ROA (Retorno do capital próprio);
f) ROE (Retorno do PL);
g) Giro do ativo;
h) Liquidez seca;
i) Liquidez geral;
j) Grau de imobilização;
k) Grau de endividamento;
l) Rentabilidade sobre o PL;
m) Rentabilidade sobre as vendas;
n) Giro do estoque;
o) Dias de vendas de estoque;
p) Giro de contas a receber;
q) Dias em vendas de contas a receber;
r) Taxa de crescimento interno;
s) Taxa de crescimento sustentável.
Analise o parecer, abaixo:
PARECER
I – Situação Patrimonial
- Houve substancial aumento do capital próprio Ano 2, cerca de 86%. É que a empresa
incorporou outra sociedade, com patrimônio líquido da ordem de 10.000 (informação
gerencial). Não fosse isso, haveria diminuição do capital próprio, tendo-se em vista o
decréscimo dos lucros que foram de 46%. Tal informação foi ratificada pelo decréscimo do
ROA e do ROE com respectivamente 54% e 71% aproximadamente.
II – Situação Financeira
- Situação financeira de extremo aperto, com índices de liquidez a curto e a longo prazo de
mero equilíbrio e muito baixo o índice de liquidez seca. O giro do ativo decresceu 11
pontos percentuais, ou seja, quanto menor o giro maior a instabilidade financeira e maior
Administração Financeira e Orçamentária II 36
37. desembolso de ativos para efetuar as vendas. Isso significa que precisa-se de 0,68 reais de
ativos para gerar 1 real de vendas, que no Ano 1 se precisava de 0,61 reais. A taxa de
crescimento interno enfatiza a má fase financeira da organização, com uma queda de
aproximadamente 55%.
III – Grau de Imobilização
- As imobilizações da empresa são muito elevadas, absorvendo 85% aproximadamente do
patrimônio liquido, restando pouco capital de giro próprio.
IV – Grau de Endividamento
- Os capitais alheios elevam-se a 78% no total das aplicações da empresa no Ano 1, e no
Ano 2 cerca de 65%. Mesmo com essa baixa (17%), a posição da empresa frente aos
capitais de terceiros ainda é muito complicada.
V – Rentabilidade
- Vem obtendo boas vendas (4% de aumento), mas o desequilíbrio financeiro é decorrente
dos prejuízos e do alto endividamento a curto prazo. Tendo em vista que tal desequilíbrio
foi impactado pelo crescimento de dias de estocagem cerca de 21% e o decréscimo dos dias
de recebimento com cerca de 14%.
VI – Conclusão
- Ante o exposto, conclui-se que a empresa corre sério risco de insolvência a curto prazo.
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.
Sendo assim,
a) Só as afirmações III e IV estão corretas;
b) O Parecer estão correto;
c) Todas as afirmações estão incorretas, somente a opção II está correta;
d) O Parecer estão incorreto;
e) Só as afirmações I, III e V estão corretas.
Administração Financeira e Orçamentária II 37
38. Estudo de Caso 5
INDÚSTRIA QUIMICA
ANÁLISE DE BALANÇOS
ATIVO
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
CIRCULANTE 10.291 66,34% 100,00% 15.468 70,40% 50,31%
Caixa e Bancos 128 0,83% 100,00% 164 0,75% 28,13%
Clientes 5.746 37,04% 100,00% 9.243 42,07% 60,86%
Estoques 3.802 24,51% 100,00% 5.213 23,73% 37,11%
Outras Contas 615 3,96% 100,00% 848 3,86% 37,89%
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 121 0,78% 100,00% 212 0,96% 75,21%
Empresa Coligada 121 0,78% 100,00% 212 0,96% 75,21%
PERMANENTE 5.100 32,88% 100,00% 6.292 28,64% 23,37%
Investimentos 2.830 18,24% 100,00% 2.483 11,30% -12,26%
Imobilizado 2.270 14,63% 100,00% 3.809 17,34% 67,80%
TOTAL DO ATIVO 15.512 100,00% 100,00% 21.972 100,00% 41,65%
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.
PASSIVO
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
CIRCULANTE 8.848 57,04% 100,00% 12.219 55,61% 38,10%
Fornecedores 5.001 32,24% 100,00% 7.720 35,14% 54,37%
Financiamentos Bancários 2.515 16,21% 100,00% 3.531 16,07% 40,40%
Salários e Encargos Sociais 188 1,21% 100,00% 290 1,32% 54,26%
Impostos a Pagar 248 1,60% 100,00% 515 2,34% 107,66%
Outras Contas 896 5,78% 100,00% 163 0,74% -81,81%
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 3.660 23,59% 100,00% 1.381 6,29% -62,27%
Financiamentos Bancários 3.660 23,59% 100,00% 1.381 6,29% -62,27%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3.004 19,37% 100,00% 8.372 38,10% 178,70%
Capital 381 2,46% 100,00% 5.661 25,76% 1385,83%
Lucros Acumulados 2.623 16,91% 100,00% 2.711 12,34% 3,35%
TOTAL DO PASSIVO 15.512 100,00% 100,00% 21.972 100,00% 41,65%
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.
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