1. OLHANDO MUITO ALÉM... UMA PROVACAÇÃO.
As palavras que se seguem podem soar como estranhas... Mas
não posso perder a oportunidade de incitá-lo para esta conversa
diferente em que abordo o tema: “olhando muito além... uma
provocação”.
Nos dias atuais é fato incontestável que devemos manter o olhar
para além de nossas paredes e verificar o que se passa na
comunidade.
Mas algumas perguntas, forçosamente, devem ser aqui trazidas às
nossas reflexões:
1º) Será que há ambiente para aceitar sem medo o desafio de
construir um
mundo melhor, a despeito da insegurança e da desconfiança que
incorporamos
ao nosso cotidiano?
2º) Será que ainda há espaço para exercitarmos o
companheirismo?
3º) Será que é chegado o momento de repensar atitudes?
4º) Será que chegou o momento de reagir e interagir para
potencializar as nossas inteligências?
Neste turbilhão de perguntas o nosso futuro é um constante
desafio... O nosso futuro nada terá com o passado...
Olhando muito além... Devemos acima de tudo, lembrar que serão
as nossas ações no presente que definirão até onde vamos chegar
no futuro.
Por mais otimistas que sejamos um sentimento de pânico parece
tomar conta de nosso pensamento. Pânico! Isto mesmo pânico. Por
acaso sabemos o que o mundo reserva para nossos descendestes?
Muito embora estejamos vivendo mais, a qualidade de vida tende a
cair quer pela violência que alcançou níveis alarmantes... Quer pela
desigualdade social... Às vezes pronuncio palavras, outras vezes
prefiro ficar calado... Dividido entre o certo e o duvidoso... Com um
sorriso abro o meu coração... Com outro desnudo a razão...
Olhando muito além podemos vislumbrar, sem grande esforço, os
perigos que nos ameaçam, ao depararmos com a exclusão social
dos menos favorecidos e com a necessidade de conciliar o
progresso com o respeito pela vida, com o planeta e com as
gerações futuras, coisas que pelo andar da carruagem há fortes
indicativos de estarem em segundo plano.
Muito embora, as minhas atitudes não sejam na base do “quente ou
frio, morno eu vômito”, continuo avesso à utilização do cinismo e a
dissimulação como vetores do olhar muito além... Dizem que estou
pregando sozinho no deserto. Talvez sim, talvez não. Não é
2. questão de intransigência nem de ideia fixa. A questão é outra.
Deixando de lado esta cantinela a grande verdade é que,
infelizmente, o normal quando nos colocamos “olhando além de
nossas paredes...” é ser contrito e ir praticando o mal ser ver a
quem, bem como ir desejando sempre mais e mais, o mal ir
praticando pelas contradições que o mundo moderno consente.
Não podemos olhar muito além para se chegar à conclusão de que
o poder é terrível, para percebermos as estruturas de bajulação que
se montam em torno dos privilegiados do sistema... Onde para uns
todas as possibilidades se apresentam... Para outros resta assistir
ao festival de incoerências absurdas e a manutenção de privilégios
inaceitáveis e descabíveis... Infelizmente a dualidade é uma
condição da vida... Assim mesmo, vale a pena olhar muito além... E
não esqueça: “Não passe o controle de sua vida aos outros.”
Eu, particularmente, quando me ponho a olhar o muito além...
Sinto-me um anormal. E você?
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Provérbio Chinês:
“Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher
aquilo que plantamos.”
Elvandro Burity, escritor e poeta. Membro Efetivo e Fundador da AMACLERJ
onde ocupa a Acad. 19 - Joaquim Nabuco. Seus escritos, além do Brasil, são
lidos em mais de 40 países. Multi-acadêmico tem título honoríficos no Brasil e
no Exterior. Textos publicados em diversos países e idiomas. Utiliza-se de seus
escritos para promover campanha filantrópica. Verbete Wikipédia. Blog em
http:// elvandroburity.blogspot.com