A civilização Maia floresceu na América Central entre 1000 a.C. e 1500 d.C., desenvolvendo uma sofisticada escrita hieroglífica, um avançado sistema numérico e calendário, e construindo grandes cidades com templos e palácios durante os períodos Pré-Clássico e Clássico. Sua economia baseava-se na agricultura do milho e cacau, comércio e artes refinadas. Após o declínio no Pós-Clássico, os Maias continuaram a florescer
1. Os Maias
Prof.Altair Aguilar
Aspectos culturais, economia, religião, calendário, trabalho no
campo, o imperador, escrita e arquitetura
2. Maias
• A civilização maia foi uma cultura mesoamericana pré-colombiana, notável por
sua língua escrita (único sistema de escrita do novo mundo pré-colombiano que
podia representar completamente o idioma falado no mesmo grau de eficiência que
o idioma escrito no velho mundo), pela sua arte, arquitetura, matemática e sistemas
astronômicos. Inicialmente estabelecidas durante o período pré-clássico (1000 a.C. a
250 d.C.), muitas cidades maias atingiram o seu mais elevado estado de
desenvolvimento durante o período clássico (250 d.C. a 900 d.C.), continuando a se
desenvolver durante todo o período pós-clássico, até a chegada dos espanhóis. No
seu auge, era uma das mais densamente povoadas e culturalmente
dinâmicas sociedades do mundo.1
3. Civilização Maia
• A civilização maia compartilha muitas características com outras civilizações
da Mesoamérica, devido ao alto grau de interação e difusão cultural que
caracteriza a região . Avanços como a escrita, epigrafia e o calendário não se
originaram com os maias; no entanto, sua civilização se desenvolveu
plenamente. A influência dos maias pode ser detectada em países
como Honduras, Guatemala, El Salvador e na região central do México, a
mais de 1 000 km da área maia. . Muitas influências externas são encontrados
na arte e arquitetura Maia, o que acredita-se ser resultado do intercâmbio
comercial e cultural, em vez de conquista externa direta.
4. História
Período Pré-Clássico
Descobertas de ocupação maia em Cuello,
no Belize, foram datadas de cerca de 2600 a.C,
através da datação por carbono. O calendário
maia, que se baseia no chamado calendário de
contagem longa mesoamericano, começa em uma
data equivalente a 11 de agosto de 3114 a.C.
Desde 2010, a teoria mais aceita é a de que os
primeiros assentamentos claramente maias foram
estabelecidos por volta de 1800 a.C. na região
de Soconusco, na costa do Pacífico. Esse período,
conhecido como o início do período pré-clássico,
foi caracterizado por comunidades sedentárias e
com a introdução de obras com cerâmica.
Mapa histórico dos territórios habitados por
povos de língua maia
5. • Entre os locais mais importantes nas terras maias mais baixas do sul da Península de
Iucatã estão Nakbé, El Mirador, Cival e San Bartolo. Nas áreas mais altas
da Guatemala, a cidade de Kaminaljuyu surgiu por volta de 800 a.C. Por muitos
séculos, controlou as fontes de jade e obsidiana das regiões de Petén e do Pacífico.
Os importantes sítios iniciais de Izapa, Takalik Abaj e Chocolá, em torno de 600
a.C. eram os principais produtores de cacau. As comunidades maias de médio porte
também começaram a se desenvolver nas terras baixas maias do norte durante o
meio e o final do período pré-clássico, ainda que estas ainda não tinham o tamanho,
a escala e a influência dos grandes centros urbanos das terras baixas do sul. Entre os
dois sítios arqueológicos mais importantes do norte pré-clássico estão
Komchen e Dzibilchaltun. A primeira inscrição escrita em hieróglifos maias também
remonta a esse período (c. 250 a.C.).
6. Período Clássico
• O período clássico (c. 250-900 d.C.) foi um dos
picos da construção em grande escala e
do urbanismo, com a gravação de inscrições em
monumentos e um desenvolvimento intelectual e
artístico significativo, em particular nas regiões de
planície do sul.
7. As pessoas desenvolveram uma civilização centrada em cidades e
baseada na agricultura, composta por várias cidades-
Estadosindependentes entre si, mas algumas subservientes a
outras. Isto inclui cidades bem conhecidas, como El
Caracol, Tikal, Palenque,Copán, Xunantunich e Calakmul, mas
também menos conhecidas, como Lamanai, Dos Pilas, Cahal
Pech, Uaxactun, Altun Ha e Bonampak, entre outras. A
distribuição dos assentamentos do início do período clássico nas
planícies do norte não é tão claramente conhecida como das
regiões ao sul, mas inclui uma série de centros populacionais,
como Oxkintok, Chunchucmil e a ocupação antecipada de Uxmal.
Durante este período, a população maia chegava a milhões. Eles
criaram uma multidão de pequenos reinos e impérios, construíram
palácios e templos monumentais, cerimônias ritualísticas
altamente sofisticadas e desenvolveram um elaborado sistema
de escrita hieroglífica.
Ruínas de El Caracol, no Belize
8. Tulum, antiga cidade maia localizada no México
A base social dessa exuberante civilização era uma grande rede política e econômica interligada que se estendia por toda a
região maia e para além do mundo mesoamericano. As unidades políticas, econômicas e culturais dominantes "centrais" do
sistema maia clássico estavam localizadas nas planícies centrais, enquanto as correspondentes unidades maias dependentes
ou "periféricas" eram encontradas ao longo das margens do altiplano sul e de áreas de várzea do norte. Mas, como em todos
os sistemas do mundo, os principais centros principais maias mudaram através do tempo, começando durante a era pré-clássica
em terras altas do sul, quando se deslocaram para as terras baixas centrais durante o período clássico e, finalmente,
quando mudaram para o norte da península durante o período pós-clássico. Neste sistema político, as unidades semi-periféricas
maias geralmente tomavam a forma de centros comerciais.
9. • Os monumentos mais notáveis são as pirâmides escalonadas que construíram em seus
centros religiosos e os palácios que abrigavam seus governantes. O palácio
em Cancuén é o maior em área feito pelos maias, mas o sítio arqueológico não tem
pirâmides. Outros vestígios arqueológicos importantes incluem lajes de pedra esculpidas,
geralmente chamados de estelas (os maias chamava tétum, ou "árvore-pedra"), que
retratam os governantes junto com textos hieróglifos descrevendo sua árvore
genealógica, vitórias militares e outras realizações.
• A civilização maia participava do comércio de longa distância com muitas das
outras culturas mesoamericanas, incluindo o povo da cidade de Teotihuacan,
os zapotecas e outros grupos na região central e do golfo da costa do atual México.
Além disso, eles mantinham comércio e intercâmbio com grupos mais distantes, não
mesoamericanas, por exemplo, os taínos das ilhas do Caribe. Arqueólogos encontraram
ouro do Panamá no Cenote Sagrado de Chichén Itzá. Bens comerciais importantes
incluíam o cacau, sal,conchas, jade e obsidiana.
10. Período
Pós-Clássico
Durante o período pós-clássico posterior (do século X ao
início do século XVI), o desenvolvimento dos centros das
terras do norte persistiu, caracterizado por uma crescente
diversidade de influências externas. As cidades maias das
planícies do norte da Península de Iucatã continuou a
florescer durante séculos depois; alguns dos locais
importantes nesta época eram Chichén
Itzá, Uxmal, Edzná e Coba. Após o declínio das dinastias de
Chichen e Uxmal, Mayapan governou toda Iucatã até uma
revolta em 1450. (O nome desta cidade pode ser a origem da
palavra "maia", que tiha um significado mais geograficamente
restrito e só cresceu ao seu significado atual nos séculos XIX
e XX). A área então degenerou em cidades-Estado
concorrentes até a península ser conquistada pelo Império
Espanhol.
Chichén Itzá, um dos principais centros do
período pós-clássico
11. Extensão Geográfica
• A civilização maia estendeu-se por todo o atual sul dos estados
mexicanos de Chiapas, Tabasco, e Península de Yucatán estados
de Quintana Roo , Campeche e Yucatán. A área Maia também se
estendeu por todo o norte da América Central, incluindo as atuais
nações da Guatemala , Belize , Norte de El Salvador e no oeste
de Honduras.
12. Extensão geográfica da
civilização maia
A área dos Maias é geralmente dividida em três
zonas vagamente definidas: as terras altas do sul
Maia, na Depressão Central e as planícies do
norte. As terras maias altas do sul incluem
todos os terrenos elevados na Guatemala e no
planalto de Chiapas . As planícies do sul
encontram-se apenas ao norte do planalto, e
incorporam os estados mexicanos
de Campeche, Quintana Roo, norte da
Guatemala, Belize e El Salvador. As planícies do
norte cobrem o restante da península de Iucatã,
incluindo as colinas Puuc.
13. Economia
• A base econômica dos maias era a agricultura, principalmente do milho,
praticada com a ajuda da irrigação, utilizando técnicas rudimentares e
itinerantes, o que contribuiu para a destruição de florestas tropicais nas
regiões onde habitavam, desenvolveram também atividades comerciais cuja
classe dos comerciantes gozavam de grandes privilégios.
• Como unidade de troca, utilizavam sementes de cacau e sinetas de cobre,
material que empregavam também para trabalhos ornamentais, ao lado do
ouro, da prata, do jade, das conchas do mar e das plumas coloridas.
Entretanto, desconheciam as ferramentas metálicas.
14. Comércio e agricultura
• Os maias cultivavam o milho (três espécies), algodão, tomate, cacau, batata e frutas.
Domesticaram o peru e a abelha que serviam para enriquecer sua dieta, à qual
somavam também a caça e a pesca. É importante observar que por serem os recursos
naturais escassos não lhes garantindo o excedente que necessitavam a tendência foi
desenvolverem técnicas agrícolas, como terraços, por exemplo, para vencer a erosão.
Os pântanos foram drenados para se obter condições adequadas ao plantio. Ao lado
desses progressos técnicos, observamos que o cultivo de milho se prendia ao uso das
queimadas. Durante os meses da seca, limpavam o terreno, deixando apenas as
árvores mais frondosas. Em seguida, ateavam fogo para limpá-lo deixando o campo
em condições de ser semeado. Com um bastão faziam buracos onde se colocavam as
sementes.
15. Ruínas da antiga cidade-Estadomaia
de Zaculeu, nas terras altas da Guatemala
16. Urbanismo
Ainda que as cidades maias estivessem dispersas na
diversidade da geografia da Mesoamérica, o efeito do
planejamento parecia ser mínimo; suas cidades foram
construídas de uma maneira um pouco descuidada,
como ditava a topografia e declive particular. A
arquitetura maia tendia a integrar um alto grau de
características naturais. Por exemplo, algumas cidades
existentes nas planícies de pedra calcária no norte do
Iucatã se converteram em municipalidades muito
extensas enquanto que outras, construídas nas colinas
das margens do rio Usumacinta, utilizaram os declives
e montes naturais de sua topografia para elevar suas
torres e templos a alturas impressionantes. Ainda
assim prevalece algum sentido de ordem, como é
requerido por qualquer grande cidade.
17. Matemática
Os maias (ou seus predecessores olmecas) desenvolveram
independentemente o conceito de zero (de fato, parece que estiveram
usando o conceito muitos séculos antes do velho mundo), e usavam um
sistema de numeração de base 20.
As inscrições nos mostram, em certas ocasiões, que trabalhavam com
somas de até centenas de milhões. Produziram observações
astronômicas extremamente precisas; seus diagramas dos movimentos
da Lua e dos planetas se não são iguais, são superiores aos de qualquer
outra civilização que tenha trabalhado sem instrumentos óticos. Ao
encontro desta civilização com os conquistadores espanhóis, o sistema
de calendários dos maias já era estável e preciso, notavelmente superior
ao calendário gregoriano.
Grafia dos números maias
18. Sistema de Escrita
O sistema de escrita maia (geralmente
chamada hieroglífica por uma vaga
semelhança com a escrita do antigo Egito,
com o qual não se relaciona) era uma
combinação de
símbolos fonéticos e ideogramas. É o
único sistema de escrita do novo mundo
pré-colombiano que podia representar
completamente o idioma falado no mesmo
grau de eficiência que o idioma escrito no
velho mundo. Glifos maias em estuque no museu
de Palenque, no México
19. Artes
Muitos consideram a arte maia da Era
Clássica (200 a 900 d.C.) como a mais sofisticada e bela
do Novo Mundo antigo. Os entalhes e relevos em estuque
de Palenque e a estatuária de Copán são especialmente
refinados, mostrando uma graça e observação precisa da
forma humana, que recordaram aos primeiros arqueólogos
da civilização do Velho Mundo, daí o nome dado à era.
Somente existem fragmentos da pintura avançada dos maias
clássicos, a maioria sobrevivente em artefatos funerários e
outras cerâmicas. Também existe uma construção
em Bonampak que tem murais antigos e que,
afortunadamente, sobreviveram a um acidente
desconhecido até hoje. Com as decifrações da escrita maia
se descobriu que essa civilização foi uma das poucas nas
quais os artistas escreviam seu nome em seus trabalhos. Mural com afresco em Bonampak
20. Religião
• Pouco se sabe a respeito das tradições religiosas dos maias: a sua religião ainda não é completamente entendida por
estudiosos. Assim como os astecas e os incas, os maias acreditavam na contagem cíclica natural do tempo. Os rituais
e cerimônias eram associados a ciclos terrestres e celestiais que eram observados e registrados em calendários
separados. Os sacerdotes maias tinham a tarefa de interpretar esses ciclos e fazer um panorama profético sobre o
futuro ou passado com base no número de relações de todos os calendários. A purificação incluia jejum, abstenção
sexual e confissão. A purificação era normalmente praticada antes de grandes eventos religiosos. Os maias
acreditavam na existência de três planos principais no cosmo: a Terra, o céu e o submundo.
• Os maias sacrificavam humanos e animais como forma de renovar ou estabelecer relações com o mundo dos
deuses. Esses rituais obedeciam diversas regras. Normalmente, eram sacrificados pequenos animais, como perus e
codornas, mas nas ocasiões muito excepcionais (tais como adesão ao trono, falecimento do monarca, enterro de
algum membro da família real ou períodos de seca) aconteciam sacrifícios de humanos. Acredita-se que crianças
eram vítimas muitas vezes oferecidas como sacrifícios, porque os maias acreditavam que essas eram mais puras. Os
deuses maias não eram entidades separadas como os deuses gregos. Também não existia a separação entre o bem e
o mal e nem a adoração de somente um deus regular, mas sim a adoração de vários deuses conforme a época e
situação que melhor se aplicava para aquele deus.
21. Os deuses maias não eram entidades separadas
como os deuses gregos. Também não existia a
separação entre o bem e o mal e nem a adoração
de somente um deus regular, mas sim a adoração
de vários deuses conforme a época e situação que
melhor se aplicava para aquele deus. Os deuses
maias não eram entidades separadas como os
deuses gregos. Também não existia a separação
entre o bem e o mal e nem a adoração de somente
um deus regular, mas sim a adoração de vários
deuses conforme a época e situação que melhor
se aplicava para aquele deus.
Pirâmide de Kukulcán, em Chichén Itzá
22. Arquitetura
A arquitetura maia abarca vários milênios; ainda
assim, mais dramática e facilmente reconhecíveis
como maias são as fantásticas pirâmides escalonadas
do final do período pré-clássico em diante. Durante
este período da cultura maia, os centros de poder
religioso, comercial e burocrático cresceram para se
tornarem incríveis cidades como Chichén
Itzá, Tikal e Uxmal. Devido às suas muitas
semelhanças assim como diferenças estilísticas, os
restos da arquitetura maia são uma chave importante
para o entendimento da evolução de sua antiga
civilização.
Reconstrução em escala real do templo Rosalila no sítio arqueológico de Copán.