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Economia c
1. Ano Letivo de 2013-2014
Economia C
Catástrofe Malthusiana
Elementos do grupo:
Docente:
2. Direção Regional de Educação do Centro
160945 - Agrupamento de Escolas de Esgueira
401456 – E.S.Dr. Jaime Magalhães Lima
Departamento de Ciências Sociais e Humanas
Teoria Malthusiana
Durante os séculos XVIII e XIX houve um acentuado crescimento demográfico devido à
consolidação do capitalismo e à Revolução Industrial que proporcionou a elevação da produção
de alimentos nos países em processo de industrialização diminuindo a taxa de mortalidade
(principalmente na Europa e nos EUA). Isto fez com que os índices de crescimento da população
subissem provocando discussões que culminariam em diversas teorias sobre o crescimento
populacional, destacando-se o malthusianismo.
A Teoria Populacional Malthusiana foi desenvolvida por Thomas Malthus, estudioso das Ciências
Sociais. Thomas Malthus no seu ensaio a 1798 considera duas vertentes, sendo a primeira que o
alimento é necessário à existência do homem, e a segunda que a paixão entre os sexos é
necessária e permanecerá. Supondo, então, podemos dizer que a capacidade de crescimento da
população é indefinidamente maior que a capacidade da terra de produzir meios de
subsistência para o homem.
O crescimento da população, os meios de subsistência e as causas da pobreza em plena
Revolução Industrial são os problemas centrais analisados pelo economista Thomas Malthus.
Segundo Malthus “o poder da população é tão superior ao poder do planeta de fornecer
subsistência ao homem que, de uma maneira ou de outra, a morte prematura acaba por visitar a
raça humana.”
Dessa forma, a partir de determinado momento, não existiriam alimentos para
todos os habitantes da Terra, produzindo-se, portanto, uma situação
catastrófica, em que a humanidade morreria de inanição.
Malthus alertou que o crescimento desordenado acarretaria na falta de
recursos alimentícios para a população gerando como consequência a fome. Thomas dizia que a
população crescia em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos crescia em
progressão aritmética. Com base nesses dados, Malthus concluiu que inevitavelmente a fome
seria uma realidade caso não houvesse um controle imediato da natalidade.
Analisando a tabela seguinte conseguimos compreender que houve uma evolução positiva no
crescimento populacional desde de 1850 até 1994, conseguindo-se obter um aumento de um
bilhão de pessoas cada vez em períodos menores, enquanto no último período analisado o
tempo decorrido para alcançar um aumento de um bilhão de habitantes o período decorrido já
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foi superior ao anterior, uma vez que no último período decorreram 17 anos, e no penúltimo 9
anos, o que assim mostra uma diminuição da natalidade. A tendência é que nas próximas
décadas a população comece a diminuir.
1 a 2 bilhões de pessoas entre 1850 a 1925
2 a 3 bilhões de pessoas entre 1925 a 1962
3 a 4 bilhões de pessoas entre 1962 a 1975
4 a 5 bilhões de pessoas entre 1975 a 1985
5 a 6 bilhões de pessoas entre 1985 a 1994
6 a 7 bilhões de pessoas entre 1994 a 2011
75 Anos
37 Anos
13 Anos
10 Anos
9 Anos
17 Anos
Estaria Malthus correto?
Após quase dois séculos a Teoria de Malthus continua a suscitar controvérsia e dúvida, contudo
ainda reúna alguns apoiantes. Passado este tempo, os cientistas apontam que a teoria carece de
fundamentação científica.
O primeiro ponto da crítica deve-se a que se o crescimento da população tivesse ocorrido de
acordo com as previsões do demógrafo, a população mundial seria, em 1990, de 155 bilhões de
pessoas, quando na realidade era de 5,2 bilhões. Isso mostra que Malthus desconhecia a
dinâmica social, e que a Europa e as demais áreas desenvolvidas do mundo mostraram que o
desenvolvimento económico, acompanhado por reformas que conduzem ao bem-estar, são
importantíssimos para travar o rápido crescimento populacional.
O segundo ponto deve-se à emancipação feminina, que implica uma participação cada vez mais
decisiva no controla da fertilidade, através do uso de medidas contracetivas. Por outro lado o
desenvolvimento científico e tecnológico alcançado pelo homem no campo da agropecuária e
da genética mostrou ser capaz de produzir alimentos suficientes para suprir toda a humanidade.
Obviamente as taxas de crescimento populacional demasiado elevadas, e que não são
acompanhadas por um correto desenvolvimento económico e de reformas socioeconómicas,
geram problemas, sobretudo aos PED. Ainda assim, não se pode atribuir a culpa do estado de
miséria e fome existente no mundo ao crescimento populacional, uma vez que estas se
prendem a causas de caráter político e económico. Diversos países, tais como Portugal, Albânia
e Uruguai, há muito tempo convivem com baixas taxas de crescimento populacional, mas nem
por isso a maioria de sua população desfruta de um elevado padrão de vida.
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Contudo, a catástrofe Malthusiana acabou por ocorrer na Irlanda com a fome provocada pela
escassez de batatas no Século XIX. E no Século XX, novas Catástrofes Malthusianas ocorreram
na Etiópia e Somália. Felizmente, as profecias de Malthus ainda estão longe de se concretizarem
nos países desenvolvidos, houve um aumento populacional, mas também houve aumento da
produção, devido aos avanços na tecnologia e na medicina nos últimos dois séculos.
Entretanto, o aspeto Malthusiano ainda amedronta os países subdesenvolvidos da África (são
2.250.000 mortos em guerras civis), da Ásia (71,4% da população vive abaixo da linha de
pobreza) e da América do Sul (estimou-se mais de 349 milhões de habitantes no ano 2000).