As Grandes Navegações ocorreram entre os séculos XV e XVI, quando portugueses e espanhóis exploraram os oceanos Pacífico, Índico e Atlântico em busca de novas rotas comerciais para a Ásia e novas terras, dando início à era dos grandes descobrimentos marítimos.
1. As Grandes Navegações
Durante os séculos XV e XVI,
os europeus, principalmente
portugueses e espanhóis,
lançaram-se nos oceanos
Pacífico, Índico e Atlântico com
dois objetivos principais:
descobrir uma nova rota
marítima para as Índias e
encontrar novas terras. Este
período ficou conhecido como a
Era das Grandes Navegações
e Descobrimentos Marítimos.
Os objetivos: As grandes navegações tiveram início no século
XV. Os europeus começaram a desenvolver o comércio entre a
Europa e o Oriente (na Ásia, principalmente na região das índias).
Os produtos de maior valor comercial na época eram especiarias,
sedas, tapetes entre outros.
De todas as especiarias existentes no Oriente e cobiçadas pelos
europeus, nenhuma era mais importante e mais valiosa do que a
pimenta. Hoje considerada mero condimento, a pimenta, nos
séculos XVI e XVII, era artigo de fundamental importância na
economia européia. Como não havia condições de se alimentar o
gado durante o rigoroso inverno da Europa, a quase totalidade dos
rebanhos era abatida por volta do mês de novembro.
2. O canal de comunicação e
transporte de mercadorias vindas
do oriente era o Mar
Mediterrâneo, dominado pelos
italianos. Encontrar um novo
caminho para as Índias era uma
tarefa difícil, porém muito
desejada, pois a rota foi fechada
pelos Turcos com a conquista de
Constantinopla.
Portugal e Espanha desejavam muito ter acesso direto às
fontes orientais, para poderem também lucrar com este
interessante comércio.
O sal era usado para
preservar a carne por vários
meses, mas a pimenta e, em
menor escala, o cravo eram
considerados imprescindíveis
para tornar o sabor das
conservas menos repulsivo. Na
Europa, o preço da pimenta era
altíssimo e na Índia os hindus só
aceitavam trocá-la por ouro. Os
portugueses chegaram a trazer
cerca de 30 mil quintais por ano
(quase 2 mil toneladas ) de
pimenta da Índia para Lisboa.
Os reis também estavam interessados, tanto que financiaram
grande parte dos empreendimentos marítimos, pois com o
aumento do comércio, poderiam também aumentar a
arrecadação de impostos para os seus reinos.
3. Enquanto os portugueses exploravam a costa africana e
descobriam o caminho para a Índia, os espanhóis, através de
Cristóvão Colombo, chegavam à América. A audaciosa viagem
de Colombo tinha por objetivo atingir a China através do
Atlântico. Nesse sentido, a América era um obstáculo e, de
imediato, não despertou interesse da Coroa espanhola. O
mesmo aconteceu com o Brasil, em 1500, quando aqui chegou à
esquadra de Pedro Álvares Cabral. Com a entrada em cena da
Espanha, teve início uma disputa dos domínios de além-mar com
Portugal.
O acordo foi estabelecido com o Tratado de Tordesilhas
(1494), que dividiu os domínios respectivos entre os dois
Estados.Por esse motivo, resolveram procurar um novo caminho
para as Índias, viajando pelo Oceano Atlântico, contornando o
sul da África.
4. Portugal contou com uma quantidade
significativa de investimentos de capital vindos
da burguesia e também da nobreza,
interessadas nos lucros que este negócio poderia
gerar. Neste país também houve a preocupação
com os estudos náuticos, pois os portugueses
chegaram a criar até mesmo um centro de
estudos: A Escola de Sagres.
Planejamento das
Navegações
Navegar nos séculos XV e XVI era uma
tarefa muito arriscada, principalmente
quando se tratava de mares
desconhecidos. Era muito comum o medo
gerado pela falta de conhecimento e pela
imaginação da época. Muitos acreditavam
que o mar pudesse ser habitado por
monstros, enquanto outros tinham uma
visão da terra como algo plano e ,
portanto, ao navegar para o "fim" a
caravela poderia cair num grande abismo.
Dentro deste contexto, planejar a viagem era de extrema
importância.
Os europeus contavam com alguns instrumentos de
navegação como, por exemplo: a bússola, o astrolábio e a
balestilha. Estes dois últimos utilizavam a localização dos
astros como pontos de referência.
5. Também era necessário
utilizar um meio de
transporte rápido e
resistente. As caravelas
cumpriam tais objetivos,
embora ocorressem
naufrágios e acidentes.
As caravelas eram
capazes de transportar
grandes quantidades de
mercadorias e homens.
Numa navegação
participavam marinheiros,
soldados, padres, ajudantes,
médicos e até mesmo um
escrivão para anotar tudo o
que acontecia durantes as
viagens.
No ano de 1498, Portugal realiza uma das mais importantes
navegações: é a chegada das caravelas, comandadas por Vasco
da Gama às Índias.
Navegando ao redor do continente africano, Vasco da Gama
chegou ao pôde de desfrutar de todos os benefícios do comércio
direto com o oriente. Ao retornar para Portugal, as caravelas
portuguesas, carregadas de especiarias, renderam lucros
fabulosos aos lusitanos.
Outro importante feito foi à
chegada das caravelas de
Cabral ao litoral brasileiro,
em abril de 1500. Após fazer
um reconhecimento da terra
"descoberta", Cabral
continuou o percurso em
direção às Índias. Em função
destes acontecimentos,
Portugal tornou-se a principal
potência econômica da época.
6. Navegações Espanholas
A Espanha também se destacou
nas conquistas marítimas deste
período, tornando-se, ao lado de
Portugal, uma grande potência.
Enquanto os portugueses
navegaram para as Índias
contornando a África, os espanhóis
optaram por outro caminho.
O genovês Cristovão Colombo,
financiado pela Espanha, pretendia
chegar às Índias, navegando na
direção oeste. Em 1492, as
caravelas espanholas partiram
rumo ao oriente navegando pelo
Oceano Atlântico. Colombo tinha o
conhecimento de que nosso planeta
era redondo, porém desconhecia a
existência do continente
americano.
Chegou em 12 de outubro de
1492 nas ilhas da América
Central, sem saber que tinha
atingido um novo
continente. Foi somente anos
mais tarde que o navegador
Américo Vespúcio identificou
aquelas terras como sendo um
continente ainda não conhecido
dos europeus.