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Oração de conclusão
Senhor Jesus,
que morrestes na cruz, para a nossa salvação,
a nós, que contemplamos,
com olhar de compaixão, a Vossa agonia,
em união com a Mãe das dores e com os Santos,
revelais o Deus rico em misericórdia.
Ó homem das dores, irmão por todos abandonado,
Vós tomastes sobre vós a iniquidade do mundo
e vos fizestes, para cada um, advogado de perdão,
fazei-nos capazes de sentir compaixão
pelo homem ferido e humilhado pelo mal.
Recebei, no Vosso coração, a humanidade dilacerada
e renovai-a, com a vida do vosso Espírito. Ámen
Bênção
Se o presidente for sacerdote:
A todos vós, que participastes nesta piedosa oração da Via Sacra,
abençoe-vos Deus Misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo.
Ámen
Se o presidente for leigo:
Deus Misericordioso nos abençoe, nos livre de todo o mal, e nos
conduza à vida eterna. Ámen
Nb: As imagens desta Via-Sacra podem ser encontradas na Catedral de Emdi-
bir - Etiópia.
«JESUS, ROSTO DA MISERICÓRDIA DO PAI,
VIVE NA NOSSA TERRA»
Via Sacra
Proposta pela Conferência Episcopal de Moçambique
Sexta-feira Santa, 25 de Março de 2016
INTRODUÇÃO
É tradição, na Igreja, nas sextas-feiras da quaresma, parar, para
contemplar a paixão e morte de Jesus, e reconhecer, no seu sofri-
mento, a prova da autenticidade do amor, que Deus tem para con-
nosco.
Hoje, sexta-feira santa de 2016, mais uma vez, queremos contem-
plar este mistério de sofrimento e de amor, de doação e de perdão.
Se participarmos com fé e coração aberto, não só sentiremos
como nosso o sofrimento de Jesus, mas reconheceremos nele o
sofrimento e as angústias de todo o ser humano, o nosso sofrimen-
to e o de todo o moçambicano.
Canto:
Presidente:
V/. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
R/. Ámen.
Leitor:
«Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas, e o seu
testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade, para
vós crerdes também. É que isto aconteceu, para se cumprir a
Escritura, que diz: Não se lhe quebrará nenhum osso. E também
outro passo da Escritura diz: Hão de olhar para aquele que tres-
passaram» (Jo 19, 35-37).
Oração:
Ó Jesus, que dissestes:
“tudo o que vós fizerdes ao mais pequeno é a mim que o fazeis”.
Reconhecemos, com humildade e sincero arrependimento,
que o sofrimento da vossa paixão nos é devido também a nós,
por aquilo que continuamos a fazer contra os nossos irmãos.
Que esta piedosa oração da Via Sacra
nos converta, e que possamos ser
construtores de paz e reconciliação. Ámen
é sepultado, lembra-nos outro jardim: o do Paraíso. Um jardim,
que, por causa da desobediência, perdeu a sua beleza e se tornou
uma desolação, um lugar de morte e já não de vida, como aconte-
ce em todas as terras, onde nos afastamos de Deus e dos irmãos.
Os ramos selvagens, como o apego ao dinheiro, à arrogância, à
corrupção, à intolerância, ao desprezo pela vida, devem
ser cortados, e enxertados agora no madeiro da Cruz. É este o
novo jardim: a cruz plantada na terra!
Na morte de Cristo, ruíram todos os tronos do mal, fundados
sobre a ganância e a dureza do coração. A morte desarma-nos, faz
-nos compreender que estamos sujeitos a uma existência terrena
efémera, com um termo. Mas é diante daquele corpo de Jesus,
depositado no sepulcro, que nós tomamos consciência de quem
somos: criaturas que, para não morrerem, precisam do seu Cria-
dor.
Agora, de lá de cima, Jesus Cristo poderá voltar a trazer tudo à
vida. Com a Sua Ressurreição, terá início a renovação de todas as
coisas. O véu do templo rasgou-se. Finalmente, vemos o rosto da
Misericórdia do Pai, para nunca mais ficarmos confundidos, nem
mesmo diante da violência e da morte.
O silêncio, que envolve aquele jardim, permite-nos ouvir uma bri-
sa suave: «Eu sou o Vivente, e estou convosco» (cf. Ex 3, 14).
ORAÇÃO
“Protegei-me, ó Deus! Em Vós me refugio.
Vós sois a minha parte de herança e o meu cálice,
nas vossas mãos está a minha vida.
Tenho-Vos sempre diante dos olhos, como meu Senhor.
Vós estais à minha direita, não poderei vacilar.
Por isso, se alegra o meu coração e exulta a minha alma,
e também o meu corpo repousa em segurança.
Não abandoneis a minha vida na morada dos mortos
nem deixeis que o vosso servo conheça a sepultura.
Mostrar-me-eis o caminho da vida,
alegria plena na vossa presença,
doçura sem fim à vossa direita”. Ámen.
(cf. Salmo 15).
XIV ESTAÇÃO
Jesus é depositado no sepulcro
O túmulo novo – Um Novo Moçambique
V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,
R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.
Do Evangelho segundo São João 19, 41-42
«No sítio, em que Ele tinha sido crucificado, havia um jardim e,
no jardim, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepul-
tado. (…) Foi ali que depuseram Jesus».
Meditação
Aquele jardim, em que se encontra o túmulo, onde Jesus
I ESTAÇÃO
Jesus condenado à morte
A justiça pelas próprias mãos
V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,
R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.
Do Evangelho segundo São Lucas 23, 21-25:
«De novo, Pilatos dirigiu-lhes a palavra, querendo libertar Jesus.
Mas eles gritavam: “Crucifica-O! Crucifica-O!” Pilatos disse-
lhes, pela terceira vez: “Que mal fez Ele, então? Nada encontrei
n‟Ele que mereça a morte. Por isso, vou libertá-Lo, depois de O
castigar”. Mas eles insistiam em altos brados, pedindo que fosse
crucificado. E os seus clamores aumentavam de violência. Então,
Pilatos decidiu que se fizesse o que eles pediam. Libertou o que
fora preso por sedição e homicídio, e entregou-lhes Jesus, para o
que eles queriam».
Meditação:
Jesus, o inocente, que “passou fazendo o bem”, é condenado à
morte, por uma justiça, que se preocupa com os próprios interes-
ses, e, por medo, liberta o culpado e condena o inocente. Facto
que continua a acontecer, na história da humanidade, e também no
nosso país.
Face a estas injustiças, por vezes reagimos, cometendo outras
injustiças. Fazendo justiça pelas próprias mãos, tiramos a vida às
pessoas, dando mais valor aos bens do que à própria vida humana.
Ninguém tem direito de tirar a vida ao outro.
Os crimes, as fraudes, as injustiças, que acontecem entre nós, são
tidos como razão suficiente para justificar o uso da violência e do
homicídio, para defender os nossos interesses feridos.
Quando agimos assim, mais uma vez, Jesus é condenado à morte,
na nossa terra.
ORAÇÃO
Senhor Jesus,
Rosto da Misericórdia do Pai,
fazei que saibamos olhar aos nossos irmãos, inocentes ou culpa-
dos,
como vós olhastes à multidão enfurecida
e a Pilatos, que, por medo, vos entregou à morte.
Defendei-nos das calúnias e da mentira.
Ajudai-nos a procurar sempre a verdade,
e dai a vossa luz a quem deve, por missão, julgar em tribunal,
para que pronuncie sentenças justas e verdadeiras. Ámen.
Todos:
Pai Nosso
Canto
ele bem sabe que diz a verdade, para vós crerdes também. (…)
Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas
secretamente, por medo das autoridades judaicas, pediu a Pilatos
que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu-lho.
Veio, pois, e retirou o corpo.
Meditação
Aquele que “desceu do céu, para dar a vida ao mundo”, agora é
descido da cruz e entregue à sua Mãe, que o recebe nos braços.
Em Belém, aquele que “sendo de condição divina se esvaziou a si
mesmo, tomando a condição de servo”, foi acolhido pelos braços
de Maria. Agora, descido da cruz, Jesus, que “se tornou obediente
até à morte e morte de cruz”, é deposto, mais uma vez, nos braços
de sua Mãe. Estes braços fortes e ternos de mãe, que apresentaram
o menino recém-nascido aos pastores, hoje nos apresentam Jesus,
o Cristo, aquele que se entregou à morte por nosso amor. Neste
corpo inanimado, reconhecemo-nos como seus membros feridos e
sofredores, mas guardados pelo abraço amoroso da Mãe.
Os braços de Maria são como o altar, onde a Igreja -Mãe oferece o
Corpo de Cristo, a Eucaristia. E aí, nós tornamo-nos Corpo místi-
co de Cristo, um corpo oferecido, em que o amor triunfa sobre o
ódio, e a vida é mais forte do que a morte.
ORAÇÃO
Jesus,
Proclamamos, com fé viva, este mistério da fé:
anunciamos, Senhor, a vossa morte,
e proclamamos a vossa ressurreição.
Vinde, Senhor Jesus!
Todos:
Pai Nosso
Canto
XIII ESTAÇÃO
Jesus é descido da Cruz
O amor é mais forte do que a morte/ o valor salvífico da cruz
V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,
R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.
Do Evangelho segundo João 19, 32-35.38
Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e também
ao outro, que tinha sido crucificado juntamente com Ele. Mas, ao
chegarem a Jesus, vendo que já estava morto, não Lhe quebraram
as pernas. Porém, um dos soldados trespassou-lhe o peito, com
uma lança, e logo brotou sangue e água. Aquele que viu estas coi-
sas é que dá testemunho delas, e o seu testemunho é verdadeiro. E
II ESTAÇÃO
Jesus é carregado com a Cruz
O madeiro pesado da pobreza
V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,
R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.
Do Evangelho de São Marcos 15, 20
«Depois de o terem escarnecido, tiraram-lhe o manto de púrpura,
e revestiram-no das suas vestes. Levaram-no, então, para o cruci-
ficarem»
Meditação
Jesus é escarnecido. Para fazerem troça dele, revestem-no com um
manto típico dos ricos, e saúdam-no, dobrando o joelho à sua
frente, e dizendo-lhe: “ Salve, rei dos Judeus”, enquanto lhe cos-
pem no rosto, e lhe batem. Este manto, depois, lhe é tirado, e lhe é
posto nos ombros o madeiro da cruz.
A nossa terra é rica e fértil. Mas é nos tirada, juntamente com os
seus recursos. E grande parte do nosso povo tem de carregar, nos
ombros, o pesado madeiro da pobreza.
Sobrevieram as calamidades naturais, e não nos encontraram pre-
parados: não abrimos poços, não gerimos as águas dos nossos
rios, não prestamos a merecida atenção à agricultura, que é fonte
de sustento para a maioria de nós. Pois estávamos distraídos, com
outros interesses, e a utilizar os nossos recursos, em obras, que
não satisfazem as primárias exigências da vida.
Mais uma vez, Jesus carrega, hoje, entre nós, a pesada cruz da
pobreza.
ORAÇÃO
Senhor Jesus,
a nossa noite é cada vez mais escura!
A pobreza assume o aspecto da miséria.
Não temos comida, para dar aos nossos filhos, e as nossas redes
estão vazias.
Incerto é o nosso futuro.
Suscitai em nós o ardor pela justiça,
a convicção da solidariedade
para que, a partir do pouco que temos,
saibamos dar de comer a quem tem forme e de beber a quem tem
sede. Ámen.
Todos:
Pai Nosso
Canto
ORAÇÃO
Ó Deus, Pai de misericórdia, que, na paixão de Cristo Nosso
Senhor,
nos libertastes da morte, herança do antigo pecado,
transmitida a todo o género humano,
renovai-nos à imagem do Vosso Filho;
e, assim como, pelo nosso nascimento,
trazemos em nós, a imagem do homem terrestre,
assim também, pela acção do Vosso Espírito,
fazei que levemos a imagem do homem celeste.
Por Cristo Nosso Senhor. Ámen.
Todos:
Pai nosso
Canto
Meditação
As sete palavras de Jesus, na cruz, são uma obra-prima de espe-
rança. Jesus, lentamente, com passos que também são os nossos,
atravessa toda a escuridão da noite, para Se abandonar, confiada-
mente, nos braços do Pai.
«Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?» (Mt 27, 46). É
o grito de Job, de todo o homem atingido pela desgraça. E Deus
cala-Se. Cala-Se, porque a Sua resposta está ali, na cruz: é Ele,
Jesus, a resposta de Deus, a Palavra eterna encarnada por amor.
«Lembra-Te de mim...» (Lc 23, 42). A prece fraterna do malfeitor,
feito companheiro de dor, penetra no coração de Jesus, que nela
sente o eco da sua própria dor. E Jesus ouve aquela súplica, e res-
ponde: «Hoje estarás comigo no Paraíso». Escutar a dor do outro
faz-nos sair de nós mesmos.
«Mulher, eis aí o teu filho!» (Jo 19, 26). Jesus faz, do apóstolo
João e de cada um de nós, filhos de Maria, seus irmãos. Ao lado
de Maria, nunca seremos órfãos, e também na hora da nossa mor-
te, poderemos dizer: Santa Maria, rogai por nós.
«Tenho sede» (Jo 19, 28). Como a criança pede de beber à mãe;
como faz o doente a arder de febre... A sede de Jesus é a sede de
todos os sedentos de vida, de liberdade, de justiça. É a sede do
próprio Deus, que tem sede da nossa salvação.
«Tudo está consumado!» (Jo 19, 30). Tudo: cada palavra, cada
gesto, cada profecia, cada instante da vida de Jesus. Nada se per-
deu. Nada foi desperdiçado. Tudo se tornou amor. Tudo consuma-
do, para cada um de nós!
«Perdoa-lhes, ó Pai, porque não sabem o que fazem» (Lc 23, 34).
A injustiça e a dor não encerram Jesus no medo da morte. O seu
amor o faz sair e se torna perdão. O perdão renova, cura, transfor-
ma, consola e restitui a vida ao pecador. Cria um povo novo. Põe
fim às guerras.
«Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito» (Lc 23, 46). Já não
existe o desespero, mas a confiança plena nas mãos de um
Pai.Deus é o guardião da nossa vida, n’Ele nada se perde.
III ESTAÇÃO
Jesus cai pela primeira vez
Os confrontos armados
V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,
R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.
Do Livro do profeta Isaías 53, 4-5
«Ele tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores.
Nós o reputávamos como um leproso, ferido por Deus e humilha-
do. Mas Ele foi ferido, por causa dos nossos crimes, esmagado,
por causa das nossas iniquidades. O castigo, que nos salva, caiu
sobre Ele».
Meditação
Empurrado pela multidão, abalado pelos soldados, sofrendo com
as chagas da flagelação, cheio de amargura interior pela ingratidão
humana, Jesus cai, no chão poeirento do caminho que leva ao
lugar da sua execução.
A pobreza nos enfraquece, as injustiças fazem crescer em nós a
sensação de frustração, que amargura o nosso coração. Lutas pelo
poder e pela riqueza nos empurram, de todos os lados, e nós caí-
mos. Confrontos armados, estradas manchadas de sangue, abusos
contra a população, crianças e jovens sem estudar, armas velhas e
novas a pesarem, nos ombros de Moçambique, que, como Jesus,
cai. Cai, na qualidade do nível de vida; cai, no respeito pelos
direitos humanos; cai, na credibilidade entre as nações.
Jesus cai também na nossa terra, “ferido, por causa dos nossos
crimes, esmagado, por causa das nossas iniquidades”. Carrega o
peso das nossas culpas, para que nós não sejamos esmagados, e
para que, vendo os efeitos da violência, da arrogância e do egoís-
mo, ponhamos fim à guerra.
ORAÇÃO
Senhor Jesus,
que, por nosso amor,
aceitastes que o vosso santo rosto se sujasse, com o pó da estrada,
ensinai-nos a ver, na pessoa natural de outra província, no mem-
bro de outro partido, no adversário,
o rosto de um irmão, que não deve ser profanado
com a poeira, que as nossas botas de combate levantam.
Fazei de nós pessoas capazes de carregar
com coração misericordioso
as fraquezas e diferenças, que existem entre nós. Ámen
Todos:
Pai Nosso
Canto
XII ESTAÇÃO
Jesus morre na Cruz
O gemido das sete palavras
V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,
R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.
Do Evangelho segundo São João 19, 28-30
«Depois disso, Jesus, sabendo que tudo se consumara, para se
cumprir totalmente a Escritura, disse: “Tenho sede!” Havia ali
uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando no vinagre uma
esponja fixada num ramo de hissopo, chegaram-Lha à boca.
Quando tomou o vinagre, Jesus disse: “Tudo está consumado”.
E, inclinando a cabeça, entregou o espírito».
Meditação
Jesus é pregado na cruz. E assim se põe fim à sua vida: cravando,
com pregos, num madeiro, aquelas mãos, que sararam doentes, e
aqueles pés, que andaram a anunciar a Boa Nova. Ressoam os
golpes do martelo sobre os duros pregos, emitindo um som pareci-
do ao das balas, que pregam no chão tantas vidas, nas nossas cida-
des e estradas.
Os braços de Jesus estendidos, com violência, na cruz, tornam –
se num abraço aberto, a acolher tantas vidas ceifadas pela violên-
cia ou pelo egoísmo. Não só as vítimas de homicídios, por vezes
políticos, mas também as vidas das crianças arrancadas do seio
materno, pela prática do aborto, as vidas perdidas, com a falta de
segurança no trabalho, as vidas ceifadas pela condução impruden-
te ou em estado de embriaguez, as vidas dos idosos mortos na
solidão e no abandono.
Jesus Crucificado é fruto da violência homicida inimiga da vida.
Mas é também testemunho de uma vida oferecida por amor. O
rosto misericordioso do Pai. Ele é a força dos que perdem a vida
pela justiça, pela verdade, pela paz, pelo Nome de Jesus.
ORAÇÃO
Jesus Crucificado,
os nossos olhos vêem as vossas mãos pregadas
e todavia capazes de abraçar;
vêem os vossos pés fixos, com os cravos,
e contudo ainda capazes de fazer caminhar;
o vosso coração trespassado,
mas ainda capaz de amar.
Jesus Crucificado,
tende piedade de nós, pecadores!
Todos:
Pai Nosso
Canto
IV ESTAÇÃO
Jesus encontra a sua Mãe
As mães moçambicanas
V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,
R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.
Do Evangelho de São Lucas
«Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: “Este menino
está aqui, para queda e ressurgimento de muitos, em Israel, e
para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua
alma» (Lc 2, 34-35).
Meditação:
Maria encontra o seu Filho Jesus. Vemos nela a força invencível
do amor materno, que supera todo o obstáculo, e sabe abrir qual-
quer caminho.
Nas lágrimas de Maria, reúnem-se todas as lágrimas de cada mãe
moçambicana, pelos filhos, a quem não consegue prover o ali-
mento suficiente, a quem não consegue dar uma educação digna.
Lágrimas, pelos filhos, que lhes foram tirados, pelo hediondo trá-
fico de seres humanos, ou que morreram, em combate, na defesa
de interesses de poucos, por vezes até sem elas saberem que isto
aconteceu, e que não voltarão a vê-los.
Lágrimas tão amargas! Partilha solidária da angústia dos filhos!
Mas, ao redor de Maria, nunca seremos um povo órfão! Maria,
também hoje, guarda, no seu coração, todas as lágrimas dessas
nossas mães, e saberá abrir o caminho da paz.
ORAÇÃO
Jesus,
todos nós temos necessidade da Mãe!
Temos necessidade de um amor
que seja verdadeiro e fiel.
Temos necessidade de um amor
que nunca vacile,
de um amor que seja refúgio seguro
no tempo do medo,
do sofrimento e da provação.
Dai força às mães moçambicanas
para que, como a vossa Mãe Maria Santíssima,
Mãe de Misericórdia,
sejam amparo dos pobres,
consoladoras dos aflitos
e mestras dos nossos governantes. Ámen
Todos:
Pai Nosso
Canto
XI ESTAÇÃO
Jesus é pregado na Cruz
Falta de respeito pela vida
V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,
R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.
Do Evangelho segundo São Marcos 15, 24-28
«Depois, crucificaram-No …. Eram nove horas da manhã, quan-
do O crucificaram. Na inscrição com a condenação, lia-se: “O
rei dos judeus”. Com Ele crucificaram dois ladrões, um à sua
direita e o outro à sua esquerda. Deste modo, cumpriu-se a pas-
sagem da Escritura, que diz: Foi contado entre os malfeitores».
Meditação
Jesus é despojado das suas vestes. A roupa confere ao homem a sua
posição social, dá-lhe dignidade. As vestes falam da sua identidade
cultural, dos seus gostos, da sua origem, daquilo que o iguala aos
demais, mas com as suas sensibilidades específicas.
Os soldados repartiram as vestes de Jesus, mas não rasgaram a túni-
ca, toda tecida de uma só peça, como a veste do Sumo-sacerdote.
Sinal da unidade da família humana, da sua Igreja, do destino de
cada homem.
Grupos sociais, línguas, tradições e sensibilidades diferentes formam
o único país, que é Moçambique. A sua unidade é um valor e uma
riqueza, que não deve ser rasgada por regionalismos ou interesses
particulares. Mas a identidade cultural, as sensibilidades, as expecta-
tivas e a autodeterminação de cada grupo social, que compõe a
nação, são uma riqueza, que deve ser respeitada. Só reconhecendo a
dignidade de cada cidadão e de cada grupo social se preservarão as
duas riquezas, que são a unidade e a multiplicidade.
Jesus experimenta, na sua vida, todos os degraus da humilhação. E,
sem perder a sua dignidade de homem e de Filho de Deus, faz-se
solidário, também entre nós, hoje, com o cidadão desprezado, por
causa da sua pobreza, do seu analfabetismo, da pigmentação da pele;
ou por ser portador de Sida, ou pela sua tradição cultural, ou por cau-
sa da sua sensibilidade política. Por meio da Sua solidariedade,
Jesus, o nosso Salvador, dá dignidade, e traz de volta para casa a
ovelha perdida.
ORAÇÃO
Senhor Jesus,
Vós fostes despojado das vossas vestes,
exposto à desonra, excluído da sociedade.
Assumistes os sofrimentos e as necessidades dos pobres,
dos excluídos deste mundo.
Concedei-nos um respeito profundo por toda a pessoa
de qualquer origem, cultura, religião ou sensibilidade política.
A vossa dignidade, como veste luminosa,
cubra a nudez das nossas divisões. Ámen.
Todos:
Pai Nosso
Canto
V ESTAÇÃO
Simão de Cirene ajuda Jesus a levar a Cruz
A mão amiga que levanta – os esforços de paz
V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,
R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.
Do Evangelho segundo São Marcos 15, 21
«Para Lhe levar a cruz, requisitaram um homem, que passava por
ali, ao regressar dos campos, um tal Simão de Cirene, pai de Ale-
xandre e de Rufo».
Meditação:
Jesus caiu já uma vez, sob o peso da cruz. Levantou-se e avançou
um pouco. Mas o peso é grande, as forças faltam, há o perigo de
Ele sucumbir, neste mar de dor. Alguém lhe estende a mão, e, por
um momento, lhe alivia o fardo, dos ombros, para Jesus poder
continuar a caminhar.
Moçambique precisa de Cireneus, de homens e mulheres, de insti-
tuições e organismos, que lhe estendam a mão, para o aliviar, do
peso do conflito, que o ajudem, na procura de caminhos de paz.
O Cireneu não se substitui a Jesus; mas a sua acção alivia, susten-
ta e mostra proximidade. Ele mesmo acaba por ser transformado,
a partir deste encontro. O Cireneu torna-se discípulo de Jesus.
Tanto que até os nomes dos seus filhos, Alexandre e Rufo, são
conhecidos, na Igreja, para a qual São Marcos escreve o seu Evan-
gelho. É no sofrimento que se conhecem os amigos!
Todos nós somos chamados, hoje, a ser estes Cireneus, e a colabo-
rar, para mitigar a dureza da cruz dos nossos irmãos, e a sofrer,
com paciência, as fraquezas do nosso próximo, porque a solidarie-
dade, na dor, faz de nós irmãos.
ORAÇÃO
Jesus
que aceitastes a ajuda do Cireneu
e, por meio desse gesto, o fizestes vosso discípulo
suscitai pessoas de boa vontade, que nos ajudem a recuperar e
consolidar a paz.
Dai-lhes coragem, e um coração misericordioso
para que, por meio desse compromisso,
eles mesmos cresçam em fraternidade. Ámen
Todos:
Pai Nosso
Canto
X ESTAÇÃO
Jesus é despojado das suas vestes
A unidade nacional e a dignidade de todo o cidadão
V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,
R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.
Do Evangelho de São João 19, 23-24
«Os soldados, depois de terem crucificado Jesus, pegaram na
roupa d‟Ele, e fizeram quatro partes, uma para cada soldado,
excepto a túnica. A túnica, toda tecida de uma só peça, de alto a
baixo, não tinha costuras. Então os soldados disseram uns aos
outros: “Não a rasguemos; tiremo-la à sorte, para ver a quem
tocará”. Assim se cumpriu a Escritura, que diz: Repartiram entre
eles as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançaram sortes”. E
foi isto o que fizeram os soldados».
bem, nem um sequer!
Acaso não compreenderão os que praticam a iniquidade, que
devoram o meu povo, como quem come pão?”(Salmo 14,1-4a)
Apesar de o Cireneu ir carregando o peso da cruz, Jesus cai pela
terceira vez. O corpo perdeu muito sangue, as feridas ardem, a
fraqueza penetrou-lhe até aos ossos, e as pernas já não têm força,
para o sustentar de pé.
Como uma infecção, a enfraquecer o organismo, a corrupção
entrou-nos no país, na vida pública e privada, nas empresas e nas
igrejas. Como sangue de um corpo ferido, são desviados os recur-
sos necessários para os serviços sociais. Como feridas que ardem,
temos de pagar o que por direito nos seria devido, e nos calamos,
porque parece que é assim que tem que ser! “Todos se extravia-
ram e corromperam”, diz o salmo; sim, parece que a corrupção se
tornou a regra, que rege a sociedade, e nós nos tornamos corrupto-
res ou corrompidos.
“Acaso não compreenderão os que devoram o meu povo, como
quem come pão?” Olhar para Jesus, mais uma vez prostrado no
chão, por causa da fraqueza do seu corpo torturado, chama a nossa
atenção para Moçambique, empobrecido pela mentalidade e práti-
ca da corrupção. Acaso não compreenderemos que praticar a cor-
rupção é como tirar a comida da boca das crianças?
ORAÇÃO
Jesus,
a flagelação, as pancadas, a tortura da coroa de espinhos
desgastaram -Vos as forças.
Recordamos aquelas vossas palavras:
“tudo o que fizerdes ao mais pequeno é a mim que o fazeis”.
Convertei-nos, Senhor, para que deixemos toda a corrupção
e nos tornemos sensatos
para podermos afirmar, com a nossa vida honesta: “Deus existe!”.
Ámen
Todos:
Pai Nosso
Canto
VI ESTAÇÃO
A Verónica limpa o rosto de Jesus
O humanismo, na saúde
V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,
R/. que, pela vossa santa cruz , remistes o mundo.
Do Livro dos Salmos Sal 27, 8-9
«O meu coração chama por Ti, os meus olhos Te procuram; é a
tua face que eu procuro, Senhor. Não desvies de mim o Teu rosto,
nem afastes, com ira, o teu servo. Tu és o meu amparo: não me
rejeites nem abandones, ó Deus, meu Salvador».
Meditação:
O rosto de Jesus está coberto de sangue misturado com o pó da
estrada, em que Ele caiu. É difícil reconhecer o rosto daquele que
o salmo descreve como “o mais belo entre os filhos dos
homens”(Sal. 45,3). Uma mulher abre caminho, por entre a multi-
dão e os soldados, e limpa o Seu rosto martirizado. Um gesto, que
não cura, que não resolve a grave injustiça, que está sendo cometi-
da. Mas um gesto humano, que restitui a humanidade àquele rosto
desfigurado.
Nos nossos hospitais, faltam medicamentos, meios, para intervir, e
restituir a saúde. Mas falta também humanismo. Há bons profis-
sionais, na saúde, mas a muitos deles falta-lhes a capacidade e a
vontade de reconhecerem a pessoa, que está por detrás daquele
rosto ferido, aquele doente, que espera ser curado, sim, mas que
espera também ser escutado e respeitado.
Jesus, a quem, nesta estação, contemplamos feito objecto do gesto
de amorosa gratuidade da Verónica, é o nosso irmão doente, é o
velhinho , é o necessitado, que precisa do nosso carinho e cuida-
do.
ORAÇÃO
Jesus,
uma mulher do povo,
com amorosa gratuidade, limpou – Vos a face:
Ó “rosto da Misericórdia do Pai”,
fazei que este gesto vença a nossa indiferença
para com as pessoas necessitadas
e que, apesar da pobreza do nosso sistema de saúde,
não falte o humanismo, nos corações de quantos lá trabalham.
Ámen
Todos:
Pai Nosso.
Canto
IX ESTAÇÃO
Jesus cai pela terceira vez
A corrupção
V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,
R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.
Do Livro dos Salmos
“O insensato diz, em seu coração: „Não há Deus!‟
Corruptas e abomináveis são as suas acções; não há quem faça o
bem.
Do céu, o Senhor olhou para os seres humanos, a ver se havia
alguém sensato, alguém que ainda procure a Deus.
Mas todos se extraviaram e corromperam; não há quem faça o
Meditação
À vista das mulheres em lágrimas, Jesus esquece-se de si mesmo.
Não olha para o seu próprio sofrimento, mas para o trágico futuro,
que as espera a elas e aos seus filhos: as gerações vindouras.
Assistimos, hoje, à perda irreparável dos valores, que formavam a
alma moçambicana: o amor à vida, o sentido da família, o acolhi-
mento, a partilha e a solidariedade, o respeito pela pessoa, espe-
cialmente pelos velhos e crianças, o profundo sentido religioso da
existência, a fé em Deus.
As nossas florestas, os nossos recursos naturais são explorados,
sem se pensar nos moçambicanos de amanhã: os nossos filhos.
Fixando-se no sofrimento de Jesus, os nossos olhos enchem-se de
lágrimas. Mas Ele nos convida a olharmos para o sofrimento pro-
vocado, hoje, ao nosso povo e às gerações vindouras, pelo mal e
pelo egoísmo: “não choreis por mim, mas antes por vós mesmas e
pelos vossos filhos … porque, se tratam assim a árvore verde, o
que não acontecerá à seca”?
ORAÇÃO
Jesus,
Inocente condenado,
Vós sois o Senhor da História,
mas confiastes nas nossas mãos
os destinos da nossa terra e do nosso povo,
para nós os orientarmos, segundo o Vosso desígnio de misericór-
dia.
Suscitai em nós o sentido de responsabilidade
de uns para com os outros, e para com o nosso futuro comum
que, sem Vós, seria como árvore seca. Ámen
Todos:
Pai Nosso
Canto
VII ESTAÇÃO
Jesus cai pela segunda vez
A situação das cadeias
V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,
R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.
Do Livro dos Salmos Sal 117, 11.12-13.18
«Rodearam-me (...). Cercaram-me, como um enxame de vespas. A
sua fúria crepitava, como fogo entre espinhos. Mas eu aniquilei-
os, em nome do Senhor. Empurraram-me, com violência, para eu
cair, mas o Senhor veio em meu auxílio. (...) O Senhor castigou-
me, com dureza, mas não me deixou morrer».
Meditação:
Em Jesus, cumprem-se verdadeiramente as antigas profecias do
Servo humilde e obediente, que toma, sobre os seus ombros, toda
a nossa história de sofrimento. E assim Jesus, empurrado, para
avançar à força, cai, sob o cansaço e a opressão, rodeado, circun-
dado pela violência, já sem forças.
Nele, reconhecemos a amarga experiência dos encarcerados de
cada prisão, com todas as suas desumanas contradições. Rodeados
e cercados, «empurrados violentamente para cair». Ali se sofrem
os absurdos da burocracia, a lentidão da justiça, a detenção sem
julgamento, a má atuação de elementos da polícia, e a superlota-
ção.
Mais grave ainda é a prática da tortura, sob variadas formas, e as
execuções extrajudiciais. Tal como sucedeu com Jesus: também
Ele foi açoitado, humilhado pelos soldados, torturado com a coroa
de espinhos, cruelmente flagelado.
Hoje, à vista desta queda, como sentimos verdadeiras aquelas
palavras de Jesus: «Estive na prisão e fostes ter comigo» (Mt 25,
36)… Em cada prisão, junto de cada preso, está sempre Ele, o
Cristo sofredor, preso e torturado.
ORAÇÃO
Senhor Jesus,
uma comoção sem fim se apodera de nós
ao ver-vos caído, no chão, por nosso amor.
Não temos nenhum mérito. Só uma multidão de pecados, de
incoerências, de fragilidades.
Todos nós: tanto os que estamos na cadeia, como os que nunca lá
pisamos.
Concedei-nos, ó Jesus, que não fujamos das nossas responsabili-
dades,
e que o ver -Vos ao nosso lado, apesar de culpados,
seja para nós fonte da esperança
de renascermos para uma vida nova, como criaturas feitas para o
Céu. Ámen.
Todos:
Pai Nosso
Canto
VIII ESTAÇÃO
Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
A perda de valores
V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,
R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.
Do Evangelho segundo São Lucas 23, 28.31
«Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim, chorai antes por vós
mesmas e pelos vossos filhos … porque, se tratam assim a árvore
verde, o que não acontecerá à seca?».

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Via sacra 2016

  • 1. Oração de conclusão Senhor Jesus, que morrestes na cruz, para a nossa salvação, a nós, que contemplamos, com olhar de compaixão, a Vossa agonia, em união com a Mãe das dores e com os Santos, revelais o Deus rico em misericórdia. Ó homem das dores, irmão por todos abandonado, Vós tomastes sobre vós a iniquidade do mundo e vos fizestes, para cada um, advogado de perdão, fazei-nos capazes de sentir compaixão pelo homem ferido e humilhado pelo mal. Recebei, no Vosso coração, a humanidade dilacerada e renovai-a, com a vida do vosso Espírito. Ámen Bênção Se o presidente for sacerdote: A todos vós, que participastes nesta piedosa oração da Via Sacra, abençoe-vos Deus Misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Ámen Se o presidente for leigo: Deus Misericordioso nos abençoe, nos livre de todo o mal, e nos conduza à vida eterna. Ámen Nb: As imagens desta Via-Sacra podem ser encontradas na Catedral de Emdi- bir - Etiópia. «JESUS, ROSTO DA MISERICÓRDIA DO PAI, VIVE NA NOSSA TERRA» Via Sacra Proposta pela Conferência Episcopal de Moçambique Sexta-feira Santa, 25 de Março de 2016
  • 2. INTRODUÇÃO É tradição, na Igreja, nas sextas-feiras da quaresma, parar, para contemplar a paixão e morte de Jesus, e reconhecer, no seu sofri- mento, a prova da autenticidade do amor, que Deus tem para con- nosco. Hoje, sexta-feira santa de 2016, mais uma vez, queremos contem- plar este mistério de sofrimento e de amor, de doação e de perdão. Se participarmos com fé e coração aberto, não só sentiremos como nosso o sofrimento de Jesus, mas reconheceremos nele o sofrimento e as angústias de todo o ser humano, o nosso sofrimen- to e o de todo o moçambicano. Canto: Presidente: V/. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. R/. Ámen. Leitor: «Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas, e o seu testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade, para vós crerdes também. É que isto aconteceu, para se cumprir a Escritura, que diz: Não se lhe quebrará nenhum osso. E também outro passo da Escritura diz: Hão de olhar para aquele que tres- passaram» (Jo 19, 35-37). Oração: Ó Jesus, que dissestes: “tudo o que vós fizerdes ao mais pequeno é a mim que o fazeis”. Reconhecemos, com humildade e sincero arrependimento, que o sofrimento da vossa paixão nos é devido também a nós, por aquilo que continuamos a fazer contra os nossos irmãos. Que esta piedosa oração da Via Sacra nos converta, e que possamos ser construtores de paz e reconciliação. Ámen é sepultado, lembra-nos outro jardim: o do Paraíso. Um jardim, que, por causa da desobediência, perdeu a sua beleza e se tornou uma desolação, um lugar de morte e já não de vida, como aconte- ce em todas as terras, onde nos afastamos de Deus e dos irmãos. Os ramos selvagens, como o apego ao dinheiro, à arrogância, à corrupção, à intolerância, ao desprezo pela vida, devem ser cortados, e enxertados agora no madeiro da Cruz. É este o novo jardim: a cruz plantada na terra! Na morte de Cristo, ruíram todos os tronos do mal, fundados sobre a ganância e a dureza do coração. A morte desarma-nos, faz -nos compreender que estamos sujeitos a uma existência terrena efémera, com um termo. Mas é diante daquele corpo de Jesus, depositado no sepulcro, que nós tomamos consciência de quem somos: criaturas que, para não morrerem, precisam do seu Cria- dor. Agora, de lá de cima, Jesus Cristo poderá voltar a trazer tudo à vida. Com a Sua Ressurreição, terá início a renovação de todas as coisas. O véu do templo rasgou-se. Finalmente, vemos o rosto da Misericórdia do Pai, para nunca mais ficarmos confundidos, nem mesmo diante da violência e da morte. O silêncio, que envolve aquele jardim, permite-nos ouvir uma bri- sa suave: «Eu sou o Vivente, e estou convosco» (cf. Ex 3, 14). ORAÇÃO “Protegei-me, ó Deus! Em Vós me refugio. Vós sois a minha parte de herança e o meu cálice, nas vossas mãos está a minha vida. Tenho-Vos sempre diante dos olhos, como meu Senhor. Vós estais à minha direita, não poderei vacilar. Por isso, se alegra o meu coração e exulta a minha alma, e também o meu corpo repousa em segurança. Não abandoneis a minha vida na morada dos mortos nem deixeis que o vosso servo conheça a sepultura. Mostrar-me-eis o caminho da vida, alegria plena na vossa presença, doçura sem fim à vossa direita”. Ámen. (cf. Salmo 15).
  • 3. XIV ESTAÇÃO Jesus é depositado no sepulcro O túmulo novo – Um Novo Moçambique V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo, R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo. Do Evangelho segundo São João 19, 41-42 «No sítio, em que Ele tinha sido crucificado, havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepul- tado. (…) Foi ali que depuseram Jesus». Meditação Aquele jardim, em que se encontra o túmulo, onde Jesus I ESTAÇÃO Jesus condenado à morte A justiça pelas próprias mãos V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo, R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo. Do Evangelho segundo São Lucas 23, 21-25: «De novo, Pilatos dirigiu-lhes a palavra, querendo libertar Jesus. Mas eles gritavam: “Crucifica-O! Crucifica-O!” Pilatos disse- lhes, pela terceira vez: “Que mal fez Ele, então? Nada encontrei n‟Ele que mereça a morte. Por isso, vou libertá-Lo, depois de O castigar”. Mas eles insistiam em altos brados, pedindo que fosse crucificado. E os seus clamores aumentavam de violência. Então,
  • 4. Pilatos decidiu que se fizesse o que eles pediam. Libertou o que fora preso por sedição e homicídio, e entregou-lhes Jesus, para o que eles queriam». Meditação: Jesus, o inocente, que “passou fazendo o bem”, é condenado à morte, por uma justiça, que se preocupa com os próprios interes- ses, e, por medo, liberta o culpado e condena o inocente. Facto que continua a acontecer, na história da humanidade, e também no nosso país. Face a estas injustiças, por vezes reagimos, cometendo outras injustiças. Fazendo justiça pelas próprias mãos, tiramos a vida às pessoas, dando mais valor aos bens do que à própria vida humana. Ninguém tem direito de tirar a vida ao outro. Os crimes, as fraudes, as injustiças, que acontecem entre nós, são tidos como razão suficiente para justificar o uso da violência e do homicídio, para defender os nossos interesses feridos. Quando agimos assim, mais uma vez, Jesus é condenado à morte, na nossa terra. ORAÇÃO Senhor Jesus, Rosto da Misericórdia do Pai, fazei que saibamos olhar aos nossos irmãos, inocentes ou culpa- dos, como vós olhastes à multidão enfurecida e a Pilatos, que, por medo, vos entregou à morte. Defendei-nos das calúnias e da mentira. Ajudai-nos a procurar sempre a verdade, e dai a vossa luz a quem deve, por missão, julgar em tribunal, para que pronuncie sentenças justas e verdadeiras. Ámen. Todos: Pai Nosso Canto ele bem sabe que diz a verdade, para vós crerdes também. (…) Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas secretamente, por medo das autoridades judaicas, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu-lho. Veio, pois, e retirou o corpo. Meditação Aquele que “desceu do céu, para dar a vida ao mundo”, agora é descido da cruz e entregue à sua Mãe, que o recebe nos braços. Em Belém, aquele que “sendo de condição divina se esvaziou a si mesmo, tomando a condição de servo”, foi acolhido pelos braços de Maria. Agora, descido da cruz, Jesus, que “se tornou obediente até à morte e morte de cruz”, é deposto, mais uma vez, nos braços de sua Mãe. Estes braços fortes e ternos de mãe, que apresentaram o menino recém-nascido aos pastores, hoje nos apresentam Jesus, o Cristo, aquele que se entregou à morte por nosso amor. Neste corpo inanimado, reconhecemo-nos como seus membros feridos e sofredores, mas guardados pelo abraço amoroso da Mãe. Os braços de Maria são como o altar, onde a Igreja -Mãe oferece o Corpo de Cristo, a Eucaristia. E aí, nós tornamo-nos Corpo místi- co de Cristo, um corpo oferecido, em que o amor triunfa sobre o ódio, e a vida é mais forte do que a morte. ORAÇÃO Jesus, Proclamamos, com fé viva, este mistério da fé: anunciamos, Senhor, a vossa morte, e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus! Todos: Pai Nosso Canto
  • 5. XIII ESTAÇÃO Jesus é descido da Cruz O amor é mais forte do que a morte/ o valor salvífico da cruz V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo, R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo. Do Evangelho segundo João 19, 32-35.38 Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e também ao outro, que tinha sido crucificado juntamente com Ele. Mas, ao chegarem a Jesus, vendo que já estava morto, não Lhe quebraram as pernas. Porém, um dos soldados trespassou-lhe o peito, com uma lança, e logo brotou sangue e água. Aquele que viu estas coi- sas é que dá testemunho delas, e o seu testemunho é verdadeiro. E II ESTAÇÃO Jesus é carregado com a Cruz O madeiro pesado da pobreza V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo, R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo. Do Evangelho de São Marcos 15, 20 «Depois de o terem escarnecido, tiraram-lhe o manto de púrpura, e revestiram-no das suas vestes. Levaram-no, então, para o cruci- ficarem»
  • 6. Meditação Jesus é escarnecido. Para fazerem troça dele, revestem-no com um manto típico dos ricos, e saúdam-no, dobrando o joelho à sua frente, e dizendo-lhe: “ Salve, rei dos Judeus”, enquanto lhe cos- pem no rosto, e lhe batem. Este manto, depois, lhe é tirado, e lhe é posto nos ombros o madeiro da cruz. A nossa terra é rica e fértil. Mas é nos tirada, juntamente com os seus recursos. E grande parte do nosso povo tem de carregar, nos ombros, o pesado madeiro da pobreza. Sobrevieram as calamidades naturais, e não nos encontraram pre- parados: não abrimos poços, não gerimos as águas dos nossos rios, não prestamos a merecida atenção à agricultura, que é fonte de sustento para a maioria de nós. Pois estávamos distraídos, com outros interesses, e a utilizar os nossos recursos, em obras, que não satisfazem as primárias exigências da vida. Mais uma vez, Jesus carrega, hoje, entre nós, a pesada cruz da pobreza. ORAÇÃO Senhor Jesus, a nossa noite é cada vez mais escura! A pobreza assume o aspecto da miséria. Não temos comida, para dar aos nossos filhos, e as nossas redes estão vazias. Incerto é o nosso futuro. Suscitai em nós o ardor pela justiça, a convicção da solidariedade para que, a partir do pouco que temos, saibamos dar de comer a quem tem forme e de beber a quem tem sede. Ámen. Todos: Pai Nosso Canto ORAÇÃO Ó Deus, Pai de misericórdia, que, na paixão de Cristo Nosso Senhor, nos libertastes da morte, herança do antigo pecado, transmitida a todo o género humano, renovai-nos à imagem do Vosso Filho; e, assim como, pelo nosso nascimento, trazemos em nós, a imagem do homem terrestre, assim também, pela acção do Vosso Espírito, fazei que levemos a imagem do homem celeste. Por Cristo Nosso Senhor. Ámen. Todos: Pai nosso Canto
  • 7. Meditação As sete palavras de Jesus, na cruz, são uma obra-prima de espe- rança. Jesus, lentamente, com passos que também são os nossos, atravessa toda a escuridão da noite, para Se abandonar, confiada- mente, nos braços do Pai. «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?» (Mt 27, 46). É o grito de Job, de todo o homem atingido pela desgraça. E Deus cala-Se. Cala-Se, porque a Sua resposta está ali, na cruz: é Ele, Jesus, a resposta de Deus, a Palavra eterna encarnada por amor. «Lembra-Te de mim...» (Lc 23, 42). A prece fraterna do malfeitor, feito companheiro de dor, penetra no coração de Jesus, que nela sente o eco da sua própria dor. E Jesus ouve aquela súplica, e res- ponde: «Hoje estarás comigo no Paraíso». Escutar a dor do outro faz-nos sair de nós mesmos. «Mulher, eis aí o teu filho!» (Jo 19, 26). Jesus faz, do apóstolo João e de cada um de nós, filhos de Maria, seus irmãos. Ao lado de Maria, nunca seremos órfãos, e também na hora da nossa mor- te, poderemos dizer: Santa Maria, rogai por nós. «Tenho sede» (Jo 19, 28). Como a criança pede de beber à mãe; como faz o doente a arder de febre... A sede de Jesus é a sede de todos os sedentos de vida, de liberdade, de justiça. É a sede do próprio Deus, que tem sede da nossa salvação. «Tudo está consumado!» (Jo 19, 30). Tudo: cada palavra, cada gesto, cada profecia, cada instante da vida de Jesus. Nada se per- deu. Nada foi desperdiçado. Tudo se tornou amor. Tudo consuma- do, para cada um de nós! «Perdoa-lhes, ó Pai, porque não sabem o que fazem» (Lc 23, 34). A injustiça e a dor não encerram Jesus no medo da morte. O seu amor o faz sair e se torna perdão. O perdão renova, cura, transfor- ma, consola e restitui a vida ao pecador. Cria um povo novo. Põe fim às guerras. «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito» (Lc 23, 46). Já não existe o desespero, mas a confiança plena nas mãos de um Pai.Deus é o guardião da nossa vida, n’Ele nada se perde. III ESTAÇÃO Jesus cai pela primeira vez Os confrontos armados V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo, R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo. Do Livro do profeta Isaías 53, 4-5 «Ele tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores. Nós o reputávamos como um leproso, ferido por Deus e humilha- do. Mas Ele foi ferido, por causa dos nossos crimes, esmagado, por causa das nossas iniquidades. O castigo, que nos salva, caiu sobre Ele».
  • 8. Meditação Empurrado pela multidão, abalado pelos soldados, sofrendo com as chagas da flagelação, cheio de amargura interior pela ingratidão humana, Jesus cai, no chão poeirento do caminho que leva ao lugar da sua execução. A pobreza nos enfraquece, as injustiças fazem crescer em nós a sensação de frustração, que amargura o nosso coração. Lutas pelo poder e pela riqueza nos empurram, de todos os lados, e nós caí- mos. Confrontos armados, estradas manchadas de sangue, abusos contra a população, crianças e jovens sem estudar, armas velhas e novas a pesarem, nos ombros de Moçambique, que, como Jesus, cai. Cai, na qualidade do nível de vida; cai, no respeito pelos direitos humanos; cai, na credibilidade entre as nações. Jesus cai também na nossa terra, “ferido, por causa dos nossos crimes, esmagado, por causa das nossas iniquidades”. Carrega o peso das nossas culpas, para que nós não sejamos esmagados, e para que, vendo os efeitos da violência, da arrogância e do egoís- mo, ponhamos fim à guerra. ORAÇÃO Senhor Jesus, que, por nosso amor, aceitastes que o vosso santo rosto se sujasse, com o pó da estrada, ensinai-nos a ver, na pessoa natural de outra província, no mem- bro de outro partido, no adversário, o rosto de um irmão, que não deve ser profanado com a poeira, que as nossas botas de combate levantam. Fazei de nós pessoas capazes de carregar com coração misericordioso as fraquezas e diferenças, que existem entre nós. Ámen Todos: Pai Nosso Canto XII ESTAÇÃO Jesus morre na Cruz O gemido das sete palavras V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo, R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo. Do Evangelho segundo São João 19, 28-30 «Depois disso, Jesus, sabendo que tudo se consumara, para se cumprir totalmente a Escritura, disse: “Tenho sede!” Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando no vinagre uma esponja fixada num ramo de hissopo, chegaram-Lha à boca. Quando tomou o vinagre, Jesus disse: “Tudo está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito».
  • 9. Meditação Jesus é pregado na cruz. E assim se põe fim à sua vida: cravando, com pregos, num madeiro, aquelas mãos, que sararam doentes, e aqueles pés, que andaram a anunciar a Boa Nova. Ressoam os golpes do martelo sobre os duros pregos, emitindo um som pareci- do ao das balas, que pregam no chão tantas vidas, nas nossas cida- des e estradas. Os braços de Jesus estendidos, com violência, na cruz, tornam – se num abraço aberto, a acolher tantas vidas ceifadas pela violên- cia ou pelo egoísmo. Não só as vítimas de homicídios, por vezes políticos, mas também as vidas das crianças arrancadas do seio materno, pela prática do aborto, as vidas perdidas, com a falta de segurança no trabalho, as vidas ceifadas pela condução impruden- te ou em estado de embriaguez, as vidas dos idosos mortos na solidão e no abandono. Jesus Crucificado é fruto da violência homicida inimiga da vida. Mas é também testemunho de uma vida oferecida por amor. O rosto misericordioso do Pai. Ele é a força dos que perdem a vida pela justiça, pela verdade, pela paz, pelo Nome de Jesus. ORAÇÃO Jesus Crucificado, os nossos olhos vêem as vossas mãos pregadas e todavia capazes de abraçar; vêem os vossos pés fixos, com os cravos, e contudo ainda capazes de fazer caminhar; o vosso coração trespassado, mas ainda capaz de amar. Jesus Crucificado, tende piedade de nós, pecadores! Todos: Pai Nosso Canto IV ESTAÇÃO Jesus encontra a sua Mãe As mães moçambicanas V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo, R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo. Do Evangelho de São Lucas «Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: “Este menino está aqui, para queda e ressurgimento de muitos, em Israel, e para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua alma» (Lc 2, 34-35).
  • 10. Meditação: Maria encontra o seu Filho Jesus. Vemos nela a força invencível do amor materno, que supera todo o obstáculo, e sabe abrir qual- quer caminho. Nas lágrimas de Maria, reúnem-se todas as lágrimas de cada mãe moçambicana, pelos filhos, a quem não consegue prover o ali- mento suficiente, a quem não consegue dar uma educação digna. Lágrimas, pelos filhos, que lhes foram tirados, pelo hediondo trá- fico de seres humanos, ou que morreram, em combate, na defesa de interesses de poucos, por vezes até sem elas saberem que isto aconteceu, e que não voltarão a vê-los. Lágrimas tão amargas! Partilha solidária da angústia dos filhos! Mas, ao redor de Maria, nunca seremos um povo órfão! Maria, também hoje, guarda, no seu coração, todas as lágrimas dessas nossas mães, e saberá abrir o caminho da paz. ORAÇÃO Jesus, todos nós temos necessidade da Mãe! Temos necessidade de um amor que seja verdadeiro e fiel. Temos necessidade de um amor que nunca vacile, de um amor que seja refúgio seguro no tempo do medo, do sofrimento e da provação. Dai força às mães moçambicanas para que, como a vossa Mãe Maria Santíssima, Mãe de Misericórdia, sejam amparo dos pobres, consoladoras dos aflitos e mestras dos nossos governantes. Ámen Todos: Pai Nosso Canto XI ESTAÇÃO Jesus é pregado na Cruz Falta de respeito pela vida V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo, R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo. Do Evangelho segundo São Marcos 15, 24-28 «Depois, crucificaram-No …. Eram nove horas da manhã, quan- do O crucificaram. Na inscrição com a condenação, lia-se: “O rei dos judeus”. Com Ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita e o outro à sua esquerda. Deste modo, cumpriu-se a pas- sagem da Escritura, que diz: Foi contado entre os malfeitores».
  • 11. Meditação Jesus é despojado das suas vestes. A roupa confere ao homem a sua posição social, dá-lhe dignidade. As vestes falam da sua identidade cultural, dos seus gostos, da sua origem, daquilo que o iguala aos demais, mas com as suas sensibilidades específicas. Os soldados repartiram as vestes de Jesus, mas não rasgaram a túni- ca, toda tecida de uma só peça, como a veste do Sumo-sacerdote. Sinal da unidade da família humana, da sua Igreja, do destino de cada homem. Grupos sociais, línguas, tradições e sensibilidades diferentes formam o único país, que é Moçambique. A sua unidade é um valor e uma riqueza, que não deve ser rasgada por regionalismos ou interesses particulares. Mas a identidade cultural, as sensibilidades, as expecta- tivas e a autodeterminação de cada grupo social, que compõe a nação, são uma riqueza, que deve ser respeitada. Só reconhecendo a dignidade de cada cidadão e de cada grupo social se preservarão as duas riquezas, que são a unidade e a multiplicidade. Jesus experimenta, na sua vida, todos os degraus da humilhação. E, sem perder a sua dignidade de homem e de Filho de Deus, faz-se solidário, também entre nós, hoje, com o cidadão desprezado, por causa da sua pobreza, do seu analfabetismo, da pigmentação da pele; ou por ser portador de Sida, ou pela sua tradição cultural, ou por cau- sa da sua sensibilidade política. Por meio da Sua solidariedade, Jesus, o nosso Salvador, dá dignidade, e traz de volta para casa a ovelha perdida. ORAÇÃO Senhor Jesus, Vós fostes despojado das vossas vestes, exposto à desonra, excluído da sociedade. Assumistes os sofrimentos e as necessidades dos pobres, dos excluídos deste mundo. Concedei-nos um respeito profundo por toda a pessoa de qualquer origem, cultura, religião ou sensibilidade política. A vossa dignidade, como veste luminosa, cubra a nudez das nossas divisões. Ámen. Todos: Pai Nosso Canto V ESTAÇÃO Simão de Cirene ajuda Jesus a levar a Cruz A mão amiga que levanta – os esforços de paz V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo, R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo. Do Evangelho segundo São Marcos 15, 21 «Para Lhe levar a cruz, requisitaram um homem, que passava por ali, ao regressar dos campos, um tal Simão de Cirene, pai de Ale- xandre e de Rufo».
  • 12. Meditação: Jesus caiu já uma vez, sob o peso da cruz. Levantou-se e avançou um pouco. Mas o peso é grande, as forças faltam, há o perigo de Ele sucumbir, neste mar de dor. Alguém lhe estende a mão, e, por um momento, lhe alivia o fardo, dos ombros, para Jesus poder continuar a caminhar. Moçambique precisa de Cireneus, de homens e mulheres, de insti- tuições e organismos, que lhe estendam a mão, para o aliviar, do peso do conflito, que o ajudem, na procura de caminhos de paz. O Cireneu não se substitui a Jesus; mas a sua acção alivia, susten- ta e mostra proximidade. Ele mesmo acaba por ser transformado, a partir deste encontro. O Cireneu torna-se discípulo de Jesus. Tanto que até os nomes dos seus filhos, Alexandre e Rufo, são conhecidos, na Igreja, para a qual São Marcos escreve o seu Evan- gelho. É no sofrimento que se conhecem os amigos! Todos nós somos chamados, hoje, a ser estes Cireneus, e a colabo- rar, para mitigar a dureza da cruz dos nossos irmãos, e a sofrer, com paciência, as fraquezas do nosso próximo, porque a solidarie- dade, na dor, faz de nós irmãos. ORAÇÃO Jesus que aceitastes a ajuda do Cireneu e, por meio desse gesto, o fizestes vosso discípulo suscitai pessoas de boa vontade, que nos ajudem a recuperar e consolidar a paz. Dai-lhes coragem, e um coração misericordioso para que, por meio desse compromisso, eles mesmos cresçam em fraternidade. Ámen Todos: Pai Nosso Canto X ESTAÇÃO Jesus é despojado das suas vestes A unidade nacional e a dignidade de todo o cidadão V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo, R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo. Do Evangelho de São João 19, 23-24 «Os soldados, depois de terem crucificado Jesus, pegaram na roupa d‟Ele, e fizeram quatro partes, uma para cada soldado, excepto a túnica. A túnica, toda tecida de uma só peça, de alto a baixo, não tinha costuras. Então os soldados disseram uns aos outros: “Não a rasguemos; tiremo-la à sorte, para ver a quem tocará”. Assim se cumpriu a Escritura, que diz: Repartiram entre eles as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançaram sortes”. E foi isto o que fizeram os soldados».
  • 13. bem, nem um sequer! Acaso não compreenderão os que praticam a iniquidade, que devoram o meu povo, como quem come pão?”(Salmo 14,1-4a) Apesar de o Cireneu ir carregando o peso da cruz, Jesus cai pela terceira vez. O corpo perdeu muito sangue, as feridas ardem, a fraqueza penetrou-lhe até aos ossos, e as pernas já não têm força, para o sustentar de pé. Como uma infecção, a enfraquecer o organismo, a corrupção entrou-nos no país, na vida pública e privada, nas empresas e nas igrejas. Como sangue de um corpo ferido, são desviados os recur- sos necessários para os serviços sociais. Como feridas que ardem, temos de pagar o que por direito nos seria devido, e nos calamos, porque parece que é assim que tem que ser! “Todos se extravia- ram e corromperam”, diz o salmo; sim, parece que a corrupção se tornou a regra, que rege a sociedade, e nós nos tornamos corrupto- res ou corrompidos. “Acaso não compreenderão os que devoram o meu povo, como quem come pão?” Olhar para Jesus, mais uma vez prostrado no chão, por causa da fraqueza do seu corpo torturado, chama a nossa atenção para Moçambique, empobrecido pela mentalidade e práti- ca da corrupção. Acaso não compreenderemos que praticar a cor- rupção é como tirar a comida da boca das crianças? ORAÇÃO Jesus, a flagelação, as pancadas, a tortura da coroa de espinhos desgastaram -Vos as forças. Recordamos aquelas vossas palavras: “tudo o que fizerdes ao mais pequeno é a mim que o fazeis”. Convertei-nos, Senhor, para que deixemos toda a corrupção e nos tornemos sensatos para podermos afirmar, com a nossa vida honesta: “Deus existe!”. Ámen Todos: Pai Nosso Canto VI ESTAÇÃO A Verónica limpa o rosto de Jesus O humanismo, na saúde V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo, R/. que, pela vossa santa cruz , remistes o mundo. Do Livro dos Salmos Sal 27, 8-9 «O meu coração chama por Ti, os meus olhos Te procuram; é a tua face que eu procuro, Senhor. Não desvies de mim o Teu rosto, nem afastes, com ira, o teu servo. Tu és o meu amparo: não me rejeites nem abandones, ó Deus, meu Salvador».
  • 14. Meditação: O rosto de Jesus está coberto de sangue misturado com o pó da estrada, em que Ele caiu. É difícil reconhecer o rosto daquele que o salmo descreve como “o mais belo entre os filhos dos homens”(Sal. 45,3). Uma mulher abre caminho, por entre a multi- dão e os soldados, e limpa o Seu rosto martirizado. Um gesto, que não cura, que não resolve a grave injustiça, que está sendo cometi- da. Mas um gesto humano, que restitui a humanidade àquele rosto desfigurado. Nos nossos hospitais, faltam medicamentos, meios, para intervir, e restituir a saúde. Mas falta também humanismo. Há bons profis- sionais, na saúde, mas a muitos deles falta-lhes a capacidade e a vontade de reconhecerem a pessoa, que está por detrás daquele rosto ferido, aquele doente, que espera ser curado, sim, mas que espera também ser escutado e respeitado. Jesus, a quem, nesta estação, contemplamos feito objecto do gesto de amorosa gratuidade da Verónica, é o nosso irmão doente, é o velhinho , é o necessitado, que precisa do nosso carinho e cuida- do. ORAÇÃO Jesus, uma mulher do povo, com amorosa gratuidade, limpou – Vos a face: Ó “rosto da Misericórdia do Pai”, fazei que este gesto vença a nossa indiferença para com as pessoas necessitadas e que, apesar da pobreza do nosso sistema de saúde, não falte o humanismo, nos corações de quantos lá trabalham. Ámen Todos: Pai Nosso. Canto IX ESTAÇÃO Jesus cai pela terceira vez A corrupção V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo, R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo. Do Livro dos Salmos “O insensato diz, em seu coração: „Não há Deus!‟ Corruptas e abomináveis são as suas acções; não há quem faça o bem. Do céu, o Senhor olhou para os seres humanos, a ver se havia alguém sensato, alguém que ainda procure a Deus. Mas todos se extraviaram e corromperam; não há quem faça o
  • 15. Meditação À vista das mulheres em lágrimas, Jesus esquece-se de si mesmo. Não olha para o seu próprio sofrimento, mas para o trágico futuro, que as espera a elas e aos seus filhos: as gerações vindouras. Assistimos, hoje, à perda irreparável dos valores, que formavam a alma moçambicana: o amor à vida, o sentido da família, o acolhi- mento, a partilha e a solidariedade, o respeito pela pessoa, espe- cialmente pelos velhos e crianças, o profundo sentido religioso da existência, a fé em Deus. As nossas florestas, os nossos recursos naturais são explorados, sem se pensar nos moçambicanos de amanhã: os nossos filhos. Fixando-se no sofrimento de Jesus, os nossos olhos enchem-se de lágrimas. Mas Ele nos convida a olharmos para o sofrimento pro- vocado, hoje, ao nosso povo e às gerações vindouras, pelo mal e pelo egoísmo: “não choreis por mim, mas antes por vós mesmas e pelos vossos filhos … porque, se tratam assim a árvore verde, o que não acontecerá à seca”? ORAÇÃO Jesus, Inocente condenado, Vós sois o Senhor da História, mas confiastes nas nossas mãos os destinos da nossa terra e do nosso povo, para nós os orientarmos, segundo o Vosso desígnio de misericór- dia. Suscitai em nós o sentido de responsabilidade de uns para com os outros, e para com o nosso futuro comum que, sem Vós, seria como árvore seca. Ámen Todos: Pai Nosso Canto VII ESTAÇÃO Jesus cai pela segunda vez A situação das cadeias V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo, R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo. Do Livro dos Salmos Sal 117, 11.12-13.18 «Rodearam-me (...). Cercaram-me, como um enxame de vespas. A sua fúria crepitava, como fogo entre espinhos. Mas eu aniquilei- os, em nome do Senhor. Empurraram-me, com violência, para eu cair, mas o Senhor veio em meu auxílio. (...) O Senhor castigou- me, com dureza, mas não me deixou morrer».
  • 16. Meditação: Em Jesus, cumprem-se verdadeiramente as antigas profecias do Servo humilde e obediente, que toma, sobre os seus ombros, toda a nossa história de sofrimento. E assim Jesus, empurrado, para avançar à força, cai, sob o cansaço e a opressão, rodeado, circun- dado pela violência, já sem forças. Nele, reconhecemos a amarga experiência dos encarcerados de cada prisão, com todas as suas desumanas contradições. Rodeados e cercados, «empurrados violentamente para cair». Ali se sofrem os absurdos da burocracia, a lentidão da justiça, a detenção sem julgamento, a má atuação de elementos da polícia, e a superlota- ção. Mais grave ainda é a prática da tortura, sob variadas formas, e as execuções extrajudiciais. Tal como sucedeu com Jesus: também Ele foi açoitado, humilhado pelos soldados, torturado com a coroa de espinhos, cruelmente flagelado. Hoje, à vista desta queda, como sentimos verdadeiras aquelas palavras de Jesus: «Estive na prisão e fostes ter comigo» (Mt 25, 36)… Em cada prisão, junto de cada preso, está sempre Ele, o Cristo sofredor, preso e torturado. ORAÇÃO Senhor Jesus, uma comoção sem fim se apodera de nós ao ver-vos caído, no chão, por nosso amor. Não temos nenhum mérito. Só uma multidão de pecados, de incoerências, de fragilidades. Todos nós: tanto os que estamos na cadeia, como os que nunca lá pisamos. Concedei-nos, ó Jesus, que não fujamos das nossas responsabili- dades, e que o ver -Vos ao nosso lado, apesar de culpados, seja para nós fonte da esperança de renascermos para uma vida nova, como criaturas feitas para o Céu. Ámen. Todos: Pai Nosso Canto VIII ESTAÇÃO Jesus encontra as mulheres de Jerusalém A perda de valores V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo, R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo. Do Evangelho segundo São Lucas 23, 28.31 «Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos … porque, se tratam assim a árvore verde, o que não acontecerá à seca?».