Aula intertextualidade

Abrahão  Costa de Freitas
Abrahão Costa de FreitasProfessor en Várias
Aula intertextualidade
Os enunciados não são indiferentes uns aos
outros, nem auto-suficientes; são mutuamente
conscientes e refletem um ao outro. Cada enunciado é
pleno de ecos e reverberações de outros
enunciados, com os quais se relaciona pela comunhão
da esfera da comunicação verbal [...]. Cada enunciado
refuta, confirma, complementa e depende dos outros;
pressupõe que já são conhecidos, e de alguma forma
os leva em conta.
reverberação – repercussão.
refutar – contestar, contradizer.
Bakhtin. Mikhail. Estética da criação verbal. 2ª ed.
São Paulo: Martins Fontes, 1997
O texto redistribui a língua. Uma das vias dessa
reconstrução é a de permutar textos, que
existiriam ou existem ao redor do texto
considerado, e, por fim, dentro dele mesmo; todo
texto é um intertexto; outros textos estão
presentes nele, em níveis variáveis, sob formas
mais ou menos reconhecíveis.
Barthes (1974, apud Koch, 2007)
● Intertextualidade Estrutural
Consiste no emprego de modelos preexistentes para a
produção de textos.
• Receita  enumeração de ingredientes+ preparo;
• Gibi  sequência de quadrinhos com falas de
personagens em balões;
• Soneto  poema composto por dois quartetos e
dois tercetos.
● Intertextualidade Temática
Consiste na abordagem de um mesmo assunto.
• Uma tela que retrate um que retrate uma paisagem
marinha e um texto que descreva uma paisagem
marinha;
• Um filme e a crítica do filme;
• Dois romances que tratem o mesmo tema.
● Intertextualidade Referencial
Consiste na citação de outros textos ou na alusão a
eles
• Freud denominando a inclinação erótica de
um filho pela mãe de “ Complexo de
Édipo”, numa referência à tragédia grega.
Epígrafe  Constitui uma escrita introdutória a outra.
Citação  é uma transcrição do texto alheio, marcada
com aspas.
Paráfrase  é a reprodução do texto do outro com a
palavra do autor. Ela não se confunde com o plágio, pois
o autor deixa claro sua intenção e a fonte.
Paródia  é uma forma de apropriação que, em lugar de
endossar o modelo retomado, rompe com ele, sutil ou
abertamente. Ela subverte o texto anterior, visando à
ironia, ou à crítica.
O grito ,de Edward Munch Homer Jay Simpson
Retratando a obra O Grito de Edward
original Releitura
Paráfrase vem do grego para-phrasis e significa,
literalmente, “repetição de uma sentença”.
A paráfrase consiste na imitação, ou repetição de
um texto com outras palavras, mas sem alterar sua
essência.
Para produzir-se uma paráfrase é necessário
manter-se fiel às idéias do texto original.
Paráfrase
Paráfrase
“Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a „Canção do Exílio‟.
Como era mesmo a „Canção do Exílio‟?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!”
Carlos D. de Andrade
Paráfrase
Paráfrase Camões, Amor é fogo que arde sem se ver.
Paródia
Mais ousada em seus propósitos, a paródia
pode ser considerada uma recriação de caráter
contestador.
Embora mantenha alguma coisa do significado
do texto original, ela constitui um desvio em
relação a este.
A paródia se caracteriza, sobretudo, pela
insubordinação e pela crítica impiedosa.
Paródia
Chão de estrelas, paródia.
Paródia
Uma canção
Minha terra não tem palmeiras...
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.
Minha terra tem relógios,
Cada qual com a sua hora
Nos mais diversos instantes...
Mas onde o instante de agora?
Mas onde a palavra “onde”?
Terra ingrata, ingrato filho,
Sob os céus da minha terra
Eu canto a Canção do Exílio!
Constitui uma escrita introdutória a uma outra
escrita
Epígrafe
“... todos lemos a nós e ao mundo à nossa volta para
vislumbrar o que somos e onde estamos. Lemos para
compreender; ou para começar a compreender.
Ler, quase como respirar, é nossa função essencial.”
MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. S. Paulo:
Companhia da Letras, 1997.
Leitura e sociedade
Em uma sociedade letrada como a nossa, o texto é uma presença constante em
todas as nossas atividades: sejam elas coletivas ou individuais. É por intermédio
dos textos que nos relacionamos com os outros, transmitindo conhecimentos,
inventando histórias, emitindo opiniões.
O mundo no qual vivemos organiza-se a partir de uma ideologia voltada para
diferentes linguagens e mídias. A compreensão de cada uma delas é essencial
para que possamos interpretá-las e relacioná-las aos fatos do cotidiano.
Citação
É uma transcrição de texto alheio, marcada
por aspas.
A música Cinema Novo, de Caetano
Veloso, faz citações: “O filme quis dizer „Eu
sou o samba‟ . A voz do morro rasgou a
tela do cinema E começaram a se
configurar.”
Pastiche
Intertextualidade ou plágio
Define-se pastiche como obra literária ou artística em
que se imita grosseiramente o estilo de outra.
Visto algumas vezes como plágio, o pastiche tem
sentido pejorativo. Por isso, é necessário ter cuidado ao
se estabelecer um diálogo intertextual, para que a falta
de criatividade não leve à imitação grotesca.
Pastiche
Intertextualidade ou plágio
Define-se pastiche como obra literária ou artística em
que se imita grosseiramente o estilo de outra.
Visto algumas vezes como plágio, o pastiche tem
sentido pejorativo. Por isso, é necessário ter cuidado ao
se estabelecer um diálogo intertextual, para que a falta
de criatividade não leve à imitação grotesca.
Pastiche
Pastiche
Pastiche
Hipertexto
[…] a pluralidade de vozes no mesmo espaço
discursivo. O hipertexto construtivo seria na
visão de Marcuschi “a apoteose da
intertexualidade” e da polifonia, uma vez que
abre espaço para um número ilimitado de
leitores-autores. Vale salientar, contudo, que
esses caminhos só podem ser feitos se previstos
pelo autor do hipertexto.
Hipertexto
Hipertexto
Hipertexto
Não esqueça
“[...] do ponto de vista da construção de
sentidos, todo texto é perpassado por vozes de
diferentes enunciadores, ora concordantes, ora
dissonantes, o que faz com que se caracterize o
fenômeno da linguagem humana, [...]como
essencialmente dialógico e, portanto, polifônico”.
Moça com o brinco de pérola
Johannes Vermer (1632 - 1675) Margarida com o Brinco de Pérola
Ilustradora da Disney Maggie Parr
Aula intertextualidade
w Entre os seguintes ditos populares, qual deles melhor corresponde à
figura acima?
a) Com perseverança, tudo se alcança.
b) Cada macaco no seu galho.
c) Nem tudo que balança cai.
d) Quem tudo quer, tudo perde.
e) Deus ajuda quem cedo madruga.
Exercício modelo
Exercício modelo
COM LICENÇA POÉTICA
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade da alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Adélia Prado
O poema de Adélia Prado estabelece um diálogo com o Poema de
sete faces, de Carlos Drummond de Andrade, do qual, para efeito de
análise, foi retirado o seguinte trecho:
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser "gauche"* na vida.
•gauche: palavra da língua francesa, que possui inúmeros significados, dentre os quais os de torto,
malfeito, desajeitado.
Considere a estrofe a seguir e assinale a opção incorreta.
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
a) "Cargo muito pesado pra mulher" funciona, na
organização do poema, como uma expressão de valor
apositivo.
b) Em "esta espécie ainda envergonhada", há retomada
do termo mulher e atribuição de uma característica a essa
figura, construída no discurso do senso comum.
c) O uso da expressão "desses" retoma todo e qualquer
anjo que toca trombeta.
d) A expressão "ainda envergonhada" pode ser
interpretada da seguinte maneira: há mulheres que se
investem de um lugar de submissão, mas podem romper
com essa condição.
VILLAÇA, Ingedore Villaça Koch. O texto e a construção dos
sentidos.9ª ed. São Paulo: Contexto, 2007. p.59-74
MARCUSCHI, L. A. & XAVIER A. C. Hipertexto e gêneros
digitais: novas formas desconstrução de sentido. 3. ed. São Paulo:
Cortez, 2010.
SANT'ANNA. Affonso Romano de. Paródia, paráfrase & Cia, 7.ed. São
Paulo: Ática, 2000.
Bakhtin. Mikhail. Estética da criação verbal. 2ª ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1997
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  • 2. Os enunciados não são indiferentes uns aos outros, nem auto-suficientes; são mutuamente conscientes e refletem um ao outro. Cada enunciado é pleno de ecos e reverberações de outros enunciados, com os quais se relaciona pela comunhão da esfera da comunicação verbal [...]. Cada enunciado refuta, confirma, complementa e depende dos outros; pressupõe que já são conhecidos, e de alguma forma os leva em conta. reverberação – repercussão. refutar – contestar, contradizer. Bakhtin. Mikhail. Estética da criação verbal. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997
  • 3. O texto redistribui a língua. Uma das vias dessa reconstrução é a de permutar textos, que existiriam ou existem ao redor do texto considerado, e, por fim, dentro dele mesmo; todo texto é um intertexto; outros textos estão presentes nele, em níveis variáveis, sob formas mais ou menos reconhecíveis. Barthes (1974, apud Koch, 2007)
  • 4. ● Intertextualidade Estrutural Consiste no emprego de modelos preexistentes para a produção de textos. • Receita  enumeração de ingredientes+ preparo; • Gibi  sequência de quadrinhos com falas de personagens em balões; • Soneto  poema composto por dois quartetos e dois tercetos.
  • 5. ● Intertextualidade Temática Consiste na abordagem de um mesmo assunto. • Uma tela que retrate um que retrate uma paisagem marinha e um texto que descreva uma paisagem marinha; • Um filme e a crítica do filme; • Dois romances que tratem o mesmo tema.
  • 6. ● Intertextualidade Referencial Consiste na citação de outros textos ou na alusão a eles • Freud denominando a inclinação erótica de um filho pela mãe de “ Complexo de Édipo”, numa referência à tragédia grega.
  • 7. Epígrafe  Constitui uma escrita introdutória a outra. Citação  é uma transcrição do texto alheio, marcada com aspas. Paráfrase  é a reprodução do texto do outro com a palavra do autor. Ela não se confunde com o plágio, pois o autor deixa claro sua intenção e a fonte. Paródia  é uma forma de apropriação que, em lugar de endossar o modelo retomado, rompe com ele, sutil ou abertamente. Ela subverte o texto anterior, visando à ironia, ou à crítica.
  • 8. O grito ,de Edward Munch Homer Jay Simpson Retratando a obra O Grito de Edward original Releitura
  • 9. Paráfrase vem do grego para-phrasis e significa, literalmente, “repetição de uma sentença”. A paráfrase consiste na imitação, ou repetição de um texto com outras palavras, mas sem alterar sua essência. Para produzir-se uma paráfrase é necessário manter-se fiel às idéias do texto original. Paráfrase
  • 10. Paráfrase “Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Minha boca procura a „Canção do Exílio‟. Como era mesmo a „Canção do Exílio‟? Eu tão esquecido de minha terra… Ai terra que tem palmeiras Onde canta o sabiá!” Carlos D. de Andrade
  • 11. Paráfrase Paráfrase Camões, Amor é fogo que arde sem se ver.
  • 12. Paródia Mais ousada em seus propósitos, a paródia pode ser considerada uma recriação de caráter contestador. Embora mantenha alguma coisa do significado do texto original, ela constitui um desvio em relação a este. A paródia se caracteriza, sobretudo, pela insubordinação e pela crítica impiedosa.
  • 14. Paródia Uma canção Minha terra não tem palmeiras... E em vez de um mero sabiá, Cantam aves invisíveis Nas palmeiras que não há. Minha terra tem relógios, Cada qual com a sua hora Nos mais diversos instantes... Mas onde o instante de agora? Mas onde a palavra “onde”? Terra ingrata, ingrato filho, Sob os céus da minha terra Eu canto a Canção do Exílio!
  • 15. Constitui uma escrita introdutória a uma outra escrita Epígrafe “... todos lemos a nós e ao mundo à nossa volta para vislumbrar o que somos e onde estamos. Lemos para compreender; ou para começar a compreender. Ler, quase como respirar, é nossa função essencial.” MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. S. Paulo: Companhia da Letras, 1997. Leitura e sociedade Em uma sociedade letrada como a nossa, o texto é uma presença constante em todas as nossas atividades: sejam elas coletivas ou individuais. É por intermédio dos textos que nos relacionamos com os outros, transmitindo conhecimentos, inventando histórias, emitindo opiniões. O mundo no qual vivemos organiza-se a partir de uma ideologia voltada para diferentes linguagens e mídias. A compreensão de cada uma delas é essencial para que possamos interpretá-las e relacioná-las aos fatos do cotidiano.
  • 16. Citação É uma transcrição de texto alheio, marcada por aspas. A música Cinema Novo, de Caetano Veloso, faz citações: “O filme quis dizer „Eu sou o samba‟ . A voz do morro rasgou a tela do cinema E começaram a se configurar.”
  • 17. Pastiche Intertextualidade ou plágio Define-se pastiche como obra literária ou artística em que se imita grosseiramente o estilo de outra. Visto algumas vezes como plágio, o pastiche tem sentido pejorativo. Por isso, é necessário ter cuidado ao se estabelecer um diálogo intertextual, para que a falta de criatividade não leve à imitação grotesca.
  • 18. Pastiche Intertextualidade ou plágio Define-se pastiche como obra literária ou artística em que se imita grosseiramente o estilo de outra. Visto algumas vezes como plágio, o pastiche tem sentido pejorativo. Por isso, é necessário ter cuidado ao se estabelecer um diálogo intertextual, para que a falta de criatividade não leve à imitação grotesca.
  • 22. Hipertexto […] a pluralidade de vozes no mesmo espaço discursivo. O hipertexto construtivo seria na visão de Marcuschi “a apoteose da intertexualidade” e da polifonia, uma vez que abre espaço para um número ilimitado de leitores-autores. Vale salientar, contudo, que esses caminhos só podem ser feitos se previstos pelo autor do hipertexto.
  • 26. Não esqueça “[...] do ponto de vista da construção de sentidos, todo texto é perpassado por vozes de diferentes enunciadores, ora concordantes, ora dissonantes, o que faz com que se caracterize o fenômeno da linguagem humana, [...]como essencialmente dialógico e, portanto, polifônico”.
  • 27. Moça com o brinco de pérola Johannes Vermer (1632 - 1675) Margarida com o Brinco de Pérola Ilustradora da Disney Maggie Parr
  • 29. w Entre os seguintes ditos populares, qual deles melhor corresponde à figura acima? a) Com perseverança, tudo se alcança. b) Cada macaco no seu galho. c) Nem tudo que balança cai. d) Quem tudo quer, tudo perde. e) Deus ajuda quem cedo madruga. Exercício modelo
  • 30. Exercício modelo COM LICENÇA POÉTICA Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira. Cargo muito pesado pra mulher, esta espécie ainda envergonhada. Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir. Não sou tão feia que não possa casar, acho o Rio de Janeiro uma beleza e ora sim, ora não, creio em parto sem dor. Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos - dor não é amargura. Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade da alegria, sua raiz vai ao meu mil avô. Vai ser coxo na vida é maldição pra homem. Mulher é desdobrável. Eu sou. Adélia Prado
  • 31. O poema de Adélia Prado estabelece um diálogo com o Poema de sete faces, de Carlos Drummond de Andrade, do qual, para efeito de análise, foi retirado o seguinte trecho: Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser "gauche"* na vida. •gauche: palavra da língua francesa, que possui inúmeros significados, dentre os quais os de torto, malfeito, desajeitado. Considere a estrofe a seguir e assinale a opção incorreta. Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira. Cargo muito pesado pra mulher, esta espécie ainda envergonhada.
  • 32. a) "Cargo muito pesado pra mulher" funciona, na organização do poema, como uma expressão de valor apositivo. b) Em "esta espécie ainda envergonhada", há retomada do termo mulher e atribuição de uma característica a essa figura, construída no discurso do senso comum. c) O uso da expressão "desses" retoma todo e qualquer anjo que toca trombeta. d) A expressão "ainda envergonhada" pode ser interpretada da seguinte maneira: há mulheres que se investem de um lugar de submissão, mas podem romper com essa condição.
  • 33. VILLAÇA, Ingedore Villaça Koch. O texto e a construção dos sentidos.9ª ed. São Paulo: Contexto, 2007. p.59-74 MARCUSCHI, L. A. & XAVIER A. C. Hipertexto e gêneros digitais: novas formas desconstrução de sentido. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2010. SANT'ANNA. Affonso Romano de. Paródia, paráfrase & Cia, 7.ed. São Paulo: Ática, 2000. Bakhtin. Mikhail. Estética da criação verbal. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997 Referências