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  UNEB – UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
    DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XIV




              DALILA OLIVEIRA DE ARAUJO




ACEITABILIDADE DE CONCORDÂNCIA VERBAL NA LÍNGUA INGLESA POR

      APRENDIZES DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA




                  CONCEIÇÃO DO COITÉ
                           2012
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              DALILA OLIVEIRA DE ARAUJO




ACEITABILIDADE DE CONCORDÂNCIA VERBAL NA LÍNGUA INGLESA POR

      APRENDIZES DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA




                   Monografia apresentada à Universidade do Estado da
                   Bahia, Departamento de Educação, Campus XIV, como
                   requisito final à conclusão do Curso de Licenciatura em
                   Letras com habilitação em Língua Inglesa.

                   Orientadora: Profª Drª Irenilza Oliveira




                  CONCEIÇÃO DO COITÉ
                             2012
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                        DALILA OLIVEIRA DE ARAUJO




    ACEITABILIDADE DE CONCORDÂNCIA VERBAL NA LÍNGUA INGLESA POR

             APRENDIZES DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA




                          Monografia apresentada à Universidade do Estado da Bahia,
                          Departamento de Educação, Campus XIV, como requisito final
                          à conclusão do Curso de Licenciatura em Letras com habilitação
                          em Língua Inglesa.



Aprovada em: ___/___/___


                                Banca examinadora
_________________________________________
Irenilza Oliveira e Oliveira - Orientadora
Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV
_________________________________________
Neila Maria Oliveira Santana
Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV
_________________________________________
Cristina dos Santos Carvalho
Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV




                                CONCEIÇÃO DO COITÉ
                                             2012
3



                                     AGRADECIMENTOS


   A Deus por me conceder a vida, por iluminar o meu caminho para que eu pudesse concluir
esta etapa da minha.
   Aos meus pais, por todo amor, carinho, educação, dedicação para comigo e por terem sido
peça fundamental para que eu tenha me tornado quem hoje sou.
   A Vicente pelo apoio em todos os momentos que precisei, pelo companheirismo e por
estar ao meu lado neste trabalho.
   A minha orientadora, professora Irenilza Oliveira, pelo ensinamento e dedicação para
concretização dessa monografia, pelo apoio e contribuição aos conhecimentos que pude
adquirir durante todo o curso.
   A todos os meu professores do Curso de Letras pelo apoio e dedicação e pelos
ensinamentos durante esses 4 anos, vocês foram peças fundamentais para me torna quem hoje
sou, especialmente às professoras Neila Maria Santana e Cristina Carvalho pela suas
contribuições neste trabalho.
   Aos meus queridos e inesquecíveis colegas de curso, pela amizade, pelo companheirismo,
sem vocês essa trajetória não seria tão prazerosa.
4




  O real estado da língua é o das águas de um rio, que nunca param
de correr e de se agitar, que sobem e descem conforme o regime das
chuvas, sujeitas a se precipitar por cachoeiras, a se estreitar entre as
                           montanhas e a se alargar pelas planícies...


                                                        Marcos Bagno
5



                                            Resumo

Este trabalho apresenta um estudo sobre a aceitabilidade de concordância verbal na Língua
Inglesa por aprendizes de inglês como segunda língua, especificamente graduandos do curso
de Letras com habilitação em LI da UNEB – Universidade do Estado da Bahia. Este estudo é
baseado na Teoria Sociolinguística Laboviana, a qual tem por pressuposto básico que a
variação é ordenada por restrições linguísticas e extralinguísticas, que levam o falante a usar
certas formas, quando faz uso da língua falada. Trabalhos de pesquisas sobre variações de
concordância verbal em diversas comunidades do idioma inglês, também contribuíram para
fundamentar este trabalho. A pesquisa foi feita a partir de métodos qualitativos de cunho
sociolinguístico, como questionários de fatores sociais, atitudes linguísticas e testes de
percepção a fim de avaliar a aceitabilidade de variação na concordância verbal existente na
Língua Inglesa por estudantes de Inglês como Língua Estrangeira. Os resultados mostram que
os falantes nativos do idioma inglês apresentaram algum tipo de preconceito linguístico
quanto à utilização das variantes de concordância verbal, enquanto os aprendizes de inglês
como língua estrangeira mostraram um grau de aceitabilidade maior e afirmaram fazer uso
das várias formas não padrão de concordância verbal.

Palavras-chave: Concordância Verbal. Variação. Aceitabilidade. Língua Inglesa.
6



                                           Abstract

This paper presents a study on the acceptability of verb agreement variation in English by
learners of English as a second language, specifically, by undergraduate students of Letters
with Specialization in English Language of Universidade do Estado da Bahia - UNEB. This
study is based on the Theory Sociolinguistics Laboviana, which has the basic assumption that
the variation is ordered by language and extra constraints that lead the speaker to use certain
forms, while making use of spoken language. Research works on variations of verb agreement
in several communities of the English language also contributed to support this work. The
results show that native english speakers exposed some kind of linguistic prejudice in relation
to the usage of verbal concordance variants, while english learners as a foreign language
showed a greater degree of acceptability and claimed to use various non-standard verb
agreement forms.

Key-words: Verbal agreement. Variation. Acceptability. English Language.
7



                                                                SUMÁRIO


INTRODUÇÃO .........................................................................................................                      9


CAPÍTULO                 I:       TEORIA               VARIACIONISTA:                        UMA            PERSPECTIVA
LABOVIANA ..................................................................................................................             11
1.1 A Metodologia da Pesquisa Variacionista ...........................................................                                  13


CAPÍTULO II: CONCORDÂNCIA VERBAL NA LÍNGUA INGLESA: UM
FENOMENO VARIÁVEL ........................................................................................                               17
2.2 A Variação e o Ensino de Língua Inglesa ............................................................                                 21


CAPÍTULO III: METODOLOGIA ..........................................................................                                     24
3.1 Sujeitos .....................................................................................................................       24
3.2 Instrumentos selecionados para a coleta de dados ...............................................                                     25
3.2.1 Aplicação de testes ..............................................................................................                 25
3.2.2 Aplicação de questionário ......................................................................................                   26
3.3 Caracterização das variáveis ...............................................................................                         26


CAPÍTULO IV: ANÁLISE DE DADOS .....................................................................                                      30
4.1 Variação de Concordância Verbal utilizadas por Falantes Nativos....................                                                  30
4.2 Aceitabilidade das formas variantes de Concordância Verbal por aprendizes
de L2 ...........................................................................................................................        32
4.2.1 Estudantes de língua estrangeira do II semestre: Do conhecimento linguístico ao
uso das variantes .....................................................................................................                  32
4.2.1.1 Grupo (1) Uso do Skype/ Redes Sociais.......................................................                                     33
4.2.1.2 Grupo (2) Curso livre .........................................................................................                  33
4.2.1.3 Grupo (3) Uso da língua estrangeira na Universidade .....................................                                        34
4.2.2 Teste de aceitabilidade das variantes por aprendizes do II semestre ....................                                           34
4.2.3 Estudantes de língua estrangeira do VIII semestre: Uma análise de aceitabilidade
das estruturas variantes de concordância verbal .....................................................                                    38
4.2.3.1 Grupo (1) Uso do Skype/ Redes Sociais........................................................                                    38
4.2.3.2 Grupo (2) Curso Livre .....................................................................................                      38
8



4.2.3.3 Grupo (3) Uso da língua estrangeira na Universidade/sala de aula em escolas
publica ................................................................................................................           39
4.2.4 Teste de aceitabilidade das variantes por aprendizes do VIII semestre ................                                       39
4.3 Resultados .............................................................................................................       41


5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................                        43


REFERÊNCIAS ........................................................................................................               44


APÊNDICE A: Questionários de Pesquisa Preenchidos por Falantes Nativos .........                                                   47
APÊNDICE B: Questionários de Pesquisa Preenchidos por Aprendizes de L2 ........                                                    49
9



                                      INTRODUÇÃO


       A língua, por ser flexível, está sujeita às interferências de diversos fatores linguísticos
e extralinguísticos, que levam o falante a usar certas formas quando faz uso da língua falada.
Esta diversidade funcional e social da língua pressupõe a existência de formas linguísticas
chamadas de variantes.
       Foi a partir desse pressuposto que William Labov iniciou a Teoria da Variação, que
busca descrever a língua através de seus aspectos sociais e como estes aspectos influenciam a
linguagem.
       Estudos dessa natureza ganharam ênfase na década de 60 e deram origem à
sociolinguística como ciência, fornecendo fundamentos necessários para a crescente
investigação da língua e seus aspectos sociais.
       Observando-se os aspectos variacionistas da língua inglesa, nota-se a ocorrência de
variações no âmbito fonológico, mais especificamente morfossintático e sintático. O objeto de
investigação deste trabalho se detém no campo sintático, na concordância verbal, um
fenômeno variável que se realiza através de duas alternativas semanticamente equivalentes,
verificando-se a presença da marca de concordância do verbo ou a ausência desta marca de
concordância. Busca-se investigar se há uma aceitação dessas formas linguísticas variantes
por falantes nativos do idioma inglês, assim como por aprendizes de inglês como língua
estrangeira. Pretende-se ainda observar se estes últimos fazem uso dessas formas variáveis
nos diversos contextos em que utilizam a língua inglesa.
       Dessa forma, o presente trabalho buscou, na sociolinguística qualitativa instrumentos,
tais como testes de percepção e questionários, com o objetivo de apontar as formas de
concordância que são consideradas mais aceitáveis pelos sujeitos elencados. Na
sociolinguística quantitativa, o trabalho se baseou para fazer o levantamento dos dados
referente às estruturas variantes de concordância verbal, assim como foi utilizada também a
vertente qualitativa para a análise dos fatores extralinguísticos (fatores sociais e atitude
linguística dos falantes) que levariam o falante à aceitação ou não das formas variantes de
concordância verbal da língua inglesa.
       Este trabalho se justifica, uma vez que trabalhos sobre a aceitabilidade da variação de
concordância verbal podem servir como fonte de pesquisa para que, ao se ensinar, os docentes
levem em conta as variações existentes nessa língua e, dessa forma, facilitem ao seu aluno um
maior conhecimento do sistema linguístico em questão sem haver lugar para o preconceito em
relação às variantes menos prestigiadas.
10



       Este trabalho organiza-se em quatro capítulos. No primeiro capítulo apresentam-se os
pressupostos teóricos da sociolinguística, a princípio com um breve histórico da teoria
variacionista, bem como algumas noções da relação entre língua e sociedade, tecendo
considerações sobre o fenômeno em estudo. Ainda neste capítulo, descrevem-se os aspectos
metodológicos da pesquisa sociolinguística, delineando cada etapa e instrumentos que podem
ser utilizados na realização de pesquisas deste cunho teórico.
       No segundo capítulo, tecem-se considerações sobre a variação de concordância verbal
em que se trazem à tona importantes pesquisas que já foram desenvolvidas em diferentes
comunidades linguísticas do idioma inglês sobre o fenômeno em questão. Após faz-se uma
abordagem teórica do fenômeno variacionista no ensino de línguas.
       No terceiro capítulo, discorrem-se os procedimentos metodológicos, em que se
evidenciam os elementos constituintes desta pesquisa; os sujeitos, os instrumentos
selecionados para a coleta de dados e a caracterização das variáveis de concordância verbal as
quais foram julgadas como aceitas ou não pelos sujeitos desta pesquisa.
       No quarto capítulo apresentam-se os resultados detalhados obtidos nesta pesquisa,
analisando-se o grau de aceitabilidade dos sujeitos elencados das estruturas de variação de
concordância verbal não padrão.
       Contudo, são feitas as considerações finais, tecendo os resultados alcançados com o
desenvolvimento desta pesquisa, assim como, pontos relevantes a respeito da teoria
variacionista em consonância com a análise dos dados obtidos com esta pesquisa.
11



                                        CAPÍTULO I
           TEORIA VARIACIONISTA: UMA PERSPECTIVA LABOVIANA



       Lançando um olhar sobre a evolução da linguística como ciência, observamos que a
princípio os estudos da língua delimitavam-se apenas ao seu sistema interno. Teóricos da
linguística como Saussure (1916), Chomsky (1965) e Bloomfield (1933) definem à linguística
em seus estudos puramente sobre seus aspectos estruturalistas, excluindo os elementos
externos à língua.
       Somente em meados da década de 60, é que se iniciam os estudos da língua e seus
aspectos sociais por meio do linguista William Labov, o qual constatou na fala um dos
aspectos fundamentais da construção do fenômeno da linguagem, estabelecendo, assim, a
ligação desta com a sociedade.
       Labov relata, em entrevista para a Revista Virtual de Estudos da Linguagem (2007)
que quando deu inicio a seus estudos, suas ideias objetivavam uma mudança para um campo
mais cientifico voltado para a investigação de como as pessoas utilizavam a linguagem na sua
vida cotidiana; Através da realização de entrevistas gravadas, Labov percebe que a fala
cotidiana era repleta de variantes linguísticas, fato este com que a teoria padrão da época, o
modelo gerativo, não se encontrava preparada para lidar, por tratar apenas dos aspectos
estruturais da língua.
       Seus estudos, então, fornecem respostas claras para o tratamento da variação e
mudança linguísticas ocorrentes na língua, dando origem, assim, à Teoria da Variação,
também conhecida como Teoria Laboviana, Sociolinguística Variacionista, Sociolinguística
Quantitativa, a qual procura descrever a língua sob seus aspectos sociais, uma vez que parte da
explicação da inter-relação entre língua e sociedade, considerando os fatores externos ao
sistema linguístico e não somente os fatores internos à língua. Portanto, cabe à
Sociolinguística investigar e descrever as variantes linguísticas existentes, observando a
influência que elas exercem dentro do contexto de fala dos diversos grupos sociais.
       Tarallo (1986, p. 08) afirma que "variantes lingüísticas são diversas maneiras de se
dizer a mesma coisa em um mesmo contexto e com o mesmo valor de verdade. A um
conjunto de variantes dá-se o nome de variável lingüística".
       Estas variantes podem ser influenciadas por fatores sociais, regionais, culturais do
falante, o que possibilita a produção de sentenças diversificadas, muitas vezes não seguindo as
12



regras gramaticais padrão da língua, mas permitindo o entendimento da comunicação entre
dois ou mais indivíduos em seus grupos sociais.
       Voltando o olhar para essas variantes linguísticas, elas são perceptíveis em qualquer
sociedade, pois estão presente na fala de qualquer individuo de diferentes línguas ou grupos
sociais distintos. Ao observarem-se os discursos, ou melhor, a fala de sujeitos de faixas etárias
diferentes, ou níveis de escolaridade distintos, ou pertencentes às várias classes sociais, pode-
se ver, mais claramente, como a língua é heterogênea e diversificada.
       Nota-se também que o uso da língua pode ser diferenciado de acordo com o ambiente
em que o falante está inserido, por exemplo, em ambientes mais informais, em conversas com
a família, amigos, etc., tende-se a utilizar as formas não padrão, já em situações como
entrevista de emprego, na escola, no trabalho, há uma propensão a se fazer uso da língua
padrão.
       Isso implica que o uso de variações linguísticas é comum na fala dos mais diversos
grupos sociais. Portanto, podem-se encontrar variantes que são estigmatizadas ou não dentro
de uma comunidade de fala, visto que, há certo preconceito quanto ao uso de certas variantes
linguísticas, consideradas “erros linguísticos” no meio social, geralmente essas variações
estigmatizadas são formas vindas das classes sociais de camadas baixas. Por outro lado,
quando vindas das camadas de alto status social as variantes linguísticas são previsivelmente
aceitas e utilizadas pelos grupos sociais sem o olhar de estigma.
       Portanto, cabe salientar que o objetivo da sociolinguística é o estudo e sistematização
das variantes na língua falada. A análise de uma variante em uma determinada comunidade de
fala ou grupo social é determinada por fatores de natureza linguística e extralinguística,
exercendo pressão sobre os usos e aumentando ou diminuindo a frequência em que elas
ocorrem. Segundo Labov, tais fatores são determinantes em qualquer estudo sociolinguístico,
pois o pesquisador deve levar em conta os fatores sociais como; sexo, grau de escolaridade,
faixa etária, etc., e os fatores internos, estruturais da língua para a sistematização e análise das
variantes.
       No campo sintático, há a ocorrências de variações no uso dos diversos elementos
gramaticais. Como já foi mencionado, o foco deste trabalho restringe-se à variação de
concordância verbal na língua inglesa e a aceitabilidade dessas variantes por aprendizes de
inglês como língua estrangeira.
       Em entrevista para a Revista Virtual de Estudos da Linguagem, em 2007, Labov
também fala sobre o futuro da sociolinguística. Segundo o linguista, “O que irá determinar o
futuro serão os resultados dos estudos em variação linguística, se eles provarem ser uma rota
13



positiva e cumulativa para responder nossas questões fundamentais sobre a natureza da
linguagem e das pessoas que a utilizam1".
         Nos dias atuais o campo da linguística variacionista vem sendo bastante explorado por
pesquisadores que almejam desvendar questões da natureza da linguagem, o uso da língua e
sua mutabilidade dentro de diversos grupos sociais. Estudos dessa essência, já foram e vem
sendo realizados em diversos países. No Brasil, encontram-se trabalhos importantes que
contribuíram e contribuem para a área da pesquisa sociolinguística realizados por Taralho
(1986), Naro (2008), entre outros linguistas. Os trabalhos já existentes fornecem o alicerce
para estudos contínuos e novas descobertas no campo variacionista. Porém, para a
investigação de determinados fenômenos linguísticos variáveis dentro de uma comunidade
linguística, é necessário que o pesquisador conheça os métodos necessários para a realização
da pesquisa sociolinguística. Para tanto, na seção seguinte, serão abordados procedimentos da
metodologia da pesquisa sociolinguística proposta por Labov.



1.1 A Metodologia da Pesquisa Variacionista

                                       O variacionismo parte do pressuposto de que a heterogeneidade
                                             manifestada na fala pode ser analisada de forma coerente.
                                                                                 (MONTEIRO, 2008).

         Desde as descobertas feitas por Labov de que há variação linguística, estudos desta
natureza ganharam ênfase, permitindo investigar e constatar variantes presentes na língua
falada. Na busca pela explicação desses fenômenos variáveis ocorrentes nas diversas
comunidades de fala, o pesquisador assume o difícil papel de integrar-se em um grupo social
ou comunidade, a qual será o seu foco de pesquisa para o estudo e análise de um determinado
elemento linguístico variável que se encontra em mudança nesse ambiente.
         Partindo do pressuposto teórico de que a língua, como um sistema heterogêneo, pode
ser analisada e sistematizada, o uso da língua por dois ou mais falantes permite a constatação
de fenômenos variantes, os quais possibilitam ao investigador coletar dados e analisá-los.
         Para toda ciência, há uma teoria e, para cada teoria, há métodos de investigação
característicos. Na teoria da variação linguística, há procedimentos metodológicos específicos
e rígidos a serem seguidos para se chegar a resultados válidos.



1
    LABOV, William. Sociolinguística: uma entrevista com William Labov. Revista Virtual de Estudos da
    Linguagem - Revel. Vol. 5, n. 9, agosto de 2007. Tradução de Gabriel de Ávila Othero.
14



       Portanto, realizar uma pesquisa sociolinguística não é tão simples como se imagina;
não é apenas perceber um determinado fenômeno variável de natureza linguística na língua
falada, estudá-lo e descrevê-lo; é necessário conhecer os métodos de investigação empírica
antes mesmo de se iniciar a pesquisa sociolinguística. Segundo Monteiro (2008), é essencial
estabelecer e observar algumas questões como: o tipo de comunidade de fala, os elementos
que irão interessar ao investigador, a quantidade de informantes necessários para a
composição da amostra e o meio para entrar em contato com os informantes.
       Ao se integrar na comunidade ou grupo social em que se percebe um fenômeno
variável, o pesquisador se depara com o problema de registrar de dados. Claro que não é
necessário coletar dados de todos que fazem parte da população para se chegar a um resultado
representativo; segundo Monteiro (2008), a primeira decisão que o investigador deve tomar
nesse sentido é a de delimitar a população de onde poderá extrair a amostra. Mas como saber
quantos informantes são necessários para a constituição da amostra?
     Neste contexto, “o tamanho da amostra dependerá da natureza linguística da variável a
ser estudada. Uma variável fonológica, por exemplo, é bastante recorrente na fala; já uma
variável sintática ocorre com menos frequência, exigindo, portanto, uma amostragem maior.”
(TARALLO, 2008, p. 28).
       Por conseguinte, o investigador já tendo delimitado a população de onde poderá
extrair a amostra, determinado quais os elementos variantes que serão investigados dentro da
comunidade, partirá para a coleta de dados, que é a principal etapa da pesquisa
sociolinguística Laboviana.
       Para configurar os princípios da pesquisa sociolinguística, Labov (1994) versa:

                        A ambição teórica da sociolingüística como ciência é construir um modelo
                        de análise que, contendo elementos especularmente relacionados aos
                        elementos da estrutura lingüística, possa demonstrar as possibilidades de
                        relacionamento entre esses elementos estruturais a partir da correlação com
                        os fatos empíricos. (LABOV, 1994, p.4).

       Para tanto, o investigador deverá pensar quais instrumentos de pesquisa serão
utilizados para a coleta de dados. De acordo com Monteiro (2008), normalmente, a
investigação sociolinguística deverá partir de registros da fala e, por isso, às vezes, é
necessário estabelecer-se um plano de entrevista direcionado.
       Um dos desafios encontrados na coleta de dados é captar a fala natural do entrevistado
visto que a presença do pesquisador pode causar um efeito negativo e ocasionar uma maior
preocupação ao utilizar a fala por parte do entrevistado, evitando, assim, as ocorrências de
15



elementos informais na fala, dificultando o trabalho do pesquisador, pois o objetivo da
pesquisa linguística na comunidade deve ser descobrir como as pessoas falam quando não
estão sendo observadas; porém, só é possível a obtenção de tais dados por meio da observação
sistemática (LABOV, 2008, p.244). Portanto, é importante, como cita Monteiro (2008), o
pesquisador ter um primeiro contato com o grupo a ser analisado, antes do registro de dados.
       Nessa linha de pesquisa, é importante ressaltar algumas técnicas para a coleta de
dados, que podem ser observações através de conversas rápidas e anônimas, ou seja, o
pesquisador não deixa claro para os informantes que irá analisar a língua tal como é falada na
comunidade; narrativas da vida pessoal do informante, método este que favorece o uso
espontâneo da fala, pelo fato de o falante não se preocupar em monitorar o seu próprio
discurso. Ademais, Labov (apud MONTEIRO, 2008, p. 87) sugere também que é válida a
obtenção de dados sistemáticos até mesmo de programas de rádio, ou de televisão,
principalmente no caso de entrevistas, palestras ou debates, sendo necessário se observar o
estilo da fala, que geralmente é mais formal do que uma entrevista face a face.
       Além dos métodos apresentados, podem ser incluídos questionários centrados nos
elementos linguísticos que estão sendo observados, testes que, segundo Tarallo (2008), irão
refletir um estilo ainda mais pensado, mais intencional que um dado não-natural como o da
entrevista, pois será lembrado ao informante que preste muita atenção a questões de
linguagem que refletirão a avaliação dada pelo informante às variantes.
       Indo um pouco mais além das questões da linguagem, segundo Monteiro (2008), a
metodologia proposta por Labov não se limita à análise das estruturas linguísticas; há
métodos de coleta de dados em que se apresentam variantes condicionadas por fatores de
ordem social, que funcionam como símbolo de identificação na comunidade e, quando
estigmatizadas, chegam a produzir sentimentos de inferioridade linguística. Neste caso,
podem ser utilizados testes para medir o grau de aceitabilidade ou grau de insegurança
linguística, que permitam ao informante considerar as formas presentes na fala que
consideram mais corretas.
       A partir dessa árdua investigação, o investigador perceberá alguns elementos centrais,
seja de ordem social ou linguística, que permitirão o levantamento de hipóteses que, por sua
vez, irão ser comprovadas ou não após a análise de dados, etapa final da pesquisa
sociolinguística.
       As hipóteses de trabalho serão dadas pelo levantamento de todos os contextos ou
fatores que potencialmente influenciam a realização de uma variável, de uma ou de outra
16



forma, e decorrerão consequentemente das entrevistas (ou de outros métodos utilizados) feitas
com os informantes. (TARALLO, 2008, p. 36).
       Realizada a coleta de dados, a próxima etapa da pesquisa consiste em descrever os
dados e analisá-los. Para isso, o investigador deve selecionar o conjunto de dados para a
análise e fazer o levantamento e a transcrição dos dados. Para o procedimento de análise dos
dados, há, por exemplo, o GoldVarb 2001, uma versão para ambiente Windows do pacote de
programas VarbRul - do inglês Variable Rules Analysis, “um conjunto de programas
computacionais de análise multivariada, especificamente estruturada para acomodar dados de
variação sociolinguística” (GUY; ZILLES, 2007, p. 105).
       Ao optar pela análise feita a mão, o pesquisador terá a árdua tarefa de descrever os
dados e interpretá-los e, somente através da correlação entre fatores linguísticos e não-
linguísticos, esse pesquisador terá um melhor conhecimento de como a língua é usada e de
que é constituída”. (TARALLO, 2008, p.62)
       Cabe salientar um aspecto quanto aos métodos utilizados para a coleta de dados,
abordados nesta seção. O investigador deve selecionar aqueles que ele acredita que são
eficazes na sua pesquisa, relacionados com aos aspectos sociais que influenciam a variação
linguística que está sendo investigada e com os elementos linguísticos a serem analisados nas
comunidades linguísticas.
17



                                           CAPÍTULO II
            VARIAÇÕES DE CONCORDÂNCIA VERBAL NA LÍNGUA INGLESA




                                       "Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio
                                               e, ainda num só local, apresenta um sem-número de
                                                                diferenciações”. (CUNHA, 1975).


          A variação sintática gira em torno das diversas relações entre os núcleos de uma
oração (substantivo e verbo) e os outros elementos gramaticais (artigos, adjetivos, objetos,
complementos, conjunções, preposições etc.), além das relações das frases entre si, que
permitem a formação de diferentes sentenças contendo um mesmo significado. Como
exemplo, vejam-se as sentenças em (1):


    (1)
   a) Don’t nobody want no tea.
   b) “Nobody wants tea” or “There isn’t anybody who wants tea”
   c) Nobody don’t want no tea.
   d) “Nobody wants tea”


          Lisa Green (2007) releva a variação linguística considerando a sintaxe de dialetos em
inglês e o uso não padrão da língua inglesa a partir dos fatores sociais, analisando diversas
comunidades linguísticas do idioma inglês, em que estão presentes diferentes estruturas
gramaticais.
          Segundo Green, a teoria sintática procura estudar os princípios que explicam as
construções gramaticais. Pesquisas realizadas em diversas comunidades da fala que têm como
língua oficial o inglês observaram variações sobre as propriedades sintáticas.
          A concordância verbal é um fenômeno variável que se realiza através de duas
alternativas semanticamente equivalentes, observando, desta forma, a presença da marca de
concordância do verbo ou da ausência desta marca de concordância.
          Na língua inglesa, a relação de concordância verbo-nominal tende a assumir diferentes
formas na medida em que o verbo se adapta ao sujeito da oração. Como exemplo, pode-se
observar a variação da forma do verbo BE (ser/estar), que muda de acordo com os traços de
número e pessoa, refletidos no sujeito sintático da oração empregado na oração.
18



         Vejamos os exemplos em (2):
   (2)
         a) The children were happy.
         b) The child was happy.
         c) The children was happy.


         Nos exemplos (2a) e (2b), uma variação de forma exibida pelo verbo BE para
estabelecer concordância com o sujeito THE CHILDREN/CHILD, estando de acordo com a
norma padrão. Porém o fato de a sentença (2c) não estar em conformidade com a norma
padrão não significa que esta oração não seja uma variação aceitável. A mensagem da frase
não foi perdida, e pode ser perfeitamente aceitável por falantes de determinadas comunidades.
         Essas variações, em muitos dialetos, são aceitas de forma natural e sem nenhum
constrangimento linguístico. Já em outros, essas variações são tidas como uma característica
marcante de um determinado contexto cultural, histórico e social que serve para diferenciar
essas comunidades de outras.
         Outra pesquisa que comprova a existência de variação de concordância verbal no
inglês é a realizada por Cheshire (2006). Essa autora relata uma pesquisa realizada com 16
adolescentes britânicos de idades entre 11 e 16 anos, idade em que, segundo Naro (2008), o
indivíduo está mais apto a adquirir certas formas faladas.
         Inicialmente, foi analisado o comportamento de cada indivíduo quanto aos aspectos
sociais da cultura local (o grau de escolaridade, a classe social) e aos fatores linguísticos. Com
base nestes aspectos, os adolescentes foram divididos em 4 grupos de acordo com o índice da
cultura popular. O grupo 1 foi composto de meninos que se assujeitam fortemente às normas
da própria língua e cultura, enquanto os meninos no grupo 4 não tiveram praticamente
nenhuma característica da cultura popular. Os grupos 2 e 3 eram intermediários no que
concerne à sua adesão à cultura popular. Na sequência, foi analisada a frequência com que
cada um dos quatro grupos de rapazes usou formas de concordância não padrão.
         Os dados apresentados pela autora mostram uma variação de concordância verbal no
uso da primeira pessoa do plural (We). Como se percebe no exemplo (3) abaixo, o sujeito
apresenta uma concordância não padrão na claúsula (3a), e na sentença (3b) concorda sujeito
e verbo segundo à norma padrão.


   (3) verbal –s:
   (3a) we goes shopping on Saturdays
19



   (3b) we go shopping on Saturdays


       É importante notar que as formas padrão e não padrão têm o mesmo significado
referencial e a mesma função gramatical, sendo assim, as sentenças (3a) e (3b) não diferem
em significado.
       De acordo com a pesquisa de Cheshire o indicador mais sensível é não padrão (verbal-
s), que ocorre muito freqüentemente na fala dos meninos do grupo 1 (aqueles que mais se
assujeitam às normas linguísticas da sua comunidade) e cada vez menos freqüente no discurso
dos grupos 2, 3 e 4. Sendo assim, o recurso lingüístico não padrão (verbal-s) funciona como
um poderoso indicador de lealdade vernacular.
       Segundo a autora, o mesmo ocorre nos exemplos que se seguem abaixo, com o verbo
HAVE e o auxiliar DO. O grupo 1 utiliza com mais frequência as formas exibidas nas
sentenças (4a ) e (5a ), pelo fato de estarem mais presentes em seu contexto cultural.


   (4) has
   (4a) we has a little fire, keeps us warm
   (4b) we have a little fire, keeps us warm


   (5) auxiliary DO
   (5a) how much do he want for it?
   (5b) how much does he want for it?


       De acordo com Cheshire, esse uso do grupo 1 aconteceu em decorrência da pouca
frequência desses sujeitos na escola e pelo fato de não apresentarem um envolvimento com a
cultura do contexto escolar. Quanto aos grupos 2, 3 e 4, houve uma predominância do uso das
formas apresentadas em (4b) e (5b). Para a autora, esse fato se justifica pelo contexto social
em que os alunos desses grupos estão inseridos. Esses sujeitos frequentam a escola
regularmente e se envolvem no contexto escolar, onde os professores fazem uso apenas das
formas padrão.
       Assim, a autora conclui que, quando se estar analisando os aspectos sociolinguísticos
da variação sintática, precisamos levar em conta não apenas de funções gramaticais, mas
também o contexto sócio-histórico-cultural. Deste modo, a análise da variação sintática nos
fornece uma gama de perspectivas intrigantes e complexas sobre como os falantes usam a
linguagem para criar significados sociais.
20



       Nessa mesma linha de pesquisa podemos cita os trabalhos de Parrott (2001), que
objetiva fornecer os primeiros esboços de uma visão mais geral da variação de concordância
verbal ocorrentes na Smith Island. Os dados apresentados no seu trabalho advêm de uma
pesquisa sociolingüística realizada na Smith Island nos anos de 1999 e 2000. Os entrevistados
eram do sexo feminino e todos nascidos e criados na Ilha com idade entre 13- 90 anos.
       Dentre os fenômenos variantes encontrados em seus dados, Parrott deteve-se na
variação de concordância verbal envolvendo a cópula BE e o auxiliar DO com polaridade
negativa. As sentenças mostradas em (5) e (6) abaixo ilustram o tipo de variação encontrado.


   (6) She weren't there.
   (7) It don't matter


       Em (6), o sujeito pronominal SHE aparece com o verbo BE no passado na forma
WEREN’T. Em (7) o sujeito pronominal IT concorda com o auxiliar DO. De acordo com os
dados coletados por Parrott, este tipo de variação é utilizado com muita frequência e aparece
praticamente a todo o momento na fala dos entrevistados, tanto nas falantes de meia-idade
quanto na fala das adolescentes.
       O autor salienta que, com os sujeitos no plural não ocorre este tipo de variação, ou
seja, nas sentenças em que os sujeitos apareciam no plural encontram-se sentenças de acordo
com a norma padrão.
       Para o autor, seus estudos sugerem que o sistema de concordância verbal, na Smith
Island, está dividido em duas partes; os verbos de negação e os verbos não negativos.
Segundo ele, cada parte do sistema é afetado por formas diferentes de variação, que se dão
paralelamente e envolvem os níveis de concordância.
       Outro trabalho sobre variação entre sujeito e verbo no inglês que merece destaque é o
desenvolvido por Cheshire e Fox (2009), que estudaram a variação do uso de WAS e WERE
em comunidades linguísticas.
       A pesquisa foi realizada no interior e na área externa de Londres em duas localidades,
em Hackney e Havering, com o objetivo de investigar o inglês falado por adolescentes de
idade entre 16-19 anos e idosos nascidos e criados nessas localidades, levando em conta os
aspectos sócio-históricos. Segundo as autoras, trata-se de locais que refletem o
multiculturalismo, assim como o multilinguismo, o que torna ainda mais possível encontrar
uma multiplicidade de variantes.
21



         A análise de resultados foi desenvolvida a partir de fatores linguísticos, tais como,
polaridade, tipo de assunto, ordem das palavras e tipo de cláusula (interrogativas, declarativas
ou marca) e fatores extralinguísticos como idade, sexo e etnia. Os resultados mostraram que,
em contextos de polaridade positiva, é mais frequente o uso não padrão de WAS e o uso
padrão de WERE na fala dos adolescentes das duas comunidades Londrinas. É importante
destacar, que nos resultados apresentados, o uso não padrão de Was entre os adolescentes de
Havering (58%), consideravelmente maior que entre os adolescentes de Hackney (42,4%). Na
fala de idosos, constatou-se que no interior de Londres 51.5% utilizam a concordância não
padrão de WAS, e somente 19.2% entre os falantes da área externa de Londres utilizam essa
forma.
         Com relação à polaridade negativa, Cheshire e Fox ressaltam que se trata de um
fenômeno igualmente complexo em Londres. Os resultados mostram que o índice do uso não
padrão de Weren’t vem aumentando na fala de adolesentes, mostrando 41% de uso por
adolescentes no interior de Londres e 69% de uso por falantes fora de Londres, sendo que a
maior parte dos falantes que fazem uso dessa variante são do sexo feminino.
         Um aspecto importante relatado nos trabalhos desses autores é o fato de que a variação
de concordância verbal pode ocorrer em todos os países em que há falantes do inglês, o que
parece indicar que esse fenômeno está sujeito à influência de fatores linguísticos e sociais, já
que depende do contexto social em que o sujeito falante está inserido, e influencia o modo de
expressão desse falante e nos seus diversos grupos sociais.
         Trazendo essa realidade para o ensino de inglês como segunda língua, é indispensável
que o aprendiz tenha contato com essas variantes durante o processo de aprendizagem, para
que ele possa fazer uso destas em contextos diversos de comunicação.

2.1 A Variação e o Ensino de Língua Inglesa

         Durante décadas, o ensino de língua inglesa, nas escolas do Brasil, esteve (ou ainda
está) centrado no ensino de regras da gramática tradicional. Tal método de ensino não se
preocupa em trabalhar as variações existentes na língua. Em consequência, o aprendizado se
reduz em uma forma mecânica de adquirir regras gramaticais.
         Segundo Bagno (2007), os PCN publicados em 1997 reúnem novas propostas para
renovação no ensino de línguas. Nas palavras do autor; “Os PCN introduziram alguns
conceitos até então pouco conhecidos na prática docente, conceitos provenientes de uma
disciplina relativamente nova dentro dos estudos da linguagem, a Sociolinguística”. (p. 28).
22



       Para além das regras da gramática tradicional ensinada nas escolas, atualmente com as
novas propostas de ensino da língua inglesa, os professores procuram desenvolver as quatro
habilidades, ler, escrever, ouvir e falar, com a finalidade de fazer com que os alunos utilizem
a língua na sala de aula, para isso, é bastante utilizado o método comunicativo. Porém esse
trabalho com a LI tem sido feito pautado nas regras da norma padrão. Mas por que não incluir
as variações linguísticas no ensino de Língua Inglesa? Será que o ensino voltado apenas para
a norma padrão linguística está capacitando o aluno a utilizar a língua estrangeira nos mais
diversos contextos?
       O professor pode mostrar ao aluno não uma única forma de uso linguístico, e sim as
várias formas que podem ser usadas em diferentes comunidades linguísticas. Principalmente
na abordagem comunicativa de ensino, “é importante que o professor trabalhe as variações
linguísticas na sala de aula, uma vez que o seu papel é capacitar o aluno para o uso da
linguagem apropriada, adequada à situação em que ocorre o ato da fala e ao papel
desempenhado pelos participantes”. (LEFFA, 2001 apud RODRIGUES, 2005, p. 31)
       Apesar da renovação das propostas de ensino, com o advento dos PCN, a
sociolinguística pouco foi adequada à prática no ensino de línguas, talvez muitos dos
professores de línguas ainda acreditem no velho mito de que as variações ocorrentes no uso da
língua são “erros” linguísticos; e, com isso, surge o preconceito lingüístico, que impede o
professor de aceitar e, por conseguinte, de ensinar essas variações na escola. Antes de
responder às questões levantadas acima, é interessante abordar rapidamente por que as
variantes linguísticas são consideradas formas “incorretas” na prática linguística.
       Segundo Bagno (2007, p. 19), “a noção de erro nasce, no mundo ocidental, junto com
as primeiras descrições sistemáticas de uma língua especifica, a língua grega”. O autor relata
que, com a formação do grande império formado pelas conquistas de Alexandre, a língua
grega tinha se tornado o idioma internacional, com isso surgiu a necessidade de se criar um
padrão uniforme para superar as diferenças regionais e sociais; e esta foi apreendida pelos
filólogos, que constituíram uma norma unificada, um padrão linguístico único e correto que
serviu até hoje de modelo para a sociedade.
       Veja-se que um padrão linguístico estabelecido no século III a.C ainda é seguido até
os dias atuais, e pior, ensinado nas escolas até hoje, deixando excluídas as formas linguísticas
utilizadas pela maior parte da população. Segundo Fiorin, “se observarmos alguns fatos do
português contemporâneo, verificaremos que as formas consideradas "erradas" são frequentes,
mesmo na fala de pessoas cultas, ocorrendo de forma bastante variável em alguns casos.”
(2002, p.20)
23



       É exatamente esta noção de “erro” que impede que os professores ensinem a língua tal
como é falada pelas comunidades. No caso do inglês especificamente, os estudantes, desde o
ensino fundamental e até mesmo na Universidade, estudam a língua puramente sobre seu
aspecto formal.
       Portanto, deve-se sim, ensinar as variantes, seja padrão, não padrão, estigmatizadas ou
não, na sala de aula. O estudante deve conhecer tais formas, pois poderão fazer uso destas em
diferentes contextos. Como abordado nos Parâmetros Curriculares Nacionais, “a questão da
variação linguística em Língua Estrangeira pode ajudar não só a compreensão do fenômeno
linguístico da variação na própria língua materna, como também do fato de que a língua
estrangeira não existe só na variedade padrão, conforme a escola normalmente apresenta”.
(PCN, 1998, p. 20)
       Assim, caberia às instituições de ensino trabalhar as variedades da língua estrangeira,
permitindo que o aluno tenha contato com elas, possuindo conhecimento necessário para
saber em quais contextos utilizá-las. Visto que as variedades linguísticas constituem uma
realidade nas interações sociais, o ensino de língua inglesa não deve ser restringido somente
ao ensino da norma padrão, pois esta não é a única forma de manifestação linguística.
       Para que as variações linguísticas sejam trabalhadas em sala de aula, é necessário que
haja uma mudança no comportamento do próprio professor, assim como a inclusão da
sociolinguística no processo de formação do docente para que o mesmo tenha consciência de
que não existe uma única forma correta de se dizer algo, tanto na língua materna, quanto na
língua estrangeira.
24



                             CAPÍTULO III: METODOLOGIA




       A proposta metodológica do presente trabalho consistiu na pesquisa de campo que teve
por finalidade coletar dados sobre a aceitabilidade da variação de Concordância Verbal por
alunos do Curso de Letras/Inglês do Departamento de Educação – Campus XIV da UNEB. Ou
seja, neste trabalho, foram apresentadas para esses informantes produções linguísticas que
envolviam variações de concordância verbal socialmente significativas em seu contexto de
fala, e foi solicitado que eles indicassem as formas que utilizam normalmente.
       A Língua Inglesa tem um grande número de falantes não nativos que estão espalhados
em diversos países, fator esse que contribui para consideráveis variações fonéticas, léxico-
semânticas e morfossintáticas.
       Os falantes não nativos geralmente aprendem/adquirem a LI em contextos formais de
ensino. Desta forma, o que se espera é que estes sujeitos utilizem majoritariamente as
estruturas do inglês conforme o padrão gramatical. Por outro lado, é possível que um número
considerável desses aprendizes tenha contato com falantes nativos com o objetivo de
aprimorar a língua inglesa, através do skype ou outros meios tecnológicos, ou até mesmo da
participação de grupos de conversação, cursos de idiomas etc., o que os colocam em um
ambiente propício para adquirir certas formas linguísticas variantes.
       Dessa forma, o presente trabalho buscou avaliar, de forma qualitativa e quantitativa, a
aceitabilidade de variação na concordância verbal existente na Língua Inglesa por estudantes
de Inglês como Língua Estrangeira. Nessa empreitada, buscou-se comparar a aceitabilidade
dessas formas variáveis entre os aprendizes de língua inglesa com a aceitabilidade desses
fenômenos por falantes nativos do idioma inglês, com o intuito de perceber se as diferentes
formas de aquisição/aprendizagem da língua influenciam a aceitabilidade das formas
variáveis.
    Assim, esta pesquisa se configura como uma investigação etnográfica já que se baseou em
dados obtidos a partir da aplicação de questionários que tiveram como objetivo apontar as
formas de concordância que são consideradas mais corretas pelos sujeitos arrolados.


3.1 Sujeitos


       Os sujeitos participantes da pesquisa para primeira parte da análise são 3 falantes
nativos do idioma inglês, dois deles são frequentadores da Igreja Jesus Cristo dos Santos dos
25



Últimos Dias de Conceição do Coité, de origem americana, um outro informante é de origem
inglesa, residente em Londres. Os dados que foram coletados desses informantes nativos
serviram como base para subsídio desta pesquisa visto que já existem materiais que
comprovam o uso de variações de concordância verbal por falantes nativos de língua inglesa.
       Os informantes que foram o foco de estudo desta pesquisa são 36 estudantes do Curso
de Letra/Inglês da UNEB – Departamento de Educação – Campus XIV, do II e VIII semestres.
       Todos os estudantes participam do mesmo ambiente de ensino, porém se prevê que
cada um tenha suas particularidades quanto ao aprendizado do idioma e seu uso. Por isso, esta
pesquisa buscou investigar se é possível a aceitação por parte desses sujeitos de estruturas
sintáticas que divergem da forma padrão.


3.2 Instrumentos selecionados para a coleta de dados


       Os instrumentos para a coleta de dados foram selecionados com base na metodologia
da pesquisa variacionista utilizada por autores como Tarallo (2007), Monteiros (2008),
Mollica e Braga (2008), e a partir de pesquisas variacionistas sobre a variação de concordância
verbal utilizadas por falantes nativos de língua inglesa como os trabalhos de Green (2007),
Cheshire (2006) e Parrott (2001). Esses textos serviram de base para a composição dos testes
de percepção e questionários. Portanto, cabe delinear cada um dos instrumentos selecionados
para a constituição dos dados.


3.2.1 Aplicação de Testes


       Tarallo (2007) sugere testes que podem ser utilizados na pesquisa sociolinguística, que
diferem segundo a natureza da variável: o teste de percepção e o teste de produção. Como,
neste trabalho, o objetivo foi testar a aceitabilidade da variação de concordância verbal, o teste
foi montado com o objetivo de percepção, ou seja, foi solicitado do informante que se
manifestasse em relação à aceitabilidade de alguns enunciados.
       Este teste foi composto de 20 sentenças; algumas exibiam concordância verbal
conforme a norma padrão e outras, não padrão. Essas sentenças foram retiradas de pesquisas já
existentes na língua inglesa as quais foram abordadas no capitulo II deste trabalho. Este
instrumento objetivou levantar dados sobre o julgamento dos sujeitos participantes desta
pesquisa de estruturas com concordância verbal não padrão da língua inglesa. Falantes nativos
26



também foram submetidos a esse teste. O objetivo foi comparar os julgamentos desses dois
tipos de falantes do inglês.
        Labov (1972 apud MONTEIRO, 2008) sugere uma série de testes formais para se
aferir que atitudes os falantes mantêm em relação à linguagem. Para este propósito, foi
constituído para este trabalho um teste de atitude linguística com seis questões, as quais se
referem ao sentimento linguístico do sujeito quanto ao uso da sua linguagem.


3.2.2 Aplicação de questionários


        Além desses testes, foi elaborado um questionário que visa investigar os fatores sociais
que influenciam a aceitabilidade das variações de concordância verbal por aprendizes de
língua inglesa. O questionário foi composto de seis questões voltadas para a investigação
sobre os contextos em que os aprendizes têm contato com tais variantes, visto que se defende a
hipótese de que muitos aprendizes aprendem/adquirem a LI em outros contextos fora da
Universidade, sendo possível, assim, o contato com falantes nativos e, consequentemente, o
uso de variações.


2.3 Caracterização das variáveis


        Considerando-se trabalhos já existentes em relação às variações linguísticas do inglês,
e tendo como foco os elementos de variação de concordância verbal, foram selecionadas as
variáveis dependentes e independentes para a elaboração dos testes que serviram para a análise
de aceitabilidade destas formas linguísticas por alunos de língua inglesa como segunda língua
e por falantes nativos. Torna-se relevante agora caracterizar essas variáveis.


I Variável dependente
       Presença de concordância
   (8) a. you were outside.
        b. There are lots of people in the room.


       Ausência de concordância
   (9) a. you was outside.
        b. There is two boys running.
27




        Nos trabalhos de Green (2007), por exemplo, é comprovada a existência de formas
variantes com o verbo BE no tempo presente (is/are), que podem apresentar + ou –
concordância em relação ao sujeito. Neste caso, o uso do IS encontra-se em variação, podendo
ocorrer em sentenças com o sujeito no plural, já o uso de ARE é mais frequente nas formas
padrão.


II Variáveis independentes linguísticas


1. Tempo verbal
      Pres. Ind.
(10) The children is sad.
      Passado
(11) The children was happy.


        Nas pesquisas realizadas por Cheshire e Fox (2006), observamos a ocorrência de
variação no passado do verbo BE (Was/Were). Os resultados mostraram que, em contextos de
polaridade positiva, é comum o uso não padrão de WAS e o uso padrão de WERE; já com
relação à polaridade negativa, constatou-se que é frequente o uso de WEREN’T nas formas
não padrão e o uso de WASN’T nas formas padrão. Sendo assim, foram selecionadas as
sentenças listadas abaixo:


2. Polaridade da sentença
a.    Afirmativa
(12) They were still like partying hard.
(13) The women was making a dinner
b.    Negativa
(14) She weren’t there.
(15) I wasn't there.


        Portanto, nas sentenças apresentadas, há a presença de + concordância verbal no uso de
WERE nas sentenças afirmativas, já nas sentenças negativas há - concordância com a
utilização de WEREN’T. Em relação à utilização de WAS em frases negativas, nota-se que há
28



variação quanto à concordância com o sujeito, enquanto, nas frases afirmativas, não há a
presença desta variação.
       Além dessa variação com o verbo BE, nota-se o uso de variantes no uso do verbo
auxiliar HAVE; é frequente o uso de HAS com o sujeito no plural, enquanto o uso de HAVE
se dar apenas nas formas padrão. Esses dados encontram-se nas pesquisas realizadas por
Cheshire(2006).
       Ademais, um outro fenômeno variável da língua inglesa discutido na literatura (Cf.
Parrott, 2005, Green, 2007, Cheshire, 2006), é o uso dos auxiliares DO/DOES nas formas
interrogativas e negativas. Encontra-se em variação o uso de DO com o sujeito na terceira
pessoa, já o DOES é utilizado apenas na forma padrão; as sentenças listadas abaixo
demonstram tais usos.


3. Presença/ausência de forma variável contraída ao NOT


(16)       It don’t matter.
(17)       How much do he want for it?


       Cabe salientar o uso variável do morfema flexional verbal ‘s’: Segundo Cheshire
(2006), o ‘s’ pode ser acrescentado ao verbo com sujeitos no plural na língua falada, como nas
sentenças abaixo:


4. Variável do morfema flexional verbal ‘s’
(18)       The girls likes pizza.
(19)       The patatoes looks awful.
(20)       Only two apples seems to be left.


       Dessa forma, os fenômenos variantes analisados pelos autores acima citados servirão
de base para a constituição dos questionários para a coleta de dados. Além disso, foram
compostos testes que buscaram investigar os elementos sociais que podem influenciar no uso
destas variantes, tanto dos sujeitos nativos quanto dos aprendizes de língua estrangeira.
29



III Variáveis independentes sociais


       Além dos elementos estruturais, foram utilizados métodos que buscaram investigar os
fatores sociais que influenciam no uso das estruturas variáveis aqui apresentadas, tais como
idade e atitude ao comportamento linguístico.


1. Tipos de falantes
       Indica fatores referentes aos participantes da pesquisa, se é falante nativo ou aprendiz
de inglês como língua estrangeira.


a. Falantes nativos
       A atitude linguística do falante foi o foco de investigação deste grupo, pois a análise se
deteve na aceitação das formas linguísticas não padrão, assim como nas atitudes linguísticas
do falante referentes a variantes linguísticas da sua própria língua.


b. Aprendizes de inglês como língua estrangeira
       Estes sujeitos caracterizam-se como foco do trabalho, portanto, buscaram-se métodos
de investigação dos diversos fatores sociais que poderiam influenciar no uso ou aceitação das
variantes investigadas, como; grau de uso da língua, idade, sexo e atitude linguística.
30



                             CAPÍTULO IV: ANÁLISE DE DADOS



       Este capítulo consiste na apresentação da análise dos dados levantados. Inicialmente,
torna-se relevante descrever os dados obtidos através de testes aplicados cujo objetivo foi
investigar o uso das variantes linguísticas e atitudes linguísticas de falantes nativos da língua
inglesa por meio de uma metodologia de cunho qualitativo.


4.1 Variações de Concordância Verbal utilizadas por Falantes Nativos


       Como já foi mencionado os dados aqui analisados foram obtidos através da aplicação
de testes de percepção e um teste de atitude lingüística. Primeiramente, serão analisados os
dados obtidos pelos informantes de origem americana, frequentadores da Igreja Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias, pelo fato de haver semelhanças quanto ao julgamento do uso das
variantes linguísticas, assim como às atitudes linguísticas apresentadas por esses falantes.
       O pensamento desses sujeitos sobre a sua própria fala reflete um certo preconceito
quanto ao uso das variações linguísticas. Segundo esses falantes, eles fazem ou tentam fazer
uso de uma linguagem mais ‘intelectual’ e tentam não cometer ‘erros’ quando fazem uso da
língua falada. Tal postura pode ser percebida nas respostas para a pergunta: “What do you
think about your own speech?


(21) a. – I like it. I find that my form of speech to be very expressive, others have told me it
sound ‘intellectual’ or ‘educated’. (E.R, Ohio, USA)
     b. – (…)“I was raised speaking English correctly, my parents always corrected me when
I made a mistake so I hope my speech is good”. (E.R, Las Vegas, USA)


       Outras questões solicitam que esses informantes de origem americana analisem se eles
consideram incorretas algumas formas de variações de concordância verbal, tais como essas
apresentadas em (20).


(22) a. She weren’t there.
     b. It don’t matter.
      Um deles apresenta a seguinte informação:
31



(23) “I don’t use them, except by accident. Usually when I decide on a better way to express
an idea in the middle of saying the sentence”. (E.R, Ohio, USA).


      Observa-se que o falante admite que faz uso dessas variantes, mas ainda remete
preconceito quanto a essas formas linguísticas.
          O informante E.R (USA), apesar de ter apresentado um julgamento de inferioridade em
relação às variantes lingüísticas não padrão, quando foi solicitado que se pronunciasse quanto
ao uso destas em algumas situações, assinalou que se sente mais confortável utilizando o
inglês não padrão:


(24) “Well I don’t really think anyone speaks ‘Standard English’everybody just speaks English
like everyone else just some people speak more correctly”.


          No entanto, nos testes de percepção em que se apresentavam as variantes nas formas
padrão e não padrão, os dois sujeitos de origem americana julgaram apenas fazer uso das
formas do inglês padrão.
          Ao analisar os dados obtidos pelo informante P.S (London, UK), nota-se que esse
sujeito não apresenta nenhum sentimento de preconceito linguístico quanto ao uso das
variantes e que ele faz uso destas em diversos contextos. Ao perguntar se o informante utiliza
as variantes não padrão do inglês, ele apresenta a seguinte resposta:


(25) “Yes, depends on who I’m talking to.” (P.S, London, UK).


          Voltando especificamente para as variantes de concordância verbal, ao se aferir se o
falante britânico considera incorretas as sentenças em (22), ele expressa a seguinte ideia:


(26) “No. Depends on who you are talking to or which situation”.


          Em relação a se ele se sente mais confortável utilizando o inglês não padrão, P.S
afirma:


(27) “Yes, when I’m with my friends. It’s just a way of cutting down long sentences and go
straight to the point.”
32



       Nos testes de percepção, o informante de origem britânica afirmou que faz uso de
diferentes formas de variação de concordância verbal, tais como as sentenças em (28) abaixo.


(28) a. Only two apples seems to be lefts.
     b. She weren’t there.
     c. It don’t matter.


       Contudo, todos os sujeitos nativos participantes desta pesquisa fazem uso das variantes
linguísticas, até mesmo aqueles que apresentam um grau de preconceito em relação ao uso
dessas variantes, como demonstrados no exemplos (21), (23) e (24), pois a língua é
diversificada e influenciada por aspectos sociais de diversas comunidades linguísticas.


4.2 Aceitabilidade das formas variantes de Concordância Verbal por aprendizes de
    Língua Estrangeira


       A Sociolinguística qualitativa “tem por objetivo investigar o caráter social e a função
social da linguagem, bem como as suas respectivas repercussões no comportamento dos
indivíduos”. (PAULA, 2008, p. 26). Sendo assim, esta pesquisa buscou, além de verificar se os
aprendizes de inglês como língua estrangeira fazem uso das variantes de concordância verbal,
observar se estes apresentam preconceitos linguísticos quanto ao uso destas variantes.
       Visto que os sujeitos participantes desta pesquisa foram estudantes do II e VIII
semestres do curso de Letras com Habilitação em língua inglesa da UNEB – Campus XIV
torna-se relevante uma análise processual por turma levando-se em conta os diversos fatores
de investigação (linguísticos e sociais) que podem influenciar no uso das variantes de
concordância verbal e a aceitabilidade dessas variantes.


4.2.1 Estudantes de língua estrangeira do II semestre: do conhecimento linguístico ao uso
        das variantes


        Os sujeitos contribuintes para esta primeira análise são 17 estudantes de língua inglesa
do II semestre de Letras com Inglês. Levando-se em conta as diferentes formas de contato/uso
da língua pelos participantes, torna-se necessário a divisão de (3) grupos, os quais buscam
aprender a língua em diferentes contextos, fator este que influencia o uso ou não das variantes
linguísticas.
33



4.2.1.1 Grupo (1) Uso do Skype/ Redes Sociais


       O Skype é uma tecnologia que permite a transmissão de sinais de voz pela Internet
através da qual o aprendiz pode se comunicar com falantes nativos; assim como outros meios
tecnológicos, como redes sociais, comunidades e sites, que permitem aos aprendizes aprender
uma língua estrangeira através do contato com a própria língua alvo. Acredita-se que por meio
dessas tecnologias, o sujeito está mais apto a adquirir variantes presentes na língua falada.
       O grupo (1) é composto de (5) informantes que fazem uso destes recursos e estudam
inglês há aproximadamente 4 anos, a faixa etária varia de 18 a 27 anos e fazem uso do skype
ou redes sociais e comunidades de idiomas semanalmente ou mensalmente. Todos os sujeitos
deste grupo julgam que tentam fazer uso da forma padrão optando pelo inglês
gramaticalmente correto. Isso ocorre pelo fato de a Universidade trabalhar apenas com a
forma padrão.
       Por outro lado, esses aprendizes estão também expostos a um ambiente (Skype ou
outras ferramentas da internet) em que se deparam com variantes linguísticas. Dois desses
informantes dizem que não aplicam variantes presentes na fala; no entanto, não apresentam
preconceito algum quanto à utilização dessas variantes e respeitam o uso destas por diferentes
grupos sociais. Outros três informantes pertencentes a este grupo consideram que aplicam as
variantes na língua falada.
       No que concerne ao teste de percepção em que apresentam sentenças nas formas
padrão e não padrão misturadas entre si, todos esses informantes julgam fazer uso de variantes
linguísticas de concordância verbal, o que será mostrado no tópico 4.2.2.


4.2.1.2 Grupo (2) Curso Livre


            Um número considerável de alunos recorre a um curso de idiomas para conseguir
uma melhor proficiência na língua estrangeira. Dentre os sujeitos desta pesquisa, cinco
estudantes participam de grupos de conversação oferecidos por cursos livres; três desses
informantes afirmam que fazem uso de variantes linguísticas. Segundo um destes sujeitos:


(29) “Por que no próprio processo de aprendizagem nós adquirimos tudo que nos é passado,
então quando pratico inglês no cursinho acabo usando essas variantes” (M. S., II semestre).
34



            Este grupo apresenta uma faixa etária entre 21 a 28 anos e estudam a língua há
mais de 2 anos. Os sujeitos deste grupo estão em processo de aprendizagem do idioma inglês
e julgam estar no nível básico, exceto um deles que diz apresentar um inglês gramaticalmente
correto.
             Apesar de afirmarem fazer uso das variantes linguísticas, na questão 3 do teste de
atitude linguística em que se pergunta se eles consideram 'incorretas' certas estruturas usadas
no idioma Inglês, como She weren't there e It don't matter todos os aprendizes deste grupo
julgam incorretas as estruturas, pois analisaram do ponto de vista na norma padrão da língua.


4.2.1.3 Grupo (3): Uso da língua estrangeira na Universidade


           Este grupo de estudantes, composto por sete aprendizes, faz uso da língua apenas
no ambiente de aprendizagem da própria Universidade. Levando-se em conta que deste
ambiente participam diversos sujeitos que fazem uso das variantes linguísticas, cinco destes
estudantes disseram fazer uso destas estruturas em conversas com os colegas na própria
Universidade e apenas dois afirmaram que não aplicam nenhum tipo de forma não padrão na
língua falada.
           Um outro dado importante encontrado nos resultados desses sujeitos foi a falta de
preocupação em utilizar a forma correta. Isto pode ser explicado pelo fato de eles terem ainda
pouco conhecimento em relação às formas gramaticais, preocupando-se principalmente em
comunicarem-se na língua e serem entendidos. Cinco desses aprendizes fazem uso da língua
há apenas 6 meses enquanto outros dois estudam a língua acerca de 3 anos.
            Voltando-se para o teste de Atitude linguística, quanto ao julgamento das
estruturas não padrão, se percebe que os informantes apresentam conhecimento sobre a
existência das variações linguísticas, pelo fato de emitirem que consideram incorretas as
estruturas não padrão apenas do ponto de vista gramatical.


4.2.2 Teste de aceitabilidade das variantes por aprendizes do II semestre


           Neste quesito, no que se refere aos aprendizes de inglês como língua estrangeira do
II semestre, a análise dos dados nos mostra que os sujeitos fazem uso de algumas estruturas
de variação de concordância verbal na língua falada, não emitindo preconceito quanto ao uso
dessas estruturas.
35



          Dessa forma, serão demonstradas aqui as estruturas mais utilizadas por estes
grupos, assim como a porcentagem de alunos que as utilizam, levando-se em conta que o
numero total de participantes foram 17 estudantes.


                    Gráfico 1: Variável verbo to be no presente do indicativo.




           A sentença acima apresenta um grau menor de concordância entre o sujeito the
children, que está no plural, e o verbo is que se apresenta no singular; uma forma variante
utilizada por 53% dos estudantes do II semestre do curso de língua inglesa.


                        Gráfico 2: Variável morfema flexional verbal –s.




       Na sentença acima, a concordância verbal não segue o padrão linguístico. O sujeito the
girls está na 3ª pessoa do plural, mas o verbo está seguindo a regra de concordância de 3ª
pessoa do singular (he, she, it), marcado pelo morfema –s. No entanto, esta forma é aceita por
76% dos informantes do II semestre.
36



              Gráfico 3: Variação no passado do verbo to be (were) polaridade negativa.




         A estrutura apresenta uma variação de concordância entre o sujeito, que está na
terceira pessoa do singular she, e o verbo to be está no plural (weren’t). Esta sentença foi
marcada positivamente por 35 % dos sujeitos.


                         Gráfico 4: Variação do verbo to be na forma interrogativa.




         No exemplo acima, a forma do verbo to be está no singular enquanto o sujeito the eggs
está no plural, havendo um desencontro entre as marcas de concordância do sujeito e do
verbo.


                   Gráfico 5: Variação do auxiliar do com o sujeito na terceira pessoa.
37



       Na estrutura acima, houve uma variação no uso do auxiliar do, pois o sujeito se
apresenta na 3ª pessoa do singular it e, de acordo com o padrão da língua inglesa, com o
sujeito na terceira pessoa é utilizado o auxiliar does. O mesmo ocorre no gráfico (6) abaixo.


           Gráfico 6: Variação do auxiliar do na forma negativa com o sujeito na terceira pessoa.




       A partir das amostras dos dados aqui levantados, nota-se que os informantes do II
semestre fazem uso das variantes línguisticas no próprio ambiente da universidade, havendo
dessa forma, um ambiente propício à aquisição das estruturas línguisticas fora da forma
padrão. Outro fator que contribui para a utilização destas estruturas é o fato de que esses
aprendizes estão no nível inicial de aprendizagem/aquisição da língua. Por isso, a maioria
deles não tem conhecimento quanto a diferir as estruturas padrão das não padrão.
       Outro fator importante é que não houve diferenças entre o grupo que utiliza o skype e
aqueles que não utilizam, pois nota-se claramente que todos os sujeitos destes grupos fazem
uso de estruturas não padrão, não havendo distinções no grau de aceitabilidade.



4.2.3 Estudantes de língua estrangeira do VIII semestre: Uma análise de aceitabilidade das
       estruturas variantes de concordância verbal


       Levando-se em consideração as particularidades de cada sujeito quanto ao uso da
língua e sua aprendizagem, foram formados três grupos a partir do ambiente em que os
informantes buscam aprender ou fazer uso da língua inglesa.


4.2.3.1 Grupo (1) Uso do Skype/ Redes Sociais


       Este grupo é formado por oito sujeitos que fazem uso de recursos tecnológicos para o
aprendizado/aquisição do inglês, em sua maioria através da comunicação com falantes nativos.
38



Os informantes pertencentes a este grupo estudam inglês há mais de 3 anos e apresentam faixa
etária de 21 a 26 anos, a maioria deles possui um inglês fluente ou intermediário. No teste de
atitude linguística, seis desses informantes afirmaram fazer uso de variantes no ato da fala,
enquanto dois destes julgam não aplicar as formas variantes e optam pelo inglês padrão. No
entanto, no teste de aceitabilidade, todos marcaram estruturas com concordância verbal não
padrão como formas utilizadas por eles.
       Nenhum dos sujeitos apresentou preconceito em relação às formas variantes. Para eles
são formas que podem ser utilizadas e bem entendidas.


4.2.3.2 Grupo (2) Curso Livre


       Cinco informantes, de faixa etária entre 23 a 33 anos estudam inglês na própria
Universidade e em cursos de idiomas há aproximadamente 4 anos ou seja, estão menos
expostos a ambientes linguísticos em que poderiam se deparar com formas linguísticas não
padrão. Por este motivo, consideram que fazem uso do inglês padrão.
       Direcionando-se para as atitudes linguísticas apresentadas por esses sujeitos, percebe-
se que dois desses informantes julgam as estruturas não padrão de concordância verbal
incorretas, enquanto três destes sujeitos julgam estas variantes aceitáveis e compreensíveis em
contexto comunicativo.


4.2.3.3 Grupo (3) Uso da língua estrangeira na Universidade/sala de aula em escolas publica


       Este grupo é composto de seis sujeitos que usam a língua inglesa na Universidade ou
exercendo a função de professor de inglês. Logo esses sujeitos estão expostos a ambientes
mais formais de uso da LI.
       Esses sujeitos estão numa faixa etária entre 21 e 30 anos, estudam a língua inglesa há
mais de 3 anos. Dois deles utilizam o inglês também em conversas com colegas na
universidade, enquanto os outros quatro utilizam a língua na Universidade ou ambiente de
sala de aula.
       No que se refere as atitudes linguísticas destes sujeitos, a maioria deles considera que
tenta fazer uso do inglês padrão; quatro desses informantes consideram que aplicam as
variantes quando fazem uso do inglês assim como aceitam as estruturas não padrão, não
apresentando preconceito algum quanto às estruturas variantes de concordância verbal,
enquanto dois desses informantes julgam essas estruturas incorretas. Dessa forma, diante da
39



questão 4 do teste de atitude linguística (Quando você ouve o discurso de algumas pessoas em
um padrão de variação linguística diferente do que você aprendeu, o que pensa sobre este
grupo de pessoas?), todos eles disseram que reconhecem a existência das variações
linguísticas presentes na língua inglesa. A título de ilustração, segue abaixo a resposta de T.L:


(30) “Assim como em nossa língua existem variações quando nos comunicamos é normal
haver também em outras línguas” (T.L., VIII semestre).


4.2.4 Teste de aceitabilidade das variantes por aprendizes do VIII semestre


       Quanto à aceitabilidade de estruturas variantes, percebeu-se que apesar de estarem
mais expostos a um ambiente de ensino/aprendizagem em que o padrão é privilegiado,
somente dois dos sujeitos afirmaram não fazer uso de nenhuma das estruturas não padrão que
foram apresentadas a eles.
       Sobre o teste de percepção, destacam-se algumas estruturas que foram julgadas como
mais utilizadas pelos aprendizes do VIII semestre, como mostram os gráficos a seguir.

                              Gráfico 7: Variável morfema flexional verbal –s.




                  Gráfico 8: Variação no passado do verbo to be (were) polaridade negativa.




                        Gráfico 9: Variação do Verbo to be na forma interrogativa.
40




                Gráfico 10: Variação no passado do verbo to be (was) com polaridade positiva.




          Gráfico 11: Variação do auxiliar do na forma negativa com o sujeito na terceira pessoa.




       Note-se que o uso dessas variantes por parte desses sujeitos ocorre com menor
frequência se for comparado com o uso dos estudantes do II semestre; isto certamente decorre
do fato de os aprendizes do VIII semestre estarem expostos à língua padrão há mais tempo.
       Ao analisar a aceitabilidade das variantes de concordância verbal por parte destes
sujeitos observa-se que os grupos que fazem uso do inglês na Universidade e cursos de
idiomas apresentam um menor grau de aceitabilidade quando comparado com aqueles que
utilizam o Skype/redes sociais, isso ocorre devido ao contexto linguístico, o qual estes grupos
estão expostos, ou seja, a um ambiente linguístico padrão.
41



4.3 Resultados


         Os dados mostraram que um número considerável de aprendizes de língua inglesa faz
uso de variantes de concordância verbal não padrão e que nos mais diversos contextos de
utilização da língua há aceitabilidade destas variantes, como demonstrado na descrição de cada
grupo.
         Ao se aferir as sentenças variantes julgadas pelos aprendizes do II semestre,
destacam-se algumas destas como mais utilizadas pelos sujeitos arrolados, como em (31) a
variável do morfema flexional verbal –s utilizada por 76% dos sujeitos e em (32) a variável do
verbo to be no presente do indicativo julgada como aceitável por 53% dos aprendizes.
         Na análise da turma do VIII semestre, nota-se um menor grau de utilização das
estruturas não padrão, das quais a assinalada como mais utilizada foi a variação no passado do
verbo to be (was) com polaridade positiva como em (33), apontada como utilizada por 53%
dos sujeitos desta turma.


         (31) The girls like pizza.
         (32) The children is sad.
         (33) The women was making a dinner.


         Ao se comparar o grau de aceitabilidade destas estruturas variantes por falantes
nativos e os aprendizes de inglês, percebe-se que estes últimos apresentaram um grau de
aceitabilidade maior e afirmaram fazer uso das várias formas não padrão apresentadas a estes.
Ao se analisar o julgamento das sentenças de concordância verbal não padrão pelos falantes
nativos, observa-se que estes apresentaram um maior interesse em utilizar a norma padrão e
também mostraram algum tipo de preconceito linguístico quanto à utilização dessas variantes.
42



5 CONSIDERAÇÕES FINAIS



       O desenvolvimento da sociolinguística como ciência possibilitou ao longo das décadas
a desmitificação de preconceitos linguísticos. De acordo com Aguilera (2008), “a atitude
linguística assumida pelo falante implica a noção de identidade, que se pode definir como a
característica ou o conjunto de características que permitem diferenciar um grupo de outro,
uma etnia de outra, um povo de outro.” (AGUILERA, 2008, p.105-106). Ou seja, a atitude
linguística é determinada por fatores sociais.
       Este trabalho, além de avaliar a aceitabilidade de variação na concordância verbal
existente na Língua Inglesa por falantes nativos e aprendizes de inglês como segunda língua,
mostrou as atitudes linguísticas desses sujeitos com relação ao uso das variantes.
Concluiu-se que há uma aceitação por parte desses sujeitos de estruturas sintáticas que
divergem da forma padrão. Esse resultado foi obtido levando-se em conta os fatores
linguísticos e extralinguísticos.
      Dessa forma, a teoria sociolinguística foi de grande valia para o desenvolvimento deste
trabalho, visto que, a partir desta, desenvolveu-se todo um referencial teórico que deu a base
para a investigação.
      Trabalhos de pesquisas sobre as variantes de concordância de verbal nas diversas
comunidades do idioma inglês também foram fundamentais para se chegar aos resultados
deste trabalho, uma vez que seus dados foram utilizados nos testes de atitude linguística e
aceitabilidade.
      Um ponto relevante observado na análise de dados é que os aprendizes que adquirem as
estruturas de variação de concordância verbal em contatos com nativos através de ambientes
de comunicação, como meios disponibilizados na internet trazem essas estruturas para seu
contexto de comunicação com os colegas dentro da Universidade, o que permite que mesmo
aqueles sujeitos que julgaram fazer uso do inglês apenas na Universidade utilizem essas
formas variantes.
        Conclui-se, então, que, apesar de os estudantes de inglês como língua estrangeira
aprenderem/adquirirem a língua inglesa em um ambiente formal, em que a norma padrão é
privilegiada, o contato com outras comunidades falantes do inglês favoreceu o uso de formas
variantes não padrão de LI.
43



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45



APÊNDICE A: Questionários de Pesquisa Preenchidos por Falantes Nativos.


              UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
              DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XIV
              CURSO DE LETRAS COM HABILITAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA


                               Linguistic Questionnaire Attitude


   1. What do you think about your own speech?
      _____________________________________________________________________
      _____________________________________________________________________
      ______________________________________________________.
   2. Have you ever tried to change your speech? What particular things have you tried to
      change?
      _____________________________________________________________________
      _____________________________________________________________________
      _____________________________________________________________________
      _________________________________________________.
   3. Do you apply variants of the non-standard English language when you use spoken
      language? In which situations?
      _____________________________________________________________________
      _____________________________________________________________________
      ______________________________________________________.
   4. Do you consider ‘incorrect’ certain forms of speech used in the English language, such
      as: (1) She weren't there. (2) It don't matter? Why?

      _____________________________________________________________________
      _____________________________________________________________________
      ______________________________________________________.

   5. Are there some situations that you feel more comfortable to speak non-standard
      English than the Standard English? Which ones?
      _____________________________________________________________________
      _____________________________________________________________________
      ______________________________________________________.
   6. When you hear some persons’ speech in a linguistic variation pattern different of
      yours, what do think about this group of people?
      _____________________________________________________________________
      _____________________________________________________________________
      ______________________________________________________.
46



           UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
           DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XIV
           CURSO DE LETRAS COM HABILITAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA


                                      Questionnaire
1- Are the sentences below applied for you when using the spoken language?

   1) The children is sad.                             ( )Yes             (       )No

   2) The girls likes pizza.                           (       )Yes       (       )No

   3) They are happy.                                 ( )Yes          (           )No

   4) The children have arrived.                       ( )Yes             (       )No

   5) The potatoes looks awful.                       ( )Yes          (           )No

   6) They are old friends.                            ( )Yes             (       )No

   7) They were still like partying hard.              (       )Yes       (       )No

   8) Us students is going.                            ( )Yes             (       )No

   9) Him and me are going.                            ( )Yes             (        )No

   10) Only two apples seems to be left.               (       )Yes       (       )No

   11) There are lots of people in the room.           (       )Yes       (       )No

   12) There is two boys running.                      ( )Yes             (       )No

   13) She weren't there.                              (       )Yes       (        )No

   14) Is the eggs craked?                             ( )Yes             (       )No

   15) It don't matter.                               (        )Yes   (           )No

   16) The mothers were shouting at you to come in.        ( )Yes             (    )No

   17) The women was making a dinner.                     ( )Yes          (        )No

   18) how much do he want for it?                        (    )Yes       (        )No

   19) You see Mary (yesterday)?                           ( )Yes             (    )No

   20) Go you away.                                        (   )Yes           (    )No
47



APÊNDICE B: Questionários de Pesquisa Preenchidos por Aprendizes de L2.

              UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
              DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XIV
              CURSO DE LETRAS COM HABILITAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA

                                       Questionário: Fatores Sociais
   Nome:__________________________________________________________
   Idade:__________________ Sexo:________________Semestre:___________

    Há quanto tempo você estuda inglês?
      ________________________________________________________________.
    Você utiliza a língua inglesa fora da universidade? Em que situações?
      _____________________________________________________________________
      _____________________________________________________________________
      _____________________________________________________________________.
    Estuda inglês em outros contextos? (Curso livre, grupo e conversação, etc).
      _____________________________________________________________________
      _____________________________________________________________________
      _____________________________________________________________________.
    Você utiliza o skype ou outro meio tecnológico para se comunicar com falantes
      nativos da língua inglesa?
      (   ) Sim.        ( ) outros meios, ___________________________________.
      (   ) Não.
      (* Se você não utiliza o skype, não é necessário responder as questões seguintes).
    Quantos contatos você possui no skype?
      _____________________________________________________________________.
    Com que freqüência você utiliza o skype?
      _____________________________________________________________________
      _____________________________________________________________________
      _____________________________________________________________________.
    Em média quanto tempo você permanece no skype, quando faz uso deste
      meio?________________________________________________________________
      _____________________________________________________________________
      ____________________________________________________________________.
48



           UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
           DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XIV
           CURSO DE LETRAS COM HABILITAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA


                          Questionário de Atitude Linguística


 O que você acha do seu inglês? É fluente ou gramaticalmente correto?
   _____________________________________________________________________
   _____________________________________________________________________
   __________________________________________________________________.

 Você aplica as variantes do inglês não padrão quando você faz uso da língua falada?
   Em que situações?
   _____________________________________________________________________
   _____________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________.
 Você considera 'incorreto' certas estruturas usadas no idioma Inglês, como: (1) She
   weren't there. (2) It don't matter? Por quê?
   _____________________________________________________________________
   _____________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________.

 Quando você ouve o discurso de algumas pessoas "em um padrão de variação
   lingüística diferente do que você aprendeu, o que pensa sobre este grupo de pessoas?
   _____________________________________________________________________
   _____________________________________________________________________
   _____________________________________________________________________.
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Aceitabilidade de concordância verbal na língua inglesa por aprendizes de inglês como língua estrangeira

  • 1. 0 UNEB – UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XIV DALILA OLIVEIRA DE ARAUJO ACEITABILIDADE DE CONCORDÂNCIA VERBAL NA LÍNGUA INGLESA POR APRENDIZES DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA CONCEIÇÃO DO COITÉ 2012
  • 2. 1 DALILA OLIVEIRA DE ARAUJO ACEITABILIDADE DE CONCORDÂNCIA VERBAL NA LÍNGUA INGLESA POR APRENDIZES DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA Monografia apresentada à Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação, Campus XIV, como requisito final à conclusão do Curso de Licenciatura em Letras com habilitação em Língua Inglesa. Orientadora: Profª Drª Irenilza Oliveira CONCEIÇÃO DO COITÉ 2012
  • 3. 2 DALILA OLIVEIRA DE ARAUJO ACEITABILIDADE DE CONCORDÂNCIA VERBAL NA LÍNGUA INGLESA POR APRENDIZES DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA Monografia apresentada à Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação, Campus XIV, como requisito final à conclusão do Curso de Licenciatura em Letras com habilitação em Língua Inglesa. Aprovada em: ___/___/___ Banca examinadora _________________________________________ Irenilza Oliveira e Oliveira - Orientadora Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV _________________________________________ Neila Maria Oliveira Santana Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV _________________________________________ Cristina dos Santos Carvalho Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV CONCEIÇÃO DO COITÉ 2012
  • 4. 3 AGRADECIMENTOS A Deus por me conceder a vida, por iluminar o meu caminho para que eu pudesse concluir esta etapa da minha. Aos meus pais, por todo amor, carinho, educação, dedicação para comigo e por terem sido peça fundamental para que eu tenha me tornado quem hoje sou. A Vicente pelo apoio em todos os momentos que precisei, pelo companheirismo e por estar ao meu lado neste trabalho. A minha orientadora, professora Irenilza Oliveira, pelo ensinamento e dedicação para concretização dessa monografia, pelo apoio e contribuição aos conhecimentos que pude adquirir durante todo o curso. A todos os meu professores do Curso de Letras pelo apoio e dedicação e pelos ensinamentos durante esses 4 anos, vocês foram peças fundamentais para me torna quem hoje sou, especialmente às professoras Neila Maria Santana e Cristina Carvalho pela suas contribuições neste trabalho. Aos meus queridos e inesquecíveis colegas de curso, pela amizade, pelo companheirismo, sem vocês essa trajetória não seria tão prazerosa.
  • 5. 4 O real estado da língua é o das águas de um rio, que nunca param de correr e de se agitar, que sobem e descem conforme o regime das chuvas, sujeitas a se precipitar por cachoeiras, a se estreitar entre as montanhas e a se alargar pelas planícies... Marcos Bagno
  • 6. 5 Resumo Este trabalho apresenta um estudo sobre a aceitabilidade de concordância verbal na Língua Inglesa por aprendizes de inglês como segunda língua, especificamente graduandos do curso de Letras com habilitação em LI da UNEB – Universidade do Estado da Bahia. Este estudo é baseado na Teoria Sociolinguística Laboviana, a qual tem por pressuposto básico que a variação é ordenada por restrições linguísticas e extralinguísticas, que levam o falante a usar certas formas, quando faz uso da língua falada. Trabalhos de pesquisas sobre variações de concordância verbal em diversas comunidades do idioma inglês, também contribuíram para fundamentar este trabalho. A pesquisa foi feita a partir de métodos qualitativos de cunho sociolinguístico, como questionários de fatores sociais, atitudes linguísticas e testes de percepção a fim de avaliar a aceitabilidade de variação na concordância verbal existente na Língua Inglesa por estudantes de Inglês como Língua Estrangeira. Os resultados mostram que os falantes nativos do idioma inglês apresentaram algum tipo de preconceito linguístico quanto à utilização das variantes de concordância verbal, enquanto os aprendizes de inglês como língua estrangeira mostraram um grau de aceitabilidade maior e afirmaram fazer uso das várias formas não padrão de concordância verbal. Palavras-chave: Concordância Verbal. Variação. Aceitabilidade. Língua Inglesa.
  • 7. 6 Abstract This paper presents a study on the acceptability of verb agreement variation in English by learners of English as a second language, specifically, by undergraduate students of Letters with Specialization in English Language of Universidade do Estado da Bahia - UNEB. This study is based on the Theory Sociolinguistics Laboviana, which has the basic assumption that the variation is ordered by language and extra constraints that lead the speaker to use certain forms, while making use of spoken language. Research works on variations of verb agreement in several communities of the English language also contributed to support this work. The results show that native english speakers exposed some kind of linguistic prejudice in relation to the usage of verbal concordance variants, while english learners as a foreign language showed a greater degree of acceptability and claimed to use various non-standard verb agreement forms. Key-words: Verbal agreement. Variation. Acceptability. English Language.
  • 8. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9 CAPÍTULO I: TEORIA VARIACIONISTA: UMA PERSPECTIVA LABOVIANA .................................................................................................................. 11 1.1 A Metodologia da Pesquisa Variacionista ........................................................... 13 CAPÍTULO II: CONCORDÂNCIA VERBAL NA LÍNGUA INGLESA: UM FENOMENO VARIÁVEL ........................................................................................ 17 2.2 A Variação e o Ensino de Língua Inglesa ............................................................ 21 CAPÍTULO III: METODOLOGIA .......................................................................... 24 3.1 Sujeitos ..................................................................................................................... 24 3.2 Instrumentos selecionados para a coleta de dados ............................................... 25 3.2.1 Aplicação de testes .............................................................................................. 25 3.2.2 Aplicação de questionário ...................................................................................... 26 3.3 Caracterização das variáveis ............................................................................... 26 CAPÍTULO IV: ANÁLISE DE DADOS ..................................................................... 30 4.1 Variação de Concordância Verbal utilizadas por Falantes Nativos.................... 30 4.2 Aceitabilidade das formas variantes de Concordância Verbal por aprendizes de L2 ........................................................................................................................... 32 4.2.1 Estudantes de língua estrangeira do II semestre: Do conhecimento linguístico ao uso das variantes ..................................................................................................... 32 4.2.1.1 Grupo (1) Uso do Skype/ Redes Sociais....................................................... 33 4.2.1.2 Grupo (2) Curso livre ......................................................................................... 33 4.2.1.3 Grupo (3) Uso da língua estrangeira na Universidade ..................................... 34 4.2.2 Teste de aceitabilidade das variantes por aprendizes do II semestre .................... 34 4.2.3 Estudantes de língua estrangeira do VIII semestre: Uma análise de aceitabilidade das estruturas variantes de concordância verbal ..................................................... 38 4.2.3.1 Grupo (1) Uso do Skype/ Redes Sociais........................................................ 38 4.2.3.2 Grupo (2) Curso Livre ..................................................................................... 38
  • 9. 8 4.2.3.3 Grupo (3) Uso da língua estrangeira na Universidade/sala de aula em escolas publica ................................................................................................................ 39 4.2.4 Teste de aceitabilidade das variantes por aprendizes do VIII semestre ................ 39 4.3 Resultados ............................................................................................................. 41 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 43 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 44 APÊNDICE A: Questionários de Pesquisa Preenchidos por Falantes Nativos ......... 47 APÊNDICE B: Questionários de Pesquisa Preenchidos por Aprendizes de L2 ........ 49
  • 10. 9 INTRODUÇÃO A língua, por ser flexível, está sujeita às interferências de diversos fatores linguísticos e extralinguísticos, que levam o falante a usar certas formas quando faz uso da língua falada. Esta diversidade funcional e social da língua pressupõe a existência de formas linguísticas chamadas de variantes. Foi a partir desse pressuposto que William Labov iniciou a Teoria da Variação, que busca descrever a língua através de seus aspectos sociais e como estes aspectos influenciam a linguagem. Estudos dessa natureza ganharam ênfase na década de 60 e deram origem à sociolinguística como ciência, fornecendo fundamentos necessários para a crescente investigação da língua e seus aspectos sociais. Observando-se os aspectos variacionistas da língua inglesa, nota-se a ocorrência de variações no âmbito fonológico, mais especificamente morfossintático e sintático. O objeto de investigação deste trabalho se detém no campo sintático, na concordância verbal, um fenômeno variável que se realiza através de duas alternativas semanticamente equivalentes, verificando-se a presença da marca de concordância do verbo ou a ausência desta marca de concordância. Busca-se investigar se há uma aceitação dessas formas linguísticas variantes por falantes nativos do idioma inglês, assim como por aprendizes de inglês como língua estrangeira. Pretende-se ainda observar se estes últimos fazem uso dessas formas variáveis nos diversos contextos em que utilizam a língua inglesa. Dessa forma, o presente trabalho buscou, na sociolinguística qualitativa instrumentos, tais como testes de percepção e questionários, com o objetivo de apontar as formas de concordância que são consideradas mais aceitáveis pelos sujeitos elencados. Na sociolinguística quantitativa, o trabalho se baseou para fazer o levantamento dos dados referente às estruturas variantes de concordância verbal, assim como foi utilizada também a vertente qualitativa para a análise dos fatores extralinguísticos (fatores sociais e atitude linguística dos falantes) que levariam o falante à aceitação ou não das formas variantes de concordância verbal da língua inglesa. Este trabalho se justifica, uma vez que trabalhos sobre a aceitabilidade da variação de concordância verbal podem servir como fonte de pesquisa para que, ao se ensinar, os docentes levem em conta as variações existentes nessa língua e, dessa forma, facilitem ao seu aluno um maior conhecimento do sistema linguístico em questão sem haver lugar para o preconceito em relação às variantes menos prestigiadas.
  • 11. 10 Este trabalho organiza-se em quatro capítulos. No primeiro capítulo apresentam-se os pressupostos teóricos da sociolinguística, a princípio com um breve histórico da teoria variacionista, bem como algumas noções da relação entre língua e sociedade, tecendo considerações sobre o fenômeno em estudo. Ainda neste capítulo, descrevem-se os aspectos metodológicos da pesquisa sociolinguística, delineando cada etapa e instrumentos que podem ser utilizados na realização de pesquisas deste cunho teórico. No segundo capítulo, tecem-se considerações sobre a variação de concordância verbal em que se trazem à tona importantes pesquisas que já foram desenvolvidas em diferentes comunidades linguísticas do idioma inglês sobre o fenômeno em questão. Após faz-se uma abordagem teórica do fenômeno variacionista no ensino de línguas. No terceiro capítulo, discorrem-se os procedimentos metodológicos, em que se evidenciam os elementos constituintes desta pesquisa; os sujeitos, os instrumentos selecionados para a coleta de dados e a caracterização das variáveis de concordância verbal as quais foram julgadas como aceitas ou não pelos sujeitos desta pesquisa. No quarto capítulo apresentam-se os resultados detalhados obtidos nesta pesquisa, analisando-se o grau de aceitabilidade dos sujeitos elencados das estruturas de variação de concordância verbal não padrão. Contudo, são feitas as considerações finais, tecendo os resultados alcançados com o desenvolvimento desta pesquisa, assim como, pontos relevantes a respeito da teoria variacionista em consonância com a análise dos dados obtidos com esta pesquisa.
  • 12. 11 CAPÍTULO I TEORIA VARIACIONISTA: UMA PERSPECTIVA LABOVIANA Lançando um olhar sobre a evolução da linguística como ciência, observamos que a princípio os estudos da língua delimitavam-se apenas ao seu sistema interno. Teóricos da linguística como Saussure (1916), Chomsky (1965) e Bloomfield (1933) definem à linguística em seus estudos puramente sobre seus aspectos estruturalistas, excluindo os elementos externos à língua. Somente em meados da década de 60, é que se iniciam os estudos da língua e seus aspectos sociais por meio do linguista William Labov, o qual constatou na fala um dos aspectos fundamentais da construção do fenômeno da linguagem, estabelecendo, assim, a ligação desta com a sociedade. Labov relata, em entrevista para a Revista Virtual de Estudos da Linguagem (2007) que quando deu inicio a seus estudos, suas ideias objetivavam uma mudança para um campo mais cientifico voltado para a investigação de como as pessoas utilizavam a linguagem na sua vida cotidiana; Através da realização de entrevistas gravadas, Labov percebe que a fala cotidiana era repleta de variantes linguísticas, fato este com que a teoria padrão da época, o modelo gerativo, não se encontrava preparada para lidar, por tratar apenas dos aspectos estruturais da língua. Seus estudos, então, fornecem respostas claras para o tratamento da variação e mudança linguísticas ocorrentes na língua, dando origem, assim, à Teoria da Variação, também conhecida como Teoria Laboviana, Sociolinguística Variacionista, Sociolinguística Quantitativa, a qual procura descrever a língua sob seus aspectos sociais, uma vez que parte da explicação da inter-relação entre língua e sociedade, considerando os fatores externos ao sistema linguístico e não somente os fatores internos à língua. Portanto, cabe à Sociolinguística investigar e descrever as variantes linguísticas existentes, observando a influência que elas exercem dentro do contexto de fala dos diversos grupos sociais. Tarallo (1986, p. 08) afirma que "variantes lingüísticas são diversas maneiras de se dizer a mesma coisa em um mesmo contexto e com o mesmo valor de verdade. A um conjunto de variantes dá-se o nome de variável lingüística". Estas variantes podem ser influenciadas por fatores sociais, regionais, culturais do falante, o que possibilita a produção de sentenças diversificadas, muitas vezes não seguindo as
  • 13. 12 regras gramaticais padrão da língua, mas permitindo o entendimento da comunicação entre dois ou mais indivíduos em seus grupos sociais. Voltando o olhar para essas variantes linguísticas, elas são perceptíveis em qualquer sociedade, pois estão presente na fala de qualquer individuo de diferentes línguas ou grupos sociais distintos. Ao observarem-se os discursos, ou melhor, a fala de sujeitos de faixas etárias diferentes, ou níveis de escolaridade distintos, ou pertencentes às várias classes sociais, pode- se ver, mais claramente, como a língua é heterogênea e diversificada. Nota-se também que o uso da língua pode ser diferenciado de acordo com o ambiente em que o falante está inserido, por exemplo, em ambientes mais informais, em conversas com a família, amigos, etc., tende-se a utilizar as formas não padrão, já em situações como entrevista de emprego, na escola, no trabalho, há uma propensão a se fazer uso da língua padrão. Isso implica que o uso de variações linguísticas é comum na fala dos mais diversos grupos sociais. Portanto, podem-se encontrar variantes que são estigmatizadas ou não dentro de uma comunidade de fala, visto que, há certo preconceito quanto ao uso de certas variantes linguísticas, consideradas “erros linguísticos” no meio social, geralmente essas variações estigmatizadas são formas vindas das classes sociais de camadas baixas. Por outro lado, quando vindas das camadas de alto status social as variantes linguísticas são previsivelmente aceitas e utilizadas pelos grupos sociais sem o olhar de estigma. Portanto, cabe salientar que o objetivo da sociolinguística é o estudo e sistematização das variantes na língua falada. A análise de uma variante em uma determinada comunidade de fala ou grupo social é determinada por fatores de natureza linguística e extralinguística, exercendo pressão sobre os usos e aumentando ou diminuindo a frequência em que elas ocorrem. Segundo Labov, tais fatores são determinantes em qualquer estudo sociolinguístico, pois o pesquisador deve levar em conta os fatores sociais como; sexo, grau de escolaridade, faixa etária, etc., e os fatores internos, estruturais da língua para a sistematização e análise das variantes. No campo sintático, há a ocorrências de variações no uso dos diversos elementos gramaticais. Como já foi mencionado, o foco deste trabalho restringe-se à variação de concordância verbal na língua inglesa e a aceitabilidade dessas variantes por aprendizes de inglês como língua estrangeira. Em entrevista para a Revista Virtual de Estudos da Linguagem, em 2007, Labov também fala sobre o futuro da sociolinguística. Segundo o linguista, “O que irá determinar o futuro serão os resultados dos estudos em variação linguística, se eles provarem ser uma rota
  • 14. 13 positiva e cumulativa para responder nossas questões fundamentais sobre a natureza da linguagem e das pessoas que a utilizam1". Nos dias atuais o campo da linguística variacionista vem sendo bastante explorado por pesquisadores que almejam desvendar questões da natureza da linguagem, o uso da língua e sua mutabilidade dentro de diversos grupos sociais. Estudos dessa essência, já foram e vem sendo realizados em diversos países. No Brasil, encontram-se trabalhos importantes que contribuíram e contribuem para a área da pesquisa sociolinguística realizados por Taralho (1986), Naro (2008), entre outros linguistas. Os trabalhos já existentes fornecem o alicerce para estudos contínuos e novas descobertas no campo variacionista. Porém, para a investigação de determinados fenômenos linguísticos variáveis dentro de uma comunidade linguística, é necessário que o pesquisador conheça os métodos necessários para a realização da pesquisa sociolinguística. Para tanto, na seção seguinte, serão abordados procedimentos da metodologia da pesquisa sociolinguística proposta por Labov. 1.1 A Metodologia da Pesquisa Variacionista O variacionismo parte do pressuposto de que a heterogeneidade manifestada na fala pode ser analisada de forma coerente. (MONTEIRO, 2008). Desde as descobertas feitas por Labov de que há variação linguística, estudos desta natureza ganharam ênfase, permitindo investigar e constatar variantes presentes na língua falada. Na busca pela explicação desses fenômenos variáveis ocorrentes nas diversas comunidades de fala, o pesquisador assume o difícil papel de integrar-se em um grupo social ou comunidade, a qual será o seu foco de pesquisa para o estudo e análise de um determinado elemento linguístico variável que se encontra em mudança nesse ambiente. Partindo do pressuposto teórico de que a língua, como um sistema heterogêneo, pode ser analisada e sistematizada, o uso da língua por dois ou mais falantes permite a constatação de fenômenos variantes, os quais possibilitam ao investigador coletar dados e analisá-los. Para toda ciência, há uma teoria e, para cada teoria, há métodos de investigação característicos. Na teoria da variação linguística, há procedimentos metodológicos específicos e rígidos a serem seguidos para se chegar a resultados válidos. 1 LABOV, William. Sociolinguística: uma entrevista com William Labov. Revista Virtual de Estudos da Linguagem - Revel. Vol. 5, n. 9, agosto de 2007. Tradução de Gabriel de Ávila Othero.
  • 15. 14 Portanto, realizar uma pesquisa sociolinguística não é tão simples como se imagina; não é apenas perceber um determinado fenômeno variável de natureza linguística na língua falada, estudá-lo e descrevê-lo; é necessário conhecer os métodos de investigação empírica antes mesmo de se iniciar a pesquisa sociolinguística. Segundo Monteiro (2008), é essencial estabelecer e observar algumas questões como: o tipo de comunidade de fala, os elementos que irão interessar ao investigador, a quantidade de informantes necessários para a composição da amostra e o meio para entrar em contato com os informantes. Ao se integrar na comunidade ou grupo social em que se percebe um fenômeno variável, o pesquisador se depara com o problema de registrar de dados. Claro que não é necessário coletar dados de todos que fazem parte da população para se chegar a um resultado representativo; segundo Monteiro (2008), a primeira decisão que o investigador deve tomar nesse sentido é a de delimitar a população de onde poderá extrair a amostra. Mas como saber quantos informantes são necessários para a constituição da amostra? Neste contexto, “o tamanho da amostra dependerá da natureza linguística da variável a ser estudada. Uma variável fonológica, por exemplo, é bastante recorrente na fala; já uma variável sintática ocorre com menos frequência, exigindo, portanto, uma amostragem maior.” (TARALLO, 2008, p. 28). Por conseguinte, o investigador já tendo delimitado a população de onde poderá extrair a amostra, determinado quais os elementos variantes que serão investigados dentro da comunidade, partirá para a coleta de dados, que é a principal etapa da pesquisa sociolinguística Laboviana. Para configurar os princípios da pesquisa sociolinguística, Labov (1994) versa: A ambição teórica da sociolingüística como ciência é construir um modelo de análise que, contendo elementos especularmente relacionados aos elementos da estrutura lingüística, possa demonstrar as possibilidades de relacionamento entre esses elementos estruturais a partir da correlação com os fatos empíricos. (LABOV, 1994, p.4). Para tanto, o investigador deverá pensar quais instrumentos de pesquisa serão utilizados para a coleta de dados. De acordo com Monteiro (2008), normalmente, a investigação sociolinguística deverá partir de registros da fala e, por isso, às vezes, é necessário estabelecer-se um plano de entrevista direcionado. Um dos desafios encontrados na coleta de dados é captar a fala natural do entrevistado visto que a presença do pesquisador pode causar um efeito negativo e ocasionar uma maior preocupação ao utilizar a fala por parte do entrevistado, evitando, assim, as ocorrências de
  • 16. 15 elementos informais na fala, dificultando o trabalho do pesquisador, pois o objetivo da pesquisa linguística na comunidade deve ser descobrir como as pessoas falam quando não estão sendo observadas; porém, só é possível a obtenção de tais dados por meio da observação sistemática (LABOV, 2008, p.244). Portanto, é importante, como cita Monteiro (2008), o pesquisador ter um primeiro contato com o grupo a ser analisado, antes do registro de dados. Nessa linha de pesquisa, é importante ressaltar algumas técnicas para a coleta de dados, que podem ser observações através de conversas rápidas e anônimas, ou seja, o pesquisador não deixa claro para os informantes que irá analisar a língua tal como é falada na comunidade; narrativas da vida pessoal do informante, método este que favorece o uso espontâneo da fala, pelo fato de o falante não se preocupar em monitorar o seu próprio discurso. Ademais, Labov (apud MONTEIRO, 2008, p. 87) sugere também que é válida a obtenção de dados sistemáticos até mesmo de programas de rádio, ou de televisão, principalmente no caso de entrevistas, palestras ou debates, sendo necessário se observar o estilo da fala, que geralmente é mais formal do que uma entrevista face a face. Além dos métodos apresentados, podem ser incluídos questionários centrados nos elementos linguísticos que estão sendo observados, testes que, segundo Tarallo (2008), irão refletir um estilo ainda mais pensado, mais intencional que um dado não-natural como o da entrevista, pois será lembrado ao informante que preste muita atenção a questões de linguagem que refletirão a avaliação dada pelo informante às variantes. Indo um pouco mais além das questões da linguagem, segundo Monteiro (2008), a metodologia proposta por Labov não se limita à análise das estruturas linguísticas; há métodos de coleta de dados em que se apresentam variantes condicionadas por fatores de ordem social, que funcionam como símbolo de identificação na comunidade e, quando estigmatizadas, chegam a produzir sentimentos de inferioridade linguística. Neste caso, podem ser utilizados testes para medir o grau de aceitabilidade ou grau de insegurança linguística, que permitam ao informante considerar as formas presentes na fala que consideram mais corretas. A partir dessa árdua investigação, o investigador perceberá alguns elementos centrais, seja de ordem social ou linguística, que permitirão o levantamento de hipóteses que, por sua vez, irão ser comprovadas ou não após a análise de dados, etapa final da pesquisa sociolinguística. As hipóteses de trabalho serão dadas pelo levantamento de todos os contextos ou fatores que potencialmente influenciam a realização de uma variável, de uma ou de outra
  • 17. 16 forma, e decorrerão consequentemente das entrevistas (ou de outros métodos utilizados) feitas com os informantes. (TARALLO, 2008, p. 36). Realizada a coleta de dados, a próxima etapa da pesquisa consiste em descrever os dados e analisá-los. Para isso, o investigador deve selecionar o conjunto de dados para a análise e fazer o levantamento e a transcrição dos dados. Para o procedimento de análise dos dados, há, por exemplo, o GoldVarb 2001, uma versão para ambiente Windows do pacote de programas VarbRul - do inglês Variable Rules Analysis, “um conjunto de programas computacionais de análise multivariada, especificamente estruturada para acomodar dados de variação sociolinguística” (GUY; ZILLES, 2007, p. 105). Ao optar pela análise feita a mão, o pesquisador terá a árdua tarefa de descrever os dados e interpretá-los e, somente através da correlação entre fatores linguísticos e não- linguísticos, esse pesquisador terá um melhor conhecimento de como a língua é usada e de que é constituída”. (TARALLO, 2008, p.62) Cabe salientar um aspecto quanto aos métodos utilizados para a coleta de dados, abordados nesta seção. O investigador deve selecionar aqueles que ele acredita que são eficazes na sua pesquisa, relacionados com aos aspectos sociais que influenciam a variação linguística que está sendo investigada e com os elementos linguísticos a serem analisados nas comunidades linguísticas.
  • 18. 17 CAPÍTULO II VARIAÇÕES DE CONCORDÂNCIA VERBAL NA LÍNGUA INGLESA "Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio e, ainda num só local, apresenta um sem-número de diferenciações”. (CUNHA, 1975). A variação sintática gira em torno das diversas relações entre os núcleos de uma oração (substantivo e verbo) e os outros elementos gramaticais (artigos, adjetivos, objetos, complementos, conjunções, preposições etc.), além das relações das frases entre si, que permitem a formação de diferentes sentenças contendo um mesmo significado. Como exemplo, vejam-se as sentenças em (1): (1) a) Don’t nobody want no tea. b) “Nobody wants tea” or “There isn’t anybody who wants tea” c) Nobody don’t want no tea. d) “Nobody wants tea” Lisa Green (2007) releva a variação linguística considerando a sintaxe de dialetos em inglês e o uso não padrão da língua inglesa a partir dos fatores sociais, analisando diversas comunidades linguísticas do idioma inglês, em que estão presentes diferentes estruturas gramaticais. Segundo Green, a teoria sintática procura estudar os princípios que explicam as construções gramaticais. Pesquisas realizadas em diversas comunidades da fala que têm como língua oficial o inglês observaram variações sobre as propriedades sintáticas. A concordância verbal é um fenômeno variável que se realiza através de duas alternativas semanticamente equivalentes, observando, desta forma, a presença da marca de concordância do verbo ou da ausência desta marca de concordância. Na língua inglesa, a relação de concordância verbo-nominal tende a assumir diferentes formas na medida em que o verbo se adapta ao sujeito da oração. Como exemplo, pode-se observar a variação da forma do verbo BE (ser/estar), que muda de acordo com os traços de número e pessoa, refletidos no sujeito sintático da oração empregado na oração.
  • 19. 18 Vejamos os exemplos em (2): (2) a) The children were happy. b) The child was happy. c) The children was happy. Nos exemplos (2a) e (2b), uma variação de forma exibida pelo verbo BE para estabelecer concordância com o sujeito THE CHILDREN/CHILD, estando de acordo com a norma padrão. Porém o fato de a sentença (2c) não estar em conformidade com a norma padrão não significa que esta oração não seja uma variação aceitável. A mensagem da frase não foi perdida, e pode ser perfeitamente aceitável por falantes de determinadas comunidades. Essas variações, em muitos dialetos, são aceitas de forma natural e sem nenhum constrangimento linguístico. Já em outros, essas variações são tidas como uma característica marcante de um determinado contexto cultural, histórico e social que serve para diferenciar essas comunidades de outras. Outra pesquisa que comprova a existência de variação de concordância verbal no inglês é a realizada por Cheshire (2006). Essa autora relata uma pesquisa realizada com 16 adolescentes britânicos de idades entre 11 e 16 anos, idade em que, segundo Naro (2008), o indivíduo está mais apto a adquirir certas formas faladas. Inicialmente, foi analisado o comportamento de cada indivíduo quanto aos aspectos sociais da cultura local (o grau de escolaridade, a classe social) e aos fatores linguísticos. Com base nestes aspectos, os adolescentes foram divididos em 4 grupos de acordo com o índice da cultura popular. O grupo 1 foi composto de meninos que se assujeitam fortemente às normas da própria língua e cultura, enquanto os meninos no grupo 4 não tiveram praticamente nenhuma característica da cultura popular. Os grupos 2 e 3 eram intermediários no que concerne à sua adesão à cultura popular. Na sequência, foi analisada a frequência com que cada um dos quatro grupos de rapazes usou formas de concordância não padrão. Os dados apresentados pela autora mostram uma variação de concordância verbal no uso da primeira pessoa do plural (We). Como se percebe no exemplo (3) abaixo, o sujeito apresenta uma concordância não padrão na claúsula (3a), e na sentença (3b) concorda sujeito e verbo segundo à norma padrão. (3) verbal –s: (3a) we goes shopping on Saturdays
  • 20. 19 (3b) we go shopping on Saturdays É importante notar que as formas padrão e não padrão têm o mesmo significado referencial e a mesma função gramatical, sendo assim, as sentenças (3a) e (3b) não diferem em significado. De acordo com a pesquisa de Cheshire o indicador mais sensível é não padrão (verbal- s), que ocorre muito freqüentemente na fala dos meninos do grupo 1 (aqueles que mais se assujeitam às normas linguísticas da sua comunidade) e cada vez menos freqüente no discurso dos grupos 2, 3 e 4. Sendo assim, o recurso lingüístico não padrão (verbal-s) funciona como um poderoso indicador de lealdade vernacular. Segundo a autora, o mesmo ocorre nos exemplos que se seguem abaixo, com o verbo HAVE e o auxiliar DO. O grupo 1 utiliza com mais frequência as formas exibidas nas sentenças (4a ) e (5a ), pelo fato de estarem mais presentes em seu contexto cultural. (4) has (4a) we has a little fire, keeps us warm (4b) we have a little fire, keeps us warm (5) auxiliary DO (5a) how much do he want for it? (5b) how much does he want for it? De acordo com Cheshire, esse uso do grupo 1 aconteceu em decorrência da pouca frequência desses sujeitos na escola e pelo fato de não apresentarem um envolvimento com a cultura do contexto escolar. Quanto aos grupos 2, 3 e 4, houve uma predominância do uso das formas apresentadas em (4b) e (5b). Para a autora, esse fato se justifica pelo contexto social em que os alunos desses grupos estão inseridos. Esses sujeitos frequentam a escola regularmente e se envolvem no contexto escolar, onde os professores fazem uso apenas das formas padrão. Assim, a autora conclui que, quando se estar analisando os aspectos sociolinguísticos da variação sintática, precisamos levar em conta não apenas de funções gramaticais, mas também o contexto sócio-histórico-cultural. Deste modo, a análise da variação sintática nos fornece uma gama de perspectivas intrigantes e complexas sobre como os falantes usam a linguagem para criar significados sociais.
  • 21. 20 Nessa mesma linha de pesquisa podemos cita os trabalhos de Parrott (2001), que objetiva fornecer os primeiros esboços de uma visão mais geral da variação de concordância verbal ocorrentes na Smith Island. Os dados apresentados no seu trabalho advêm de uma pesquisa sociolingüística realizada na Smith Island nos anos de 1999 e 2000. Os entrevistados eram do sexo feminino e todos nascidos e criados na Ilha com idade entre 13- 90 anos. Dentre os fenômenos variantes encontrados em seus dados, Parrott deteve-se na variação de concordância verbal envolvendo a cópula BE e o auxiliar DO com polaridade negativa. As sentenças mostradas em (5) e (6) abaixo ilustram o tipo de variação encontrado. (6) She weren't there. (7) It don't matter Em (6), o sujeito pronominal SHE aparece com o verbo BE no passado na forma WEREN’T. Em (7) o sujeito pronominal IT concorda com o auxiliar DO. De acordo com os dados coletados por Parrott, este tipo de variação é utilizado com muita frequência e aparece praticamente a todo o momento na fala dos entrevistados, tanto nas falantes de meia-idade quanto na fala das adolescentes. O autor salienta que, com os sujeitos no plural não ocorre este tipo de variação, ou seja, nas sentenças em que os sujeitos apareciam no plural encontram-se sentenças de acordo com a norma padrão. Para o autor, seus estudos sugerem que o sistema de concordância verbal, na Smith Island, está dividido em duas partes; os verbos de negação e os verbos não negativos. Segundo ele, cada parte do sistema é afetado por formas diferentes de variação, que se dão paralelamente e envolvem os níveis de concordância. Outro trabalho sobre variação entre sujeito e verbo no inglês que merece destaque é o desenvolvido por Cheshire e Fox (2009), que estudaram a variação do uso de WAS e WERE em comunidades linguísticas. A pesquisa foi realizada no interior e na área externa de Londres em duas localidades, em Hackney e Havering, com o objetivo de investigar o inglês falado por adolescentes de idade entre 16-19 anos e idosos nascidos e criados nessas localidades, levando em conta os aspectos sócio-históricos. Segundo as autoras, trata-se de locais que refletem o multiculturalismo, assim como o multilinguismo, o que torna ainda mais possível encontrar uma multiplicidade de variantes.
  • 22. 21 A análise de resultados foi desenvolvida a partir de fatores linguísticos, tais como, polaridade, tipo de assunto, ordem das palavras e tipo de cláusula (interrogativas, declarativas ou marca) e fatores extralinguísticos como idade, sexo e etnia. Os resultados mostraram que, em contextos de polaridade positiva, é mais frequente o uso não padrão de WAS e o uso padrão de WERE na fala dos adolescentes das duas comunidades Londrinas. É importante destacar, que nos resultados apresentados, o uso não padrão de Was entre os adolescentes de Havering (58%), consideravelmente maior que entre os adolescentes de Hackney (42,4%). Na fala de idosos, constatou-se que no interior de Londres 51.5% utilizam a concordância não padrão de WAS, e somente 19.2% entre os falantes da área externa de Londres utilizam essa forma. Com relação à polaridade negativa, Cheshire e Fox ressaltam que se trata de um fenômeno igualmente complexo em Londres. Os resultados mostram que o índice do uso não padrão de Weren’t vem aumentando na fala de adolesentes, mostrando 41% de uso por adolescentes no interior de Londres e 69% de uso por falantes fora de Londres, sendo que a maior parte dos falantes que fazem uso dessa variante são do sexo feminino. Um aspecto importante relatado nos trabalhos desses autores é o fato de que a variação de concordância verbal pode ocorrer em todos os países em que há falantes do inglês, o que parece indicar que esse fenômeno está sujeito à influência de fatores linguísticos e sociais, já que depende do contexto social em que o sujeito falante está inserido, e influencia o modo de expressão desse falante e nos seus diversos grupos sociais. Trazendo essa realidade para o ensino de inglês como segunda língua, é indispensável que o aprendiz tenha contato com essas variantes durante o processo de aprendizagem, para que ele possa fazer uso destas em contextos diversos de comunicação. 2.1 A Variação e o Ensino de Língua Inglesa Durante décadas, o ensino de língua inglesa, nas escolas do Brasil, esteve (ou ainda está) centrado no ensino de regras da gramática tradicional. Tal método de ensino não se preocupa em trabalhar as variações existentes na língua. Em consequência, o aprendizado se reduz em uma forma mecânica de adquirir regras gramaticais. Segundo Bagno (2007), os PCN publicados em 1997 reúnem novas propostas para renovação no ensino de línguas. Nas palavras do autor; “Os PCN introduziram alguns conceitos até então pouco conhecidos na prática docente, conceitos provenientes de uma disciplina relativamente nova dentro dos estudos da linguagem, a Sociolinguística”. (p. 28).
  • 23. 22 Para além das regras da gramática tradicional ensinada nas escolas, atualmente com as novas propostas de ensino da língua inglesa, os professores procuram desenvolver as quatro habilidades, ler, escrever, ouvir e falar, com a finalidade de fazer com que os alunos utilizem a língua na sala de aula, para isso, é bastante utilizado o método comunicativo. Porém esse trabalho com a LI tem sido feito pautado nas regras da norma padrão. Mas por que não incluir as variações linguísticas no ensino de Língua Inglesa? Será que o ensino voltado apenas para a norma padrão linguística está capacitando o aluno a utilizar a língua estrangeira nos mais diversos contextos? O professor pode mostrar ao aluno não uma única forma de uso linguístico, e sim as várias formas que podem ser usadas em diferentes comunidades linguísticas. Principalmente na abordagem comunicativa de ensino, “é importante que o professor trabalhe as variações linguísticas na sala de aula, uma vez que o seu papel é capacitar o aluno para o uso da linguagem apropriada, adequada à situação em que ocorre o ato da fala e ao papel desempenhado pelos participantes”. (LEFFA, 2001 apud RODRIGUES, 2005, p. 31) Apesar da renovação das propostas de ensino, com o advento dos PCN, a sociolinguística pouco foi adequada à prática no ensino de línguas, talvez muitos dos professores de línguas ainda acreditem no velho mito de que as variações ocorrentes no uso da língua são “erros” linguísticos; e, com isso, surge o preconceito lingüístico, que impede o professor de aceitar e, por conseguinte, de ensinar essas variações na escola. Antes de responder às questões levantadas acima, é interessante abordar rapidamente por que as variantes linguísticas são consideradas formas “incorretas” na prática linguística. Segundo Bagno (2007, p. 19), “a noção de erro nasce, no mundo ocidental, junto com as primeiras descrições sistemáticas de uma língua especifica, a língua grega”. O autor relata que, com a formação do grande império formado pelas conquistas de Alexandre, a língua grega tinha se tornado o idioma internacional, com isso surgiu a necessidade de se criar um padrão uniforme para superar as diferenças regionais e sociais; e esta foi apreendida pelos filólogos, que constituíram uma norma unificada, um padrão linguístico único e correto que serviu até hoje de modelo para a sociedade. Veja-se que um padrão linguístico estabelecido no século III a.C ainda é seguido até os dias atuais, e pior, ensinado nas escolas até hoje, deixando excluídas as formas linguísticas utilizadas pela maior parte da população. Segundo Fiorin, “se observarmos alguns fatos do português contemporâneo, verificaremos que as formas consideradas "erradas" são frequentes, mesmo na fala de pessoas cultas, ocorrendo de forma bastante variável em alguns casos.” (2002, p.20)
  • 24. 23 É exatamente esta noção de “erro” que impede que os professores ensinem a língua tal como é falada pelas comunidades. No caso do inglês especificamente, os estudantes, desde o ensino fundamental e até mesmo na Universidade, estudam a língua puramente sobre seu aspecto formal. Portanto, deve-se sim, ensinar as variantes, seja padrão, não padrão, estigmatizadas ou não, na sala de aula. O estudante deve conhecer tais formas, pois poderão fazer uso destas em diferentes contextos. Como abordado nos Parâmetros Curriculares Nacionais, “a questão da variação linguística em Língua Estrangeira pode ajudar não só a compreensão do fenômeno linguístico da variação na própria língua materna, como também do fato de que a língua estrangeira não existe só na variedade padrão, conforme a escola normalmente apresenta”. (PCN, 1998, p. 20) Assim, caberia às instituições de ensino trabalhar as variedades da língua estrangeira, permitindo que o aluno tenha contato com elas, possuindo conhecimento necessário para saber em quais contextos utilizá-las. Visto que as variedades linguísticas constituem uma realidade nas interações sociais, o ensino de língua inglesa não deve ser restringido somente ao ensino da norma padrão, pois esta não é a única forma de manifestação linguística. Para que as variações linguísticas sejam trabalhadas em sala de aula, é necessário que haja uma mudança no comportamento do próprio professor, assim como a inclusão da sociolinguística no processo de formação do docente para que o mesmo tenha consciência de que não existe uma única forma correta de se dizer algo, tanto na língua materna, quanto na língua estrangeira.
  • 25. 24 CAPÍTULO III: METODOLOGIA A proposta metodológica do presente trabalho consistiu na pesquisa de campo que teve por finalidade coletar dados sobre a aceitabilidade da variação de Concordância Verbal por alunos do Curso de Letras/Inglês do Departamento de Educação – Campus XIV da UNEB. Ou seja, neste trabalho, foram apresentadas para esses informantes produções linguísticas que envolviam variações de concordância verbal socialmente significativas em seu contexto de fala, e foi solicitado que eles indicassem as formas que utilizam normalmente. A Língua Inglesa tem um grande número de falantes não nativos que estão espalhados em diversos países, fator esse que contribui para consideráveis variações fonéticas, léxico- semânticas e morfossintáticas. Os falantes não nativos geralmente aprendem/adquirem a LI em contextos formais de ensino. Desta forma, o que se espera é que estes sujeitos utilizem majoritariamente as estruturas do inglês conforme o padrão gramatical. Por outro lado, é possível que um número considerável desses aprendizes tenha contato com falantes nativos com o objetivo de aprimorar a língua inglesa, através do skype ou outros meios tecnológicos, ou até mesmo da participação de grupos de conversação, cursos de idiomas etc., o que os colocam em um ambiente propício para adquirir certas formas linguísticas variantes. Dessa forma, o presente trabalho buscou avaliar, de forma qualitativa e quantitativa, a aceitabilidade de variação na concordância verbal existente na Língua Inglesa por estudantes de Inglês como Língua Estrangeira. Nessa empreitada, buscou-se comparar a aceitabilidade dessas formas variáveis entre os aprendizes de língua inglesa com a aceitabilidade desses fenômenos por falantes nativos do idioma inglês, com o intuito de perceber se as diferentes formas de aquisição/aprendizagem da língua influenciam a aceitabilidade das formas variáveis. Assim, esta pesquisa se configura como uma investigação etnográfica já que se baseou em dados obtidos a partir da aplicação de questionários que tiveram como objetivo apontar as formas de concordância que são consideradas mais corretas pelos sujeitos arrolados. 3.1 Sujeitos Os sujeitos participantes da pesquisa para primeira parte da análise são 3 falantes nativos do idioma inglês, dois deles são frequentadores da Igreja Jesus Cristo dos Santos dos
  • 26. 25 Últimos Dias de Conceição do Coité, de origem americana, um outro informante é de origem inglesa, residente em Londres. Os dados que foram coletados desses informantes nativos serviram como base para subsídio desta pesquisa visto que já existem materiais que comprovam o uso de variações de concordância verbal por falantes nativos de língua inglesa. Os informantes que foram o foco de estudo desta pesquisa são 36 estudantes do Curso de Letra/Inglês da UNEB – Departamento de Educação – Campus XIV, do II e VIII semestres. Todos os estudantes participam do mesmo ambiente de ensino, porém se prevê que cada um tenha suas particularidades quanto ao aprendizado do idioma e seu uso. Por isso, esta pesquisa buscou investigar se é possível a aceitação por parte desses sujeitos de estruturas sintáticas que divergem da forma padrão. 3.2 Instrumentos selecionados para a coleta de dados Os instrumentos para a coleta de dados foram selecionados com base na metodologia da pesquisa variacionista utilizada por autores como Tarallo (2007), Monteiros (2008), Mollica e Braga (2008), e a partir de pesquisas variacionistas sobre a variação de concordância verbal utilizadas por falantes nativos de língua inglesa como os trabalhos de Green (2007), Cheshire (2006) e Parrott (2001). Esses textos serviram de base para a composição dos testes de percepção e questionários. Portanto, cabe delinear cada um dos instrumentos selecionados para a constituição dos dados. 3.2.1 Aplicação de Testes Tarallo (2007) sugere testes que podem ser utilizados na pesquisa sociolinguística, que diferem segundo a natureza da variável: o teste de percepção e o teste de produção. Como, neste trabalho, o objetivo foi testar a aceitabilidade da variação de concordância verbal, o teste foi montado com o objetivo de percepção, ou seja, foi solicitado do informante que se manifestasse em relação à aceitabilidade de alguns enunciados. Este teste foi composto de 20 sentenças; algumas exibiam concordância verbal conforme a norma padrão e outras, não padrão. Essas sentenças foram retiradas de pesquisas já existentes na língua inglesa as quais foram abordadas no capitulo II deste trabalho. Este instrumento objetivou levantar dados sobre o julgamento dos sujeitos participantes desta pesquisa de estruturas com concordância verbal não padrão da língua inglesa. Falantes nativos
  • 27. 26 também foram submetidos a esse teste. O objetivo foi comparar os julgamentos desses dois tipos de falantes do inglês. Labov (1972 apud MONTEIRO, 2008) sugere uma série de testes formais para se aferir que atitudes os falantes mantêm em relação à linguagem. Para este propósito, foi constituído para este trabalho um teste de atitude linguística com seis questões, as quais se referem ao sentimento linguístico do sujeito quanto ao uso da sua linguagem. 3.2.2 Aplicação de questionários Além desses testes, foi elaborado um questionário que visa investigar os fatores sociais que influenciam a aceitabilidade das variações de concordância verbal por aprendizes de língua inglesa. O questionário foi composto de seis questões voltadas para a investigação sobre os contextos em que os aprendizes têm contato com tais variantes, visto que se defende a hipótese de que muitos aprendizes aprendem/adquirem a LI em outros contextos fora da Universidade, sendo possível, assim, o contato com falantes nativos e, consequentemente, o uso de variações. 2.3 Caracterização das variáveis Considerando-se trabalhos já existentes em relação às variações linguísticas do inglês, e tendo como foco os elementos de variação de concordância verbal, foram selecionadas as variáveis dependentes e independentes para a elaboração dos testes que serviram para a análise de aceitabilidade destas formas linguísticas por alunos de língua inglesa como segunda língua e por falantes nativos. Torna-se relevante agora caracterizar essas variáveis. I Variável dependente  Presença de concordância (8) a. you were outside. b. There are lots of people in the room.  Ausência de concordância (9) a. you was outside. b. There is two boys running.
  • 28. 27 Nos trabalhos de Green (2007), por exemplo, é comprovada a existência de formas variantes com o verbo BE no tempo presente (is/are), que podem apresentar + ou – concordância em relação ao sujeito. Neste caso, o uso do IS encontra-se em variação, podendo ocorrer em sentenças com o sujeito no plural, já o uso de ARE é mais frequente nas formas padrão. II Variáveis independentes linguísticas 1. Tempo verbal  Pres. Ind. (10) The children is sad.  Passado (11) The children was happy. Nas pesquisas realizadas por Cheshire e Fox (2006), observamos a ocorrência de variação no passado do verbo BE (Was/Were). Os resultados mostraram que, em contextos de polaridade positiva, é comum o uso não padrão de WAS e o uso padrão de WERE; já com relação à polaridade negativa, constatou-se que é frequente o uso de WEREN’T nas formas não padrão e o uso de WASN’T nas formas padrão. Sendo assim, foram selecionadas as sentenças listadas abaixo: 2. Polaridade da sentença a. Afirmativa (12) They were still like partying hard. (13) The women was making a dinner b. Negativa (14) She weren’t there. (15) I wasn't there. Portanto, nas sentenças apresentadas, há a presença de + concordância verbal no uso de WERE nas sentenças afirmativas, já nas sentenças negativas há - concordância com a utilização de WEREN’T. Em relação à utilização de WAS em frases negativas, nota-se que há
  • 29. 28 variação quanto à concordância com o sujeito, enquanto, nas frases afirmativas, não há a presença desta variação. Além dessa variação com o verbo BE, nota-se o uso de variantes no uso do verbo auxiliar HAVE; é frequente o uso de HAS com o sujeito no plural, enquanto o uso de HAVE se dar apenas nas formas padrão. Esses dados encontram-se nas pesquisas realizadas por Cheshire(2006). Ademais, um outro fenômeno variável da língua inglesa discutido na literatura (Cf. Parrott, 2005, Green, 2007, Cheshire, 2006), é o uso dos auxiliares DO/DOES nas formas interrogativas e negativas. Encontra-se em variação o uso de DO com o sujeito na terceira pessoa, já o DOES é utilizado apenas na forma padrão; as sentenças listadas abaixo demonstram tais usos. 3. Presença/ausência de forma variável contraída ao NOT (16) It don’t matter. (17) How much do he want for it? Cabe salientar o uso variável do morfema flexional verbal ‘s’: Segundo Cheshire (2006), o ‘s’ pode ser acrescentado ao verbo com sujeitos no plural na língua falada, como nas sentenças abaixo: 4. Variável do morfema flexional verbal ‘s’ (18) The girls likes pizza. (19) The patatoes looks awful. (20) Only two apples seems to be left. Dessa forma, os fenômenos variantes analisados pelos autores acima citados servirão de base para a constituição dos questionários para a coleta de dados. Além disso, foram compostos testes que buscaram investigar os elementos sociais que podem influenciar no uso destas variantes, tanto dos sujeitos nativos quanto dos aprendizes de língua estrangeira.
  • 30. 29 III Variáveis independentes sociais Além dos elementos estruturais, foram utilizados métodos que buscaram investigar os fatores sociais que influenciam no uso das estruturas variáveis aqui apresentadas, tais como idade e atitude ao comportamento linguístico. 1. Tipos de falantes Indica fatores referentes aos participantes da pesquisa, se é falante nativo ou aprendiz de inglês como língua estrangeira. a. Falantes nativos A atitude linguística do falante foi o foco de investigação deste grupo, pois a análise se deteve na aceitação das formas linguísticas não padrão, assim como nas atitudes linguísticas do falante referentes a variantes linguísticas da sua própria língua. b. Aprendizes de inglês como língua estrangeira Estes sujeitos caracterizam-se como foco do trabalho, portanto, buscaram-se métodos de investigação dos diversos fatores sociais que poderiam influenciar no uso ou aceitação das variantes investigadas, como; grau de uso da língua, idade, sexo e atitude linguística.
  • 31. 30 CAPÍTULO IV: ANÁLISE DE DADOS Este capítulo consiste na apresentação da análise dos dados levantados. Inicialmente, torna-se relevante descrever os dados obtidos através de testes aplicados cujo objetivo foi investigar o uso das variantes linguísticas e atitudes linguísticas de falantes nativos da língua inglesa por meio de uma metodologia de cunho qualitativo. 4.1 Variações de Concordância Verbal utilizadas por Falantes Nativos Como já foi mencionado os dados aqui analisados foram obtidos através da aplicação de testes de percepção e um teste de atitude lingüística. Primeiramente, serão analisados os dados obtidos pelos informantes de origem americana, frequentadores da Igreja Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, pelo fato de haver semelhanças quanto ao julgamento do uso das variantes linguísticas, assim como às atitudes linguísticas apresentadas por esses falantes. O pensamento desses sujeitos sobre a sua própria fala reflete um certo preconceito quanto ao uso das variações linguísticas. Segundo esses falantes, eles fazem ou tentam fazer uso de uma linguagem mais ‘intelectual’ e tentam não cometer ‘erros’ quando fazem uso da língua falada. Tal postura pode ser percebida nas respostas para a pergunta: “What do you think about your own speech? (21) a. – I like it. I find that my form of speech to be very expressive, others have told me it sound ‘intellectual’ or ‘educated’. (E.R, Ohio, USA) b. – (…)“I was raised speaking English correctly, my parents always corrected me when I made a mistake so I hope my speech is good”. (E.R, Las Vegas, USA) Outras questões solicitam que esses informantes de origem americana analisem se eles consideram incorretas algumas formas de variações de concordância verbal, tais como essas apresentadas em (20). (22) a. She weren’t there. b. It don’t matter. Um deles apresenta a seguinte informação:
  • 32. 31 (23) “I don’t use them, except by accident. Usually when I decide on a better way to express an idea in the middle of saying the sentence”. (E.R, Ohio, USA). Observa-se que o falante admite que faz uso dessas variantes, mas ainda remete preconceito quanto a essas formas linguísticas. O informante E.R (USA), apesar de ter apresentado um julgamento de inferioridade em relação às variantes lingüísticas não padrão, quando foi solicitado que se pronunciasse quanto ao uso destas em algumas situações, assinalou que se sente mais confortável utilizando o inglês não padrão: (24) “Well I don’t really think anyone speaks ‘Standard English’everybody just speaks English like everyone else just some people speak more correctly”. No entanto, nos testes de percepção em que se apresentavam as variantes nas formas padrão e não padrão, os dois sujeitos de origem americana julgaram apenas fazer uso das formas do inglês padrão. Ao analisar os dados obtidos pelo informante P.S (London, UK), nota-se que esse sujeito não apresenta nenhum sentimento de preconceito linguístico quanto ao uso das variantes e que ele faz uso destas em diversos contextos. Ao perguntar se o informante utiliza as variantes não padrão do inglês, ele apresenta a seguinte resposta: (25) “Yes, depends on who I’m talking to.” (P.S, London, UK). Voltando especificamente para as variantes de concordância verbal, ao se aferir se o falante britânico considera incorretas as sentenças em (22), ele expressa a seguinte ideia: (26) “No. Depends on who you are talking to or which situation”. Em relação a se ele se sente mais confortável utilizando o inglês não padrão, P.S afirma: (27) “Yes, when I’m with my friends. It’s just a way of cutting down long sentences and go straight to the point.”
  • 33. 32 Nos testes de percepção, o informante de origem britânica afirmou que faz uso de diferentes formas de variação de concordância verbal, tais como as sentenças em (28) abaixo. (28) a. Only two apples seems to be lefts. b. She weren’t there. c. It don’t matter. Contudo, todos os sujeitos nativos participantes desta pesquisa fazem uso das variantes linguísticas, até mesmo aqueles que apresentam um grau de preconceito em relação ao uso dessas variantes, como demonstrados no exemplos (21), (23) e (24), pois a língua é diversificada e influenciada por aspectos sociais de diversas comunidades linguísticas. 4.2 Aceitabilidade das formas variantes de Concordância Verbal por aprendizes de Língua Estrangeira A Sociolinguística qualitativa “tem por objetivo investigar o caráter social e a função social da linguagem, bem como as suas respectivas repercussões no comportamento dos indivíduos”. (PAULA, 2008, p. 26). Sendo assim, esta pesquisa buscou, além de verificar se os aprendizes de inglês como língua estrangeira fazem uso das variantes de concordância verbal, observar se estes apresentam preconceitos linguísticos quanto ao uso destas variantes. Visto que os sujeitos participantes desta pesquisa foram estudantes do II e VIII semestres do curso de Letras com Habilitação em língua inglesa da UNEB – Campus XIV torna-se relevante uma análise processual por turma levando-se em conta os diversos fatores de investigação (linguísticos e sociais) que podem influenciar no uso das variantes de concordância verbal e a aceitabilidade dessas variantes. 4.2.1 Estudantes de língua estrangeira do II semestre: do conhecimento linguístico ao uso das variantes Os sujeitos contribuintes para esta primeira análise são 17 estudantes de língua inglesa do II semestre de Letras com Inglês. Levando-se em conta as diferentes formas de contato/uso da língua pelos participantes, torna-se necessário a divisão de (3) grupos, os quais buscam aprender a língua em diferentes contextos, fator este que influencia o uso ou não das variantes linguísticas.
  • 34. 33 4.2.1.1 Grupo (1) Uso do Skype/ Redes Sociais O Skype é uma tecnologia que permite a transmissão de sinais de voz pela Internet através da qual o aprendiz pode se comunicar com falantes nativos; assim como outros meios tecnológicos, como redes sociais, comunidades e sites, que permitem aos aprendizes aprender uma língua estrangeira através do contato com a própria língua alvo. Acredita-se que por meio dessas tecnologias, o sujeito está mais apto a adquirir variantes presentes na língua falada. O grupo (1) é composto de (5) informantes que fazem uso destes recursos e estudam inglês há aproximadamente 4 anos, a faixa etária varia de 18 a 27 anos e fazem uso do skype ou redes sociais e comunidades de idiomas semanalmente ou mensalmente. Todos os sujeitos deste grupo julgam que tentam fazer uso da forma padrão optando pelo inglês gramaticalmente correto. Isso ocorre pelo fato de a Universidade trabalhar apenas com a forma padrão. Por outro lado, esses aprendizes estão também expostos a um ambiente (Skype ou outras ferramentas da internet) em que se deparam com variantes linguísticas. Dois desses informantes dizem que não aplicam variantes presentes na fala; no entanto, não apresentam preconceito algum quanto à utilização dessas variantes e respeitam o uso destas por diferentes grupos sociais. Outros três informantes pertencentes a este grupo consideram que aplicam as variantes na língua falada. No que concerne ao teste de percepção em que apresentam sentenças nas formas padrão e não padrão misturadas entre si, todos esses informantes julgam fazer uso de variantes linguísticas de concordância verbal, o que será mostrado no tópico 4.2.2. 4.2.1.2 Grupo (2) Curso Livre Um número considerável de alunos recorre a um curso de idiomas para conseguir uma melhor proficiência na língua estrangeira. Dentre os sujeitos desta pesquisa, cinco estudantes participam de grupos de conversação oferecidos por cursos livres; três desses informantes afirmam que fazem uso de variantes linguísticas. Segundo um destes sujeitos: (29) “Por que no próprio processo de aprendizagem nós adquirimos tudo que nos é passado, então quando pratico inglês no cursinho acabo usando essas variantes” (M. S., II semestre).
  • 35. 34 Este grupo apresenta uma faixa etária entre 21 a 28 anos e estudam a língua há mais de 2 anos. Os sujeitos deste grupo estão em processo de aprendizagem do idioma inglês e julgam estar no nível básico, exceto um deles que diz apresentar um inglês gramaticalmente correto. Apesar de afirmarem fazer uso das variantes linguísticas, na questão 3 do teste de atitude linguística em que se pergunta se eles consideram 'incorretas' certas estruturas usadas no idioma Inglês, como She weren't there e It don't matter todos os aprendizes deste grupo julgam incorretas as estruturas, pois analisaram do ponto de vista na norma padrão da língua. 4.2.1.3 Grupo (3): Uso da língua estrangeira na Universidade Este grupo de estudantes, composto por sete aprendizes, faz uso da língua apenas no ambiente de aprendizagem da própria Universidade. Levando-se em conta que deste ambiente participam diversos sujeitos que fazem uso das variantes linguísticas, cinco destes estudantes disseram fazer uso destas estruturas em conversas com os colegas na própria Universidade e apenas dois afirmaram que não aplicam nenhum tipo de forma não padrão na língua falada. Um outro dado importante encontrado nos resultados desses sujeitos foi a falta de preocupação em utilizar a forma correta. Isto pode ser explicado pelo fato de eles terem ainda pouco conhecimento em relação às formas gramaticais, preocupando-se principalmente em comunicarem-se na língua e serem entendidos. Cinco desses aprendizes fazem uso da língua há apenas 6 meses enquanto outros dois estudam a língua acerca de 3 anos. Voltando-se para o teste de Atitude linguística, quanto ao julgamento das estruturas não padrão, se percebe que os informantes apresentam conhecimento sobre a existência das variações linguísticas, pelo fato de emitirem que consideram incorretas as estruturas não padrão apenas do ponto de vista gramatical. 4.2.2 Teste de aceitabilidade das variantes por aprendizes do II semestre Neste quesito, no que se refere aos aprendizes de inglês como língua estrangeira do II semestre, a análise dos dados nos mostra que os sujeitos fazem uso de algumas estruturas de variação de concordância verbal na língua falada, não emitindo preconceito quanto ao uso dessas estruturas.
  • 36. 35 Dessa forma, serão demonstradas aqui as estruturas mais utilizadas por estes grupos, assim como a porcentagem de alunos que as utilizam, levando-se em conta que o numero total de participantes foram 17 estudantes. Gráfico 1: Variável verbo to be no presente do indicativo. A sentença acima apresenta um grau menor de concordância entre o sujeito the children, que está no plural, e o verbo is que se apresenta no singular; uma forma variante utilizada por 53% dos estudantes do II semestre do curso de língua inglesa. Gráfico 2: Variável morfema flexional verbal –s. Na sentença acima, a concordância verbal não segue o padrão linguístico. O sujeito the girls está na 3ª pessoa do plural, mas o verbo está seguindo a regra de concordância de 3ª pessoa do singular (he, she, it), marcado pelo morfema –s. No entanto, esta forma é aceita por 76% dos informantes do II semestre.
  • 37. 36 Gráfico 3: Variação no passado do verbo to be (were) polaridade negativa. A estrutura apresenta uma variação de concordância entre o sujeito, que está na terceira pessoa do singular she, e o verbo to be está no plural (weren’t). Esta sentença foi marcada positivamente por 35 % dos sujeitos. Gráfico 4: Variação do verbo to be na forma interrogativa. No exemplo acima, a forma do verbo to be está no singular enquanto o sujeito the eggs está no plural, havendo um desencontro entre as marcas de concordância do sujeito e do verbo. Gráfico 5: Variação do auxiliar do com o sujeito na terceira pessoa.
  • 38. 37 Na estrutura acima, houve uma variação no uso do auxiliar do, pois o sujeito se apresenta na 3ª pessoa do singular it e, de acordo com o padrão da língua inglesa, com o sujeito na terceira pessoa é utilizado o auxiliar does. O mesmo ocorre no gráfico (6) abaixo. Gráfico 6: Variação do auxiliar do na forma negativa com o sujeito na terceira pessoa. A partir das amostras dos dados aqui levantados, nota-se que os informantes do II semestre fazem uso das variantes línguisticas no próprio ambiente da universidade, havendo dessa forma, um ambiente propício à aquisição das estruturas línguisticas fora da forma padrão. Outro fator que contribui para a utilização destas estruturas é o fato de que esses aprendizes estão no nível inicial de aprendizagem/aquisição da língua. Por isso, a maioria deles não tem conhecimento quanto a diferir as estruturas padrão das não padrão. Outro fator importante é que não houve diferenças entre o grupo que utiliza o skype e aqueles que não utilizam, pois nota-se claramente que todos os sujeitos destes grupos fazem uso de estruturas não padrão, não havendo distinções no grau de aceitabilidade. 4.2.3 Estudantes de língua estrangeira do VIII semestre: Uma análise de aceitabilidade das estruturas variantes de concordância verbal Levando-se em consideração as particularidades de cada sujeito quanto ao uso da língua e sua aprendizagem, foram formados três grupos a partir do ambiente em que os informantes buscam aprender ou fazer uso da língua inglesa. 4.2.3.1 Grupo (1) Uso do Skype/ Redes Sociais Este grupo é formado por oito sujeitos que fazem uso de recursos tecnológicos para o aprendizado/aquisição do inglês, em sua maioria através da comunicação com falantes nativos.
  • 39. 38 Os informantes pertencentes a este grupo estudam inglês há mais de 3 anos e apresentam faixa etária de 21 a 26 anos, a maioria deles possui um inglês fluente ou intermediário. No teste de atitude linguística, seis desses informantes afirmaram fazer uso de variantes no ato da fala, enquanto dois destes julgam não aplicar as formas variantes e optam pelo inglês padrão. No entanto, no teste de aceitabilidade, todos marcaram estruturas com concordância verbal não padrão como formas utilizadas por eles. Nenhum dos sujeitos apresentou preconceito em relação às formas variantes. Para eles são formas que podem ser utilizadas e bem entendidas. 4.2.3.2 Grupo (2) Curso Livre Cinco informantes, de faixa etária entre 23 a 33 anos estudam inglês na própria Universidade e em cursos de idiomas há aproximadamente 4 anos ou seja, estão menos expostos a ambientes linguísticos em que poderiam se deparar com formas linguísticas não padrão. Por este motivo, consideram que fazem uso do inglês padrão. Direcionando-se para as atitudes linguísticas apresentadas por esses sujeitos, percebe- se que dois desses informantes julgam as estruturas não padrão de concordância verbal incorretas, enquanto três destes sujeitos julgam estas variantes aceitáveis e compreensíveis em contexto comunicativo. 4.2.3.3 Grupo (3) Uso da língua estrangeira na Universidade/sala de aula em escolas publica Este grupo é composto de seis sujeitos que usam a língua inglesa na Universidade ou exercendo a função de professor de inglês. Logo esses sujeitos estão expostos a ambientes mais formais de uso da LI. Esses sujeitos estão numa faixa etária entre 21 e 30 anos, estudam a língua inglesa há mais de 3 anos. Dois deles utilizam o inglês também em conversas com colegas na universidade, enquanto os outros quatro utilizam a língua na Universidade ou ambiente de sala de aula. No que se refere as atitudes linguísticas destes sujeitos, a maioria deles considera que tenta fazer uso do inglês padrão; quatro desses informantes consideram que aplicam as variantes quando fazem uso do inglês assim como aceitam as estruturas não padrão, não apresentando preconceito algum quanto às estruturas variantes de concordância verbal, enquanto dois desses informantes julgam essas estruturas incorretas. Dessa forma, diante da
  • 40. 39 questão 4 do teste de atitude linguística (Quando você ouve o discurso de algumas pessoas em um padrão de variação linguística diferente do que você aprendeu, o que pensa sobre este grupo de pessoas?), todos eles disseram que reconhecem a existência das variações linguísticas presentes na língua inglesa. A título de ilustração, segue abaixo a resposta de T.L: (30) “Assim como em nossa língua existem variações quando nos comunicamos é normal haver também em outras línguas” (T.L., VIII semestre). 4.2.4 Teste de aceitabilidade das variantes por aprendizes do VIII semestre Quanto à aceitabilidade de estruturas variantes, percebeu-se que apesar de estarem mais expostos a um ambiente de ensino/aprendizagem em que o padrão é privilegiado, somente dois dos sujeitos afirmaram não fazer uso de nenhuma das estruturas não padrão que foram apresentadas a eles. Sobre o teste de percepção, destacam-se algumas estruturas que foram julgadas como mais utilizadas pelos aprendizes do VIII semestre, como mostram os gráficos a seguir. Gráfico 7: Variável morfema flexional verbal –s. Gráfico 8: Variação no passado do verbo to be (were) polaridade negativa. Gráfico 9: Variação do Verbo to be na forma interrogativa.
  • 41. 40 Gráfico 10: Variação no passado do verbo to be (was) com polaridade positiva. Gráfico 11: Variação do auxiliar do na forma negativa com o sujeito na terceira pessoa. Note-se que o uso dessas variantes por parte desses sujeitos ocorre com menor frequência se for comparado com o uso dos estudantes do II semestre; isto certamente decorre do fato de os aprendizes do VIII semestre estarem expostos à língua padrão há mais tempo. Ao analisar a aceitabilidade das variantes de concordância verbal por parte destes sujeitos observa-se que os grupos que fazem uso do inglês na Universidade e cursos de idiomas apresentam um menor grau de aceitabilidade quando comparado com aqueles que utilizam o Skype/redes sociais, isso ocorre devido ao contexto linguístico, o qual estes grupos estão expostos, ou seja, a um ambiente linguístico padrão.
  • 42. 41 4.3 Resultados Os dados mostraram que um número considerável de aprendizes de língua inglesa faz uso de variantes de concordância verbal não padrão e que nos mais diversos contextos de utilização da língua há aceitabilidade destas variantes, como demonstrado na descrição de cada grupo. Ao se aferir as sentenças variantes julgadas pelos aprendizes do II semestre, destacam-se algumas destas como mais utilizadas pelos sujeitos arrolados, como em (31) a variável do morfema flexional verbal –s utilizada por 76% dos sujeitos e em (32) a variável do verbo to be no presente do indicativo julgada como aceitável por 53% dos aprendizes. Na análise da turma do VIII semestre, nota-se um menor grau de utilização das estruturas não padrão, das quais a assinalada como mais utilizada foi a variação no passado do verbo to be (was) com polaridade positiva como em (33), apontada como utilizada por 53% dos sujeitos desta turma. (31) The girls like pizza. (32) The children is sad. (33) The women was making a dinner. Ao se comparar o grau de aceitabilidade destas estruturas variantes por falantes nativos e os aprendizes de inglês, percebe-se que estes últimos apresentaram um grau de aceitabilidade maior e afirmaram fazer uso das várias formas não padrão apresentadas a estes. Ao se analisar o julgamento das sentenças de concordância verbal não padrão pelos falantes nativos, observa-se que estes apresentaram um maior interesse em utilizar a norma padrão e também mostraram algum tipo de preconceito linguístico quanto à utilização dessas variantes.
  • 43. 42 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento da sociolinguística como ciência possibilitou ao longo das décadas a desmitificação de preconceitos linguísticos. De acordo com Aguilera (2008), “a atitude linguística assumida pelo falante implica a noção de identidade, que se pode definir como a característica ou o conjunto de características que permitem diferenciar um grupo de outro, uma etnia de outra, um povo de outro.” (AGUILERA, 2008, p.105-106). Ou seja, a atitude linguística é determinada por fatores sociais. Este trabalho, além de avaliar a aceitabilidade de variação na concordância verbal existente na Língua Inglesa por falantes nativos e aprendizes de inglês como segunda língua, mostrou as atitudes linguísticas desses sujeitos com relação ao uso das variantes. Concluiu-se que há uma aceitação por parte desses sujeitos de estruturas sintáticas que divergem da forma padrão. Esse resultado foi obtido levando-se em conta os fatores linguísticos e extralinguísticos. Dessa forma, a teoria sociolinguística foi de grande valia para o desenvolvimento deste trabalho, visto que, a partir desta, desenvolveu-se todo um referencial teórico que deu a base para a investigação. Trabalhos de pesquisas sobre as variantes de concordância de verbal nas diversas comunidades do idioma inglês também foram fundamentais para se chegar aos resultados deste trabalho, uma vez que seus dados foram utilizados nos testes de atitude linguística e aceitabilidade. Um ponto relevante observado na análise de dados é que os aprendizes que adquirem as estruturas de variação de concordância verbal em contatos com nativos através de ambientes de comunicação, como meios disponibilizados na internet trazem essas estruturas para seu contexto de comunicação com os colegas dentro da Universidade, o que permite que mesmo aqueles sujeitos que julgaram fazer uso do inglês apenas na Universidade utilizem essas formas variantes. Conclui-se, então, que, apesar de os estudantes de inglês como língua estrangeira aprenderem/adquirirem a língua inglesa em um ambiente formal, em que a norma padrão é privilegiada, o contato com outras comunidades falantes do inglês favoreceu o uso de formas variantes não padrão de LI.
  • 44. 43 REFERÊNCIAS ADGER, Carolyn. CHRISTIAN, Donna. Sociolinguistic variation and education. In: BALEY, Robert. LUCAS, Ceil. Sociolinguistic variation: theories, methods, and applications. New York: Cambridge University Press , 2007. p. 237 – 256. AGUILERA, Vanderci. Crenças e atitudes linguísticas: o que dizem os falantes das capitais brasileiras. Disponível em: http://www.gel.org.br/estudoslinguisticos/volumes/37/EL_V37N2_11.pdf . Acesso em: 20.jan.2012. BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: Parábola, 2007. BATTISTI, Elisa. O estudo sociolingüístico da variação. Departamento de Letras – Universidade de Caxias do Sul (UCS), 2008. Disponível em: <http://www.celsul.org.br/Encontros/08/elisa_battisti.pdf >. Acesso em: 10 out. 2010. BLAIR, David. COLLINS, Petter. English in Australia: Varieties of English around the world. Germany: General series, 2001. BELL, Alan. Style in dialogue: Bakhtin and sociolinguistic theory. In: BALEY, Robert. LUCAS, Ceil. Sociolinguistic variation: theories, methods, and applications. New York: Cambridge University Press, 2007. p. 90 – 109. CHESHIRE, Jenny. Syntactic variation and beyond. Department of Linguistics Queen Mary, University of London. Disponível em: < http://webspace.qmul.ac.uk/jlcheshire/pdf%20papers/%20reader_syn%20varn%20and%20be yond.pdf >. Acesso em: 12 agos. 2010. CHESHIRE, J. and Fox, S. Was/were variation: a perspective from London. Language Variation and Change. Cambridge University Press. Londres, 2009. Disponível em: < http://journals.cambridge.org/action/displayFulltext?type=1&fid=5319252&jid=LVC&volum eId=21&issueId=01&aid=5319244 >. Acesso em: 12 agos. 2010. CORNIPS, Leonie (orgs). Variationist Sociolinguistics – Syntax. University of Amsterdam,2006. Disponível em: < http://www.pdfcari.com/Title:-Variationist- Sociolinguistics---Syntax.html>. Acesso em 6 nov. 2010. CUNHA, Celso. Uma Política do Idioma. 3 ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975. FIORIN, José Luiz (org.). Introdução à Lingüística. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2003. GREEN, Lisa. Syntactic Variation. 2007. In: BALEY, Robert. LUCAS, Ceil. Sociolinguistic variation: theories, methods, and applications. New York: Cambridge University Press , 2007. p. 24-44. HUDSON, Richard Subject-verb agreement in English. Association of Great Britain and the Cambridge University Centre for English UCL, July 1998.
  • 45. 44 LABOV, Willian. The Social Stratification of English in New York City, 2 edition. New York: Cambridge University Press, 2006. LABOV, W. Principles of linguistic change. Internal factors. Oxford: Black Well, 1994. MARGOTTI, Felício Wessling. Abordagem empiricista em trabalhos de variação sociolingüística. Revista Linguagem em Discurso, v. 4, n 1, jul/dez. 2003. MOLLICA, Maria Cecília. BRAGA, Maria Luiza (orgs). Introdução à Sociolingüística o Tratamento da Variação. São Paulo: Editora Contexto, 2008. MONTEIRO, J. Lemos. Para Compreender Labov, 3 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. NAVARRO, Ana Maria Mattos. Contribuições da Sociolingüística para o Tratamento Didático da Variação Lingüística na Escola. Disponível em <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/611- 4.pdf?PHPSESSID=2009051809195946>. Acesso em: 20 nov. 2010. OWELL, Charles. EDWARDS, Corony. The Impact on Teachers of Language Variation as a Course Component. UK: The University of Birmingham, 2005. PARROTT, J. K. A preliminary sketch of variation in the verbal agreement system of Smith Island English. Disponível em: <http://www.punksinscience.org/jeffrey/docs/Parrott%20%282001%29%20A%20preliminary %20sketch,%20SIE%20Agreement.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2010. PAULA, Claudemir. Língua(gem), educação e cultura afro-brasileira: Uma análise sociolingüística dos efeitos da lei 10.639/03 na dinâmica das Relações Étnico-raciais nas escolas Públicas de Vilhena(RO). 2008. 128f. Dissertação (Mestrado em Ciências da linguagem) – Universidade Federal de Rondônia , Campus de Guajará Mirim, 2008. RODRIGUES, Daniel de Sá. O Tratamento da Variação Lingüística em livros didáticos de Língua Inglesa. Disponível em: < http://www.academicoo.com/tese-dissertacao/o- tratamento-da-variacao-linguistica-nos-livros-didaticos-de-portugues>. Acesso em: 18 de mar. 2011. SALI A. Tagliamonte. Analysing Sociolinguistic Variation. New York: Cambridge university press, 2006. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares nacionais : terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua estrangeira. Brasília :MEC/SEF, 1998. TARALLO, Fernando. A Pesquisa Sociolinguística. 8 Ed. São Paulo: Ática, 2007. TORTORA, C., DIKKEN, M. Subject agreement variation: support for the configurational approach. Disponível em: <http://web.gc.cuny.edu/dept/lingu/dendikken/docs/lingua_proofs.pdf >. Acesso em: 25 maio 2010.
  • 46. 45 APÊNDICE A: Questionários de Pesquisa Preenchidos por Falantes Nativos. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XIV CURSO DE LETRAS COM HABILITAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA Linguistic Questionnaire Attitude 1. What do you think about your own speech? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ______________________________________________________. 2. Have you ever tried to change your speech? What particular things have you tried to change? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _________________________________________________. 3. Do you apply variants of the non-standard English language when you use spoken language? In which situations? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ______________________________________________________. 4. Do you consider ‘incorrect’ certain forms of speech used in the English language, such as: (1) She weren't there. (2) It don't matter? Why? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ______________________________________________________. 5. Are there some situations that you feel more comfortable to speak non-standard English than the Standard English? Which ones? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ______________________________________________________. 6. When you hear some persons’ speech in a linguistic variation pattern different of yours, what do think about this group of people? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ______________________________________________________.
  • 47. 46 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XIV CURSO DE LETRAS COM HABILITAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA Questionnaire 1- Are the sentences below applied for you when using the spoken language? 1) The children is sad. ( )Yes ( )No 2) The girls likes pizza. ( )Yes ( )No 3) They are happy. ( )Yes ( )No 4) The children have arrived. ( )Yes ( )No 5) The potatoes looks awful. ( )Yes ( )No 6) They are old friends. ( )Yes ( )No 7) They were still like partying hard. ( )Yes ( )No 8) Us students is going. ( )Yes ( )No 9) Him and me are going. ( )Yes ( )No 10) Only two apples seems to be left. ( )Yes ( )No 11) There are lots of people in the room. ( )Yes ( )No 12) There is two boys running. ( )Yes ( )No 13) She weren't there. ( )Yes ( )No 14) Is the eggs craked? ( )Yes ( )No 15) It don't matter. ( )Yes ( )No 16) The mothers were shouting at you to come in. ( )Yes ( )No 17) The women was making a dinner. ( )Yes ( )No 18) how much do he want for it? ( )Yes ( )No 19) You see Mary (yesterday)? ( )Yes ( )No 20) Go you away. ( )Yes ( )No
  • 48. 47 APÊNDICE B: Questionários de Pesquisa Preenchidos por Aprendizes de L2. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XIV CURSO DE LETRAS COM HABILITAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA Questionário: Fatores Sociais Nome:__________________________________________________________ Idade:__________________ Sexo:________________Semestre:___________  Há quanto tempo você estuda inglês? ________________________________________________________________.  Você utiliza a língua inglesa fora da universidade? Em que situações? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________.  Estuda inglês em outros contextos? (Curso livre, grupo e conversação, etc). _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________.  Você utiliza o skype ou outro meio tecnológico para se comunicar com falantes nativos da língua inglesa? ( ) Sim. ( ) outros meios, ___________________________________. ( ) Não. (* Se você não utiliza o skype, não é necessário responder as questões seguintes).  Quantos contatos você possui no skype? _____________________________________________________________________.  Com que freqüência você utiliza o skype? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________.  Em média quanto tempo você permanece no skype, quando faz uso deste meio?________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________.
  • 49. 48 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XIV CURSO DE LETRAS COM HABILITAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA Questionário de Atitude Linguística  O que você acha do seu inglês? É fluente ou gramaticalmente correto? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ __________________________________________________________________.  Você aplica as variantes do inglês não padrão quando você faz uso da língua falada? Em que situações? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ___________________________________________________________________.  Você considera 'incorreto' certas estruturas usadas no idioma Inglês, como: (1) She weren't there. (2) It don't matter? Por quê? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ___________________________________________________________________.  Quando você ouve o discurso de algumas pessoas "em um padrão de variação lingüística diferente do que você aprendeu, o que pensa sobre este grupo de pessoas? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________.