Este documento contém vários links para obras de arte relacionadas ao amor, como pinturas, poemas e fotografias. As obras incluem "O Beijo" de Gustav Klimt, "Marte e Vênus" de Botticelli, e poemas como "Este Inferno de Amar" de Almeida Garret e "Cantiga" de João Ruiz de Castell-Branco.
18. O Beijo (pormenor) Gustav Klimt , 1908 http://www.librodearena.com/post/alberka/el-rey-y-el-pintor--para-los-enamorados/27200/2755
19. ESTE INFERNO DE AMAR Este inferno de amar - como eu amo! - Quem mo pôs aqui n'alma...quem foi? Esta chama que atenta e consome, Que é a vida - e que a vida destrói - Como é que se veio a atear, Quando - ai quando se há-de ela apagar? Eu não sei, não lembra: o passado, A outra vida que dantes vivi Era um sonho talvez... - foi um sonho - Em que paz tão serena a dormi! Oh!, que doce era aquele sonhar... Quem me veio, ai de mim!, despertar? Só me lembra que um dia formoso Eu passei... dava o Sol tanta luz! E os meus olhos, que vagos giravam, Em seus olhos ardentes os pus. Que fez ela?, eu que fiz? - Não no sei; Mas nessa hora a viver comecei... Almeida Garret , Folhas Ca í das, Lisboa, Pub. Europa-América, Lda., 1999
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25. SER POETA Ser poeta é ser mais alto, é ser maior Do que os homens! Morrer como quem beija! É ser mendigo e dar como quem seja Rei do Reino de Aquém e de Além-Dor! É ter de mil desejos o esplendor E não saber sequer que se deseja! É ter cá dentro um astro que flameja, É ter garras e asas de condor! É ter fome, é ter sede de Infinito! Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim... É condensar o mundo num só grito! E é amar-te, assim, perdidamente... É seres alma, e sangue, e vida em mim E dizê-lo cantando a toda a gente! Florbela Espanca, Sonetos , Lisboa, Pub. Europa-América
26. CANTIGA Senhora, partem tam tristes meus olhos por vós, meu bem, que nunca tam tristes vistes outros nenhuns por ninguém Tam tristes, tam saudosos, tam doentes da partida, tam cansados, tam chorosos, da morte mais desejosos cem mil vezes que da vida. Partem tam tristes os tristes, tam fora de esperar bem, que nunca tam tristes vistes outros nenhuns por ninguém. João Ruiz de Castell-Branco, Cancioneiro Geral de Garcia de Resende , vol.I, Lisboa, IN-CM