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Pr. MARCO ANTONIO DE SOUZA
APOSTILA DE TEOLOGIA SISTEMÁTICA
BELO HORIZONTE - MG
MAIO DE 2011
Apostila organizada a partir das
aulas ministradas nos cursos de
Teologia da IBPP e da Escola de
Ministério da IBCP.
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino,
para a repreensão, para a correção, para a educação na
justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra.
(2ª Timóteo 3:16-17)
2
É permitida a cópia e utilização de todo conteúdo
desta apostila, desde que não seja usado para fins
lucrativos.
SUMÁRIO PG
1. Introdução ao Estudo Teológico ..................................................................................................... 05
1.1 O que é Teologia .................................................................................................................06
2. Bibliologia (A Doutrina das Escrituras) ..........................................................................................08
2.1 A Necessidade das Escrituras .............................................................................................09
2.2 A Inspiração das Escrituras ................................................................................................ 09
2.3 A Verificação das Escrituras .............................................................................................. 10
3.Teologia (A Doutrina de Deus) ........................................................................................................11
3.1 A Natureza de Deus ...............................................................................................................12
3.2 Os Nomes de Deus ................................................................................................................ 13
3.3 Os Decretos de Deus ..............................................................................................................14
3.4 Os Atributos de Deus ............................................................................................................. 15
4. A Doutrina da Trindade .................................................................................................................. 17
5. Cristologia (A Doutrina de Cristo) ..................................................................................................19
5.1 A Ira de Deus e a Propiciação do Pecado .............................................................................. 20
5.2 A Identidade, Integridade e Autoridade de Jesus ...................................................................21
5.3 Jesus Cristo como o Último Adão ..........................................................................................22
5.4 A Obra de Cristo .................................................................................................................... 23
6. Antropologia (A Doutrina do Homem) ...........................................................................................24
6.1 Tendências teológicas no início deste novo milênio ..............................................................25
6.2 A Criação do Homem ............................................................................................................ 25
6.3 A constituição permanente do ser humano ............................................................................ 26
7. Eclesiologia (A Doutrina da Igreja) ................................................................................................ 28
7.1 A Natureza da Igreja .............................................................................................................. 29
7.2 A Igreja Local ........................................................................................................................ 29
7.3 As Ordenanças da Igreja ........................................................................................................ 31
7.3.1 Batismo ...........................................................................................................................31
7.3.2 A Ceia do Senhor ........................................................................................................... 31
7.4 A Vocação da Igreja ...............................................................................................................32
8. Angelologia (A Doutrina dos Anjos) .............................................................................................. 34
8.1 Panorama ................................................................................................................................35
8.2 A Classificação dos Anjos ..................................................................................................... 35
8.3 A Queda dos Anjos ................................................................................................................ 37
8.4 Batalha Espiritual ...................................................................................................................38
9. Hamartologia (A Doutrina do Pecado) ......................................................................................... 40
9.1 O que é o pecado .................................................................................................................. 41
9.2 As Conseqüências do Pecado ............................................................................................... 43
10.Soteriologista (A Doutrina da Salvação) ........................................................................................45
10.1 A Natureza da Salvação ....................................................................................................... 46
10.2 Legalismo e Antinomianismo .............................................................................................. 47
11. A Doutrina da Eleição ...................................................................................................................48
11.1 Conversão .............................................................................................................................49
11.2 Regeneração .........................................................................................................................51
12. A Doutrina da justificação ............................................................................................................ 51
12.1 Santificação ..........................................................................................................................53
12.2 União com Cristo ................................................................................................................. 54
13. Pneumatologia (A Doutrina do Espírito Santo) ............................................................................ 56
13.1 O Ministério do Espírito Santo no crente .............................................................................60
14. Escatologia (A Doutrina das Últimas coisas) ................................................................................62
14.1 O Aspecto Histórico .............................................................................................................63
14.2 O Aspecto Moral ..................................................................................................................64
3
SUMÁRIO PG
14.3 O Aspecto Profético (De um ponto de vista Pré-milenista) .................................................64
14.3.1 Israel na perspectiva profética ................................................................................. 65
14.3.2 Cálculo das setenta semanas de Daniel ................................................................... 66
14.3.3 Israel na grande tribulação .......................................................................................67
14.3.4 Doutrinas do amilenismo .........................................................................................69
14.3.5 Doutrinas do pós-milenismo ....................................................................................71
15. Tanatologia (A Doutrina da morte) ...............................................................................................73
15.1 O Estado atual dos mortos ................................................................................................... 74
15.2 A Divisão do hades .............................................................................................................. 75
16. A Redenção da Terra .....................................................................................................................78
16.1 A Terra será Restaurada .......................................................................................................79
17. Referências Bibliográficas ............................................................................................................ 80
4
1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO TEOLÓGICO
5
1.1 O QUE É TEOLOGIA?
Theos (Deus) e logos (palavra). Significa “um discurso acerca de Deus”.
− É a ciência que trata do nosso conhecimento de Deus e das suas relações para com o ser
humano.
− Trata de tudo quanto se relaciona com Deus e com os propósitos para a sua criação (anjos, ser
humano e animais).
O PROPÓSITO DA TEOLOGIA
Fazer e entender a fé:
− Codificar e sistematizar o ensino bíblico.
Estender a fé:
− Pregação, ensino e discipulado.
Defender a fé:
− Medindo as doutrinas populares, confrontando a doutrina errada e disseminando a sã doutrina.
TIPOS DE TEOLOGIA
− Teologia Bíblica: Salienta o progresso da Revelação bíblica.
• Divide-se em: Teologia Bíblica do Antigo Testamento
Teologia Bíblica do Novo Testamento
− Teologia Histórica: Traça o desenvolvimento das doutrinas bíblicas desde o fim da era apostólica
até o presente.
− Teologia Sistemática: Codifica o conhecimento de Deus para edificar o corpo e combate as
heresias.
− Teologia Prática: Aplica as teologias Bíblica, Histórica e Sistemática à santificação do ser
humano, ou seja, à vida e ao ministério cristão.
− Teologia Dogmática
BIBLIOLOGIA
Parte da Teologia que estuda as Escrituras.
− Nem tudo na Bíblia é bíblico. Ex: Caim matou Abel; o incesto de Amnon contra Tamar, sua irmã
ou Demas abandonou a fé.
O QUE É RELIGIÃO?
Ligare – latim singular ligar. Religar.
É a prática do ser humano para alcançar Deus. Fato universal.
QUAL É A VERDADEIRA RELIGIÃO? PORQUÊ?
QUAL A DIFERENÇA ENTRE REVELAÇÃO, INSPIRAÇÃO E ILUMINAÇÃO?
O QUE É REVELAÇÃO?
É a manifestação que o único Deus verdadeiro faz de si mesmo. O Deus eterno se fez conhecido em
Cristo.
Onde? Quando? A quem? Como? Por que veio?
Ele voltará? Porque voltará? Quando? Como? Onde? A quem?
SE DEU ESSA REVELAÇÃO?
Feitos: Deus se manifestou aos homens.
Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos (Sl
119:1).
Escrituras: Registros destes fatos verdadeiros.
E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua
glória, como a glória do unigênito do Pai. (Jo 1:14)
6
ESCRITURAS: CONTÉM O REGISTRO DESSA REVELAÇÃO
A Bíblia = 66 Livros.
− Antigo Testamento = 39 livros.
Classificação:
Pentateuco (Lei)
Livros Proféticos
Escritos (hagiógrafos)
− Novo Testamento = 27 livros.
Classificação:
Bibliográficos (Evangelhos)
Histórico (Atos)
Epístolas Paulinas
Epístolas Gerais
Escatológico (Apocalipse)
Deus criou Israel para manifestar-se ao mundo e, ao completar a plenitude dos tempos enviou o seu
Filho Unigênito a fim de consumar a revelação já começada. (base da Teologia Cristã)
INSPIRAÇÃO: THEOPNEUSTOS SIGNIFICA DIVINAMENTE SOPRADO.
− Natural: grande talento dos homens.
− Mística (iluminativa): originada em homens cheios do Espírito Santo.
− Mecânica: Ditada. Instrumentos passivos na mão de Deus.
− Parcial: Apenas o desconhecido foi inspirado.
− Conceitual: Apenas voltada para as idéias.
− Verbal e plenária: Cada palavra (verbal) foi inspirada por Deus (plena).
ILUMINAÇÃO
Precisamos da iluminação de Deus para entender as Escrituras. A tarefa de interpretar é chamada
de Hermenêutica.
Princípios fundamentais da hermenêutica:
− A interpretação histórico-gramatical.
− O contexto restrito e o geral.
A POSSIBILIDADE DE TERMOS UMA TEOLOGIA CRISTÃ.
Deus existe e tem um relacionamento com seu mundo. (Gen 1:1)
O ser humano é feito à imagem de Deus e é capaz de receber a revelação. (Gen 1:26)
Deus tem se revelado (Heb 1:1). Tem se dado a conhecer em Jesus Cristo.
DOUTRINAS: ENSINO OU INSTRUÇÃO
É o ensino das verdades fundamentais da Bíblia sistematizado.
O conhecimento doutrinário é uma parte necessária do equipamento de quem deseja ensinar a
Palavra de Deus.
FIM
7
2. BIBLIOLOGIA
( A DOUTRINA DAS ESCRITURAS)
8
2.1. A NECESSIDADE DAS ESCRITURAS
A NECESSIDADE DAS ESCRITURAS (2 Tm 3:16-17)
Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para
corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente
instruído para toda a boa obra.
UMA REVELAÇÃO DESEJÁVEL
Um Deus sábio tem um propósito para suas criaturas.
Negligenciar esse propósito é loucura e pecado.
MAS COMO VERIFICAR COM CERTEZA O PROPÓSITO DIVINO?
− As verdades que informam o homem a respeito da salvação têm que vir de Deus.
− O homem precisa de uma revelação.
ESSA REVELAÇÃO É DE SE ESPERAR
Revelação é a manifestação que Deus faz de si mesmo e a compreensão, parcial embora, da
mesma manifestação por parte dos homens.
Na revelação Deus faz-se conhecido dos homens na sua personalidade e nas suas relações.
Deus quer que o homem O conheça daí a razão D’ele se revelar.
(Sl 19:1-4) Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Não há
linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz. A sua linha se estende por toda a terra, e as
suas palavras até ao fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol,
Se existe um Deus pessoal e perfeitamente bom, é razoável crer que ele conceda às suas criaturas
uma revelação pessoal de si mesmo.
(Oséias 6:6) Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus,
mais do que os holocaustos.
ESSA REVELAÇÃO DEVERIA ESTAR EM FORMA ESCRITA.
Deus inspirou os seus servos a escrever essas verdades.
Deus, também, preservou os manuscritos das Escrituras e influenciou a sua igreja a incluí-los no
cânon.
2.2. A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS
A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS É DIVINA E NÃO APENAS HUMANA
O modernista considera a inspiração das Escrituras Sagradas como apenas um sistema filosófico.
− Essa teoria não combina com o caráter sobrenatural e único da Bíblia.
A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS É ÚNICA E NÃO COMUM
ALGUNS CONFUNDEM A INSPIRAÇÃO COM O CONHECIMENTO.
Às vezes os profetas recebiam mensagens por inspiração, mas não a compreensão dessas
verdades. (1 Pe 1:10-12)
A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS É VIVA E NÃO MECÂNICA
A inspiração não era um simples ditado, onde os escritores fossem passivos e as suas faculdades
não tomassem parte no registro da mensagem.
− É o entrosamento do Espírito de Deus e o espírito do homem.
− A inspiração é completa e não parcial.
É VERBAL E NÃO APENAS DE CONCEITOS
A ênfase Bíblica não está nos homens inspirados, mas nas palavras inspiradas.
9
PRECISAMOS FAZER DISTINÇÃO ENTRE REVELAÇÃO E INSPIRAÇÃO.
− Revelação é o ato de Deus pelo qual ele dá a conhecer o que o homem por si mesmo não podia
saber.
− Por inspiração queremos dizer que o escritor é preservado de qualquer erro ao escrever essa
revelação.
A INSPIRAÇÃO NEM SEMPRE IMPLICA REVELAÇÃO.
− Moisés foi inspirado a registrar eventos que ele mesmo havia presenciado e que dessa maneira
eram de seu conhecimento.
PALAVRAS INSPIRADAS E REGISTROS INSPIRADOS.
− A Bíblia registra muitas palavras proferidas por Satanás, e sabemos que o diabo não foi inspirado
por Deus ao dizê-las; mas o registro dessas expressões satânicas foi inspirado.
2.3. A VERIFICAÇÃO DAS ESCRITURAS
ELAS REIVINDICAM INSPIRAÇÃO
O Antigo Testamento declara-se escrito sob uma inspiração especial de Deus.
(Js 3:9) Então, disse Josué aos filhos de Israel: Chegai-vos para cá e ouvi as palavras do
SENHOR, vosso Deus.
(Is 34:16) Buscai no livro do SENHOR e lede: Nenhuma destas criaturas falhará, nem uma
nem outra faltará; porque a boca do SENHOR o ordenou, e o seu Espírito mesmo as
ajuntará.
Jesus citou o Antigo Testamento, e viveu em harmonia com os seus ensinos.
A INSPIRAÇÃO DO NOVO TESTAMENTO
1. É garantida pela promessa de Jesus de que o Espírito Santo lembraria aos apóstolos tudo o que
ele lhes havia ensinado, e que o mesmo Espírito os guiaria em toda verdade.
2. Pedro coloca as epístolas de Paulo no mesmo nível dos livros do AT, e todos os apóstolos
afirmam falar com autoridade divina.
(2 Pe 3:15-16) e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o
nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar
acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais
há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também
deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles.
AS ESCRITURAS SE DIZEM INSPIRADAS
Foi escrita por homens cuja honestidade e integridade não podem ser postas em dúvida.
O seu conteúdo é a mais sublime revelação de Deus ao mundo.
1. Sua exatidão: Ausência dos absurdos encontrados em outros livros “sagrados”.
2. Sua unidade: Contendo 66 livros, escritos por uns 40 diferentes autores, num período de mais ou
menos 1600 anos e abrangendo uma variedade de tópicos, demonstra uma unidade de tema e
propósito que só é explicado como tendo ela uma mente a lhe dirigir.
3. A Bíblia pode ser lida centenas de vezes sem se esgotar o assunto.
4. É o livro mais traduzido e lido no mundo.
5. É um dos livros mais antigos do mundo e também o mais moderno. É pão para a alma. O pão é o
alimento mais antigo do mundo e também o mais moderno.
6. Sua preservação apesar da perseguição e a oposição da ciência.
Procuramos evidências externas da exatidão das Escrituras porque é motivo de alegria poder
apontar evidências das coisas que cremos no coração, e também porque essas provas servem de
veículo para expressarmos nossa fé e convicção íntima.
(1 Pe 3:15) Santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados
para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós,
10
Mas o melhor argumento é o prático. A Bíblia tem influenciado a civilização, transformado vidas,
trazido luz, inspiração e conforto a todo o que nela busca auxílio.
FIM
3. TEOLOGIA
(A DOUTRINA DE DEUS)
11
3.1 A NATUREZA DE DEUS
A EXISTÊNCIA DE DEUS
Deus é Espírito Pessoal, perfeitamente bom, que em santo amor cria, sustenta e dirige tudo.
A natureza de Deus: Ele é Espírito Pessoal.
O caráter de Deus: Ele é perfeitamente bom.
A relação de Deus para com o universo: Cria, sustenta e dirige tudo.
SUA EXISTÊNCIA DECLARADA.
A Bíblia não se preocupa em provar a existência de Deus. Ela reconhece como fato auto-evidente a
sua existência, e como crença natural do homem. Declara o fato de Deus e chama o homem a
aventurar-se na fé.
A Bíblia não tenta demonstrar a existência de Deus, porque em todas as partes da Bíblia
subentende-se a sua existência.
A idéia de que o homem chega ao conhecimento ou à comunhão com Deus mediante seus próprios
esforços é totalmente estranha ao AT.
Deus aproxima-se dos homens, estabelece um concerto ou relação especial com eles, e lhes dá
mandamentos.
SUA EXISTÊNCIA PROVADA.
Por que demonstrar a existência de Deus?
1. Para convencer os que genuinamente buscam a Deus.
2. Para fortalecer a fé daqueles que já crêem.
3. Para enriquecer nosso conhecimento acerca da natureza de Deus.
Encontramos evidências da existência de Deus na criação, na natureza humana e na história
humana.
1) O argumento cosmológico (da criação): O universo deve ter uma primeira causa ou um criador.
2) O argumento teleológico (desígnio ou propósito): O desígnio evidente no universo aponta para
uma mente suprema e não para o acaso.
− Suponhamos que o autor dum livro tomou milhares de tipos de imprensa e jogou para o ar.
Ao caírem no chão, natural e gradualmente se ajuntaram de maneira a formar a história do
livro!
3) O argumento antropológico (da natureza do homem): Não apenas a natureza moral do homem,
mas também todos os aspectos da sua natureza testificam a existência de Deus.
− Até as religiões mais degradadas demonstram o fato de que o homem, qual cego, tateando,
procura algo que sua alma anela.
4) O argumento histórico: A marcha dos eventos da história universal fornece evidência de um
poder e de uma providência dominantes.
− A colonização dos EUA por imigrantes protestantes salvou-os da sorte da América do Sul, e
dessa maneira salvou a democracia.
− A guerra dos seis dias entre Israel e os Árabes em 1967, teve a mão de Deus a favor de seu
povo.
5) O argumento da crença universal (consenso comum): Como se originou essa crença universal?
− Não se originou pelo raciocínio.
− O sentimento religioso não se encontra nas criaturas inferiores. Mas o mais inferior dos
homens pode ser instruído nas coisas de Deus porque falta ao animal a natureza religiosa, ele
não foi feito à imagem de Deus.
SUA EXISTÊNCIA NEGADA.
O ateísmo é a negação absoluta de Deus. Visto que são os ateus que se opõem às convicções mais
profundas e fundamentais da raça humana, a responsabilidade de provar a não-existência de Deus
recai sobre eles.
12
− Somente Deus, cuja existência o ateu nega, teria a capacidade de provar que Deus não existe.
− Alguém perguntou: “Quem criou Deus?” e recebeu como resposta: “Se houvesse alguém que
criasse Deus, esse alguém seria Deus”.
3.2 OS NOMES DE DEUS
OS NOMES DE DEUS NO ANTIGO TESTAMENTO
Abraão, Isaque e Jacó tiveram um conhecimento inferior de Deus porque o conheceram apenas
como El-Shaddai (o Todo Poderoso) e não como Jeová (o grande “Eu Sou”). Deus tem muito mais
para nos revelar do que apenas sua Onipotência!
ELOHIM
Este é o primeiro nome de Deus encontrado nas Escrituras (Gênesis 1:1), e aqui o nome encontra-se
em sua forma plural, mas o verbo continua no singular, indicando a pluralidade das pessoas na
unidade do Ser.
EL-SHADAI
Este nome composto é traduzido “Deus o Todo poderoso” (El é Deus e Shadai é Todo poderoso). O
título El é Deus no singular, e significa forte ou poderoso. Shadai, sempre traduzido Todo-poderoso,
significa suficiente ou rico em recursos. Pensa-se que a palavra é derivada duma outra que significa
seios. A palavra seio nas Escrituras simboliza bênção e nutrição.
ADONAI
Este nome de Deus está no plural, denotando assim a pluralidade das pessoas na Divindade. É
traduzido como Senhor em nossa Bíblia e denota uma relação de Senhor e escravo.
JEOVÁ (YHWH + Adonai)
Este é o mais famoso dentre os nomes de Deus e é predicado dele como um Ser necessário e auto-
existente. O significado é: AQUELE QUE SEMPRE FOI, SEMPRE É E SEMPRE SERÁ. Temos
assim traduzido em Apocalipse 1:4: “Daquele que é, e que era, e que há de vir”.
O nome Jeová é muitas vezes usado de modo composto com outros nomes para apresentar o
verdadeiro Deus em algum aspecto de Seu caráter, satisfazendo certas necessidades de Seu povo.
JEOVÁ-HOSENU, “Jeová nosso criador”. Salmo 95:6.
JEOVÁ-JIRÉ, “Jeová proverá”. Gênesis 22:14.
JEOVÁ-RAFÁ, “Jeová que te cura”. Êxodo 15:26.
JEOVÁ-NISSI, “Jeová, minha bandeira”. Êxodo 17:15.
JEOVÁ-MIKADDÉS, “Jeová que te santifica”. Levítico 20:8.
JEOVÁ-ELOENU, “Jeová nosso Deus”. Salmo 99:5 e 8.
JEOVÁ-ELOEKA, “Jeová teu Deus”. Êxodo 20:2,5,7.
JEOVÁ-ELOAI, “Jeová meu Deus”. Zacarias 14:5.
JEOVÁ-SHALOM, “Jeová envia paz”. Juízes 6:24.
JEOVÁ-TSEBAOTE, “Jeová das hostes”. 1 Samuel 1:3.
JEOVÁ-ROÍ, “Jeová é meu pastor”. Salmo 23:1.
JEOVÁ-HELEIÓN, “Jeová o altíssimo”. Salmo 7:17; 47:2.
JEOVÁ-TSIDKENU, “Jeová nossa justiça”. Jeremias 23:6.
JEOVÁ-SHAMÁ, “Jeová está lá”. Ezequiel 48:35.
OS NOMES DE DEUS NO NOVO TESTAMENTO
1. TEOS. No Novo Testamento grego este é geralmente o nome de Deus, e corresponde a Eloim no
Velho Testamento hebraico. É usado para todas as três pessoas da Trindade, mas especialmente
para Deus, o Pai.
2. PATER. Este nome corresponde ao Jeová do V. T., e denota a relação que temos com Deus
através de Cristo. É usado para Deus duzentas e sessenta e cinco vezes e é sempre traduzido como
Pai.
13
3. DÉSPOTES. (Déspota no português). Este título denota Deus em Sua soberania absoluta, e é
semelhante a Adonai do V. T. Encontramos este nome apenas cinco vezes no N. T., Lucas 2:29;
Atos 4:24; 2 Pedro 2:1; Judas 4; Apocalipse 6:10.
4. KÚRIOS. Este nome é encontrado centenas de vezes e traduzido como; Senhor (referendo a
Jesus), senhor (referendo ao homem), Mestre (referendo a Jesus), mestre (referendo ao homem) e
dono. Em citações do hebraico usa-se muitas vezes em lugar de Jeová. É um título do Senhor Jesus
como mestre e dono.
5. CHRISTUS. Esta palavra significa o Ungido e é traduzida Cristo. Deriva-se da palavra “chrio” que
significa ungir. É o nome oficial do Messias ou Salvador que era por muito tempo esperado. O N. T.
utiliza este nome exclusivamente referindo-se a Jesus de Nazaré.
Destes nomes todos do Ser Supremo, aprendemos que Ele é o Ser eterno, imutável, auto-existente,
auto-suficiente, todo-suficiente e é o supremo objeto de temor, confiança, adoração e obediência.
3.3 OS DECRETOS DE DEUS
A Doutrina dos Decretos parte do princípio de que Deus não inventa seus planos ao longo da
história. A Doutrina trabalha com uma hipótese, informada pelas Escrituras, de que tudo que Deus
fez foi planejado e determinado antes da fundação do mundo.
(I Pe 1.20)“... e sem mancha, o sangue de Cristo, o qual, na verdade, foi conhecido, ainda
antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos, por amor de vós.
No campo material e físico
− Deus decretou criar o universo e o homem: Sl 33.6-11
− Decretou a distribuição das nações:
(Dt 32.8) Quando o Altíssimo dava às nações a sua herança, quando separava os filhos dos
homens, estabeleceu os termos dos povos conforme o número dos filhos de Israel.
− Decretou o comprimento da vida do homem:
(Jo 14.5) Visto que os seus dias estão determinados, contigo está o número dos seus meses;
tu lhe puseste limites, e ele não poderá passar além deles.
No campo moral e espiritual
− Permitir o pecado
Deus não induz ninguém ao pecado (Tg 1.13-14), mas, como criador, é o autor das condições
que permitiram o surgimento do mal.
− Derrotar o pecado pelo bem
Deus não apenas permitiu o pecado, mas tomou providências para que até isso redunde em
glória para o seu Nome.
− Salvar do pecado
Este é o Decreto da Redenção, e tem algumas facetas:
1) A liberdade do homem: O homem foi criado com capacidade de pecar ou não pecar. Mesmo
caído, ele continua responsável por suas ações. (Ap 20.12)
2) Graça preveniente: desde o pecado de Adão, notamos Deus tomando a iniciativa redentora,
sem a qual o homem jamais seria salvo.
(Tt 2.11) Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os
homens”.
3) Presciência divina: É inegável e está incorporada à sua ação salvadora.
4) Eleição graciosa: Cristo foi eleito Salvador da humanidade, e todos os que o aceitam são
beneficiados por sua eleição.
5) Graça especial ou salvadora: É comunicada ao pecador à medida que ele coopera com Deus,
através da fé e arrependimento. (At 2.37-38)
6) Galardoar seus servos e castigar os desobedientes: Deus, na sua bondade, salva
imerecidamente o pecador e decreta que o tal receberá um galardão segundo o seu serviço
regenerado.
No campo social e político
− A família e as formas de governo
14
Deus decidiu criar o ser humano como um ser social, que haveria de prosperar em um ambiente
familiar. (Gn 2.18,24)
Intimamente ligado ao estabelecimento da família, está o Decreto concernente ao governo
humano. (Rm 13.1-2)
− A vocação e a missão de Israel
Deus escolheu a Abraão e, através dele, a nação de Israel como fonte de bênçãos para o mundo.
“... e em ti serão benditas todas as famílias da terra”. (Gn 12.3b)
O plano de Deus para Israel ainda não se cumpriu, no entanto, Deus tem um grande propósito
quanto à sua restauração.
− A fundação e a missão da Igreja
Deus elegeu a Igreja para uma missão e responsabilidade muito grande. À Igreja cabe a
responsabilidade de representar a Cristo aqui na terra.
(Ef 3.10-11) para que agora seja manifestada, por meio da igreja, aos principados e
potestades nas regiões celestes, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso
Senhor.
− O triunfo final de Deus
No Apocalipse encontramos a profecia do triunfo final de Deus sobre todos os seus inimigos. O
Paraíso, que foi destruído em Gênesis, será restaurado e Deus enxugará todas as lágrimas.
Ap 11.15-17 E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que
diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso SENHOR e do seu Cristo, e ele reinará
para todo o sempre. E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seus tronos diante
de Deus, prostraram-se sobre seus rostos e adoraram a Deus, Dizendo: Graças te damos,
Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande
poder, e reinaste.
3.4 OS ATRIBUTOS DE DEUS
A ESSÊNCIA E ATRIBUTOS DE DEUS
Algumas características de Deus são absolutas, e fazem parte da essência de Deus. São os
atributos absolutos ou imanentes.
Outras características são vistas como uma manifestação de Deus em relação à sua criação e são
chamadas de atributos relativos ou transitivos.
ATRIBUTOS ABSOLUTOS OU IMANENTES
Espiritualidade:
Deus não tem uma forma corpórea como o homem.
Sua incorporeidade explica sua proibição de qualquer tentativa de representá-lo fisicamente
(Dt 4:15-18). A desobediência a essa proibição faz parte da justificação de ira de Deus sobre os
homens:
“Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em
semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis.” (Rm
1.22-23)
Vida: Deus não somente é Espírito, mas tem vida própria, em contraste com os deuses das nações.
Nós devemos ser testemunhas de que o nosso Deus é um Deus vivo.
Personalidade: Deus também é autoconsciente e tem personalidade: Intelecto, Volição e Sentimento.
Infinitude: (Transcendência)
− Deus é Transcendente, ou seja, não está sujeito a nenhum limite ou restrição.
− Deus é auto-suficiente e não precisa de nada nem de ninguém para o completar.
− Que fique bem claro que Deus não criou o homem por causa de um sentimento de solidão.
Auto-existência:
Deus é a causa de sua própria existência, e de todas as coisas.
15
“Eu sou o Senhor que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus, e espraiei a terra; que
desfaço os sinais dos profetas falsos, e torno loucos os adivinhos, que faço voltar para trás os
sábios, e converto em loucura a sua ciência.” (Is 44.24-25)
Imutabilidade:
Não fala de decisões ou estratégias, mas que a natureza de Deus não muda:
Porque eu, o Senhor não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. (Ml 3.6; Tg
1.17)
Unidade: A natureza divina não se divide.
Perfeição: Estes são atributos morais, coerentes com a sua personalidade: intelecto, volição e
sentimento.
Verdade: Deus é a personificação da verdade e é o verdadeiro Deus (I Jo 5.20).
Amor: O amor de Deus acha sua razão de ser na própria natureza de Deus. Não no objeto de seu
amor.
− O amor de Deus é preexistente à fundação do mundo. (Jo 17.24)
− O amor de Deus implica a possibilidade de Deus sofrer.
Santidade: A santidade de Deus implica na sua pureza, e é motivada contra toda impureza. (II Co
7.1)
A essência de Deus é a fonte da manifestação de todos os demais atributos, presenciados através
da criação. Passaremos agora a estudá-los:
ATRIBUTOS RELATIVOS OU TRANSITIVOS
Eternidade: Deus não está sujeito ao tempo.
Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a
eternidade, tu és Deus. (Sl 90.2)
Imensidão: A natureza de Deus não é sujeita à lei do espaço. Deus não está no espaço, mas o
espaço está em Deus que o criou. (I Rs 8.27)
Onipresença: Deus está igual e pessoalmente presente em todos os lugares ao mesmo tempo.
(Ubiqüidade)
Onisciência: Deus tem conhecimento completo de tudo: no passado, no presente e no futuro.
− Ele conhece o autor, o participante, o beneficiado e a vítima de todas as ações no seu reino.
− Ele nunca pode ser enganado, surpreendido ou confundido.
− Quando perdoa nossos pecados, Ele decide não se lembrar deles.
Onipotência: Deus tem todo o poder e pode fazer tudo o que desejar, mas, também tem o poder de
deixar de fazer.
Veracidade e fidelidade: Deus é transparente em seu trato conosco. Nunca irá nos enganar com
falsas promessas de benção e maldição.
Se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo. (II Tm 2.13)
Misericórdia e bondade: É a maneira graciosa com que Deus lida com suas criaturas. Misericórdia é
não recebermos o que merecemos pelos nossos pecados.
Justiça e retidão: significa que o ser humano nunca receberá um mau tratamento da parte de Deus.
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4. A DOUTRINA DA TRINDADE
UNICIDADE: Estado ou qualidade de ser único.
Em todo o Antigo Testamento a ênfase da auto-revelação divina está na unicidade e não na unidade.
O Deus único: EKAHAD = 2 significados: um, único (Trindade)
Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor. (Dt 6.4)
Unidade: A doutrina da unidade de Deus surgiu como reflexo da aceitação da doutrina da Trindade.
− A Unidade de Deus é a revelação da trindade no NT e que de uma busca no AT mostra que este
Deus único existe eternamente em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.
− Um Deus eternamente coexistente em três pessoas distintas, que não se confundem, nem se
misturam.
− A humanidade é composta de macho e fêmea, a divindade é Pai, Filho e Espírito Santo. Não
existem duas raças humanas, nem três deuses.
A DOUTRINA DA TRINDADE
Definição: A Trindade é composta de três pessoas unidas, sem existência separada, e
indivisivelmente ligadas para formar um Deus. A natureza divina subsiste em três distinções: Pai,
Filho e Espírito Santo.
A palavra Trindade não aparece na Bíblia. Esta doutrina foi formulada por Tertuliano, Atanásio e
Agostinho.
A Doutrina da Trindade afirma três verdades:
− Há apenas um único Deus.
− O Pai, o Filho e o Espírito Santo são individualmente Deus.
− O Pai, o Filho e o Espírito Santo são, cada um, pessoas distintas.
UMA REVELAÇÃO DE DEUS
A doutrina representa a conclusão lógica da revelação bíblica acerca de Deus.
É exemplo da revelação progressiva de Deus. Deus Único, Deus Trino, depois Deus Triúnico.
Sinais de pluralidade nos nomes e atividades de Deus (Elohim).
OUTROS SINAIS DE PLURALIDADE
− O louvor dos Serafins em Is 6.3. “... Santo, santo , santo é o Senhor ...”
− A benção Aarônica de Nm 6.24-26. “...O Senhor te abençoe ...o Senhor faça ..o Senhor sobre ti
levante o rosto e te dê a paz.”
REFERÊNCIAS AO ANJO DO SENHOR
Parece que o Anjo do Senhor é uma manifestação pré-encarnada de Deus o Filho. (Gn 22.15-18)
Sinais de igualdade entre Jesus e o Pai.
No Novo Testamento, o Pai, a quem Jesus se refere é Jeová.
− “Eu e o Pai somos um.” (Jo 10.30)
− Também: Jo 17.22; Hb 13.8 (imutabilidade); Ap 1.8 (onipotência).
− Além disso, Jesus exerce as prerrogativas de Deus, como perdoar pecados. (Mt 9.2)
SINAIS DE IGUALDADE ENTRE JESUS E O ESPÍRITO SANTO
Jesus garante aos discípulos que enviaria um outro “Consolador”. O termo sugere um “outro” do
mesmo tipo e qualidade. (Jo 14.16-17)
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SINAIS DE IGUALDADE ENTRE PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO
A presença dos Três no batismo de Jesus por João é notória. Também a associação dos três na
obra redentora. (I Co 12.4-6)
EVIDÊNCIAS DA DEIDADE DE CADA MEMBRO DA TRINDADE
O Pai é reconhecido como Deus:
“a todos os amados de Deus, que estais em Roma, chamados para serdes santos, graça a
vós, e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo”. (Rm 1.7)
O Filho é reconhecido como Deus:
“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado Emanuel, que quer
dizer: Deus conosco”. (Mt 1.23)
Jesus foi identificado com o Senhor (Jeová) do AT pelo apóstolo Paulo.
O Espírito Santo é reconhecido como Deus:
“Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao
Espírito Santo e retivesses parte do preço do terreno? Enquanto o possuías, não era teu? E
vendido, não estava o preço em teu poder? Como, pois, formaste este desígnio em teu
coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus. (At 5.3-4)
TEORIAS REPROVADAS
Triteísmo: João Ascunages e João philoponus
Ensinavam que há três Deuses em vez de três pessoas na Trindade.
Sabelianismo ou Modalismo (Séc. II):
Sabelius ensinava que o Pai, o Filho e o Espírito Santo eram manifestações de um só Deus. Os
modos como Deus se manifestou seriam como três uniformes com que o único Deus se vestia.
− Exemplos de modalistas (também chamados de Unicistas) de hoje: Voz da Verdade, Árvore da
Vida.
Arianismo: Ário seguiu um erro de Orígenes, que subordinava o Filho ao Pai, em relação à essência,
fazendo-o inferior ao Pai.
− O Arianismo negou a deidade de Jesus Cristo. Ário ensinava que apenas o Pai não era criado.
− Exemplo de arianos hoje: Testemunhas de Jeová
FIM
18
3. CRISTOLOGIA
(A DOUTRINA DE CRISTO)
19
3.1 A IRA DE DEUS E A PROPICIAÇÃO DO PECADO
INTRODUÇÃO
Precisamos entender que o homem é antes um criminoso que uma vítima e é tratado assim por
Deus. Como seres humanos, somos responsáveis e responsabilizados pelo grande estrago que
fizemos na criação de Deus. Como inimigos de Deus, é inútil falar de salvação antes que tratemos da
violenta ruptura que houve em nosso relacionamento com Deus.
DEUS NÃO IGNORA O PECADO
Esta verdade precisa ser proclamada neste início de milênio. Há três sentidos em que podemos
afirmar que Deus não ignora o pecado:
1) Deus não ignora o pecado no sentido de estar alheio à sua existência. Ninguém consegue
esconder seu pecado de Deus.
O pecado de Acã. (Js 7.11)
2) Deus não ignora o pecado no sentido de passar vista grossa diante da sua presença;
No momento da rebelião, Lúcifer foi expulso do céu. Talvez Satanás tenha pensado que
seria diferente com o casal criado a imagem e semelhança de Deus. Que Deus daria um
jeitinho para eles, e usar isso como arma para barganhar com Deus. Para sua surpresa,
quando Adão e Eva pecaram, foram sumariamente expulsos do Paraíso. Quando Jesus
carregou nossos pecados, Deus virou as costas para Ele. (Mat 27.46)
Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar.
(Hab 1.13)
3) Deus não ignora o pecado no sentido de permitir que continue sem resolução.
Ele mesmo toma as providências para expurgar o pecado da sua criação. (I Jo 3.4-8)
O PECADO SUSCITA A IRA DE DEUS
O maior problema do pecador não é o seu pecado, mas sim o fato de estar sob a ira de Deus.
− Depois de uma grande ênfase sobre a ira de Deus no século passado, hoje damos ênfase quase
que exclusiva sobre o amor de Deus.
− O homem moderno tem dificuldade em entender o porquê da morte de Jesus, e sua absoluta
necessidade de aceitá-lo como salvador. Ele imagina que de alguma forma, Deus vai dar um
jeitinho para ele. A Palavra de Deus diz:
A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm
a verdade pela injustiça; (Rom 1.18). Também Num 1.2-3.
A nossa dificuldade com a ira de Deus é que transferimos para ela todas as características da ira
humana. Existem diferenças entre a ira de Deus e a ira do Homem.
As características da Ira de Deus
− A Ira de Deus é sempre judicial, isto é, a ira do Juiz aplicando a justiça. Paulo diz que o dia da Ira
é também o dia da “revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo o seu
procedimento” (Rom 2.5-6).
− A Ira de Deus na Bíblia é alguma coisa que os homens escolhem por si mesmo. É uma escolha
pessoal, pois Deus nos deu liberdade para escolher.
Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do
unigênito Filho de Deus. O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram
mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. (Jo 3.18-19)
20
A Ira de Deus nem sempre se manifesta em castigo direto. Ao contrário, pode se manifestar através
do abandono.
Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio
coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em
mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente.
Amém! (Rm 1.24).
A história bíblica está cheia de exemplos do juízo de Deus que ignoramos para nosso próprio risco.
A propiciação aplaca a Ira de Deus
Enquanto a expiação trata de cobrir ou compensar o pecado ou a ofensa, a propiciação acrescenta a
esta idéia o reparo do relacionamento de intimidade entre o homem e um Deus irado.
Imagine que seu amigo furta a sua carteira e depois de ter gastado todo o seu dinheiro fica
arrependido, e decide devolver a carteira repondo o dinheiro roubado. Como é que fica o seu
relacionamento? Ele fez expiação pelo pecado. Ele pergunta “Tudo bem?” e você diz “Não! Não está
tudo bem!” Porque não? Porque ainda não foi reparado o seu relacionamento. Expiação é fazer uma
restituição que paga o preço do pecado. Propiciação é reparar o relacionamento transtornado.
As Boas Novas do Evangelho são que “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não
imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação”. (II Co 5:19)
Deus fez de Cristo a propiciação para nossos pecados. (Rm 3:25)
A bondade e a severidade de Deus
Exemplos da bondade e da severidade de Deus aparecem através da Bíblia inteira. Deus julga Adão
e Eva no jardim do Éden, mas veste sua nudez com pele de animais.
Jesus desviou a ira de Deus de nós, tomando-a sobre si e nos reconciliou com Deus. O
restabelecimento de amizade entre o homem e Deus é o vínculo da salvação em nossas vidas.
Qualquer idéia que limita o sacrifício de Cristo a apenas o pagamento dos nossos pecados é muito
superficial.
3.2 A IDENTIDADE, INTEGRIDADE E A AUTORIDADE DE JESUS
A DUPLA IDENTIDADE DE JESUS CRISTO
A encarnação é um dos grandes mistérios da teologia. A Bíblia ensina que Jesus tem duas
naturezas: uma humana e outra divina.
A EXISTÊNCIA DE DUAS NATUREZAS
1. Jesus exercia prerrogativas divinas, como perdoar pecados
E os escribas e fariseus arrazoavam, dizendo: Quem é este que diz blasfêmias? Quem pode
perdoar pecados, senão Deus? (Lc 5:21)
2. A qualidade da vida de Jesus
Nunca tendo pecado, foi preciso que seus inimigos mentissem para conseguir sua
condenação.
3. Os sinais que ele operou
Fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro.
Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e
para que, crendo, tenhais vida em seu nome. (Jo 20:30-31)
4. O seu testemunho pessoal: Ele reivindicou deidade
Eu e o Pai somos um. Novamente, pegaram os judeus em pedras para lhe atirar. Disse-lhes
Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte do Pai; por qual delas me
apedrejais? Responderam-lhe os judeus: Não é por obra boa que te apedrejamos, e sim por
causa da blasfêmia, pois, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo. (Jo 10:30-33)
5. O testemunho dos seus inimigos: Os judeus queriam matá-lo porque Ele afirmava ser Deus.
6. O testemunho dos apóstolos: “E o Verbo se fez carne...”
21
7. O testemunho da história: Nunca em toda história houve alguém igual a Jesus. (Jo 7:46)
3.4 A EXIGÊNCIA DE DUAS NATUREZAS
Sua humanidade é a garantia de legítima representatividade.
Sua Deidade é uma garantia de eterna confiabilidade.
– Pela encarnação Deus se revela aos homens.
A INTEGRIDADE DAS DUAS NATUREZAS DE CRISTO
Não podemos dividir Jesus em dois, um humano e um divino.
Ser Teantrópico: Jesus é permanentemente divino e permanentemente humano (união perpétua).
A CONVIVÊNCIA DAS DUAS NATUREZAS
A teoria aprovada de convivência diz que quando o Verbo se fez carne as naturezas divina e humana
foram unidas, verdadeiramente, perfeitamente, eram indivisíveis e livres de mistura.
3.5 A AUTORIDADE DE JESUS
a) O profeta prometido
O SENHOR, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a
mim; a ele ouvirás. (Dt 18.15)
b) O Sumo Sacerdote prometido
O SENHOR jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de
Melquisedeque. (Sl 110.4)
c) O Rei prometido
Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. Proclamarei o decreto do
SENHOR: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. (Sl 2.6-7)
A partir da sua 2ª vinda, Jesus regerá o mundo plenamente.
d) A Superioridade de Cristo
Enfatizamos a superioridade de Jesus sobre todas as demais autoridades, quer celestiais,
infernais ou terrestres.
Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo
nome, (Fp 2.9)
3.6 JESUS CRISTO COMO O ÚLTIMO ADÃO
COMPARAÇÃO ENTRE O PRIMEIRO E O ÚLTIMO ADÃO
Em 1ª Co 15:45-47, o primeiro Adão é (prw/toj), ou seja, não há ninguém antes dele. Jesus é
(e;scatoj), não há ninguém depois dele. No versículo 47 ele é (deu,teroj), ou seja, não há sequer um
igual entre ele e Adão. Começaremos com as semelhanças entre os dois e depois falaremos das
diferenças.
Semelhantes na sua identidade: Os dois foram criados à imagem de Deus.
− E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. (Gn
1:27)
− O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; (Cl 1:15)
Semelhantes na sua humanidade: Tiveram uma natureza tríplice; Espírito, alma e corpo.
Estes versículos desmentem a hipótese docetista de que o corpo físico de Jesus era apenas uma
aparição. Negavam a humanidade de Jesus.
Semelhantes na sua representatividade: Por escolha de Deus, Adão e Jesus foram comissionados
como cabeças da raça humana.
− Na desobediência, Adão representou toda a humanidade.
− Na sua obediência, Jesus representou toda a nova humanidade que segue seus passos. (Rm
5:15-17)
Somos justificados dos nossos pecados uma vez que rompemos com a nossa solidariedade com
Adão em favor de uma nova solidariedade com Jesus.
22
Semelhantes na sua vulnerabilidade: Depois do pecado de Adão a natureza humana ficou
caracterizada por fragilidade. Mas será que Jesus foi igualmente vulnerável?
Se Jesus foi imune à dor, ao desânimo, à dúvida, ele não venceu o mundo, e não pode salvar.
Semelhantes na sua santidade
CONTRASTES ENTRE O PRIMEIRO E O ÚLTIMO ADÃO
Diferentes na sua habitação.
Diferentes na sua tentação.
Adão tinha que resistir a apenas uma tentação para garantir sua santidade.
Jesus teve que viver 30 anos de provação antes mesmo de se manifestar com o Messias. Nestes 30
anos ele nunca cedeu à tentação.
Antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. (Hb 4:15b)
Diferentes na sua submissão.
De Adão Deus cobrou uma submissão à vida. (Gn 2:16-17)
Enquanto que Jesus foi chamado à uma submissão até a morte. (Fl 2:7-8)
Diferentes na sua punição
Adão foi punido por seu próprio pecado, enquanto quer Jesus foi punido por nossos pecados.
Diferentes na sua qualificação
Um relacionamento com Adão gera morte, mas um relacionamento com Jesus significa vida.
3.7 A OBRA DE CRISTO
CONCEITOS GERAIS DA OBRA DE CRISTO
Essencialmente a obra de Cristo é de nos reconciliar com Deus.
Seis aspectos da obra de cristo
Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos,
pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória.
I. Sua paixão e morte é pré-ordenada e necessária
− A morte de Jesus não foi um acidente, nem uma tragédia, mas uma estratégia divina. (Jo 12.27)
II. Sua morte é apresentada em termos sacrificiais
− O simbolismo da Páscoa
− O simbolismo do pacto
− O simbolismo do véu rasgado.
III. Sua morte é entendida em sentido vicário
− Sua identificação com os pecadores.
− Sua substituição do pecador.
− Sua punição como pecador.
IV. Sua morte é redentora
− Redenção no AT: Tem a ver com a libertação de prisioneiros de guerra ou escravos e
escapar da morte mediante o pagamento de resgate.
− Redenção no NT: Ele pagou o preço da nossa libertação.
V. Sua morte é um triunfo sobre o diabo e os poderes maléficos: Sofrimento vitorioso, a Ressurreição.
VI. Sua morte é universal
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o
que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (Jo 3.16)
FIM
23
4. ANTROPOLOGIA
(A DOUTRINA DO HOMEM)
24
TENDÊNCIAS TEOLÓGICAS NO INÍCIO DESTE NOVO MILÊNIO
Antigamente o homem existia para a glória de Deus; agora Deus existe para glorificar o homem.
− Hoje as pessoas vão à igreja para resolver suas próprias necessidades, em vez de servir a Deus.
(Narcisismo)
− Em vez de um relacionamento de amor e benevolência com o Criador, um relacionamento
adverso, em que o homem precisa empurrar e esmurrar a Deus até que Ele solte o que é seu!
− Os defensores dessa doutrina são síndicos do povo de Deus, e não embaixadores do Reino.
A CRIAÇÃO DO HOMEM
1. Uma afirmação bíblica
− O ser humano é uma criação imediata de Deus. Deus o criou “ex nihilo” (do nada).
Criado à imagem de Deus (Gn 1:26-27)
Não é uma semelhança física, pois Deus é espírito.
Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. (Jo
4:24)
Diferenças de natureza separam o homem de Deus:
− Deus existe eternamente; o homem é temporal;
− Deus tem existência independente; o homem existência dependente;
− Deus é o criador; o homem, o ser criado.
Atribuir uma semelhança física à imagem de Deus no homem é loucura.
Semelhança Mental:
O homem pode se comunicar com Deus.
Semelhança Moral:
A semelhança compartilhada entre Deus e o homem, foi também de ordem moral. Mesmo pecador, o
Senhor trata o ser humano como ser moral e ético.
Semelhança Social:
Foi também uma semelhança social. Tal como Deus, o homem seria um ser que se conheceria e se
definiria em comunidade. A Doutrina da Trindade explica a origem da sua sociabilidade. Sua criação
foi um projeto de grupo.
Essa imagem é distribuída entre o homem e a mulher. Os dois em conjunto formam a imagem de
Deus. Essa imagem é recuperada através da redenção em Jesus Cristo.
2. Unidade e constituição permanente do homem
O homem é um ser complexo
As Escrituras ensinam que não houve outra fonte para a raça humana a não ser Deus como Criador
imediato, e Adão como criador intermediário, mediante seus descendentes.
Estudaremos a unidade do homem a partir de cinco pontos de vista: Histórico, Filosófico, Filológico
(linguagem), Psicológico e Teológico.
1. O argumento Histórico
As mais recentes descobertas arqueológicas demonstram que toda a humanidade teve sua
origem na Ásia Central.
25
− Esse lugar, como berço da civilização, é assunto de muitas reportagens em nossos dias.
As várias tradições de um dilúvio catastrófico também unem os povos na sua história.
2. O argumento fisiológico (estudo das funções orgânicas)
Não há razões para duvidar da origem monogenista da raça humana.
− Somente há uma raça humana.
• A temperatura do nosso corpo é a mesma em qualquer lugar do mundo.
• A freqüência média da pulsação cardíaca é a mesma.
• Há suscetibilidade às mesmas moléstias.
“Sou daqueles que acreditam que no momento não há qualquer evidência que diga que a
humanidade brotou originalmente do que um único casal; devo dizer que não consigo ver uma
razão qualquer, ou qualquer evidência convincente, para crer que haja mais do que uma espécie
do ser humano”. (Charles Darwin)
3. O argumento filológico (estudo da linguagem)
A escrita tem uma origem comum, e também as línguas em evidência são poucos os seus
troncos ou línguas principais, de onde derivaram tantas outras.
4. O argumento Psicológico
Mesmo que haja diferenças entre as culturas, há, entretanto, muita coisa em comum nos
costumes dos povos.
− Há uma lei moral escrita no coração de cada homem que o incomoda diante de certos
fatos, mesmo que a sociedade em que vive os aceite.
− Esteja onde estiver, viva a cultura que viver, seja na época que for, o homem tem uma
noção de certo e errado, de bem ou mal que é comum a qualquer ser humano.
5. O argumento Teológico
Para o cristão, o mais importante argumento a favor da raça humana precisa ser o argumento
teológico.
− A criação e a descendência comum dos seres humanos é pedra fundamental da redenção.
− O assassinato de Abel por Caim trouxe algumas dúvidas para a humanidade quanto ao relato
bíblico dos inícios.
Então, disse Caim ao SENHOR: É tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-
lo. Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua presença hei de esconder-me;
serei fugitivo e errante pela terra; quem comigo se encontrar me matará. O SENHOR,
porém, lhe disse: Assim, qualquer que matar a Caim será vingado sete vezes. E pôs o
SENHOR um sinal em Caim para que o não ferisse de morte quem quer que o
encontrasse. Retirou-se Caim da presença do SENHOR e habitou na terra de Node,
ao oriente do Éden. E coabitou Caim com sua mulher; ela concebeu e deu à luz a
Enoque. Caim edificou uma cidade e lhe chamou Enoque, o nome de seu filho. (Gn
4:13-17)
− Lidamos sempre com a pergunta: “De onde veio essa esposa para Caim?” – Era uma
descendente, assim como ele, do mesmo casal.
− Nos primeiros onze capítulos de Gênesis temos um relato de dois mil anos de história.
− Romanos 5:12-21, relembra todo o drama da introdução do pecado por um homem, enquanto
a justiça também entrou por um só: Jesus Cristo.
− Adão e Cristo são comparados: um homem; um Homem. Uma ofensa; uma justiça.
A CONSTITUIÇÃO PERMANENTE DO SER HUMANO
Dentro da constituição do homem, lidamos com duas teorias: a dicotomia e a tricotomia.
A teoria dicotomista
Ensina que o homem é feito de duas partes: corpo e alma.
− Para os dicotomistas, alma e espírito são a mesma coisa.
− Essa teoria sugere que temos a parte material e a parte imaterial.
26
− As duas correntes estão de acordo quanto à origem da imaterialidade do homem, com base em
Gn 2:7: “Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o
fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”.
− Esta teoria predomina no Antigo Testamento.
A teoria tricotomista
O tricotomista divide a parte imaterial em duas: alma e espírito.
Há versículos importantes no Novo Testamento que parecem defender essa posição.
O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam
conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. (Its 5:23)
Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois
gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para
discernir os pensamentos e propósitos do coração. (Hb 4:12)
De acordo com essa teoria, as partes que compõem o ser humano são:
CORPO ALMA ESPÍRITO
Composição material Mente Consciência
Templo do Espírito Vontade Intuição
Emoções
FIM
27
5. ECLESIOLOGIA
(A DOUTRINA DA IGREJA)
28
5.1 A NATUREZA DA IGREJA
A IGREJA COMO ORGANIZAÇÃO E COMO ORGANISMO
A Igreja como organização é talvez o primeiro contato que alguém tenha da Eclesiologia.
Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as
sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro: (Ap 2:1)
A segunda perspectiva da Eclesiologia é da igreja como organismo, que aparece em vários trechos
das Escrituras.
E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à
igreja, (Ef 1:22)
DIFERENÇAS ENTRE A IGREJA COMO ORGANIZAÇÃO E ORGANISMO
− Como organização a igreja é visível:
Seu patrimônio físico: Construções, móveis, instrumentos, etc.
Seus símbolos: Bandeira, brasão, etc.
Patrimônio não-físico: Herança doutrinária e cultural.
Estatutos e regimentos internos.
Seus membros e congregados.
− Como organismo a igreja é invisível:
Como organismo a Igreja é a união mística de todos aqueles que são salvos em Jesus Cristo.
Como organização a igreja é local e humana. Como organismo é universal e divina.
Como organização a igreja é uma criação humana.
Como organismo ele é uma criação de Deus e todos os membros têm as características filiais.
− Como organização é temporária. Como organismo é perpétua.
A igreja como organização é o andaime que precisamos para levantar a estrutura da igreja como
organismo. Quando a construção estiver pronta o andaime será desmanchado.
− Como organização é imperfeita, mas como organismo é perfeita.
− A perfeição da igreja como organismo não significa que ela já alcançou a maturidade, mas que
está a caminho.
E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e
outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o
desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos
à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida
da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de
um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos
homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor,
cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e
29
consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o
seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor. (Ef 4:11-16)
5.2 A IGREJA LOCAL
SUA ORGANIZAÇÃO
O nosso assunto é a estrutura da igreja, e abrange estruturas de governo e ministérios de liderança.
TIPOS DE LIDERANÇA NA IGREJA
A questão está ligada aos dons que Cristo deu à Igreja, conforme mencionados em Efésios 4:1:
E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros
para pastores e mestres.
Segundo este versículo, são cinco os ministérios que Cristo deu à Igreja:
1. Apostólico 3. Evangelístico 5. Didático 2. Profético 4. Pastoral
Devemos ter sempre em mente que quando Jesus concedeu alguns para serem apóstolos, ele
estava distribuindo ministérios, não cargos.
O MINISTÉRIO DE APÓSTOLO: Na Bíblia temos três tipos de apóstolos.
1. O 1º tipo é composto dos 12 discípulos escolhidos por Cristo
2. O 2º trata-se de outras pessoas reconhecidas como apóstolos pela igreja. Matias, Paulo, Barnabé
e possivelmente Andrônico e Júnias (Rm 16:7).
3. São os falsos apóstolos.
Outros ministérios: Diáconos, presbíteros e bispos.
DIÁCONOS E DIACONISAS
Os 1º diáconos aparecem em Atos 6 como solução para um problema social na igreja.
− O diaconato é um ministério de apoio àqueles que trabalham no ministério da Palavra e da
oração.
Os diáconos precisam ser:
− De boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, submissos à autoridade superior na igreja.
(At 6)
− Respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados ao vinho, não cobiçosos e de sórdida ganância,
conservadores do mistério da fé, consciência limpa, primeiramente experimentados, marido de
uma só mulher e que governe bem a sua casa.
Suas esposas ou diaconisas: respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo.
QUALIFICAÇÕES DE BISPO, PRESBÍTERO E PASTOR
− Parece que exercem o mesmo ministério.
− Suas qualificações: Itm 3:1-7.
MODELOS DE ESTRUTURAS ADMINISTRATIVAS
1. Episcopal (governado por bispos)
2. Presbiteriana (governada por presbíteros e o presbitério)
3. Congregacional (governada pela assembléia da igreja)
Não importa o sistema de administração eclesiástica, para serem cristãos os líderes devem estar nas
suas posições. O líder cristão não vem para ser servido, mas para servir e dar sua vida pelo rebanho.
Evidências do relacionamento fraternal entre as igrejas do NT.
• Intercâmbio de epístolas.
• Intercâmbio de pessoas.
• Intercâmbio de recursos.
• Intercâmbio de Bênçãos Espirituais.
• Intercâmbio de Problemas e sabedoria.
• Investimento mútuo na obra missionária.
Evidências de rivalidade e partidarismo
1. Os judaizantes (At 15:1). Forçar os crentes a seguir seus costumes culturais.
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2. O caso de Diótrefes. (III Jo 1:1-11)
PROBLEMAS ESTRUTURAIS NA IGREJA
1. Esquecer que a estrutura existe para o homem e não o homem para a estrutura. Inclui coisas
como:
− A freqüência e duração das reuniões.
− O nível de participação dos membros no culto.
− O formato das reuniões.
2. Confundir cargo com dom.
− A partir da conversão do imperador Constantino, os dons tornaram-se institucionalizados, e a
igreja começou a agir como se o cargo garantisse o dom.
5.3 AS ORDENANÇAS DA IGREJA
A doutrina das ordenanças da Igreja é muito diferente da doutrina dos sacramentos da igreja católica
romana.
– O sacramento é um ato externo que confere graça ou bênção interna.
– Na teologia evangélica, a graça ou bênção interna manifesta-se em um ato externo.
Então, na teologia católica, Deus opera de fora para dentro, enquanto que na evangélica, Deus opera
de dentro para fora.
A igreja católica tem sete sacramentos e a evangélica duas ordenanças.
− Os sacramentos: Batismo, confissão e penitência, eucaristia, crisma, casamento, ordenação e
unção dos enfermos.
− As ordenanças: Batismo e ceia do Senhor.
BATISMO: Os maiores erros associados à prática desta ordenança.
a. Sua ligação com a salvação.
− O batismo de João associava o batismo com o arrependimento e a remissão dos pecados.
Apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão de
pecados. (Mc 1:4)
− Mt 3:16 associa a descida do Espírito Santo sobre Jesus a seu batismo nas águas.
Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus
descendo como pomba, vindo sobre ele. (Mt 3:16)
− Em Mc 16:16, o batismo é intimamente ligado à salvação.
Quem crer e for batizado será salvo; ... (Mc 16:16)
b. Seu significado.
É um sinal de arrependimento.
c. O modo de batismo.
Existem igrejas que praticam o batismo por aspersão, efusão e imersão. Mas a palavra grega
“baptixw” significa “mergulhar ou imergir”.
d. O candidato ao batismo
Todos os candidatos precisam crer para poder se batizar.
Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado... (At 2:38)
e. O ministrante do batismo
O batismo ser ministrado apenas pelo pastor da igreja não é uma prática bíblica, e sim, um
costume cristão.
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo; (Mt 28:19)
f. Os maiores erros associados à prática do batismo:
a. Tratar como um sacramento.
Um dos erros comuns tem sido atribuir uma graça ou bênção de Deus ao ato do batismo.
b. Tratar como suplemento.
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Do outro lado, temos aqueles que não dão nenhum valor ao batismo e acham que, por já terem
aceitado a Cristo não precisam batizar-se nas águas.
c. Restringir ou postergar o batismo.
Na Bíblia, as pessoas eram batizadas imediatamente à conversão. Filipe batizou até Simão, o
feiticeiro porque este pediu.
d. Usar como método de proselitismo
A vinculação do batismo com tornar-se membro da igreja local, visível, denominacional, abre
caminho para esse erro.
A CEIA DO SENHOR
1. Transubstanciação
A igreja católica romana interpreta que na consagração os elementos da ceia são literalmente
convertidos no sangue e carne de Jesus Cristo.
2. Consubstanciação
No luteranismo, no momento em que a pessoa recebe os elementos, eles tornam-se
verdadeiramente o sangue e carne do Senhor Jesus.
3. Simbolismo
Na igreja evangélica entendemos que o pão e o vinho representam simbolicamente o corpo e o
sangue de Jesus.
“... Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes,
em memória de mim.” (I Co 11:25)
Por causa da cultura católico-romana, muitos evangélicos atribuem mudanças místicas aos
elementos da ceia.
Todos os crentes devem participar da ceia (I Co 1:28).
− Quando decidimos não participar por não estarmos em condições, evitamos um pecado
cometendo outro.
No Novo Testamento a ceia do Senhor foi celebrada diariamente e não se limitava à parte simbólica
da ceia. Havia uma refeição completa (festa do amor).
5.4 A VOCAÇÃO DA IGREJA
Vocação tem tudo a ver com chamada. A palavra usada no N. T. para igreja é “evkklhsi,a” um
grupo de pessoas convocadas para reunir-se publicamente. No N. T. o Evangelho de Mateus contém
a primeira menção da Igreja:
Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela. (Mt 16.18)
Há quatro interpretações para o significado desse versículo para a Eclesiologia.
1) É errada. Ela enxerga uma Igreja na defensiva de ataques satânicos.
2) É bem mais certa e sugere que é o inferno que está na defensiva. As portas do inferno são as
suas defesas que não resistirão ao ataque.
3) Melhora ainda mais a hermenêutica. A Igreja é vista como sendo formada de dentro para fora.
Jesus edifica sua Igreja com pessoas que já se encontram dentro do campo inimigo. Quando
ouvirem a chamada de Deus e se aproximarem das portas trancadas do inferno, elas se abrem
para que o povo possa passar de dentro para fora.
– Ex: a libertação de Pedro da prisão de Herodes. “Ele nos libertou do império das trevas...”
4) Realça o lado escatológico do versículo. As portas do inferno são as portas do Hades.
− Quando Jesus morresse as portas da morte não teriam condições de prendê-lo.
A vocação da Igreja, portanto, começa com sua chamada de dentro do reino de Satanás para fora.
Implica na união do crente com os demais membros da nova comunidade.
A MISSÃO DA IGREJA
Esta é uma fase da Eclesiologia muito mal entendida. Consideremos as finalidades espirituais da
Igreja. Quais são elas:
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Glorificar a Deus: O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.
E nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o
beneplácito de sua vontade, para o louvor da glória da sua graça, a qual nos deu
gratuitamente no Amado. (Ef 1.5-6)
Para edificar a si própria
Paulo nos diz que Deus deu à Igreja apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres “com
vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo
de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus...”
(Ef 4.11-16).
Purificar a si própria
Cristo deu a si mesmo pela Igreja: “a fim de santificá-la, tendo-a purificado com a lavagem da água,
pela palavra, para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer
coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.” (Ef 5.26-27)
Educar seus membros
Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo. (Mt 28.19)
Evangelizar o mundo
A grande comissão manda que a Igreja vá por todo o mundo e pregue o Evangelho. (Mc 16.15)
Restringir o mal no mundo
Os crentes são o sal da terra e a luz do mundo. Por sua influência e testemunho, eles detêm o
progresso da iniqüidade (II Ts 2.6-7). Deus retém o juízo por causa da presença dos santos entre os
maus.
Promover o bem estar no mundo
Então, enquanto temos oportunidade, façamos bem a todos, mas principalmente aos da
família da fé (Gl 6.10).
Concernente a Jesus de Nazaré, como Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder; o
qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do Diabo, porque
Deus era com ele (At. 10.38).
FIM
33
6. ANGELOLOGIA
(A DOUTRINA DOS ANJOS)
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1 ) PANORAMA
OBJETIVO:
Despertar o interesse relativo ao estudo dos Anjos.
Desviar a Igreja do culto aos Anjos.
Pesquisar a sua natureza.
OS ANJOS:
Foram criados por Deus
Porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis,
sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele
e para ele. CL 1:16
Criados com características diferentes: Serafins, Querubins e Arcanjo (um só)
Divididos em dois grupos: bons e maus.
São organizados, formando um batalhão, não uma raça.
Podem assumir a forma humana.
Alguns deles estão presos.
Foram criados em estado de perfeição.
Adoram a Deus e a Cristo
E outra vez, ao introduzir no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. (HB 1:6)
São espíritos ministradores – HB 1:14
Obedecem a vontade de Deus e de Cristo – MT 6:10
Executam o propósito e os juízos de Deus – MT 13:41
Celebram louvores a Deus – SL 148:2
A Lei foi dada por intermédio deles – “vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a
guardastes”. AT 7:53
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Eles anunciaram:
A concepção de Cristo – MT 1:20
A Ressurreição de Cristo - MT 28:5-7
A assunção e a segunda vinda de Cristo – AT 1:11
Ministraram a Cristo – MT 4:11
São sujeitos a Cristo – EF 1:21
Executarão os propósitos de Cristo – MT 13:41
Acompanharão a Cristo na sua segunda vinda – MT 16:27
Souberam do Evangelho de Cristo, embora não o compreendessem, mas alegraram-se com as boas
novas – EF 3: 16
O ministério de anjos é resultado de oração – AT 12:5
Eles alegram-se no arrependimento do pecador – LC 15:10
Eles têm cuidado dos filhos de Deus – SL 91:11-12
São exemplos de mansidão
São sábios, poderosos, santos, eleitos e inumeráveis.
Não devem ser adorados:
Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou
conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus.
(AP 19:10)
2 ) CLASSIFICAÇÃO DOS ANJOS
DUAS CLASSES ESPECÍFICAS DE ANJOS
− Anjos bons ou eleitos tendo como líder o arcanjo Miguel.
− Anjos maus cujo líder é Satanás.
Os anjos foram criados como seres livres e sem defeito, mas do ponto de vista teológico não
poderíamos dizer que são perfeitos.
Alguns entendem que os anjos foram criados “santos”. Depende de como entendemos essa palavra.
OS ANJOS SÃO SERES LIVRES
Têm a capacidade de escolherem entre o bem e o mal.
Eles têm personalidade, intelecto, emoções e vontade.
OS ANJOS BONS
Anjos comuns, os querubins, os serafins, o arcanjo (existe apenas um, Miguel), e o Anjo do Senhor.
Anjo, como mensageiro de Deus, tanto pode ser um ser celestial como um homem.
Quanto ao número de anjos, em Apococalípse 5:11, lemos acerca da existência de milhões de
milhões de anjos.
Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número
era de milhões de milhões e milhares de milhares.
ANJO DO SENHOR
O Anjo do Senhor é uma Teofania, uma manifestação de Deus.
É atribuído a ele o poder de perdoar ou reter pecados. Ele tem autoridade única e aceita adoração
(Ex 23:20-23). Os teólogos entendem que esse anjo seria o próprio Cristo pré-encarnado.
ARCANJO
Miguel é mencionado como o arcanjo, o anjo principal (Jud. 9; Apoc. 12:7).
Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão (Apoc. 12:7)
Ele aparece como o anjo protetor de Israel
Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo,...
(Dan 12:1).
Ele está diante da presença de Deus (Luc. 1:19).
A ele são confiadas as mensagens da mais elevada importância ao Reino de Deus.
ANJOS ELEITOS
Provavelmente são os que permaneceram fieis a Deus durante a rebelião de Satanás (Mt 25:41).
ANJOS DAS NAÇÕES
Dan 10:13, 20 parece ensinar que cada nação tem seu anjo protetor.
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OS QUERUBINS
Relacionados com os propósitos retributivos e redentores de Deus para com o homem.
São descritos como tendo rostos de leão, de homem, de boi e de águia.
Representam uma perfeição de criaturas: força de leão, inteligência de homem, rapidez de águia e
serviço semelhante ao que o boi presta.
OS SERAFINS
São mencionados em Isaias 6, e pouco sabemos acerca deles. Sua característica é um ardente amor
a Deus. Os serafins lideram o louvor a Deus e diferentemente dos querubins que estão por baixo,
eles estão por cima do trono de Deus, voando, como que esperando uma ordem. Também são
facilitadores da salvação como em Heb 1:14.
O CARÁTER DOS ANJOS BONS
Obedientes, reverentes, sábios, mansos, poderosos, santos (como separados para Deus, são
“santos anjos”).
SUA OBRA
Agentes de Deus, mensageiros de Deus, servos de Deus.
O REINO DAS TREVAS
É organizado, mas não poderá resistir ao império da Luz, que é do Nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo.
SATANÁS
É conhecido nas Escrituras por muitos nomes e, através desses nomes entendemos os papeis que
ele executa, em relação a Deus, aos anjos bons e aos homens.
OS DOZE NOMES (OU PAPEIS) DE SATANÁS
Satanás: o adversário de Deus
Diabo: o acusador dos crentes
Dragão: significa serpente, ou monstro marinho
Serpente: como aparece pela primeira vez na Bíblia
Belzebu: Senhor da habitação
Belial: indignidade ou perversidade
Lúcifer: anjo de luz
Maligno: que é mau em sua essência
Tentador: que pratica a tentação
Deus deste século: que domina a maldade terrena
Príncipe da potestade do ar: que detém o poder dos ares.
Príncipe deste mundo: que impera na maldade terrena.
Satanás está debaixo do controle de Deus, está em liberdade para servir aos propósitos de Deus.
Isto deve incomodá-lo muito, pois trabalha contra si o tempo todo.
SUAS ATIVIDADES
Perturba a obra de Deus, opõe-se ao Evangelho, domina, cega, engana e laça os ímpios, engana as
nações. Ele também aflige e tenta os santos de Deus.
O MOTIVO DAS ATIVIDADES
Porque Satanás está tão interessado em nossa ruína?
Ele aborrece a imagem de Deus em nós. Odeia até mesmo a natureza humana que temos, com a
qual se revestiu o Filho de Deus. Odeia a glória externa de Deus, para a promoção da
qual temos sido criados e pela qual alcançaremos nossa felicidade eterna. Ele odeia a própria
felicidade, porque ele mesmo a perdeu para sempre. Ele tem ódio de nós por mil razões e de nós
tem inveja.
37
Disse um antigo escriba judeu: “Pela inveja do diabo veio a morte ao mundo, e os que o seguem
estão a seu lado”.
AS RESTRIÇÕES DAS ATIVIDADES
Devemos ter cuidado de não exagerar o seu poder. Para aqueles que crêem em Cristo, já é um
inimigo derrotado (João 12:31). Apesar de sua fúria, ele é um covarde, pois Tiago disse: “Resisti ao
diabo e ele fugirá de vós” (Tg 4:7). Ele tem poder, porém limitado. Não pode fazer nada sem a
permissão de Deus.
SEU DESTINO
O lago de fogo. Dessa maneira, a Palavra de Deus nos assegura a derrota final do mal.
O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se
encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de
noite, pelos séculos dos séculos. (Ap 20:10)
3 ) QUEDA DOS ANJOS
Como é possível que numa criação perfeita, já que lemos na Bíblia que Deus criou tudo e se agradou
do que fez, de repente, surgir o mal?
Se Deus criou todas as coisas, será que Ele fez o mal?
− Deus não fez o mal, mas é o autor das condições que permitem a existência do mal (Mt 25:41).
− Muito antes da criação dos anjos esse lugar foi concebido por Deus, porque Ele sabia que viria a
revolta, procedente da entrada do mal na criação. (Ezequiel 28 e Isaias 14:12).
Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que
debilitavas as nações! (Is 14:12)
AS DIVISÕES DE ANJOS NA BÍBLIA
Há três divisões de anjos na Bíblia. Entre os anjos maus temos dois grupos:
− Uma parte de anjos que estão presos e outra parte que estão soltos (II Pe 2:4-9; Jd 5-7).
PORQUE UNS ANJOS ESTÃO PRESOS E OUTROS NÃO?
Os anjos que não guardaram seu estado original talvez sejam aqueles a quem Satanás persuadiu a
coabitarem com mulheres (Gn 6:1-4).
REVISANDO
Temos três grupos de anjos:
1. Os que foram criados sem defeito, com livre arbítrio.
2. Os anjos maus que já estão presos.
3. Os anjos maus que estão soltos, como Satanás e os que o acompanham, porém, sob o total
controle de Deus.
PORQUE UNS ANJOS ESTÃO PRESOS E OUTROS NÃO?
Ao que parece uma parte dos anjos decaídos decidiu invadir a terra. Tomaram para si mulheres e
Deus interveio, prendendo-os não para proteger a Deus, mas para proteger a raça humana,
totalmente vulnerável àqueles seres que eram mais potentes que os homens.
Como se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas, vendo os filhos de Deus
que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhes
agradaram. Então, disse o SENHOR: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é
carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos. (Gn 6:1-3). Comparar com II Pe 2:4-9 e Judas 5-7.
A NATUREZA DOS ANJOS
A palavra anjo significa mensageiro:
− Quando lemos a palavra anjo na Bíblia, temos que saber se fala de ser um celestial ou humano.
− Deus criou os anjos para O servirem e também para assessorarem os seres humanos, que são a
coroa da sua criação.
O CASTIGO QUE VIRÁ A SATANÁS
O mundo está perplexo acerca do futuro, mas somente a Igreja de Jesus sabe como as coisas
acontecerão.
38
O QUE SATANÁS ESTAVA MAQUINANDO
Satanás provavelmente esperava que Deus não cobrasse o pecado do homem. Se conseguisse isso,
chamaria Deus de mentiroso e exigiria a sua reinstalação. Planejou a queda do homem como uma
possível volta para ele. Mas Deus não negocia com ninguém!
4) BATALHA ESPIRITUAL
BATALHA ESPIRITUAL NAS ESCRITURAS
O início da batalha: iniciou-se com a rebelião de Lúcifer, antes da criação do homem, e terminará
com a vitória de Cristo sobre ele e todas as suas hostes do mal.
Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a
armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta
não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os
dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões
celestes. (Ef 6:10-12)
O propósito da batalha: Satanás tem o objetivo de usurpar o trono de Deus. Os seres humanos não
são o seu alvo, ele quer atingir a Deus. Toda a sua atividade visa vingar-se da derrota sofrida quando
da rebelião. Na parábola do joio vemos que o seu intento é prejudicar a colheita do semeador. (Mt
13:24-43)
GUERRA ESPIRITUAL NAS ESCRITURAS
A atuação de Satanás no Antigo Testamento
Percebemos que Deus não perdeu o controle da sua criação. No livro de Jó descobrimos que:
1. Satanás tem que prestar contas a Deus (Jó 1:6).
2. Ele atua na terra e conhece seus habitantes (Jó 1:7-8).
3. Deus pôs uma cerca de segurança ao redor dos homens fiéis (Jó 1:10)
4. Satanás só pode atuar na vida dos fiéis com a permissão de Deus (Jó 1:10-12;2:6).
A ATUAÇÃO DE SATANÁS NO NOVO TESTAMENTO
É contra Cristo: Satanás tenta matá-Lo ainda criança, tenta torná-Lo egoísta, suborná-Lo (Mt 4:1-10).
Como nada disso funcionou, então buscou desacreditá-Lo diante dos líderes religiosos, e desviá-Lo
da cruz.
É contra a Igreja: Tenta vingar-se pela destruição da Igreja. Só que Jesus promete que as portas do
inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16:18).
A grande atividade dos demônios no Novo Testamento: Eles causam moléstias, distúrbios
emocionais, possessão demoníaca, impureza moral, e disseminam falsas doutrinas.
ESTRATÉGIAS SATÂNICAS
O crente está lidando com um poder sistematizado.
Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e
potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do
mal, nas regiões celestes. (Ef 6:12)
A NATUREZA DA ARMADURA DE DEUS
É a arma que temos a nossa disposição na batalha.
ARMAS OFENSIVA E DEFENSIVA
Arma Ofensiva: A Espada do Espírito (Ef 6:17).
− Foi essa arma que Jesus usou ao ser tentado no deserto. (Está escrito)
− Satanás usou a Palavra de Deus, o Sl 91:11-12 na segunda tentação. (Falsa doutrina)
Arma Defensiva: Satanás estará nos atacando em nossos pontos críticos, os quais Deus quer
proteger. Podemos até saber quais as armas serão usadas contra nós.
A ARMADURA DE DEUS ARMAS SATÂNICAS
1. Cinturão da Verdade 1. Mentira
2. Couraça da Justiça 2. Culpa
3. Calçados o Evangelho da Paz 3. Ira
4. Escudo da Fé 4. Dúvidas
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5. Capacete da Salvação 5. Desespero
Nós temos autoridade e poder delegado por Jesus. Ele detém todo o poder e promete fortalecer os
Seus com esse poder, pelo Batismo no Espírito Santo.
Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir
fortalezas,... (II Co 10:4).
FIM
7. HAMARTOLOGIA
(A DOUTRINA DO PECADO)
40
HAMARTOLOGIA
É o estudo da natureza e das conseqüências do pecado.
O QUE É O PECADO
O Novo Testamento Descreve o Pecado como:
A CONDIÇÃO PECAMINOSA EM QUE NASCE O HOMEM (Pecado original – Rm 3.23)
a) O pecado de Adão e Eva (Gn 2.16-17; 3.4-6).
b) O pecado de Satanás (Is 14.12-14; Ez 28.11-16).
c) A hereditariedade do pecado (Rm 5.12-18).
Os dois maiores mandamentos e os dois maiores pecados
Mestre, qual é o grande mandamento na Lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu
Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o
grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo
como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas. (Mt 22.36-
40)
Se estes são os dois maiores mandamentos, então, por inferência, os dois maiores pecados são a
falta de amor a Deus e a falta de amor ao próximo.
Duas categorias básicas de pecado
− Na igreja há uma boa percepção dos pecados contra Deus (impiedade), e quase nenhuma
percepção dos pecados contra o próximo (injustiça).
− No mundo é o contrário; uma boa percepção dos pecados sociais e quase nenhuma percepção
dos pecados contra Deus.
41
Errar o alvo Transgressão: Ir além do limite. (Rm 4.15 ; 1 Jo 3.4)
Dívida (Mt 6.12) Queda
Desordem Derrota (Rm 11.12
Desobediência (Hb 4.2 ;Lc 8.18)
O pecado contra a lei
A percepção do pecado está muito ligada à questão da lei. Paulo disse que “onde não há lei, também
não há transgressão” (Rm 4.15). Ele quer dizer que sem lei o pecado não é visível ou contado.
A entrada e a permanência do pecado no mundo
Em Romanos 5 .12, lemos que o pecado entrou no mundo através da transgressão de Adão.
− Talvez pelo fato de Eva estar sob a tutela de Adão.
− Talvez pelo fato de Eva ter sido enganada pelo diabo, enquanto Adão pecou conscientemente.
E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. (I Tm 2.14)
− O pecado não é permanente porque Deus vai purificar o mundo. Jesus é o “Cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo”.
A natureza do pecado
Alguns dizem que o pecado é ruim porque traz más conseqüências existenciais ao homem. Assim, a
santidade torna-se recomendável porque é mais saudável e não porque é isso que o homem deve a
Deus.
Segundo a Bíblia, o pecado não é:
a) Oriundo do corpo físico do homem
Desde o tempo de Agostinho uma parte da igreja tem entendido que o nosso corpo é essencialmente
mau. Existem duas provas de que isso não é verdade:
1) Somos convocados a apresentar nossos corpos como sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus (Rm 12.1).
2) O nosso corpo é o templo do Espírito Santo (I C o 6.19).
b) Oriundo de fraquezas e limitações
Muitos cristãos rejeitam as limitações da sua humanidade como se fosse pecado. Jesus não apenas
se sujeitou à fragilidade humana como foi crucificado em fraqueza.
Segundo a Bíblia, o pecado é:
Um ato de rebelião contra Deus, caracterizado por:
a) Voluntariedade
Adão pecou por livre e espontânea vontade. Apesar da depravação total, o homem ainda tem
condições de resistir À tentação. Deus disse a Caim, um ser humano caído: “Se procederes bem,
não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu
desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”. (Gn 4.7)
Se coube a Caim dominar o pecado, não fazer isso implica uma rebelião voluntária.
α) Conhecimento
Adão soube precisamente qual era a vontade de Deus em relação à árvore do conhecimento do bem
e do mal. Quando comeu sabia que estava desobedecendo a Deus.
c) Incredulidade
Fazia parte da tentação contra Eva levá-la a duvidar da veracidade da Palavra de Deus.
Eva está sendo levada a pecar contra um Deus pessoal. Não se trata apenas de um sentimento de
consciência. Assim, o julgamento também será pessoal (Ap 20.12).
d) Culpa
Adão e Eva fugiram da presença de Deus e tentaram cobrir sua nudez. Na vida cristã essa fuga pode
implicar o ativismo, onde o cristão tenta esconder-se de Deus por seu envolvimento na obra (jardim)
de Deus.
e) Uma força escravizante
O pecado é muito mais do que um ato; torna-se um poder escravizante na vida do homem.
Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do
pecado. (Jo 8.34)
f) Um estado de depravação
42
O pecado é também um estado de depravação. Todos os seres humanos, desde Adão, exceto
Jesus, nasceram em pecado.
Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe. (Sl 51.5)
TRÊS CONCEITOS BÍBLICOS DE ATOS PECAMINOSOS
E, passando o SENHOR por diante dele, clamou: SENHOR, SENHOR Deus compassivo,
clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em
mil gerações, que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o
culpado, e visita a iniqüidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta
geração! (Ex 34.6-7)
Iniqüidade
A idéia básica contida nessa palavra é PERVERSIDADE.
Iniqüidade é deixar Deus por algo menor do que ele. Deus oferece a vida, mas o homem, na sua
perversidade, prefere a morte.
Transgressão
Sugere o ato de ultrapassar uma linha ou uma proibição.
Davi confessou a sua transgressão a Deus, no caso do seu adultério com Bate-Seba.
Pecado
Entendemos que tem a ver com a falha em atingir o alvo de Deus.
A idéia básica da palavra é vista em Juízes 20.16: “Entre todo este povo havia setecentos homens
escolhidos, canhotos, os quais atiravam com a funda uma pedra num cabelo e não erravam”.
A frase “não erravam” significa “não pecavam”.
AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
As conseqüências do pecado contra Deus
O Pai: Desgosto por ver a criação arruinada – gen. 6:5-7.
O Filho: Encarnado, sujeito à fraqueza humana e entregue à morte por nós, pecadores – Isaías 53:6-
10.
“mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos”.
A parte mais profunda do impacto do pecado sobre Jesus foi a alteração de seu convívio com o Pai.
João descreva esta alteração falando da glória a que renunciou (Jo 17:5).
O Espírito Santo: convivência sofredora na Igreja – Efésios 4:30-32.
O impacto do pecado sobre o Espírito Santo começa a ser revelado a partir de Gênesis 6:3.
− No Antigo Testamento a presença do Espírito Santo na vida de alguém era uma realidade
contingente. Vinha sobre poucas pessoas e permanecia menos ainda.
− No Novo Testamento as coisas mudam. Mesmo diante do pecado, o Espírito santo permanece
na vida do cristão.
As conseqüências do pecado sobre a humanidade
Adão e Eva:
Morte espiritual e física – Gen 2:17.
Vergonha – Gen 3:7-8.
Medo – Gen 3:10.
Julgamento – Gen 3:11-24.
Separação de Deus – Gen 3:23-24.
Dificuldades no relacionamento conjugal – Gen 3:16-17.
HUMANIDADE:
43
Inimizade, ódio e homicídio – Gen 4:5-8.
Juízo do dilúvio – Gen 6:1-13.
Início da discriminação contra as mulheres – I Tm 2:14.
As conseqüências do pecado sobre o ser humano são incontáveis. Consideraremos as mais óbvias.
1. A perda da glória de Deus e a separação d’Ele.
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rom 3:23).
Por causa do pecado o relacionamento do homem para com Deus foi mudado de amigo para
adversário.
Podemos ver a separação sobre três aspectos:
Separação física/temporal:
Temporal porque de vez em quando Deus se fazia presente entre os pecadores – Num 14:13-14.
− Inclui a expulsão de Adão e Eva da presença do Senhor – Gen 3:24.
Separação espiritual/temporal:
Temporal porque Deus também arranjava meios de reconciliação espiritual, através do sistema de
sacrifícios.
Isaías 59:2.
Separação física/espiritual/permanente
Este é o aspecto mais terrível. Se o homem não aceitar a oferta de reconciliação oferecida por Deus
em Jesus Cristo ele será afastado permanentemente da presença de Deus.
Outras conseqüências do pecado são: Morte, Vergonha, Sofrimento.
Depravação Total
A doutrina da depravação total do ser humano ensina que não há sequer um aspecto da natureza
humana que não tenha sido afetado negativamente pelo pecado. Há, com certeza, pessoas que são
mais éticas do que outras, mas todas são completamente prejudicadas pelo pecado.
Escravidão
O ser humano está escravizado pelo pecado. Sem a graça de Deus, o máximo que pode fazer é
escolher seus pecados, nunca se livrar deles. (Rom 7:14-15).
AS CONSEQUËNCIAS DO PECADO SOBRE A CRIAÇÃO
Terra infrutífera, Maldita – Gen 3:17-19
Sujeita à vaidade – Rom 8:20-22
Além disso, há o terrível julgamento que Deus trouxe contra a criação, na ocasião do dilúvio.
Terminando sua carta aos Romanos, Paulo escreveu:
E o Deus de paz em breve esmagará a Satanás debaixo dos vossos pés. A graça de nosso
Senhor Jesus Cristo seja convosco (Rom 16:20).
FIM
44
SOTERIOLOGIA
(A DOUTRINA DA SALVAÇÃO)
45
SOTERIOLOGIA
Do grego soteria + logos
– Soteria = Salvação, Remédio
– Logos = Palavra, Discurso, Doutrina
A NATUREZA DA SALVAÇÃO
O apóstolo Paulo não cessava de pedir uma iluminação do entendimento dos efésios para que
pudessem saber:
– Qual a esperança do seu chamamento.
– Qual a riqueza da glória da sua herança nos santos.
– Qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força
do seu poder (Ef 1.18-19).
DOIS GRANDES EQUÍVOCOS
1. EQUÍVOCO: Jesus não morreu no dia da expiação dos pecados.
Poucos perceberam a importância da hora da morte de Jesus. Ele coordenou a mesma para que
acontecesse no lugar e tempo certos: Em Jerusalém, no momento da Páscoa.
Importa, contudo, caminhar hoje, amanhã, e no dia seguinte; porque não convém que morra
um profeta fora de Jerusalém. (Lc 13.33)
A sua morte não aconteceu no dia da expiação, mas sim, coordenada com a festa da Páscoa.
Antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste
mundo para o Pai, e havendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. (Jo
13.1)
Quantos meses separam a festa da Expiação da festa da Páscoa?
46
O dia da expiação acontece no mês de outubro e a festa da Páscoa no mês de abril. A Páscoa
marcava o início do ano novo e uma nova vida para os israelitas.
Ora, o Senhor falou a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo: Este mês será para vós o
princípio dos meses; este vos será o primeiro mês do ano. (Ex 12.1-2)
Qual a ênfase teológica das duas festas?
A Páscoa realça a libertação do povo de Deus do reino das trevas e do poder do pecado, enquanto o
dia de expiação realça a remissão dos pecados cometidos como povo de Deus.
Veja como é grande a diferença entre as mensagens das duas festas. Jesus coordenou a hora de
sua morte para destacar a libertação de seu povo do reino das trevas e do poder do pecado. Essa é
a importância do estudo teológico!
2. EQUÍVOCO: O Propósito do Sistema Sacrificial
Um conceito errado do propósito do sistema sacrificial no Antigo Testamento. Este sistema não
visava à obtenção da salvação para seu povo. Visava à manutenção de uma salvação já
providenciada ou realizada.
Isso torna claro que precisamos distinguir a salvação do perdão de pecados.
– O perdão de pecados visa à manutenção da salvação, ou seja, o bom relacionamento entre Deus
e seu povo.
– O perdão de pecados pertence apenas ao povo de Deus, portanto não está disponível a ninguém
que não esteja em um relacionamento correto com Deus por meio de Jesus Cristo.
– Quem recebe um evangelho equivocado é programado para descansar espiritualmente, seguro
do fato de que está livre para pecar porque Deus sempre perdoa os seus pecados. As nossas
Igrejas estão cheias de crentes acomodados com o pecado.
– Se Cristo nos livrou do poder do pecado, não devemos permanecer no pecado para que a graça
abunde.
Quem comete pecado é do Diabo; porque o Diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus
se manifestou: para destruir as obras do Diabo. (I Jo 3.8)
DOIS GRANDES LIVRAMENTOS
A idéia de salvação é livramento, libertação. Noé foi salvo do dilúvio, Ló do fogo e enxofre de
Sodoma e o povo de Deus da escravidão no Egito.
O Êxodo é o padrão da obra salvífica de Deus. A Páscoa seu memorial. Por este motivo, Jesus fez
coincidir sua morte com isso. Moisés e Elias discutiram isso com Jesus, o Êxodo que ele havia de
cumprir em Jerusalém.
Enquanto ele orava, mudou-se a aparência do seu rosto, e a sua roupa tornou-se branca e
resplandecente. E eis que estavam falando com ele dois varões, que eram Moisés e Elias, os
quais apareceram com glória, e falavam da sua partida que estava para cumprir-se em
Jerusalém. (Lc 9.29-31)
Por trás da palavra “partida” está escondida o grego “êxodo”, e embutido nesta palavra está todo o
conceito teológico da obra de Jesus.
JESUS VEIO COMO LIBERTADOR DO POVO DE DEUS, E EFETUOU DOIS GRANDES
LIVRAMENTOS.
1) LIVRAMENTO: Livramento da Ira de Deus
Em qualquer tratamento da salvação, somos antes criminosos que vítimas. Por isso a importância do
sangue do cordeiro pascal como meio de evitar a ira de Deus.
Logo muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. (Rm 5.9)
– O episódio do sangue nos umbrais das portas para escapar da ira de Deus.
– Percebemos que Deus havia de libertar seu povo da escravidão, mas ai daquele que não
aceitava ser liberto.
Porque se voluntariamente continuarmos no pecado, depois de termos recebido o pleno
conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma expectação terrível
de juízo, e um ardor de fogo que há de devorar os adversários. (Hb 10.26-27)
2) LIVRAMENTO: Do reino das Trevas
47
O povo não foi liberto apenas da escravidão no Egito, foi liberto do próprio império egípcio! Este é o
retrato da nossa salvação:
Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor.
(Cl 1.13)
Faraó tentou em vão impedir a saída do povo de Deus, mas o povo atravessou em segurança e
Deus enterrou os inimigos no mar. Séculos depois, o Filho de Deus invadiu o reino das Trevas,
noticiando:
Edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16.18).
Expulsou os demônios e estendeu seus braços sobre a cruz do Calvário, abrindo uma passagem
para sairmos do império das Trevas. Crucificado em fraqueza, mas ressuscitado em poder. Hoje ele
vive eternamente para fazer intercessão pelo seu povo e tem nas mãos as chaves da morte e do
inferno (Ap 1.18).
3) DOIS GRANDES PROBLEMAS
Uma vez salvo, o cristão precisa enfrentar dois grandes problemas: a tendência ao legalismo e a
tendência ao antinomianismo.
LEGALISMO
O legalismo leva o crente a pensar que a sua situação espiritual não é tão séria assim. Ele age
querendo se justificar diante de Deus, em vez de perceber que precisa da justiça de Deus.
Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e
todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como o vento, nos arrebatam.
(Is 64.6)
Características do legalista
– Confia em si mesmo
– Considera-se justo
– Despreza os outros
– Gosta de orar, mas faz da mesma um exercício de orgulho
– Reclama dos pecados dos outros
– Enaltece-se a si mesmo
ANTINOMIANISMO
Significa o oposto do legalismo. Na reação contra o legalismo, o antinomianismo é uma ameaça real.
Ao invés do nada pode entra o tudo pode! Salvos pela graça, há sempre o perigo de desprezar a
importância de uma conformidade com a lei de Deus. Veja o que Paulo escreveu contra o
antinomianismo:
Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? (Rm 6.1).
E ele mesmo responde que o cristão:
Não pode: porque está unido com Cristo (6.1-2). Paulo está raciocinando.
Não precisa: porque o domínio do pecado foi quebrado pela graça (6.12-14). Paulo está apelando.
Não permite: porque irá readmitir o pecado como mestre (6.15-19). Paulo está comandando.
Não persista: (no pecado) porque irá acabar em desastre (6.20-23). Paulo está advertindo.
Deus não nos ajuda de acordo com nossos méritos, e sim de acordo com as nossas necessidades.
– Debaixo da lei, o povo precisava merecer o favor de Deus.
– Debaixo da graça, Deus vem ao encontro das nossas carências, principalmente nossa carência
moral e ética.
CONCLUSÃO
Vimos aqui a natureza da salvação. Descobrimos dois equívocos em relação à ênfase teológica da
mesma:
1. Que a salvação é um ato de libertação.
2. Que o perdão de pecados visa à manutenção da nossa salvação.
Os dois livramentos de que trata a salvação são:
48
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Apostila de teologia sistematica

  • 1. Pr. MARCO ANTONIO DE SOUZA APOSTILA DE TEOLOGIA SISTEMÁTICA BELO HORIZONTE - MG MAIO DE 2011 Apostila organizada a partir das aulas ministradas nos cursos de Teologia da IBPP e da Escola de Ministério da IBCP.
  • 2. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. (2ª Timóteo 3:16-17) 2 É permitida a cópia e utilização de todo conteúdo desta apostila, desde que não seja usado para fins lucrativos.
  • 3. SUMÁRIO PG 1. Introdução ao Estudo Teológico ..................................................................................................... 05 1.1 O que é Teologia .................................................................................................................06 2. Bibliologia (A Doutrina das Escrituras) ..........................................................................................08 2.1 A Necessidade das Escrituras .............................................................................................09 2.2 A Inspiração das Escrituras ................................................................................................ 09 2.3 A Verificação das Escrituras .............................................................................................. 10 3.Teologia (A Doutrina de Deus) ........................................................................................................11 3.1 A Natureza de Deus ...............................................................................................................12 3.2 Os Nomes de Deus ................................................................................................................ 13 3.3 Os Decretos de Deus ..............................................................................................................14 3.4 Os Atributos de Deus ............................................................................................................. 15 4. A Doutrina da Trindade .................................................................................................................. 17 5. Cristologia (A Doutrina de Cristo) ..................................................................................................19 5.1 A Ira de Deus e a Propiciação do Pecado .............................................................................. 20 5.2 A Identidade, Integridade e Autoridade de Jesus ...................................................................21 5.3 Jesus Cristo como o Último Adão ..........................................................................................22 5.4 A Obra de Cristo .................................................................................................................... 23 6. Antropologia (A Doutrina do Homem) ...........................................................................................24 6.1 Tendências teológicas no início deste novo milênio ..............................................................25 6.2 A Criação do Homem ............................................................................................................ 25 6.3 A constituição permanente do ser humano ............................................................................ 26 7. Eclesiologia (A Doutrina da Igreja) ................................................................................................ 28 7.1 A Natureza da Igreja .............................................................................................................. 29 7.2 A Igreja Local ........................................................................................................................ 29 7.3 As Ordenanças da Igreja ........................................................................................................ 31 7.3.1 Batismo ...........................................................................................................................31 7.3.2 A Ceia do Senhor ........................................................................................................... 31 7.4 A Vocação da Igreja ...............................................................................................................32 8. Angelologia (A Doutrina dos Anjos) .............................................................................................. 34 8.1 Panorama ................................................................................................................................35 8.2 A Classificação dos Anjos ..................................................................................................... 35 8.3 A Queda dos Anjos ................................................................................................................ 37 8.4 Batalha Espiritual ...................................................................................................................38 9. Hamartologia (A Doutrina do Pecado) ......................................................................................... 40 9.1 O que é o pecado .................................................................................................................. 41 9.2 As Conseqüências do Pecado ............................................................................................... 43 10.Soteriologista (A Doutrina da Salvação) ........................................................................................45 10.1 A Natureza da Salvação ....................................................................................................... 46 10.2 Legalismo e Antinomianismo .............................................................................................. 47 11. A Doutrina da Eleição ...................................................................................................................48 11.1 Conversão .............................................................................................................................49 11.2 Regeneração .........................................................................................................................51 12. A Doutrina da justificação ............................................................................................................ 51 12.1 Santificação ..........................................................................................................................53 12.2 União com Cristo ................................................................................................................. 54 13. Pneumatologia (A Doutrina do Espírito Santo) ............................................................................ 56 13.1 O Ministério do Espírito Santo no crente .............................................................................60 14. Escatologia (A Doutrina das Últimas coisas) ................................................................................62 14.1 O Aspecto Histórico .............................................................................................................63 14.2 O Aspecto Moral ..................................................................................................................64 3
  • 4. SUMÁRIO PG 14.3 O Aspecto Profético (De um ponto de vista Pré-milenista) .................................................64 14.3.1 Israel na perspectiva profética ................................................................................. 65 14.3.2 Cálculo das setenta semanas de Daniel ................................................................... 66 14.3.3 Israel na grande tribulação .......................................................................................67 14.3.4 Doutrinas do amilenismo .........................................................................................69 14.3.5 Doutrinas do pós-milenismo ....................................................................................71 15. Tanatologia (A Doutrina da morte) ...............................................................................................73 15.1 O Estado atual dos mortos ................................................................................................... 74 15.2 A Divisão do hades .............................................................................................................. 75 16. A Redenção da Terra .....................................................................................................................78 16.1 A Terra será Restaurada .......................................................................................................79 17. Referências Bibliográficas ............................................................................................................ 80 4
  • 5. 1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO TEOLÓGICO 5
  • 6. 1.1 O QUE É TEOLOGIA? Theos (Deus) e logos (palavra). Significa “um discurso acerca de Deus”. − É a ciência que trata do nosso conhecimento de Deus e das suas relações para com o ser humano. − Trata de tudo quanto se relaciona com Deus e com os propósitos para a sua criação (anjos, ser humano e animais). O PROPÓSITO DA TEOLOGIA Fazer e entender a fé: − Codificar e sistematizar o ensino bíblico. Estender a fé: − Pregação, ensino e discipulado. Defender a fé: − Medindo as doutrinas populares, confrontando a doutrina errada e disseminando a sã doutrina. TIPOS DE TEOLOGIA − Teologia Bíblica: Salienta o progresso da Revelação bíblica. • Divide-se em: Teologia Bíblica do Antigo Testamento Teologia Bíblica do Novo Testamento − Teologia Histórica: Traça o desenvolvimento das doutrinas bíblicas desde o fim da era apostólica até o presente. − Teologia Sistemática: Codifica o conhecimento de Deus para edificar o corpo e combate as heresias. − Teologia Prática: Aplica as teologias Bíblica, Histórica e Sistemática à santificação do ser humano, ou seja, à vida e ao ministério cristão. − Teologia Dogmática BIBLIOLOGIA Parte da Teologia que estuda as Escrituras. − Nem tudo na Bíblia é bíblico. Ex: Caim matou Abel; o incesto de Amnon contra Tamar, sua irmã ou Demas abandonou a fé. O QUE É RELIGIÃO? Ligare – latim singular ligar. Religar. É a prática do ser humano para alcançar Deus. Fato universal. QUAL É A VERDADEIRA RELIGIÃO? PORQUÊ? QUAL A DIFERENÇA ENTRE REVELAÇÃO, INSPIRAÇÃO E ILUMINAÇÃO? O QUE É REVELAÇÃO? É a manifestação que o único Deus verdadeiro faz de si mesmo. O Deus eterno se fez conhecido em Cristo. Onde? Quando? A quem? Como? Por que veio? Ele voltará? Porque voltará? Quando? Como? Onde? A quem? SE DEU ESSA REVELAÇÃO? Feitos: Deus se manifestou aos homens. Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos (Sl 119:1). Escrituras: Registros destes fatos verdadeiros. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai. (Jo 1:14) 6
  • 7. ESCRITURAS: CONTÉM O REGISTRO DESSA REVELAÇÃO A Bíblia = 66 Livros. − Antigo Testamento = 39 livros. Classificação: Pentateuco (Lei) Livros Proféticos Escritos (hagiógrafos) − Novo Testamento = 27 livros. Classificação: Bibliográficos (Evangelhos) Histórico (Atos) Epístolas Paulinas Epístolas Gerais Escatológico (Apocalipse) Deus criou Israel para manifestar-se ao mundo e, ao completar a plenitude dos tempos enviou o seu Filho Unigênito a fim de consumar a revelação já começada. (base da Teologia Cristã) INSPIRAÇÃO: THEOPNEUSTOS SIGNIFICA DIVINAMENTE SOPRADO. − Natural: grande talento dos homens. − Mística (iluminativa): originada em homens cheios do Espírito Santo. − Mecânica: Ditada. Instrumentos passivos na mão de Deus. − Parcial: Apenas o desconhecido foi inspirado. − Conceitual: Apenas voltada para as idéias. − Verbal e plenária: Cada palavra (verbal) foi inspirada por Deus (plena). ILUMINAÇÃO Precisamos da iluminação de Deus para entender as Escrituras. A tarefa de interpretar é chamada de Hermenêutica. Princípios fundamentais da hermenêutica: − A interpretação histórico-gramatical. − O contexto restrito e o geral. A POSSIBILIDADE DE TERMOS UMA TEOLOGIA CRISTÃ. Deus existe e tem um relacionamento com seu mundo. (Gen 1:1) O ser humano é feito à imagem de Deus e é capaz de receber a revelação. (Gen 1:26) Deus tem se revelado (Heb 1:1). Tem se dado a conhecer em Jesus Cristo. DOUTRINAS: ENSINO OU INSTRUÇÃO É o ensino das verdades fundamentais da Bíblia sistematizado. O conhecimento doutrinário é uma parte necessária do equipamento de quem deseja ensinar a Palavra de Deus. FIM 7
  • 8. 2. BIBLIOLOGIA ( A DOUTRINA DAS ESCRITURAS) 8
  • 9. 2.1. A NECESSIDADE DAS ESCRITURAS A NECESSIDADE DAS ESCRITURAS (2 Tm 3:16-17) Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra. UMA REVELAÇÃO DESEJÁVEL Um Deus sábio tem um propósito para suas criaturas. Negligenciar esse propósito é loucura e pecado. MAS COMO VERIFICAR COM CERTEZA O PROPÓSITO DIVINO? − As verdades que informam o homem a respeito da salvação têm que vir de Deus. − O homem precisa de uma revelação. ESSA REVELAÇÃO É DE SE ESPERAR Revelação é a manifestação que Deus faz de si mesmo e a compreensão, parcial embora, da mesma manifestação por parte dos homens. Na revelação Deus faz-se conhecido dos homens na sua personalidade e nas suas relações. Deus quer que o homem O conheça daí a razão D’ele se revelar. (Sl 19:1-4) Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz. A sua linha se estende por toda a terra, e as suas palavras até ao fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol, Se existe um Deus pessoal e perfeitamente bom, é razoável crer que ele conceda às suas criaturas uma revelação pessoal de si mesmo. (Oséias 6:6) Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos. ESSA REVELAÇÃO DEVERIA ESTAR EM FORMA ESCRITA. Deus inspirou os seus servos a escrever essas verdades. Deus, também, preservou os manuscritos das Escrituras e influenciou a sua igreja a incluí-los no cânon. 2.2. A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS É DIVINA E NÃO APENAS HUMANA O modernista considera a inspiração das Escrituras Sagradas como apenas um sistema filosófico. − Essa teoria não combina com o caráter sobrenatural e único da Bíblia. A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS É ÚNICA E NÃO COMUM ALGUNS CONFUNDEM A INSPIRAÇÃO COM O CONHECIMENTO. Às vezes os profetas recebiam mensagens por inspiração, mas não a compreensão dessas verdades. (1 Pe 1:10-12) A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS É VIVA E NÃO MECÂNICA A inspiração não era um simples ditado, onde os escritores fossem passivos e as suas faculdades não tomassem parte no registro da mensagem. − É o entrosamento do Espírito de Deus e o espírito do homem. − A inspiração é completa e não parcial. É VERBAL E NÃO APENAS DE CONCEITOS A ênfase Bíblica não está nos homens inspirados, mas nas palavras inspiradas. 9
  • 10. PRECISAMOS FAZER DISTINÇÃO ENTRE REVELAÇÃO E INSPIRAÇÃO. − Revelação é o ato de Deus pelo qual ele dá a conhecer o que o homem por si mesmo não podia saber. − Por inspiração queremos dizer que o escritor é preservado de qualquer erro ao escrever essa revelação. A INSPIRAÇÃO NEM SEMPRE IMPLICA REVELAÇÃO. − Moisés foi inspirado a registrar eventos que ele mesmo havia presenciado e que dessa maneira eram de seu conhecimento. PALAVRAS INSPIRADAS E REGISTROS INSPIRADOS. − A Bíblia registra muitas palavras proferidas por Satanás, e sabemos que o diabo não foi inspirado por Deus ao dizê-las; mas o registro dessas expressões satânicas foi inspirado. 2.3. A VERIFICAÇÃO DAS ESCRITURAS ELAS REIVINDICAM INSPIRAÇÃO O Antigo Testamento declara-se escrito sob uma inspiração especial de Deus. (Js 3:9) Então, disse Josué aos filhos de Israel: Chegai-vos para cá e ouvi as palavras do SENHOR, vosso Deus. (Is 34:16) Buscai no livro do SENHOR e lede: Nenhuma destas criaturas falhará, nem uma nem outra faltará; porque a boca do SENHOR o ordenou, e o seu Espírito mesmo as ajuntará. Jesus citou o Antigo Testamento, e viveu em harmonia com os seus ensinos. A INSPIRAÇÃO DO NOVO TESTAMENTO 1. É garantida pela promessa de Jesus de que o Espírito Santo lembraria aos apóstolos tudo o que ele lhes havia ensinado, e que o mesmo Espírito os guiaria em toda verdade. 2. Pedro coloca as epístolas de Paulo no mesmo nível dos livros do AT, e todos os apóstolos afirmam falar com autoridade divina. (2 Pe 3:15-16) e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles. AS ESCRITURAS SE DIZEM INSPIRADAS Foi escrita por homens cuja honestidade e integridade não podem ser postas em dúvida. O seu conteúdo é a mais sublime revelação de Deus ao mundo. 1. Sua exatidão: Ausência dos absurdos encontrados em outros livros “sagrados”. 2. Sua unidade: Contendo 66 livros, escritos por uns 40 diferentes autores, num período de mais ou menos 1600 anos e abrangendo uma variedade de tópicos, demonstra uma unidade de tema e propósito que só é explicado como tendo ela uma mente a lhe dirigir. 3. A Bíblia pode ser lida centenas de vezes sem se esgotar o assunto. 4. É o livro mais traduzido e lido no mundo. 5. É um dos livros mais antigos do mundo e também o mais moderno. É pão para a alma. O pão é o alimento mais antigo do mundo e também o mais moderno. 6. Sua preservação apesar da perseguição e a oposição da ciência. Procuramos evidências externas da exatidão das Escrituras porque é motivo de alegria poder apontar evidências das coisas que cremos no coração, e também porque essas provas servem de veículo para expressarmos nossa fé e convicção íntima. (1 Pe 3:15) Santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, 10
  • 11. Mas o melhor argumento é o prático. A Bíblia tem influenciado a civilização, transformado vidas, trazido luz, inspiração e conforto a todo o que nela busca auxílio. FIM 3. TEOLOGIA (A DOUTRINA DE DEUS) 11
  • 12. 3.1 A NATUREZA DE DEUS A EXISTÊNCIA DE DEUS Deus é Espírito Pessoal, perfeitamente bom, que em santo amor cria, sustenta e dirige tudo. A natureza de Deus: Ele é Espírito Pessoal. O caráter de Deus: Ele é perfeitamente bom. A relação de Deus para com o universo: Cria, sustenta e dirige tudo. SUA EXISTÊNCIA DECLARADA. A Bíblia não se preocupa em provar a existência de Deus. Ela reconhece como fato auto-evidente a sua existência, e como crença natural do homem. Declara o fato de Deus e chama o homem a aventurar-se na fé. A Bíblia não tenta demonstrar a existência de Deus, porque em todas as partes da Bíblia subentende-se a sua existência. A idéia de que o homem chega ao conhecimento ou à comunhão com Deus mediante seus próprios esforços é totalmente estranha ao AT. Deus aproxima-se dos homens, estabelece um concerto ou relação especial com eles, e lhes dá mandamentos. SUA EXISTÊNCIA PROVADA. Por que demonstrar a existência de Deus? 1. Para convencer os que genuinamente buscam a Deus. 2. Para fortalecer a fé daqueles que já crêem. 3. Para enriquecer nosso conhecimento acerca da natureza de Deus. Encontramos evidências da existência de Deus na criação, na natureza humana e na história humana. 1) O argumento cosmológico (da criação): O universo deve ter uma primeira causa ou um criador. 2) O argumento teleológico (desígnio ou propósito): O desígnio evidente no universo aponta para uma mente suprema e não para o acaso. − Suponhamos que o autor dum livro tomou milhares de tipos de imprensa e jogou para o ar. Ao caírem no chão, natural e gradualmente se ajuntaram de maneira a formar a história do livro! 3) O argumento antropológico (da natureza do homem): Não apenas a natureza moral do homem, mas também todos os aspectos da sua natureza testificam a existência de Deus. − Até as religiões mais degradadas demonstram o fato de que o homem, qual cego, tateando, procura algo que sua alma anela. 4) O argumento histórico: A marcha dos eventos da história universal fornece evidência de um poder e de uma providência dominantes. − A colonização dos EUA por imigrantes protestantes salvou-os da sorte da América do Sul, e dessa maneira salvou a democracia. − A guerra dos seis dias entre Israel e os Árabes em 1967, teve a mão de Deus a favor de seu povo. 5) O argumento da crença universal (consenso comum): Como se originou essa crença universal? − Não se originou pelo raciocínio. − O sentimento religioso não se encontra nas criaturas inferiores. Mas o mais inferior dos homens pode ser instruído nas coisas de Deus porque falta ao animal a natureza religiosa, ele não foi feito à imagem de Deus. SUA EXISTÊNCIA NEGADA. O ateísmo é a negação absoluta de Deus. Visto que são os ateus que se opõem às convicções mais profundas e fundamentais da raça humana, a responsabilidade de provar a não-existência de Deus recai sobre eles. 12
  • 13. − Somente Deus, cuja existência o ateu nega, teria a capacidade de provar que Deus não existe. − Alguém perguntou: “Quem criou Deus?” e recebeu como resposta: “Se houvesse alguém que criasse Deus, esse alguém seria Deus”. 3.2 OS NOMES DE DEUS OS NOMES DE DEUS NO ANTIGO TESTAMENTO Abraão, Isaque e Jacó tiveram um conhecimento inferior de Deus porque o conheceram apenas como El-Shaddai (o Todo Poderoso) e não como Jeová (o grande “Eu Sou”). Deus tem muito mais para nos revelar do que apenas sua Onipotência! ELOHIM Este é o primeiro nome de Deus encontrado nas Escrituras (Gênesis 1:1), e aqui o nome encontra-se em sua forma plural, mas o verbo continua no singular, indicando a pluralidade das pessoas na unidade do Ser. EL-SHADAI Este nome composto é traduzido “Deus o Todo poderoso” (El é Deus e Shadai é Todo poderoso). O título El é Deus no singular, e significa forte ou poderoso. Shadai, sempre traduzido Todo-poderoso, significa suficiente ou rico em recursos. Pensa-se que a palavra é derivada duma outra que significa seios. A palavra seio nas Escrituras simboliza bênção e nutrição. ADONAI Este nome de Deus está no plural, denotando assim a pluralidade das pessoas na Divindade. É traduzido como Senhor em nossa Bíblia e denota uma relação de Senhor e escravo. JEOVÁ (YHWH + Adonai) Este é o mais famoso dentre os nomes de Deus e é predicado dele como um Ser necessário e auto- existente. O significado é: AQUELE QUE SEMPRE FOI, SEMPRE É E SEMPRE SERÁ. Temos assim traduzido em Apocalipse 1:4: “Daquele que é, e que era, e que há de vir”. O nome Jeová é muitas vezes usado de modo composto com outros nomes para apresentar o verdadeiro Deus em algum aspecto de Seu caráter, satisfazendo certas necessidades de Seu povo. JEOVÁ-HOSENU, “Jeová nosso criador”. Salmo 95:6. JEOVÁ-JIRÉ, “Jeová proverá”. Gênesis 22:14. JEOVÁ-RAFÁ, “Jeová que te cura”. Êxodo 15:26. JEOVÁ-NISSI, “Jeová, minha bandeira”. Êxodo 17:15. JEOVÁ-MIKADDÉS, “Jeová que te santifica”. Levítico 20:8. JEOVÁ-ELOENU, “Jeová nosso Deus”. Salmo 99:5 e 8. JEOVÁ-ELOEKA, “Jeová teu Deus”. Êxodo 20:2,5,7. JEOVÁ-ELOAI, “Jeová meu Deus”. Zacarias 14:5. JEOVÁ-SHALOM, “Jeová envia paz”. Juízes 6:24. JEOVÁ-TSEBAOTE, “Jeová das hostes”. 1 Samuel 1:3. JEOVÁ-ROÍ, “Jeová é meu pastor”. Salmo 23:1. JEOVÁ-HELEIÓN, “Jeová o altíssimo”. Salmo 7:17; 47:2. JEOVÁ-TSIDKENU, “Jeová nossa justiça”. Jeremias 23:6. JEOVÁ-SHAMÁ, “Jeová está lá”. Ezequiel 48:35. OS NOMES DE DEUS NO NOVO TESTAMENTO 1. TEOS. No Novo Testamento grego este é geralmente o nome de Deus, e corresponde a Eloim no Velho Testamento hebraico. É usado para todas as três pessoas da Trindade, mas especialmente para Deus, o Pai. 2. PATER. Este nome corresponde ao Jeová do V. T., e denota a relação que temos com Deus através de Cristo. É usado para Deus duzentas e sessenta e cinco vezes e é sempre traduzido como Pai. 13
  • 14. 3. DÉSPOTES. (Déspota no português). Este título denota Deus em Sua soberania absoluta, e é semelhante a Adonai do V. T. Encontramos este nome apenas cinco vezes no N. T., Lucas 2:29; Atos 4:24; 2 Pedro 2:1; Judas 4; Apocalipse 6:10. 4. KÚRIOS. Este nome é encontrado centenas de vezes e traduzido como; Senhor (referendo a Jesus), senhor (referendo ao homem), Mestre (referendo a Jesus), mestre (referendo ao homem) e dono. Em citações do hebraico usa-se muitas vezes em lugar de Jeová. É um título do Senhor Jesus como mestre e dono. 5. CHRISTUS. Esta palavra significa o Ungido e é traduzida Cristo. Deriva-se da palavra “chrio” que significa ungir. É o nome oficial do Messias ou Salvador que era por muito tempo esperado. O N. T. utiliza este nome exclusivamente referindo-se a Jesus de Nazaré. Destes nomes todos do Ser Supremo, aprendemos que Ele é o Ser eterno, imutável, auto-existente, auto-suficiente, todo-suficiente e é o supremo objeto de temor, confiança, adoração e obediência. 3.3 OS DECRETOS DE DEUS A Doutrina dos Decretos parte do princípio de que Deus não inventa seus planos ao longo da história. A Doutrina trabalha com uma hipótese, informada pelas Escrituras, de que tudo que Deus fez foi planejado e determinado antes da fundação do mundo. (I Pe 1.20)“... e sem mancha, o sangue de Cristo, o qual, na verdade, foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos, por amor de vós. No campo material e físico − Deus decretou criar o universo e o homem: Sl 33.6-11 − Decretou a distribuição das nações: (Dt 32.8) Quando o Altíssimo dava às nações a sua herança, quando separava os filhos dos homens, estabeleceu os termos dos povos conforme o número dos filhos de Israel. − Decretou o comprimento da vida do homem: (Jo 14.5) Visto que os seus dias estão determinados, contigo está o número dos seus meses; tu lhe puseste limites, e ele não poderá passar além deles. No campo moral e espiritual − Permitir o pecado Deus não induz ninguém ao pecado (Tg 1.13-14), mas, como criador, é o autor das condições que permitiram o surgimento do mal. − Derrotar o pecado pelo bem Deus não apenas permitiu o pecado, mas tomou providências para que até isso redunde em glória para o seu Nome. − Salvar do pecado Este é o Decreto da Redenção, e tem algumas facetas: 1) A liberdade do homem: O homem foi criado com capacidade de pecar ou não pecar. Mesmo caído, ele continua responsável por suas ações. (Ap 20.12) 2) Graça preveniente: desde o pecado de Adão, notamos Deus tomando a iniciativa redentora, sem a qual o homem jamais seria salvo. (Tt 2.11) Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens”. 3) Presciência divina: É inegável e está incorporada à sua ação salvadora. 4) Eleição graciosa: Cristo foi eleito Salvador da humanidade, e todos os que o aceitam são beneficiados por sua eleição. 5) Graça especial ou salvadora: É comunicada ao pecador à medida que ele coopera com Deus, através da fé e arrependimento. (At 2.37-38) 6) Galardoar seus servos e castigar os desobedientes: Deus, na sua bondade, salva imerecidamente o pecador e decreta que o tal receberá um galardão segundo o seu serviço regenerado. No campo social e político − A família e as formas de governo 14
  • 15. Deus decidiu criar o ser humano como um ser social, que haveria de prosperar em um ambiente familiar. (Gn 2.18,24) Intimamente ligado ao estabelecimento da família, está o Decreto concernente ao governo humano. (Rm 13.1-2) − A vocação e a missão de Israel Deus escolheu a Abraão e, através dele, a nação de Israel como fonte de bênçãos para o mundo. “... e em ti serão benditas todas as famílias da terra”. (Gn 12.3b) O plano de Deus para Israel ainda não se cumpriu, no entanto, Deus tem um grande propósito quanto à sua restauração. − A fundação e a missão da Igreja Deus elegeu a Igreja para uma missão e responsabilidade muito grande. À Igreja cabe a responsabilidade de representar a Cristo aqui na terra. (Ef 3.10-11) para que agora seja manifestada, por meio da igreja, aos principados e potestades nas regiões celestes, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor. − O triunfo final de Deus No Apocalipse encontramos a profecia do triunfo final de Deus sobre todos os seus inimigos. O Paraíso, que foi destruído em Gênesis, será restaurado e Deus enxugará todas as lágrimas. Ap 11.15-17 E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso SENHOR e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre. E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-se sobre seus rostos e adoraram a Deus, Dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande poder, e reinaste. 3.4 OS ATRIBUTOS DE DEUS A ESSÊNCIA E ATRIBUTOS DE DEUS Algumas características de Deus são absolutas, e fazem parte da essência de Deus. São os atributos absolutos ou imanentes. Outras características são vistas como uma manifestação de Deus em relação à sua criação e são chamadas de atributos relativos ou transitivos. ATRIBUTOS ABSOLUTOS OU IMANENTES Espiritualidade: Deus não tem uma forma corpórea como o homem. Sua incorporeidade explica sua proibição de qualquer tentativa de representá-lo fisicamente (Dt 4:15-18). A desobediência a essa proibição faz parte da justificação de ira de Deus sobre os homens: “Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis.” (Rm 1.22-23) Vida: Deus não somente é Espírito, mas tem vida própria, em contraste com os deuses das nações. Nós devemos ser testemunhas de que o nosso Deus é um Deus vivo. Personalidade: Deus também é autoconsciente e tem personalidade: Intelecto, Volição e Sentimento. Infinitude: (Transcendência) − Deus é Transcendente, ou seja, não está sujeito a nenhum limite ou restrição. − Deus é auto-suficiente e não precisa de nada nem de ninguém para o completar. − Que fique bem claro que Deus não criou o homem por causa de um sentimento de solidão. Auto-existência: Deus é a causa de sua própria existência, e de todas as coisas. 15
  • 16. “Eu sou o Senhor que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus, e espraiei a terra; que desfaço os sinais dos profetas falsos, e torno loucos os adivinhos, que faço voltar para trás os sábios, e converto em loucura a sua ciência.” (Is 44.24-25) Imutabilidade: Não fala de decisões ou estratégias, mas que a natureza de Deus não muda: Porque eu, o Senhor não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. (Ml 3.6; Tg 1.17) Unidade: A natureza divina não se divide. Perfeição: Estes são atributos morais, coerentes com a sua personalidade: intelecto, volição e sentimento. Verdade: Deus é a personificação da verdade e é o verdadeiro Deus (I Jo 5.20). Amor: O amor de Deus acha sua razão de ser na própria natureza de Deus. Não no objeto de seu amor. − O amor de Deus é preexistente à fundação do mundo. (Jo 17.24) − O amor de Deus implica a possibilidade de Deus sofrer. Santidade: A santidade de Deus implica na sua pureza, e é motivada contra toda impureza. (II Co 7.1) A essência de Deus é a fonte da manifestação de todos os demais atributos, presenciados através da criação. Passaremos agora a estudá-los: ATRIBUTOS RELATIVOS OU TRANSITIVOS Eternidade: Deus não está sujeito ao tempo. Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus. (Sl 90.2) Imensidão: A natureza de Deus não é sujeita à lei do espaço. Deus não está no espaço, mas o espaço está em Deus que o criou. (I Rs 8.27) Onipresença: Deus está igual e pessoalmente presente em todos os lugares ao mesmo tempo. (Ubiqüidade) Onisciência: Deus tem conhecimento completo de tudo: no passado, no presente e no futuro. − Ele conhece o autor, o participante, o beneficiado e a vítima de todas as ações no seu reino. − Ele nunca pode ser enganado, surpreendido ou confundido. − Quando perdoa nossos pecados, Ele decide não se lembrar deles. Onipotência: Deus tem todo o poder e pode fazer tudo o que desejar, mas, também tem o poder de deixar de fazer. Veracidade e fidelidade: Deus é transparente em seu trato conosco. Nunca irá nos enganar com falsas promessas de benção e maldição. Se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo. (II Tm 2.13) Misericórdia e bondade: É a maneira graciosa com que Deus lida com suas criaturas. Misericórdia é não recebermos o que merecemos pelos nossos pecados. Justiça e retidão: significa que o ser humano nunca receberá um mau tratamento da parte de Deus. 16
  • 17. 4. A DOUTRINA DA TRINDADE UNICIDADE: Estado ou qualidade de ser único. Em todo o Antigo Testamento a ênfase da auto-revelação divina está na unicidade e não na unidade. O Deus único: EKAHAD = 2 significados: um, único (Trindade) Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor. (Dt 6.4) Unidade: A doutrina da unidade de Deus surgiu como reflexo da aceitação da doutrina da Trindade. − A Unidade de Deus é a revelação da trindade no NT e que de uma busca no AT mostra que este Deus único existe eternamente em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. − Um Deus eternamente coexistente em três pessoas distintas, que não se confundem, nem se misturam. − A humanidade é composta de macho e fêmea, a divindade é Pai, Filho e Espírito Santo. Não existem duas raças humanas, nem três deuses. A DOUTRINA DA TRINDADE Definição: A Trindade é composta de três pessoas unidas, sem existência separada, e indivisivelmente ligadas para formar um Deus. A natureza divina subsiste em três distinções: Pai, Filho e Espírito Santo. A palavra Trindade não aparece na Bíblia. Esta doutrina foi formulada por Tertuliano, Atanásio e Agostinho. A Doutrina da Trindade afirma três verdades: − Há apenas um único Deus. − O Pai, o Filho e o Espírito Santo são individualmente Deus. − O Pai, o Filho e o Espírito Santo são, cada um, pessoas distintas. UMA REVELAÇÃO DE DEUS A doutrina representa a conclusão lógica da revelação bíblica acerca de Deus. É exemplo da revelação progressiva de Deus. Deus Único, Deus Trino, depois Deus Triúnico. Sinais de pluralidade nos nomes e atividades de Deus (Elohim). OUTROS SINAIS DE PLURALIDADE − O louvor dos Serafins em Is 6.3. “... Santo, santo , santo é o Senhor ...” − A benção Aarônica de Nm 6.24-26. “...O Senhor te abençoe ...o Senhor faça ..o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz.” REFERÊNCIAS AO ANJO DO SENHOR Parece que o Anjo do Senhor é uma manifestação pré-encarnada de Deus o Filho. (Gn 22.15-18) Sinais de igualdade entre Jesus e o Pai. No Novo Testamento, o Pai, a quem Jesus se refere é Jeová. − “Eu e o Pai somos um.” (Jo 10.30) − Também: Jo 17.22; Hb 13.8 (imutabilidade); Ap 1.8 (onipotência). − Além disso, Jesus exerce as prerrogativas de Deus, como perdoar pecados. (Mt 9.2) SINAIS DE IGUALDADE ENTRE JESUS E O ESPÍRITO SANTO Jesus garante aos discípulos que enviaria um outro “Consolador”. O termo sugere um “outro” do mesmo tipo e qualidade. (Jo 14.16-17) 17
  • 18. SINAIS DE IGUALDADE ENTRE PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO A presença dos Três no batismo de Jesus por João é notória. Também a associação dos três na obra redentora. (I Co 12.4-6) EVIDÊNCIAS DA DEIDADE DE CADA MEMBRO DA TRINDADE O Pai é reconhecido como Deus: “a todos os amados de Deus, que estais em Roma, chamados para serdes santos, graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo”. (Rm 1.7) O Filho é reconhecido como Deus: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado Emanuel, que quer dizer: Deus conosco”. (Mt 1.23) Jesus foi identificado com o Senhor (Jeová) do AT pelo apóstolo Paulo. O Espírito Santo é reconhecido como Deus: “Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço do terreno? Enquanto o possuías, não era teu? E vendido, não estava o preço em teu poder? Como, pois, formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus. (At 5.3-4) TEORIAS REPROVADAS Triteísmo: João Ascunages e João philoponus Ensinavam que há três Deuses em vez de três pessoas na Trindade. Sabelianismo ou Modalismo (Séc. II): Sabelius ensinava que o Pai, o Filho e o Espírito Santo eram manifestações de um só Deus. Os modos como Deus se manifestou seriam como três uniformes com que o único Deus se vestia. − Exemplos de modalistas (também chamados de Unicistas) de hoje: Voz da Verdade, Árvore da Vida. Arianismo: Ário seguiu um erro de Orígenes, que subordinava o Filho ao Pai, em relação à essência, fazendo-o inferior ao Pai. − O Arianismo negou a deidade de Jesus Cristo. Ário ensinava que apenas o Pai não era criado. − Exemplo de arianos hoje: Testemunhas de Jeová FIM 18
  • 19. 3. CRISTOLOGIA (A DOUTRINA DE CRISTO) 19
  • 20. 3.1 A IRA DE DEUS E A PROPICIAÇÃO DO PECADO INTRODUÇÃO Precisamos entender que o homem é antes um criminoso que uma vítima e é tratado assim por Deus. Como seres humanos, somos responsáveis e responsabilizados pelo grande estrago que fizemos na criação de Deus. Como inimigos de Deus, é inútil falar de salvação antes que tratemos da violenta ruptura que houve em nosso relacionamento com Deus. DEUS NÃO IGNORA O PECADO Esta verdade precisa ser proclamada neste início de milênio. Há três sentidos em que podemos afirmar que Deus não ignora o pecado: 1) Deus não ignora o pecado no sentido de estar alheio à sua existência. Ninguém consegue esconder seu pecado de Deus. O pecado de Acã. (Js 7.11) 2) Deus não ignora o pecado no sentido de passar vista grossa diante da sua presença; No momento da rebelião, Lúcifer foi expulso do céu. Talvez Satanás tenha pensado que seria diferente com o casal criado a imagem e semelhança de Deus. Que Deus daria um jeitinho para eles, e usar isso como arma para barganhar com Deus. Para sua surpresa, quando Adão e Eva pecaram, foram sumariamente expulsos do Paraíso. Quando Jesus carregou nossos pecados, Deus virou as costas para Ele. (Mat 27.46) Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar. (Hab 1.13) 3) Deus não ignora o pecado no sentido de permitir que continue sem resolução. Ele mesmo toma as providências para expurgar o pecado da sua criação. (I Jo 3.4-8) O PECADO SUSCITA A IRA DE DEUS O maior problema do pecador não é o seu pecado, mas sim o fato de estar sob a ira de Deus. − Depois de uma grande ênfase sobre a ira de Deus no século passado, hoje damos ênfase quase que exclusiva sobre o amor de Deus. − O homem moderno tem dificuldade em entender o porquê da morte de Jesus, e sua absoluta necessidade de aceitá-lo como salvador. Ele imagina que de alguma forma, Deus vai dar um jeitinho para ele. A Palavra de Deus diz: A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; (Rom 1.18). Também Num 1.2-3. A nossa dificuldade com a ira de Deus é que transferimos para ela todas as características da ira humana. Existem diferenças entre a ira de Deus e a ira do Homem. As características da Ira de Deus − A Ira de Deus é sempre judicial, isto é, a ira do Juiz aplicando a justiça. Paulo diz que o dia da Ira é também o dia da “revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo o seu procedimento” (Rom 2.5-6). − A Ira de Deus na Bíblia é alguma coisa que os homens escolhem por si mesmo. É uma escolha pessoal, pois Deus nos deu liberdade para escolher. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. (Jo 3.18-19) 20
  • 21. A Ira de Deus nem sempre se manifesta em castigo direto. Ao contrário, pode se manifestar através do abandono. Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém! (Rm 1.24). A história bíblica está cheia de exemplos do juízo de Deus que ignoramos para nosso próprio risco. A propiciação aplaca a Ira de Deus Enquanto a expiação trata de cobrir ou compensar o pecado ou a ofensa, a propiciação acrescenta a esta idéia o reparo do relacionamento de intimidade entre o homem e um Deus irado. Imagine que seu amigo furta a sua carteira e depois de ter gastado todo o seu dinheiro fica arrependido, e decide devolver a carteira repondo o dinheiro roubado. Como é que fica o seu relacionamento? Ele fez expiação pelo pecado. Ele pergunta “Tudo bem?” e você diz “Não! Não está tudo bem!” Porque não? Porque ainda não foi reparado o seu relacionamento. Expiação é fazer uma restituição que paga o preço do pecado. Propiciação é reparar o relacionamento transtornado. As Boas Novas do Evangelho são que “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação”. (II Co 5:19) Deus fez de Cristo a propiciação para nossos pecados. (Rm 3:25) A bondade e a severidade de Deus Exemplos da bondade e da severidade de Deus aparecem através da Bíblia inteira. Deus julga Adão e Eva no jardim do Éden, mas veste sua nudez com pele de animais. Jesus desviou a ira de Deus de nós, tomando-a sobre si e nos reconciliou com Deus. O restabelecimento de amizade entre o homem e Deus é o vínculo da salvação em nossas vidas. Qualquer idéia que limita o sacrifício de Cristo a apenas o pagamento dos nossos pecados é muito superficial. 3.2 A IDENTIDADE, INTEGRIDADE E A AUTORIDADE DE JESUS A DUPLA IDENTIDADE DE JESUS CRISTO A encarnação é um dos grandes mistérios da teologia. A Bíblia ensina que Jesus tem duas naturezas: uma humana e outra divina. A EXISTÊNCIA DE DUAS NATUREZAS 1. Jesus exercia prerrogativas divinas, como perdoar pecados E os escribas e fariseus arrazoavam, dizendo: Quem é este que diz blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus? (Lc 5:21) 2. A qualidade da vida de Jesus Nunca tendo pecado, foi preciso que seus inimigos mentissem para conseguir sua condenação. 3. Os sinais que ele operou Fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome. (Jo 20:30-31) 4. O seu testemunho pessoal: Ele reivindicou deidade Eu e o Pai somos um. Novamente, pegaram os judeus em pedras para lhe atirar. Disse-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte do Pai; por qual delas me apedrejais? Responderam-lhe os judeus: Não é por obra boa que te apedrejamos, e sim por causa da blasfêmia, pois, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo. (Jo 10:30-33) 5. O testemunho dos seus inimigos: Os judeus queriam matá-lo porque Ele afirmava ser Deus. 6. O testemunho dos apóstolos: “E o Verbo se fez carne...” 21
  • 22. 7. O testemunho da história: Nunca em toda história houve alguém igual a Jesus. (Jo 7:46) 3.4 A EXIGÊNCIA DE DUAS NATUREZAS Sua humanidade é a garantia de legítima representatividade. Sua Deidade é uma garantia de eterna confiabilidade. – Pela encarnação Deus se revela aos homens. A INTEGRIDADE DAS DUAS NATUREZAS DE CRISTO Não podemos dividir Jesus em dois, um humano e um divino. Ser Teantrópico: Jesus é permanentemente divino e permanentemente humano (união perpétua). A CONVIVÊNCIA DAS DUAS NATUREZAS A teoria aprovada de convivência diz que quando o Verbo se fez carne as naturezas divina e humana foram unidas, verdadeiramente, perfeitamente, eram indivisíveis e livres de mistura. 3.5 A AUTORIDADE DE JESUS a) O profeta prometido O SENHOR, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás. (Dt 18.15) b) O Sumo Sacerdote prometido O SENHOR jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque. (Sl 110.4) c) O Rei prometido Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. Proclamarei o decreto do SENHOR: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. (Sl 2.6-7) A partir da sua 2ª vinda, Jesus regerá o mundo plenamente. d) A Superioridade de Cristo Enfatizamos a superioridade de Jesus sobre todas as demais autoridades, quer celestiais, infernais ou terrestres. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, (Fp 2.9) 3.6 JESUS CRISTO COMO O ÚLTIMO ADÃO COMPARAÇÃO ENTRE O PRIMEIRO E O ÚLTIMO ADÃO Em 1ª Co 15:45-47, o primeiro Adão é (prw/toj), ou seja, não há ninguém antes dele. Jesus é (e;scatoj), não há ninguém depois dele. No versículo 47 ele é (deu,teroj), ou seja, não há sequer um igual entre ele e Adão. Começaremos com as semelhanças entre os dois e depois falaremos das diferenças. Semelhantes na sua identidade: Os dois foram criados à imagem de Deus. − E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. (Gn 1:27) − O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; (Cl 1:15) Semelhantes na sua humanidade: Tiveram uma natureza tríplice; Espírito, alma e corpo. Estes versículos desmentem a hipótese docetista de que o corpo físico de Jesus era apenas uma aparição. Negavam a humanidade de Jesus. Semelhantes na sua representatividade: Por escolha de Deus, Adão e Jesus foram comissionados como cabeças da raça humana. − Na desobediência, Adão representou toda a humanidade. − Na sua obediência, Jesus representou toda a nova humanidade que segue seus passos. (Rm 5:15-17) Somos justificados dos nossos pecados uma vez que rompemos com a nossa solidariedade com Adão em favor de uma nova solidariedade com Jesus. 22
  • 23. Semelhantes na sua vulnerabilidade: Depois do pecado de Adão a natureza humana ficou caracterizada por fragilidade. Mas será que Jesus foi igualmente vulnerável? Se Jesus foi imune à dor, ao desânimo, à dúvida, ele não venceu o mundo, e não pode salvar. Semelhantes na sua santidade CONTRASTES ENTRE O PRIMEIRO E O ÚLTIMO ADÃO Diferentes na sua habitação. Diferentes na sua tentação. Adão tinha que resistir a apenas uma tentação para garantir sua santidade. Jesus teve que viver 30 anos de provação antes mesmo de se manifestar com o Messias. Nestes 30 anos ele nunca cedeu à tentação. Antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. (Hb 4:15b) Diferentes na sua submissão. De Adão Deus cobrou uma submissão à vida. (Gn 2:16-17) Enquanto que Jesus foi chamado à uma submissão até a morte. (Fl 2:7-8) Diferentes na sua punição Adão foi punido por seu próprio pecado, enquanto quer Jesus foi punido por nossos pecados. Diferentes na sua qualificação Um relacionamento com Adão gera morte, mas um relacionamento com Jesus significa vida. 3.7 A OBRA DE CRISTO CONCEITOS GERAIS DA OBRA DE CRISTO Essencialmente a obra de Cristo é de nos reconciliar com Deus. Seis aspectos da obra de cristo Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória. I. Sua paixão e morte é pré-ordenada e necessária − A morte de Jesus não foi um acidente, nem uma tragédia, mas uma estratégia divina. (Jo 12.27) II. Sua morte é apresentada em termos sacrificiais − O simbolismo da Páscoa − O simbolismo do pacto − O simbolismo do véu rasgado. III. Sua morte é entendida em sentido vicário − Sua identificação com os pecadores. − Sua substituição do pecador. − Sua punição como pecador. IV. Sua morte é redentora − Redenção no AT: Tem a ver com a libertação de prisioneiros de guerra ou escravos e escapar da morte mediante o pagamento de resgate. − Redenção no NT: Ele pagou o preço da nossa libertação. V. Sua morte é um triunfo sobre o diabo e os poderes maléficos: Sofrimento vitorioso, a Ressurreição. VI. Sua morte é universal Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (Jo 3.16) FIM 23
  • 25. TENDÊNCIAS TEOLÓGICAS NO INÍCIO DESTE NOVO MILÊNIO Antigamente o homem existia para a glória de Deus; agora Deus existe para glorificar o homem. − Hoje as pessoas vão à igreja para resolver suas próprias necessidades, em vez de servir a Deus. (Narcisismo) − Em vez de um relacionamento de amor e benevolência com o Criador, um relacionamento adverso, em que o homem precisa empurrar e esmurrar a Deus até que Ele solte o que é seu! − Os defensores dessa doutrina são síndicos do povo de Deus, e não embaixadores do Reino. A CRIAÇÃO DO HOMEM 1. Uma afirmação bíblica − O ser humano é uma criação imediata de Deus. Deus o criou “ex nihilo” (do nada). Criado à imagem de Deus (Gn 1:26-27) Não é uma semelhança física, pois Deus é espírito. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. (Jo 4:24) Diferenças de natureza separam o homem de Deus: − Deus existe eternamente; o homem é temporal; − Deus tem existência independente; o homem existência dependente; − Deus é o criador; o homem, o ser criado. Atribuir uma semelhança física à imagem de Deus no homem é loucura. Semelhança Mental: O homem pode se comunicar com Deus. Semelhança Moral: A semelhança compartilhada entre Deus e o homem, foi também de ordem moral. Mesmo pecador, o Senhor trata o ser humano como ser moral e ético. Semelhança Social: Foi também uma semelhança social. Tal como Deus, o homem seria um ser que se conheceria e se definiria em comunidade. A Doutrina da Trindade explica a origem da sua sociabilidade. Sua criação foi um projeto de grupo. Essa imagem é distribuída entre o homem e a mulher. Os dois em conjunto formam a imagem de Deus. Essa imagem é recuperada através da redenção em Jesus Cristo. 2. Unidade e constituição permanente do homem O homem é um ser complexo As Escrituras ensinam que não houve outra fonte para a raça humana a não ser Deus como Criador imediato, e Adão como criador intermediário, mediante seus descendentes. Estudaremos a unidade do homem a partir de cinco pontos de vista: Histórico, Filosófico, Filológico (linguagem), Psicológico e Teológico. 1. O argumento Histórico As mais recentes descobertas arqueológicas demonstram que toda a humanidade teve sua origem na Ásia Central. 25
  • 26. − Esse lugar, como berço da civilização, é assunto de muitas reportagens em nossos dias. As várias tradições de um dilúvio catastrófico também unem os povos na sua história. 2. O argumento fisiológico (estudo das funções orgânicas) Não há razões para duvidar da origem monogenista da raça humana. − Somente há uma raça humana. • A temperatura do nosso corpo é a mesma em qualquer lugar do mundo. • A freqüência média da pulsação cardíaca é a mesma. • Há suscetibilidade às mesmas moléstias. “Sou daqueles que acreditam que no momento não há qualquer evidência que diga que a humanidade brotou originalmente do que um único casal; devo dizer que não consigo ver uma razão qualquer, ou qualquer evidência convincente, para crer que haja mais do que uma espécie do ser humano”. (Charles Darwin) 3. O argumento filológico (estudo da linguagem) A escrita tem uma origem comum, e também as línguas em evidência são poucos os seus troncos ou línguas principais, de onde derivaram tantas outras. 4. O argumento Psicológico Mesmo que haja diferenças entre as culturas, há, entretanto, muita coisa em comum nos costumes dos povos. − Há uma lei moral escrita no coração de cada homem que o incomoda diante de certos fatos, mesmo que a sociedade em que vive os aceite. − Esteja onde estiver, viva a cultura que viver, seja na época que for, o homem tem uma noção de certo e errado, de bem ou mal que é comum a qualquer ser humano. 5. O argumento Teológico Para o cristão, o mais importante argumento a favor da raça humana precisa ser o argumento teológico. − A criação e a descendência comum dos seres humanos é pedra fundamental da redenção. − O assassinato de Abel por Caim trouxe algumas dúvidas para a humanidade quanto ao relato bíblico dos inícios. Então, disse Caim ao SENHOR: É tamanho o meu castigo, que já não posso suportá- lo. Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua presença hei de esconder-me; serei fugitivo e errante pela terra; quem comigo se encontrar me matará. O SENHOR, porém, lhe disse: Assim, qualquer que matar a Caim será vingado sete vezes. E pôs o SENHOR um sinal em Caim para que o não ferisse de morte quem quer que o encontrasse. Retirou-se Caim da presença do SENHOR e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden. E coabitou Caim com sua mulher; ela concebeu e deu à luz a Enoque. Caim edificou uma cidade e lhe chamou Enoque, o nome de seu filho. (Gn 4:13-17) − Lidamos sempre com a pergunta: “De onde veio essa esposa para Caim?” – Era uma descendente, assim como ele, do mesmo casal. − Nos primeiros onze capítulos de Gênesis temos um relato de dois mil anos de história. − Romanos 5:12-21, relembra todo o drama da introdução do pecado por um homem, enquanto a justiça também entrou por um só: Jesus Cristo. − Adão e Cristo são comparados: um homem; um Homem. Uma ofensa; uma justiça. A CONSTITUIÇÃO PERMANENTE DO SER HUMANO Dentro da constituição do homem, lidamos com duas teorias: a dicotomia e a tricotomia. A teoria dicotomista Ensina que o homem é feito de duas partes: corpo e alma. − Para os dicotomistas, alma e espírito são a mesma coisa. − Essa teoria sugere que temos a parte material e a parte imaterial. 26
  • 27. − As duas correntes estão de acordo quanto à origem da imaterialidade do homem, com base em Gn 2:7: “Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”. − Esta teoria predomina no Antigo Testamento. A teoria tricotomista O tricotomista divide a parte imaterial em duas: alma e espírito. Há versículos importantes no Novo Testamento que parecem defender essa posição. O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. (Its 5:23) Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. (Hb 4:12) De acordo com essa teoria, as partes que compõem o ser humano são: CORPO ALMA ESPÍRITO Composição material Mente Consciência Templo do Espírito Vontade Intuição Emoções FIM 27
  • 29. 5.1 A NATUREZA DA IGREJA A IGREJA COMO ORGANIZAÇÃO E COMO ORGANISMO A Igreja como organização é talvez o primeiro contato que alguém tenha da Eclesiologia. Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro: (Ap 2:1) A segunda perspectiva da Eclesiologia é da igreja como organismo, que aparece em vários trechos das Escrituras. E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, (Ef 1:22) DIFERENÇAS ENTRE A IGREJA COMO ORGANIZAÇÃO E ORGANISMO − Como organização a igreja é visível: Seu patrimônio físico: Construções, móveis, instrumentos, etc. Seus símbolos: Bandeira, brasão, etc. Patrimônio não-físico: Herança doutrinária e cultural. Estatutos e regimentos internos. Seus membros e congregados. − Como organismo a igreja é invisível: Como organismo a Igreja é a união mística de todos aqueles que são salvos em Jesus Cristo. Como organização a igreja é local e humana. Como organismo é universal e divina. Como organização a igreja é uma criação humana. Como organismo ele é uma criação de Deus e todos os membros têm as características filiais. − Como organização é temporária. Como organismo é perpétua. A igreja como organização é o andaime que precisamos para levantar a estrutura da igreja como organismo. Quando a construção estiver pronta o andaime será desmanchado. − Como organização é imperfeita, mas como organismo é perfeita. − A perfeição da igreja como organismo não significa que ela já alcançou a maturidade, mas que está a caminho. E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e 29
  • 30. consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor. (Ef 4:11-16) 5.2 A IGREJA LOCAL SUA ORGANIZAÇÃO O nosso assunto é a estrutura da igreja, e abrange estruturas de governo e ministérios de liderança. TIPOS DE LIDERANÇA NA IGREJA A questão está ligada aos dons que Cristo deu à Igreja, conforme mencionados em Efésios 4:1: E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres. Segundo este versículo, são cinco os ministérios que Cristo deu à Igreja: 1. Apostólico 3. Evangelístico 5. Didático 2. Profético 4. Pastoral Devemos ter sempre em mente que quando Jesus concedeu alguns para serem apóstolos, ele estava distribuindo ministérios, não cargos. O MINISTÉRIO DE APÓSTOLO: Na Bíblia temos três tipos de apóstolos. 1. O 1º tipo é composto dos 12 discípulos escolhidos por Cristo 2. O 2º trata-se de outras pessoas reconhecidas como apóstolos pela igreja. Matias, Paulo, Barnabé e possivelmente Andrônico e Júnias (Rm 16:7). 3. São os falsos apóstolos. Outros ministérios: Diáconos, presbíteros e bispos. DIÁCONOS E DIACONISAS Os 1º diáconos aparecem em Atos 6 como solução para um problema social na igreja. − O diaconato é um ministério de apoio àqueles que trabalham no ministério da Palavra e da oração. Os diáconos precisam ser: − De boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, submissos à autoridade superior na igreja. (At 6) − Respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados ao vinho, não cobiçosos e de sórdida ganância, conservadores do mistério da fé, consciência limpa, primeiramente experimentados, marido de uma só mulher e que governe bem a sua casa. Suas esposas ou diaconisas: respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo. QUALIFICAÇÕES DE BISPO, PRESBÍTERO E PASTOR − Parece que exercem o mesmo ministério. − Suas qualificações: Itm 3:1-7. MODELOS DE ESTRUTURAS ADMINISTRATIVAS 1. Episcopal (governado por bispos) 2. Presbiteriana (governada por presbíteros e o presbitério) 3. Congregacional (governada pela assembléia da igreja) Não importa o sistema de administração eclesiástica, para serem cristãos os líderes devem estar nas suas posições. O líder cristão não vem para ser servido, mas para servir e dar sua vida pelo rebanho. Evidências do relacionamento fraternal entre as igrejas do NT. • Intercâmbio de epístolas. • Intercâmbio de pessoas. • Intercâmbio de recursos. • Intercâmbio de Bênçãos Espirituais. • Intercâmbio de Problemas e sabedoria. • Investimento mútuo na obra missionária. Evidências de rivalidade e partidarismo 1. Os judaizantes (At 15:1). Forçar os crentes a seguir seus costumes culturais. 30
  • 31. 2. O caso de Diótrefes. (III Jo 1:1-11) PROBLEMAS ESTRUTURAIS NA IGREJA 1. Esquecer que a estrutura existe para o homem e não o homem para a estrutura. Inclui coisas como: − A freqüência e duração das reuniões. − O nível de participação dos membros no culto. − O formato das reuniões. 2. Confundir cargo com dom. − A partir da conversão do imperador Constantino, os dons tornaram-se institucionalizados, e a igreja começou a agir como se o cargo garantisse o dom. 5.3 AS ORDENANÇAS DA IGREJA A doutrina das ordenanças da Igreja é muito diferente da doutrina dos sacramentos da igreja católica romana. – O sacramento é um ato externo que confere graça ou bênção interna. – Na teologia evangélica, a graça ou bênção interna manifesta-se em um ato externo. Então, na teologia católica, Deus opera de fora para dentro, enquanto que na evangélica, Deus opera de dentro para fora. A igreja católica tem sete sacramentos e a evangélica duas ordenanças. − Os sacramentos: Batismo, confissão e penitência, eucaristia, crisma, casamento, ordenação e unção dos enfermos. − As ordenanças: Batismo e ceia do Senhor. BATISMO: Os maiores erros associados à prática desta ordenança. a. Sua ligação com a salvação. − O batismo de João associava o batismo com o arrependimento e a remissão dos pecados. Apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados. (Mc 1:4) − Mt 3:16 associa a descida do Espírito Santo sobre Jesus a seu batismo nas águas. Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. (Mt 3:16) − Em Mc 16:16, o batismo é intimamente ligado à salvação. Quem crer e for batizado será salvo; ... (Mc 16:16) b. Seu significado. É um sinal de arrependimento. c. O modo de batismo. Existem igrejas que praticam o batismo por aspersão, efusão e imersão. Mas a palavra grega “baptixw” significa “mergulhar ou imergir”. d. O candidato ao batismo Todos os candidatos precisam crer para poder se batizar. Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado... (At 2:38) e. O ministrante do batismo O batismo ser ministrado apenas pelo pastor da igreja não é uma prática bíblica, e sim, um costume cristão. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; (Mt 28:19) f. Os maiores erros associados à prática do batismo: a. Tratar como um sacramento. Um dos erros comuns tem sido atribuir uma graça ou bênção de Deus ao ato do batismo. b. Tratar como suplemento. 31
  • 32. Do outro lado, temos aqueles que não dão nenhum valor ao batismo e acham que, por já terem aceitado a Cristo não precisam batizar-se nas águas. c. Restringir ou postergar o batismo. Na Bíblia, as pessoas eram batizadas imediatamente à conversão. Filipe batizou até Simão, o feiticeiro porque este pediu. d. Usar como método de proselitismo A vinculação do batismo com tornar-se membro da igreja local, visível, denominacional, abre caminho para esse erro. A CEIA DO SENHOR 1. Transubstanciação A igreja católica romana interpreta que na consagração os elementos da ceia são literalmente convertidos no sangue e carne de Jesus Cristo. 2. Consubstanciação No luteranismo, no momento em que a pessoa recebe os elementos, eles tornam-se verdadeiramente o sangue e carne do Senhor Jesus. 3. Simbolismo Na igreja evangélica entendemos que o pão e o vinho representam simbolicamente o corpo e o sangue de Jesus. “... Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.” (I Co 11:25) Por causa da cultura católico-romana, muitos evangélicos atribuem mudanças místicas aos elementos da ceia. Todos os crentes devem participar da ceia (I Co 1:28). − Quando decidimos não participar por não estarmos em condições, evitamos um pecado cometendo outro. No Novo Testamento a ceia do Senhor foi celebrada diariamente e não se limitava à parte simbólica da ceia. Havia uma refeição completa (festa do amor). 5.4 A VOCAÇÃO DA IGREJA Vocação tem tudo a ver com chamada. A palavra usada no N. T. para igreja é “evkklhsi,a” um grupo de pessoas convocadas para reunir-se publicamente. No N. T. o Evangelho de Mateus contém a primeira menção da Igreja: Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. (Mt 16.18) Há quatro interpretações para o significado desse versículo para a Eclesiologia. 1) É errada. Ela enxerga uma Igreja na defensiva de ataques satânicos. 2) É bem mais certa e sugere que é o inferno que está na defensiva. As portas do inferno são as suas defesas que não resistirão ao ataque. 3) Melhora ainda mais a hermenêutica. A Igreja é vista como sendo formada de dentro para fora. Jesus edifica sua Igreja com pessoas que já se encontram dentro do campo inimigo. Quando ouvirem a chamada de Deus e se aproximarem das portas trancadas do inferno, elas se abrem para que o povo possa passar de dentro para fora. – Ex: a libertação de Pedro da prisão de Herodes. “Ele nos libertou do império das trevas...” 4) Realça o lado escatológico do versículo. As portas do inferno são as portas do Hades. − Quando Jesus morresse as portas da morte não teriam condições de prendê-lo. A vocação da Igreja, portanto, começa com sua chamada de dentro do reino de Satanás para fora. Implica na união do crente com os demais membros da nova comunidade. A MISSÃO DA IGREJA Esta é uma fase da Eclesiologia muito mal entendida. Consideremos as finalidades espirituais da Igreja. Quais são elas: 32
  • 33. Glorificar a Deus: O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. E nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para o louvor da glória da sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado. (Ef 1.5-6) Para edificar a si própria Paulo nos diz que Deus deu à Igreja apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus...” (Ef 4.11-16). Purificar a si própria Cristo deu a si mesmo pela Igreja: “a fim de santificá-la, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra, para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.” (Ef 5.26-27) Educar seus membros Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. (Mt 28.19) Evangelizar o mundo A grande comissão manda que a Igreja vá por todo o mundo e pregue o Evangelho. (Mc 16.15) Restringir o mal no mundo Os crentes são o sal da terra e a luz do mundo. Por sua influência e testemunho, eles detêm o progresso da iniqüidade (II Ts 2.6-7). Deus retém o juízo por causa da presença dos santos entre os maus. Promover o bem estar no mundo Então, enquanto temos oportunidade, façamos bem a todos, mas principalmente aos da família da fé (Gl 6.10). Concernente a Jesus de Nazaré, como Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder; o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do Diabo, porque Deus era com ele (At. 10.38). FIM 33
  • 34. 6. ANGELOLOGIA (A DOUTRINA DOS ANJOS) 34
  • 35. 1 ) PANORAMA OBJETIVO: Despertar o interesse relativo ao estudo dos Anjos. Desviar a Igreja do culto aos Anjos. Pesquisar a sua natureza. OS ANJOS: Foram criados por Deus Porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. CL 1:16 Criados com características diferentes: Serafins, Querubins e Arcanjo (um só) Divididos em dois grupos: bons e maus. São organizados, formando um batalhão, não uma raça. Podem assumir a forma humana. Alguns deles estão presos. Foram criados em estado de perfeição. Adoram a Deus e a Cristo E outra vez, ao introduzir no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. (HB 1:6) São espíritos ministradores – HB 1:14 Obedecem a vontade de Deus e de Cristo – MT 6:10 Executam o propósito e os juízos de Deus – MT 13:41 Celebram louvores a Deus – SL 148:2 A Lei foi dada por intermédio deles – “vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes”. AT 7:53 35
  • 36. Eles anunciaram: A concepção de Cristo – MT 1:20 A Ressurreição de Cristo - MT 28:5-7 A assunção e a segunda vinda de Cristo – AT 1:11 Ministraram a Cristo – MT 4:11 São sujeitos a Cristo – EF 1:21 Executarão os propósitos de Cristo – MT 13:41 Acompanharão a Cristo na sua segunda vinda – MT 16:27 Souberam do Evangelho de Cristo, embora não o compreendessem, mas alegraram-se com as boas novas – EF 3: 16 O ministério de anjos é resultado de oração – AT 12:5 Eles alegram-se no arrependimento do pecador – LC 15:10 Eles têm cuidado dos filhos de Deus – SL 91:11-12 São exemplos de mansidão São sábios, poderosos, santos, eleitos e inumeráveis. Não devem ser adorados: Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus. (AP 19:10) 2 ) CLASSIFICAÇÃO DOS ANJOS DUAS CLASSES ESPECÍFICAS DE ANJOS − Anjos bons ou eleitos tendo como líder o arcanjo Miguel. − Anjos maus cujo líder é Satanás. Os anjos foram criados como seres livres e sem defeito, mas do ponto de vista teológico não poderíamos dizer que são perfeitos. Alguns entendem que os anjos foram criados “santos”. Depende de como entendemos essa palavra. OS ANJOS SÃO SERES LIVRES Têm a capacidade de escolherem entre o bem e o mal. Eles têm personalidade, intelecto, emoções e vontade. OS ANJOS BONS Anjos comuns, os querubins, os serafins, o arcanjo (existe apenas um, Miguel), e o Anjo do Senhor. Anjo, como mensageiro de Deus, tanto pode ser um ser celestial como um homem. Quanto ao número de anjos, em Apococalípse 5:11, lemos acerca da existência de milhões de milhões de anjos. Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares. ANJO DO SENHOR O Anjo do Senhor é uma Teofania, uma manifestação de Deus. É atribuído a ele o poder de perdoar ou reter pecados. Ele tem autoridade única e aceita adoração (Ex 23:20-23). Os teólogos entendem que esse anjo seria o próprio Cristo pré-encarnado. ARCANJO Miguel é mencionado como o arcanjo, o anjo principal (Jud. 9; Apoc. 12:7). Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão (Apoc. 12:7) Ele aparece como o anjo protetor de Israel Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo,... (Dan 12:1). Ele está diante da presença de Deus (Luc. 1:19). A ele são confiadas as mensagens da mais elevada importância ao Reino de Deus. ANJOS ELEITOS Provavelmente são os que permaneceram fieis a Deus durante a rebelião de Satanás (Mt 25:41). ANJOS DAS NAÇÕES Dan 10:13, 20 parece ensinar que cada nação tem seu anjo protetor. 36
  • 37. OS QUERUBINS Relacionados com os propósitos retributivos e redentores de Deus para com o homem. São descritos como tendo rostos de leão, de homem, de boi e de águia. Representam uma perfeição de criaturas: força de leão, inteligência de homem, rapidez de águia e serviço semelhante ao que o boi presta. OS SERAFINS São mencionados em Isaias 6, e pouco sabemos acerca deles. Sua característica é um ardente amor a Deus. Os serafins lideram o louvor a Deus e diferentemente dos querubins que estão por baixo, eles estão por cima do trono de Deus, voando, como que esperando uma ordem. Também são facilitadores da salvação como em Heb 1:14. O CARÁTER DOS ANJOS BONS Obedientes, reverentes, sábios, mansos, poderosos, santos (como separados para Deus, são “santos anjos”). SUA OBRA Agentes de Deus, mensageiros de Deus, servos de Deus. O REINO DAS TREVAS É organizado, mas não poderá resistir ao império da Luz, que é do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. SATANÁS É conhecido nas Escrituras por muitos nomes e, através desses nomes entendemos os papeis que ele executa, em relação a Deus, aos anjos bons e aos homens. OS DOZE NOMES (OU PAPEIS) DE SATANÁS Satanás: o adversário de Deus Diabo: o acusador dos crentes Dragão: significa serpente, ou monstro marinho Serpente: como aparece pela primeira vez na Bíblia Belzebu: Senhor da habitação Belial: indignidade ou perversidade Lúcifer: anjo de luz Maligno: que é mau em sua essência Tentador: que pratica a tentação Deus deste século: que domina a maldade terrena Príncipe da potestade do ar: que detém o poder dos ares. Príncipe deste mundo: que impera na maldade terrena. Satanás está debaixo do controle de Deus, está em liberdade para servir aos propósitos de Deus. Isto deve incomodá-lo muito, pois trabalha contra si o tempo todo. SUAS ATIVIDADES Perturba a obra de Deus, opõe-se ao Evangelho, domina, cega, engana e laça os ímpios, engana as nações. Ele também aflige e tenta os santos de Deus. O MOTIVO DAS ATIVIDADES Porque Satanás está tão interessado em nossa ruína? Ele aborrece a imagem de Deus em nós. Odeia até mesmo a natureza humana que temos, com a qual se revestiu o Filho de Deus. Odeia a glória externa de Deus, para a promoção da qual temos sido criados e pela qual alcançaremos nossa felicidade eterna. Ele odeia a própria felicidade, porque ele mesmo a perdeu para sempre. Ele tem ódio de nós por mil razões e de nós tem inveja. 37
  • 38. Disse um antigo escriba judeu: “Pela inveja do diabo veio a morte ao mundo, e os que o seguem estão a seu lado”. AS RESTRIÇÕES DAS ATIVIDADES Devemos ter cuidado de não exagerar o seu poder. Para aqueles que crêem em Cristo, já é um inimigo derrotado (João 12:31). Apesar de sua fúria, ele é um covarde, pois Tiago disse: “Resisti ao diabo e ele fugirá de vós” (Tg 4:7). Ele tem poder, porém limitado. Não pode fazer nada sem a permissão de Deus. SEU DESTINO O lago de fogo. Dessa maneira, a Palavra de Deus nos assegura a derrota final do mal. O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos. (Ap 20:10) 3 ) QUEDA DOS ANJOS Como é possível que numa criação perfeita, já que lemos na Bíblia que Deus criou tudo e se agradou do que fez, de repente, surgir o mal? Se Deus criou todas as coisas, será que Ele fez o mal? − Deus não fez o mal, mas é o autor das condições que permitem a existência do mal (Mt 25:41). − Muito antes da criação dos anjos esse lugar foi concebido por Deus, porque Ele sabia que viria a revolta, procedente da entrada do mal na criação. (Ezequiel 28 e Isaias 14:12). Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! (Is 14:12) AS DIVISÕES DE ANJOS NA BÍBLIA Há três divisões de anjos na Bíblia. Entre os anjos maus temos dois grupos: − Uma parte de anjos que estão presos e outra parte que estão soltos (II Pe 2:4-9; Jd 5-7). PORQUE UNS ANJOS ESTÃO PRESOS E OUTROS NÃO? Os anjos que não guardaram seu estado original talvez sejam aqueles a quem Satanás persuadiu a coabitarem com mulheres (Gn 6:1-4). REVISANDO Temos três grupos de anjos: 1. Os que foram criados sem defeito, com livre arbítrio. 2. Os anjos maus que já estão presos. 3. Os anjos maus que estão soltos, como Satanás e os que o acompanham, porém, sob o total controle de Deus. PORQUE UNS ANJOS ESTÃO PRESOS E OUTROS NÃO? Ao que parece uma parte dos anjos decaídos decidiu invadir a terra. Tomaram para si mulheres e Deus interveio, prendendo-os não para proteger a Deus, mas para proteger a raça humana, totalmente vulnerável àqueles seres que eram mais potentes que os homens. Como se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas, vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhes agradaram. Então, disse o SENHOR: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos. (Gn 6:1-3). Comparar com II Pe 2:4-9 e Judas 5-7. A NATUREZA DOS ANJOS A palavra anjo significa mensageiro: − Quando lemos a palavra anjo na Bíblia, temos que saber se fala de ser um celestial ou humano. − Deus criou os anjos para O servirem e também para assessorarem os seres humanos, que são a coroa da sua criação. O CASTIGO QUE VIRÁ A SATANÁS O mundo está perplexo acerca do futuro, mas somente a Igreja de Jesus sabe como as coisas acontecerão. 38
  • 39. O QUE SATANÁS ESTAVA MAQUINANDO Satanás provavelmente esperava que Deus não cobrasse o pecado do homem. Se conseguisse isso, chamaria Deus de mentiroso e exigiria a sua reinstalação. Planejou a queda do homem como uma possível volta para ele. Mas Deus não negocia com ninguém! 4) BATALHA ESPIRITUAL BATALHA ESPIRITUAL NAS ESCRITURAS O início da batalha: iniciou-se com a rebelião de Lúcifer, antes da criação do homem, e terminará com a vitória de Cristo sobre ele e todas as suas hostes do mal. Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. (Ef 6:10-12) O propósito da batalha: Satanás tem o objetivo de usurpar o trono de Deus. Os seres humanos não são o seu alvo, ele quer atingir a Deus. Toda a sua atividade visa vingar-se da derrota sofrida quando da rebelião. Na parábola do joio vemos que o seu intento é prejudicar a colheita do semeador. (Mt 13:24-43) GUERRA ESPIRITUAL NAS ESCRITURAS A atuação de Satanás no Antigo Testamento Percebemos que Deus não perdeu o controle da sua criação. No livro de Jó descobrimos que: 1. Satanás tem que prestar contas a Deus (Jó 1:6). 2. Ele atua na terra e conhece seus habitantes (Jó 1:7-8). 3. Deus pôs uma cerca de segurança ao redor dos homens fiéis (Jó 1:10) 4. Satanás só pode atuar na vida dos fiéis com a permissão de Deus (Jó 1:10-12;2:6). A ATUAÇÃO DE SATANÁS NO NOVO TESTAMENTO É contra Cristo: Satanás tenta matá-Lo ainda criança, tenta torná-Lo egoísta, suborná-Lo (Mt 4:1-10). Como nada disso funcionou, então buscou desacreditá-Lo diante dos líderes religiosos, e desviá-Lo da cruz. É contra a Igreja: Tenta vingar-se pela destruição da Igreja. Só que Jesus promete que as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16:18). A grande atividade dos demônios no Novo Testamento: Eles causam moléstias, distúrbios emocionais, possessão demoníaca, impureza moral, e disseminam falsas doutrinas. ESTRATÉGIAS SATÂNICAS O crente está lidando com um poder sistematizado. Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. (Ef 6:12) A NATUREZA DA ARMADURA DE DEUS É a arma que temos a nossa disposição na batalha. ARMAS OFENSIVA E DEFENSIVA Arma Ofensiva: A Espada do Espírito (Ef 6:17). − Foi essa arma que Jesus usou ao ser tentado no deserto. (Está escrito) − Satanás usou a Palavra de Deus, o Sl 91:11-12 na segunda tentação. (Falsa doutrina) Arma Defensiva: Satanás estará nos atacando em nossos pontos críticos, os quais Deus quer proteger. Podemos até saber quais as armas serão usadas contra nós. A ARMADURA DE DEUS ARMAS SATÂNICAS 1. Cinturão da Verdade 1. Mentira 2. Couraça da Justiça 2. Culpa 3. Calçados o Evangelho da Paz 3. Ira 4. Escudo da Fé 4. Dúvidas 39
  • 40. 5. Capacete da Salvação 5. Desespero Nós temos autoridade e poder delegado por Jesus. Ele detém todo o poder e promete fortalecer os Seus com esse poder, pelo Batismo no Espírito Santo. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas,... (II Co 10:4). FIM 7. HAMARTOLOGIA (A DOUTRINA DO PECADO) 40
  • 41. HAMARTOLOGIA É o estudo da natureza e das conseqüências do pecado. O QUE É O PECADO O Novo Testamento Descreve o Pecado como: A CONDIÇÃO PECAMINOSA EM QUE NASCE O HOMEM (Pecado original – Rm 3.23) a) O pecado de Adão e Eva (Gn 2.16-17; 3.4-6). b) O pecado de Satanás (Is 14.12-14; Ez 28.11-16). c) A hereditariedade do pecado (Rm 5.12-18). Os dois maiores mandamentos e os dois maiores pecados Mestre, qual é o grande mandamento na Lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas. (Mt 22.36- 40) Se estes são os dois maiores mandamentos, então, por inferência, os dois maiores pecados são a falta de amor a Deus e a falta de amor ao próximo. Duas categorias básicas de pecado − Na igreja há uma boa percepção dos pecados contra Deus (impiedade), e quase nenhuma percepção dos pecados contra o próximo (injustiça). − No mundo é o contrário; uma boa percepção dos pecados sociais e quase nenhuma percepção dos pecados contra Deus. 41 Errar o alvo Transgressão: Ir além do limite. (Rm 4.15 ; 1 Jo 3.4) Dívida (Mt 6.12) Queda Desordem Derrota (Rm 11.12 Desobediência (Hb 4.2 ;Lc 8.18)
  • 42. O pecado contra a lei A percepção do pecado está muito ligada à questão da lei. Paulo disse que “onde não há lei, também não há transgressão” (Rm 4.15). Ele quer dizer que sem lei o pecado não é visível ou contado. A entrada e a permanência do pecado no mundo Em Romanos 5 .12, lemos que o pecado entrou no mundo através da transgressão de Adão. − Talvez pelo fato de Eva estar sob a tutela de Adão. − Talvez pelo fato de Eva ter sido enganada pelo diabo, enquanto Adão pecou conscientemente. E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. (I Tm 2.14) − O pecado não é permanente porque Deus vai purificar o mundo. Jesus é o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. A natureza do pecado Alguns dizem que o pecado é ruim porque traz más conseqüências existenciais ao homem. Assim, a santidade torna-se recomendável porque é mais saudável e não porque é isso que o homem deve a Deus. Segundo a Bíblia, o pecado não é: a) Oriundo do corpo físico do homem Desde o tempo de Agostinho uma parte da igreja tem entendido que o nosso corpo é essencialmente mau. Existem duas provas de que isso não é verdade: 1) Somos convocados a apresentar nossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12.1). 2) O nosso corpo é o templo do Espírito Santo (I C o 6.19). b) Oriundo de fraquezas e limitações Muitos cristãos rejeitam as limitações da sua humanidade como se fosse pecado. Jesus não apenas se sujeitou à fragilidade humana como foi crucificado em fraqueza. Segundo a Bíblia, o pecado é: Um ato de rebelião contra Deus, caracterizado por: a) Voluntariedade Adão pecou por livre e espontânea vontade. Apesar da depravação total, o homem ainda tem condições de resistir À tentação. Deus disse a Caim, um ser humano caído: “Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”. (Gn 4.7) Se coube a Caim dominar o pecado, não fazer isso implica uma rebelião voluntária. α) Conhecimento Adão soube precisamente qual era a vontade de Deus em relação à árvore do conhecimento do bem e do mal. Quando comeu sabia que estava desobedecendo a Deus. c) Incredulidade Fazia parte da tentação contra Eva levá-la a duvidar da veracidade da Palavra de Deus. Eva está sendo levada a pecar contra um Deus pessoal. Não se trata apenas de um sentimento de consciência. Assim, o julgamento também será pessoal (Ap 20.12). d) Culpa Adão e Eva fugiram da presença de Deus e tentaram cobrir sua nudez. Na vida cristã essa fuga pode implicar o ativismo, onde o cristão tenta esconder-se de Deus por seu envolvimento na obra (jardim) de Deus. e) Uma força escravizante O pecado é muito mais do que um ato; torna-se um poder escravizante na vida do homem. Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado. (Jo 8.34) f) Um estado de depravação 42
  • 43. O pecado é também um estado de depravação. Todos os seres humanos, desde Adão, exceto Jesus, nasceram em pecado. Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe. (Sl 51.5) TRÊS CONCEITOS BÍBLICOS DE ATOS PECAMINOSOS E, passando o SENHOR por diante dele, clamou: SENHOR, SENHOR Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniqüidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta geração! (Ex 34.6-7) Iniqüidade A idéia básica contida nessa palavra é PERVERSIDADE. Iniqüidade é deixar Deus por algo menor do que ele. Deus oferece a vida, mas o homem, na sua perversidade, prefere a morte. Transgressão Sugere o ato de ultrapassar uma linha ou uma proibição. Davi confessou a sua transgressão a Deus, no caso do seu adultério com Bate-Seba. Pecado Entendemos que tem a ver com a falha em atingir o alvo de Deus. A idéia básica da palavra é vista em Juízes 20.16: “Entre todo este povo havia setecentos homens escolhidos, canhotos, os quais atiravam com a funda uma pedra num cabelo e não erravam”. A frase “não erravam” significa “não pecavam”. AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO As conseqüências do pecado contra Deus O Pai: Desgosto por ver a criação arruinada – gen. 6:5-7. O Filho: Encarnado, sujeito à fraqueza humana e entregue à morte por nós, pecadores – Isaías 53:6- 10. “mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos”. A parte mais profunda do impacto do pecado sobre Jesus foi a alteração de seu convívio com o Pai. João descreva esta alteração falando da glória a que renunciou (Jo 17:5). O Espírito Santo: convivência sofredora na Igreja – Efésios 4:30-32. O impacto do pecado sobre o Espírito Santo começa a ser revelado a partir de Gênesis 6:3. − No Antigo Testamento a presença do Espírito Santo na vida de alguém era uma realidade contingente. Vinha sobre poucas pessoas e permanecia menos ainda. − No Novo Testamento as coisas mudam. Mesmo diante do pecado, o Espírito santo permanece na vida do cristão. As conseqüências do pecado sobre a humanidade Adão e Eva: Morte espiritual e física – Gen 2:17. Vergonha – Gen 3:7-8. Medo – Gen 3:10. Julgamento – Gen 3:11-24. Separação de Deus – Gen 3:23-24. Dificuldades no relacionamento conjugal – Gen 3:16-17. HUMANIDADE: 43
  • 44. Inimizade, ódio e homicídio – Gen 4:5-8. Juízo do dilúvio – Gen 6:1-13. Início da discriminação contra as mulheres – I Tm 2:14. As conseqüências do pecado sobre o ser humano são incontáveis. Consideraremos as mais óbvias. 1. A perda da glória de Deus e a separação d’Ele. “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rom 3:23). Por causa do pecado o relacionamento do homem para com Deus foi mudado de amigo para adversário. Podemos ver a separação sobre três aspectos: Separação física/temporal: Temporal porque de vez em quando Deus se fazia presente entre os pecadores – Num 14:13-14. − Inclui a expulsão de Adão e Eva da presença do Senhor – Gen 3:24. Separação espiritual/temporal: Temporal porque Deus também arranjava meios de reconciliação espiritual, através do sistema de sacrifícios. Isaías 59:2. Separação física/espiritual/permanente Este é o aspecto mais terrível. Se o homem não aceitar a oferta de reconciliação oferecida por Deus em Jesus Cristo ele será afastado permanentemente da presença de Deus. Outras conseqüências do pecado são: Morte, Vergonha, Sofrimento. Depravação Total A doutrina da depravação total do ser humano ensina que não há sequer um aspecto da natureza humana que não tenha sido afetado negativamente pelo pecado. Há, com certeza, pessoas que são mais éticas do que outras, mas todas são completamente prejudicadas pelo pecado. Escravidão O ser humano está escravizado pelo pecado. Sem a graça de Deus, o máximo que pode fazer é escolher seus pecados, nunca se livrar deles. (Rom 7:14-15). AS CONSEQUËNCIAS DO PECADO SOBRE A CRIAÇÃO Terra infrutífera, Maldita – Gen 3:17-19 Sujeita à vaidade – Rom 8:20-22 Além disso, há o terrível julgamento que Deus trouxe contra a criação, na ocasião do dilúvio. Terminando sua carta aos Romanos, Paulo escreveu: E o Deus de paz em breve esmagará a Satanás debaixo dos vossos pés. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco (Rom 16:20). FIM 44
  • 45. SOTERIOLOGIA (A DOUTRINA DA SALVAÇÃO) 45
  • 46. SOTERIOLOGIA Do grego soteria + logos – Soteria = Salvação, Remédio – Logos = Palavra, Discurso, Doutrina A NATUREZA DA SALVAÇÃO O apóstolo Paulo não cessava de pedir uma iluminação do entendimento dos efésios para que pudessem saber: – Qual a esperança do seu chamamento. – Qual a riqueza da glória da sua herança nos santos. – Qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder (Ef 1.18-19). DOIS GRANDES EQUÍVOCOS 1. EQUÍVOCO: Jesus não morreu no dia da expiação dos pecados. Poucos perceberam a importância da hora da morte de Jesus. Ele coordenou a mesma para que acontecesse no lugar e tempo certos: Em Jerusalém, no momento da Páscoa. Importa, contudo, caminhar hoje, amanhã, e no dia seguinte; porque não convém que morra um profeta fora de Jerusalém. (Lc 13.33) A sua morte não aconteceu no dia da expiação, mas sim, coordenada com a festa da Páscoa. Antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, e havendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. (Jo 13.1) Quantos meses separam a festa da Expiação da festa da Páscoa? 46
  • 47. O dia da expiação acontece no mês de outubro e a festa da Páscoa no mês de abril. A Páscoa marcava o início do ano novo e uma nova vida para os israelitas. Ora, o Senhor falou a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo: Este mês será para vós o princípio dos meses; este vos será o primeiro mês do ano. (Ex 12.1-2) Qual a ênfase teológica das duas festas? A Páscoa realça a libertação do povo de Deus do reino das trevas e do poder do pecado, enquanto o dia de expiação realça a remissão dos pecados cometidos como povo de Deus. Veja como é grande a diferença entre as mensagens das duas festas. Jesus coordenou a hora de sua morte para destacar a libertação de seu povo do reino das trevas e do poder do pecado. Essa é a importância do estudo teológico! 2. EQUÍVOCO: O Propósito do Sistema Sacrificial Um conceito errado do propósito do sistema sacrificial no Antigo Testamento. Este sistema não visava à obtenção da salvação para seu povo. Visava à manutenção de uma salvação já providenciada ou realizada. Isso torna claro que precisamos distinguir a salvação do perdão de pecados. – O perdão de pecados visa à manutenção da salvação, ou seja, o bom relacionamento entre Deus e seu povo. – O perdão de pecados pertence apenas ao povo de Deus, portanto não está disponível a ninguém que não esteja em um relacionamento correto com Deus por meio de Jesus Cristo. – Quem recebe um evangelho equivocado é programado para descansar espiritualmente, seguro do fato de que está livre para pecar porque Deus sempre perdoa os seus pecados. As nossas Igrejas estão cheias de crentes acomodados com o pecado. – Se Cristo nos livrou do poder do pecado, não devemos permanecer no pecado para que a graça abunde. Quem comete pecado é do Diabo; porque o Diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo. (I Jo 3.8) DOIS GRANDES LIVRAMENTOS A idéia de salvação é livramento, libertação. Noé foi salvo do dilúvio, Ló do fogo e enxofre de Sodoma e o povo de Deus da escravidão no Egito. O Êxodo é o padrão da obra salvífica de Deus. A Páscoa seu memorial. Por este motivo, Jesus fez coincidir sua morte com isso. Moisés e Elias discutiram isso com Jesus, o Êxodo que ele havia de cumprir em Jerusalém. Enquanto ele orava, mudou-se a aparência do seu rosto, e a sua roupa tornou-se branca e resplandecente. E eis que estavam falando com ele dois varões, que eram Moisés e Elias, os quais apareceram com glória, e falavam da sua partida que estava para cumprir-se em Jerusalém. (Lc 9.29-31) Por trás da palavra “partida” está escondida o grego “êxodo”, e embutido nesta palavra está todo o conceito teológico da obra de Jesus. JESUS VEIO COMO LIBERTADOR DO POVO DE DEUS, E EFETUOU DOIS GRANDES LIVRAMENTOS. 1) LIVRAMENTO: Livramento da Ira de Deus Em qualquer tratamento da salvação, somos antes criminosos que vítimas. Por isso a importância do sangue do cordeiro pascal como meio de evitar a ira de Deus. Logo muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. (Rm 5.9) – O episódio do sangue nos umbrais das portas para escapar da ira de Deus. – Percebemos que Deus havia de libertar seu povo da escravidão, mas ai daquele que não aceitava ser liberto. Porque se voluntariamente continuarmos no pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma expectação terrível de juízo, e um ardor de fogo que há de devorar os adversários. (Hb 10.26-27) 2) LIVRAMENTO: Do reino das Trevas 47
  • 48. O povo não foi liberto apenas da escravidão no Egito, foi liberto do próprio império egípcio! Este é o retrato da nossa salvação: Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor. (Cl 1.13) Faraó tentou em vão impedir a saída do povo de Deus, mas o povo atravessou em segurança e Deus enterrou os inimigos no mar. Séculos depois, o Filho de Deus invadiu o reino das Trevas, noticiando: Edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16.18). Expulsou os demônios e estendeu seus braços sobre a cruz do Calvário, abrindo uma passagem para sairmos do império das Trevas. Crucificado em fraqueza, mas ressuscitado em poder. Hoje ele vive eternamente para fazer intercessão pelo seu povo e tem nas mãos as chaves da morte e do inferno (Ap 1.18). 3) DOIS GRANDES PROBLEMAS Uma vez salvo, o cristão precisa enfrentar dois grandes problemas: a tendência ao legalismo e a tendência ao antinomianismo. LEGALISMO O legalismo leva o crente a pensar que a sua situação espiritual não é tão séria assim. Ele age querendo se justificar diante de Deus, em vez de perceber que precisa da justiça de Deus. Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como o vento, nos arrebatam. (Is 64.6) Características do legalista – Confia em si mesmo – Considera-se justo – Despreza os outros – Gosta de orar, mas faz da mesma um exercício de orgulho – Reclama dos pecados dos outros – Enaltece-se a si mesmo ANTINOMIANISMO Significa o oposto do legalismo. Na reação contra o legalismo, o antinomianismo é uma ameaça real. Ao invés do nada pode entra o tudo pode! Salvos pela graça, há sempre o perigo de desprezar a importância de uma conformidade com a lei de Deus. Veja o que Paulo escreveu contra o antinomianismo: Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? (Rm 6.1). E ele mesmo responde que o cristão: Não pode: porque está unido com Cristo (6.1-2). Paulo está raciocinando. Não precisa: porque o domínio do pecado foi quebrado pela graça (6.12-14). Paulo está apelando. Não permite: porque irá readmitir o pecado como mestre (6.15-19). Paulo está comandando. Não persista: (no pecado) porque irá acabar em desastre (6.20-23). Paulo está advertindo. Deus não nos ajuda de acordo com nossos méritos, e sim de acordo com as nossas necessidades. – Debaixo da lei, o povo precisava merecer o favor de Deus. – Debaixo da graça, Deus vem ao encontro das nossas carências, principalmente nossa carência moral e ética. CONCLUSÃO Vimos aqui a natureza da salvação. Descobrimos dois equívocos em relação à ênfase teológica da mesma: 1. Que a salvação é um ato de libertação. 2. Que o perdão de pecados visa à manutenção da nossa salvação. Os dois livramentos de que trata a salvação são: 48