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UM
SunWinter e Roberto estavam na casa dos pais
de Sabrina, conversando com eles.
“Como era o relacionamento entre o senhor e a
sua filha?”, perguntou Michele SunWinter ao pai de
Sabrina, Jacó Esteves.
“Muito bom, detetive. Quase nunca brigávamos.
Eu...”. Jacó começou a chorar. “Eu amo... Eu
amava... Eu amo ela muito. Muito mesmo”
“E a senhora, dona Laura? Como era seu
relacionamento com a Sabrina?”
“Também era excelente. Ela adorava passar o
tempo comigo e eu com ela.”. Laura olhou com
nostalgia para um porta-retrato da filha que
estava pendurado na parede. “Lembro dela
pequenininha, quando nós...”. O olhar nostálgico
tornou-se melancólico e a mulher pranteou. “Eu
quero minha filha de volta”, gritou, atirando-se
da cadeira em que estava sentada para o chão.
Laura ajoelhou-se e, de olhos cerrados,
exclamou:
“Por quê? Por quê? Por que, meu Deus? Por que
você tirou minha filha de mim? Minha filhinha...
me devolva ela, por favor”.
A mãe de Sabrina pronunciou mais alguma coisa,
que se tornou incompreensível, devido ao choro.
Jacó amparou a esposa, levantando-a e abraçando-a
fortemente.
“Quer conversar conosco sozinho, senhor
Jacó?”, sugeriu Michele.
Jacó continuou abraçando a esposa por um
tempo. Em seguida, a mulher foi para o seu quarto.
“Como era a personalidade da sua filha?”
“Ela estava sempre alegre e falava bastante”.
“Como era a rotina diária dela?”
“Ela acordava lá pelas 7 horas da manhã.
Tomava banho, se arrumava... Saía de casa às 9
horas. Chegava no bairro do Colégio Luzier por
volta do meio dia. Afinal, moramos bem longe de
lá. Então ela almoçava em algum restaurante. A
aula dela começava as 13 horas. Saía de lá as 18
horas e chegava em casa as 22 horas.”
“E porque vocês escolheram um colégio tão
longe?”
“Os colégios aqui perto são muito ruins. Só
tem maconheiros e delinquentes e os professores
sempre faltam. Eu almejo o melhor para ela. Quero
dizer... Almejava...”. Fez uma pausa. “Mas talvez
esses lugares não fossem tão ruins.”. Caiu aos
prantos, como acontecera com Laura. “Eu não tinha
como imaginar... Não tinha... Eu achei que nada de
mal aconteceria. Eu não sabia que aquela ruazinha
seria pior do que aqueles colégios.”. Suas
palavras ficaram gradativamente menos entendíveis.
“A culpa é minha?”, berrou, “A culpa é minha,
detetive?”.
“Não. Não é. A culpa é do doente que fez
isso?”.
“Você foi um bom pai”, falou Rocha.
“Acho melhor fazermos uma pausa”, recomendou
Michele, “Vou passar um café.”. A detetive se
dirigiu para a cozinha. Rocha a seguiu.
“Onde será que eles guardam o pó?”, falou
SunWinter, procurando pelos armários.
“O que você está fazendo?”, questionou
Roberto, “Essa não é a sua casa”.
“O homem precisa de um café. Você quer que eu
mande ele passar um? Achei. Onde será que está o
filtro?”
“O que você acha?”
“Deve estar naquele armário ali.”
“Sobre o caso. Os pais são inocentes?”.
“Quando você conversou com eles antes...
Perguntou se tinham algum álibi?”
“A câmera do escritório do pai o filmou
trabalhando no horário do crime. E a câmera do
posto de conveniência que fica em frente a essa
casa gravou a mãe limpando o quintal. Ambos têm um
álibi bom”.
“Entendo... Então eles são inocentes.”
“Não podem ter contratado alguém para matá-
la?”
“Pouco provável. O assassino foi muito cruel e
fez coisas que só alguém com muito ódio da garota
faria. Nos casos que trabalhei em que os pais
mataram os filhos, todos fizeram isso com as
próprias mãos.”
“Faz sentido”.
“Além disso... O choro deles foi sincero”
“Não tem como você saber se foi sincero ou
não. E isso não prova nada. Você não pode basear
suas investigações em seus sentimentos”.
“Sempre fiz isso, Rocha, e nunca errei um
caso. Solucionei todos.”
DOIS
“Senhor Esteves, amanhã eu vou conversar com
as amigas de sua filha. Você pode me dizer quais
eram as melhores amigas dela?”
Jacó Esteves demorou a responder.
“Ela... Não tinha nenhum amigo, detetive”.
“Como assim, senhor?”
“Ninguém da idade da Sabrina gostava dela. E
eu não faço a mínima ideia do por que. Minha filha
era tão...”. Pranteou novamente “Tão doce... Tão
gentil... Tão esperta”.
“Eu vou passar outro café”, disse SunWinter.
TRÊS
Camila Souza entrou em sua casa e, como sempre
fazia, atirou a mochila contra a parede e jogou o
molho de chaves em um canto. Sua mãe apareceu com
o barulho e começou a gritar algo que Camila
ignorou.
A garota viu um pequeno envelope próximo à
entrada. Alguém o jogara por debaixo da porta. Era
destinado a Camila, que o guardou em um dos bolsos
e foi para o seu quarto.
Ela abriu o envelope, onde estava escrito com
recortes de letras de revistas:
“Filmei o Jerson lhe entregando um pacote
suspeito e sei do que se trata. Encontre-me na Rua
Morgan, as 22:00 de amanhã, se não mostrarei o
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Relacionamento dos pais com a vítima e investigação do caso

  • 1. UM SunWinter e Roberto estavam na casa dos pais de Sabrina, conversando com eles. “Como era o relacionamento entre o senhor e a sua filha?”, perguntou Michele SunWinter ao pai de Sabrina, Jacó Esteves. “Muito bom, detetive. Quase nunca brigávamos. Eu...”. Jacó começou a chorar. “Eu amo... Eu amava... Eu amo ela muito. Muito mesmo” “E a senhora, dona Laura? Como era seu relacionamento com a Sabrina?” “Também era excelente. Ela adorava passar o tempo comigo e eu com ela.”. Laura olhou com nostalgia para um porta-retrato da filha que estava pendurado na parede. “Lembro dela pequenininha, quando nós...”. O olhar nostálgico tornou-se melancólico e a mulher pranteou. “Eu quero minha filha de volta”, gritou, atirando-se da cadeira em que estava sentada para o chão.
  • 2. Laura ajoelhou-se e, de olhos cerrados, exclamou: “Por quê? Por quê? Por que, meu Deus? Por que você tirou minha filha de mim? Minha filhinha... me devolva ela, por favor”. A mãe de Sabrina pronunciou mais alguma coisa, que se tornou incompreensível, devido ao choro. Jacó amparou a esposa, levantando-a e abraçando-a fortemente. “Quer conversar conosco sozinho, senhor Jacó?”, sugeriu Michele. Jacó continuou abraçando a esposa por um tempo. Em seguida, a mulher foi para o seu quarto. “Como era a personalidade da sua filha?” “Ela estava sempre alegre e falava bastante”. “Como era a rotina diária dela?” “Ela acordava lá pelas 7 horas da manhã. Tomava banho, se arrumava... Saía de casa às 9 horas. Chegava no bairro do Colégio Luzier por volta do meio dia. Afinal, moramos bem longe de lá. Então ela almoçava em algum restaurante. A aula dela começava as 13 horas. Saía de lá as 18 horas e chegava em casa as 22 horas.” “E porque vocês escolheram um colégio tão longe?” “Os colégios aqui perto são muito ruins. Só tem maconheiros e delinquentes e os professores sempre faltam. Eu almejo o melhor para ela. Quero dizer... Almejava...”. Fez uma pausa. “Mas talvez esses lugares não fossem tão ruins.”. Caiu aos prantos, como acontecera com Laura. “Eu não tinha como imaginar... Não tinha... Eu achei que nada de mal aconteceria. Eu não sabia que aquela ruazinha
  • 3. seria pior do que aqueles colégios.”. Suas palavras ficaram gradativamente menos entendíveis. “A culpa é minha?”, berrou, “A culpa é minha, detetive?”. “Não. Não é. A culpa é do doente que fez isso?”. “Você foi um bom pai”, falou Rocha. “Acho melhor fazermos uma pausa”, recomendou Michele, “Vou passar um café.”. A detetive se dirigiu para a cozinha. Rocha a seguiu. “Onde será que eles guardam o pó?”, falou SunWinter, procurando pelos armários. “O que você está fazendo?”, questionou Roberto, “Essa não é a sua casa”. “O homem precisa de um café. Você quer que eu mande ele passar um? Achei. Onde será que está o filtro?” “O que você acha?” “Deve estar naquele armário ali.” “Sobre o caso. Os pais são inocentes?”. “Quando você conversou com eles antes... Perguntou se tinham algum álibi?” “A câmera do escritório do pai o filmou trabalhando no horário do crime. E a câmera do posto de conveniência que fica em frente a essa casa gravou a mãe limpando o quintal. Ambos têm um álibi bom”. “Entendo... Então eles são inocentes.” “Não podem ter contratado alguém para matá- la?”
  • 4. “Pouco provável. O assassino foi muito cruel e fez coisas que só alguém com muito ódio da garota faria. Nos casos que trabalhei em que os pais mataram os filhos, todos fizeram isso com as próprias mãos.” “Faz sentido”. “Além disso... O choro deles foi sincero” “Não tem como você saber se foi sincero ou não. E isso não prova nada. Você não pode basear suas investigações em seus sentimentos”. “Sempre fiz isso, Rocha, e nunca errei um caso. Solucionei todos.” DOIS “Senhor Esteves, amanhã eu vou conversar com as amigas de sua filha. Você pode me dizer quais eram as melhores amigas dela?” Jacó Esteves demorou a responder. “Ela... Não tinha nenhum amigo, detetive”. “Como assim, senhor?” “Ninguém da idade da Sabrina gostava dela. E eu não faço a mínima ideia do por que. Minha filha era tão...”. Pranteou novamente “Tão doce... Tão gentil... Tão esperta”. “Eu vou passar outro café”, disse SunWinter. TRÊS Camila Souza entrou em sua casa e, como sempre fazia, atirou a mochila contra a parede e jogou o molho de chaves em um canto. Sua mãe apareceu com o barulho e começou a gritar algo que Camila ignorou.
  • 5. A garota viu um pequeno envelope próximo à entrada. Alguém o jogara por debaixo da porta. Era destinado a Camila, que o guardou em um dos bolsos e foi para o seu quarto. Ela abriu o envelope, onde estava escrito com recortes de letras de revistas: “Filmei o Jerson lhe entregando um pacote suspeito e sei do que se trata. Encontre-me na Rua Morgan, as 22:00 de amanhã, se não mostrarei o vídeo para a polícia. EU SEI DO SEU SEGREDO”.