SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 12
Descargar para leer sin conexión
INFORME CONJUNTURAL
Informativo da Confederação Nacional da Indústria                                                 Ano 27 Número 01 janeiro/março de 2011 www.cni.org.br




                                                                                                                                        A economia
Inflação e câmbio exigem nova postura                                                                                         brasileira no primeiro
da política fiscal                                                                                                               trimestre de 2011
                                                                                                                                   Crescimento do PIB em 2011
A inflação em alta, a moderação no crescimento        A circunstância atual de crescente pressão                                          cai à metade de 2010
e a continuidade da forte entrada de recursos         de custos exige uma postura fiscal                                                                           Pág. 2
externos dão novo tom à conjuntura no primeiro        rigorosa. Na sua ausência, esse papel
trimestre de 2011. Esse cenário altera o foco da      caberá integralmente à política monetária,                                                 Ritmo de contratação
política econômica, que necessariamente deverá        exacerbando a valorização da moeda brasileira                                                       perde força
dar maior atenção à trajetória da inflação.           e penalizando ainda mais o setor produtivo. As                                                               Pág. 4
                                                      medidas de restrição à entrada de recursos
Formalizada nos instrumentos legais de indexação      externos têm sido insuficientes para conter o
ainda vigentes e na prática de renegociação de                                                                                                Coordenação de políticas
                                                      processo de valorização.
preços contratados, a memória inflacionária exis-                                                                                               definirá inflação do ano
tente na economia brasileira aponta para riscos.      Portanto, o eixo principal do esforço de                                                                     Pág. 6
Aceitar um período longo de inflação próxima          convergência da inflação para sua meta
ao topo da meta reaviva essa memória, o que           deverá ser a política fiscal. Os compromissos                                       Governo Federal reverte o
implicará em um maior custo futuro em termos          com a meta fiscal precisam ser mais explícitos                                       caráter expansionista da
de redução do crescimento.                            e compatíveis com esse esforço. Do contrário,                                                   política fiscal
                                                      o ônus recairá sobre o setor produtivo. A                                                                    Pág. 8
A indústria se encontra sob pressão de custos         redução do ritmo de crescimento do PIB
relevantes que não derivam apenas dos choques         em 2011, que será menos que a metade do                                                     Valorização inevitável
externos, como a alta das commodities. Nos            registrado em 2010, é um alerta que não pode                                               em um cenário de alta
últimos quatro anos, o salário médio industrial       ser desconsiderado.                                                                     liquidez e juros elevados
em dólares – custo relevante para comparações
                                                                                                                                                                  Pág. 10
de competitividade – aumentou 46%. Variação
semelhante ocorreu com o salário mínimo.
                                                      Evolução da taxa e do movimento de câmbio
O forte crescimento econômico brasileiro se           Taxa de câmbio nominal em R$/US$ e saldo do movimento de câmbio em US$ bilhões
traduziu em uma economia de pleno emprego,            Entrada de moeda no 1º trimestre de 2011 é recorde
com a crescente percepção de escassez de mão
de obra, em especial nas categorias mais qua-         14,0                                                                                                               3,50
lificadas. Essa situação provoca alta dos custos      12,0
salariais sem aumento da produtividade, com for-                                                                                                                         3,00
te reflexo na inflação (em especial, nos serviços e   10,0

produtos non-tradables). A pressão inflacionária é     8,0                                                                                                               2,50
menor na manufatura, por força da forte competi-
                                                       6,0
ção com importados, mas é também crescente.
                                                                                                                                                                         2,00
                                                       4,0
É sobre as pressões de origem interna que a
                                                       2,0
política econômica pode e deve atuar. A alta                                                                                                                             1,50
de custos acima do aumento da produtividade               -
                                                                                                                                                     mar/10




                                                                                                                                                                mar/11
                                                              mar/04




                                                                             mar/05




                                                                                         mar/06




                                                                                                       mar/07




                                                                                                                     mar/08




causa inflação ou reduz a rentabilidade de                                                                                                                               1,00
                                                                                                                                     mar/09




                                                      (2,0)
projetos de investimento. A consequência é a
perda de competitividade – já ameaçada pela           (4,0)
                                                                                                                                                                         0,50
valorização do câmbio – e a redução no ritmo de       (6,0)
crescimento. A experiência mostra que o ciclo
                                                      (8,0)                                                                                                              -
virtuoso de crescimento deve ser ancorado na
elevação da produtividade, que reflete o uso mais                        Movimento de câmbio contratado (esquerda)            Taxa de câmbio R$/US$ (direita)

eficiente dos recursos.                               Fonte: Banco Central
Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011




   atividade econômica

Crescimento do PIB em 2011 cai à metade de 2010
O PIB deverá crescer 3,5% em 2011,                     Em janeiro de 2011, a produção                    cresceu 6,9% frente ao mês anterior.
o que representa uma taxa muito                        industrial dessazonalizada (PIM-PF/               O resultado desse indicador foi, como
inferior à registrada em 2010, de                      IBGE) aumentou 0,2% na comparação                 na produção industrial, influenciado
7,6%. A economia brasileira mostra                     com o mês anterior, mesmo após                    pela ausência do carnaval no mês.
sinais diferenciados na evolução dos                   dois meses seguidos de queda.
setores produtivos nesse início de                     Em fevereiro houve forte alta (de                 Se, por um lado, o efeito carnaval
ano. Enquanto o setor de serviços                      1,9%) do indicador, na mesma                      impulsionou o crescimento das
(que engloba o comércio varejista)                     base de comparação, destoando                     vendas e da produção industrial em
continua com maior dinamismo, a                        do comportamento da indústria                     fevereiro, por outro, os indicadores
indústria de transformação enfrenta                    nos últimos meses. O resultado de                 de março deverá mostrar queda pelo
dificuldade para crescer.                              fevereiro deve ser analisado com                  mesmo motivo, devolvendo parte da
                                                       cautela, pois mesmo considerando o                alta registrada em fevereiro. Dessa
Essa perda de ritmo ocorre desde                       maior número de dias úteis no mês,                forma, a atividade industrial voltaria a
o segundo semestre de 2010. O                          os modelos de dessazonalização                    mostrar um comportamento moderado
crescimento de 0,7% do PIB (Contas                     (quaisquer que sejam) têm dificuldade             nos próximos meses.
Nacionais/IBGE) referente ao quarto                    de computar a ausência do carnaval
trimestre de 2010 só não foi menor                                                                       Câmbio valorizado leva
                                                       com precisão.
porque o PIB de serviços cresceu                                                                         a descompasso entre
1,0% frente ao trimestre anterior.                     O faturamento real da indústria                   vendas e produção na
Esse foi o único setor que se expandiu                 de transformação (Indicadores                     indústria
naquele período, enquanto que a                        Industriais CNI) recuou 1,2% (dado
indústria e a agropecuária recuaram                    dessazonalizado) em janeiro de 2011,              O maior avanço das vendas frente
0,3% e 0,8%, respectivamente, na                       comparativamente a dezembro de                    à expansão da produção industrial
mesma base de comparação.                              2010. Em fevereiro, o faturamento                 se dá pelo vazamento de parte da
                                                                                                         demanda interna para o mercado
Evolução da produção industrial, vendas da indústria, vendas do comércio e índice de                     externo. O forte crescimento das
atividade econômica (IBC-BR)                                                                             importações e a continuidade
Base jan/10 = 100                                                                                        da pressão competitiva sobre os
                                                                                                         produtos brasileiros nos mercados
Produção industrial não acompanha crescimento das vendas do setor
                                                                                                         externos, e no próprio mercado
114                                                                                                      doméstico, seguem intensas com a
                                                                                                         continuidade da valorização da moeda
112                                                                                                      brasileira.
110                                                                                                      Uma vez que os estoques de
                                                                                                         produtos industriais se encontram
108
                                                                                                         relativamente ajustados (Sondagem
106                                                                                                      Industrial CNI), a diferença no
                                                                                                         ritmo de expansão dos indicadores
104                                                                                                      de vendas e produção pode estar
                                                                                                         ocorrendo pela maior composição
102                                                                                                      de importados (insumos) na cadeia
                                                                                                         produtiva da própria indústria
100
                                                                                                         doméstica.
 98
      jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10dez/10 jan/11 fev/11   Após crescer 11,6% em 2010, a
                                                                                                         indústria da construção civil também
           IBC-BR            Vendas da indústria      Vendas do comércio          Produção industrial
                                                                                                         mostra menor dinamismo. Segundo
Fonte: CNI, Banco Central e IBGE




                                                                              2
Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011




dados da Sondagem Industrial da               famílias está baseada nas medidas           Contribuição negativa do
Construção Civil (CNI), a atividade           macroprudenciais implantadas pelo           setor externo no PIB será
do setor em fevereiro passou a ficar          Banco Central, pelo aumento da taxa         menor em 2011
de acordo com o usual para o mês              de juros e pela elevação do IOF de
(indicador em 50,1 pontos) pela               1,5% para 3,0% ao ano para operações        O PIB deverá crescer entre 1,0% e
primeira vez desde dezembro de                de crédito para pessoa física.              1,2% no primeiro trimestre de 2011
2009, início da série histórica. Esse                                                     frente ao trimestre anterior. Apesar
comportamento destoa do registrado            Somado a isso, apesar de o mercado
                                                                                          de a economia crescer mais no
no passado, quando o indicador de             de trabalho continuar mostrando bom
                                                                                          primeiro trimestre de 2011 do que
atividade em relação à usual para o           desempenho, o ritmo de contratação
                                              já mostra perda de ritmo, uma vez           no quarto trimestre de 2010, esse
mês ficou sistematicamente acima                                                          ritmo não se manterá nos próximos
de 50 pontos – o que representa               que os investimentos crescem em
                                              menor intensidade. Nesse sentido, a         trimestres, de maneira a acumular
atividade acima do usual para o                                                           uma expansão de 3,5% do PIB frente
período.                                      estimativa da CNI é que o consumo
                                              das famílias avance a uma taxa de           ao ano passado.
PIB da indústria deverá                       4,5% em 2011.
                                                                                          Com uma demanda interna
crescer apenas 2,8%                           A formação bruta de capital fixo            crescendo menos, a contribuição
em 2011                                       (FBKF – Contas Nacionais/IBGE)              negativa do setor externo no PIB
                                              cresceu 0,6% no quarto trimestre            (-1,3 pontos percentuais) deverá ser
Agregando os quatro setores da                de 2010, o que representa a quinta          a metade em 2011 do que foi em
indústria, a expectativa da CNI é de          desaceleração seguida do indicador.         2010. A menor contribuição será
um lento crescimento no decorrer de           Mesmo que os investimentos                  resultado da maior desaceleração
2011, a ponto de o indicador de PIB           voltem a aumentar de forma mais             das importações (estimativa de
industrial superar o patamar pré-crise        intensa nos próximos trimestres,            crescimento de 19,0%) do que
somente entre o segundo e o terceiro          a expectativa da CNI é de uma               das exportações (estimativa de
trimestre do ano. Ou seja, a indústria        expansão de 9,0% da FBKF em 2011            expansão de 9,2%).
perdeu mais de dois anos com a                frente ao ano anterior.
crise internacional. Nesse cenário,
o PIB industrial crescerá 2,8% frente
a 2010, o que representa uma taxa              Estimativa para PIB - Variação percentual e contribuição dos componentes no PIB
de expansão muito próxima à média
anual registrada nos últimos 10 anos                                                                     2011
(de 2,9%).                                               Componentes do PIB                     Taxa de         Contribuição
                                                                                           crescimento (%)         (p,p,)
Mesmo com a moderação da                      Ótica da   Consumo das famílias                     4,5               2,7
atividade industrial, o índice de             demanda    Consumo do governo                       2,8               0,6
atividade econômica do Banco Central                     FBKF                                     9,0               1,7
(IBC-BR) registrou crescimento de                        Exportações                              9,2               1,0
                                                         (-) importações                         19,0               -2,3
0,7% em janeiro frente a dezembro
de 2010. Em fevereiro, a expansão
                                              Ótica da   Agropecuária                            3,8                0,2
foi de 0,3%, menor que no mês
                                              oferta     Indústria                               2,8                0,7
anterior. O cenário traçado pela CNI
                                                             Indústria extrativa                 4,5                0,1
contempla um ritmo de expansão da                            Indústria de transformação          2,0                0,3
atividade econômica mais moderado                            Construção civil                    3,5                0,2
nos próximos meses, à medida                                 SIUP                                4,0                0,1
que o consumo das famílias não                           Serviços                                3,8                2,6
deverá manter o comportamento de                         PIB pm                                  3,5
aceleração da expansão.

A desaceleração da taxa de
crescimento do consumo das




                                                                3
Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011




    emprego e renda

Ritmo de contratação perde força
Taxa de desemprego média anual continua em queda
Após o intenso ritmo de contratação                 serviços a empresas (5,5% frente           Grau de formalidade
em 2010, o mercado de trabalho segue                ao mesmo mês do ano anterior),             atinge 60% da ocupação
a menor atividade econômica e gera                  sendo seguido pela indústria de
menos vagas. O fato positivo nesse                  transformação (3,2%) e administração       A ocupação formal metropolitana
cenário é que a formalização da mão                 pública (2,8%). O comércio registrou       aumentou a proporção no total a
de obra continua ocorrendo, o que,                  expansão de 0,5% do número de              despeito do menor crescimento do
somada às negociações salariais acima               vagas no mesmo período.                    emprego. O grau de formalidade
da inflação, gera ganhos na massa                                                              segue em trajetória de alta desde
salarial real do trabalhador.                       Embora a atividade industrial mostre       janeiro de 2010. Esse indicador
                                                    dificuldade para crescer, o setor con-     – que é calculado pela soma dos
O emprego metropolitano (PME/IBGE)                  tinua empregando. De acordo com os         trabalhadores com carteira, militares
atingiu o maior ritmo de crescimento                Indicadores Industriais CNI, nos últimos   e estatutários sob o total da ocupação
dos últimos seis anos em abril de                   19 meses, o emprego na indústria de        – ultrapassou o patamar de 60%
2010 (4,3%), na comparação com o                    transformação só recuou uma vez, na        em fevereiro de 2011 pela primeira
mesmo mês do ano anterior. Após esse                                                           vez na série histórica do IBGE. A
                                                    comparação com o mês anterior. Em
período, o indicador iniciou a trajetória                                                      proporção de empregos formais no
                                                    fevereiro o ritmo de crescimento foi
de desaceleração. Em fevereiro de                                                              total da ocupação cresceu 10 pontos
                                                    moderado (0,4%) na comparação com
2011, o emprego expandiu-se 2,4%                                                               percentuais nos últimos 6 anos.
                                                    dezembro de 2010 (dado dessazonaliza-
frente ao mesmo mês do ano anterior.
                                                    do). Entretanto, na comparação com o       O emprego formal no acumulado em
O setor que mais aumentou o                         mesmo mês do ano anterior, a variação      12 meses aumentou em 2 milhões em
emprego em fevereiro foi o de                       do emprego foi de 4,1%.                    fevereiro (CAGED/MTE). A indústria –
                                                                                               considerando as indústrias extrativa,
                                                                                               de transformação, construção civil
Grau de formalidade
                                                                                               e serviços de utilidade pública –
Percentual sobre o total da ocupação                                                           representou 36% de toda a criação
Formalização da mão de obra continua aumentando ao                                             de empregos formais no Brasil nesse
ritmo de 2010                                                                                  período. Ressalte-se que assim como
                                                                                               o emprego total metropolitano medido
60,5
                                                                                               pela PME/IBGE, o emprego formal
60,0                                                                                           medido pelo CAGED também mostra
59,5       2011                                                                                perda de ritmo de crescimento.
59,0                                                                                           Taxa de desemprego
58,5                                                                                           média anual de 6,0%
           2010
58,0                                                                                           em 2011
57,5                                                                                           Embora o emprego cresça em
57,0                                                                                           menor intensidade, a população
           2009
56,5                                                                                           economicamente ativa (PEA) – ou
                                                                                               força de trabalho – também cresce
56,0
          jan       fev     mar   abr   mai   jun    jul    ago    set       out   nov   dez
                                                                                               menos. Em fevereiro, a PEA avançou
                                                                                               1,3% frente ao mesmo mês do ano
Fonte: IBGE. Cálculo: CNI




                                                                         4
Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011




anterior, quase a metade da velocidade         do comércio e de serviços ficou                           As negociações salariais deverão
de crescimento do emprego. Esse                acima da inflação em 2010, medida                         se manter positivas em 2011, que
descompasso garante a queda da taxa            pelo INPC/IBGE. Essa foi a maior                          aliadas a um cenário de aumento
de desemprego média anual.                     proporção de toda a série histórica                       do emprego, garantem desempenho
                                               da pesquisa, iniciada há 15 anos.                         positivo do consumo das famílias.
O aumento da taxa de desemprego
de dezembro de 2010 (5,3%) para
fevereiro de 2011 (6,4%) é sazonal.            Taxa de desemprego
Esse indicador deverá ficar oscilando          Em % da PEA
ainda acima de 6,0% até o segundo              Menor procura por emprego manterá queda da taxa de desemprego
trimestre do ano para então voltar a
                                               média anual
recuar, de forma a atingir taxa inferior
a 5,0% em dezembro de 2011. Se                 10
essas estimativas forem confirmadas,
a taxa de desemprego média de 2011              9
                                                        2009
será de 6,0%.
                                                8
O cenário da CNI para a queda da                        2010
taxa de desemprego média anual está             7
baseado na continuação da expansão                      2011
do emprego em ritmo acima da entrada            6

de novas pessoas no mercado de
                                                5
trabalho à procura de emprego. A PEA
cresce em taxa inferior ao emprego há
                                                4
mais de três anos.                                      jan     fev        mar   abr      mai     jun    jul      ago   set    out   nov    dez

                                               Fonte: IBGE. Estimativas CNI
Reajuste salarial acima
da inflação e aumento do
emprego impulsionam
massa salarial real
                                               Massa salarial real habitualmente recebida pelo trabalho principal
Embora o ritmo de expansão da massa            Variação frente ao mesmo mês do ano anterior
salarial real perca força em 2011,
o crescimento dessa variável ainda             Mesmo com perda de dinamismo, massa salarial ainda cresce acima
se mostra intenso. A massa salarial            da expansão do PIB
habitualmente recebida do trabalho             12
principal cresceu 6,1% em fevereiro
frente ao mesmo mês do ano anterior.           10
A variação desse indicador perde
intensidade desde outubro de 2010,              8

quando o crescimento foi de 10,1% na
                                                6
mesma base de comparação.

Mesmo com a desaceleração da taxa               4
de crescimento, a variação da massa
salarial deverá manter-se positiva.             2
Segundo dados do Dieese, 89% dos
                                                0
reajustes salariais de 700 unidades de              jan/09      mai/09           set/09         jan/10         mai/10     set/10      jan/11 fev/11
negociação dos setores da indústria,
                                               Fonte: IBGE, cálculo: CNI




                                                                           5
Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011




     inflação, juros e crédito

Coordenação de políticas definirá inflação do ano
Elevação dos preços dos serviços deteriora cenário inflacionário
O cenário para a inflação em 2011 mu-                          de alimentos. Os preços dos serviços                principalmente em função de condições
dou sensivelmente nos últimos meses.                           apresentam média do acumulado em                    de demanda externa, e por caracterís-
A alta nos preços não se mostrou como                          12 meses de 6,3% a.a. (desde junho de               ticas sazonais que afetaram o preço
um problema até meados de 2010.                                2007). Esse acumulado pouco variou no               internacional das commodities. Já de
Contudo, o movimento do início de 2011                         período recente e sustenta o IPCA em                janeiro a março de 2011, os preços dos
comprometeu o cumprimento da meta                              um patamar elevado, uma vez que seu                 alimentos começaram a desacelerar.
de inflação de 4,5% ao ano (a.a.).                             peso no IPCA é de 25%.
                                                                                                                   O IPCA, tanto em janeiro como em
Os preços administrados e dos produtos                         Os preços dos alimentos apresentaram                fevereiro, ficou em torno dos 6% a.a.,
industriais pouco contribuem para a                            alta volatilidade no período. Apesar de             elevando-se a 6,3% a.a. em março. Con-
manutenção do IPCA (índice que baseia                          a média do acumulado em 12 meses                    tudo, um ponto deve ser destacado no
a meta de inflação) em patamares                               ser de 8,5% a.a. (desde junho de 2007),             movimento desses meses: a influência
elevados. De junho de 2007 a março de                          esse indicador chegou a alcançar o má-              no índice por conta dos alimentos, mais
2011, a média do acumulado em 12 me-                           ximo de 15,8% a.a. em junho de 2008,                voláteis, foi substituída pela elevação no
ses dos administrados (3,3% a.a.) e dos                        e a cair ao mínimo de 3,2% a.a. em                  índice dos serviços. Em março, a inflação
industriais (3,1% a.a.) situam-se abaixo                       dezembro de 2009. Seu peso no IPCA                  dos serviços acumula 8,5% a.a., superior
do centro da meta de 4,5% a.a..                                é de 23,4%, carregando a volatilidade               ao seu nível médio, e alcançando o acu-
                                                               para o índice total.                                mulado dos alimentos (8,7% a.a.).
Nos últimos anos, o nível do IPCA foi
definido pela evolução dos preços de                           Os preços dos alimentos vinham                      A alta nos preços de serviços se deu em
serviços, com a volatilidade do índice                         apresentando tendência de alta desde                função de três pontos: (i) o bom desem-
determinada pela variação dos preços                           o fim de 2010. Esse movimento se deu                penho da demanda interna; (ii) a falta de
                                                                                                                   trabalhador qualificado no mercado, que
                                                                                                                   eleva os preços dos serviços prestados
IPCA por grupos
                                                                                                                   por esses profissionais; e (iii) a alta
Percentual acumulado em 12 meses                                                                                   quantidade de preços atrelados a índices
Preços dos serviços em elevação no início do ano                                                                   de inflação, como aluguel (o IGP-M, que
                                                                                                                   é utilizado para reajustes dos aluguéis,
16
                                                                                                                   acumulou 11,3% de alta em 2010) e
14                                                                                                                 educação. Esse tipo de alta leva tempo a
                                                                                                                   arrefecer, o que deverá manter o IPCA em
12
                                                                                                                   um nível elevado por um longo período.
10
                                                                                                                   De uma forma geral, a expectativa é de
 8                                                                                                                 que os preços dos produtos industriais
                                                                                                                   continuem abaixo da meta, principal-
 6
                                                                                                                   mente em função da âncora cambial
 4                                                                                                                 (câmbio valorizado torna os importados
                                                                                                                   mais baratos, ampliando a concorrência
 2
                                                                                                                   por preços com os nacionais) e pela
 0                                                                                                                 capacidade de ampliação da oferta
     mar/08       jul/08      nov/08    mar/09       jul/09    nov/09       mar/10   jul/10     nov/10    mar/11   desses produtos (via investimentos).
                                                                                                                   Os preços ao produtor (IPA-OG-M/FGV)
              Administrados            Industriais            Alimentação            Serviços            IPCA
                                                                                                                   se aceleraram desde o meio de 2010,
Fonte: IBGE       Elaboração: CNI                                                                                  mas praticamente não houve repasse ao




                                                                                       6
Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011




produto final. Nos últimos meses esse          Taxas de juros às pessoas físicas e jurídicas
índice parou de acelerar, comportamen-         Percentual ao ano
to que deverá ser seguindo pela parcela
                                               Taxas se elevam em 2011 com medidas de desaceleração do crédito
de produtos industriais do IPCA.
                                               59                                                                                                             39
Os preços administrados devem apre-
sentar elevação maior que em 2010, em
função de um alto grau de indexação.           54                                                                                                             34
Os alimentos devem continuar em alta
durante o ano, mas de forma menos
intensa que em 2010. Os serviços apre-
                                               49                                                                                                             29
sentarão aumento nos preços de forma
mais forte, persistente até o fim do ano.
Assim, a estimativa da CNI é de que o
                                               44                                                                                                             24
IPCA termine 2011 em 6% a.a..

Coordenação de políticas                       39                                                                                                             19
deve ser prioridade                                 fev/08    jun/08   out/08       fev/09    jun/09   out/09     fev/10      jun/10        out/10   fev/11
A inflação projetada para os meses que                                     Pessoa física (esquerda)             Pessoa jurídica (direita)
seguem até o fim do ano não reflete um
                                               Fonte: Banco Central
cenário benigno. Medidas de ajuste são
essenciais, mas devem fugir do controle
                                               menos expansionista, insuficiente para                     passando de 25,5% a.a. no fim de 2009
unicamente via elevação dos juros.
                                               adequar a inflação dentro da meta sem                      para 27,9 % a.a. em dezembro de 2010.
O novo Governo sinaliza para a neces-          elevação da Selic. Sob esse cenário, a                     Contudo, só nos dois primeiros meses
sidade e intenção de adotar medidas            CNI estima que a Selic termine o ano                       de 2011 o salto foi maior do que todo
macroprudenciais alternativas. Algumas         em 12,50% a.a., com taxa real de juros                     o ano de 2010: em fevereiro, a taxa
já foram colocadas em prática, como            de 5,4% a.a..                                              alcançou 30,6 % a.a., um aumento de
a imposição de restrições ao crédito                                                                      2,7 pontos percentuais (p.p.).
via depósitos compulsórios e impostos          Medidas de contenção do
                                                                                                          Nos empréstimos à pessoa física, as
regulatórios (IOF). Seus efeitos são de-       crédito elevam taxas de                                    altas de 2011 reverteram tendência de
fasados e ainda pouco observados em            juros                                                      queda observada durante todo o ano
termos da trajetória de inflação. A maior
                                               As medidas macroprudenciais de                             passado (a taxa de juros caiu 2,1 p.p.
contribuição da política fiscal é essen-
                                               elevação do requerimento de capital para                   entre dezembro de 2009 e de 2010). A
cial para uma política macroeconômica
                                               operações de crédito às pessoas físicas                    alta nos juros em 2011, até fevereiro, é
menos danosa ao crescimento.
                                               e dos compulsórios começaram a surtir                      de 3,2 p.p..
Nesse sentido, a medida mais impor-            efeito sobre o mercado de crédito. Se por
                                                                                                          Para os próximos meses, essa elevação
tante é a redução dos gastos correntes         um lado as concessões de empréstimos
                                                                                                          nas taxas praticadas deverá resultar em
governamentais. A prática de medi-             ainda mantêm-se altas – novas conces-
                                                                                                          uma taxa de expansão da concessão
das pontuais e a efetividade do corte          sões às pessoas físicas em fevereiro de
                                                                                                          de crédito menos intensa do que a
orçamentário anunciado (R$ 50 bilhões)         2011 foram 22% superiores ao mesmo
                                                                                                          observada atualmente. Essas medidas
podem proporcionar um cenário mais             mês do ano passado, e às pessoas
                                                                                                          têm efeito defasado, e ainda não obser-
favorável para a inflação. É necessário,       jurídicas quase 10% maiores –, as taxas
                                                                                                          vado diretamente sobre o nível geral de
então, garantir que essa readequação           de juros praticadas já se elevaram.
                                                                                                          preços. Contudo, tendem a contribuir
orçamentária seja posta em prática.
                                               As taxas dos empréstimos às pessoas                        para um cenário de combate à inflação
Contudo, o que se deve observar na prá-        jurídicas já vinham em processo de                         com menor necessidade de elevação
tica é a execução de uma política fiscal       elevação durante todo o ano de 2010,                       dos juros básicos.




                                                                       7
Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011




   política fiscal

Governo Federal reverte o caráter expansionista da
política fiscal
Porém, estados e municípios vão na direção contrária e aceleram o ritmo de aumento das despesas
A política fiscal do Governo Federal em                       to elevado. Em janeiro e fevereiro de 2011    período do ano anterior. Já as despesas com
2011 deve contribuir para o controle do                       houve crescimento de 9,2% das despesas        pessoal tiveram aumento real de 4,6%, na
ritmo de crescimento da atividade econômi-                    do Governo Federal, em termos reais, com      mesma base de comparação.
ca, dado que a elevação das despesas deve                     relação ao mesmo período do ano anterior.
ficar abaixo do esperado para a economia.                     Os governos regionais, que vêm mantendo       O aumento das despesas não deteriorou
A CNI espera um aumento real de 2,6% nas                      uma política fiscal expansionista, aumenta-   os resultados primários, embora continue
despesas federais, contra um crescimento                      ram os gastos em 10,8%, na mesma base         impulsionando a atividade econômica e
real do PIB de 3,5% em 2011.                                  de comparação.                                dificultando o controle da inflação. A melhora
                                                                                                            dos resultados primários ocorreu em função
Por outro lado, os governos regionais                         As despesas de custeio e capital foram        do crescimento das receitas, que mais do
devem ir na direção contrária e manter um                     as que mais contribuíram para o aumento       que compensou a expansão das despesas.
ritmo de expansão das despesas muito                          dos gastos federais e alcançaram taxa de
acima do crescimento do PIB. Assim,                           crescimento de 16,6% no primeiro bimestre     No Governo Federal, a receita líquida apre-
torna-se difícil mensurar a contribuição                      de 2011, quando comparada ao mesmo            sentou aumento real de 11,1% nos primeiros
da política fiscal para o controle do ritmo                   período do ano anterior.                      dois meses de 2011, com relação ao mesmo
de expansão da atividade econômica e,                                                                       período de 2010. Esse resultado indica ace-
consequentemente, da inflação.                                Entre os demais itens que compõem as          leração em relação a 2010, quando a receita
                                                              despesas primárias federais, os gastos        líquida cresceu 10,1% – excluído o efeito da
Apesar das expectativas de redução das                        com previdência apresentaram cresci-          capitalização da Petrobras.
despesas primárias federais, o primeiro                       mento real de 5,8% no primeiro bimestre
bimestre apresentou um nível de gasto mui-                    de 2011, na comparação com o mesmo            Para estados e municípios, estima-se um
                                                                                                            crescimento real das receitas de 13,7% até
                                                                                                            fevereiro, na comparação com o mesmo
Crescimento real das despesas do Governo Federal e do PIB                                                   período de 2010. O grande responsável por
Percentual do PIB                                                                                           esse resultado foi a elevação nas transfe-
Despesas primárias do Governo Federal terão crescimento real menor                                          rências da União (25,6%). Esse aumento
do que o do PIB após dois anos de forte expansionismo fiscal                                                expressivo ocorreu principalmente em
                                                                                                            função da arrecadação do IPI de automó-
12,0                                                                                                        veis (término da redução temporária das
                                                                                                            alíquotas, a partir do fim de março de 2010),
10,0
                                                                                                            bem como pelo aumento da arrecadação do
 8,0
                                                                                                            IRPJ. Além disso, a expansão de 7,9% do
                                                                                                            recolhimento de ICMS também contribuiu
 6,0                                                                                                        para esse aumento das receitas.

 4,0
                                                                                                            Resultados fiscais melhoram
 2,0                                                                                                        no primeiro bimestre de 2011
                                                                                                            A evolução das receitas e despesas no
 0,0
                                                                                                            primeiro bimestre de 2011 elevou o superávit
         2001      2002     2003      2004      2005      2006      2007      2008   2009   2010   2011*
 -2,0                                                                                                       primário de 2,14%, até dezembro de 2010,
                                                   PIB                  Despesas
                                                                                                            para 2,20% do PIB (R$ 81,7 bilhões), no acu-
 -4,0                                                                                                       mulado pelo Governo Federal e suas estatais
Fonte: Tesouro Nacional e IBGE - Elaboração e projeção para 2011: CNI                                       nos últimos 12 meses (até fevereiro).
Deflator: IPCA




                                                                                      8
Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011




No caso dos governos regionais e suas          Evolução da Dívida Líquida do Setor Público (DLSP)
estatais, o crescimento da receita também      Percentual do PIB
garantiu uma melhora no resultado primá-
                                               Elevação de 0,5 ponto percentual do PIB no déficit nominal não
rio, que passou de 0,64%, em dezembro
de 2010, para 0,71% do PIB nos últimos 12
                                               impede pequena queda do endividamento público
meses encerrados em fevereiro deste ano.       65


Ritmo de alta das despesas
do Governo Federal deve
                                               55
cair até o fim do ano
O ritmo de crescimento das despesas
do Governo Federal deve cair significati-
vamente durante o ano, se comparado            45
àquele observado no primeiro bimestre
de 2011 e também ao registrado em
2010. O contingenciamento de R$ 36
bilhões em despesas discricionárias e os       35
R$ 14 bilhões em despesas obrigatórias                2001       2002       2003     2004      2005      2006      2007    2008    2009    2010    2011*
que não serão efetivadas – como, por           Fonte: Banco Central do Brasil      *Elaboração e Projeção para 2011: CNI

exemplo, a não contratação de novos
servidores públicos – apontam para um          promover novo contingenciamento de                             bilhões depende da redução do ritmo de
crescimento real de 2,6% nas despesas          despesas em torno de R$ 11,0 bilhões.                          crescimento dos gastos. Enquanto não fica
federais em 2011.                                                                                             mais claro o comportamento de estados
                                               Entretanto, mantemos a previsão de                             e municípios com relação às despesas,
Por outro lado, também é esperada uma          superávit de R$ 70,5 bilhões, dada a                           mantemos a previsão de cumprimento
redução no ritmo de expansão da receita        grande dificuldade de contingenciar R$                         da meta. Assim, o superávit primário
líquida. O forte crescimento real obtido no    11,0 bilhões, uma vez que o montante de                        projetado para o setor público consolidado
primeiro bimestre deve perder força ao         despesas orçamentárias ainda passíveis                         em 2011 é de R$ 106,6 bilhões (2,7% do
longo do ano. Isso deve ocorrer à medida       de contingenciamento é de apenas R$                            PIB projetado pela CNI), abaixo da meta de
que o fim das desonerações tributárias         52,0 bilhões. Isto porque a base contin-                       R$ 117,9 bilhões (2,95% do PIB).
que vigoravam em 2010 e o aumento da           genciável original da Lei Orçamentária
lucratividade das empresas deixem de           Anual de R$ 88,0 bilhões já foi reduzida                       Esse resultado esperado para o superávit
provocar aumentos significativos em rela-      em R$ 36,0 bilhões.                                            primário significa uma queda em relação
ção à arrecadação do mesmo período do                                                                         ao resultado de 2010 (2,8% do PIB). Essa
ano anterior. Assim, projetamos aumento        Embora de difícil execução, a realização                       queda, aliada à expectativa de maiores
real de 5,2% para a receita líquida do         desse novo contingenciamento por parte do                      despesas com juros – que passariam de
Governo Federal.                               Governo Federal seria um passo importante                      5,3% para 5,7% do PIB –, leva a um au-
                                               no sentido de tornar mais contracionista a                     mento significativo do déficit nominal, que
Cabe ressaltar que nas projeções de            sua política fiscal, pois reduziria a 0,9% o                   passa de 2,55%, em 2010, para 3,05% do
aumento de despesas e receitas foram           crescimento real das despesas em 2011,                         PIB, em 2011.
retirados os efeitos que o processo de capi-   com relação a 2010.
talização da Petrobras provocou em 2010.                                                                      Essa elevação do déficit nominal, no entanto,
                                               Com relação aos demais componentes                             não se converterá em aumento da relação
Nesse cenário, o superávit primário estima-    do resultado primário do setor público                         Dívida Líquida/PIB em função do crescimento
do para o Governo Federal deve ser de R$       consolidado, acreditamos que as estatais                       do PIB nominal, impulsionado pelo aumento
70,5 bilhões, contra uma meta de R$ 81,8       federais devem registrar equilíbrio entre                      da inflação. Dessa forma, projetamos uma
bilhões – sem o desconto de despesas           despesas e receitas primárias. Já para                         ligeira queda da relação Dívida Líquida/PIB de
do PAC. Portanto, para cumprir a meta          os governos regionais, o cumprimento da                        40,2%, em dezembro de 2010, para 39,9%,
sem descontos, o Governo Federal deveria       meta de superávit primário de R$ 36,1                          em dezembro de 2011.



                                                                          9
Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011




   setor externo e câmbio

Valorização inevitável em um cenário de alta
liquidez e juros elevados
Saldo comercial é sustentado por ganhos de preços de produtos básicos
Seja em relação ao dólar, seja em relação          elevado – e deve aumentar com novas           poderá encerrar o ano em patamar próximo
à cesta de moedas, o câmbio real no Brasil         altas dos juros no Brasil. Enquanto o País    ao atual, em torno de R$ 1,60/US$.
está hoje em seu nível mais valorizado des-        mantiver a taxa de juros entre as maio-
de a criação do real. Desde 1994, a moeda          res do mundo em um momento de alta
                                                                                                 Perda de dinamismo
brasileira valorizou-se 39% em relação ao          liquidez, a atração de moeda estrangeira      das exportações de
dólar e 41% frente à cesta de 13 moedas.           é inevitável. Como resultado, o enorme        manufaturados
No mesmo período, o índice de rentabilida-         influxo de moeda estrangeira pressiona a      As exportações no primeiro trimestre
de das exportações da Funcex recuou 20%.           valorização cambial. No primeiro trimestre    cresceram 28,5% na comparação com
Um conjunto de medidas foi implementado            do ano, entraram US$ 35,2 bilhões em          igual período de 2010. Após longo período
para conter a valorização, mas se mostra           divisas, 45% superior ao valor de todo o      no qual as exportações expandiram em
ineficaz, já que a taxa de câmbio permane-         ano de 2010.                                  ritmo inferior ao registrado pelas importa-
ce em trajetória de queda.
                                                                                                 ções na comparação anual (praticamente
                                                   No decorrer do ano, à medida que as polí-
O País segue atraindo montante elevado de                                                        todo o ano de 2010, com a exceção de
                                                   ticas monetárias dos países desenvolvidos
investimento direto. No primeiro bimestre                                                        outubro e dezembro), a situação inverteu-
                                                   se tornam mais restritivas e novas ações
do ano, o investimento estrangeiro direto                                                        -se durante o primeiro trimestre de 2011.
                                                   do governo brasileiro para a contenção da
(IED) totalizou US$ 10,7 bilhões, três vezes       valorização cambial sejam tomadas (sejam      A alta observada no período é explicada
o acumulado em igual período de 2010.              elas medidas macroprudenciais ou não),        pelas exportações de produtos básicos,
O diferencial de taxas de juros domésticas         a pressão pela valorização deve diminuir.     que responderam por 61% do aumento
e praticadas internacionalmente continua           Com isso, a taxa de câmbio real/dólar         registrado entre os primeiros trimestres
                                                                                                 de 2011 e de 2010.

Índice de taxa de câmbio real                                                                    Esse crescimento se dá por conta do
                                                                                                 aumento dos embarques, mas principal-
Deflator: IPA Base: dez/2003 = 100
                                                                                                 mente, devido aos ganhos de preço. Na
Taxa de câmbio real é a mais valorizada desde a criação do Real                                  comparação com o primeiro bimestre de
190                                                                                              2010, o volume exportado de produtos
                                                                                                 básicos aumentou 12% enquanto os
170                                                                                              preços subiram 42% no mesmo período.
                                                                                                 Em fevereiro, os preços de exportação de
150
                                                                                                 produtos básicos atingiram o maior valor da
                                                                                                 série histórica da Funcex, iniciada em 1977.
130
                                                                                                 Por outro lado, na comparação com o
110
                                                                                                 primeiro bimestre de 2010, os preços de
                                                                                                 exportação de manufaturados cresceram
 90
                                                                                                 12%, enquanto o volume exportado au-
 70                                                                                              mentou apenas 7%. O volume exportado
                                                                                                 total de manufaturados expandiu com o
 50                                                                                              fim da crise econômica de 2008/2009,
            jan/87     jan/91       jan/95       jan/99       jan/03        jan/07      jan/11   mas está atualmente apenas em nível
                                 R$/Cesta de 13 moedas      R$/US$                               próximo ao observado em 2004.
Fonte: Banco Central




                                                                       10
Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011




Os preços, sobretudo de commodities,           Índice de quantum de exportações de manufaturados
darão algum impulso às vendas externas,
                                               Média em 12 meses (Base: Média de 2006=100)
enquanto o volume de manufaturados
deverá reduzir ainda mais seu cresci-          Volume exportado total de manufaturados em nível
mento. Por conta disso, as exportações         próximo a 2004
deverão continuar subindo, mas a um
                                               110
ritmo menor que em 2010 e cada vez
mais dependente das vendas de produ-
                                               100
tos básicos e de ganhos de preço. Ao fim
do ano, as exportações devem totalizar
                                                90
US$ 250 bilhões, um aumento de 24%
na comparação com 2010.                         80

Aumento dos preços de                           70
importação pressiona custos
industriais                                     60

As importações totalizaram US$ 48               50
bilhões no primeiro trimestre de 2011,
valor 23,3% superior ao registrado em           40
2010. Diferentemente do ano passado, as           jan/00        jan/02         jan/04      jan/06       jan/08        jan/10   fev/11
importações crescem a um ritmo inferior
                                               Fonte: Secex
ao registrado pelas exportações.

O aumento do valor das compras
externas se deve, em grande parte, à           Os preços deverão continuar em uma           mesma forma, o crescimento do
expansão do volume importado, que re-          elevação mais forte que em 2010. A           saldo negativo em serviços e rendas.
gistrou crescimento de 19% no bimestre         atividade industrial e o consumo das         Com isso, o déficit em conta corrente
em relação ao mesmo período de 2010            famílias menos intensos irão conter o        alcançou US$ 49,2 bilhões em 12
(35% no acumulado em 12 meses). As             volume importado em 2011. Embora mais        meses em fevereiro de 2011, ou
importações de bens de capital e inter-        moderado, o volume importado continuará      2,31% do PIB.
mediários perdem força, acompanhando           a crescer muito acima do ritmo registrado
                                               pelas exportações: o câmbio continuará       A elevação do saldo comercial nesse
o resfriamento da atividade industrial, en-                                                 início de 2011, aliado a uma forte
quanto as compras de bens de consumo           estimulando tanto as compras no exterior
                                               como a substituição de insumos nacionais     entrada de investimentos estrangeiros
seguem crescendo forte.                                                                     diretos, estão permitindo uma
                                               por importados. Com isso, esperamos
Chama a atenção o aumento nos preços           um crescimento de 27% das importações        estabilidade do déficit em conta
de importação. Na comparação entre os          em 2011, que deverão totalizar US$ 230       corrente, após a rápida aceleração
primeiros trimestres de 2010 e 2011, o         bilhões em 2011. Assim, o superávit          verificada ao longo de 2010.
crescimento é de 10%. Em 2010, na com-         comercial deverá ser de US$ 20 bilhões       O déficit em serviços deverá diminuir
paração com 2009, a alta foi de apenas         em 2011.                                     seu ritmo de expansão e, ao mesmo
3%. Os aumentos são mais expressivos                                                        tempo, o investimento estrangeiro
nos combustíveis (27%), mas também             Aumento no déficit de                        direto deverá manter-se intenso.
em bens de consumo duráveis e interme-         serviços deve ser financiado
diários, que registram alta de 3% em 12                                                     Com isso, o déficit em conta corrente
                                               por maior entrada de capital
meses em fevereiro, mas já acumulam                                                         deverá elevar-se a um ritmo mais
variação de 9% no último bimestre. Essa
                                               externo                                      moderado, mantendo-se praticamente
alta representa elevação nos custos de         A demanda interna elevada e a                constante em relação ao PIB. A CNI
produção da indústria, principalmente por      valorização do real impulsionam              estima esse déficit em US$ 57 bilhões
se dar em insumos utilizados pelo setor.       o aumento das importações e, da              em 2011, cerca de 2,35% do PIB.




                                                                  11
Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011




                perspectivas da economia brasileira

                                                                                                           2011                 2011
                                                                     2009               2010          projeção anterior        projeção
                                                                                                        dezembro/10
                                                              Atividade econômica
             PIB
                                                                     -0,6%              7,5%               4,5%                 3,5%
             (variação anual)
             PIB industrial
                                                                     -6,4%             10,1%               4,5%                 2,8%
             (variação anual)
             Consumo das famílias
                                                                     4,2%               7,0%               5,1%                 4,5%
             (variação anual)
             Formação bruta de capital fixo
                                                                    -10,3%             21,9%              13,5%                 9,0%
             (variação anual)
             Taxa de Desemprego                                      7,9%               6,7%               6,0%                 6,0%
             (média anual - % da PEA)
                                                                      Inflação
             Inflação
                                                                     4,3%               5,9%               5,0%                 6,0%
             (IPCA - variação anual)
                                                                   Taxa de juros
             Taxa nominal de juros
             (taxa média do ano)                                    10,13%             9,90%              11,84%              12,13%
             (fim do ano)                                            8,75%             10,75%             12,00%              12,50%
             Taxa real de juros                                      5,0%               4,6%               6,3%                 5,4%
             (taxa média anual e defl: IPCA)
                                                                 Contas públicas*
             Déficit público nominal
                                                                     3,34%             2,55%              3,20%                3,05%
             (% do PIB)
             Superávit público primário
                                                                     2,03%             2,80%              2,20%                2,70%
             (% do PIB)
             Dívida pública líquida                                  42,8%             40,2%              40,4%                39,9%
             (% do PIB)
                                                                  Taxa de câmbio
             Taxa nominal de câmbio - R$/US$
             (média de dezembro)                                      1,75              1,69               1,70                 1,63
             (média do ano)                                           1,99              1,76               1,70                 1,63
                                                                   Setor externo
             Exportações
                                                                     153,0              201,9              228,0               250,0
             (US$ bilhões)
             Importações
                                                                     127,6              181,6              224,0               230,0
             (US$ bilhões)
             Saldo comercial
                                                                      25,4              20,3                4,0                 20,0
             (US$ bilhões)
             Saldo em conta corrente                                 -24,3              -47,5              -70,0                -57,0
             (US$ bilhões)

             * Não inclui as empresas do Grupo Petrobras



INFORME CONJUNTURAL | Publicação trimestral da Confederação Nacional da Indústria - CNI | Unidade de Política Econômica - PEC | Gerente-executivo:
Flávio Castelo Branco | Equipe técnica: Danilo César Cascaldi Garcia, Isabel Mendes de Faria Marques, Marcelo de Ávila, Marcelo Souza Azevedo e
Mário Sérgio Carraro Telles | Informações técnicas: (61) 3317-9468 | Supervisão gráfica: Núcleo de Editoração| Impressão e acabamento: Reprografia
Sistema Indústria | Normalização bibliográfica: Área Compartilhada de Informação e Documentação - ACIND | Assinaturas: Serviço de Atentimento ao Cliente
SAC: (61) 3317-9989 - sac@cni.org.br | SBN Quadra 01 Bloco C Ed. Roberto Simonsen Brasília, DF - CEP: 70040-903 www.cni.org.br.
Autorizada a reprodução desde que citada a fonte.
                                                                                                            Documento elaborado em 13 de abril de 2011.

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

WEG 3T08 Apresentacao Teleconferencia
WEG 3T08 Apresentacao TeleconferenciaWEG 3T08 Apresentacao Teleconferencia
WEG 3T08 Apresentacao TeleconferenciaWEG
 
Sondagem industrial trim 2010 CNI
Sondagem industrial trim 2010 CNISondagem industrial trim 2010 CNI
Sondagem industrial trim 2010 CNIguest0daa38
 
TEC 2010 06 - Distribuição dos grupos de cor ou raça e sexo pelos ramos de at...
TEC 2010 06 - Distribuição dos grupos de cor ou raça e sexo pelos ramos de at...TEC 2010 06 - Distribuição dos grupos de cor ou raça e sexo pelos ramos de at...
TEC 2010 06 - Distribuição dos grupos de cor ou raça e sexo pelos ramos de at...LAESER IE/UFRJ
 
Acompanhamento Conjuntural - Economia Brasileira - Outubro 2011
Acompanhamento Conjuntural - Economia Brasileira - Outubro 2011Acompanhamento Conjuntural - Economia Brasileira - Outubro 2011
Acompanhamento Conjuntural - Economia Brasileira - Outubro 2011Sistema FIEB
 
BLOG DE JAMILDO - Indicadores Industriais Fevereiro 2010
BLOG DE JAMILDO - Indicadores Industriais Fevereiro 2010BLOG DE JAMILDO - Indicadores Industriais Fevereiro 2010
BLOG DE JAMILDO - Indicadores Industriais Fevereiro 2010guest0739d3c
 
BLOG DE JAMILDO - Veja os indicadores industriais de março de 2010
BLOG DE JAMILDO - Veja os indicadores industriais de março de 2010BLOG DE JAMILDO - Veja os indicadores industriais de março de 2010
BLOG DE JAMILDO - Veja os indicadores industriais de março de 2010guest0739d3c
 
TEC 2010 04 - Indicadores de rendimento e desemprego
TEC 2010 04 - Indicadores de rendimento e desempregoTEC 2010 04 - Indicadores de rendimento e desemprego
TEC 2010 04 - Indicadores de rendimento e desempregoLAESER IE/UFRJ
 
Demanda agregada e a desaceleração do crescimento econômico brasileiro de 201...
Demanda agregada e a desaceleração do crescimento econômico brasileiro de 201...Demanda agregada e a desaceleração do crescimento econômico brasileiro de 201...
Demanda agregada e a desaceleração do crescimento econômico brasileiro de 201...Grupo de Economia Política IE-UFRJ
 
Política Macroeconômica, crescimento e distribuição de renda na Economia Bras...
Política Macroeconômica, crescimento e distribuição de renda na Economia Bras...Política Macroeconômica, crescimento e distribuição de renda na Economia Bras...
Política Macroeconômica, crescimento e distribuição de renda na Economia Bras...Grupo de Economia Política IE-UFRJ
 
DESINDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA: A relação entre a precoce perda de valor adic...
DESINDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA: A relação entre a precoce perda de valor adic...DESINDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA: A relação entre a precoce perda de valor adic...
DESINDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA: A relação entre a precoce perda de valor adic...ricardomq31
 

La actualidad más candente (20)

WEG 3T08 Apresentacao Teleconferencia
WEG 3T08 Apresentacao TeleconferenciaWEG 3T08 Apresentacao Teleconferencia
WEG 3T08 Apresentacao Teleconferencia
 
Choque de produtividade
Choque de produtividadeChoque de produtividade
Choque de produtividade
 
Sondagem industrial trim 2010 CNI
Sondagem industrial trim 2010 CNISondagem industrial trim 2010 CNI
Sondagem industrial trim 2010 CNI
 
TEC 2010 06 - Distribuição dos grupos de cor ou raça e sexo pelos ramos de at...
TEC 2010 06 - Distribuição dos grupos de cor ou raça e sexo pelos ramos de at...TEC 2010 06 - Distribuição dos grupos de cor ou raça e sexo pelos ramos de at...
TEC 2010 06 - Distribuição dos grupos de cor ou raça e sexo pelos ramos de at...
 
Acompanhamento Conjuntural - Economia Brasileira - Outubro 2011
Acompanhamento Conjuntural - Economia Brasileira - Outubro 2011Acompanhamento Conjuntural - Economia Brasileira - Outubro 2011
Acompanhamento Conjuntural - Economia Brasileira - Outubro 2011
 
BLOG DE JAMILDO - Indicadores Industriais Fevereiro 2010
BLOG DE JAMILDO - Indicadores Industriais Fevereiro 2010BLOG DE JAMILDO - Indicadores Industriais Fevereiro 2010
BLOG DE JAMILDO - Indicadores Industriais Fevereiro 2010
 
Cap1 EsforçO
Cap1 EsforçOCap1 EsforçO
Cap1 EsforçO
 
BLOG DE JAMILDO - Veja os indicadores industriais de março de 2010
BLOG DE JAMILDO - Veja os indicadores industriais de março de 2010BLOG DE JAMILDO - Veja os indicadores industriais de março de 2010
BLOG DE JAMILDO - Veja os indicadores industriais de março de 2010
 
Sondagem Industrial | Março 2013 | Divulgação 18/04/2013
Sondagem Industrial | Março 2013 | Divulgação 18/04/2013Sondagem Industrial | Março 2013 | Divulgação 18/04/2013
Sondagem Industrial | Março 2013 | Divulgação 18/04/2013
 
Informe conjuntural jan mar 2012
Informe conjuntural jan mar 2012Informe conjuntural jan mar 2012
Informe conjuntural jan mar 2012
 
TEC 2010 04 - Indicadores de rendimento e desemprego
TEC 2010 04 - Indicadores de rendimento e desempregoTEC 2010 04 - Indicadores de rendimento e desemprego
TEC 2010 04 - Indicadores de rendimento e desemprego
 
Demanda agregada e a desaceleração do crescimento econômico brasileiro de 201...
Demanda agregada e a desaceleração do crescimento econômico brasileiro de 201...Demanda agregada e a desaceleração do crescimento econômico brasileiro de 201...
Demanda agregada e a desaceleração do crescimento econômico brasileiro de 201...
 
Informe Conjuntural | 1º Trimestre 2013
Informe Conjuntural | 1º Trimestre 2013Informe Conjuntural | 1º Trimestre 2013
Informe Conjuntural | 1º Trimestre 2013
 
Sondagem Industrial - junho 2011
Sondagem Industrial  - junho 2011Sondagem Industrial  - junho 2011
Sondagem Industrial - junho 2011
 
Política Macroeconômica, crescimento e distribuição de renda na Economia Bras...
Política Macroeconômica, crescimento e distribuição de renda na Economia Bras...Política Macroeconômica, crescimento e distribuição de renda na Economia Bras...
Política Macroeconômica, crescimento e distribuição de renda na Economia Bras...
 
Feasibility Studies
Feasibility StudiesFeasibility Studies
Feasibility Studies
 
Panorama semanal 31 05 10
Panorama semanal 31 05 10 Panorama semanal 31 05 10
Panorama semanal 31 05 10
 
Conjuntura Ma
Conjuntura MaConjuntura Ma
Conjuntura Ma
 
Revista SP Notíci
Revista SP NotíciRevista SP Notíci
Revista SP Notíci
 
DESINDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA: A relação entre a precoce perda de valor adic...
DESINDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA: A relação entre a precoce perda de valor adic...DESINDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA: A relação entre a precoce perda de valor adic...
DESINDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA: A relação entre a precoce perda de valor adic...
 

Destacado (9)

Política Econômica - Lincoln Gonçalves Fernandes - Membro do Conselho Temáti...
 Política Econômica - Lincoln Gonçalves Fernandes - Membro do Conselho Temáti... Política Econômica - Lincoln Gonçalves Fernandes - Membro do Conselho Temáti...
Política Econômica - Lincoln Gonçalves Fernandes - Membro do Conselho Temáti...
 
Gearman
GearmanGearman
Gearman
 
INEC | Fevereiro 2013
INEC | Fevereiro 2013INEC | Fevereiro 2013
INEC | Fevereiro 2013
 
Novidades Legislativas Nº80 - 05-12-2012
Novidades Legislativas Nº80 - 05-12-2012Novidades Legislativas Nº80 - 05-12-2012
Novidades Legislativas Nº80 - 05-12-2012
 
Indicadores Industriais | Dezembro 2012
Indicadores Industriais |  Dezembro 2012Indicadores Industriais |  Dezembro 2012
Indicadores Industriais | Dezembro 2012
 
TRESE by Budjette Tan
TRESE by Budjette TanTRESE by Budjette Tan
TRESE by Budjette Tan
 
Demostración de Conferenceware
Demostración de ConferencewareDemostración de Conferenceware
Demostración de Conferenceware
 
Sondagem Especial Terceirização | Julho de 2014 | Divulgação 14/08/2014
Sondagem Especial Terceirização | Julho de 2014 | Divulgação 14/08/2014Sondagem Especial Terceirização | Julho de 2014 | Divulgação 14/08/2014
Sondagem Especial Terceirização | Julho de 2014 | Divulgação 14/08/2014
 
SPIRAmir 2012 catalog
SPIRAmir 2012 catalogSPIRAmir 2012 catalog
SPIRAmir 2012 catalog
 

Similar a Informe conjuntural - Janeiro a março 2011

Boletim 41 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 41 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 41 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 41 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 39 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 39 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 39 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 39 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 51 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 51 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 51 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 51 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 31 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 31 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 31 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 31 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Acompanhamento Conjuntural - Dezembro 2011
Acompanhamento Conjuntural - Dezembro 2011Acompanhamento Conjuntural - Dezembro 2011
Acompanhamento Conjuntural - Dezembro 2011Sistema FIEB
 
Boletim 49 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 49 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 49 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 49 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Informe Conjuntural | 1º trimestre de 2014 | Divulgação 11/04/2014
Informe Conjuntural | 1º trimestre de 2014 | Divulgação 11/04/2014Informe Conjuntural | 1º trimestre de 2014 | Divulgação 11/04/2014
Informe Conjuntural | 1º trimestre de 2014 | Divulgação 11/04/2014Confederação Nacional da Indústria
 
Boletim 27 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 27 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 27 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 27 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Desoneração e os novos modelos de investimento, 25/10/2012 - Apresentação Fec...
Desoneração e os novos modelos de investimento, 25/10/2012 - Apresentação Fec...Desoneração e os novos modelos de investimento, 25/10/2012 - Apresentação Fec...
Desoneração e os novos modelos de investimento, 25/10/2012 - Apresentação Fec...FecomercioSP
 
Boletim 57 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 57 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 57 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 57 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 

Similar a Informe conjuntural - Janeiro a março 2011 (20)

Informe Conjuntural | Abril a junho 2012
Informe Conjuntural | Abril a junho 2012Informe Conjuntural | Abril a junho 2012
Informe Conjuntural | Abril a junho 2012
 
Informe conjuntural nº 16 dezembro 2011 versão final
Informe conjuntural nº 16 dezembro 2011  versão finalInforme conjuntural nº 16 dezembro 2011  versão final
Informe conjuntural nº 16 dezembro 2011 versão final
 
Economia brasileira 2011
Economia brasileira 2011Economia brasileira 2011
Economia brasileira 2011
 
Boletim 41 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 41 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 41 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 41 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 39 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 39 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 39 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 39 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Apresentação Informe Conjuntural 2º trimestre 2012
Apresentação Informe Conjuntural 2º trimestre 2012Apresentação Informe Conjuntural 2º trimestre 2012
Apresentação Informe Conjuntural 2º trimestre 2012
 
Relatório Sobre Acréscimos na Selic
Relatório Sobre Acréscimos na SelicRelatório Sobre Acréscimos na Selic
Relatório Sobre Acréscimos na Selic
 
PAC 2 ano 1
PAC 2 ano 1PAC 2 ano 1
PAC 2 ano 1
 
OE2011 Comunicado AEP,AIP,CIP
OE2011 Comunicado AEP,AIP,CIPOE2011 Comunicado AEP,AIP,CIP
OE2011 Comunicado AEP,AIP,CIP
 
Boletim 51 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 51 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 51 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 51 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 31 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 31 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 31 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 31 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Informe Conjuntural do 3º trimestre | Setembro 2012
Informe Conjuntural do 3º trimestre | Setembro 2012Informe Conjuntural do 3º trimestre | Setembro 2012
Informe Conjuntural do 3º trimestre | Setembro 2012
 
Acompanhamento Conjuntural - Dezembro 2011
Acompanhamento Conjuntural - Dezembro 2011Acompanhamento Conjuntural - Dezembro 2011
Acompanhamento Conjuntural - Dezembro 2011
 
Boletim 49 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 49 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 49 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 49 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Apresentação: Informe Conjuntural | 1º tri 2012
Apresentação: Informe Conjuntural | 1º tri 2012Apresentação: Informe Conjuntural | 1º tri 2012
Apresentação: Informe Conjuntural | 1º tri 2012
 
Informe Conjuntural | 1º trimestre de 2014 | Divulgação 11/04/2014
Informe Conjuntural | 1º trimestre de 2014 | Divulgação 11/04/2014Informe Conjuntural | 1º trimestre de 2014 | Divulgação 11/04/2014
Informe Conjuntural | 1º trimestre de 2014 | Divulgação 11/04/2014
 
Boletim 27 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 27 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 27 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 27 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Desoneração e os novos modelos de investimento, 25/10/2012 - Apresentação Fec...
Desoneração e os novos modelos de investimento, 25/10/2012 - Apresentação Fec...Desoneração e os novos modelos de investimento, 25/10/2012 - Apresentação Fec...
Desoneração e os novos modelos de investimento, 25/10/2012 - Apresentação Fec...
 
Boletim 57 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 57 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 57 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 57 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 

Más de Confederação Nacional da Indústria

Medo do Desemprego e Satisfação com a Vida - Janeiro 2015 | Divulgação 08/01/...
Medo do Desemprego e Satisfação com a Vida - Janeiro 2015 | Divulgação 08/01/...Medo do Desemprego e Satisfação com a Vida - Janeiro 2015 | Divulgação 08/01/...
Medo do Desemprego e Satisfação com a Vida - Janeiro 2015 | Divulgação 08/01/...Confederação Nacional da Indústria
 
Retratos da Sociedade Brasileira - Educação Básica - Dezembro 2014 | Divulgaç...
Retratos da Sociedade Brasileira - Educação Básica - Dezembro 2014 | Divulgaç...Retratos da Sociedade Brasileira - Educação Básica - Dezembro 2014 | Divulgaç...
Retratos da Sociedade Brasileira - Educação Básica - Dezembro 2014 | Divulgaç...Confederação Nacional da Indústria
 
Sondagem Indústria da Construção | Setembro 2014 | Divulgação 27/10/2014
Sondagem Indústria da Construção | Setembro 2014 | Divulgação 27/10/2014Sondagem Indústria da Construção | Setembro 2014 | Divulgação 27/10/2014
Sondagem Indústria da Construção | Setembro 2014 | Divulgação 27/10/2014Confederação Nacional da Indústria
 
Pesquisa sobre Resíduos Sólidos | Junho/Julho 2014 | Divulgação 20/08/2014
Pesquisa sobre Resíduos Sólidos | Junho/Julho 2014 | Divulgação 20/08/2014Pesquisa sobre Resíduos Sólidos | Junho/Julho 2014 | Divulgação 20/08/2014
Pesquisa sobre Resíduos Sólidos | Junho/Julho 2014 | Divulgação 20/08/2014Confederação Nacional da Indústria
 
Coeficientes de Abertura Comercial | Abril/ Junho 2014 | Divulgação 14/08/2014
Coeficientes de Abertura Comercial | Abril/ Junho 2014 | Divulgação 14/08/2014Coeficientes de Abertura Comercial | Abril/ Junho 2014 | Divulgação 14/08/2014
Coeficientes de Abertura Comercial | Abril/ Junho 2014 | Divulgação 14/08/2014Confederação Nacional da Indústria
 
Informe Conjuntural | 2º trimestre de 2014 | Divulgação 24/07/2014
  Informe Conjuntural | 2º trimestre de 2014 | Divulgação 24/07/2014  Informe Conjuntural | 2º trimestre de 2014 | Divulgação 24/07/2014
Informe Conjuntural | 2º trimestre de 2014 | Divulgação 24/07/2014Confederação Nacional da Indústria
 

Más de Confederação Nacional da Indústria (20)

Apresentação Lee - Etapa nacional
Apresentação Lee - Etapa nacionalApresentação Lee - Etapa nacional
Apresentação Lee - Etapa nacional
 
Medo do Desemprego e Satisfação com a Vida - Janeiro 2015 | Divulgação 08/01/...
Medo do Desemprego e Satisfação com a Vida - Janeiro 2015 | Divulgação 08/01/...Medo do Desemprego e Satisfação com a Vida - Janeiro 2015 | Divulgação 08/01/...
Medo do Desemprego e Satisfação com a Vida - Janeiro 2015 | Divulgação 08/01/...
 
Retratos da Sociedade Brasileira - Educação Básica - Dezembro 2014 | Divulgaç...
Retratos da Sociedade Brasileira - Educação Básica - Dezembro 2014 | Divulgaç...Retratos da Sociedade Brasileira - Educação Básica - Dezembro 2014 | Divulgaç...
Retratos da Sociedade Brasileira - Educação Básica - Dezembro 2014 | Divulgaç...
 
INEC | Novembro 2014 | Divulgação 28/11
INEC | Novembro 2014 | Divulgação 28/11INEC | Novembro 2014 | Divulgação 28/11
INEC | Novembro 2014 | Divulgação 28/11
 
Sondagem Indústria da Construção | Setembro 2014 | Divulgação 27/10/2014
Sondagem Indústria da Construção | Setembro 2014 | Divulgação 27/10/2014Sondagem Indústria da Construção | Setembro 2014 | Divulgação 27/10/2014
Sondagem Indústria da Construção | Setembro 2014 | Divulgação 27/10/2014
 
Sondagem industrial | Setembro 2014 | Divulgação 23/10/2014
Sondagem industrial | Setembro 2014 | Divulgação 23/10/2014Sondagem industrial | Setembro 2014 | Divulgação 23/10/2014
Sondagem industrial | Setembro 2014 | Divulgação 23/10/2014
 
ICEI | Outubro 2014 | Divulgação 15/10/2014
ICEI | Outubro 2014 | Divulgação 15/10/2014ICEI | Outubro 2014 | Divulgação 15/10/2014
ICEI | Outubro 2014 | Divulgação 15/10/2014
 
Indicadores Industriais | Agosto 2014 | Divulgação 01/10/2014
 Indicadores Industriais | Agosto 2014 | Divulgação 01/10/2014 Indicadores Industriais | Agosto 2014 | Divulgação 01/10/2014
Indicadores Industriais | Agosto 2014 | Divulgação 01/10/2014
 
INEC | Setembro 2014 | Divulgação 29/9/2014
INEC | Setembro 2014 | Divulgação 29/9/2014INEC | Setembro 2014 | Divulgação 29/9/2014
INEC | Setembro 2014 | Divulgação 29/9/2014
 
Sondagem Industrial | Agosto 2014 | Divulgação 18/09/2014
 Sondagem Industrial | Agosto 2014 | Divulgação 18/09/2014 Sondagem Industrial | Agosto 2014 | Divulgação 18/09/2014
Sondagem Industrial | Agosto 2014 | Divulgação 18/09/2014
 
CNI-Ibope | Setembro 2014 | Divulgação 12/09/2014
CNI-Ibope | Setembro 2014 | Divulgação 12/09/2014CNI-Ibope | Setembro 2014 | Divulgação 12/09/2014
CNI-Ibope | Setembro 2014 | Divulgação 12/09/2014
 
Indicadores Industriais | Julho 2014 | Divulgação 04/09/2014
Indicadores Industriais | Julho 2014 | Divulgação 04/09/2014Indicadores Industriais | Julho 2014 | Divulgação 04/09/2014
Indicadores Industriais | Julho 2014 | Divulgação 04/09/2014
 
Cartilha - Escolha Profissões da Indústria
Cartilha - Escolha Profissões da Indústria Cartilha - Escolha Profissões da Indústria
Cartilha - Escolha Profissões da Indústria
 
Pesquisa sobre Resíduos Sólidos | Junho/Julho 2014 | Divulgação 20/08/2014
Pesquisa sobre Resíduos Sólidos | Junho/Julho 2014 | Divulgação 20/08/2014Pesquisa sobre Resíduos Sólidos | Junho/Julho 2014 | Divulgação 20/08/2014
Pesquisa sobre Resíduos Sólidos | Junho/Julho 2014 | Divulgação 20/08/2014
 
ICEI | Agosto 2014 | Divulgação 18/08/2014
ICEI | Agosto 2014 | Divulgação 18/08/2014ICEI | Agosto 2014 | Divulgação 18/08/2014
ICEI | Agosto 2014 | Divulgação 18/08/2014
 
Coeficientes de Abertura Comercial | Abril/ Junho 2014 | Divulgação 14/08/2014
Coeficientes de Abertura Comercial | Abril/ Junho 2014 | Divulgação 14/08/2014Coeficientes de Abertura Comercial | Abril/ Junho 2014 | Divulgação 14/08/2014
Coeficientes de Abertura Comercial | Abril/ Junho 2014 | Divulgação 14/08/2014
 
Indicadores Industriais | Junho 2014 | Divulgação 05/08/2014
Indicadores Industriais | Junho 2014 | Divulgação 05/08/2014Indicadores Industriais | Junho 2014 | Divulgação 05/08/2014
Indicadores Industriais | Junho 2014 | Divulgação 05/08/2014
 
INEC | Julho 2014 | Divulgação 31/07/2014
INEC | Julho 2014 | Divulgação 31/07/2014INEC | Julho 2014 | Divulgação 31/07/2014
INEC | Julho 2014 | Divulgação 31/07/2014
 
Apresentação | Propostas da Indústria para as Eleições 2014
Apresentação | Propostas da Indústria para as Eleições 2014Apresentação | Propostas da Indústria para as Eleições 2014
Apresentação | Propostas da Indústria para as Eleições 2014
 
Informe Conjuntural | 2º trimestre de 2014 | Divulgação 24/07/2014
  Informe Conjuntural | 2º trimestre de 2014 | Divulgação 24/07/2014  Informe Conjuntural | 2º trimestre de 2014 | Divulgação 24/07/2014
Informe Conjuntural | 2º trimestre de 2014 | Divulgação 24/07/2014
 

Informe conjuntural - Janeiro a março 2011

  • 1. INFORME CONJUNTURAL Informativo da Confederação Nacional da Indústria Ano 27 Número 01 janeiro/março de 2011 www.cni.org.br A economia Inflação e câmbio exigem nova postura brasileira no primeiro da política fiscal trimestre de 2011 Crescimento do PIB em 2011 A inflação em alta, a moderação no crescimento A circunstância atual de crescente pressão cai à metade de 2010 e a continuidade da forte entrada de recursos de custos exige uma postura fiscal Pág. 2 externos dão novo tom à conjuntura no primeiro rigorosa. Na sua ausência, esse papel trimestre de 2011. Esse cenário altera o foco da caberá integralmente à política monetária, Ritmo de contratação política econômica, que necessariamente deverá exacerbando a valorização da moeda brasileira perde força dar maior atenção à trajetória da inflação. e penalizando ainda mais o setor produtivo. As Pág. 4 medidas de restrição à entrada de recursos Formalizada nos instrumentos legais de indexação externos têm sido insuficientes para conter o ainda vigentes e na prática de renegociação de Coordenação de políticas processo de valorização. preços contratados, a memória inflacionária exis- definirá inflação do ano tente na economia brasileira aponta para riscos. Portanto, o eixo principal do esforço de Pág. 6 Aceitar um período longo de inflação próxima convergência da inflação para sua meta ao topo da meta reaviva essa memória, o que deverá ser a política fiscal. Os compromissos Governo Federal reverte o implicará em um maior custo futuro em termos com a meta fiscal precisam ser mais explícitos caráter expansionista da de redução do crescimento. e compatíveis com esse esforço. Do contrário, política fiscal o ônus recairá sobre o setor produtivo. A Pág. 8 A indústria se encontra sob pressão de custos redução do ritmo de crescimento do PIB relevantes que não derivam apenas dos choques em 2011, que será menos que a metade do Valorização inevitável externos, como a alta das commodities. Nos registrado em 2010, é um alerta que não pode em um cenário de alta últimos quatro anos, o salário médio industrial ser desconsiderado. liquidez e juros elevados em dólares – custo relevante para comparações Pág. 10 de competitividade – aumentou 46%. Variação semelhante ocorreu com o salário mínimo. Evolução da taxa e do movimento de câmbio O forte crescimento econômico brasileiro se Taxa de câmbio nominal em R$/US$ e saldo do movimento de câmbio em US$ bilhões traduziu em uma economia de pleno emprego, Entrada de moeda no 1º trimestre de 2011 é recorde com a crescente percepção de escassez de mão de obra, em especial nas categorias mais qua- 14,0 3,50 lificadas. Essa situação provoca alta dos custos 12,0 salariais sem aumento da produtividade, com for- 3,00 te reflexo na inflação (em especial, nos serviços e 10,0 produtos non-tradables). A pressão inflacionária é 8,0 2,50 menor na manufatura, por força da forte competi- 6,0 ção com importados, mas é também crescente. 2,00 4,0 É sobre as pressões de origem interna que a 2,0 política econômica pode e deve atuar. A alta 1,50 de custos acima do aumento da produtividade - mar/10 mar/11 mar/04 mar/05 mar/06 mar/07 mar/08 causa inflação ou reduz a rentabilidade de 1,00 mar/09 (2,0) projetos de investimento. A consequência é a perda de competitividade – já ameaçada pela (4,0) 0,50 valorização do câmbio – e a redução no ritmo de (6,0) crescimento. A experiência mostra que o ciclo (8,0) - virtuoso de crescimento deve ser ancorado na elevação da produtividade, que reflete o uso mais Movimento de câmbio contratado (esquerda) Taxa de câmbio R$/US$ (direita) eficiente dos recursos. Fonte: Banco Central
  • 2. Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011 atividade econômica Crescimento do PIB em 2011 cai à metade de 2010 O PIB deverá crescer 3,5% em 2011, Em janeiro de 2011, a produção cresceu 6,9% frente ao mês anterior. o que representa uma taxa muito industrial dessazonalizada (PIM-PF/ O resultado desse indicador foi, como inferior à registrada em 2010, de IBGE) aumentou 0,2% na comparação na produção industrial, influenciado 7,6%. A economia brasileira mostra com o mês anterior, mesmo após pela ausência do carnaval no mês. sinais diferenciados na evolução dos dois meses seguidos de queda. setores produtivos nesse início de Em fevereiro houve forte alta (de Se, por um lado, o efeito carnaval ano. Enquanto o setor de serviços 1,9%) do indicador, na mesma impulsionou o crescimento das (que engloba o comércio varejista) base de comparação, destoando vendas e da produção industrial em continua com maior dinamismo, a do comportamento da indústria fevereiro, por outro, os indicadores indústria de transformação enfrenta nos últimos meses. O resultado de de março deverá mostrar queda pelo dificuldade para crescer. fevereiro deve ser analisado com mesmo motivo, devolvendo parte da cautela, pois mesmo considerando o alta registrada em fevereiro. Dessa Essa perda de ritmo ocorre desde maior número de dias úteis no mês, forma, a atividade industrial voltaria a o segundo semestre de 2010. O os modelos de dessazonalização mostrar um comportamento moderado crescimento de 0,7% do PIB (Contas (quaisquer que sejam) têm dificuldade nos próximos meses. Nacionais/IBGE) referente ao quarto de computar a ausência do carnaval trimestre de 2010 só não foi menor Câmbio valorizado leva com precisão. porque o PIB de serviços cresceu a descompasso entre 1,0% frente ao trimestre anterior. O faturamento real da indústria vendas e produção na Esse foi o único setor que se expandiu de transformação (Indicadores indústria naquele período, enquanto que a Industriais CNI) recuou 1,2% (dado indústria e a agropecuária recuaram dessazonalizado) em janeiro de 2011, O maior avanço das vendas frente 0,3% e 0,8%, respectivamente, na comparativamente a dezembro de à expansão da produção industrial mesma base de comparação. 2010. Em fevereiro, o faturamento se dá pelo vazamento de parte da demanda interna para o mercado Evolução da produção industrial, vendas da indústria, vendas do comércio e índice de externo. O forte crescimento das atividade econômica (IBC-BR) importações e a continuidade Base jan/10 = 100 da pressão competitiva sobre os produtos brasileiros nos mercados Produção industrial não acompanha crescimento das vendas do setor externos, e no próprio mercado 114 doméstico, seguem intensas com a continuidade da valorização da moeda 112 brasileira. 110 Uma vez que os estoques de produtos industriais se encontram 108 relativamente ajustados (Sondagem 106 Industrial CNI), a diferença no ritmo de expansão dos indicadores 104 de vendas e produção pode estar ocorrendo pela maior composição 102 de importados (insumos) na cadeia produtiva da própria indústria 100 doméstica. 98 jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10dez/10 jan/11 fev/11 Após crescer 11,6% em 2010, a indústria da construção civil também IBC-BR Vendas da indústria Vendas do comércio Produção industrial mostra menor dinamismo. Segundo Fonte: CNI, Banco Central e IBGE 2
  • 3. Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011 dados da Sondagem Industrial da famílias está baseada nas medidas Contribuição negativa do Construção Civil (CNI), a atividade macroprudenciais implantadas pelo setor externo no PIB será do setor em fevereiro passou a ficar Banco Central, pelo aumento da taxa menor em 2011 de acordo com o usual para o mês de juros e pela elevação do IOF de (indicador em 50,1 pontos) pela 1,5% para 3,0% ao ano para operações O PIB deverá crescer entre 1,0% e primeira vez desde dezembro de de crédito para pessoa física. 1,2% no primeiro trimestre de 2011 2009, início da série histórica. Esse frente ao trimestre anterior. Apesar comportamento destoa do registrado Somado a isso, apesar de o mercado de a economia crescer mais no no passado, quando o indicador de de trabalho continuar mostrando bom primeiro trimestre de 2011 do que atividade em relação à usual para o desempenho, o ritmo de contratação já mostra perda de ritmo, uma vez no quarto trimestre de 2010, esse mês ficou sistematicamente acima ritmo não se manterá nos próximos de 50 pontos – o que representa que os investimentos crescem em menor intensidade. Nesse sentido, a trimestres, de maneira a acumular atividade acima do usual para o uma expansão de 3,5% do PIB frente período. estimativa da CNI é que o consumo das famílias avance a uma taxa de ao ano passado. PIB da indústria deverá 4,5% em 2011. Com uma demanda interna crescer apenas 2,8% A formação bruta de capital fixo crescendo menos, a contribuição em 2011 (FBKF – Contas Nacionais/IBGE) negativa do setor externo no PIB cresceu 0,6% no quarto trimestre (-1,3 pontos percentuais) deverá ser Agregando os quatro setores da de 2010, o que representa a quinta a metade em 2011 do que foi em indústria, a expectativa da CNI é de desaceleração seguida do indicador. 2010. A menor contribuição será um lento crescimento no decorrer de Mesmo que os investimentos resultado da maior desaceleração 2011, a ponto de o indicador de PIB voltem a aumentar de forma mais das importações (estimativa de industrial superar o patamar pré-crise intensa nos próximos trimestres, crescimento de 19,0%) do que somente entre o segundo e o terceiro a expectativa da CNI é de uma das exportações (estimativa de trimestre do ano. Ou seja, a indústria expansão de 9,0% da FBKF em 2011 expansão de 9,2%). perdeu mais de dois anos com a frente ao ano anterior. crise internacional. Nesse cenário, o PIB industrial crescerá 2,8% frente a 2010, o que representa uma taxa Estimativa para PIB - Variação percentual e contribuição dos componentes no PIB de expansão muito próxima à média anual registrada nos últimos 10 anos 2011 (de 2,9%). Componentes do PIB Taxa de Contribuição crescimento (%) (p,p,) Mesmo com a moderação da Ótica da Consumo das famílias 4,5 2,7 atividade industrial, o índice de demanda Consumo do governo 2,8 0,6 atividade econômica do Banco Central FBKF 9,0 1,7 (IBC-BR) registrou crescimento de Exportações 9,2 1,0 (-) importações 19,0 -2,3 0,7% em janeiro frente a dezembro de 2010. Em fevereiro, a expansão Ótica da Agropecuária 3,8 0,2 foi de 0,3%, menor que no mês oferta Indústria 2,8 0,7 anterior. O cenário traçado pela CNI Indústria extrativa 4,5 0,1 contempla um ritmo de expansão da Indústria de transformação 2,0 0,3 atividade econômica mais moderado Construção civil 3,5 0,2 nos próximos meses, à medida SIUP 4,0 0,1 que o consumo das famílias não Serviços 3,8 2,6 deverá manter o comportamento de PIB pm 3,5 aceleração da expansão. A desaceleração da taxa de crescimento do consumo das 3
  • 4. Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011 emprego e renda Ritmo de contratação perde força Taxa de desemprego média anual continua em queda Após o intenso ritmo de contratação serviços a empresas (5,5% frente Grau de formalidade em 2010, o mercado de trabalho segue ao mesmo mês do ano anterior), atinge 60% da ocupação a menor atividade econômica e gera sendo seguido pela indústria de menos vagas. O fato positivo nesse transformação (3,2%) e administração A ocupação formal metropolitana cenário é que a formalização da mão pública (2,8%). O comércio registrou aumentou a proporção no total a de obra continua ocorrendo, o que, expansão de 0,5% do número de despeito do menor crescimento do somada às negociações salariais acima vagas no mesmo período. emprego. O grau de formalidade da inflação, gera ganhos na massa segue em trajetória de alta desde salarial real do trabalhador. Embora a atividade industrial mostre janeiro de 2010. Esse indicador dificuldade para crescer, o setor con- – que é calculado pela soma dos O emprego metropolitano (PME/IBGE) tinua empregando. De acordo com os trabalhadores com carteira, militares atingiu o maior ritmo de crescimento Indicadores Industriais CNI, nos últimos e estatutários sob o total da ocupação dos últimos seis anos em abril de 19 meses, o emprego na indústria de – ultrapassou o patamar de 60% 2010 (4,3%), na comparação com o transformação só recuou uma vez, na em fevereiro de 2011 pela primeira mesmo mês do ano anterior. Após esse vez na série histórica do IBGE. A comparação com o mês anterior. Em período, o indicador iniciou a trajetória proporção de empregos formais no fevereiro o ritmo de crescimento foi de desaceleração. Em fevereiro de total da ocupação cresceu 10 pontos moderado (0,4%) na comparação com 2011, o emprego expandiu-se 2,4% percentuais nos últimos 6 anos. dezembro de 2010 (dado dessazonaliza- frente ao mesmo mês do ano anterior. do). Entretanto, na comparação com o O emprego formal no acumulado em O setor que mais aumentou o mesmo mês do ano anterior, a variação 12 meses aumentou em 2 milhões em emprego em fevereiro foi o de do emprego foi de 4,1%. fevereiro (CAGED/MTE). A indústria – considerando as indústrias extrativa, de transformação, construção civil Grau de formalidade e serviços de utilidade pública – Percentual sobre o total da ocupação representou 36% de toda a criação Formalização da mão de obra continua aumentando ao de empregos formais no Brasil nesse ritmo de 2010 período. Ressalte-se que assim como o emprego total metropolitano medido 60,5 pela PME/IBGE, o emprego formal 60,0 medido pelo CAGED também mostra 59,5 2011 perda de ritmo de crescimento. 59,0 Taxa de desemprego 58,5 média anual de 6,0% 2010 58,0 em 2011 57,5 Embora o emprego cresça em 57,0 menor intensidade, a população 2009 56,5 economicamente ativa (PEA) – ou força de trabalho – também cresce 56,0 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez menos. Em fevereiro, a PEA avançou 1,3% frente ao mesmo mês do ano Fonte: IBGE. Cálculo: CNI 4
  • 5. Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011 anterior, quase a metade da velocidade do comércio e de serviços ficou As negociações salariais deverão de crescimento do emprego. Esse acima da inflação em 2010, medida se manter positivas em 2011, que descompasso garante a queda da taxa pelo INPC/IBGE. Essa foi a maior aliadas a um cenário de aumento de desemprego média anual. proporção de toda a série histórica do emprego, garantem desempenho da pesquisa, iniciada há 15 anos. positivo do consumo das famílias. O aumento da taxa de desemprego de dezembro de 2010 (5,3%) para fevereiro de 2011 (6,4%) é sazonal. Taxa de desemprego Esse indicador deverá ficar oscilando Em % da PEA ainda acima de 6,0% até o segundo Menor procura por emprego manterá queda da taxa de desemprego trimestre do ano para então voltar a média anual recuar, de forma a atingir taxa inferior a 5,0% em dezembro de 2011. Se 10 essas estimativas forem confirmadas, a taxa de desemprego média de 2011 9 2009 será de 6,0%. 8 O cenário da CNI para a queda da 2010 taxa de desemprego média anual está 7 baseado na continuação da expansão 2011 do emprego em ritmo acima da entrada 6 de novas pessoas no mercado de 5 trabalho à procura de emprego. A PEA cresce em taxa inferior ao emprego há 4 mais de três anos. jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Fonte: IBGE. Estimativas CNI Reajuste salarial acima da inflação e aumento do emprego impulsionam massa salarial real Massa salarial real habitualmente recebida pelo trabalho principal Embora o ritmo de expansão da massa Variação frente ao mesmo mês do ano anterior salarial real perca força em 2011, o crescimento dessa variável ainda Mesmo com perda de dinamismo, massa salarial ainda cresce acima se mostra intenso. A massa salarial da expansão do PIB habitualmente recebida do trabalho 12 principal cresceu 6,1% em fevereiro frente ao mesmo mês do ano anterior. 10 A variação desse indicador perde intensidade desde outubro de 2010, 8 quando o crescimento foi de 10,1% na 6 mesma base de comparação. Mesmo com a desaceleração da taxa 4 de crescimento, a variação da massa salarial deverá manter-se positiva. 2 Segundo dados do Dieese, 89% dos 0 reajustes salariais de 700 unidades de jan/09 mai/09 set/09 jan/10 mai/10 set/10 jan/11 fev/11 negociação dos setores da indústria, Fonte: IBGE, cálculo: CNI 5
  • 6. Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011 inflação, juros e crédito Coordenação de políticas definirá inflação do ano Elevação dos preços dos serviços deteriora cenário inflacionário O cenário para a inflação em 2011 mu- de alimentos. Os preços dos serviços principalmente em função de condições dou sensivelmente nos últimos meses. apresentam média do acumulado em de demanda externa, e por caracterís- A alta nos preços não se mostrou como 12 meses de 6,3% a.a. (desde junho de ticas sazonais que afetaram o preço um problema até meados de 2010. 2007). Esse acumulado pouco variou no internacional das commodities. Já de Contudo, o movimento do início de 2011 período recente e sustenta o IPCA em janeiro a março de 2011, os preços dos comprometeu o cumprimento da meta um patamar elevado, uma vez que seu alimentos começaram a desacelerar. de inflação de 4,5% ao ano (a.a.). peso no IPCA é de 25%. O IPCA, tanto em janeiro como em Os preços administrados e dos produtos Os preços dos alimentos apresentaram fevereiro, ficou em torno dos 6% a.a., industriais pouco contribuem para a alta volatilidade no período. Apesar de elevando-se a 6,3% a.a. em março. Con- manutenção do IPCA (índice que baseia a média do acumulado em 12 meses tudo, um ponto deve ser destacado no a meta de inflação) em patamares ser de 8,5% a.a. (desde junho de 2007), movimento desses meses: a influência elevados. De junho de 2007 a março de esse indicador chegou a alcançar o má- no índice por conta dos alimentos, mais 2011, a média do acumulado em 12 me- ximo de 15,8% a.a. em junho de 2008, voláteis, foi substituída pela elevação no ses dos administrados (3,3% a.a.) e dos e a cair ao mínimo de 3,2% a.a. em índice dos serviços. Em março, a inflação industriais (3,1% a.a.) situam-se abaixo dezembro de 2009. Seu peso no IPCA dos serviços acumula 8,5% a.a., superior do centro da meta de 4,5% a.a.. é de 23,4%, carregando a volatilidade ao seu nível médio, e alcançando o acu- para o índice total. mulado dos alimentos (8,7% a.a.). Nos últimos anos, o nível do IPCA foi definido pela evolução dos preços de Os preços dos alimentos vinham A alta nos preços de serviços se deu em serviços, com a volatilidade do índice apresentando tendência de alta desde função de três pontos: (i) o bom desem- determinada pela variação dos preços o fim de 2010. Esse movimento se deu penho da demanda interna; (ii) a falta de trabalhador qualificado no mercado, que eleva os preços dos serviços prestados IPCA por grupos por esses profissionais; e (iii) a alta Percentual acumulado em 12 meses quantidade de preços atrelados a índices Preços dos serviços em elevação no início do ano de inflação, como aluguel (o IGP-M, que é utilizado para reajustes dos aluguéis, 16 acumulou 11,3% de alta em 2010) e 14 educação. Esse tipo de alta leva tempo a arrefecer, o que deverá manter o IPCA em 12 um nível elevado por um longo período. 10 De uma forma geral, a expectativa é de 8 que os preços dos produtos industriais continuem abaixo da meta, principal- 6 mente em função da âncora cambial 4 (câmbio valorizado torna os importados mais baratos, ampliando a concorrência 2 por preços com os nacionais) e pela 0 capacidade de ampliação da oferta mar/08 jul/08 nov/08 mar/09 jul/09 nov/09 mar/10 jul/10 nov/10 mar/11 desses produtos (via investimentos). Os preços ao produtor (IPA-OG-M/FGV) Administrados Industriais Alimentação Serviços IPCA se aceleraram desde o meio de 2010, Fonte: IBGE Elaboração: CNI mas praticamente não houve repasse ao 6
  • 7. Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011 produto final. Nos últimos meses esse Taxas de juros às pessoas físicas e jurídicas índice parou de acelerar, comportamen- Percentual ao ano to que deverá ser seguindo pela parcela Taxas se elevam em 2011 com medidas de desaceleração do crédito de produtos industriais do IPCA. 59 39 Os preços administrados devem apre- sentar elevação maior que em 2010, em função de um alto grau de indexação. 54 34 Os alimentos devem continuar em alta durante o ano, mas de forma menos intensa que em 2010. Os serviços apre- 49 29 sentarão aumento nos preços de forma mais forte, persistente até o fim do ano. Assim, a estimativa da CNI é de que o 44 24 IPCA termine 2011 em 6% a.a.. Coordenação de políticas 39 19 deve ser prioridade fev/08 jun/08 out/08 fev/09 jun/09 out/09 fev/10 jun/10 out/10 fev/11 A inflação projetada para os meses que Pessoa física (esquerda) Pessoa jurídica (direita) seguem até o fim do ano não reflete um Fonte: Banco Central cenário benigno. Medidas de ajuste são essenciais, mas devem fugir do controle menos expansionista, insuficiente para passando de 25,5% a.a. no fim de 2009 unicamente via elevação dos juros. adequar a inflação dentro da meta sem para 27,9 % a.a. em dezembro de 2010. O novo Governo sinaliza para a neces- elevação da Selic. Sob esse cenário, a Contudo, só nos dois primeiros meses sidade e intenção de adotar medidas CNI estima que a Selic termine o ano de 2011 o salto foi maior do que todo macroprudenciais alternativas. Algumas em 12,50% a.a., com taxa real de juros o ano de 2010: em fevereiro, a taxa já foram colocadas em prática, como de 5,4% a.a.. alcançou 30,6 % a.a., um aumento de a imposição de restrições ao crédito 2,7 pontos percentuais (p.p.). via depósitos compulsórios e impostos Medidas de contenção do Nos empréstimos à pessoa física, as regulatórios (IOF). Seus efeitos são de- crédito elevam taxas de altas de 2011 reverteram tendência de fasados e ainda pouco observados em juros queda observada durante todo o ano termos da trajetória de inflação. A maior As medidas macroprudenciais de passado (a taxa de juros caiu 2,1 p.p. contribuição da política fiscal é essen- elevação do requerimento de capital para entre dezembro de 2009 e de 2010). A cial para uma política macroeconômica operações de crédito às pessoas físicas alta nos juros em 2011, até fevereiro, é menos danosa ao crescimento. e dos compulsórios começaram a surtir de 3,2 p.p.. Nesse sentido, a medida mais impor- efeito sobre o mercado de crédito. Se por Para os próximos meses, essa elevação tante é a redução dos gastos correntes um lado as concessões de empréstimos nas taxas praticadas deverá resultar em governamentais. A prática de medi- ainda mantêm-se altas – novas conces- uma taxa de expansão da concessão das pontuais e a efetividade do corte sões às pessoas físicas em fevereiro de de crédito menos intensa do que a orçamentário anunciado (R$ 50 bilhões) 2011 foram 22% superiores ao mesmo observada atualmente. Essas medidas podem proporcionar um cenário mais mês do ano passado, e às pessoas têm efeito defasado, e ainda não obser- favorável para a inflação. É necessário, jurídicas quase 10% maiores –, as taxas vado diretamente sobre o nível geral de então, garantir que essa readequação de juros praticadas já se elevaram. preços. Contudo, tendem a contribuir orçamentária seja posta em prática. As taxas dos empréstimos às pessoas para um cenário de combate à inflação Contudo, o que se deve observar na prá- jurídicas já vinham em processo de com menor necessidade de elevação tica é a execução de uma política fiscal elevação durante todo o ano de 2010, dos juros básicos. 7
  • 8. Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011 política fiscal Governo Federal reverte o caráter expansionista da política fiscal Porém, estados e municípios vão na direção contrária e aceleram o ritmo de aumento das despesas A política fiscal do Governo Federal em to elevado. Em janeiro e fevereiro de 2011 período do ano anterior. Já as despesas com 2011 deve contribuir para o controle do houve crescimento de 9,2% das despesas pessoal tiveram aumento real de 4,6%, na ritmo de crescimento da atividade econômi- do Governo Federal, em termos reais, com mesma base de comparação. ca, dado que a elevação das despesas deve relação ao mesmo período do ano anterior. ficar abaixo do esperado para a economia. Os governos regionais, que vêm mantendo O aumento das despesas não deteriorou A CNI espera um aumento real de 2,6% nas uma política fiscal expansionista, aumenta- os resultados primários, embora continue despesas federais, contra um crescimento ram os gastos em 10,8%, na mesma base impulsionando a atividade econômica e real do PIB de 3,5% em 2011. de comparação. dificultando o controle da inflação. A melhora dos resultados primários ocorreu em função Por outro lado, os governos regionais As despesas de custeio e capital foram do crescimento das receitas, que mais do devem ir na direção contrária e manter um as que mais contribuíram para o aumento que compensou a expansão das despesas. ritmo de expansão das despesas muito dos gastos federais e alcançaram taxa de acima do crescimento do PIB. Assim, crescimento de 16,6% no primeiro bimestre No Governo Federal, a receita líquida apre- torna-se difícil mensurar a contribuição de 2011, quando comparada ao mesmo sentou aumento real de 11,1% nos primeiros da política fiscal para o controle do ritmo período do ano anterior. dois meses de 2011, com relação ao mesmo de expansão da atividade econômica e, período de 2010. Esse resultado indica ace- consequentemente, da inflação. Entre os demais itens que compõem as leração em relação a 2010, quando a receita despesas primárias federais, os gastos líquida cresceu 10,1% – excluído o efeito da Apesar das expectativas de redução das com previdência apresentaram cresci- capitalização da Petrobras. despesas primárias federais, o primeiro mento real de 5,8% no primeiro bimestre bimestre apresentou um nível de gasto mui- de 2011, na comparação com o mesmo Para estados e municípios, estima-se um crescimento real das receitas de 13,7% até fevereiro, na comparação com o mesmo Crescimento real das despesas do Governo Federal e do PIB período de 2010. O grande responsável por Percentual do PIB esse resultado foi a elevação nas transfe- Despesas primárias do Governo Federal terão crescimento real menor rências da União (25,6%). Esse aumento do que o do PIB após dois anos de forte expansionismo fiscal expressivo ocorreu principalmente em função da arrecadação do IPI de automó- 12,0 veis (término da redução temporária das alíquotas, a partir do fim de março de 2010), 10,0 bem como pelo aumento da arrecadação do 8,0 IRPJ. Além disso, a expansão de 7,9% do recolhimento de ICMS também contribuiu 6,0 para esse aumento das receitas. 4,0 Resultados fiscais melhoram 2,0 no primeiro bimestre de 2011 A evolução das receitas e despesas no 0,0 primeiro bimestre de 2011 elevou o superávit 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011* -2,0 primário de 2,14%, até dezembro de 2010, PIB Despesas para 2,20% do PIB (R$ 81,7 bilhões), no acu- -4,0 mulado pelo Governo Federal e suas estatais Fonte: Tesouro Nacional e IBGE - Elaboração e projeção para 2011: CNI nos últimos 12 meses (até fevereiro). Deflator: IPCA 8
  • 9. Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011 No caso dos governos regionais e suas Evolução da Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) estatais, o crescimento da receita também Percentual do PIB garantiu uma melhora no resultado primá- Elevação de 0,5 ponto percentual do PIB no déficit nominal não rio, que passou de 0,64%, em dezembro de 2010, para 0,71% do PIB nos últimos 12 impede pequena queda do endividamento público meses encerrados em fevereiro deste ano. 65 Ritmo de alta das despesas do Governo Federal deve 55 cair até o fim do ano O ritmo de crescimento das despesas do Governo Federal deve cair significati- vamente durante o ano, se comparado 45 àquele observado no primeiro bimestre de 2011 e também ao registrado em 2010. O contingenciamento de R$ 36 bilhões em despesas discricionárias e os 35 R$ 14 bilhões em despesas obrigatórias 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011* que não serão efetivadas – como, por Fonte: Banco Central do Brasil *Elaboração e Projeção para 2011: CNI exemplo, a não contratação de novos servidores públicos – apontam para um promover novo contingenciamento de bilhões depende da redução do ritmo de crescimento real de 2,6% nas despesas despesas em torno de R$ 11,0 bilhões. crescimento dos gastos. Enquanto não fica federais em 2011. mais claro o comportamento de estados Entretanto, mantemos a previsão de e municípios com relação às despesas, Por outro lado, também é esperada uma superávit de R$ 70,5 bilhões, dada a mantemos a previsão de cumprimento redução no ritmo de expansão da receita grande dificuldade de contingenciar R$ da meta. Assim, o superávit primário líquida. O forte crescimento real obtido no 11,0 bilhões, uma vez que o montante de projetado para o setor público consolidado primeiro bimestre deve perder força ao despesas orçamentárias ainda passíveis em 2011 é de R$ 106,6 bilhões (2,7% do longo do ano. Isso deve ocorrer à medida de contingenciamento é de apenas R$ PIB projetado pela CNI), abaixo da meta de que o fim das desonerações tributárias 52,0 bilhões. Isto porque a base contin- R$ 117,9 bilhões (2,95% do PIB). que vigoravam em 2010 e o aumento da genciável original da Lei Orçamentária lucratividade das empresas deixem de Anual de R$ 88,0 bilhões já foi reduzida Esse resultado esperado para o superávit provocar aumentos significativos em rela- em R$ 36,0 bilhões. primário significa uma queda em relação ção à arrecadação do mesmo período do ao resultado de 2010 (2,8% do PIB). Essa ano anterior. Assim, projetamos aumento Embora de difícil execução, a realização queda, aliada à expectativa de maiores real de 5,2% para a receita líquida do desse novo contingenciamento por parte do despesas com juros – que passariam de Governo Federal. Governo Federal seria um passo importante 5,3% para 5,7% do PIB –, leva a um au- no sentido de tornar mais contracionista a mento significativo do déficit nominal, que Cabe ressaltar que nas projeções de sua política fiscal, pois reduziria a 0,9% o passa de 2,55%, em 2010, para 3,05% do aumento de despesas e receitas foram crescimento real das despesas em 2011, PIB, em 2011. retirados os efeitos que o processo de capi- com relação a 2010. talização da Petrobras provocou em 2010. Essa elevação do déficit nominal, no entanto, Com relação aos demais componentes não se converterá em aumento da relação Nesse cenário, o superávit primário estima- do resultado primário do setor público Dívida Líquida/PIB em função do crescimento do para o Governo Federal deve ser de R$ consolidado, acreditamos que as estatais do PIB nominal, impulsionado pelo aumento 70,5 bilhões, contra uma meta de R$ 81,8 federais devem registrar equilíbrio entre da inflação. Dessa forma, projetamos uma bilhões – sem o desconto de despesas despesas e receitas primárias. Já para ligeira queda da relação Dívida Líquida/PIB de do PAC. Portanto, para cumprir a meta os governos regionais, o cumprimento da 40,2%, em dezembro de 2010, para 39,9%, sem descontos, o Governo Federal deveria meta de superávit primário de R$ 36,1 em dezembro de 2011. 9
  • 10. Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011 setor externo e câmbio Valorização inevitável em um cenário de alta liquidez e juros elevados Saldo comercial é sustentado por ganhos de preços de produtos básicos Seja em relação ao dólar, seja em relação elevado – e deve aumentar com novas poderá encerrar o ano em patamar próximo à cesta de moedas, o câmbio real no Brasil altas dos juros no Brasil. Enquanto o País ao atual, em torno de R$ 1,60/US$. está hoje em seu nível mais valorizado des- mantiver a taxa de juros entre as maio- de a criação do real. Desde 1994, a moeda res do mundo em um momento de alta Perda de dinamismo brasileira valorizou-se 39% em relação ao liquidez, a atração de moeda estrangeira das exportações de dólar e 41% frente à cesta de 13 moedas. é inevitável. Como resultado, o enorme manufaturados No mesmo período, o índice de rentabilida- influxo de moeda estrangeira pressiona a As exportações no primeiro trimestre de das exportações da Funcex recuou 20%. valorização cambial. No primeiro trimestre cresceram 28,5% na comparação com Um conjunto de medidas foi implementado do ano, entraram US$ 35,2 bilhões em igual período de 2010. Após longo período para conter a valorização, mas se mostra divisas, 45% superior ao valor de todo o no qual as exportações expandiram em ineficaz, já que a taxa de câmbio permane- ano de 2010. ritmo inferior ao registrado pelas importa- ce em trajetória de queda. ções na comparação anual (praticamente No decorrer do ano, à medida que as polí- O País segue atraindo montante elevado de todo o ano de 2010, com a exceção de ticas monetárias dos países desenvolvidos investimento direto. No primeiro bimestre outubro e dezembro), a situação inverteu- se tornam mais restritivas e novas ações do ano, o investimento estrangeiro direto -se durante o primeiro trimestre de 2011. do governo brasileiro para a contenção da (IED) totalizou US$ 10,7 bilhões, três vezes valorização cambial sejam tomadas (sejam A alta observada no período é explicada o acumulado em igual período de 2010. elas medidas macroprudenciais ou não), pelas exportações de produtos básicos, O diferencial de taxas de juros domésticas a pressão pela valorização deve diminuir. que responderam por 61% do aumento e praticadas internacionalmente continua Com isso, a taxa de câmbio real/dólar registrado entre os primeiros trimestres de 2011 e de 2010. Índice de taxa de câmbio real Esse crescimento se dá por conta do aumento dos embarques, mas principal- Deflator: IPA Base: dez/2003 = 100 mente, devido aos ganhos de preço. Na Taxa de câmbio real é a mais valorizada desde a criação do Real comparação com o primeiro bimestre de 190 2010, o volume exportado de produtos básicos aumentou 12% enquanto os 170 preços subiram 42% no mesmo período. Em fevereiro, os preços de exportação de 150 produtos básicos atingiram o maior valor da série histórica da Funcex, iniciada em 1977. 130 Por outro lado, na comparação com o 110 primeiro bimestre de 2010, os preços de exportação de manufaturados cresceram 90 12%, enquanto o volume exportado au- 70 mentou apenas 7%. O volume exportado total de manufaturados expandiu com o 50 fim da crise econômica de 2008/2009, jan/87 jan/91 jan/95 jan/99 jan/03 jan/07 jan/11 mas está atualmente apenas em nível R$/Cesta de 13 moedas R$/US$ próximo ao observado em 2004. Fonte: Banco Central 10
  • 11. Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011 Os preços, sobretudo de commodities, Índice de quantum de exportações de manufaturados darão algum impulso às vendas externas, Média em 12 meses (Base: Média de 2006=100) enquanto o volume de manufaturados deverá reduzir ainda mais seu cresci- Volume exportado total de manufaturados em nível mento. Por conta disso, as exportações próximo a 2004 deverão continuar subindo, mas a um 110 ritmo menor que em 2010 e cada vez mais dependente das vendas de produ- 100 tos básicos e de ganhos de preço. Ao fim do ano, as exportações devem totalizar 90 US$ 250 bilhões, um aumento de 24% na comparação com 2010. 80 Aumento dos preços de 70 importação pressiona custos industriais 60 As importações totalizaram US$ 48 50 bilhões no primeiro trimestre de 2011, valor 23,3% superior ao registrado em 40 2010. Diferentemente do ano passado, as jan/00 jan/02 jan/04 jan/06 jan/08 jan/10 fev/11 importações crescem a um ritmo inferior Fonte: Secex ao registrado pelas exportações. O aumento do valor das compras externas se deve, em grande parte, à Os preços deverão continuar em uma mesma forma, o crescimento do expansão do volume importado, que re- elevação mais forte que em 2010. A saldo negativo em serviços e rendas. gistrou crescimento de 19% no bimestre atividade industrial e o consumo das Com isso, o déficit em conta corrente em relação ao mesmo período de 2010 famílias menos intensos irão conter o alcançou US$ 49,2 bilhões em 12 (35% no acumulado em 12 meses). As volume importado em 2011. Embora mais meses em fevereiro de 2011, ou importações de bens de capital e inter- moderado, o volume importado continuará 2,31% do PIB. mediários perdem força, acompanhando a crescer muito acima do ritmo registrado pelas exportações: o câmbio continuará A elevação do saldo comercial nesse o resfriamento da atividade industrial, en- início de 2011, aliado a uma forte quanto as compras de bens de consumo estimulando tanto as compras no exterior como a substituição de insumos nacionais entrada de investimentos estrangeiros seguem crescendo forte. diretos, estão permitindo uma por importados. Com isso, esperamos Chama a atenção o aumento nos preços um crescimento de 27% das importações estabilidade do déficit em conta de importação. Na comparação entre os em 2011, que deverão totalizar US$ 230 corrente, após a rápida aceleração primeiros trimestres de 2010 e 2011, o bilhões em 2011. Assim, o superávit verificada ao longo de 2010. crescimento é de 10%. Em 2010, na com- comercial deverá ser de US$ 20 bilhões O déficit em serviços deverá diminuir paração com 2009, a alta foi de apenas em 2011. seu ritmo de expansão e, ao mesmo 3%. Os aumentos são mais expressivos tempo, o investimento estrangeiro nos combustíveis (27%), mas também Aumento no déficit de direto deverá manter-se intenso. em bens de consumo duráveis e interme- serviços deve ser financiado diários, que registram alta de 3% em 12 Com isso, o déficit em conta corrente por maior entrada de capital meses em fevereiro, mas já acumulam deverá elevar-se a um ritmo mais variação de 9% no último bimestre. Essa externo moderado, mantendo-se praticamente alta representa elevação nos custos de A demanda interna elevada e a constante em relação ao PIB. A CNI produção da indústria, principalmente por valorização do real impulsionam estima esse déficit em US$ 57 bilhões se dar em insumos utilizados pelo setor. o aumento das importações e, da em 2011, cerca de 2,35% do PIB. 11
  • 12. Ano 27, n. 01, janeiro/março de 2011 perspectivas da economia brasileira 2011 2011 2009 2010 projeção anterior projeção dezembro/10 Atividade econômica PIB -0,6% 7,5% 4,5% 3,5% (variação anual) PIB industrial -6,4% 10,1% 4,5% 2,8% (variação anual) Consumo das famílias 4,2% 7,0% 5,1% 4,5% (variação anual) Formação bruta de capital fixo -10,3% 21,9% 13,5% 9,0% (variação anual) Taxa de Desemprego 7,9% 6,7% 6,0% 6,0% (média anual - % da PEA) Inflação Inflação 4,3% 5,9% 5,0% 6,0% (IPCA - variação anual) Taxa de juros Taxa nominal de juros (taxa média do ano) 10,13% 9,90% 11,84% 12,13% (fim do ano) 8,75% 10,75% 12,00% 12,50% Taxa real de juros 5,0% 4,6% 6,3% 5,4% (taxa média anual e defl: IPCA) Contas públicas* Déficit público nominal 3,34% 2,55% 3,20% 3,05% (% do PIB) Superávit público primário 2,03% 2,80% 2,20% 2,70% (% do PIB) Dívida pública líquida 42,8% 40,2% 40,4% 39,9% (% do PIB) Taxa de câmbio Taxa nominal de câmbio - R$/US$ (média de dezembro) 1,75 1,69 1,70 1,63 (média do ano) 1,99 1,76 1,70 1,63 Setor externo Exportações 153,0 201,9 228,0 250,0 (US$ bilhões) Importações 127,6 181,6 224,0 230,0 (US$ bilhões) Saldo comercial 25,4 20,3 4,0 20,0 (US$ bilhões) Saldo em conta corrente -24,3 -47,5 -70,0 -57,0 (US$ bilhões) * Não inclui as empresas do Grupo Petrobras INFORME CONJUNTURAL | Publicação trimestral da Confederação Nacional da Indústria - CNI | Unidade de Política Econômica - PEC | Gerente-executivo: Flávio Castelo Branco | Equipe técnica: Danilo César Cascaldi Garcia, Isabel Mendes de Faria Marques, Marcelo de Ávila, Marcelo Souza Azevedo e Mário Sérgio Carraro Telles | Informações técnicas: (61) 3317-9468 | Supervisão gráfica: Núcleo de Editoração| Impressão e acabamento: Reprografia Sistema Indústria | Normalização bibliográfica: Área Compartilhada de Informação e Documentação - ACIND | Assinaturas: Serviço de Atentimento ao Cliente SAC: (61) 3317-9989 - sac@cni.org.br | SBN Quadra 01 Bloco C Ed. Roberto Simonsen Brasília, DF - CEP: 70040-903 www.cni.org.br. Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. Documento elaborado em 13 de abril de 2011.