O documento discute a organização da atenção ambulatorial especializada integrada à atenção primária à saúde no Maranhão. Apresenta o cenário de transição demográfica e epidemiológica e a necessidade de planejamento estratégico focado nas necessidades da população. Defende a integração entre a atenção primária e a ambulatorial especializada, com foco na qualificação dos processos assistenciais e no apoio às equipes de saúde.
Integração da Atenção Ambulatorial Especializada com a APS
1. Abril | 2019
A Organização da Atenção Ambulatorial Especializada
na Rede de Atenção à Saúde integrada com a APS –
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional
do Sistema Único de Saúde PROADI-SUS
Marco Antônio B. Matos
4. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
• É uma necessidade e uma oportunidade
• O que nos interessa?
• Novo ciclo de gestão => Novo ciclo de melhoria
• Partir da realidade: qual a situação atual?
6. 1980 1990 2000 2010 2020
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
Fonte: IBGE/Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica.
A população brasileira mantem
uma tendência de
envelhecimento nas últimas
décadas.
Hoje as pessoas com 60 + anos já
ultrapassam os 30 milhões de
habitantes, cerca de 14% da
população total.
≥ 60 anos
2030
17,3%
2040
21,2%
2050
25,8%
7. O que devemos compreender dessa transição demográfica?
Fonte: Prof. Edgar Nunes Moraes (2019)
PSEUDO
CONHECIMENTO
“É normal da
idade”
“Quanto mais
melhor”
“O idoso é um
amontoado de
doenças”
“O idoso é um
adulto de cabelo
branco”
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
8. Em que implica compreender bem a transição demográfica?
Fonte: Prof. Edgar Nunes Moraes (2019)
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
9. CARGA GLOBAL
DE DOENÇA
DALY
Todas as
causas
1990
Doenças não
transmissíveis
50,3%
Doenças transmissíveis,
maternas, neonatais e
nutricionais
35,9%
Causas externas
13,8%
2017
Doenças não
transmissíveis
70,8%
Doenças transmissíveis,
maternas, neonatais e
nutricionais
13,8%
Causas externas
15,4%
IHME - Institute for Health Metrics and
Evaluation | GBD Brasil 2017
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
10. MATERNO INFANTIL
• ↓ TMI e RMM
• 36.154 óbitos infantis em 2017
• 67,5% evitáveis (66 óbitos /dia)
• 69% das gestantes com 7+
consultas (39% a 84%)
• Sífilis congênita:
• Cobertura vacinal
8,2 casos / 1.000 NV
67,5 casos notificados / dia
19,2% gestantes sem pré-natal
39,1% diagnóstico de sífilis
materna no momento
do parto/curetagem,
após o parto ou não
realizado
80,5% tratamento inadequado
ou não realizado
CÂNCER NA MULHER
• Casos novos (2018):
¬ Mama: 59.700 mulheres
¬ Colo do útero: 16.370
mulheres
¬ Juntos = 37,6% dos casos de
câncer em mulheres
• Casos de morte (2015):
¬ Mama: 15.403 mulheres
¬ Colo do útero: 5727
mulheres
¬ Juntos = 57,9 mortes / dia
HAS / DM
• Vigitel 2017: 24,3% HAS + 7,6% DM
• 132.941 internações por DM (2018)
• 22.244 por procedimentos
relacionados ao pé diabético
• Óbitos prematuros (30 a 69 anos)
em 2016:
¬ 45.144 por IAM
¬ 25.133 por DM
¬ Juntos = 192,5 óbitos / dia
IDOSO
• Polifarmácia: 1 em cada 3 idosos
• R$ 60 bilhões / ano (30%
orçamento MS)
• 50% considerado evitável
TRANSTORNO MENTAL
• 2ª maior causa dos anos de
vida perdidos por incapacidade
• 25 à 50% do usuários atendidos
na APS apresentam TMC
11. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
• Uma decisão para mudar essa situação
• O que requer uma decisão por uma mudança de modelo
(“não continuar fazendo mais do mesmo”)
• Região de saúde selecionada, a partir da qual alcançar
todas as outras regiões
• RAS prioritária, a partir da qual organizar as outras redes
12. Redes de atenção à saúde
Portaria MS 4.279 | 30 dezembro 2010
A RAS é definida como arranjos organizativos de ações e serviços de
saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por
meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam
garantir a integralidade do cuidado.
(...) com o objetivo de promover a integração sistêmica de ações e
serviços de saúde, com provisão de atenção contínua, integral, de
qualidade, responsável e humanizada, bem como incrementar o
desempenho do Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia
clínica e sanitária; e eficiência econômica.
Portaria MS 4.279 | 30/12/2010 | Ponto 2 - Conceitos
Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção
à Saúde (RAS) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)
14. 1. Uma PESSOA usuária demanda o serviço de
saúde (ela “entra” no serviço)
Microssistema Clínico APS-AAE
EQUIPE
2. Encontra os PROFISSIONAIS da equipe
3. A equipe se pergunta: “Como posso ajuda-
lo hoje?”. O que implica em conhecer a
pessoa e sua necessidade.
SAÍDA
(output)
Microssistema clínico
4. Essa pergunta reflete o PROPÓSITO da
equipe com relação à população de sua
área de abrangência: “O que espera
alcançar (resultados, output) para as
pessoas? Que valor quer agregar para a
saúde, para a vida delas?”
PROPÓSITO
5. Para alcançar os resultados, é preciso
organizar o percurso entre a “entrada” e a
“saída”: o mapeamento dos PROCESSOS
6. Alguns processos são PADRONIZADOS
7. Na “saída”, é preciso medir os resultados e
verificar se a PESSOA teve sua necessidade
efetivamente respondida
PADRÕES
ENTRADA
(input)
PROCESSOS
15. Microssistema Clínico APS-AAE
EQUIPE
PROPÓSITO
1. Cuidado de acordo com o
estrato de risco
PADRÕES
ENTRADA
(input)
PROCESSOS
Qual o resultado esperado [valor] para a pessoa?
Atenção certa, no tempo
certo, no lugar certo, (...) com
a qualidade certa e de forma
humanizada. (Mendes, 2011)
2. Estabilização clínica - funcional
3. Capacidade de autocuidado
SAÍDA
(output)
16. Atenção Primária à Saúde
Atenção Ambulatorial Especializada
APS
AAE
Integração na RAS entre os dois níveis
de atenção, para garantir a
continuidade do cuidado
Compartilhamento do cuidado nos níveis 4 e 5
do MACC, para usuários com condições
complexas ou muito complexas
RAS MACC
Um único
MICROSSISTEMA
CLÍNICO
A atenção especializada e a atenção primária
17. 1
Macroprocessos e Microprocessos Básicos da
Atenção Primária À Saúde
2 Macroprocessos de Atenção aos Eventos Agudos
3
Macroprocessos de Atenção às Condições Crônicas não
agudizadas, Enfermidades e Pessoas hiperutilizadoras
4 Macroprocessos de Atenção Preventiva
5 Macroprocessos de Demandas Administrativas
6 Macroprocessos de Atenção Domiciliar
7 Macroprocessos de Autocuidado Apoiado
8 Macroprocessos de Cuidados Paliativos
2 3
1
4
5
6
7 8
A CONSTRUÇÃO SOCIAL DA
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
APS
19. Integração:
• Conhecimento recíproco das equipes e atuação conjunta
• Regionalização: mesma equipe AAE ↔ mesma equipe APS ↔ mesmo usuário
• Diretriz clínica (“língua comum”)
• Programação integrada APS - AAE
• Acesso regulado pela equipe de APS
• Sistema eletrônico comum
• Plano de cuidado interdisciplinar
• Acompanhamento compartilhado (interconsulta e suporte da equipe especializada)
• Supervisão: organização da linha de cuidado e monitoramento do plano de cuidado
• Educação Permanente: roteiros de atendimento e manejo clínico
Macroprocessos da INTEGRAÇÃO APS E AAE
20. FOCO NAS PESSOAS QUE FAZEM
• Qual é a equipe da SESA para assumir a responsabilidade na condução desses
projetos?
• Quem é a equipe regional que vai assumir a responsabilidade pela
operacionalização das atividades da planificação?
• Como está preparada para organizar as redes de atenção à saúde nos territórios?
Como cuidar dela?
21. APOIO E ACOMPANHAMENTO
• Qual a estratégia para acompanhar presencialmente e à distância tudo o que vai se
desenvolver no território?
• Como desenvolver de maneira integrada os vários projetos no mesmo território?
• Como realizar o monitoramento e avaliação?
23. REGIÃO DE CAXIAS
MARANHÃO
Ranking
IDHM
Estado / Município IDHM 2010
1 º Distrito Federal 0,824
26 º Maranhão 0,639
27 º Alagoas 0,631
1 º São Caetano do Sul (SP) 0,862
2 º Águas de São Pedro (SP) 0,854
3.607 º Caxias (MA) 0,624
4.965 º Coelho Neto (MA) 0,564
5.225 º Buriti (MA) 0,548
5.370 º Duque Bacelar (MA) 0,533
5.402 º Afonso Cunha (MA) 0,529
5.473 º São João do Soter (MA) 0,517
5.490 º Aldeias Altas (MA) 0,513
5.564 º Fernando Falcão (MA) 0,443
5.565 º Melgaço (PA) 0,418
7
municípios
302.145
habitantes
(IBGE 2018)
4,3% da população
do Maranhão