1. IV Encontro Internacional ‘A Economia dos Trabalhadores’
Alternativas autogestionárias e o trabalho frente à crise econômica global
Universidade Federal da Paraíba
Carolina de Fátima Almeida Matos (UFRN)Carolina de Fátima Almeida Matos (UFRN)
Maria Lianeide Souto Araújo (IFCE)Maria Lianeide Souto Araújo (IFCE)
Maria do Socorro Gondim Teixeira (UFRN)Maria do Socorro Gondim Teixeira (UFRN)
2. • A atividade turística conta com diversas estruturas e
categorias de agentes. Expansão na modernidade.
• Forma versátil de acumulação e expansão de capital.
Discursos: mais uma alternativa para promover
desenvolvimento econômico (emprego, renda e divisas).
• Turismo é desenvolvido através da produção e do
consumo dos espaços.
• Organização dos territórios. Transformações em
localidades, fincadas em padrões globais.
I N T R O D U Ç Ã OI N T R O D U Ç Ã O
3. • Estudos caracterizam o turismo fomentado no Nordeste
brasileiro associado ao modelo fincado em padrões
globais.
• Ceará: identificação de prejuízos às comunidades
receptoras, aos espaços e às economias locais.
• Resistência de populações tradicionais. Construção do
Turismo de Base Comunitária – TBC.
I N T R O D U Ç Ã OI N T R O D U Ç Ã O
4. • Interesse em aportes teórico-metodológicos que possam contribuir
para o desvelamento das contradições inerentes ao capitalismo na
fase atual de globalização.
• Contexto do surgimento da Rede Tucum no Ceará, destacando o
papel das populações locais e as transformações e desafios
emergentes no processo de desenvolvimento da atividade turística.
• Relevância: perspectiva conjunta das reações observadas. Análise
do potencial da articulação.
• Estudo explicativo, de abordagem qualitativa. Pesquisa bibliográfica
e documental.
• Métodos de procedimento e de raciocínio: histórico e dialético.
I N T R O D U Ç Ã OI N T R O D U Ç Ã O
6. Introdução
1. O espaço e a atividade turística
2. O turismo globalizado no Nordeste brasileiro
2.1. Globalização: a homogeneização do capital na produção mundial
2.2. Políticas que impulsionaram o desenvolvimento do turismo no Brasil
2.3. A atividade turística e as transformações consequentes no litoral cearense
3. Contrapondo o turismo globalizado: a organização do Turismo de Base
Comunitária
3.1. A reação contra o turismo globalizado no Ceará
3.2. Organização e articulação: construindo o Turismo de Base Comunitária
3.3. A Rede Tucum e os novos agentes do “fazer turístico”
Considerações finais
ESTRUTURA DA PESQUISAESTRUTURA DA PESQUISA
7. O ESPAÇO E A ATIVIDADE TURÍSTICAO ESPAÇO E A ATIVIDADE TURÍSTICA
8. O ESPAÇO E A ATIVIDADE TURÍSTICAO ESPAÇO E A ATIVIDADE TURÍSTICA
• Cazes (1992 apud VERA et al, 1997):
Sistematização da Geografia do Turismo.
• Articulação espacial do “sistema-turismo” com o
“sistema-local”.
• Criação de lugares turísticos “Turistificação”.
9. O ESPAÇO E A ATIVIDADE TURÍSTICAO ESPAÇO E A ATIVIDADE TURÍSTICA
Knafou (1999):
tipos de relações entre
território e turismo.
11. O TURISMO GLOBALIZADOO TURISMO GLOBALIZADO
NO NORDESTE BRASILEIRONO NORDESTE BRASILEIRO
• Brandão (2007): Forças existentes na dimensão espacial do
desenvolvimento capitalista:
POLARIZAÇÃO – INTEGRAÇÃO – HEGEMONIA – HOMOGENEIZAÇÃOPOLARIZAÇÃO – INTEGRAÇÃO – HEGEMONIA – HOMOGENEIZAÇÃO
• Interferência em todos os âmbitos possíveis de sociabilidade.
Produção mundializada.
• (Re)Criação de estruturas heterogêneas e desiguais. Renovação da
busca pelo enriquecimento.
• Dinâmica do processo de globalização. “Fábrica de perversidades”
(SANTOS, 2000).
• Estado: ágil e presente a serviço dos economia hegemônica.
1.1. Globalização: a homogeneização do capital na produção mundialGlobalização: a homogeneização do capital na produção mundial
12. O TURISMO GLOBALIZADOO TURISMO GLOBALIZADO
NO NORDESTE BRASILEIRONO NORDESTE BRASILEIRO
2. Políticas que impulsionaram o desenvolvimento do turismo no Brasil2. Políticas que impulsionaram o desenvolvimento do turismo no Brasil
Instituto Brasileiro de Turismo
Plano Nacional de Turismo - PLANTUR
Programa de Ação para o Desenvolvimento do Turismo no Nordeste Brasileiro - PRODETUR/NE
Criação do Ministério do Turismo
Plano Nacional do Turismo – Diretrizes, Metas e Programas
Plano Nacional do Turismo – Uma viagem de inclusão
● Gestão governamental do turismo no Ceará (CORIOLANO, 1998):
FASE DOS CORONÉIS – FASE DE TRANSIÇÃO – FASE DOS EMPRESÁRIOSFASE DOS CORONÉIS – FASE DE TRANSIÇÃO – FASE DOS EMPRESÁRIOS
● Fortalecimento do modelo de turismo hegemônico.
13. O TURISMO GLOBALIZADOO TURISMO GLOBALIZADO
NO NORDESTE BRASILEIRONO NORDESTE BRASILEIRO
Estudos revelam mudanças nos espaços e costumes em localidades
receptoras do turismo globalizado.
● Prainha do Canto Verde – Cruz (2009)
● Praia das Fontes – Saraiva (2002)
● Aquiraz – Sousa (2005)
● Jericoacoara – Molina (2007)
● Canoa Quebrada – Dantas (2003)
● Tatajuba – Mendes (2006)
Conflitos e relações de dominação e poder entre os envolvidos.
3. A atividade turística e as transformações consequentes no litoral cearense3. A atividade turística e as transformações consequentes no litoral cearense
14. CONTRAPONDO O TURISMO GLOBALIZADO: ACONTRAPONDO O TURISMO GLOBALIZADO: A
ORGANIZAÇÃO DO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIAORGANIZAÇÃO DO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA
15. ● Diante do avanço do turismo convencional, os moradores:
- deixavam suas terras;
- adequavam-se aos equipamentos turísticos instalados;
- manifestavam resistência.
● Principais preocupações: proteger atividades produtivas e
garantir a posse da terra. Luta pela sobrevivência.
● Organização de moradores da Prainha do Canto Verde (1989),
do Batoque (1989) e de Tatajuba (1991).
1. A reação contra o turismo globalizado no Ceará1. A reação contra o turismo globalizado no Ceará
CONTRAPONDO O TURISMO GLOBALIZADO: A ORGANIZAÇÃOCONTRAPONDO O TURISMO GLOBALIZADO: A ORGANIZAÇÃO
DO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIADO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA
16. ● Força e articulação da sociedade civil organizada - reflexos sociais
e econômicos sobre os indivíduos. Inclusão social.
● Fluidez da articulação: desenvolvimento fincado em práticas de
qualidade, na gestão horizontal, democrática e transparente e na
capacidade de articulação com entes afins (HECKERT, 2008).
● Ceará: construção de ações voltadas para a produção turística
adaptadas aos pequenos rendimentos que as economias locais
permitem, respeitando as microeconomias, e amenizando a situação
de pobreza nas localidades.
CONTRAPONDO O TURISMO GLOBALIZADO: A ORGANIZAÇÃOCONTRAPONDO O TURISMO GLOBALIZADO: A ORGANIZAÇÃO
DO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIADO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA
2. Organização e articulação: construindo o Turismo de Base Comunitária2. Organização e articulação: construindo o Turismo de Base Comunitária
17. ● Turismo de Base Comunitária – TBC.
- Maldonado (2009): os moradores são os agentes protagonistas da
produção turística, sustentada na propriedade e na autogestão dos
recursos comunitários, baseada em práticas de cooperação e
equidade no trabalho e na distribuição de benefícios. Pacto interno.
- Irving (2009): potencial em promover qualidade de vida, a inclusão,
valorização da cultura local e o fomento ao sentimento de
pertencimento e ao laço social. Interpretação ‘local’ do turismo, sem
as imposições da globalização.
CONTRAPONDO O TURISMO GLOBALIZADO: A ORGANIZAÇÃOCONTRAPONDO O TURISMO GLOBALIZADO: A ORGANIZAÇÃO
DO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIADO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA
2. Organização e articulação: construindo o Turismo de Base Comunitária2. Organização e articulação: construindo o Turismo de Base Comunitária
18. ● Surgimento do TBC não superou a pressão dos agentes hegemônicos e
ausência dos governos em relação às demandas locais.
● Desafio: dotar-se de condições materiais e de posição política expressiva.
Processos associativos (MALDONADO, 2007), como formação de redes.
● Ayres (2002 apud HECKERT, 2008, p. 55): “existência de um propósito
unificador; participantes independentes; interligações voluntárias;
multiplicidade de líderes; interligação e transposição de fronteiras”.
● Experiências: Rede de Turismo Solidário e Comunitário da América Latina
– REDTURS e Rede Brasileira de Turismo Solidário e Comunitário - Rede
Turisol.
● Rede Cearense de Turismo Comunitário – Rede Tucum.
CONTRAPONDO O TURISMO GLOBALIZADO: A ORGANIZAÇÃOCONTRAPONDO O TURISMO GLOBALIZADO: A ORGANIZAÇÃO
DO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIADO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA
2. Organização e articulação: construindo o Turismo de Base Comunitária2. Organização e articulação: construindo o Turismo de Base Comunitária
19. ● 2006 - Primeiras discussões.
● 2008 - II Seminário Internacional de Turismo Sustentável.
● Apoio: Instituto Terramar (Brasil), Associação Tremembé (Itália) e
Fundação Amigos da Prainha do Canto Verde (Suíça).
● Primeiras ações: capacitação de sujeitos das comunidades locais
para o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de produtos e serviços
turísticos.
● Estratégia de ocupação, defesa e permanência nos territórios.
Prainha do Canto Verde.
CONTRAPONDO O TURISMO GLOBALIZADO: A ORGANIZAÇÃOCONTRAPONDO O TURISMO GLOBALIZADO: A ORGANIZAÇÃO
DO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIADO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA
3. A Rede Tucum e os novos agentes do “fazer turístico”3. A Rede Tucum e os novos agentes do “fazer turístico”
20. ● Utilização alternada dos equipamentos.
● Taxa sobre produtos e serviços destinados a um caixa comum.
● Assembleias anuais, com a participação das entidades de apoio.
Espaço de avaliação e construção de diretrizes.
● Crescente participação dos moradores das comunidades.
-325 pessoas participam diretamente das atividades.
-60% são mulheres.
-Participação dos jovens também tem crescido.
● Maior interesse da demanda turística. Colaboração dos meios de
comunicação, da academia e dos movimentos sociais.
● Divulgação de localidades e afirmação do TBC no Ceará.
CONTRAPONDO O TURISMO GLOBALIZADO: A ORGANIZAÇÃOCONTRAPONDO O TURISMO GLOBALIZADO: A ORGANIZAÇÃO
DO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIADO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA
3. A Rede Tucum e os novos agentes do “fazer turístico”3. A Rede Tucum e os novos agentes do “fazer turístico”
21. ● Edital de Chamada Pública de Projetos de Turismo de Base Comunitária:
financiamento de R$ 100 mil a R$ 150 mil por projeto.
● Seleção Pública de Propostas para Apoio a Projetos de Incubação de
Empreendimentos Econômicos Solidários na Cadeia Produtiva do Turismo.
● Livros “Desafios do Turismo Sustentável” e “Turismo de Base Comunitária:
Diversidade de Olhares e Experiências Brasileiras”.
● Documento Referencial “Turismo no Brasil 2011 – 2014”: Turismo de Base
Comunitária compreendido como uma alternativa de valorização e
qualificação dos destinos.
● Os sinais de reconhecimento não materializam esforços mais substanciais
ao fortalecimento do turismo comunitário.
CONTRAPONDO O TURISMO GLOBALIZADO: A ORGANIZAÇÃOCONTRAPONDO O TURISMO GLOBALIZADO: A ORGANIZAÇÃO
DO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIADO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA
3. A Rede Tucum e os novos agentes do “fazer turístico”3. A Rede Tucum e os novos agentes do “fazer turístico”
23. CONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAIS
● Processo de globalização expandiu a atividade turística.
● Regras técnicas uniformizadas transformando espaços locais.
Comunidades excluídas ou inseridas passivamente no processo.
● Acirramento das contradições no desenvolvimento do turismo:
questão de sobrevivência organização e construção de uma
alternativa.
● Mesmo sem o capital dos agentes empresariais do turismo
hegemônico, o TBC proporciona benefícios sociais expressivos.
Inclusão social na produção.
● Desafios: busca por reconhecimento e espaço nas instâncias de
decisão e em aprimorar lideranças e capacidades. Potencial da
articulação em rede.
24. O B R I G A D A.O B R I G A D A.
Carolina MatosCarolina Matos
Tecnóloga em Gestão de Turismo - IFCE
Bacharel em Economia - UFC
Mestranda em Economia - UFRN
carolinafam@gmail.com