Prof. VICTOR ALAN
Interagir pela linguagem significa realizar
uma atividade discursiva: dizer alguma coisa a
alguém, de determinada forma, num
determinado contexto e em determinadas
circunstâncias de interlocução.
(MEURER, 2005).
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• Manuel acorda o seu chefe e diz:
- Está na hora de tomar o remédio de dormir.
• O português entra no restaurante e pede:
- Por favor, me dá uma bacalhoada!
Ao que o atendente pergunta:
- Já sei! O senhor é português?!
- Como descobriste? Foi por causa do meu sotaque ou pelo
fato de eu ter pedido a bacalhoada?
- Nem um, nem outro, é que aqui é o Mc Donald's!
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Todos nós construímos, ao longo da nossa existência, uma
competência para reconhecer o que é típico em certas práticas
comunicativas e, por conseguinte, saber escolher o que produzir
textualmente nas diversas situações comunicativas em que
participamos. Por isso não contamos piada em velório, não
cantamos o hino de um time numa conferência acadêmica; nem
fazemos preleções em uma mesa de bar.
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Nas várias situações comunicativas, produzimos
textos que se concretizam através de gêneros textuais.
Agimos socialmente com a linguagem através de
conversas, cartas, telefonemas, bilhetes, e-mails,
convites, avisos, lista de compras, agradecimentos,
jogos, fofocas, recados, bate-papos virtuais, diários
pessoais, formulários, contos, autobiografias,
informes, advertências, relatos, instruções...
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Os gêneros textuais podem ser
• Orais: uso da linguagem falada
Ex: conversa, telefonema, aula expositiva ...
• Escritos: uso da linguagem escrita
Ex: carta, bilhete, e-mail, lista, aviso ...
• Multimodais: uso de várias modalidades de linguagem, como
escrita, imagens, fala, gestos ...
Ex: propaganda, charge, capa de jornal ...
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O tempo todo somos tomados pela formas de gêneros orais e
escritos: para irmos à escola, pegamos ônibus, lemos o letreiro, no
caminho lemos outdoors, faixas, placas. Na aula consultamos livros,
lemos o quadro, analisamos comunicados, fichinhas, conversamos com
os colegas, professores, depois voltamos pra casa, assistimos TV,
jogamos vídeo game, usamos o instagram, twiter etc...
A ESCRITA ESTÁ O TEMPO TODO PRESENTE EM NOSSO DIA A DIA.
TODAS ESSAS ATIVIDADES SÃO REALIZADAS PELA LINGUAGEM
ESCRITA OU FALADA.
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Fenômenos históricos profundamente vinculados à vida
cultural e social... Que contribuem para ordenar e estabilizar
as atividades comunicativas do dia-a-dia.
A escolha e o uso de determinado gênero depende de
algumas condições: a finalidade do texto a ser produzido, a
esfera de circulação, as pessoas envolvidas, o suporte e o
meio disponível pra divulgar.
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Para que servem os gêneros textuais?
• Para estabelecer a comunicação.
De acordo com Marcuschi (2002), é impossível
pensar em comunicação a não ser por meio dos gêneros
textuais.
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Tipos textuais dos gêneros
• Sequencia Narrativa: apresentação dos fatos e ações que se desenvolvem num
tempo e espaço. Ex: crônica, fábula, piada, lenda....
• Sequencia descritiva: características. Ex: anúncio classificado, ficha técnica,
folheto turístico.
• Sequencia Argumentativa: defesa de um ponto de vista. Ex: carta de leitor,
redação argumentativa, editorial, debate regrado etc....
• Sequencia Explicativa: explicação de um ser ou fato. Ex: seminário, verbete de
dicionário, relatório etc...
• Sequencia Instrucional: indicação de ordem, modo de fazer. Ex: regras de jogo,
prescrição médica, receita culinária etc...
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Escritores produzem textos com base em
“modelos” construídos socialmente;
Os modelos são constituídos e
reconstituídos ao longo de nossa existência em
decorrência das inúmeras práticas sociais de que
participamos.
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Elementos básico do gênero
• Forma composicional: estrutura, sequência organizacional;
• Estilo: escolha de certos recursos gramaticais, frases,
palavras;
• Tema: sentido geral do texto;
• Propósito: intenção, finalidade.
Elementos básico do gênero
• Modalidade discursiva:
São as formas de organização linguístico-discursivas em número
limitado que existem e que são percebidas no folhado textual dos
gêneros textuais na forma de predominância, com a finalidade de
produzir um efeito discursivo específico nas relações entre os
usuários de uma língua, como é o caso do narrar, do relatar, do
argumentar, do expor, do descrever e do instruir. Poderíamos
acrescentar ainda a modalidade discursiva do dialogar e o autotélico.
Elementos básico do gênero
• Suporte:
São os espaços materiais e físicos, onde estão grafados os
gêneros textuais, como por exemplo, o livro, o jornal, o computador,
o folder, o manual de instrução, a folha da bula de remédio, etc.
Numa concepção ampla de texto, sob o ponto de vista da
semiótica, a televisão, o cinema, o rádio o “outdoor” também podem
ser considerados como suportes textuais.
Tipos de Suporte
Livro Telefone
Livro didático Quadro de avisos
Jornal (diário) Outdoor
Revista (semanal/mensal) Encarte
Revista Científica (boletins e anais) Folder
Rádio Luminosos
Televisão Faixas
Convencionais -> típicos ou característicos, produzidos para esta finalidade.
Incidentais -> podem trazer textos, mas não são destinados a esse fim de modo
sistemático nem na atividade comunicativa regular.
Embalagens Paradas de Ônibus
Muros Estações de Metrô
Roupas Calçadas
Corpo Humano Fachadas
Paredes Janelas de Ônibus
Pára-choques e pára-lamas de
caminhão
(Meios de Transporte em geral)
A ideia central é que o suporte não é neutro e o gênero não fica indiferente a ele. O
suporte é imprescindível para que o gênero circule na sociedade e deve ter alguma
influência na natureza do gênero suportado.
É muito difícil contemplar o contínuo que surge na relação entre gênero, suporte e
outros aspectos, pois não se trata de fenômenos discretos e não se pode dizer onde um
acaba e outro começa. Vejamos abaixo:
Carta pessoal (GÊNERO) –> Papel-carta (SUPORTE) –> Correios (SERVIÇO DE
TRANSPORTE)
Não devem ser situados entre os suportes textuais, sejam os
incidentais ou convencionais, mas sim como SERVIÇOS:
– Correios
– (Programa de) E-mail
– Mala-direta
– Internet
– Homepage e site
Serviços em função da atividade comunicativa
Elementos básico do gênero
• Ambiente discursivo / Esfera social:
São os lugares ou as instituições sociais onde se organizam
formas de produção com respectivas estratégias de compreensão
onde ocorrem as atividades de linguagem, através dos textos
empíticos classificados em gêneros textuais.
Exemplo de ambiente discursivos: escolar, acadêmico, mídia,
jurídico, religioso, político, etc.
Elementos básico do gênero
• Interação verbal:
Diz respeito à situação que envolve locutor e interlocutor,
levando em consideração não só o contexto a fim de adequar o
registro da língua, o tipo de postura, de vestimenta, como também
as características do interlocutor para preservar a interação.
Cada povo com sua língua materna possui regras culturais que
estabelecem como cada indivíduo deve se conduzir em virtude de
estar num agrupamento, ou seja, no convívio social.
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Esferas sociais
As esferas são agrupamentos de práticas e atividades sociais organizadas
por determinados contexto:
1. Cotidiana: solicitação de informação na rua, cartão postal, blog, telegrama,
convite para festa, recado de um telefonema;
2. Familiar: diário, bilhete, lista de compras, carta de amor;
3. Jurídica: mandado de segurança, prisão, declaração de vontade;
4. Burocrática: cadastro, documentos pessoais, atestado de óbito etc;
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5. Religiosa: oração, pedido, meditação, certificado de batismo;
6. Artística: peça de teatro, pintura, poema, cordel, xilogravura
etc;
7. Jornalística: editorial, reportagem, anúncio, vinheta, cartum
etc;
8. Escolar: boletim, fichinha, calendário de provas, seminário,
redação etc.
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Os gêneros textuais são dinâmicos e sofrem variações
na sua constituição, e isso, resulta em novos gêneros.
O número de gêneros textuais numa determinada
sociedade é, em princípio, ilimitado, ampliando-se de acordo
com os avanços sociais e tecnológicos.
Basta pensar no e-mail ou no blog, práticas sociais e
comunicativas decorrentes das variações da carta e do diário,
propiciadas pelas recentes invenções tecnológicas.
Dado o processo dinâmico no qual os gêneros estão
inseridos, assim como surgem, podem desaparecer.
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GÊNERO TEXTUAL MODALIDADE DISCURSIVA SUPORTE DO TEXTO AMBIENTE DISCURSIVO INTERAÇÃO VERBAL
ENUNCIADORES
NOVELA Narrar Televisão Mídia televisiva Autores telespectadores
CRÔNICA Expor / Argumentar Seção coluna de jornal/
revista
Mídia impressa
jornal/revista
Escritor leitor de
jornal/revista
ROMANCE Narrar Livro Indústria literária Escritor leitor
ENTREVISTA Interativo/Dialogal Revista Mídia escrita Jornalista e
entrevistado/leitor
CARTA OFÍCIO Expor/Argumentar Folha papel timbrado e
envelope
Acadêmico escolar oficial Universidade/Escola
Prefeitura
BIOGRAFIA Relatar Livro Indústria Literária Escritor/Leitor
MANUAL DE
INSTRUÇÃO DE TV
Instruir Folheto, folder, livro
impresso
Indústria-comércio
(mercantil)
Empresa indústria cliente
CHEQUE Expor/Instruir Talão de cheque Bancária Cliente - banco
EDITORIAL Argumentar/Expor Jornal /revista
impressos
Mídia jornal impresso Empresa (jornal/revista) leitor
NOTICIÁRIO Relatar Jornal tevê rádio Mídia Apresentador público
NARRAÇÃO DE
JOGO DE FUTEBOL
Narrar Rádio/TV Mídia esportiva Narrador – ouvintes/
telespectadores
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Todo discurso materializa-se através de textos e estes
consistem em um todo significativo, qualquer que seja sua
extensão. Os textos, por sua vez, concretizam-se através
dos gêneros textuais.
(MEURER, 2005)
Dessa forma, podemos dizer que nos comunicamos
através de gêneros.
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Tudo leva a crer que existe um saber social
comum através do qual, nós usuários da língua, nos
orientamos para decidir qual gênero textual devemos
utilizar em cada contexto de comunicação.
Esse saber é a competência
sociocomunicativa.
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Os gêneros apresentam finalidade
comunicativa e organização recorrentes.
Assim, em relação a um gênero textual podemos
perguntar:
Qual é a finalidade comunicativa?
Como se organiza?