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POLO: Educacional Superior de Restinga Sêca
                     DISCIPLINA: Elaboração de Artigo Científico
                 PROFESSORA ORIENTADORA: Fabiane Vieira Romano
                                    05/11/2010



             O gênero reportagem na produção de História em Quadrinhos
                           nas aulas de Língua Portuguesa

                      The gender report for the production of Comics
                                  in Portuguese classes

                            SILVA, Aparecida Eliane dos Santos
        Especialização em Língua Portuguesa, Centro Universitário Franciscano, UNIFRA.


Resumo
Este trabalho teve o objetivo de produzir uma história em quadrinhos, utilizando reportagens de
jornais. As atividades foram realizadas com os alunos da 7ª série da Escola Estadual de Ensino
Fundamental Pedro Lovato, de Cortado, município de Novo Cabrais. O tema da proposta foi o
esporte e o assunto a trajetória da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. Para isso, a professora
utilizou a TV e jornais como recursos tecnológicos. O trabalho foi realizado em etapas: primeiro,
os alunos acompanharam os jogos da Seleção Brasileira pela TV e fizeram o registro em forma de
relatório. Na sequência, foi trabalhada a estrutura do gênero Histórias em Quadrinhos, finalizando
com a criação de uma história em quadros, em forma de cartaz, utilizando o gênero reportagem. O
resultado do trabalho foi satisfatório, pois os alunos entenderam a linguagem verbal e não-verbal,
reproduzindo-a em forma de história em quadrinhos, contextualizada a realidade de mundo.

Palavras-chave: gêneros, alunos, Seleção Brasileira.

Abstract
This work aims to produce a comic, using newspaper reports. The activities were held with
students in the 7th grade School State Elementary School Peter Lovato, Cortado, city of New
Cabrais. The theme of the proposal was subject to the sport and the trajectory of the Brazilian
squad for the World Cup. For this, the teacher asked students to accompany them the matches on
TV and make the record in report form. Further, the structure was crafted comic book genre,
ending with the creation of a story in pictures, in the form of a poster, using the gender story. The
result of the work was satisfactory, as the students understood the verbal and nonverbal,
reproducing in the form of comics, contextual reality of the world.
Keywords: genres, students, Brazilian Team.



1. INTRODUÇÃO

       Atualmente, os avanços tecnológicos se propagam rapidamente e as Instituições
educacionais devem acompanhar essas mudanças. Os profissionais da educação, seus
representantes, devem estar atualizados quanto à evolução informacional, adequando-a
ao contexto de sala de aula. Nesse sentido, há necessidade de utilizar metodologias
diferenciadas para que as aulas fiquem mais interessantes aos alunos, facilitando a
aprendizagem. Contudo, a era da informatização não chegou a todas as escolas e não se
estende a todos os alunos, principalmente os da área rural.
       A escola, por exemplo, onde foi realizado este estudo – Escola Estadual de Ensino
Fundamental Pedro Lovato, em Cortado, no município de Novo Cabrais, RS –, está
situada na zona rural e são poucos os recursos tecnológicos. Os professores contam com
uma biblioteca e uma sala de vídeo como recursos para a aplicação das aulas.
       Desta forma, o trabalho foi planejado e elaborado dentro das possibilidades
tecnológicas que a escola oferece aos professores e alunos, e onde a teoria dos gêneros
textuais faz parte dos conteúdos aplicados em sala de aula na disciplina de Língua
Portuguesa aos alunos da 7ª série – objeto do estudo.
       Eles já conhecem alguns gêneros da mídia impressa que são retirados dos jornais
(notícia, variedades, artigo de opinião, classificados, receitas, etc.), bem como fábulas,
contos de fadas, história em quadrinhos, memórias literárias e aventuras que são as
leituras que eles preferem quando vão à biblioteca uma vez por semana. Por isso, foram
utilizados a TV e jornais para a elaboração das atividades didáticas propostas neste
trabalho.
       Os alunos moram na comunidade local e vizinha. A maioria das famílias vive da
agricultura. Então, por ser comunidade do interior, poucos têm acesso à tecnologia com
exceção de quatro dos dezesseis alunos desta turma. Assim, há a necessidade de a
professora trabalhar os conteúdos programáticos, contextualizando com a realidade local,
municipal, estadual, federal e mundial. Neste ano de 2010, aconteceu o evento tão
esperado, durante quatro anos, pela maioria da população mundial, envolvendo a prática
do esporte. O Brasil é chamado o país do futebol, sendo o esporte mais praticado pelos
brasileiros.
Portanto, visto a relevância do assunto do momento em nível mundial, o futebol foi
usado como tema das atividades desenvolvidas em sala de aula, levando em conta a
trajetória da Seleção Brasileira, bem como os recursos existentes na escola para
desenvolver o trabalho com os alunos. Eles acompanharam os jogos pela TV, leram o
jornal Correio do Povo para identificar as reportagens com a notícia dos jogos da Seleção
Brasileira. Posteriormente, recortaram as reportagens para criar uma história em
quadrinhos, evidenciando a sequência dos jogos da Seleção Brasileira. O intuito de
realizar o trabalho foi de levar o aluno a pensar criticamente (ato de cidadania) sobre a
leitura do mundo e a capacidade de reproduzir o que aprende no contexto escolar,
desenvolvendo a competência linguística.
        A linguagem verbal e não-verbal (signos icônicos) das reportagens produziu efeitos
de interação entre o acontecimento mundial, envolvendo a nação. Assim, despertou um
interesse maior aos alunos quanto à realização das atividades pedagógicas,
desenvolvendo habilidades como o ler e escrever. Nesse sentido, a linguagem foi uma
forma de interação entre o acontecimento mundial e os alunos, influenciando na
realização das atividades didáticas, mediando o conhecimento lingüístico e enciclopédico
por meio da tecnologia da mídia visual (falada e escrita). Dessa forma, as atividades
didáticas tornaram-se mais prazerosas e lúdicas, despertando um interesse maior aos
alunos.




2. A REALIDADE SOCIAL INSERIDA NO CONTEXTO ESCOLAR

        O trabalho foi organizado de acordo com o material existente no contexto escolar,
recorrendo ao tema futebol, vivenciado e esperado pela maioria dos brasileiros. A escolha
do tema se deu de acordo com a realidade brasileira do momento, em que a população
estava voltada para os jogos da Copa do Mundo. Nesse sentido, a teoria de Almeida e
Grubisich diz que: “é preciso organizar a seleção desenvolvida com base em um tema
para apresentá-la aos alunos” (2008, p.140). A seleção que o autor se refere é quanto à
escolha dos conteúdos e o material didático que o professor utiliza para suas aulas. Com
referência a aplicação dos conteúdos, os autores mencionados dizem que “é na
transmissão do conhecimento que ocorrem as mediações entre professores e alunos” (p.
141).
        A teoria de Almeida e Grubisich enfatiza que:
Dessa forma, o professor pode desenvolver o ensino – selecionar, organizar e
                    transmitir o conhecimento – e o aluno pode não aprender. Para que o aluno
                    aprenda, ele precisa desenvolver a sua síntese singular do conhecimento
                    transmitido, e isso se dá pelo confronto – por meio da negação mútua – com a
                    vida cotidiana do aluno (ALMEIDA; GRUBISICH, 2008, p. 142).


      Por isso, a sequência das atividades foi contextualizada ao momento vivido pela
nação. Os alunos que realizaram essas atividades irão lembrar com mais facilidade os
acontecimentos relativos ao esporte, do ano de 2010, tanto nacional como mundial.
      Conforme Bechara:


                    Assim, quanto mais um indivíduo dessas sociedades dominar essas linguagens,
                    mais mundos possíveis/realidades ele terá registrado na mente, ficando, assim,
                    disponíveis para ele acessar em cada momento em que se propuser a comunicar-
                    se com alguém, seja com falante/escritor, seja como ouvinte/leitor, cabendo-lhe o
                    atributo de pessoa culta (BECHARA, 2008, p. 74).


      Ainda no decorrer das atividades, os alunos puderam visualizar a cultura das
demais seleções que estiveram participando da competição, a começar pela anfitriã, o
país África do Sul. Para Bechara, “ele deve ter um bom conhecimento de mundo cultural,
a ponto de reconhecer as interfaces dos códigos implícitos em suas linguagens verbal e
não-verbal” (2008 p. 83). Neste caso, é o aluno que tomará conhecimento do mundo por
meio das mídias, no momento que acessa, para se colocar a par dos acontecimentos,
bem como suas utilizações na realização das tarefas propostas.




3. AS INFORMAÇÕES SOCIAIS NA ERA TECNOLÓGICA

      Hoje as informações são passadas muito rápidas, basta se estar interligado por
algum veículo de comunicação, que a interação ocorre momentaneamente. De acordo
com Libâneo, Oliveira e Toschi “essa revolução tem espantoso e contínuo avanço das
telecomunicações, dos meios de comunicação (mídias) das novas tecnologias da
informação” (2009, p. 66). Os autores comprovam o quanto o mundo torna-se pequeno
em relação ao espaço temporal das informações, pois se fica sabendo o que acontece no
outro lado do ‘mundo’ ao mesmo instante que os fatos acontecem. As informações
diminuem a distância, possibilitando a interação entre as pessoas no contexto social,
modificando os hábitos e costumes.
Isso fascina as pessoas, faz parte da rotina de cada um: ver a previsão do tempo,
assistir aos noticiários, ler sobre o horóscopo etc. Ainda, os autores nomeados acima
dizem que “os meios de comunicação, melhor dizendo, as mídias exercem cada vez mais
um papel de mediação e de tradução da realidade social” (LIBÂNEO, OLIVEIRA;
TOSCHI, 2009, p. 67). Eles evidenciam a maneira virtual como isso se dá, tornando mais
prazeroso o acesso as informações midiáticas.
      Com referência a proposta do trabalho, no primeiro momento os alunos tiveram
acesso ao meio visual, que vem ao encontro do pensamento dos autores: “a televisão é,
nesse sentido, um dos veículos mais ágeis. Além de tratar as notícias e as informações
no momento em que se dá, ela conseguiu alargar suas opções na área de transmissão a
cabo ou por assinatura” (LIBÂNEO, OLIVEIRA; TOSCHI, 2009, p. 67).
      Eles ainda dizem que “os veículos jornalísticos” passam as informações por
diferentes meios, juntando “texto, som e imagem” (LIBÂNEO, OLIVEIRA; TOSCHI, 2009,
p. 68). Assim, todas estas informações, graças aos avanços tecnológicos, podem ser
aproveitadas nas atividades pedagógicas junto aos alunos, proporcionando uma forma
diferente de eles aprenderem o conteúdo escolar, contextualizando com a realidade de
mundo.




4. OS GÊNEROS TEXTUAIS E SUAS ABORDAGENS

      De acordo com Marcuschi (2005), os gêneros textuais são caracterizados como
práticas   discursivas,   definindo-se   por   aspectos    sócio-comunicativos,   assumindo
classificações diferentes, dependendo do suporte em que são escritos. Para isso, ele
define os gêneros textuais como materializações das ações “sócio-comunicativas
definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica”
(MARCUSCHI,       2005,   p.   23).   Nesse    sentido,   os   gêneros   produzem   relações
comunicativas, incluindo certas práticas discursivas, identificadas por tipos textuais que
são encaixados nos gêneros textuais.
      Os gêneros textuais são, portanto, “os reflexos de estruturas sociais recorrentes e
típicas de cada cultura” (MARCUSCHI, 2005, p. 32). Sendo assim, o que caracteriza um
gênero são as condições de produção. Por isso, Marcuschi menciona a hibridização dos
gêneros como uma inovação organizacional, dependendo do contexto em que é
produzido. Os gêneros textuais surgiram da população desde a antiguidade e se
propagaram cada vez mais com os avanços tecnológicos. Assim, pode-se dizer que os
gêneros textuais são produtos sociais que servem a determinadas instâncias,
desempenhando funções cognitivas, institucionais e comunicativas. Para isso, os
indivíduos os utilizam em suas práticas diárias para manter relações de comunicação com
os outros.
      Assim, os gêneros textuais passam por constantes transformações nos seus
modos de organização e suas funções, para produzir sentido conforme a necessidade de
cada um. Toda produção de sentidos é fruto de um evento discursivo que foi mentalmente
criado e expresso pelo sujeito para marcar posição, identificando-se com o meio social,
levando em conta o grupo a que pertence ou está a serviço. Nessa perspectiva, realizam-
se as interações entre os sujeitos do acontecimento histórico, cultural e social. Essas
produções se encaixam em algum tipo de gênero textual, representando ou identificando
as relações sociais, dependendo das circunstâncias em que foram produzidas.
      Assim, Marcuschi enfatiza que os gêneros textuais são formas “sócio-
comunicativas”, relacionadas à “função e organização, ao conteúdo e meio de circulação,
aos atores sociais envolvidos e atividades discursivas implicadas, ao enquadre sócio-
histórico e atos retóricos praticados e assim por diante” (2005, p. 21). Então, os gêneros
textuais são produtos sociais que interagem uns com os outros nos meios de divulgação,
originando novas categorias de gênero. Ainda, o autor reforça que os gêneros se
apresentam dinâmicos, históricos e culturais. Por isso, misturam-se uns aos outros
formando terceiros, confirmando os modos como os sujeitos expressam suas vivências de
mundo no meio social.
      Para complementar o pensamento de Marcuschi, Balocco (2005) define o gênero
como um recurso utilizado pelos atores sociais do discurso para representar o ponto de
vista pessoal deles para o entendimento dos receptores/leitores. Então, novos sujeitos
sociais se constroem pelo posicionamento do seu próprio discurso que é organizado pelo
pensamento e se materializa no texto que embasa o gênero. A posição de Meurer vem ao
encontro das idéias dos autores acima ao nomear o discurso como ação que condiciona
as relações entre os sujeitos sociais. Para ele, “cada gênero ocorre em determinado
contexto e envolve diferentes agentes que o produzem e o consomem (lêem e
interpretam)” (2005, p. 82) de acordo com seus interesses, enfatizando que o gênero se
torna relevante por envolver a linguagem e suas relações de poder, conscientizando os
indivíduos sobre possíveis mudanças na sociedade. Dessa forma, os autores vêem os
gêneros textuais como práticas sociais, condicionadas pelo contexto de produção.
Sobre a forma de ver o gênero como fatos sociais, Carvalho diz que “os gêneros
são responsáveis por organizar a experiência humana, atribuindo-lhe sentido; são os
meios pelos quais vemos e interpretamos o mundo e nele agimos” (2005, p. 133). A
interação é dada de acordo com a história e o momento de fala específico,
compreendendo as variáveis de natureza da prática social, da conexão entre os
participantes da situação e do meio de transmissão da mensagem, relacionando
tempo/espaço. Nesse sentido, os fatos sociais são dados como verdadeiros, porque as
palavras escritas ou faladas acabam ganhando força e se propagando, desde que sejam
realizadas em situações adequadas à necessidade de comunicação dos humanos, ou
seja, servem para pôr em prática suas ações na sociedade.




5. O TRABALHO COM GÊNEROS TEXTUAIS EM SALA DE AULA


      Para Marcuschi (2005), o texto evoluiu da parede das cavernas à tela do
computador, utilizando a folha de papel ou outros suportes. Observa-se que a evolução
do texto se deu nos suportes de veiculação, já que ‘os inventores’ continuam a pesquisar
para encontrar as formas mais adequadas ou chamativas à compreensão humana. Toda
essa realidade virtual que vivemos nada mais é do que um espaço para a escrita de quem
tem ao alcance estas inovações. Reconhece-se que o avanço tecnológico pode favorecer
o aprendizado mais rápido.
      Atualmente, os docentes intensificam a busca de novos instrumentos de trabalho
que propiciem uma prática pedagógica diferente, produzindo um ensino reflexivo ao
aluno. Sob essa perspectiva, a linguagem apresenta formas específicas para cada
contexto situacional, diferenciando-se conforme a necessidade de quem fala ou escreve.
De acordo com Cristóvão (2002), o modelo didático criado a partir dos gêneros textuais
facilita o ensino-aprendizagem, visto que é um acontecimento de comunicação específico
em que os discursos se organizam de acordo com o objetivo do enunciador.
      Dessa forma, o gênero pode se tornar uma boa opção de aprendizagem,
possibilitando ao aluno se aprofundar naquilo que já é de seu conhecimento. Ao professor
cabe organizar as ações didáticas que façam o aluno refletir sobre as práticas de
linguagem, levando em conta o que já é conhecido dele, acrescentando conhecimentos
mais complexos com o aprofundamento do conteúdo trabalhado em sala de aula. Nesse
sentido, os professores podem aproveitar a diversidade de gêneros textuais existente na
atualidade para trabalhar com alunos.
        Sob esta perspectiva, o trabalho teve o intuito de fazer com que os alunos
utilizassem um gênero para criar o outro, construindo uma narrativa seqüencial,
empregando as linguagens e imagens de acordo com os elementos que compõem para
organizar a trajetória da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. Para isso, foram
observados os eventos comunicativos e o tema gênero Reportagem do Jornal Correio do
Povo.


5.1. O gênero reportagem


        O suporte jornalístico comporta uma complexidade de gêneros textuais com
riqueza de detalhes e aspectos que podem ser explorados nas atividades didáticas em
sala de aula. De acordo com a teoria de Marcuschi:


                      Em geral, os gêneros desenvolvem-se de maneira dinâmica e novos gêneros
                      surgem como desmembramento de outros, de acordo com as necessidades ou as
                      noivas tecnologias como o telefone, o rádio, a televisão e a internet. Um gênero dá
                      origem a outro e assim se consolidam novas formas com novas funções de acordo
                      com as atividades que vão surgindo (MARCUSCHI, 2005, p.22).


        Neste cenário, a disciplina de língua Portuguesa propicia que os professores
realizem atividades que possibilitam aos alunos não somente ler o gênero, mas
compreender a estrutura (os elementos que o compõem) dos textos, bem como o
contexto que foi produzido, proporcionando uma releitura da produção.
        Nesse sentido, a reportagem, dentre os gêneros jornalísticos, é o mais propenso a
servir de recurso para ser aplicado em sala de aula, porque mostra as ações realizadas
pelos sujeitos em determinado contexto social, denotando tempo/espaço em situação real
de uso. Assim, os atos comunicativos da reportagem podem servir de pretexto para a
produção escrita dos alunos desde que motivados pelo professor a ler e tomar como
exemplo para produzirem seus textos.




5.2. O gênero histórias em quadrinhos
De acordo com a teoria de Santos (2002), o gênero histórias em quadrinhos
apresenta frases curtas, facilitando a identificação e a compreensão da narrativa,
superando outros gêneros pela forma que se apresenta, misturando palavras e imagens,
facilitando a visualização. A relevância das imagens visuais e da linguagem dos
quadrinhos é apresentada por desenhos e palavras que facilitam a interpretação da
narrativa, determinada pelo espaço/temporal. Por isso, pode servir como suporte ao
trabalho de Língua Portuguesa em sala de aula. Assim, faz-se necessário relatar a
composição do gênero histórias em quadrinhos.
      No início, o gênero histórias em quadrinhos tomou emprestado o método de
impressão chamado de litografia, inventado em 1796 pelo tcheco Alois Senefelder. As
histórias eram impressas em jornal, material popular da época. Segundo Santos, foi ainda
neste século que “desenvolveram a arte de contar histórias por meio de imagens
seqüenciais impressas, os quadrinhos” (2002, p.51). As histórias em quadrinhos eram
escritas nos periódicos, em tiras diárias, no estilo de capítulo, obrigando os leitores a
comprar o jornal do dia seguinte para ver a seqüência da história. Os capítulos eram
numerados, facilitando a continuidade da história pelos leitores que colecionavam e até
formavam livros.
      O gênero histórias em quadrinhos apresenta elementos que compõem a narrativa
seqüencial que combinam desenho e palavra. Conforme Santos (2002), os quadrinhos
aparecem separados por um espaço que não é obrigatório ser traçado por linhas. Os
quadrinhos são previamente esboçados e determinados em seu espaço, contemplando
todos os elementos escolhidos pelo autor. Assim, o autor dos quadrinhos organiza a
sequência da narrativa ao associar figuras à palavra, produzindo as ações da história que
orienta a leitura. O tamanho dos quadros e dos desenhos depende da ênfase que ele
quer dar aos personagens, principalmente ao protagonista, distribuindo em tipos de
planos que são chamados de: plano geral que enfatiza o cenário e os personagens; plano
total que mostra o personagem por inteiro; plano primeiro que exibe o personagem a partir
dos ombros; plano médio em que o personagem é mostrado da cintura para cima; plano
americano que mostra o personagem a partir dos joelhos ou plano detalhe em que mostra
apenas um detalhe.
      Os estudos de Santos (2002) dizem que o desenhista explora os ângulos que
podem ser: ângulo frontal (de frente); ângulo superior (de cima para baixo) ou inferior (de
baixo para cima), dispondo os personagens e o cenário no quadro. Geralmente, a história
tem um personagem principal e os secundários, que se diferenciam pelas características
(tipo que assumem), servindo de modelo para os leitores. E, a linguagem dos balões é
formada de elementos peculiares que transmitem a mensagem em texto ou imagem,
facilitando a compreensão da leitura. Eles podem aparecer de várias formas: o balão-fala
se apresenta todo em linha contínua; o balão-cochicho em linhas interrompidas ou
pontilhadas; o balão-pensamento em pequenas bolhas, inclusive o rabicho; o balão-grito
com contorno irregular ou tremido; o balão-gelo que mostra a indiferença ou desprezo do
personagem que fala; o balão uníssono com vários personagens falando ou pensando
juntos. A escolha dos balões depende do que o autor quer expressar na seqüência da
história.
       O autor evidencia que os balões apresentam texto dialogado, pensado ou
caracterizado pela origem que o personagem encarna. Além das palavras, os textos dos
balões também podem aparecer em forma de desenhos, símbolos ou tipos de pontos,
denotando sensações como: frio, dor, medo ou susto; e atitudes por inflexão ou tom de
voz. O tipo de letra difere nos modelos, porém a mais comum é a letra de forma,
dependendo do enredo da história para designar tons de fala mais alto ou mais baixo dos
personagens. Os tipos de fala podem aparecer variáveis: baixa que transmite receio,
timidez ou submissão; trêmula, para identificar o medo dos personagens ou exaltada,
demonstrando firmeza do personagem.
       Ele informa que a legenda aparece em destaque com letra de imprensa,
desempenhando um papel importante ao informar os fatos sucessivos entre um quadro e
outro da narração. Geralmente, o conteúdo dos balões aparece verbalizado, mas também
podem aparecer em forma de metáforas visuais como coraçãozinho, lâmpadas, palavrão,
estrelas etc. As onomatopéias, às vezes se associam às figuras para exprimir situações
criadas pelo autor para produzir ruídos ou sons. As expressões onomatopéicas podem ser
usadas para representar movimentos dos objetos ou personagens. Também, há histórias
com quadrinhos não-verbalizadas, ou seja, a seqüência das imagens é que produz a
interpretação, por meio de expressões faciais e corporais, facilitando a interpretação do
enredo da história.
       Dessa forma, as histórias em quadrinhos se apresentam de forma verbal com
imagens e palavras ou não-verbal por meio de figuras. Nessa perspectiva, as histórias em
quadrinhos tornam-se lúdicas e prazerosas à leitura. Por isso, são bem aceitas pelo
público, principalmente, pelas crianças em idade escolar. Diante dos argumentos teóricos
apresentados na construção desse trabalho, entende-se que os gêneros são meios que
tornam a comunicação possível, podendo ser utilizados como instrumentos de trabalho no
ensino-aprendizagem. Oliveira (2010), também frisa a importância do trabalho com esse
gênero por representar um avanço no ensino-aprendizagem e na era tecnológica. Ele diz:


                     Quando ouvimos a expressão “tecnologia da informação e da comunicação (TIC)”
                     é quase automática a construção imagética de uma máquina fotográfica ou de um
                     microcomputador. O termo “tecnologia” remete imediatamente à máquina, circuitos
                     integrados. [...] Se compreendemos tecnologia como meio, instrumento,
                     incorporamos outras possibilidades à pré-noção que temos do termo, sendo as
                     histórias em quadrinhos (hq’s) uma dessas possibilidades, ainda que pouco
                     lembrada e apenas recentemente valorizada. Na contramão da idéia determinista
                     da tecnologia em sala de aula como sinônimo de otimização de resultados, pode-
                     se, dialogando com o viés freireano acerca da prática educativa, utilizar as hq’s
                     como “possibilidade”, como ferramenta não-acabada, como ponto de partida e não
                     de chegada, permitindo de maneira lúdica a apreensão de conteúdos muitas
                     vezes ininteligíveis. (OLIVEIRA, 2010).


      Ainda conforme Oliveira (2010), as histórias em quadrinhos, apesar de existirem há
mais de um século, somente há pouco tempo vêm sendo utilizadas por professores em
sala de aula, nos livros didáticos, tornando-se recentemente objeto de estudo acadêmico.
Segundo o autor “as hq’s possibilitam o diálogo com as mais distintas faixas etárias e
classes sociais, além de permitir infindáveis mediações, reflexões e vieses”.


                     Cabe ressaltar que as hq’s enquanto potenciais “tecnologias da sala de aula” não
                     operam de maneira dissociada do mundo real; não atuam como “receita de bolo”,
                     que descoladas da realidade objetiva e dos atores sociais que a engendram
                     (cartunistas) e a interpretam (professores, alunos), permitam a plena realização do
                     processo de ensino-aprendizagem. (OLIVEIRA, 2010).




6. O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO NA ESCOLA


      O trabalho com os alunos foi realizado em três momentos. No primeiro, os alunos
assistiram aos jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo na TV. Eles fizeram um
relatório sobre a atuação da equipe em cada partida, durante os cinco jogos. No segundo
momento, foi trabalhada em sala de aula a teoria sobre os elementos que compõem o
gênero Histórias em Quadrinhos. No terceiro momento, o trabalho também se realizou na
sala de aula, onde os alunos construíram a trajetória da Seleção Brasileira num cartaz,
em quadros, utilizando imagens verbais e não-verbais, retiradas de jornais.
      A proposta de trabalho contemplou os gêneros textuais, mais especificamente, o
gênero Reportagem, do jornal Correio do Povo, que foi transformada no gênero História
em Quadrinhos. As atividades tiveram início no mês de junho, quando os alunos
assistiram aos jogos da Seleção brasileira, fizeram o relatório e entregaram para a
professora. A seguir, trabalharam em sala de aula, orientados pela professora, a teoria
sobre o gênero Histórias em Quadrinhos, ou seja, a composição (os elementos), bem
como realizaram uma atividade para exercitar o entendimento, transformando uma
anedota em História em Quadrinhos.
      Posteriormente, os alunos realizaram a atividade proposta em sala de aula. No
primeiro momento, pesquisaram em jornais as reportagens sobre os jogos da copa e
organizaram-nas por ordem das partidas. Depois, selecionaram as páginas, recortaram as
imagens e as manchetes, colaram em folhas de ofício, que serviram para a produção da
história em quadros, num cartaz de papel pardo (figura 1).




                               Figura 1 – Elaboração do cartaz.



      Eles produziram nove quadros de tamanho irregular de acordo com as imagens e
as palavras relativas à realização de cada partida. Após a colagem, a professora sugeriu
que numerassem os quadros na seqüência das partidas (figuras 2 e 3).
Figura 2 – Construção dos quadros.




                          Figura 3 – A seqüência com nove quadros.




      Assim, o trabalho dos alunos apresentou quadros disformes, legendas, balões,
falas e personagens, contemplando os elementos do gênero histórias em quadrinhos.
Contudo, percebe-se que os intervalos entre um quadro e outro ficaram desproporcionais,
compreensível pela razão de os quadros serem irregulares.
      Os quadrinhos criados pelos alunos apresentam três tipos de balões: balão fala,
balão pensamento e balão grito; uma onomatopéia de palavras no sétimo quadrinho; e a
maioria dos personagens são os jogadores. Os quadrinhos foram organizados da
seguinte forma:
•   O primeiro quadrinho traz a legenda, indicando o evento, e a apresentação das
    imagens de um estádio e do troféu que ganharia o vencedor da Copa do Mundo. Este
    quadro apresenta plano geral e ângulo frontal;
•   O segundo quadrinho apresenta um torcedor caracterizado, produzindo um balão grito,
    e dois jogadores (balão fala), apresentando plano médio e ângulo inferior;
•   O terceiro quadrinho apresenta a legenda da escalação (Brasil e Coréia do Norte);
    dois jogadores que produzem um balão fala e o outro balão grito, apresentando plano
    médio e ângulo superior;
•   O quarto quadrinho apresenta a legenda da escalação (Brasil e Costa do Marfim); uma
    torcedora que produz um balão pensamento, remetendo a um jogador da seleção (não
    identificado) e uma frase que demonstra a sua preocupação quanto ao desempenho
    da Seleção brasileira; dois jogadores que conversam sobre o técnico, produzindo
    balão fala. Neste quadrinho, há uma mistura de planos e ângulos: a torcedora
    apresenta plano primeiro e ângulo inferior, já os jogadores: plano médio e ângulo
    superior;
•   O quinto quadrinho apresenta os jogadores eufóricos, produzindo um balão grito;
    plano total e ângulo inferior;
•   O sexto quadrinho apresenta a legenda da escalação (Brasil e Portugal) e de
    comentário. O jogador produz um balão fala; plano primeiro e ângulo superior;
•   O sétimo quadrinho apresenta legenda da escalação (Brasil e Chile) e de comentário
    sobre a partida e uma onomatopeia de palavras. Os jogadores estão produzindo a
    ação somente de jogar; o plano é geral, pois mostra os personagens e parte do
    cenário e o ângulo é superior;
•   O oitavo quadrinho apresenta legenda da escalação (Brasil e Holanda) e de
    comentário sobre a partida. O jogador produz um balão grito; o plano é médio e o
    ângulo superior;
•   O nono quadrinho apresenta uma legenda de comentários e uma imagem da bandeira
    do Brasil, faltando um pedaço; o técnico Dunga, que produz um balão grito, passando
    uma expressão de lamento; o plano é primeiro e o ângulo superior.


       Observa-se que os alunos aplicaram a teoria estudada sobre o gênero Histórias em
Quarinhos, embora tenham deixado alguns espaços irregulares entre um e outro quadro,
o que é compreensível, já que os espaços passam uma ideia de temporalidade, assim
como o tamanho dos quadros, sendo aceitável, pois dependem do sentido que o autor
quer transmitir com sua criação.
      No término do trabalho, a professora perguntou aos alunos sobre a realização das
atividades. Eles responderam que: gostaram de trabalhar em grupo na sala de aula;
conheceram mais a teoria do gênero, os elementos que compõem as histórias em
quadrinhos; ressaltaram que acharam a proposta diferente e que foi agradável realizar o
trabalho, principalmente por colaborarem com os estudos da professora.
      Este trabalho demonstrou que é possível desenvolver aulas diferentes sem o
auxílio do computador, desde que o professor planeje e selecione os materiais, que estão
à disposição, orientando os alunos nas atividades. Portanto, esta proposta pode ser
estendida a outros gêneros textuais, em trabalhos futuros, contextualizados a realidade da
escola e aos recursos disponíveis.




7. CONSIDERAÇÕES FINAIS


      O trabalho foi realizado de acordo com a proposta, pois levou os alunos a
vivenciarem a realidade de mundo, fazendo uma leitura sequenciada, transportando-a
para sua vivencia e transformando-a em instrumento de aprendizagem. Eles foram
capazes de reproduzirem o que assistiram, ouviram e leram, trazendo para o contexto
escolar. Assim, consideramos que a linguagem verbal e não-verbal do gênero reportagem
possibilitou aos alunos produzirem uma história em quadrinhos, verificando-se que há
possibilidade de o professor realizar um trabalho diferenciado a partir das tecnologias
existentes na escola.
      Observou-se que os alunos seguiram a proposta de trabalho, baseados nas
atividades que o professor sugeriu, ou seja, iniciaram com a observação dos jogos na TV,
reportagens dos jornais e o estudo da teoria do gênero Histórias em Quadrinhos em sala
de aula. Por fim, a aplicabilidade na produção da história que conta a trajetória da Seleção
Brasileira na Copa do Mundo. O trabalho foi elaborado de forma criativa por parte do
professor, já que não contava com a informática em sua escola. Contudo demonstrou que
é possível fazer um trabalho diferente com os alunos, embora a escola não esteja
adequada à era da informatização.
      Portanto, os alunos trabalharam com a linguagem verbal e não-verbal de forma
interativa e contextualizada às atividades de sala de aula. Primeiramente, o trabalho teve
início de forma individual, realizado em etapas na sala de aula com a turma, finalizando
com a produção da história em grupo, vinda ao encontro da proposta de trabalho. Nesse
sentido, a linguagem visual e escrita possibilitaram a interação dos alunos com o contexto
do momento através do trabalho que contemplou a teoria dos gêneros textuais.




                                    REFERÊNCIAS


ALMEIDA, José Luís Vieira de; GRUBISICH, Teresa Maria. Ensino-aprendizagem na sala
de aula: uma perspectiva não-linear. In: GRANVILLE, Maria Antonia (Org.). Sala de Aula:
Ensino e Aprendizagem. Campinas, SP: Papirus, 2008.

BALOCCO, Anna Elizabeth. A perspectiva discursivo-semiótica de Gunther kress: o
gênero como um recurso representacional. p. 65-80. In: MEURER, J.L., BONINI, Adair,
MOTTA-ROTH, Désirée (Org.). Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo:
Parábola, 2005.

BECHARA, Eli Nazareth. Leituras e contraleituras semântico-semióticas das linguagens
verbal e não-verbal de cartazes de propaganda. In: GRANVILLE, Maria Antonia (Org.).
Sala de Aula: Ensino e Aprendizagem. Campinas SP: Papirus, 2008.

CARVALHO, Gisele de. Gênero como ação social em Miller e Bazerman: o conceito, uma
sugestão metodológica e um exemplo de aplicação. p. 130-149. In: MEURER, J. L.;
BONINI, Adair; MOTTA-ROTH, Désirée (Org). Gêneros: teorias, métodos, debates. São
Paulo: Parábola, 2005.

CRISTÓVÃO, Vera Lúcia Lopes. Modelo didático de gênero como instrumento para
formação de professores. p. 31-73. In: MEURER, José Luiz; MOTTA-ROTH, Désirée
(org.). Gêneros textuais. Bauru, SP: EDUSC, 2002.

LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação
Escolar: políticas, estrutura e organização. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2009.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais definição e funcionalidade. In: DIONISIO,
Ângela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (org.). Gêneros
textuais & Ensino. 3. ed., Rio de janeiro: Lucerna, 2005. p. 19-36.

MEURER, José Luiz; MOTTA-ROTH, Désirée (Org.). Gêneros textuais e práticas
discursivas: subsídios para o ensino da linguagem. Bauru, SP: EDUSC, 2002.

OLIVEIRA, Carlos Eduardo Rebuá. Histórias em quadrinhos na sala de aula:
tecnologia, subjetividade e discurso hegemônico. Disponível em: <http://www.lab-
eduimagem.pro.br/redes/abertura.asp?edicao=11&secao=03>. Acesso em: 2 set. 2010.

SANTOS, Roberto Elísio dos. Para reler os quadrinhos Disney: linguagem, evolução e
análise de HQs. São Paulo: Paulinas, 2002.
Aparecida Eliane dos Santos Silva – aparecida_eliane@yahoo.com.br
Fabiane Vieira Romano – fabiromano@gmail.com

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Produção de HQs com reportagens

  • 1. POLO: Educacional Superior de Restinga Sêca DISCIPLINA: Elaboração de Artigo Científico PROFESSORA ORIENTADORA: Fabiane Vieira Romano 05/11/2010 O gênero reportagem na produção de História em Quadrinhos nas aulas de Língua Portuguesa The gender report for the production of Comics in Portuguese classes SILVA, Aparecida Eliane dos Santos Especialização em Língua Portuguesa, Centro Universitário Franciscano, UNIFRA. Resumo Este trabalho teve o objetivo de produzir uma história em quadrinhos, utilizando reportagens de jornais. As atividades foram realizadas com os alunos da 7ª série da Escola Estadual de Ensino Fundamental Pedro Lovato, de Cortado, município de Novo Cabrais. O tema da proposta foi o esporte e o assunto a trajetória da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. Para isso, a professora utilizou a TV e jornais como recursos tecnológicos. O trabalho foi realizado em etapas: primeiro, os alunos acompanharam os jogos da Seleção Brasileira pela TV e fizeram o registro em forma de relatório. Na sequência, foi trabalhada a estrutura do gênero Histórias em Quadrinhos, finalizando com a criação de uma história em quadros, em forma de cartaz, utilizando o gênero reportagem. O resultado do trabalho foi satisfatório, pois os alunos entenderam a linguagem verbal e não-verbal, reproduzindo-a em forma de história em quadrinhos, contextualizada a realidade de mundo. Palavras-chave: gêneros, alunos, Seleção Brasileira. Abstract This work aims to produce a comic, using newspaper reports. The activities were held with students in the 7th grade School State Elementary School Peter Lovato, Cortado, city of New Cabrais. The theme of the proposal was subject to the sport and the trajectory of the Brazilian squad for the World Cup. For this, the teacher asked students to accompany them the matches on TV and make the record in report form. Further, the structure was crafted comic book genre, ending with the creation of a story in pictures, in the form of a poster, using the gender story. The result of the work was satisfactory, as the students understood the verbal and nonverbal, reproducing in the form of comics, contextual reality of the world.
  • 2. Keywords: genres, students, Brazilian Team. 1. INTRODUÇÃO Atualmente, os avanços tecnológicos se propagam rapidamente e as Instituições educacionais devem acompanhar essas mudanças. Os profissionais da educação, seus representantes, devem estar atualizados quanto à evolução informacional, adequando-a ao contexto de sala de aula. Nesse sentido, há necessidade de utilizar metodologias diferenciadas para que as aulas fiquem mais interessantes aos alunos, facilitando a aprendizagem. Contudo, a era da informatização não chegou a todas as escolas e não se estende a todos os alunos, principalmente os da área rural. A escola, por exemplo, onde foi realizado este estudo – Escola Estadual de Ensino Fundamental Pedro Lovato, em Cortado, no município de Novo Cabrais, RS –, está situada na zona rural e são poucos os recursos tecnológicos. Os professores contam com uma biblioteca e uma sala de vídeo como recursos para a aplicação das aulas. Desta forma, o trabalho foi planejado e elaborado dentro das possibilidades tecnológicas que a escola oferece aos professores e alunos, e onde a teoria dos gêneros textuais faz parte dos conteúdos aplicados em sala de aula na disciplina de Língua Portuguesa aos alunos da 7ª série – objeto do estudo. Eles já conhecem alguns gêneros da mídia impressa que são retirados dos jornais (notícia, variedades, artigo de opinião, classificados, receitas, etc.), bem como fábulas, contos de fadas, história em quadrinhos, memórias literárias e aventuras que são as leituras que eles preferem quando vão à biblioteca uma vez por semana. Por isso, foram utilizados a TV e jornais para a elaboração das atividades didáticas propostas neste trabalho. Os alunos moram na comunidade local e vizinha. A maioria das famílias vive da agricultura. Então, por ser comunidade do interior, poucos têm acesso à tecnologia com exceção de quatro dos dezesseis alunos desta turma. Assim, há a necessidade de a professora trabalhar os conteúdos programáticos, contextualizando com a realidade local, municipal, estadual, federal e mundial. Neste ano de 2010, aconteceu o evento tão esperado, durante quatro anos, pela maioria da população mundial, envolvendo a prática do esporte. O Brasil é chamado o país do futebol, sendo o esporte mais praticado pelos brasileiros.
  • 3. Portanto, visto a relevância do assunto do momento em nível mundial, o futebol foi usado como tema das atividades desenvolvidas em sala de aula, levando em conta a trajetória da Seleção Brasileira, bem como os recursos existentes na escola para desenvolver o trabalho com os alunos. Eles acompanharam os jogos pela TV, leram o jornal Correio do Povo para identificar as reportagens com a notícia dos jogos da Seleção Brasileira. Posteriormente, recortaram as reportagens para criar uma história em quadrinhos, evidenciando a sequência dos jogos da Seleção Brasileira. O intuito de realizar o trabalho foi de levar o aluno a pensar criticamente (ato de cidadania) sobre a leitura do mundo e a capacidade de reproduzir o que aprende no contexto escolar, desenvolvendo a competência linguística. A linguagem verbal e não-verbal (signos icônicos) das reportagens produziu efeitos de interação entre o acontecimento mundial, envolvendo a nação. Assim, despertou um interesse maior aos alunos quanto à realização das atividades pedagógicas, desenvolvendo habilidades como o ler e escrever. Nesse sentido, a linguagem foi uma forma de interação entre o acontecimento mundial e os alunos, influenciando na realização das atividades didáticas, mediando o conhecimento lingüístico e enciclopédico por meio da tecnologia da mídia visual (falada e escrita). Dessa forma, as atividades didáticas tornaram-se mais prazerosas e lúdicas, despertando um interesse maior aos alunos. 2. A REALIDADE SOCIAL INSERIDA NO CONTEXTO ESCOLAR O trabalho foi organizado de acordo com o material existente no contexto escolar, recorrendo ao tema futebol, vivenciado e esperado pela maioria dos brasileiros. A escolha do tema se deu de acordo com a realidade brasileira do momento, em que a população estava voltada para os jogos da Copa do Mundo. Nesse sentido, a teoria de Almeida e Grubisich diz que: “é preciso organizar a seleção desenvolvida com base em um tema para apresentá-la aos alunos” (2008, p.140). A seleção que o autor se refere é quanto à escolha dos conteúdos e o material didático que o professor utiliza para suas aulas. Com referência a aplicação dos conteúdos, os autores mencionados dizem que “é na transmissão do conhecimento que ocorrem as mediações entre professores e alunos” (p. 141). A teoria de Almeida e Grubisich enfatiza que:
  • 4. Dessa forma, o professor pode desenvolver o ensino – selecionar, organizar e transmitir o conhecimento – e o aluno pode não aprender. Para que o aluno aprenda, ele precisa desenvolver a sua síntese singular do conhecimento transmitido, e isso se dá pelo confronto – por meio da negação mútua – com a vida cotidiana do aluno (ALMEIDA; GRUBISICH, 2008, p. 142). Por isso, a sequência das atividades foi contextualizada ao momento vivido pela nação. Os alunos que realizaram essas atividades irão lembrar com mais facilidade os acontecimentos relativos ao esporte, do ano de 2010, tanto nacional como mundial. Conforme Bechara: Assim, quanto mais um indivíduo dessas sociedades dominar essas linguagens, mais mundos possíveis/realidades ele terá registrado na mente, ficando, assim, disponíveis para ele acessar em cada momento em que se propuser a comunicar- se com alguém, seja com falante/escritor, seja como ouvinte/leitor, cabendo-lhe o atributo de pessoa culta (BECHARA, 2008, p. 74). Ainda no decorrer das atividades, os alunos puderam visualizar a cultura das demais seleções que estiveram participando da competição, a começar pela anfitriã, o país África do Sul. Para Bechara, “ele deve ter um bom conhecimento de mundo cultural, a ponto de reconhecer as interfaces dos códigos implícitos em suas linguagens verbal e não-verbal” (2008 p. 83). Neste caso, é o aluno que tomará conhecimento do mundo por meio das mídias, no momento que acessa, para se colocar a par dos acontecimentos, bem como suas utilizações na realização das tarefas propostas. 3. AS INFORMAÇÕES SOCIAIS NA ERA TECNOLÓGICA Hoje as informações são passadas muito rápidas, basta se estar interligado por algum veículo de comunicação, que a interação ocorre momentaneamente. De acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi “essa revolução tem espantoso e contínuo avanço das telecomunicações, dos meios de comunicação (mídias) das novas tecnologias da informação” (2009, p. 66). Os autores comprovam o quanto o mundo torna-se pequeno em relação ao espaço temporal das informações, pois se fica sabendo o que acontece no outro lado do ‘mundo’ ao mesmo instante que os fatos acontecem. As informações diminuem a distância, possibilitando a interação entre as pessoas no contexto social, modificando os hábitos e costumes.
  • 5. Isso fascina as pessoas, faz parte da rotina de cada um: ver a previsão do tempo, assistir aos noticiários, ler sobre o horóscopo etc. Ainda, os autores nomeados acima dizem que “os meios de comunicação, melhor dizendo, as mídias exercem cada vez mais um papel de mediação e de tradução da realidade social” (LIBÂNEO, OLIVEIRA; TOSCHI, 2009, p. 67). Eles evidenciam a maneira virtual como isso se dá, tornando mais prazeroso o acesso as informações midiáticas. Com referência a proposta do trabalho, no primeiro momento os alunos tiveram acesso ao meio visual, que vem ao encontro do pensamento dos autores: “a televisão é, nesse sentido, um dos veículos mais ágeis. Além de tratar as notícias e as informações no momento em que se dá, ela conseguiu alargar suas opções na área de transmissão a cabo ou por assinatura” (LIBÂNEO, OLIVEIRA; TOSCHI, 2009, p. 67). Eles ainda dizem que “os veículos jornalísticos” passam as informações por diferentes meios, juntando “texto, som e imagem” (LIBÂNEO, OLIVEIRA; TOSCHI, 2009, p. 68). Assim, todas estas informações, graças aos avanços tecnológicos, podem ser aproveitadas nas atividades pedagógicas junto aos alunos, proporcionando uma forma diferente de eles aprenderem o conteúdo escolar, contextualizando com a realidade de mundo. 4. OS GÊNEROS TEXTUAIS E SUAS ABORDAGENS De acordo com Marcuschi (2005), os gêneros textuais são caracterizados como práticas discursivas, definindo-se por aspectos sócio-comunicativos, assumindo classificações diferentes, dependendo do suporte em que são escritos. Para isso, ele define os gêneros textuais como materializações das ações “sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica” (MARCUSCHI, 2005, p. 23). Nesse sentido, os gêneros produzem relações comunicativas, incluindo certas práticas discursivas, identificadas por tipos textuais que são encaixados nos gêneros textuais. Os gêneros textuais são, portanto, “os reflexos de estruturas sociais recorrentes e típicas de cada cultura” (MARCUSCHI, 2005, p. 32). Sendo assim, o que caracteriza um gênero são as condições de produção. Por isso, Marcuschi menciona a hibridização dos gêneros como uma inovação organizacional, dependendo do contexto em que é produzido. Os gêneros textuais surgiram da população desde a antiguidade e se
  • 6. propagaram cada vez mais com os avanços tecnológicos. Assim, pode-se dizer que os gêneros textuais são produtos sociais que servem a determinadas instâncias, desempenhando funções cognitivas, institucionais e comunicativas. Para isso, os indivíduos os utilizam em suas práticas diárias para manter relações de comunicação com os outros. Assim, os gêneros textuais passam por constantes transformações nos seus modos de organização e suas funções, para produzir sentido conforme a necessidade de cada um. Toda produção de sentidos é fruto de um evento discursivo que foi mentalmente criado e expresso pelo sujeito para marcar posição, identificando-se com o meio social, levando em conta o grupo a que pertence ou está a serviço. Nessa perspectiva, realizam- se as interações entre os sujeitos do acontecimento histórico, cultural e social. Essas produções se encaixam em algum tipo de gênero textual, representando ou identificando as relações sociais, dependendo das circunstâncias em que foram produzidas. Assim, Marcuschi enfatiza que os gêneros textuais são formas “sócio- comunicativas”, relacionadas à “função e organização, ao conteúdo e meio de circulação, aos atores sociais envolvidos e atividades discursivas implicadas, ao enquadre sócio- histórico e atos retóricos praticados e assim por diante” (2005, p. 21). Então, os gêneros textuais são produtos sociais que interagem uns com os outros nos meios de divulgação, originando novas categorias de gênero. Ainda, o autor reforça que os gêneros se apresentam dinâmicos, históricos e culturais. Por isso, misturam-se uns aos outros formando terceiros, confirmando os modos como os sujeitos expressam suas vivências de mundo no meio social. Para complementar o pensamento de Marcuschi, Balocco (2005) define o gênero como um recurso utilizado pelos atores sociais do discurso para representar o ponto de vista pessoal deles para o entendimento dos receptores/leitores. Então, novos sujeitos sociais se constroem pelo posicionamento do seu próprio discurso que é organizado pelo pensamento e se materializa no texto que embasa o gênero. A posição de Meurer vem ao encontro das idéias dos autores acima ao nomear o discurso como ação que condiciona as relações entre os sujeitos sociais. Para ele, “cada gênero ocorre em determinado contexto e envolve diferentes agentes que o produzem e o consomem (lêem e interpretam)” (2005, p. 82) de acordo com seus interesses, enfatizando que o gênero se torna relevante por envolver a linguagem e suas relações de poder, conscientizando os indivíduos sobre possíveis mudanças na sociedade. Dessa forma, os autores vêem os gêneros textuais como práticas sociais, condicionadas pelo contexto de produção.
  • 7. Sobre a forma de ver o gênero como fatos sociais, Carvalho diz que “os gêneros são responsáveis por organizar a experiência humana, atribuindo-lhe sentido; são os meios pelos quais vemos e interpretamos o mundo e nele agimos” (2005, p. 133). A interação é dada de acordo com a história e o momento de fala específico, compreendendo as variáveis de natureza da prática social, da conexão entre os participantes da situação e do meio de transmissão da mensagem, relacionando tempo/espaço. Nesse sentido, os fatos sociais são dados como verdadeiros, porque as palavras escritas ou faladas acabam ganhando força e se propagando, desde que sejam realizadas em situações adequadas à necessidade de comunicação dos humanos, ou seja, servem para pôr em prática suas ações na sociedade. 5. O TRABALHO COM GÊNEROS TEXTUAIS EM SALA DE AULA Para Marcuschi (2005), o texto evoluiu da parede das cavernas à tela do computador, utilizando a folha de papel ou outros suportes. Observa-se que a evolução do texto se deu nos suportes de veiculação, já que ‘os inventores’ continuam a pesquisar para encontrar as formas mais adequadas ou chamativas à compreensão humana. Toda essa realidade virtual que vivemos nada mais é do que um espaço para a escrita de quem tem ao alcance estas inovações. Reconhece-se que o avanço tecnológico pode favorecer o aprendizado mais rápido. Atualmente, os docentes intensificam a busca de novos instrumentos de trabalho que propiciem uma prática pedagógica diferente, produzindo um ensino reflexivo ao aluno. Sob essa perspectiva, a linguagem apresenta formas específicas para cada contexto situacional, diferenciando-se conforme a necessidade de quem fala ou escreve. De acordo com Cristóvão (2002), o modelo didático criado a partir dos gêneros textuais facilita o ensino-aprendizagem, visto que é um acontecimento de comunicação específico em que os discursos se organizam de acordo com o objetivo do enunciador. Dessa forma, o gênero pode se tornar uma boa opção de aprendizagem, possibilitando ao aluno se aprofundar naquilo que já é de seu conhecimento. Ao professor cabe organizar as ações didáticas que façam o aluno refletir sobre as práticas de linguagem, levando em conta o que já é conhecido dele, acrescentando conhecimentos mais complexos com o aprofundamento do conteúdo trabalhado em sala de aula. Nesse
  • 8. sentido, os professores podem aproveitar a diversidade de gêneros textuais existente na atualidade para trabalhar com alunos. Sob esta perspectiva, o trabalho teve o intuito de fazer com que os alunos utilizassem um gênero para criar o outro, construindo uma narrativa seqüencial, empregando as linguagens e imagens de acordo com os elementos que compõem para organizar a trajetória da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. Para isso, foram observados os eventos comunicativos e o tema gênero Reportagem do Jornal Correio do Povo. 5.1. O gênero reportagem O suporte jornalístico comporta uma complexidade de gêneros textuais com riqueza de detalhes e aspectos que podem ser explorados nas atividades didáticas em sala de aula. De acordo com a teoria de Marcuschi: Em geral, os gêneros desenvolvem-se de maneira dinâmica e novos gêneros surgem como desmembramento de outros, de acordo com as necessidades ou as noivas tecnologias como o telefone, o rádio, a televisão e a internet. Um gênero dá origem a outro e assim se consolidam novas formas com novas funções de acordo com as atividades que vão surgindo (MARCUSCHI, 2005, p.22). Neste cenário, a disciplina de língua Portuguesa propicia que os professores realizem atividades que possibilitam aos alunos não somente ler o gênero, mas compreender a estrutura (os elementos que o compõem) dos textos, bem como o contexto que foi produzido, proporcionando uma releitura da produção. Nesse sentido, a reportagem, dentre os gêneros jornalísticos, é o mais propenso a servir de recurso para ser aplicado em sala de aula, porque mostra as ações realizadas pelos sujeitos em determinado contexto social, denotando tempo/espaço em situação real de uso. Assim, os atos comunicativos da reportagem podem servir de pretexto para a produção escrita dos alunos desde que motivados pelo professor a ler e tomar como exemplo para produzirem seus textos. 5.2. O gênero histórias em quadrinhos
  • 9. De acordo com a teoria de Santos (2002), o gênero histórias em quadrinhos apresenta frases curtas, facilitando a identificação e a compreensão da narrativa, superando outros gêneros pela forma que se apresenta, misturando palavras e imagens, facilitando a visualização. A relevância das imagens visuais e da linguagem dos quadrinhos é apresentada por desenhos e palavras que facilitam a interpretação da narrativa, determinada pelo espaço/temporal. Por isso, pode servir como suporte ao trabalho de Língua Portuguesa em sala de aula. Assim, faz-se necessário relatar a composição do gênero histórias em quadrinhos. No início, o gênero histórias em quadrinhos tomou emprestado o método de impressão chamado de litografia, inventado em 1796 pelo tcheco Alois Senefelder. As histórias eram impressas em jornal, material popular da época. Segundo Santos, foi ainda neste século que “desenvolveram a arte de contar histórias por meio de imagens seqüenciais impressas, os quadrinhos” (2002, p.51). As histórias em quadrinhos eram escritas nos periódicos, em tiras diárias, no estilo de capítulo, obrigando os leitores a comprar o jornal do dia seguinte para ver a seqüência da história. Os capítulos eram numerados, facilitando a continuidade da história pelos leitores que colecionavam e até formavam livros. O gênero histórias em quadrinhos apresenta elementos que compõem a narrativa seqüencial que combinam desenho e palavra. Conforme Santos (2002), os quadrinhos aparecem separados por um espaço que não é obrigatório ser traçado por linhas. Os quadrinhos são previamente esboçados e determinados em seu espaço, contemplando todos os elementos escolhidos pelo autor. Assim, o autor dos quadrinhos organiza a sequência da narrativa ao associar figuras à palavra, produzindo as ações da história que orienta a leitura. O tamanho dos quadros e dos desenhos depende da ênfase que ele quer dar aos personagens, principalmente ao protagonista, distribuindo em tipos de planos que são chamados de: plano geral que enfatiza o cenário e os personagens; plano total que mostra o personagem por inteiro; plano primeiro que exibe o personagem a partir dos ombros; plano médio em que o personagem é mostrado da cintura para cima; plano americano que mostra o personagem a partir dos joelhos ou plano detalhe em que mostra apenas um detalhe. Os estudos de Santos (2002) dizem que o desenhista explora os ângulos que podem ser: ângulo frontal (de frente); ângulo superior (de cima para baixo) ou inferior (de baixo para cima), dispondo os personagens e o cenário no quadro. Geralmente, a história tem um personagem principal e os secundários, que se diferenciam pelas características
  • 10. (tipo que assumem), servindo de modelo para os leitores. E, a linguagem dos balões é formada de elementos peculiares que transmitem a mensagem em texto ou imagem, facilitando a compreensão da leitura. Eles podem aparecer de várias formas: o balão-fala se apresenta todo em linha contínua; o balão-cochicho em linhas interrompidas ou pontilhadas; o balão-pensamento em pequenas bolhas, inclusive o rabicho; o balão-grito com contorno irregular ou tremido; o balão-gelo que mostra a indiferença ou desprezo do personagem que fala; o balão uníssono com vários personagens falando ou pensando juntos. A escolha dos balões depende do que o autor quer expressar na seqüência da história. O autor evidencia que os balões apresentam texto dialogado, pensado ou caracterizado pela origem que o personagem encarna. Além das palavras, os textos dos balões também podem aparecer em forma de desenhos, símbolos ou tipos de pontos, denotando sensações como: frio, dor, medo ou susto; e atitudes por inflexão ou tom de voz. O tipo de letra difere nos modelos, porém a mais comum é a letra de forma, dependendo do enredo da história para designar tons de fala mais alto ou mais baixo dos personagens. Os tipos de fala podem aparecer variáveis: baixa que transmite receio, timidez ou submissão; trêmula, para identificar o medo dos personagens ou exaltada, demonstrando firmeza do personagem. Ele informa que a legenda aparece em destaque com letra de imprensa, desempenhando um papel importante ao informar os fatos sucessivos entre um quadro e outro da narração. Geralmente, o conteúdo dos balões aparece verbalizado, mas também podem aparecer em forma de metáforas visuais como coraçãozinho, lâmpadas, palavrão, estrelas etc. As onomatopéias, às vezes se associam às figuras para exprimir situações criadas pelo autor para produzir ruídos ou sons. As expressões onomatopéicas podem ser usadas para representar movimentos dos objetos ou personagens. Também, há histórias com quadrinhos não-verbalizadas, ou seja, a seqüência das imagens é que produz a interpretação, por meio de expressões faciais e corporais, facilitando a interpretação do enredo da história. Dessa forma, as histórias em quadrinhos se apresentam de forma verbal com imagens e palavras ou não-verbal por meio de figuras. Nessa perspectiva, as histórias em quadrinhos tornam-se lúdicas e prazerosas à leitura. Por isso, são bem aceitas pelo público, principalmente, pelas crianças em idade escolar. Diante dos argumentos teóricos apresentados na construção desse trabalho, entende-se que os gêneros são meios que tornam a comunicação possível, podendo ser utilizados como instrumentos de trabalho no
  • 11. ensino-aprendizagem. Oliveira (2010), também frisa a importância do trabalho com esse gênero por representar um avanço no ensino-aprendizagem e na era tecnológica. Ele diz: Quando ouvimos a expressão “tecnologia da informação e da comunicação (TIC)” é quase automática a construção imagética de uma máquina fotográfica ou de um microcomputador. O termo “tecnologia” remete imediatamente à máquina, circuitos integrados. [...] Se compreendemos tecnologia como meio, instrumento, incorporamos outras possibilidades à pré-noção que temos do termo, sendo as histórias em quadrinhos (hq’s) uma dessas possibilidades, ainda que pouco lembrada e apenas recentemente valorizada. Na contramão da idéia determinista da tecnologia em sala de aula como sinônimo de otimização de resultados, pode- se, dialogando com o viés freireano acerca da prática educativa, utilizar as hq’s como “possibilidade”, como ferramenta não-acabada, como ponto de partida e não de chegada, permitindo de maneira lúdica a apreensão de conteúdos muitas vezes ininteligíveis. (OLIVEIRA, 2010). Ainda conforme Oliveira (2010), as histórias em quadrinhos, apesar de existirem há mais de um século, somente há pouco tempo vêm sendo utilizadas por professores em sala de aula, nos livros didáticos, tornando-se recentemente objeto de estudo acadêmico. Segundo o autor “as hq’s possibilitam o diálogo com as mais distintas faixas etárias e classes sociais, além de permitir infindáveis mediações, reflexões e vieses”. Cabe ressaltar que as hq’s enquanto potenciais “tecnologias da sala de aula” não operam de maneira dissociada do mundo real; não atuam como “receita de bolo”, que descoladas da realidade objetiva e dos atores sociais que a engendram (cartunistas) e a interpretam (professores, alunos), permitam a plena realização do processo de ensino-aprendizagem. (OLIVEIRA, 2010). 6. O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO NA ESCOLA O trabalho com os alunos foi realizado em três momentos. No primeiro, os alunos assistiram aos jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo na TV. Eles fizeram um relatório sobre a atuação da equipe em cada partida, durante os cinco jogos. No segundo momento, foi trabalhada em sala de aula a teoria sobre os elementos que compõem o gênero Histórias em Quadrinhos. No terceiro momento, o trabalho também se realizou na sala de aula, onde os alunos construíram a trajetória da Seleção Brasileira num cartaz, em quadros, utilizando imagens verbais e não-verbais, retiradas de jornais. A proposta de trabalho contemplou os gêneros textuais, mais especificamente, o gênero Reportagem, do jornal Correio do Povo, que foi transformada no gênero História em Quadrinhos. As atividades tiveram início no mês de junho, quando os alunos
  • 12. assistiram aos jogos da Seleção brasileira, fizeram o relatório e entregaram para a professora. A seguir, trabalharam em sala de aula, orientados pela professora, a teoria sobre o gênero Histórias em Quadrinhos, ou seja, a composição (os elementos), bem como realizaram uma atividade para exercitar o entendimento, transformando uma anedota em História em Quadrinhos. Posteriormente, os alunos realizaram a atividade proposta em sala de aula. No primeiro momento, pesquisaram em jornais as reportagens sobre os jogos da copa e organizaram-nas por ordem das partidas. Depois, selecionaram as páginas, recortaram as imagens e as manchetes, colaram em folhas de ofício, que serviram para a produção da história em quadros, num cartaz de papel pardo (figura 1). Figura 1 – Elaboração do cartaz. Eles produziram nove quadros de tamanho irregular de acordo com as imagens e as palavras relativas à realização de cada partida. Após a colagem, a professora sugeriu que numerassem os quadros na seqüência das partidas (figuras 2 e 3).
  • 13. Figura 2 – Construção dos quadros. Figura 3 – A seqüência com nove quadros. Assim, o trabalho dos alunos apresentou quadros disformes, legendas, balões, falas e personagens, contemplando os elementos do gênero histórias em quadrinhos. Contudo, percebe-se que os intervalos entre um quadro e outro ficaram desproporcionais, compreensível pela razão de os quadros serem irregulares. Os quadrinhos criados pelos alunos apresentam três tipos de balões: balão fala, balão pensamento e balão grito; uma onomatopéia de palavras no sétimo quadrinho; e a maioria dos personagens são os jogadores. Os quadrinhos foram organizados da seguinte forma:
  • 14. O primeiro quadrinho traz a legenda, indicando o evento, e a apresentação das imagens de um estádio e do troféu que ganharia o vencedor da Copa do Mundo. Este quadro apresenta plano geral e ângulo frontal; • O segundo quadrinho apresenta um torcedor caracterizado, produzindo um balão grito, e dois jogadores (balão fala), apresentando plano médio e ângulo inferior; • O terceiro quadrinho apresenta a legenda da escalação (Brasil e Coréia do Norte); dois jogadores que produzem um balão fala e o outro balão grito, apresentando plano médio e ângulo superior; • O quarto quadrinho apresenta a legenda da escalação (Brasil e Costa do Marfim); uma torcedora que produz um balão pensamento, remetendo a um jogador da seleção (não identificado) e uma frase que demonstra a sua preocupação quanto ao desempenho da Seleção brasileira; dois jogadores que conversam sobre o técnico, produzindo balão fala. Neste quadrinho, há uma mistura de planos e ângulos: a torcedora apresenta plano primeiro e ângulo inferior, já os jogadores: plano médio e ângulo superior; • O quinto quadrinho apresenta os jogadores eufóricos, produzindo um balão grito; plano total e ângulo inferior; • O sexto quadrinho apresenta a legenda da escalação (Brasil e Portugal) e de comentário. O jogador produz um balão fala; plano primeiro e ângulo superior; • O sétimo quadrinho apresenta legenda da escalação (Brasil e Chile) e de comentário sobre a partida e uma onomatopeia de palavras. Os jogadores estão produzindo a ação somente de jogar; o plano é geral, pois mostra os personagens e parte do cenário e o ângulo é superior; • O oitavo quadrinho apresenta legenda da escalação (Brasil e Holanda) e de comentário sobre a partida. O jogador produz um balão grito; o plano é médio e o ângulo superior; • O nono quadrinho apresenta uma legenda de comentários e uma imagem da bandeira do Brasil, faltando um pedaço; o técnico Dunga, que produz um balão grito, passando uma expressão de lamento; o plano é primeiro e o ângulo superior. Observa-se que os alunos aplicaram a teoria estudada sobre o gênero Histórias em Quarinhos, embora tenham deixado alguns espaços irregulares entre um e outro quadro, o que é compreensível, já que os espaços passam uma ideia de temporalidade, assim
  • 15. como o tamanho dos quadros, sendo aceitável, pois dependem do sentido que o autor quer transmitir com sua criação. No término do trabalho, a professora perguntou aos alunos sobre a realização das atividades. Eles responderam que: gostaram de trabalhar em grupo na sala de aula; conheceram mais a teoria do gênero, os elementos que compõem as histórias em quadrinhos; ressaltaram que acharam a proposta diferente e que foi agradável realizar o trabalho, principalmente por colaborarem com os estudos da professora. Este trabalho demonstrou que é possível desenvolver aulas diferentes sem o auxílio do computador, desde que o professor planeje e selecione os materiais, que estão à disposição, orientando os alunos nas atividades. Portanto, esta proposta pode ser estendida a outros gêneros textuais, em trabalhos futuros, contextualizados a realidade da escola e aos recursos disponíveis. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho foi realizado de acordo com a proposta, pois levou os alunos a vivenciarem a realidade de mundo, fazendo uma leitura sequenciada, transportando-a para sua vivencia e transformando-a em instrumento de aprendizagem. Eles foram capazes de reproduzirem o que assistiram, ouviram e leram, trazendo para o contexto escolar. Assim, consideramos que a linguagem verbal e não-verbal do gênero reportagem possibilitou aos alunos produzirem uma história em quadrinhos, verificando-se que há possibilidade de o professor realizar um trabalho diferenciado a partir das tecnologias existentes na escola. Observou-se que os alunos seguiram a proposta de trabalho, baseados nas atividades que o professor sugeriu, ou seja, iniciaram com a observação dos jogos na TV, reportagens dos jornais e o estudo da teoria do gênero Histórias em Quadrinhos em sala de aula. Por fim, a aplicabilidade na produção da história que conta a trajetória da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. O trabalho foi elaborado de forma criativa por parte do professor, já que não contava com a informática em sua escola. Contudo demonstrou que é possível fazer um trabalho diferente com os alunos, embora a escola não esteja adequada à era da informatização. Portanto, os alunos trabalharam com a linguagem verbal e não-verbal de forma interativa e contextualizada às atividades de sala de aula. Primeiramente, o trabalho teve
  • 16. início de forma individual, realizado em etapas na sala de aula com a turma, finalizando com a produção da história em grupo, vinda ao encontro da proposta de trabalho. Nesse sentido, a linguagem visual e escrita possibilitaram a interação dos alunos com o contexto do momento através do trabalho que contemplou a teoria dos gêneros textuais. REFERÊNCIAS ALMEIDA, José Luís Vieira de; GRUBISICH, Teresa Maria. Ensino-aprendizagem na sala de aula: uma perspectiva não-linear. In: GRANVILLE, Maria Antonia (Org.). Sala de Aula: Ensino e Aprendizagem. Campinas, SP: Papirus, 2008. BALOCCO, Anna Elizabeth. A perspectiva discursivo-semiótica de Gunther kress: o gênero como um recurso representacional. p. 65-80. In: MEURER, J.L., BONINI, Adair, MOTTA-ROTH, Désirée (Org.). Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola, 2005. BECHARA, Eli Nazareth. Leituras e contraleituras semântico-semióticas das linguagens verbal e não-verbal de cartazes de propaganda. In: GRANVILLE, Maria Antonia (Org.). Sala de Aula: Ensino e Aprendizagem. Campinas SP: Papirus, 2008. CARVALHO, Gisele de. Gênero como ação social em Miller e Bazerman: o conceito, uma sugestão metodológica e um exemplo de aplicação. p. 130-149. In: MEURER, J. L.; BONINI, Adair; MOTTA-ROTH, Désirée (Org). Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola, 2005. CRISTÓVÃO, Vera Lúcia Lopes. Modelo didático de gênero como instrumento para formação de professores. p. 31-73. In: MEURER, José Luiz; MOTTA-ROTH, Désirée (org.). Gêneros textuais. Bauru, SP: EDUSC, 2002. LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2009. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais definição e funcionalidade. In: DIONISIO, Ângela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (org.). Gêneros textuais & Ensino. 3. ed., Rio de janeiro: Lucerna, 2005. p. 19-36. MEURER, José Luiz; MOTTA-ROTH, Désirée (Org.). Gêneros textuais e práticas discursivas: subsídios para o ensino da linguagem. Bauru, SP: EDUSC, 2002. OLIVEIRA, Carlos Eduardo Rebuá. Histórias em quadrinhos na sala de aula: tecnologia, subjetividade e discurso hegemônico. Disponível em: <http://www.lab- eduimagem.pro.br/redes/abertura.asp?edicao=11&secao=03>. Acesso em: 2 set. 2010. SANTOS, Roberto Elísio dos. Para reler os quadrinhos Disney: linguagem, evolução e análise de HQs. São Paulo: Paulinas, 2002.
  • 17. Aparecida Eliane dos Santos Silva – aparecida_eliane@yahoo.com.br Fabiane Vieira Romano – fabiromano@gmail.com