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Tecnologia da Informação e
Comunicação
2014
Editorial
© UniSEB © Editora Universidade Estácio de Sá
Todos os direitos desta edição reservados à UniSEB e Editora Universidade Estácio de Sá.
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrônico, e mecânico, fotográfico e gravação ou
qualquer outro, sem a permissão expressa do UniSEB e Editora Universidade Estácio de Sá. A violação dos direitos autorais é
punível como crime (Código Penal art. 184 e §§; Lei 6.895/80), com busca, apreensão e indenizações diversas (Lei 9.610/98 – Lei
dos Direitos Autorais – arts. 122, 123, 124 e 126).
Comitê Editorial
Fernando Fukuda
Simone Markenson
Jeferson Ferreira Fagundes
Autor do Original
Fabiano Gonçalves dos Santos
Sumário
Tecnologia da Informação e
Comunicação
Capítulo 1: Ciência, Tecnologia e Sociedade.... 7
Objetivos de aprendizagem........................................ 7
Você se lembra?................................................................. 8
1.1  Conceitos de ciência, tecnologia e sociedade.................. 9
1.2  Relacionamento entre ciência, tecnologia e sociedade........ 11
1.3  Evolução social, científica e tecnológica.................................. 13
1.4  Neutralidade.................................................................................. 14
1.5  O determinismo tecnológico............................................................. 15
1.6  A associação em rede............................................................................ 17
Atividades....................................................................................................... 20
Reflexão............................................................................................................. 21
Leitura recomendada............................................................................................. 22
Referências.............................................................................................................. 22
No próximo capítulo.................................................................................................. 23
Capítulo 2: Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento.................. 25
Objetivos da sua aprendizagem.................................................................................... 25
Você se lembra?............................................................................................................. 25
2.1  Definição de sociedade da informação e sociedade do conhecimento.................... 26
2.2  Sociedade em rede................................................................................................... 30
2.3  Modelos de sociedade da informação...................................................................... 34
2.4  Reestruturação produtiva e sociedade da informação............................................. 38
2.5  Cadeias de negócio................................................................................................. 38
2.6  OCDE.................................................................................................................... 40
2.7  O livro verde da sociedade da informação no Brasil.......................................... 42
Atividades................................................................................................................ 42
Reflexão................................................................................................................ 44
Leitura recomendada........................................................................................ 44
Referências.................................................................................................... 44
No próximo capítulo................................................................................. 44
Capítulo 3: A Revolução Digital.......................................................... 45
Objetivos da sua aprendizagem......................................................... 45
Você se lembra?............................................................................. 45
3.1  A Internet........................................................................... 46
3.2  O conhecimento digitalizado........................................ 59
3.3  Tecnologia Onipresente............................................................................................. 60
Atividades........................................................................................................................ 62
Reflexão........................................................................................................................... 64
Leitura recomendada........................................................................................................ 64
Referências....................................................................................................................... 64
No próximo capítulo........................................................................................................ 65
Capítulo 4: Tecnologias da Informação e Comunicação............................................. 67
Objetivos da sua aprendizagem....................................................................................... 67
Você se lembra?............................................................................................................... 67
4.1  Conceito de TIC........................................................................................................ 68
4.2  Aplicações das TICs.................................................................................................. 70
4.3  O impacto das TICs na sociedade............................................................................. 74
4.4  Relação dialética entre a sociedade e as TICs.......................................................... 80
Atividades........................................................................................................................ 83
Reflexão........................................................................................................................... 84
Leitura recomendada........................................................................................................ 85
Referências bibliográficas................................................................................................ 85
No próximo capítulo........................................................................................................ 86
Capítulo 5: Aspectos Éticos, Legais e Profissionais, TI Verde e Sustentabilidade.... 87
Objetivos da sua aprendizagem....................................................................................... 87
Você se lembra?............................................................................................................... 88
Introdução........................................................................................................................ 89
5.1  Aspectos éticos e legais relacionados ao exercício profissional na área de TI......... 90
5.2  Mercado de trabalho na área de TI e tendências....................................................... 94
5.3  Mercado de trabalho................................................................................................. 95
5.4  Perfil Profissional...................................................................................................... 96
5.5  Regulamentação da profissão na área de Tecnologia da Informação..................... 100
5.6  TI Verde e Sustentabilidade.................................................................................... 102
5.7  Uso de TI em prol do meio ambiente...................................................................... 106
5.8  Estratégias empresariais de TI “Verde” ................................................................. 109
5.9  Usando a TI para sustentabilidade ambiental..........................................................111
Atividades...................................................................................................................... 112
Reflexão......................................................................................................................... 113
Leituras recomendadas................................................................................................... 113
Referências bibliográficas.............................................................................................. 114
Apresentaç
ão Prezados(as) alunos(as)
Todos possuem conceitos variados sobre
os termos ciência, sociedade e tecnologia.
Ao consultarmos o Dicionário Aurélio, encon-
tramos a seguinte definição:
“Um conjunto organizado e relativo aos conhecimen-
tos de certas categorias que estão relacionados com os
fatos ou fenômenos.”
Toda ciência, para definir-se como tal, deve necessariamen-
te recortar, no real, seu objeto próprio, assim como definir as
bases de uma metodologia específica: ciências físicas e naturais.
A sociedade, por sua vez, pode ser definida:“Reunião de homens,
de animais, que vivem em grupos organizados; corpo social. Con-
junto de membros de uma coletividade, sujeitos às mesmas leis. Cada
um dos diversos estágios da evolução do gênero humano.” E a ciência:
“Estudo dos instrumentos, processos e métodos empregados nos diver-
sos ramos industriais.”
Portanto, podemos perceber claramente que a ciência está diretamente
relacionada ao conhecimento, à sociedade, aos seres humanos e à tecno-
logia, às técnicas, aos métodos, processos e instrumentos.
Nesta disciplina, estudaremos um pouco sobre este importante assunto:
Ciência, sociedade e tecnologia. Ambientaremos o aluno neste tema, pro-
curando mostrar-lhe que a tecnologia, de que tanto gostamos, precisa ser
contextualizada juntamente com outros elementos.
Bons estudos!
CCCCCCCCCC
Ciência, Tecnologia e
Sociedade
Vamos estudar a ideia de neutralidade
da ciência. A questão da neutralidade da ci-
ência está no centro do debate entre os estudos
sobre as características da ciência e seu papel na
sociedade.
A questão principal é se a ciência é ou não influenciada
pelo contexto sociocultural, pelos valores sociais, inte-
resses políticos e econômicos. Tal discussão é importante
porque a visão da ciência neutra tem implicações na escolha
dos temas, na política que define as prioridades de pesquisa e in-
fluencia as relações entre o ambiente científico e os outros setores
da sociedade.
É importante sabermos que a questão da neutralidade da ciência está
relacionada a um modo de produzir conhecimento sobre os fenômenos
da natureza baseado na matemática, que procurou definir leis gerais de
alcance universal para controlar e transformar a natureza. Esse modo
de fazer ciência separa a natureza (objeto) da sociedade (sujeito). Ve-
remos que a visão dominante de ciência neutra, autônoma e universal
está sendo negada pelo próprio avanço do conhecimento, com o surgi-
mento de novas teorias nas ciências naturais que superam as anteriores,
e por fatos históricos que estão relacionados ao uso da ciência para fins
político-militares no desenvolvimento de armas e aplicação no processo
de produção capitalista.
Objetivos de aprendizagem
Neste capítulo, vamos estudar os seguintes assuntos:
▪▪ conceitos de ciência, tecnologia e sociedade;
▪▪ relacionamento entre ciência, tecnologia e sociedade;
▪▪ evolução social, científica e tecnológica;
▪▪ neutralidade;
▪▪ determinismo tecnológico;
▪▪ dialética;
▪▪ associação em rede.
Você se lembra?
Há alguns anos passava um seriado na televisão cujo protagonista
era um cientista maluco com dois ajudantes: um rato de laboratório gi-
gante e uma assistente. Embora bem-humorado, o seriado era interessante
porque ele, juntamente seus auxiliares, fazia várias experiências para
mostrar as leis da física, química, matemática, mecânica e outras. Era bas-
tante interessante e lúdico para quem lhe assistia. Ele mostrava a ciência
na prática. Vamos estudar um pouco sobre a ciência neste capítulo.
9
Ciência, Tecnologia e Sociedade – Capítulo 1
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
1.1  Conceitos de ciência, tecnologia e sociedade
As três palavras: ciência, tecnologia e sociedade formam um con-
junto muito mais abrangente do que podemos imaginar. Existem vários
autores com diferentes abordagens para tratar cada uma delas separada-
mente e em conjunto. Porém, nosso estudo será baseado numa definição
geral e com aplicações nas áreas de informática a fim de dirigir e orientar
os alunos desta área sobre estes conceitos importantes.
Podemos iniciar observando que não é possível separar os conheci-
mentos científicos e artefatos tecnológicos, pois entendemos que ambos
estão relacionados. Onde há ciência, há tecnologia, e neste caso tecnolo-
gia não é apenas equipamentos de hardware ou infraestruturas complexas.
A palavra tecnologia é derivada do grego tekhne, “relativo à arte,
aos trabalhos de artesão” mais logos, “estudo, tratado, palavra”. Portanto
tecnologia significa “estudo da técnica”.
Segundo o dicionário Michaelis, tecnologia pode ser definida como
“aplicação de conhecimentos científicos à produção em geral” (EDITO-
RA MELHORAMENTOS, 2009).
A palavra ciência provém do latim scientia e seu significado é “co-
nhecimento” ou qualquer “conhecimento sistemático”. Esse conhecimen-
to é adquirido por meio de métodos científicos, geralmente estudados na
disciplina “Metodologia científica”, presente em vários cursos de gradua-
ção e pós (strictu ou latu sensu).
Segundo (CHIBENI, 2014), existe uma definição estrita na qual a
ciência é tratada como o conhecimento claro e evidente de alguma coisa
fundamentado por princípios evidentes e demonstrações ou por raciocí-
nios experimentais ou mesmo pela análise da sociedade e fatos humanos.
Desta forma, aparecem três tipos de ciência: as ciências formais, as mate-
máticas e as sociais.
A ciência é um campo de estudo muito abrangente. Existem vários
autores, desde a Antiguidade, que pesquisam este assunto, inclusive do
ponto de vista filosófico. Para os cientistas tradicionais, a definição mais
empregada é a definição estrita, citada no parágrafo anterior.
Entre as correntes filosóficas que tratam da ciência, existe uma cha-
mada empirismo. No empirismo, basicamente, a ciência e suas teorias
são objetivas, testadas e previstas empiricamente.
Dentro do empirismo, encontramos o positivismo, que, fundamen-
tado pelos estudos do filósofo Augusto Comte, defende a ideia central que
o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro.
10
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
Segundo o
dicionário Michaelis (2009), o
empirismo é um “Sistema filosófico
que nega a existência de axiomas como
princípios de conhecimento, logicamente in-
dependentes da experiência”. Outra definição
é “Conhecimentos práticos devidos meramen-
te à experiência”.Ou seja, quando tratamos
de algo empírico, estamos lidando com algo
que foi testado experimentalmente. ”.
Ou, ainda, o positivismo busca,
a partir da razão, formular leis
para conhecer e ordenar a
realidade. Ainda, o posi-
tivismo defende o uso da
ciência a fim de governar
as relações humanas. E,
dessa forma, entramos na
terceira palavra da tríade
tecnologia, ciência e socie-
dade.
Antes de tratarmos da pa-
lavra sociedade, é necessário comentar
que essas posições filosóficas são objetos de críticas por vários autores, os
quais defendem suas ideias filosóficas de acordo com outras abordagens.
Porém, como nosso contexto aqui é outro, vamos adotar a linha exposta
neste texto.
Quando apresentamos a definição de ciência que vamos usar nesta
disciplina, citamos que existem três campos da ciência, e um deles é cha-
mado de ciências sociais. Como podemos perceber, o termo sociais está
relacionado ao termo sociedade e, por sua vez, sociedade, na verdade,
origina-se de uma palavra latina: societas, a qual significa “associação
de amizade com vários”. Portanto, a sociedade é o assunto de estudo das
ciências sociais, em especial a sociologia.
Segundo FONSECA (2010), a sociedade constrói a ciência e a tec-
nologia e, ao mesmo tempo, a ciência e a tecnologia constroem a socieda-
de. Esta frase mostra bem como a tríade está relacionada. De acordo com
CAMARGO (2014), a sociedade pode ser resumida como um sistema de
interações humanas culturalmente padronizadas [...] A sociedade é um
sistema de símbolos, valores e normas, como também um sistema de posi-
ções e papéis.
A sociedade, na verdade, pode ser interpretada sob diversas formas.
Algumas das formas são: positivismo, como vimos rapidamente, e outras
como: funcionalismo, sociologia compreensiva, marxismo (histórico-crí-
tica), estruturalismo, pós-estruturalismo, fenomenologia, existencialismo,
hermenêutica, genealogia, perspectiva pós-moderna e outras, de acordo
com os seus principais fundamentadores. Portanto, é outro campo de estu-
do bastante amplo que foge do nosso contexto.
11
Ciência, Tecnologia e Sociedade – Capítulo 1
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
A sociedade portanto constitui-se de um conjunto baseado em regras
e constituído de pessoas, as quais constroem conhecimentos pela ciência
por meio da tecnologia. Vamos ver este relacionamento no próximo tópico.
Portanto, em vista dos vários estudos envolvendo ciência, sociedade
e tecnologia, apareceu o movimento CTS na tentativa de obter maiores
atitudes envolvendo discussões, questionamentos e críticas em relação ao
que é chamado de tecnociência.
O movimento CTS surgiu por volta de 1970 com o objetivo de
ter como lema a necessidade do cidadão de conhecer os seus direitos e
obrigações, de poder pensar por si mesmo e de adquirir uma visão crítica
da sociedade da qual participa e vive e, principalmente, poder ter a dis-
posição de transformar sua realidade, para melhor. Esse movimento tem
ganhado muita força no contexto educacional.
1.2  Relacionamento entre ciência, tecnologia e
sociedade
Embora tenhamos apresentado os termos ciência, tecnologia e so-
ciedade separadamente no tópico anterior, já podemos perceber que eles
não podem ser totalmente separados.
Porém, podemos estudá-los em duas grandes categorias: a primeira
fazendo uma análise do elemento determinante da dinâmica da relação, a
ciência e tecnologia (C&T), e a segunda categoria, a sociedade.
A primeira forma de abordagem supõe que a C&T caminha de for-
ma própria, podendo ou não influenciar a sociedade de alguma maneira.
Na segunda abordagem, a C&T em si e não somente o uso que se
faz dela é socialmente determinada. Em razão dessa função que existe en-
tre a C&T e a sociedade em que foi gerada, ela tende a copiar as relações
sociais existentes e até mesmo inibir a mudança social.
Essas duas abordagens dão origens a duas ideias variantes do mes-
mo tema: a neutralidade da C&T e do determinismo tecnológico, e a
neutralidade do construtivismo. Iremos abordar esses assuntos posterior-
mente.
Podemos perceber que existe um forte relacionamento entre os ter-
mos. Eles estão ligados por uma relação dialética. A tradução da palavra
dialética leva a “caminho entre as ideias”. É um método de diálogo no
qual a atenção é voltada para a contraposição e contradição de ideias e
pensamentos que levam a outras ideias. Porém, por ser outro termo filo-
12
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
sófico de que estamos tratando nesta disciplina, ela é usada por diferentes
doutrinas filosóficas e assume e, portanto, significados distintos.
Quando dizemos que a relação entre ciência, tecnologia e sociedade
é dialética, estamos estabelecendo a seguinte relação:
•	a sociedade determina os impactos na ciência e na tecnologia;
•	a ciência determina os impactos na sociedade e na tecnologia;
•	a tecnologia determina os impactos na sociedade e na ciência.
Usando uma figura como representação, temos:
Tecnologia Sociedade
Ciência
Figura 1 – Relação dialética entre ciência, tecnologia e sociedade
A figura 1 tenta representar, de maneira muito simples, a relação
dialética entre os termos. As setas da figura indicam um duplo sentido si-
multâneo que indica o que “determina” e o que é “determinado”.
Estudaremos este conceito mais à frente, no capítulo 4.
Uma vez de posse do conhecimento adquirido a respeito da relação
entre ciência, sociedade e tecnologia, devemos entender que cada termo
reflete um momento histórico em nossa evolução moderna, carregado de
crenças, valores, argumentos e conhecimentos próprios do cenário e do
período evolutivo em questão.
Portanto, há conceitos diferentes sobre sociedade, ciência e tecno-
logia, variando de acordo com o período histórico, a cultura, o contexto
e a abordagem que lhes são atribuídos. Sociedade, ciência e tecnologia
mantêm uma relação dialética contínua entre si, em constante interação e
determinação mútua de impactos em sua evolução.
13
Ciência, Tecnologia e Sociedade – Capítulo 1
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
1.3  Evolução social, científica e tecnológica
Como já comentamos, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia
tem ocasionado muitas transformações na sociedade moderna com refle-
xos nas áreas econômicas, políticas e sociais.
Normalmente, consideramos a ciência e a tecnologia os maiores
propulsores de todas essas transformações, pois proporcionam a evolução
do desenvolvimento do saber humano e do próprio homem. Portanto, de
certa forma, damos muito crédito a esses dois fatores. E isso pode ser
perigoso, porque muitas pessoas ainda possuem dificuldades em perceber
que, por trás desses avanços, amplamente divulgados pela mídia, podem
se esconder interesses políticos, sociais e econômicos.
Vários autores abordam o estudo das relações entre ciência, tec-
nologia e sociedade por duas abordagens principais, como já citamos no
tópico anterior:
•	“com foco na C&T”, onde existem duas variantes associadas a ela: a
neutralidade da C&T e do determinismo tecnológico. Neste foco, a
C&T é caracterizada com o seu avanço próprio podendo ou não in-
fluenciar a sociedade de alguma maneira.
•	“com foco na sociedade”, com a tese fraca da não neutralidade, tam-
bém denominada construtivismo, e a tese forte da não neutralidade.
Neste foco, a C&T é socialmente determinada.
Foco na C&T Foco na Sociedade
A C&T avança contínua, linearmente e
sem mudança, seguindo um caminho
próprio.
O desenvolvimento da C&T não provém
do seu interior, e sim é influenciado pela
sociedade.
A C&T não influencia a sociedade (neu-
tralidade da C&T).
As características da C&T são social-
mente determinadas (tese fraca da não
neutralidade).
A C&T determina o desenvolvimento
econômico (determinismo tecnológico).
Devido à sua funcionalidade, ela inibe a
mudança social (tese forte da não neu-
tralidade).
Tabela 1 – Diferentes abordagens no estudo das CTS (DAGNINO, 2011).
14
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
Tecnociência é um conceito que tem sido bastante usado
no campo de estudo da ciência e tecnologia; retrata o contexto social
e tecnológico da ciência. Principalmente depois do período da Segun-
da Guerra Mundial, a comunidade científica se viu forçada a distinguir
o que era ciência e o que era tecnologia. Como vimos, a ciência é
confundida com a tecnologia, porém são distintas. Na prática, é im-
possível separá-las, pois o desenvolvimento e o progresso de cada uma
residem na sua cooperação mútua. Dessa forma, precisam ser tratadas
como uma unidada, a tecnociência!
A evolução social, científica e tecnológica trata das questões
envolvendo estes termos e, principalmente, da relação deles com o
impacto da C&T na sociedade. É interessante abordar estas questões
envolvendo também valores éticos, estéticos e culturais existentes na
tecnologia.
1.4  Neutralidade
A ideia da neutralidade na C&T nasceu juntamente com a própria
ciência, no século XV, em oposição ao pensamento religioso, marcante na
época. O pensamento religioso era considerado obviamente não neutro,
porque exercia grande influência na realidade social.
O Iluminismo foi um dos primeiros movimentos que questionaram o
pensamento religioso e abordaram o assunto neutralidade. O positivismo,
movimento que já foi citado anteriormente, contribuiu para reforçar a neutra-
lidade. O positivismo aceita que a subjetividade deve estar dentro dos limites
da objetividade e, da forma como prega, aceita a realidade do jeito que ela é e
assim reforça que a ciência é uma expressão de uma verdade absoluta.
A ideia da neutralidade aceita que a C&T não se relaciona com o
contexto no qual ela é gerada. Além disso, ficar longe deste contexto é
um objetivo e uma forma de se fazer ciência corretamente. Outra coisa é
realmente isolar a C&T da sociedade. Dessa forma, existe uma impossibi-
lidade da percepção dos interesses da sociedade e seu envolvimento com
o desenvolvimento da C&T, indeterminando assim a sua trajetória.
Portanto, essa ideia leva a um contexto em que não é possível o de-
senvolvimento alternativo de uma C&T que esteja num mesmo ambiente.
Quer dizer, a C&T é única. Qualquer diferença: geográfica, cultural, ética
e outras fica em segundo plano e deveria ser adaptável à C&T. Sendo as-
sim, as contradições seriam resolvidas de uma maneira natural por meio
15
Ciência, Tecnologia e Sociedade – Capítulo 1
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
de caminhos apontados pela própria
ciência e através de conhecimentos e
técnicas que se acumulariam com o
passar do tempo e que acabariam
por superar os antigos sem que
fossem colocados em questão a
ação e os interesses da sociedade
no processo inovador.
Portanto, por meio deste
ponto de vista, a ciência e a tecno-
logia não são nem boas nem más, são
neutras. A sua evolução seria o resulta-
do de um desnivelamento que aumentaria
com o passar do tempo, numa progressão, e numa descoberta contínua e
frequente da verdade e desta forma única, universal, e que fosse compatí-
vel com o progresso.
Logo, a neutralidade é uma teoria na qual a ciência é imparcial, es-
tabelecida e feita por observações simples, por fatos e experimentações a
fim de se obterem conclusões científicas.
Porém, como já abordamos brevemente, o cientista está sujeito a um
contexto no qual são inseridas as suas concepções políticas, religiosas e
filosóficas, consciente ou não, para poder gerar a ciência, e não somente
por meio de observações.
1.5  O determinismo tecnológico
De maneira geral, o determinismo tecnológico é uma suposição de que
os novos avanços tecnológicos, sejam eles conceituais ou físicos, como os
sistemas computacionais, gadgets móveis etc, seja um meio de comunicação,
afetam a vida das pessoas de alguma forma.
Por exemplo, vamos supor que um determinado cliente liga para o
call center de sua operadora de cartões de crédito.
O cliente se identifica e diz ao atendente que possui um determinado
problema e gostaria de resolvê-lo o mais breve possível.
Veja se você já passou por esta situação:
O atendente então responde que não pode fazer nada, pois o problema
que gerou a reclamação do usuário não foi gerado pelo atendente, e sim pelo
sistema. E pior: pede ao usuário que ligue mais tarde porque o sistema, que
gerou o problema, está fora do ar e nada pode ser feito naquele momento!
Conexão:
Abaixo apresentamos alguns links
interessantes para você entender um
pouco mais sobre a neutralidade da ciência:
http://www.mindmeister.com/pt/248053930/neutra-
lidade-cient-fica. Esse link mostra um mapa mental
a respeito da neutralidade. É muito interessante!
https://www.youtube.com/watch?v=WMhyK4t473U.
Esse vídeo mostra quanto a ciência pode ser usada
para o bem ou para o mal.
https://www.youtube.com/
watch?v=afmqmxinT2Y. Um vídeo bem
humorado a respeito da metodologia
científica.
16
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
Esta situação é muito comum, não é?
Como pode o homem criar máquinas e sistemas para uma finalida-
de particular e limitada e estes controlarem e mudarem nossos hábitos e
formas de pensar e agir? Isto é o determinismo tecnológico! Neste caso, o
sistema tem vida própria? Por que não pode ser feito nada?
É claro que são perguntas exageradas, pois o atendente muitas vezes
não tem mesmo poder ou autonomia, mas é uma situação bem caracterís-
tica, onde ficamos totalmente dependentes de uma máquina.
Aliás, por trás de qualquer máquina ou sistema existirá sempre a
participação humana, o responsável intelectual por tê-la criado, inclusive
com as falhas as quais são de responsabilidade de seus criadores.
Figura 2 – A junção entre a tecnologia e a participação humana.
Ainda para ilustrar o determinismo tecnológico, vamos observar um
pouco nossa sociedade. Podemos notar que existem muitas pessoas que
estão cada vez mais isoladas e, de uma certa maneira, o aparecimento e a
popularização da Internet acentuou este comportamento.
A Internet, de fato, facilita muitas coisas: o trabalho em casa, a co-
municação entre pessoas distantes por meio de voz e vídeo, solicitar ser-
viços e produtos sem sair de casa e recebê-los dentro de um prazo deter-
minado, porém isso tem tornado as pessoas mais individualistas, de modo
que o contato físico passa cada vez mais a ser virtual.
Porém, segundo os autores em que estamos nos baseando para este
capítulo, a Internet apenas acentuou um comportamento de individualiza-
ção que já era histórico. A Internet é apenas um reflexo da modernidade
neste caso, ou, usando os termos que temos estudado, a tecnologia seria
apenas mais um fator que estimula essa tendência individualista.
Ainda usando o “ciberespaço” como exemplo, perceba o cresci-
mento acelerado dos comunicadores pessoais. Há alguns anos era o ICQ,
 ALE1969 |DREAMSTIME.COM
17
Ciência, Tecnologia e Sociedade – Capítulo 1
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
depois o MSN e agora temos os comunicadores das redes sociais como o
Facebook Messenger e via telefone celular o Whats App, que, aliás, per-
tence ao Facebook. O Facebook percebeu o tamanho sucesso deste aplica-
tivo que comprou a empresa que o desenvolvia.
No uso desses comunicadores, até mesmo a linguagem empregada
nos diálogos é nova, cheia de abreviaturas e neologismos. Para os deter-
ministas, toda essa tecnologia está, na verdade, acabando com a estrutura
da linguagem e do idioma. Para os não deterministas, a linguagem dos
comunicadores só estaria envolvida neste ambiente, uma vez que na vida
real não afetaria o idioma atual.
Porém, neste caso, existem outros problemas para serem acrescenta-
dos na situação: existem problemas na educação e problemas sociais que,
somados à extrema liberdade desses comunicadores e forma de escrita,
acabam por endossar a deturpação do idioma.
De maneira geral, cada tecnologia possui sua linguagem, sua pro-
posta e seu objetivo. Para finalizar este exemplo, não podemos negar
que os meios de comunicação têm influência na forma e no conteúdo nas
mensagens e, não considerar isso, é ignorar um processo de modernização
existente. Porém, também não é possível “culpar” a tecnologia como a
única responsável pelas mudanças que há no mundo.
1.6  A associação em rede
A visão que tem ganhado destaque nos estudos sobre ciência, tecno-
logia e sociedade é a chamada associação em rede.
A sociedade atual tem experimentado o intenso uso das redes de
relacionamentos. E isto não vem apenas da Internet, aparece em vários
aspectos da sociedade moderna. É claro que as redes sociais digitais cor-
roboram para esta afirmativa, mas, como citado, é possível ver o aumento
das relações inter-pessoais em vários âmbitos da sociedade.
A associação em rede, por sua vez, prega que a tecnologia está inserida
e associada a esta rede de relacionamentos. Neste caso, não apenas as pessoas
estão envolvidas, mas atores não humanos também. Portanto, ampliam-se a
atuação da tecnologia e suas mudanças. Vários elementos da sociedade pas-
sam a ser envolvidos, como, por exemplo, o campo técnico, o científico, o
econômico, o político, militar e o organizacional. Estes elementos, então, se
associam em redes para a construção de elementos tecnológicos.
É evidente que as novas tecnologias fizeram surgir muitas possibi-
lidades para a análise de redes sociais e, consequentemente, redes de co-
18
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
laboração. O advento da Internet é de fato o elemento mais significativo.
As comunidades virtuais que são formadas são promovidas com suporte
tecnológico valendo-se de elementos técnicos.
Segundo REIS (2008), a associação em rede é uma visão pela qual
a tecnologia é vista inserida numa rede de relações, na qual concorrem
os diferentes aspectos da vida em sociedade, tendo como protagonistas
diferentes atores, que se movimentam em redes, movidos por interesses
específicos.
Atualmente, temos percebido a proliferação das redes sociais. No
trabalho dos autores da figura 4, as redes sociais são analisadas como
forma de colaboração científica. Uma rede social atualmente pode ser
definida como uma estrutura social constituída de pessoas ou mesmo or-
ganizações ligadas por um ou vários tipos de conexões que compartilham
objetivos comuns.
Figura 3 – Representação dos nós de uma rede social
A análise das redes sociais é uma técnica importante na análise da
sociologia moderna. É um conceito antigo, proveniente do século passado,
porém que tomou grande proporção no final do século XX e também passou a
ser observada por meio de outro paradigma pelas ciências sociais.
A figura “geométrica” que a rede acaba tendo, como mostrado na
figura 3, é um grafo. O grafo é uma estrutura que possui muitos estudos
WIKIPEDIA
19
Ciência, Tecnologia e Sociedade – Capítulo 1
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
e algoritmos de percursos. Um deles possibilita o cálculo da distância de
cada nó, ou de cada participante da rede, ou da determinação do ponto
central.
BALANCIERI, BOVO, et al. (2005) contribuíram com um trabalho
que resultou na figura 4. Esta figura mostra um quadro com as perguntas
feitas pelo estudo e autores que possuem pesquisas para respondê-las.
Estas perguntas, como podemos perceber, estão relacionadas com a tríade
ciência, tecnologia e sociedade, de que estamos tratando neste capítulo
aliada com a questão das redes sociais e colaborativas.
Desse modo, percebe-se que as TICs podem vir a ser uma base para
o desenvolvimento de sistemas em várias áreas de interesse para as redes
sociais.
Autores Questões de interesse às TICs
MEDOWS;
O’CONNOR, 1971
O que é cooperação científica? Caracteriza-se por traba-
lhos cooperativos identificados por artigos coassinados
SUBRAMA NYAM,
1983
O que caracteriza uma coautoria em um artigo? Há uma
variedade de formas de colaborar.
LUUKONE N ET AL.,
1992
Por que pesquisadores colaboram? Fatores cognitivos, eco-
nômicos e sociais, com diferenças por áreas do conhecimento.
KATZ, 1994
O que influencia a formação de redes? Exemplo: padrões
de financiamento das agências e necessidade de comparti-
lhar equipamentos também influenciam a formação de redes.
WEISZ; ROCO, 1996
O que é uma rede? É concebida como uma coesão tênue
com diferentes indivíduos ou grupos conectados por vínculos
de diversas naturezas.
KATZ; MARTIN,
1997
Como se comportam os vértices da rede? O grau de coo-
peração varia com a natureza do trabalho (experimentalistas
cooperam mais que teóricos).
NEWMAN, 2000
O que é uma rede? Rede definida como conjunto de pessoas
ou grupos com conexões originadas por diferentes formas de
relacionamento social.
Figura 4 – Principais conclusões sobre os estudos de redes sociais, sob a ótica das
possibilidades das TICs (BALANCIERI, BOVO, et al., 2005).
Uma vez que obtemos os conceitos e relacionamentos entre ciência,
tecnologia e sociedade e alguns dos muitos elementos que são usados para
estudá-las, vamos desenvolver algumas atividades.
20
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
Atividades
01.	 Faça uma breve pesquisa sobre a formação da ciência moderna. Você
vai encontrar referências que mostram que apareceram formas de conheci-
mento que se diferenciavam do conhecimento tradicional da Idade Média.
Tente escrever quais características da ciência moderna permanecem até
nossa época.





02.	 Pesquise a neutralidade da ciência, assunto que vimos neste capítulo.
Escreva um texto argumentando contra ou a favor da neutralidade da ciên-
cia, respondendo à seguinte pergunta: a busca do conhecimento é indepen-
dente de interesses pessoais, econômicos e políticos ou procura atender a
objetivos específicos? O que você acha disso?




03.	 Explique as implicações da visão de neutralidade da ciência na rela-
ção entre ciência e sociedade.




04.	 Procure na Internet a palavra “tecnologia”. O que você encontrou?
Liste os três primeiros links e faça um resumo do que eles contêm sobre
tecnologia. Eles possuem alguma relação entre si?
21
Ciência, Tecnologia e Sociedade – Capítulo 1
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
05.	 Vamos fazer uma experiência. Pense em um período do seu dia (ma-
nhã, tarde ou noite) e com quais tecnologias você interage. Depois, imagi-
ne esse mesmo período sem as tecnologias às quais você está habituado a
usar e escreva um texto explicando.





06.	 Escreva um breve texto que responda à seguinte questão: quais são as
relações entre a ciência, a tecnologia e a sociedade?





Reflexão
Vimos que a ideia de neutralidade da ciência tem sua origem no
modo de produzir conhecimento científico, que procurava identificar as
leis que determinam o mundo, o que permitia que a sociedade pudesse
controlar e transformar a natureza. De acordo com esse objetivo da ciên-
cia, de conhecer as leis de funcionamento da natureza para poder dominar
os fenômenos naturais, as ciências naturais foram úteis para o desenvol-
vimento da sociedade industrial. Exemplificamos como os estudos da
mecânica foram importantes para o desenvolvimento da navegação e da
indústria do sistema capitalista. Entretanto, a ciência moderna deixou
como herança uma forma de conceber o mundo na qual a sociedade se
vê separada da natureza e o progresso significa controlar e transformar
a natureza. Também foi passada uma visão determinista, na qual a evo-
lução social e econômica da sociedade é resultado do desenvolvimento
científico e tecnológico. Mostramos que a ciência não é neutra, isto é,
ela é influenciada pelos interesses econômicos, políticos e valores de
um determinado período. Disponível em: http://webcache.googleu-
sercontent.com/search?q=cache:0PvvD6VYvyEJ:www.sedis.ufrn.br/
bibliotecadigital/pdf/TICS/CTS_LIVRO_Z_WEB.pdf+cd=1hl=pt-
BRct=clnkgl=br.
22
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
Leitura recomendada
A ilha. Direção de Michael Bay. EUA: Dreamworks Distribution LLC, 2005.
Na verdade, não é uma leitura, e sim um filme. Nele é mostrada uma situação
na qual cientistas e empresários criam clones humanos. O filme pode ser uma
boa sugestão para se pensar a respeito dos limites da ciência e os impactos na
sociedade.
PINHEIRO, N. A. M.; SILVEIRA, R. M. C. F.; BAZZO, W. A. O contexto
científico-tecnológico e social acerca de uma abordagem crítico-
reflexiva. Disponível em: http://www.rieoei.org/deloslectores/2846Maciel.pdf.
Acesso em: 17 maio 2014. Este artigo faz uma reflexão muito interessante a
respeito de tecnociência.
Referências
BALANCIERI, et al. A análise de redes de colaboração científica sob
as novas tecnologias de informação e comunicação: um estudo na Pla-
taforma Lattes. Ciência da Informação, v. 34, n. 1, out. 2005. ISSN
1518-8353.
CAMARGO, O. Sociedade. Brasil Escola, 2014. Disponível em:
http://www.brasilescola.com/sociologia/sociedade-1.htm. Acesso
em: 18 maio 2014.
CHIBENI, S. S. O que é ciência. Campinas, 2014. Disponível em:
http://www.unicamp.br/~chibeni/textosdidaticos/ciencia.pdf. Aces-
so em: 18 maio 2014.
DAGNINO, R. Aulas. Instituto de Geociências ― Unicamp, 2011.
Disponível em: http://www.ige.unicamp.br/site/aulas/138/UM_DE-
BATE_SOBRE_A_TECNOCIENCIA_DAGNINO.pdf. Acesso em:
19 maio 2014.
EDITORA MELHORAMENTOS. Dicionário Online Michaelis. Di-
cionário Online Michaelis, 2009. Disponível em: http://michaelis.
uol.com.br/. Acesso em: 18 maio 2014.
23
Ciência, Tecnologia e Sociedade – Capítulo 1
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
FONSECA, R. Ciência, tecnologia e sociedade. Rede de tecnologia
social, 2010. Disponível em: http://www.rts.org.br/artigos/arti-
gos_-_2009/ciencia-tecnologia-e-sociedade. Acesso em: 17 maio
2014.
REIS, D. R. Gestão da inovação tecnológica. 2. ed. São Paulo: Mano-
le, 2008.
No próximo capítulo
No próximo capítulo, iremos discutir e conhecer temas bastante
importantes para a nossa formação profissional. Trata-se do estudo da
sociedade da informação e do conhecimento e seus impactos de maneira
geral. Até lá!
24
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
Minhas anotações:
Capítulo2
Sociedade da
Informação e Sociedade do
Conhecimento
A jornalista Sally Burch fez a seguinte per-
gunta no livro Desafios de palavras: “Estamos
vivendo uma época de mudanças ou uma mudança
de época?”. Esta pergunta é intrigante e serve para
introduzirmos este capítulo. A popularização da Internet,
a necessidade de estar o tempo todo on-line, o mercado nos
induzindo a comprar os últimos e mais modernos gadgets
para permanecer on-line, as redes sociais digitais; enfim, é uma
onda de muita tecnologia que estamos vivendo. É uma nova era
da sociedade, e os termos “sociedade da informação” ou “socieda-
de do conhecimento” acabam aparecendo naturalmente.
Neste capítulo, vamos estudar alguns tópicos desse assunto, o qual é
muito mais abrangente e detalhado na academia, e que aqui vamos ter
uma noção desta interessante área.
Bons estudos!
Objetivos da sua aprendizagem
Neste capítulo, vamos estudar os seguintes assuntos:
•	 definição de sociedade da informação e sociedade do conhecimento;
•	 sociedade em rede;
•	 modelos de sociedade da informação;
•	 reestruturação produtiva e sociedade;
•	 cadeias de negócio;
•	 OCDE;
•	 o livro verde.
Você se lembra?
Você já ouviu falar do Mosaic? Netscape? Já ouviu falar do
Archie? Webcrawler? Estes foram os primeiros grandes pro-
dutos que os usuários utilizavam para acessar à Internet e,
certamente, foram os softwares que deram um grande
impulso para a sociedade da informação da forma
que conhecemos hoje.
26
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
2.1  Definição de sociedade da informação e
sociedade do conhecimento
Antes de definirmos os termos sociedade da informação e sociedade
do conhecimento, é interessante conhecermos os conceitos de dados, in-
formação e conhecimento.
Segundo SETZER (2001), dado é:
(...) uma sequência de símbolos quantificados ou quantificáveis.
Portanto, um texto é um dado. De fato, as letras são símbolos
quantificados, já que o alfabeto, sendo um conjunto finito, pode por
si só constituir uma base numérica (a base hexadecimal emprega
tradicionalmente, além dos 10 dígitos decimais, as letras de A a E).
Também são dados fotos, figuras, sons gravados e animação, pois
todos podem ser quantificados a ponto de se ter eventualmente di-
ficuldade de distinguir a sua reprodução, a partir da representação
quantificada, com o original. É muito importante notar-se que, mes-
mo se incompreensível para o leitor, qualquer texto constitui um
dado ou uma sequência de dados (...)
Ainda segundo o autor, dado é uma entidade matemática puramente
sintática, ou seja, os dados podem ser descritos por estruturas de represen-
tação.
Assim sendo, podemos dizer que o computador é capaz de arma-
zenar dados. Estes dados podem ser quantificados, conectados entre si e
manipulados pelo Processamento de Dados.
Podemos definir dado também como unidades básicas a partir das
quais as informações poderão ser elaboradas ou obtidas. São fatos brutos,
ainda não organizados nem processados.
Já a informação seria:
(...) uma abstração informal (isto é, não pode ser formalizada atra-
vés de uma teoria lógica ou matemática), que está na mente de
alguém, representando algo significativo para essa pessoa. Note-se
que isto não é uma definição, é uma caracterização, porque “algo”,
“significativo” e “alguém” não estão bem definidos; assumo aqui
um entendimento intuitivo (ingênuo) desses termos. Por exemplo,
27
Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento – Capítulo 2
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
a frase “Paris é uma cidade fascinante” é um exemplo de informa-
ção – desde que seja lida ou ouvida por alguém, desde que “Paris”
signifique para essa pessoa a capital da França (supondo-se que o
autor da frase queria referir-se a essa cidade) e “fascinante” tenha a
qualidade usual e intuitiva associada com essa palavra.
Assim, a informação depende de algum tipo de relacionamento,
avaliação ou interpretação dos dados.
Veja também que informação e dado mantêm relações:
(...) Se a representação da informação for feita por meio de dados,
como na frase sobre Paris, pode ser armazenada em um computador.
Mas, atenção, o que é armazenado na máquina não é a informação,
mas a sua representação em forma de dados. Essa representação
pode ser transformada pela máquina, como na formatação de um
texto, o que seria uma transformação sintática. A máquina não pode
mudar o significado a partir deste, já que ele depende de uma pessoa
que possui a informação. Obviamente, a máquina pode embaralhar
os dados de modo que eles passem a ser ininteligíveis pela pessoa
que os recebe, deixando de ser informação para essa pessoa. Além
disso, é possível transformar a representação de uma informação de
modo que mude de informação para quem a recebe (por exemplo, o
computador pode mudar o nome da cidade de Paris para Londres).
Houve mudança no significado para o receptor, mas no computador
a alteração foi puramente sintática, uma manipulação matemática
de dados. Assim, não é possível processar informação diretamente
em um computador. Para isso é necessário reduzi-la a dados. No
exemplo, “fascinante” teria que ser quantificado, usando-se por
exemplo uma escala de zero a quatro. Mas então isso não seria mais
informação (...).
Podemos agrupar dados isolados e torná-los consistentes ao se
transformarem em informações. Por exemplo, se tivermos um conjunto de
dados que descreva a temperatura do ambiente num local, horário e data,
poderíamos ter a seguinte relação:
28
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
15h10 Em Ribeirão Preto, SP,
no dia 3 de fevereiro,
às 15h10 estava uma
temperatura de 24o
.
24o
Ribeirão
Preto/SP
Entrada
(dados)
Saída
(informações)
Processamento
Classificar
Filtrar
Organizar
3 de fevereiro
Assim, o conjunto de dados inicial foi organizado de maneira que
“faça sentido” àqueles que o estiverem lendo. Isto os torna informação.
No entanto, a representação no computador é feita baseada nos da-
dos. E como fica o conhecimento?
Caracterizo conhecimento como uma abstração interior, pessoal, de
algo que foi experimentado, vivenciado, por alguém. Continuando
o exemplo, alguém tem algum conhecimento de São Paulo somente
se já visitou.
Dessa maneira, o conhecimento precisa ser descrito por informações.
(...) A informação pode ser inserida em um computador por meio
de uma representação em forma de dados (se bem que, estando na
máquina, deixa de ser informação). Como o conhecimento não é
sujeito a representações, não pode ser inserido em um computa-
dor. Assim, neste sentido, é absolutamente equivocado falar-se de
uma “base de conhecimento” em um computador. O que se tem é,
de fato, é uma tradicional base (ou banco) de dados”. Um nenê de
alguns meses tem muito conhecimento (por exemplo,reconhece a
mãe, sabe que chorando ganha comida, etc.). Mas não se pode dizer
que ele tem informações, pois não associa conceitos. Do mesmo
modo, nesta conceituação não se pode dizer que um animal tem in-
formação, mas certamente tem muito conhecimento. (...)
A informação, segundo o autor, associa-se à semântica, enquanto
o conhecimento está associado à pragmática, ou seja, algo existente no
mundo real. Então, será que é impossível aos computadores manipularem
29
Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento – Capítulo 2
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
conhecimento? Será que não há computadores capazes de armazenar tais
conhecimentos?
O termo “sociedade da informação” surgiu na década de 1970, nos
EUA e Japão, a respeito do que seria a “sociedade pós-industrial” e quais
seriam suas características principais.
O conceito da sociedade da informação e do conhecimento também
aparece com os evidentes avanços das tecnologias de informação e da
comunicação.
Uma das características mais marcantes deste conceito é a partici-
pação dos indivíduos e sua integração e adaptação às novas tecnologias.
Portanto, como consequência, surge deste tipo de ambiente uma necessi-
dade muito grande de desenvolver habilidades para controlar e armazenar
dados, e a capacidade de criar combinações e aplicações da informação.
A sociedade da informação e do conhecimento está baseada em uma
rede dinâmica de relacionamentos na qual a compreensão e a intervenção
humanas extrapolam o ambiente natural e cultural e entram no ambiente
do ciberespaço.
No ciberespaço, os relacionamentos sociais são ampliados e reali-
zados por meio de vários recursos de tecnologia: imagem, som, vídeo etc.
Mesmo distantes, os indivíduos são compensados com a rapidez da inte-
ração e da informação em máquinas cada vez mais modernas e cheias de
recursos. Atualmente, os smartphones e tablets têm ampliado ainda mais
o alcance da rede. Com estes equipamentos móveis e a facilidade de aces-
so à Internet, os limites territoriais passam a não existir. Porém, o acesso
às informações e a produção de conhecimentos delimitam outro tipo de
fronteira: a digital.
As novas tecnologias fazem parte da nossa vida de uma maneira
muito presente tanto no campo individual quanto no campo da estrutura
econômica e social. Como exemplo, o conhecimento é um fator de produ-
ção. Isto ocorre porque a automação fez com que a informação tenha sido
transformada em matéria-prima no processo de produção e manufatura de
bens e serviços. Neste processo, a manipulação da informação ocorre por
meio da inserção, remoção e atualização dos conteúdos para buscar resul-
tados eficientes desse modo.
Portanto, observa-se que a qualificação não está mais limitada à
execução de tarefas, pois isto foi automatizado, então novas capacidades
e qualificações são exigidas da sociedade para a inserção de profissionais
neste novo ambiente de produção. Neste novo ambiente, foram atribuídos
30
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
outros valores às ideias e sua concretização. O conceito de capital intelec-
tual, da década de 1980, aparece como uma forma de mostrar e reforçar
estes recursos intangíveis.
O capital intelectual pode ser quantificado e qualificado por meio
do capital humano, o qual é medido por meio do nível de qualificação, de
habilidades e conhecimentos e capacidade de geração de ideias de cada
indivíduo.
Assim, como consequência desse novo ambiente, as empresas
perceberam a necessidade de valorização do capital humano porque as
inovações não eram mais conseguidas por meio de equipamentos e de tec-
nologia, e sim por meio da capacidade e habilidade humanas de estruturar
ideias e fabricar conhecimento.
Portanto, somente a tecnologia não garante a produção de informa-
ções e conhecimentos. Neste novo contexto, existem múltiplas informa-
ções acessíveis em um curto período de tempo que, ao serem manipuladas
e interpretadas, tendem a gerar conhecimentos.
Esta interpretação identifica as inter-relações do significado existen-
te em cada informação e quais os impactos ao ambiente ela pode causar.
As características e necessidades da sociedade da informação mostram
que na sua estrutura existe além, do consumo de tecnologia, o acesso às
novas formas de relacionamentos sociais e aos novos meios de produção.
2.2  Sociedade em rede
Na década de 1990, o sociólogo espanhol Manuel Castells escreveu
a trilogia “Sociedade em rede – A era da informação: economia, sociedade
e cultura”. Neste livro, o autor propõe que, a partir das décadas de 60 e 70,
um novo mundo começa a surgir no qual a sociedade, economia e cultura
estão inter-relacionadas devido à tecnologia, aparecendo assim uma socie-
dade em rede, também chamada de sociedade informacional.
A economia interdependente é a nova característica desse novo
mundo, onde vários países passaram a desejar fazer parte do crescimento
na produção e no comércio. Essa participação teve sucesso por causa das
tecnologias. A economia global fez com que surgissem regras econômicas
comuns no mundo todo.
Segundo Castells, existe uma redefinição nas relações produtivas
de poder e experiência no meio dos três pilares (economia, sociedade e
cultura). As relações de produção foram transformadas em uma forma de
31
Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento – Capítulo 2
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
capitalismo informacional e, para que elas sejam entendidas, faz-se neces-
sária a análise do processo produtivo, do trabalho e do capital.
Segundo Castells,
a sociedade em rede está baseada em uma sociedade em que as
estruturas sociais e as atividades principais estão organizadas
em torno das redes de informação eletronicamente processadas. A
sociedade em rede se caracteriza pela globalização das atividades
econômicas decisivas e sua organização em redes; pela flexibilida-
de e instabilidade do trabalho, bem como por sua individualização;
pela chamada cultura da “virtualidade real e pela transformação
das bases materiais da vida: o espaço e o tempo mediante a consti-
tuição de um espaço de fluxos e de um tempo atemporal
CASTELLS (1999) propõe três modos de desenvolvimento que
possuem os elementos específicos para o aumento da produtividade:
•	agrário: sua resultante é o aumento de trabalho e de terra;
•	industrial: seu desenvolvimento resulta de novas fontes de energia na
produção e na circulação de produtos;
•	informacional: sua origem de produtividade está nas tecnologias de
geração de:
•	conhecimento;
•	processamento de informação;
•	comunicação de símbolos.
Segundo CASTELLS (1999), o
uso dessas tecnologias passou por
três fases: a automação de tare-
fas, a experiência e a reconfigu-
ração de aplicações.
A primeira e a segunda
fases (automação de tarefas e
experiência) se baseavam no
aprendizado pelo uso, isto é, o
conhecimento era adquirido pelo
tempo de trabalho em determina-
do produto.
Para a terceira fase (reconfiguração
de aplicações), o aprendizado é gerenciado pela
Conexão:
https://www.youtube.com/
watch?v=kXyGmZablp0. Esse vídeo tra-
ta da revolução da tecnologia da informação e
baseia-se no livro de Manuel Castells.
https://www.youtube.com/watch?v=6GBEF1aizwo.
Nesse vídeo, o doutor em sociologia Marcos Troyjo
fala sobre a integração do homem à era digital.
https://www.youtube.com/watch?v=WuHQjrPnRtA.
Nesse vídeo, podemos ouvir o próprio Manuel
Castells falar sobre a colaboração pela Internet.
Encontra-se em espanhol porém de fácil
compreensão.
32
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
elaboração, na concepção do conhecimento interagindo com o próprio co-
nhecimento. A terceira fase permitiu o desenvolvimento de novas aplica-
ções, que podiam ser implementadas com maior rapidez, isso fez com que
os usuários se apropriassem da tecnologia, compreendendo melhor seus
fundamentos e a capacidade de traduzi-las para seu cotidiano.
A sociedade em rede também permitiu a constituição de novas for-
mas de comunicação à medida que as possibilidades de novos conheci-
mentos e aplicações evoluíam abrindo novos horizontes profissionais.
Como exemplo, temos a combinação das redes sociais e de seus
meios de comunicação que estão moldando as organizações e as estruturas
importantes em todos os seus níveis: individual, organizacional e social.
Temos também uma lógica própria desse trabalho em rede, em que
alteramos bastante os conceitos das operações e dos resultados nos pro-
cessos de produção. Pode-se afirmar que as redes transformaram-se em
um modelo de comunidade na sociedade atual.
Segundo CASTELLS (1999):
O tema das comunidades é ventilado, mas também delicado e le-
vanta todo tipo de suspeitas, ironias e perigos. A verdade é que a
Internet é apenas um instrumento que estimula, e não muda, certos
comportamentos; ao contrário, é o comportamento que muda a In-
ternet
E ainda acrescenta:
A sociabilidade está se transformando em nova maneira de relação
pessoal, por meio da qual se formam laços eletivos diferentes da-
queles formados no trabalho ou no ambiente familiar, como andar
de bicicleta ou jogar tênis”.
Hoje é muito comum encontrarmos pessoas que fazem parte de al-
guma rede social como o Facebook, Twitter, Linkedin e outras. E isto tem
feito o conceito de redes sociais se modificar atualmente sob diferentes
perspectivas. A proliferação das redes sociais e sua popularização maciça
é resultado de vários avanços na área de TI, tanto na parte de software,
quanto de hardware e redes.
33
Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento – Capítulo 2
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
Numa rede social, observamos as diversas possibilidades que po-
dem ser compartilhadas, como:
•	informações e conhecimento;
•	interesses;
•	ações para alcançar objetivos comuns etc.
A estrutura de uma rede social é formada por pessoas e organizações
conectadas através de algum tipo de relação ou interesse, possibilitando o
compartilhamento de valores e objetivos em comum.
Mas também é necessário entender que uma rede social possui siste-
mas abertos, podendo simplesmente, de uma hora para outra, desmanchar
rapidamente os relacionamentos não hierárquicos de uma rede virtual.
Em uma sociedade em rede nem tudo funciona ou trabalha de forma
correta, pois também possui suas vantagens e desvantagens:
•	Vantagens: o uso das redes possui efeitos benéficos quando abre por-
tas para:
•	aprendizado;
•	interação social ou profissional;
•	criação de redes de contatos;
•	exposição positiva da imagem;
•	divulgação de trabalhos, conhecimentos, produtos ou ideias;
•	trocas de opiniões e compartilhamento de diferentes visões so-
bre um mesmo tema;
•	mobilização social, e outros
•	Desvantagens
•	gerar uma exposição exagerada ou negativa;
•	facilitar crimes como pedofilia ou estelionato;
•	compulsão;
•	redução na produtividade durante o trabalho;
•	ser levado a cometer atos insanos como por exemplo agendar
manifestações violentas;
•	trocar informações relacionadas com crime digital;
34
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
2.3  Modelos de sociedade da informação
Segundo POLIZELLI e OZAKI (2009), existem três modelos de
sociedade da informação resultantes do que foi estudado até aqui sobre o
assunto: o modelo americano, com foco no mercado; o modelo europeu,
baseado nas instituições; e o modelo asiático, que privilegia as cadeias de
negócios.
Os Estados Unidos foram o primeiro país a avançar na área de
computação, principalmente durante e após a Segunda Guerra Mundial, e
também a área de negócios, representada por hardware e software. Devido
a isso, os EUA se transformaram na principal referência da sociedade da
informação para os modelos de negócio desse segmento.
Além disso, foi nos EUA que houve os primeiros desenvolvimentos
relacionados com a comunicação entre os computadores, como as redes,
posteriormente a Internet e os sistemas de computadores pessoais.
O modelo americano passou por algumas eras: a era do papel, a era
do sistema de computação em massa e a era do computador.
A era do papel mostra a importância do conhecimento desde a época
da colonização pelos peregrinos no século XVII. Nesta época, começou a
ser desenhado um dos grandes valores da administração pública daquele
país: a governança por meio de informações escritas e publicadas.
Nesse período é que o conhecimento começou a ser relacionado com
as pessoas. Somente um cidadão bem-informado fazia parte da elite, e o
conhecimento residia no que era impresso: nos contratos, nos acordos e de-
mais atividades de pessoas relacionadas com a igreja, advogados e médicos.
Durante a Guerra de Independência,vários planfetos eram usados para
informar as pessoas a respeito do andamento das ações dos envolvidos.
Em razão da educação e das atividades relacionadas, nos EUA, serem
bem desenvolvidas, isso propiciou o desenvolvimento de uma grande rede
de bibliotecas públicas, aumentando assim a rede de conhecimento. Como
consequência, a imprensa também teve avanços e, por causa da crescente
necessidade de comunicação, os correios e telégrafos também passaram a
ter maior importância.
Conforme a sociedade e as atividades em geral evoluíam, questões
como a proteção dos direitos autorais começaram a aparecer. Ainda na área
legal, também apareceu um conjunto de leis para proteção de encomendas
que eram enviadas pelo correio, surgindo também um sistema de catálogos
e compras a distância. Empresas como a Sears resultaram desse processo. A
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Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento – Capítulo 2
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
Sears é hoje uma grande loja de departamentos e, desde aquela época, de-
senvolveu uma grande rede de comunicação, informação e logística.
De 1850 a 1870, ocorre a Segunda Revolução Industrial no país, ala-
vancando assim um grande crescimento econômico relacionado principal-
mente com o desenvolvimento da indústria bélica, da indústria editorial e
da mecânica.
Durante as guerras, foi desenvolvida uma rede de coleta de infor-
mações que contribuiu para a cultura de valorizações dos registros, contri-
buindo para a expansão das empresas, gerando a criação de monitoramen-
to do sistema de inovações.
Alguns dos inventos mais importantes do século XIX apareceram
nos EUA por meio dessa infraestrutura que foi criada ao longo do tempo.
Os inventos eram protegidos por patentes e estão exemplificados nas figu-
ras a seguir.
Figura 1 – Cartão perfurado
Figura 2 – Máquina analítica
WIKIPEDIA
WIKIPEDIA
36
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
Figura 3 – Fotograma e cinema
Figura 4 – Maquina de escrever
Uma vez que o sistema de patentes provocou uma explosão de in-
venções, apareceu então a era da comunicação em massa.
Outras invenções também contribuíram para a aceleração das co-
municações, principalmente com o uso da eletricidade. Invenções como
o fonógrafo, telefone, computador, a luz elétrica residencial, o rádio e a
televisão aceleravam cada vez mais o acesso à informação.
WIKIPEDIA
WIKIPEDIA
37
Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento – Capítulo 2
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
As invenções ampliaram muito a velocidade das comunicações dos
negócios e começavam a dar uma face mais próxima a que conhecemos
por escritórios e empresas.
O desenvolvimento do computador nos Estados Unidos abre uma
nova abordagem estratégica de implantações de tecnologias inéditas com
início nos anos 1920.
Sendo assim, uma nova era passa a ser concebida: a do computador.
Os projetos militares foram os maiores patrocinadores da indústria
da computação e os pioneiros no que é chamado de “modelo de gestão de
TI com base em encomendas”.
Em 1950, o modelo de negócios com base no mercado foi adotado
por essa indústria, em particular nos escritórios para a parte de produção,
contabilidade e finanças.
Em 1952, a GM instalou o primeiro computador para o controle de
operações comerciais.
Nos anos 50 e 60, as aplicações para computador de grande porte,
os mainframes, sustentam o seguimento de software e assim um novo tipo
de negócio é gerado, o de comercialização de tecnologias.
A constatação de que essa cadeia de negócios seria irreversível le-
vou as empresas e universidades, com o apoio do governo, a organizar a
ARPANET, que foi a precursora da Internet como conhecemos hoje.
Os resultados desse novo tipo de negócio começam a aparecer em
várias inovações: o ATM (Auto Teller Machine – caixa eletrônico) na área
bancária, o POS (Point Of Sale – ponto de venda) e a automação.
Em 1971, quatro supercomputadores localizados em universidades
americanas permitiram a troca de informações entre os cientistas.
Em 1987, o NSF (National Science Foundation) assume a responsa-
bilidade de manter o backbone dessa rede.
Foi o pontapé incial da World Wide Web, ampliando toda essa rede
com a escala global.
Em 1993, é criado o navegador Mosaic, pela Universidade de Illi-
nois, tornando possível o acesso à Internet, levando a um crescimento
exponencial do número de computadores conectados à rede.
Outra inovação, decorrente da Internet, é o e-Governmebt (governo
eletrônico), o qual disponibiliza informações para os cidadãos, de docu-
mentos, estatísticas e serviços em geral.
Os grandes laboratórios passam a contar com um ambiente de inter-
câmbio digital.
38
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
E com a consolidação da indústria de TI no mundo, as pesquisas se
orientaram para produtos e soluções específicao, ampliando os estudos
voltados para as tecnologias básicas e os fundamentos de negócios.
Entre os modelos de sociedade da informação, o americano é o que
mais se destaca. Sendo assim não iremos nos aprofundar nos modelos asi-
ático e europeu.
2.4  Reestruturação produtiva e sociedade da
informação
A era do computador, apesar de ter sido uma época produtiva e po-
sitiva, teve seus impactos críticos nos anos 1980 e 90, principalmente na
economia, no emprego e nos processos trabalhistas. Isso ocorreu porque o
uso da tecnologia da informação atuou diretamente em alguns processos
como o redesenho da produção em massa e introduziu novas formas de
organização da produção e dos mercados de trabalho devido à globaliza-
ção.
Alguns autores chamam esse paradoxo de “Reestruturação produ-
tiva”. Esse conceito tem relação com as novas formas de organização da
produção possibilitada pelas TICs.
Alguns autores mostram que as organizações perceberam duas es-
tratégias para o uso das novas tecnologias a fim de reestruturar a produ-
ção:
•	a primeira estratégia privilegiou o emprego da tecnologia sobre as
relações de trabalho;
•	a segunda estratégia foi marcada por uma abordagem de redução dos
riscos, em que a ideia seria o de combinar o uso dos equipamentos
com novas relações de trabalho mais horizontais, voltadas para a tro-
ca de informações entre departamentos.
2.5  Cadeias de negócio
Já mencionamos as cadeias de negócio anteriormente, e não pode-
mos deixar de tratá-las sem falar do capitalismo americano.
Uma grande força do capitalismo americano é o espírito empreen-
dedor de seus executivos, que são permanentemente encorajados a inves-
tir e a competir nas mais diferentes áreas da economia, fazendo com que
alguns negócios assumam proporções inéditas.
39
Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento – Capítulo 2
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
A área de tecnologia da informação e comunicação (TIC) oferece
grandes oportunidades de crescimento sustentável e competitividade para
as empresas.
Entretanto, a tecnologia por si só, sem alinhamento estratégico
com o negócio, não faz sentido. Introduzir novos artefatos de har-
dware e software não garante aumento de produtividade do pessoal e
melhoria de processos. Para que as iniciativas de tecnologia tenham
sucesso, é necessário estabelecer uma linguagem comum e definir um
mapa unificado entre o negócio e a TIC. Uma forma de buscar esse
alinhamento e demonstrar o valor das iniciativas de TIC é utilizar uma
matriz de valor focada em duas dimensões: criticidade do empreendi-
mento e prática de inovação.
Existem três questões polêmicas sobre tecnologia da informação e
comunicação:
1. A TIC muda realmente os conceitos básicos da estratégia de
gestão?
Tecnologia e negócio são de naturezas diferentes. Enquanto a tecno-
logia avança rapidamente, as práticas de negócios evoluem de forma mais
lenta e são mais estáveis.
2. A TIC gera efetivamente novos benefícios e vantagens compe-
titivas para as empresas?
Gira em torno da discussão sobre como medir o retorno de investi-
mento das iniciativas de TIC nas áreas de negócios.
3. A disseminação da tecnologia não transforma a TIC numa
commodity (mercadoria), que desta forma reduz sua importância re-
lativa?
Essa questão é polêmica e a que mais contribui para que a TIC
tenha uma imagem de uma área para suporte aos negócios, sem muita
importância estratégica relativa. Se a área de tecnologia é reativa (casual)
às solicitações das áreas de negócios, sempre teremos a impressão de que
as soluções são uma commodity (mercadoria), mesmo que essa solução
introduza inovações tecnológicas (novas formas de tecnologia).
Devido ao sucesso do modelo de capitalismo americano, muitas so-
ciedades vêm adotando esse padrão, do qual o Brasil faz parte.
40
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
Democracia
representativa é a forma de
exercer o poder político por meio de
representantes eleitos pela população.
Economia de livre mercado é uma forma de
prática da economia quando existe pouca ou
nenhuma intervenção dos governos. Neste caso,
todas as ações econômicas e individuais respei-
tam a transferência de dinheiro, bens e serviços
voluntariamente. Porém, quando há contratos
voluntários, o cumprimento é obrigatório. A
propriedade privada é protegida pela
lei e ninguém pode ser forçado a
trabalhar para terceiros.
No geral, baseia-se em redes de negócios de grandes empresas líde-
res em parceria com universidades para desenvolvimento de projetos.
Seu foco passa a ser no cliente e os produtos e serviços, a serem
adequados a esse cliente e aos seus desejos.
Também temos a inovação como a mola-mestre nesse modelo, em
que fornecedores e empresas líderes se aliam em cadeias de negócios para
consolidar posição no mercado.
2.6  OCDE
A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Eco-
nômico) é uma organização com sede em paris que agrega 34 países que
adotam os princípios da democracia representativa e da economia de livre
mercado.
A OCDE sucede uma outra organiza-
ção chamada OECE (Organização
Europeia para a Cooperação
Econômica), que foi formada
em 1947 com o objetivo de
sustentar o Plano Marshall
após a Segunda Guerra
Mundial.
A OCDE é, na ver-
dade, um fórum entre os
países participantes que fo-
menta políticas públicas en-
tre os países que apresentam os
maiores IDHs (Índices de Desen-
volvimento Humano). A organização
ajuda no desenvolvimento e na expansão econômica dos países partici-
pantes para proporcionar ações que possibilitem a estabilidade financeira
e o fortalecimento da economia global.
A organização possui um conselho formado por um representante
de cada país, além de um representante da Comissão Europeia. A organi-
zação não trata somente dos aspectos econômicos, mas também promove
projetos nas áreas social, ambiental, de educação e geração de emprego.
Entre os principais objetivos, estão:
41
Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento – Capítulo 2
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
•	promover o desenvolvimento econômico;
•	proporcionar novos postos de emprego;
•	melhorar a qualidade de vida;
•	contribuir para o crescimento do comércio mundial;
•	proporcionar acesso à educação para todos;
•	reduzir a desigualdade social;
•	disponibilizar sistemas de saúde eficazes.
Atualmente, os países-membros são: Áustria, Bélgica, Dinamarca,
França, Grécia, Islândia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Noruega, Países
Baixos, Portugal, Reino Unido, Suécia, Suíça, Turquia, Alemanha, Espa-
nha, Canadá, EUA, Japão, Finlândia, Austrália, Nova Zelândia, México,
República Checa, Hungria, Polônia, Coreia do Sul, Eslováquia, Chile,
Eslovênia e Israel.
AOCDE influencia o desenvolvimento da sociedade da informação por
meio de fóruns e congressos que estruturam as ações dos países-membros.
Quando a OCDE foi criada, a sociedade da informação atuava em qua-
tro pontos devido ao contexto dos anos 1990, com a Internet se consolidando
e com sua formação ligada a questões de infraestrutura, preços e regulação:
•	Infraestrutura
•	Recursos públicos
•	Governo
•	Implementações
Bases dos modelos de
sociedade da informação
· Infraestrutura
· Recursos humanos
· Governo (legislação)
1995 1997 1999
· Agências públicas
· Regulamentação
· Liderança institucional
· Rede de inovação
Europa
· Liderança do setor
privado
· Política das infovias
EUA
· Redes de fornecedores
· Ação de fomento do
Estado
Ásia
Figura 5 – Workshops da OECD e os modelos de sociedade da informação.
42
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
2.7  O livro verde da sociedade da informação no
Brasil
No Brasil, foi elaborado um documento chamado “Livro Verde da
Informação”, como uma proposta para a sociedade da informação brasi-
leira. O documento sofreu influência da sociedade da informação ameri-
cana e europeia daquele período.
O objetivo do documento é esclarecer os objetivos do projeto e
apresentar uma proposta política, traduzindo uma oferta de desenvolvi-
mento da informática e da Internet no Brasil.
Em 1991, a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) criou o backbone
brasileiro.
Em 20 de dezembro de 1994, a Embratel lança um serviço experi-
mental para conhecer melhor a Internet.
Em 1995, a Internet é aberta ao setor privado no Brasil para a explo-
ração comercial. A RNP fica responsável pela infraestrutura básica de inter-
conexão e informação em âmbito nacional, tendo o controle do backbone.
Em 1999, é lançado o Programa Sociedade da Informação (Sociin-
fo), com o objetivo maior de integrar o desenvolvimento econômico e so-
cial ao acesso às TICs e uso delas e promoção da inclusão social por meio
da inclusão digital.
O Livro Verde, em relação ao setor privado, assumia a nova econo-
mia com base na economia de mercado, na globalização e no comércio
internacional.
A elaboração do Livro Verde estimulou alguns avanços, em particu-
lar nas ações do governo eletrônico, Internet para pesquisadores e aumen-
to da população com acesso à rede.
Atividades
01.	 O que são sociedade da informação e sociedade do conhecimento?




Governo eletrônico, ou e-gov, consiste nas ações das TIC aliada ao conhecimento
nos processos internos de governo e que são relacionadas com a entrega dos produtos e
serviços do governo para os cidadãos, indústria e demais componentes da sociedade.
43
Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento – Capítulo 2
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
02.	 Qual foi a contribuição de Castells e como ele a entende?





03.	 Quais foram os três modos de desenvolvimento propostos por
Castells? Escolha um desses modos e explique-o?





04.	 Onde se originou a base da crise, segundo Castells?





05.	 O que você entende por “O modelo americano de sociedade da infor-
mação”?





06.	 Leia “A era do papel” e elabore uma conclusão sobre o assunto?
44
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
Reflexão
Vimos que, no modelo americano da sociedade da informação, do
qual sofremos grande influência, existiram algumas eras: era do papel,
era da informação etc. Com base nisso e verificando que a tecnologia se
desenvolve muito rápido, assim como a ciência, na sociedade, será que
no futuro teremos alguma outra grande mudança a tal ponto de caracteri-
zar outra era? Qual seria esta “nova era”? E não estamos nos referindo à
“nova era” (new age)! Fica a dica para esta reflexão.
Leitura recomendada
Os seguintes livros são bem interessantes e complementam os assuntos
que abordamos neste capítulo.
LÉVY, P. A inteligência coletiva. São Paulo: Loyola, 1998.
LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
Referências
CASTELLS, M. A sociedade em rede – a era da informação. 10. ed.
edição. Ed. Paz e Terra, 1999.
POLIZELLI, D. L.; OZAKI, A. M. Sociedade da informação – os de-
safios da era da colaboração e da gestão do conhecimento. São Paulo: Saraiva,
2008.
STAREC, C.; GOMES, E.; BEZERRA, J. Gestão estratégica da in-
formação e inteligência competitiva. São Paulo: Saraiva, 2006.
SETZER, V.W. Os meios eletrônicos e a educação: uma visão alternativa.
São Paulo: Editora Escrituras, Coleção Ensaios Transversais. V. 10, 2001.
No próximo capítulo
Estudaremos, no próximo capítulo, sobre a revolução digital e ex-
ploraremos um pouco a Internet, negócios eletrônicos e outros assuntos
relacionados. Observaremos que esses temas estão totalmente relaciona-
dos ao que abordamos anteriormente: a sociedade da informação.
Capítulo3
A Revolução Digital
A Internet foi criada no final da
década de 1960. Na verdade, podemos
dizer que foi a primeira versão da Internet,
chamada de Arpanet, usada pelos militares. O
que nós conhecemos por Internet ganhou propor-
ções maiores a partir da década de 90, com o advento
da World Wide Web (www). Desde então, nossas vidas
mudaram.
A Internet passou a ser usada como vitrine e lojas pelas
empresas; passou a publicar imagens, vídeos, áudios de uma
maneira muito acessível, de modo que ganhou a população mun-
dial. Até mesmo pessoas comuns poderiam ter seu próprio site e
publicar suas opiniões, fotos e demais elementos pessoais de uma
maneira muito rápida e prática.
As comunicações ganharam outra proporção, apareceram os progra-
mas de bate-papo. Esses programas demandaram novos recursos e hoje
é possível ter voz, áudio e vídeo pelo telefone, assim como tinha Dick
Tracy nos quadrinhos a partir da década de 30 ou a tripulação da Star
Trek, em Jornada nas Estrelas.
É ou não é uma revolução digital? Vamos estudar um pouco sobre isso
neste capítulo.
Objetivos da sua aprendizagem
Neste capítulo, vamos estudar os seguintes assuntos:
•	 a Internet;
•	 negócios digitais;
•	 o conhecimento digitalizado;
•	 tecnologia onipresente.
Você se lembra?
Você sabe o que é um protocolo? Como a Internet funciona?
Quando foi a primeira vez que você usou a Internet e para
qual fim? Hoje você a usa para quê? Pense nestas per-
guntas.
46
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
3.1  A Internet
A Internet, assim como muitos elementos da Tecnologia da In-
formação atual, provém de um projeto para a área militar dos Estados
Unidos. A ideia deste projeto era ter uma forma de comunicação entre as
bases militares que fosse eficiente e infalível a ataques nucleares.
Na década de 1960, a Defense Advanced Projects Research Agency
(DARPA) patrocinou um projeto para desenvolver uma tecnologia de rede
que permitisse que pesquisadores, em várias localizações no país, pudes-
sem compartilhar informações.
Esta tecnologia também deveria ser resistente a falhas. O resultado
deste projeto foi a ARPANET, lançada em setembro de 1969. A ARPA-
NET conectava computadores em quatro localizações:
•	UCLA
•	Stanford Research Institute
•	UC Santa Barbara
•	Universidade de Utah
Nos anos que se seguiram, a quantidade de computadores conecta-
dos cresceu de maneira bem rápida. Em 1972, foi introduzida a ferramenta
de e-mail que se tornou a maior aplicação da rede. Em 1973, a ARPANET
conectou-se à University College of London, no Reino Unido, e ao Royal Ra-
dar Establishment na Noruega, tornando-se internacional. Em 1986, a NSFnet
(a grande rede da National Science Foundation) foi conectada à ARPANET,
e o resultado passou a ser conhecido como Internet. Com o tempo, diversas
outras companhias se conectaram à Internet (CAPRON e JOHNSON, 2004).
Na arquitetura de funcionamento da Internet, os principais back-
bones (circuito de transmissão de alta velocidade análogo ao sistema de
rodovias estaduais) conectam-se a redes regionais. Estas redes regionais,
por sua vez, dão acesso a provedores de serviços, grandes empresas e ins-
tituições públicas. Os pontos de acesso à Internet (NAPs – Network Acess
Point) e as Trocas de Internet Metropolitana (MAE – Metropolitan Area
Exchanges) são grandes Hub, em que o backbone intercepta redes regio-
nais e locais e em que os proprietários dos backbones se conectam uns aos
outros (LAUDON e LAUDON, 2007).
As pessoas se conectam à Internet de duas maneiras:
•	ISP (Internet Service Provider – Provedor de serviços de Internet): é
uma organização comercial com conexões permanentes com a Inter-
net e que vende conexões a assinantes.
47
A Revolução Digital – Capítulo 3
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
•	Por meio de suas empresas, universidades ou centros de pesquisa que
tenham domínios próprios.
Domínio
nyu.edu
Linha
T1
Linha
telefônica
comum
Host
regionais
Domínio
provedor local
Host
regionais
POP3
Mail
SMTP
Mail
Cliente IP Cliente IP
Rede do campus
Residência
Escritórios
Hubs regionais (MAEs and NAPs)
Backbone
MAE
Figura 1 – Arquitetura da Internet
LAUDON e LAUDON, 2007.
A Internet baseia-se na pilha de protocolos TCP/IP. Todos os com-
putadores recebem um IP único (Internet Protocol), que é representado
por um número de 32 bits, com séries de 0 a 255, separadas por pontos. O
endereço 64.233.164.104 pertence ao Google, por exemplo.
Quando um usuário envia uma mensagem a outro usuário da Internet,
a mensagem é decomposta em vários pacotes por meio do TCP. Cada pacote
contém seu endereço de destino. Os pacotes são enviados a um servidor de
rede, que encaminha para quantos servidores forem necessários até que todos
os pacotes cheguem ao destino e a mensagem seja remontada.
Como vai você? Servidores
Gateway Gateway
A B C
A B
C
A B C
A B C
A B C
A B C
Bem, obrigado!
X
Y
Z
Bem, obrigado!
X Y Z X Y Z
Como vai você?
A B C
Figura 2 – Comutação por pacotes
LAUDON e LAUDON, 2007.
48
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
Para os usuários de Internet, seria muito difícil guardar os endereços
baseando-se apenas em números. Devido a isto, foi criado o Sistema de
Nomes de Domínio (Domain Name System – DNS), que converte os en-
dereços IP em nomes de domínios.
O DNS possui uma estrutura hierárquica:
•	no topo está o domínio raiz;
•	no domínio de primeiro nível, temos nomes com dois ou três caracte-
res, como .edu, .gov, e códigos de país, como .br, .uk, .ca etc;
•	no domínio de segundo ,nível temos duas partes designando o nome
de primeiro nível e o nome de segundo nível;
•	um nome de hospedeiro (host) na base da hierarquia indica um com-
putador específico da Internet ou na rede privada.
Domínio-raiz
edu
expedia congressgoogle
govcom
sales
org net
Domínios de
primeiro nível
Domínios de
segundo nível
Domínios de terceiro nível
Hospedeiros
Computer 1computer1.sales.google.com
sales.google.com
Figura 3 – Sistema de nomes de domínio da Internet
LAUDON e LAUDON, 2007.
A Internet baseia-se na arquitetura cliente/servidor. As pessoas aces-
sam à Internet por meio de aplicações clientes, como o navegador. Todas
as informações trocadas (dados das aplicações, mensagens de e-mail, etc.)
ficam armazenadas na máquina cliente ou em um servidor.
Os clientes que acessam à Internet atualmente não o fazem apenas
por computadores, mas também por diversos dispositivos, como os ta-
blets, celulares etc.
Quando você conecta seu computador cliente na Internet, passa a ter
acesso a uma variedade de serviços, como e-mail, grupos de discussão,
mensagens instantâneas, vídeos, redes sociais, serviços do governo, pági-
nas de comércio eletrônico e serviços corporativos.
49
A Revolução Digital – Capítulo 3
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
Cada serviço na Internet é implementado por um conjunto de pro-
gramas e pode funcionar a partir de um único servidor ou de servidores
diferentes.
As redes corporativas compreendem um conjunto de várias redes
diferentes (desde a rede telefônica até a Internet e as redes locais) que co-
nectam grupos de trabalho, departamentos ou escritórios.
Uma rede corporativa pode oferecer aplicações comerciais aos seus
clientes. Por exemplo, pode ser um portal onde o cliente, através de seu
navegador web, acessa relatórios sobre as vendas da empresa.
Para isso, a empresa precisa de uma arquitetura com sistemas
backend. Esse tipo de sistema funciona no servidor como uma aplicação.
Ele se conecta a bases de dados, faz transações com outros sistemas etc.
Além disso, você precisará de um servidor de aplicações que tratará o en-
vio de informações de uma aplicação cliente não apenas como requisições
de páginas, mas como requisições de informações a programas.
Cliente
PDA
· Navegador Web
· Outro software
cliente
· Servidor
Web (HTTP)
· Simple Mail
Transfer
Protocol (SMTP)
· Domain Name
Serving (DNS)
· File Transfer
Protocol (FTP)
· Network News
Transfer Protocol
(NNTP)
Internet Servidor
Servidor
de aplicativo
Páginas
Web
Vendas
Produção
Contabilidade
RH
Arquivos
de
correio
Servidor
de banco
de dados
Sistemas
back-end
Figura 4 – Modelo cliente servidor na Internet
LAUDON e LAUDON, 2007.
3.1.1  Internet, intranets e extranets
A intranet de uma empresa é uma rede privada que utiliza a mesma
tecnologia da Internet (ou tecnologia semelhante) para conectar computa-
dores, recursos e aplicações de uma rede, tornando-os disponíveis somen-
te ao seu público interno.
Uma intranet deve ser protegida por medidas de segurança como fi-
rewalls, mecanismos para autenticação e controle de acesso, permitindo ape-
nas que usuários autorizados possam fazer uso dos recursos disponíveis.
50
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
As principais diferenças entre a Internet e a intranet são relaciona-
das ao conteúdo (que é restrito na intranet e liberado na Internet).
As empresas podem usar intranets para diversos fins, como:
•	ensino eletrônico;
•	repositório de dados;
•	TV corporativa;
•	comunicação instantânea (por texto ou voz);
•	divulgação de notícias;
•	gerenciamento de projetos;
•	conectar aplicativos;
•	etc.
Já a extranet pode ser considerada como um ponto de conexão ex-
terno a uma intranet, ou seja, um ponto onde a intranet fica passível de
acesso ao público externo (como clientes, fornecedores, parceiros comer-
ciais etc.). O acesso da extranet também deve ser controlado. Afinal, se
não fosse assim e o acesso fosse público, estaríamos falando da Internet!
As extranets fornecem recursos até parecidos com os das intranets,
como troca de informações, ensino eletrônico, transmissão de dados, co-
municação instantânea, dentre outros.
Quando uma empresa conecta sua intranet à intranet de outra em-
presa, podemos dizer que há a formação de uma extranet (claro, se a co-
nexão for com o fim de prover os recursos citados e, ainda, com a devida
proteção – se for pública, não faz sentido chamá-la de extranet).
Intranet da Matriz
Intranet da FilialInternet
Extranet
Intranet do cliente ou fornecedor
Figura 5 – Extranet composta de intranets diferentes
51
A Revolução Digital – Capítulo 3
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
Em geral, a conexão
para uma extranet exige a
chamada rede privada vir-
tual (VPN: Virtual Private
Network).
Em uma VPN, a co-
nexão entre os elementos
computacionais é prote-
gida. Assim, você pode
trafegar dados sobre a in-
fraestrutura pública da In-
ternet protegendo-os com
mecanismos de criptogra-
fia. Mesmo que algum “intruso” tente observar os dados, estes estarão
“embaralhados” de maneira que não farão nenhum sentido.
3.1.2  A Wold Wide Web (WWW)
A World Wide Web é o mais conhecido serviço de Internet. É um
padrão universalmente aceito para armazenar, recuperar, formatar e apre-
sentar informações usando uma arquitetura cliente/servidor. Neste padrão,
páginas Web são formatadas por meio do hipertexto que possui links, vin-
culando documentos.
Para “navegarmos” na Web, precisamos de um browser (navega-
dor). O software faz as requisições de objetos usando a arquitetura cliente/
servidor na web.
Figura 7 – Tela do Internet Explorer
A
B
C
D
Internet
Dados
Dados
Figura 6 – Criação de uma VPN
52
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
A figura 7 mostra a tela do Internet Explorer, o navegador web que
vem junto com o Windows. O Internet Explorer é o navegador mais usado
no mundo.
Ao digitarmos um endereço no navegador, o que acontece é o se-
guinte:
•	o endereço é o URL de um objeto: http://www.estudeadistancia.com;
•	esta URL define um endereço único de um site ou arquivo na Internet;
•	o servidor usa o DNS para traduzir o endereço do computador host na
Internet;
•	feito isso, ele usa o protocolo apropriado para solicitar ao servidor o
objeto desejado pelo usuário.
As páginas web são baseadas numa linguagem-padrão chamada
Linguagem de Marcação de Hipertextos (hypertext markup language –
HTML). Esta linguagem é interpretada pelo navegador, que exibirá os
resultados na tela de seu computador.
O protocolo acima especificado é o HTTP (protocolo de transferên-
cia de hipertexto – hypertext transfer protocol), que é um padrão de comu-
nicações usado para transferência de páginas web.
3.1.2.1  Negócios digitais
Como já citamos, é comum lermos na Internet sobre e-commerce e
e-business e encontrarmos textos que confundem suas definições e usos.
Como são palavras provenientes do inglês, vamos traduzir os termos
separadamente e dar o significado de cada um deles para entendermos a
diferença entre eles.
Segundo o dicionário online MICHAELIS:
Business: 1 serviço, trabalho, profissão, ocupação. 2 assunto, ne-
gócio. important business / negócios importantes. 3 negócio, atividade
comercial, comércio. he went into business / ele ingressou no comércio. 4
empresa, firma, estabelecimento industrial ou comercial. 5 loja. 6 direito
de agir, interesse. 7 ação em representação teatral.
Commerce: 1 comércio, negócio, tráfico. 2 intercâmbio (comercial
ou cultural). 3 relações pessoais. I have no commerce with him / não te-
nho relações com ele.
53
A Revolução Digital – Capítulo 3
EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB
Como podemos perceber, são termos diferentes. Enquanto “busi-
ness” trata do negócio como um todo, do assunto, “commerce” é apenas
a parte da troca comercial, do intercâmbio, como é mostrado em uma das
traduções, e seria a parte principal da definição. Portanto, de certa forma,
o e-commerce é uma parte integrante do e-business. Dá para perceber que
um termo é bem relacionado com o outro. Porém, é natural que os termos
se confundam, pois a infraestrutura usada para ambos é praticamente a
mesma.
Segundo os autores (LAUDON e LAUDON, 2007), e-business
refere-se ao uso de tecnologia digital e de Internet para executar os prin-
cipais processos de negócios de uma empresa. Neste contexto, todas as
atividades relacionadas com a gestão interna da empresa e até mesmo com
os fornecedores fazem parte do e-business incluindo o e-commerce que,
segundo os autores, lida com a compra e a venda de mercadorias e servi-
ços pela Internet.
A figura 1.1 tenta estabelecer o relacionamento entre e-business
e e-commerce e seu relacionamento com o mundo exterior, que são os
clientes e usuários da empresa a qual possui processos baseados em
e-business. Como podemos ver, o e-business engloba outros conceitos já
vistos anteriormente em outras disciplinas como ERP, SCM, CRM e BI.
A integração desses sistemas com os processos de negócio e aliados à es-
tratégia corporativa, além de outros fatores que veremos no capítulo, são
fatores críticos de sucesso para o bom funcionamento do esquema apre-
sentado na figura 8.
E-Business
E-Commerce
Mundo
externo
Processos de negócio,
estratégias integradas,
tecnologias atuais,
Sistemas ERP, CRM,
SCM
Trocas eletrônicas,
comércio eletrônico,
loja virtual, interface
com o mundo
externo
Figura 8 – Relacionamento entre e-business, e-commerce e o mundo externo à empresa.
54
Tecnologia da Informação e Comunicação
Proibidaareprodução–©UniSEB
Uma vez que definimos e mostramos as diferenças entre os termos,
vamos agora a algumas questões relacionadas com a disciplina.
Toda organização tem suas preocupações imediatas e estratégicas.
Lembre-se de que quando nos referimo à estratégia, estamos consideran-
do ações a longo prazo. O que é melhor? Preocupar-se com o lucro atual
e reduções de custo imediatas ou o posicionamento da organização daqui
a alguns anos? E se estamos tentando analisar a situação daqui a alguns
anos, como a Internet e o mundo digital estarão incluídos nesta análise?
Para ajudar nesta análise, gostaria de apresentar alguns dados esta-
tísticos sobre as redes sociais atualmente.
Segundo o site Socialnomics (BBC BRASIL, 2012), o Facebook
ultrapassou o número de 1 bilhão de usuários (número muito maior que
a população de vários países juntos, incluindo o Brasil) e, dentro deste
número, em média uma pessoa gasta cerca de 6 horas por mês “dentro” do
Facebook.
As redes sociais são usadas basicamente para entretenimento pes-
soal, porém é excelente para as empresas divulgarem produtos e serviços.
Além disso, muitas redes sociais possuem APIs, as quais permitem que
as empresas desenvolvam formas de integração com seus sistemas inte-
grados ou de comércio eletrônico. Enfim, é uma grande possibilidade de
negócio.
Portanto, perante esses dados, as empresas não podem de forma
nenhuma descartar a entrada no mundo digital. Trata-se de um posiciona-
mento estratégico e de sobrevivência.
Mas resta saber se as empresas
estão preparadas atualmente
para esta mudança.
A entrada no mundo
digital significa repen-
sar os processos, os
relacionamentos com
fornecedores, com clien-
tes, a tecnologia usada
internamente, as pessoas e
seu grau de relacionamento
com essa nova realidade, en-
fim, um novo paradigma.
Conexão:
Conheça um pouco algumas APIs
dos principais sites:
Google Maps: https://developers.google.com/
maps/. É possível encontrar muitas formas de embutir
os mapas do Google em aplicações desenvolvidas pelos
programadores.
Facebook: http://developers.facebook.com/. Possibilita que os
programadores integrem seus sistemas ao Facebook.
Java API: http://docs.oracle.com/javase/7/docs/api/index.html.
API da linguagem Java. Por meio desta API, os programa-
dores podem escrever diversos tipos de aplicações para
diferentes plataformas.
Twitter: https://dev.twitter.com/. Com esta API é
possível conhecer as formas de integração
do Twitter com outras aplicações.
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  • 1. Tecnologia da Informação e Comunicação 2014
  • 2. Editorial © UniSEB © Editora Universidade Estácio de Sá Todos os direitos desta edição reservados à UniSEB e Editora Universidade Estácio de Sá. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrônico, e mecânico, fotográfico e gravação ou qualquer outro, sem a permissão expressa do UniSEB e Editora Universidade Estácio de Sá. A violação dos direitos autorais é punível como crime (Código Penal art. 184 e §§; Lei 6.895/80), com busca, apreensão e indenizações diversas (Lei 9.610/98 – Lei dos Direitos Autorais – arts. 122, 123, 124 e 126). Comitê Editorial Fernando Fukuda Simone Markenson Jeferson Ferreira Fagundes Autor do Original Fabiano Gonçalves dos Santos
  • 3. Sumário Tecnologia da Informação e Comunicação Capítulo 1: Ciência, Tecnologia e Sociedade.... 7 Objetivos de aprendizagem........................................ 7 Você se lembra?................................................................. 8 1.1  Conceitos de ciência, tecnologia e sociedade.................. 9 1.2  Relacionamento entre ciência, tecnologia e sociedade........ 11 1.3  Evolução social, científica e tecnológica.................................. 13 1.4  Neutralidade.................................................................................. 14 1.5  O determinismo tecnológico............................................................. 15 1.6  A associação em rede............................................................................ 17 Atividades....................................................................................................... 20 Reflexão............................................................................................................. 21 Leitura recomendada............................................................................................. 22 Referências.............................................................................................................. 22 No próximo capítulo.................................................................................................. 23 Capítulo 2: Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento.................. 25 Objetivos da sua aprendizagem.................................................................................... 25 Você se lembra?............................................................................................................. 25 2.1  Definição de sociedade da informação e sociedade do conhecimento.................... 26 2.2  Sociedade em rede................................................................................................... 30 2.3  Modelos de sociedade da informação...................................................................... 34 2.4  Reestruturação produtiva e sociedade da informação............................................. 38 2.5  Cadeias de negócio................................................................................................. 38 2.6  OCDE.................................................................................................................... 40 2.7  O livro verde da sociedade da informação no Brasil.......................................... 42 Atividades................................................................................................................ 42 Reflexão................................................................................................................ 44 Leitura recomendada........................................................................................ 44 Referências.................................................................................................... 44 No próximo capítulo................................................................................. 44 Capítulo 3: A Revolução Digital.......................................................... 45 Objetivos da sua aprendizagem......................................................... 45 Você se lembra?............................................................................. 45 3.1  A Internet........................................................................... 46 3.2  O conhecimento digitalizado........................................ 59
  • 4. 3.3  Tecnologia Onipresente............................................................................................. 60 Atividades........................................................................................................................ 62 Reflexão........................................................................................................................... 64 Leitura recomendada........................................................................................................ 64 Referências....................................................................................................................... 64 No próximo capítulo........................................................................................................ 65 Capítulo 4: Tecnologias da Informação e Comunicação............................................. 67 Objetivos da sua aprendizagem....................................................................................... 67 Você se lembra?............................................................................................................... 67 4.1  Conceito de TIC........................................................................................................ 68 4.2  Aplicações das TICs.................................................................................................. 70 4.3  O impacto das TICs na sociedade............................................................................. 74 4.4  Relação dialética entre a sociedade e as TICs.......................................................... 80 Atividades........................................................................................................................ 83 Reflexão........................................................................................................................... 84 Leitura recomendada........................................................................................................ 85 Referências bibliográficas................................................................................................ 85 No próximo capítulo........................................................................................................ 86 Capítulo 5: Aspectos Éticos, Legais e Profissionais, TI Verde e Sustentabilidade.... 87 Objetivos da sua aprendizagem....................................................................................... 87 Você se lembra?............................................................................................................... 88 Introdução........................................................................................................................ 89 5.1  Aspectos éticos e legais relacionados ao exercício profissional na área de TI......... 90 5.2  Mercado de trabalho na área de TI e tendências....................................................... 94 5.3  Mercado de trabalho................................................................................................. 95 5.4  Perfil Profissional...................................................................................................... 96 5.5  Regulamentação da profissão na área de Tecnologia da Informação..................... 100 5.6  TI Verde e Sustentabilidade.................................................................................... 102 5.7  Uso de TI em prol do meio ambiente...................................................................... 106 5.8  Estratégias empresariais de TI “Verde” ................................................................. 109 5.9  Usando a TI para sustentabilidade ambiental..........................................................111 Atividades...................................................................................................................... 112 Reflexão......................................................................................................................... 113 Leituras recomendadas................................................................................................... 113 Referências bibliográficas.............................................................................................. 114
  • 5. Apresentaç ão Prezados(as) alunos(as) Todos possuem conceitos variados sobre os termos ciência, sociedade e tecnologia. Ao consultarmos o Dicionário Aurélio, encon- tramos a seguinte definição: “Um conjunto organizado e relativo aos conhecimen- tos de certas categorias que estão relacionados com os fatos ou fenômenos.” Toda ciência, para definir-se como tal, deve necessariamen- te recortar, no real, seu objeto próprio, assim como definir as bases de uma metodologia específica: ciências físicas e naturais. A sociedade, por sua vez, pode ser definida:“Reunião de homens, de animais, que vivem em grupos organizados; corpo social. Con- junto de membros de uma coletividade, sujeitos às mesmas leis. Cada um dos diversos estágios da evolução do gênero humano.” E a ciência: “Estudo dos instrumentos, processos e métodos empregados nos diver- sos ramos industriais.” Portanto, podemos perceber claramente que a ciência está diretamente relacionada ao conhecimento, à sociedade, aos seres humanos e à tecno- logia, às técnicas, aos métodos, processos e instrumentos. Nesta disciplina, estudaremos um pouco sobre este importante assunto: Ciência, sociedade e tecnologia. Ambientaremos o aluno neste tema, pro- curando mostrar-lhe que a tecnologia, de que tanto gostamos, precisa ser contextualizada juntamente com outros elementos. Bons estudos!
  • 6.
  • 7. CCCCCCCCCC Ciência, Tecnologia e Sociedade Vamos estudar a ideia de neutralidade da ciência. A questão da neutralidade da ci- ência está no centro do debate entre os estudos sobre as características da ciência e seu papel na sociedade. A questão principal é se a ciência é ou não influenciada pelo contexto sociocultural, pelos valores sociais, inte- resses políticos e econômicos. Tal discussão é importante porque a visão da ciência neutra tem implicações na escolha dos temas, na política que define as prioridades de pesquisa e in- fluencia as relações entre o ambiente científico e os outros setores da sociedade. É importante sabermos que a questão da neutralidade da ciência está relacionada a um modo de produzir conhecimento sobre os fenômenos da natureza baseado na matemática, que procurou definir leis gerais de alcance universal para controlar e transformar a natureza. Esse modo de fazer ciência separa a natureza (objeto) da sociedade (sujeito). Ve- remos que a visão dominante de ciência neutra, autônoma e universal está sendo negada pelo próprio avanço do conhecimento, com o surgi- mento de novas teorias nas ciências naturais que superam as anteriores, e por fatos históricos que estão relacionados ao uso da ciência para fins político-militares no desenvolvimento de armas e aplicação no processo de produção capitalista. Objetivos de aprendizagem Neste capítulo, vamos estudar os seguintes assuntos: ▪▪ conceitos de ciência, tecnologia e sociedade; ▪▪ relacionamento entre ciência, tecnologia e sociedade; ▪▪ evolução social, científica e tecnológica; ▪▪ neutralidade; ▪▪ determinismo tecnológico; ▪▪ dialética; ▪▪ associação em rede.
  • 8. Você se lembra? Há alguns anos passava um seriado na televisão cujo protagonista era um cientista maluco com dois ajudantes: um rato de laboratório gi- gante e uma assistente. Embora bem-humorado, o seriado era interessante porque ele, juntamente seus auxiliares, fazia várias experiências para mostrar as leis da física, química, matemática, mecânica e outras. Era bas- tante interessante e lúdico para quem lhe assistia. Ele mostrava a ciência na prática. Vamos estudar um pouco sobre a ciência neste capítulo.
  • 9. 9 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Capítulo 1 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB 1.1  Conceitos de ciência, tecnologia e sociedade As três palavras: ciência, tecnologia e sociedade formam um con- junto muito mais abrangente do que podemos imaginar. Existem vários autores com diferentes abordagens para tratar cada uma delas separada- mente e em conjunto. Porém, nosso estudo será baseado numa definição geral e com aplicações nas áreas de informática a fim de dirigir e orientar os alunos desta área sobre estes conceitos importantes. Podemos iniciar observando que não é possível separar os conheci- mentos científicos e artefatos tecnológicos, pois entendemos que ambos estão relacionados. Onde há ciência, há tecnologia, e neste caso tecnolo- gia não é apenas equipamentos de hardware ou infraestruturas complexas. A palavra tecnologia é derivada do grego tekhne, “relativo à arte, aos trabalhos de artesão” mais logos, “estudo, tratado, palavra”. Portanto tecnologia significa “estudo da técnica”. Segundo o dicionário Michaelis, tecnologia pode ser definida como “aplicação de conhecimentos científicos à produção em geral” (EDITO- RA MELHORAMENTOS, 2009). A palavra ciência provém do latim scientia e seu significado é “co- nhecimento” ou qualquer “conhecimento sistemático”. Esse conhecimen- to é adquirido por meio de métodos científicos, geralmente estudados na disciplina “Metodologia científica”, presente em vários cursos de gradua- ção e pós (strictu ou latu sensu). Segundo (CHIBENI, 2014), existe uma definição estrita na qual a ciência é tratada como o conhecimento claro e evidente de alguma coisa fundamentado por princípios evidentes e demonstrações ou por raciocí- nios experimentais ou mesmo pela análise da sociedade e fatos humanos. Desta forma, aparecem três tipos de ciência: as ciências formais, as mate- máticas e as sociais. A ciência é um campo de estudo muito abrangente. Existem vários autores, desde a Antiguidade, que pesquisam este assunto, inclusive do ponto de vista filosófico. Para os cientistas tradicionais, a definição mais empregada é a definição estrita, citada no parágrafo anterior. Entre as correntes filosóficas que tratam da ciência, existe uma cha- mada empirismo. No empirismo, basicamente, a ciência e suas teorias são objetivas, testadas e previstas empiricamente. Dentro do empirismo, encontramos o positivismo, que, fundamen- tado pelos estudos do filósofo Augusto Comte, defende a ideia central que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro.
  • 10. 10 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB Segundo o dicionário Michaelis (2009), o empirismo é um “Sistema filosófico que nega a existência de axiomas como princípios de conhecimento, logicamente in- dependentes da experiência”. Outra definição é “Conhecimentos práticos devidos meramen- te à experiência”.Ou seja, quando tratamos de algo empírico, estamos lidando com algo que foi testado experimentalmente. ”. Ou, ainda, o positivismo busca, a partir da razão, formular leis para conhecer e ordenar a realidade. Ainda, o posi- tivismo defende o uso da ciência a fim de governar as relações humanas. E, dessa forma, entramos na terceira palavra da tríade tecnologia, ciência e socie- dade. Antes de tratarmos da pa- lavra sociedade, é necessário comentar que essas posições filosóficas são objetos de críticas por vários autores, os quais defendem suas ideias filosóficas de acordo com outras abordagens. Porém, como nosso contexto aqui é outro, vamos adotar a linha exposta neste texto. Quando apresentamos a definição de ciência que vamos usar nesta disciplina, citamos que existem três campos da ciência, e um deles é cha- mado de ciências sociais. Como podemos perceber, o termo sociais está relacionado ao termo sociedade e, por sua vez, sociedade, na verdade, origina-se de uma palavra latina: societas, a qual significa “associação de amizade com vários”. Portanto, a sociedade é o assunto de estudo das ciências sociais, em especial a sociologia. Segundo FONSECA (2010), a sociedade constrói a ciência e a tec- nologia e, ao mesmo tempo, a ciência e a tecnologia constroem a socieda- de. Esta frase mostra bem como a tríade está relacionada. De acordo com CAMARGO (2014), a sociedade pode ser resumida como um sistema de interações humanas culturalmente padronizadas [...] A sociedade é um sistema de símbolos, valores e normas, como também um sistema de posi- ções e papéis. A sociedade, na verdade, pode ser interpretada sob diversas formas. Algumas das formas são: positivismo, como vimos rapidamente, e outras como: funcionalismo, sociologia compreensiva, marxismo (histórico-crí- tica), estruturalismo, pós-estruturalismo, fenomenologia, existencialismo, hermenêutica, genealogia, perspectiva pós-moderna e outras, de acordo com os seus principais fundamentadores. Portanto, é outro campo de estu- do bastante amplo que foge do nosso contexto.
  • 11. 11 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Capítulo 1 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB A sociedade portanto constitui-se de um conjunto baseado em regras e constituído de pessoas, as quais constroem conhecimentos pela ciência por meio da tecnologia. Vamos ver este relacionamento no próximo tópico. Portanto, em vista dos vários estudos envolvendo ciência, sociedade e tecnologia, apareceu o movimento CTS na tentativa de obter maiores atitudes envolvendo discussões, questionamentos e críticas em relação ao que é chamado de tecnociência. O movimento CTS surgiu por volta de 1970 com o objetivo de ter como lema a necessidade do cidadão de conhecer os seus direitos e obrigações, de poder pensar por si mesmo e de adquirir uma visão crítica da sociedade da qual participa e vive e, principalmente, poder ter a dis- posição de transformar sua realidade, para melhor. Esse movimento tem ganhado muita força no contexto educacional. 1.2  Relacionamento entre ciência, tecnologia e sociedade Embora tenhamos apresentado os termos ciência, tecnologia e so- ciedade separadamente no tópico anterior, já podemos perceber que eles não podem ser totalmente separados. Porém, podemos estudá-los em duas grandes categorias: a primeira fazendo uma análise do elemento determinante da dinâmica da relação, a ciência e tecnologia (C&T), e a segunda categoria, a sociedade. A primeira forma de abordagem supõe que a C&T caminha de for- ma própria, podendo ou não influenciar a sociedade de alguma maneira. Na segunda abordagem, a C&T em si e não somente o uso que se faz dela é socialmente determinada. Em razão dessa função que existe en- tre a C&T e a sociedade em que foi gerada, ela tende a copiar as relações sociais existentes e até mesmo inibir a mudança social. Essas duas abordagens dão origens a duas ideias variantes do mes- mo tema: a neutralidade da C&T e do determinismo tecnológico, e a neutralidade do construtivismo. Iremos abordar esses assuntos posterior- mente. Podemos perceber que existe um forte relacionamento entre os ter- mos. Eles estão ligados por uma relação dialética. A tradução da palavra dialética leva a “caminho entre as ideias”. É um método de diálogo no qual a atenção é voltada para a contraposição e contradição de ideias e pensamentos que levam a outras ideias. Porém, por ser outro termo filo-
  • 12. 12 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB sófico de que estamos tratando nesta disciplina, ela é usada por diferentes doutrinas filosóficas e assume e, portanto, significados distintos. Quando dizemos que a relação entre ciência, tecnologia e sociedade é dialética, estamos estabelecendo a seguinte relação: • a sociedade determina os impactos na ciência e na tecnologia; • a ciência determina os impactos na sociedade e na tecnologia; • a tecnologia determina os impactos na sociedade e na ciência. Usando uma figura como representação, temos: Tecnologia Sociedade Ciência Figura 1 – Relação dialética entre ciência, tecnologia e sociedade A figura 1 tenta representar, de maneira muito simples, a relação dialética entre os termos. As setas da figura indicam um duplo sentido si- multâneo que indica o que “determina” e o que é “determinado”. Estudaremos este conceito mais à frente, no capítulo 4. Uma vez de posse do conhecimento adquirido a respeito da relação entre ciência, sociedade e tecnologia, devemos entender que cada termo reflete um momento histórico em nossa evolução moderna, carregado de crenças, valores, argumentos e conhecimentos próprios do cenário e do período evolutivo em questão. Portanto, há conceitos diferentes sobre sociedade, ciência e tecno- logia, variando de acordo com o período histórico, a cultura, o contexto e a abordagem que lhes são atribuídos. Sociedade, ciência e tecnologia mantêm uma relação dialética contínua entre si, em constante interação e determinação mútua de impactos em sua evolução.
  • 13. 13 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Capítulo 1 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB 1.3  Evolução social, científica e tecnológica Como já comentamos, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia tem ocasionado muitas transformações na sociedade moderna com refle- xos nas áreas econômicas, políticas e sociais. Normalmente, consideramos a ciência e a tecnologia os maiores propulsores de todas essas transformações, pois proporcionam a evolução do desenvolvimento do saber humano e do próprio homem. Portanto, de certa forma, damos muito crédito a esses dois fatores. E isso pode ser perigoso, porque muitas pessoas ainda possuem dificuldades em perceber que, por trás desses avanços, amplamente divulgados pela mídia, podem se esconder interesses políticos, sociais e econômicos. Vários autores abordam o estudo das relações entre ciência, tec- nologia e sociedade por duas abordagens principais, como já citamos no tópico anterior: • “com foco na C&T”, onde existem duas variantes associadas a ela: a neutralidade da C&T e do determinismo tecnológico. Neste foco, a C&T é caracterizada com o seu avanço próprio podendo ou não in- fluenciar a sociedade de alguma maneira. • “com foco na sociedade”, com a tese fraca da não neutralidade, tam- bém denominada construtivismo, e a tese forte da não neutralidade. Neste foco, a C&T é socialmente determinada. Foco na C&T Foco na Sociedade A C&T avança contínua, linearmente e sem mudança, seguindo um caminho próprio. O desenvolvimento da C&T não provém do seu interior, e sim é influenciado pela sociedade. A C&T não influencia a sociedade (neu- tralidade da C&T). As características da C&T são social- mente determinadas (tese fraca da não neutralidade). A C&T determina o desenvolvimento econômico (determinismo tecnológico). Devido à sua funcionalidade, ela inibe a mudança social (tese forte da não neu- tralidade). Tabela 1 – Diferentes abordagens no estudo das CTS (DAGNINO, 2011).
  • 14. 14 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB Tecnociência é um conceito que tem sido bastante usado no campo de estudo da ciência e tecnologia; retrata o contexto social e tecnológico da ciência. Principalmente depois do período da Segun- da Guerra Mundial, a comunidade científica se viu forçada a distinguir o que era ciência e o que era tecnologia. Como vimos, a ciência é confundida com a tecnologia, porém são distintas. Na prática, é im- possível separá-las, pois o desenvolvimento e o progresso de cada uma residem na sua cooperação mútua. Dessa forma, precisam ser tratadas como uma unidada, a tecnociência! A evolução social, científica e tecnológica trata das questões envolvendo estes termos e, principalmente, da relação deles com o impacto da C&T na sociedade. É interessante abordar estas questões envolvendo também valores éticos, estéticos e culturais existentes na tecnologia. 1.4  Neutralidade A ideia da neutralidade na C&T nasceu juntamente com a própria ciência, no século XV, em oposição ao pensamento religioso, marcante na época. O pensamento religioso era considerado obviamente não neutro, porque exercia grande influência na realidade social. O Iluminismo foi um dos primeiros movimentos que questionaram o pensamento religioso e abordaram o assunto neutralidade. O positivismo, movimento que já foi citado anteriormente, contribuiu para reforçar a neutra- lidade. O positivismo aceita que a subjetividade deve estar dentro dos limites da objetividade e, da forma como prega, aceita a realidade do jeito que ela é e assim reforça que a ciência é uma expressão de uma verdade absoluta. A ideia da neutralidade aceita que a C&T não se relaciona com o contexto no qual ela é gerada. Além disso, ficar longe deste contexto é um objetivo e uma forma de se fazer ciência corretamente. Outra coisa é realmente isolar a C&T da sociedade. Dessa forma, existe uma impossibi- lidade da percepção dos interesses da sociedade e seu envolvimento com o desenvolvimento da C&T, indeterminando assim a sua trajetória. Portanto, essa ideia leva a um contexto em que não é possível o de- senvolvimento alternativo de uma C&T que esteja num mesmo ambiente. Quer dizer, a C&T é única. Qualquer diferença: geográfica, cultural, ética e outras fica em segundo plano e deveria ser adaptável à C&T. Sendo as- sim, as contradições seriam resolvidas de uma maneira natural por meio
  • 15. 15 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Capítulo 1 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB de caminhos apontados pela própria ciência e através de conhecimentos e técnicas que se acumulariam com o passar do tempo e que acabariam por superar os antigos sem que fossem colocados em questão a ação e os interesses da sociedade no processo inovador. Portanto, por meio deste ponto de vista, a ciência e a tecno- logia não são nem boas nem más, são neutras. A sua evolução seria o resulta- do de um desnivelamento que aumentaria com o passar do tempo, numa progressão, e numa descoberta contínua e frequente da verdade e desta forma única, universal, e que fosse compatí- vel com o progresso. Logo, a neutralidade é uma teoria na qual a ciência é imparcial, es- tabelecida e feita por observações simples, por fatos e experimentações a fim de se obterem conclusões científicas. Porém, como já abordamos brevemente, o cientista está sujeito a um contexto no qual são inseridas as suas concepções políticas, religiosas e filosóficas, consciente ou não, para poder gerar a ciência, e não somente por meio de observações. 1.5  O determinismo tecnológico De maneira geral, o determinismo tecnológico é uma suposição de que os novos avanços tecnológicos, sejam eles conceituais ou físicos, como os sistemas computacionais, gadgets móveis etc, seja um meio de comunicação, afetam a vida das pessoas de alguma forma. Por exemplo, vamos supor que um determinado cliente liga para o call center de sua operadora de cartões de crédito. O cliente se identifica e diz ao atendente que possui um determinado problema e gostaria de resolvê-lo o mais breve possível. Veja se você já passou por esta situação: O atendente então responde que não pode fazer nada, pois o problema que gerou a reclamação do usuário não foi gerado pelo atendente, e sim pelo sistema. E pior: pede ao usuário que ligue mais tarde porque o sistema, que gerou o problema, está fora do ar e nada pode ser feito naquele momento! Conexão: Abaixo apresentamos alguns links interessantes para você entender um pouco mais sobre a neutralidade da ciência: http://www.mindmeister.com/pt/248053930/neutra- lidade-cient-fica. Esse link mostra um mapa mental a respeito da neutralidade. É muito interessante! https://www.youtube.com/watch?v=WMhyK4t473U. Esse vídeo mostra quanto a ciência pode ser usada para o bem ou para o mal. https://www.youtube.com/ watch?v=afmqmxinT2Y. Um vídeo bem humorado a respeito da metodologia científica.
  • 16. 16 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB Esta situação é muito comum, não é? Como pode o homem criar máquinas e sistemas para uma finalida- de particular e limitada e estes controlarem e mudarem nossos hábitos e formas de pensar e agir? Isto é o determinismo tecnológico! Neste caso, o sistema tem vida própria? Por que não pode ser feito nada? É claro que são perguntas exageradas, pois o atendente muitas vezes não tem mesmo poder ou autonomia, mas é uma situação bem caracterís- tica, onde ficamos totalmente dependentes de uma máquina. Aliás, por trás de qualquer máquina ou sistema existirá sempre a participação humana, o responsável intelectual por tê-la criado, inclusive com as falhas as quais são de responsabilidade de seus criadores. Figura 2 – A junção entre a tecnologia e a participação humana. Ainda para ilustrar o determinismo tecnológico, vamos observar um pouco nossa sociedade. Podemos notar que existem muitas pessoas que estão cada vez mais isoladas e, de uma certa maneira, o aparecimento e a popularização da Internet acentuou este comportamento. A Internet, de fato, facilita muitas coisas: o trabalho em casa, a co- municação entre pessoas distantes por meio de voz e vídeo, solicitar ser- viços e produtos sem sair de casa e recebê-los dentro de um prazo deter- minado, porém isso tem tornado as pessoas mais individualistas, de modo que o contato físico passa cada vez mais a ser virtual. Porém, segundo os autores em que estamos nos baseando para este capítulo, a Internet apenas acentuou um comportamento de individualiza- ção que já era histórico. A Internet é apenas um reflexo da modernidade neste caso, ou, usando os termos que temos estudado, a tecnologia seria apenas mais um fator que estimula essa tendência individualista. Ainda usando o “ciberespaço” como exemplo, perceba o cresci- mento acelerado dos comunicadores pessoais. Há alguns anos era o ICQ,  ALE1969 |DREAMSTIME.COM
  • 17. 17 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Capítulo 1 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB depois o MSN e agora temos os comunicadores das redes sociais como o Facebook Messenger e via telefone celular o Whats App, que, aliás, per- tence ao Facebook. O Facebook percebeu o tamanho sucesso deste aplica- tivo que comprou a empresa que o desenvolvia. No uso desses comunicadores, até mesmo a linguagem empregada nos diálogos é nova, cheia de abreviaturas e neologismos. Para os deter- ministas, toda essa tecnologia está, na verdade, acabando com a estrutura da linguagem e do idioma. Para os não deterministas, a linguagem dos comunicadores só estaria envolvida neste ambiente, uma vez que na vida real não afetaria o idioma atual. Porém, neste caso, existem outros problemas para serem acrescenta- dos na situação: existem problemas na educação e problemas sociais que, somados à extrema liberdade desses comunicadores e forma de escrita, acabam por endossar a deturpação do idioma. De maneira geral, cada tecnologia possui sua linguagem, sua pro- posta e seu objetivo. Para finalizar este exemplo, não podemos negar que os meios de comunicação têm influência na forma e no conteúdo nas mensagens e, não considerar isso, é ignorar um processo de modernização existente. Porém, também não é possível “culpar” a tecnologia como a única responsável pelas mudanças que há no mundo. 1.6  A associação em rede A visão que tem ganhado destaque nos estudos sobre ciência, tecno- logia e sociedade é a chamada associação em rede. A sociedade atual tem experimentado o intenso uso das redes de relacionamentos. E isto não vem apenas da Internet, aparece em vários aspectos da sociedade moderna. É claro que as redes sociais digitais cor- roboram para esta afirmativa, mas, como citado, é possível ver o aumento das relações inter-pessoais em vários âmbitos da sociedade. A associação em rede, por sua vez, prega que a tecnologia está inserida e associada a esta rede de relacionamentos. Neste caso, não apenas as pessoas estão envolvidas, mas atores não humanos também. Portanto, ampliam-se a atuação da tecnologia e suas mudanças. Vários elementos da sociedade pas- sam a ser envolvidos, como, por exemplo, o campo técnico, o científico, o econômico, o político, militar e o organizacional. Estes elementos, então, se associam em redes para a construção de elementos tecnológicos. É evidente que as novas tecnologias fizeram surgir muitas possibi- lidades para a análise de redes sociais e, consequentemente, redes de co-
  • 18. 18 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB laboração. O advento da Internet é de fato o elemento mais significativo. As comunidades virtuais que são formadas são promovidas com suporte tecnológico valendo-se de elementos técnicos. Segundo REIS (2008), a associação em rede é uma visão pela qual a tecnologia é vista inserida numa rede de relações, na qual concorrem os diferentes aspectos da vida em sociedade, tendo como protagonistas diferentes atores, que se movimentam em redes, movidos por interesses específicos. Atualmente, temos percebido a proliferação das redes sociais. No trabalho dos autores da figura 4, as redes sociais são analisadas como forma de colaboração científica. Uma rede social atualmente pode ser definida como uma estrutura social constituída de pessoas ou mesmo or- ganizações ligadas por um ou vários tipos de conexões que compartilham objetivos comuns. Figura 3 – Representação dos nós de uma rede social A análise das redes sociais é uma técnica importante na análise da sociologia moderna. É um conceito antigo, proveniente do século passado, porém que tomou grande proporção no final do século XX e também passou a ser observada por meio de outro paradigma pelas ciências sociais. A figura “geométrica” que a rede acaba tendo, como mostrado na figura 3, é um grafo. O grafo é uma estrutura que possui muitos estudos WIKIPEDIA
  • 19. 19 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Capítulo 1 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB e algoritmos de percursos. Um deles possibilita o cálculo da distância de cada nó, ou de cada participante da rede, ou da determinação do ponto central. BALANCIERI, BOVO, et al. (2005) contribuíram com um trabalho que resultou na figura 4. Esta figura mostra um quadro com as perguntas feitas pelo estudo e autores que possuem pesquisas para respondê-las. Estas perguntas, como podemos perceber, estão relacionadas com a tríade ciência, tecnologia e sociedade, de que estamos tratando neste capítulo aliada com a questão das redes sociais e colaborativas. Desse modo, percebe-se que as TICs podem vir a ser uma base para o desenvolvimento de sistemas em várias áreas de interesse para as redes sociais. Autores Questões de interesse às TICs MEDOWS; O’CONNOR, 1971 O que é cooperação científica? Caracteriza-se por traba- lhos cooperativos identificados por artigos coassinados SUBRAMA NYAM, 1983 O que caracteriza uma coautoria em um artigo? Há uma variedade de formas de colaborar. LUUKONE N ET AL., 1992 Por que pesquisadores colaboram? Fatores cognitivos, eco- nômicos e sociais, com diferenças por áreas do conhecimento. KATZ, 1994 O que influencia a formação de redes? Exemplo: padrões de financiamento das agências e necessidade de comparti- lhar equipamentos também influenciam a formação de redes. WEISZ; ROCO, 1996 O que é uma rede? É concebida como uma coesão tênue com diferentes indivíduos ou grupos conectados por vínculos de diversas naturezas. KATZ; MARTIN, 1997 Como se comportam os vértices da rede? O grau de coo- peração varia com a natureza do trabalho (experimentalistas cooperam mais que teóricos). NEWMAN, 2000 O que é uma rede? Rede definida como conjunto de pessoas ou grupos com conexões originadas por diferentes formas de relacionamento social. Figura 4 – Principais conclusões sobre os estudos de redes sociais, sob a ótica das possibilidades das TICs (BALANCIERI, BOVO, et al., 2005). Uma vez que obtemos os conceitos e relacionamentos entre ciência, tecnologia e sociedade e alguns dos muitos elementos que são usados para estudá-las, vamos desenvolver algumas atividades.
  • 20. 20 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB Atividades 01. Faça uma breve pesquisa sobre a formação da ciência moderna. Você vai encontrar referências que mostram que apareceram formas de conheci- mento que se diferenciavam do conhecimento tradicional da Idade Média. Tente escrever quais características da ciência moderna permanecem até nossa época. 02. Pesquise a neutralidade da ciência, assunto que vimos neste capítulo. Escreva um texto argumentando contra ou a favor da neutralidade da ciên- cia, respondendo à seguinte pergunta: a busca do conhecimento é indepen- dente de interesses pessoais, econômicos e políticos ou procura atender a objetivos específicos? O que você acha disso? 03. Explique as implicações da visão de neutralidade da ciência na rela- ção entre ciência e sociedade. 04. Procure na Internet a palavra “tecnologia”. O que você encontrou? Liste os três primeiros links e faça um resumo do que eles contêm sobre tecnologia. Eles possuem alguma relação entre si?
  • 21. 21 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Capítulo 1 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB 05. Vamos fazer uma experiência. Pense em um período do seu dia (ma- nhã, tarde ou noite) e com quais tecnologias você interage. Depois, imagi- ne esse mesmo período sem as tecnologias às quais você está habituado a usar e escreva um texto explicando. 06. Escreva um breve texto que responda à seguinte questão: quais são as relações entre a ciência, a tecnologia e a sociedade? Reflexão Vimos que a ideia de neutralidade da ciência tem sua origem no modo de produzir conhecimento científico, que procurava identificar as leis que determinam o mundo, o que permitia que a sociedade pudesse controlar e transformar a natureza. De acordo com esse objetivo da ciên- cia, de conhecer as leis de funcionamento da natureza para poder dominar os fenômenos naturais, as ciências naturais foram úteis para o desenvol- vimento da sociedade industrial. Exemplificamos como os estudos da mecânica foram importantes para o desenvolvimento da navegação e da indústria do sistema capitalista. Entretanto, a ciência moderna deixou como herança uma forma de conceber o mundo na qual a sociedade se vê separada da natureza e o progresso significa controlar e transformar a natureza. Também foi passada uma visão determinista, na qual a evo- lução social e econômica da sociedade é resultado do desenvolvimento científico e tecnológico. Mostramos que a ciência não é neutra, isto é, ela é influenciada pelos interesses econômicos, políticos e valores de um determinado período. Disponível em: http://webcache.googleu- sercontent.com/search?q=cache:0PvvD6VYvyEJ:www.sedis.ufrn.br/ bibliotecadigital/pdf/TICS/CTS_LIVRO_Z_WEB.pdf+cd=1hl=pt- BRct=clnkgl=br.
  • 22. 22 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB Leitura recomendada A ilha. Direção de Michael Bay. EUA: Dreamworks Distribution LLC, 2005. Na verdade, não é uma leitura, e sim um filme. Nele é mostrada uma situação na qual cientistas e empresários criam clones humanos. O filme pode ser uma boa sugestão para se pensar a respeito dos limites da ciência e os impactos na sociedade. PINHEIRO, N. A. M.; SILVEIRA, R. M. C. F.; BAZZO, W. A. O contexto científico-tecnológico e social acerca de uma abordagem crítico- reflexiva. Disponível em: http://www.rieoei.org/deloslectores/2846Maciel.pdf. Acesso em: 17 maio 2014. Este artigo faz uma reflexão muito interessante a respeito de tecnociência. Referências BALANCIERI, et al. A análise de redes de colaboração científica sob as novas tecnologias de informação e comunicação: um estudo na Pla- taforma Lattes. Ciência da Informação, v. 34, n. 1, out. 2005. ISSN 1518-8353. CAMARGO, O. Sociedade. Brasil Escola, 2014. Disponível em: http://www.brasilescola.com/sociologia/sociedade-1.htm. Acesso em: 18 maio 2014. CHIBENI, S. S. O que é ciência. Campinas, 2014. Disponível em: http://www.unicamp.br/~chibeni/textosdidaticos/ciencia.pdf. Aces- so em: 18 maio 2014. DAGNINO, R. Aulas. Instituto de Geociências ― Unicamp, 2011. Disponível em: http://www.ige.unicamp.br/site/aulas/138/UM_DE- BATE_SOBRE_A_TECNOCIENCIA_DAGNINO.pdf. Acesso em: 19 maio 2014. EDITORA MELHORAMENTOS. Dicionário Online Michaelis. Di- cionário Online Michaelis, 2009. Disponível em: http://michaelis. uol.com.br/. Acesso em: 18 maio 2014.
  • 23. 23 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Capítulo 1 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB FONSECA, R. Ciência, tecnologia e sociedade. Rede de tecnologia social, 2010. Disponível em: http://www.rts.org.br/artigos/arti- gos_-_2009/ciencia-tecnologia-e-sociedade. Acesso em: 17 maio 2014. REIS, D. R. Gestão da inovação tecnológica. 2. ed. São Paulo: Mano- le, 2008. No próximo capítulo No próximo capítulo, iremos discutir e conhecer temas bastante importantes para a nossa formação profissional. Trata-se do estudo da sociedade da informação e do conhecimento e seus impactos de maneira geral. Até lá!
  • 24. 24 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB Minhas anotações:
  • 25. Capítulo2 Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento A jornalista Sally Burch fez a seguinte per- gunta no livro Desafios de palavras: “Estamos vivendo uma época de mudanças ou uma mudança de época?”. Esta pergunta é intrigante e serve para introduzirmos este capítulo. A popularização da Internet, a necessidade de estar o tempo todo on-line, o mercado nos induzindo a comprar os últimos e mais modernos gadgets para permanecer on-line, as redes sociais digitais; enfim, é uma onda de muita tecnologia que estamos vivendo. É uma nova era da sociedade, e os termos “sociedade da informação” ou “socieda- de do conhecimento” acabam aparecendo naturalmente. Neste capítulo, vamos estudar alguns tópicos desse assunto, o qual é muito mais abrangente e detalhado na academia, e que aqui vamos ter uma noção desta interessante área. Bons estudos! Objetivos da sua aprendizagem Neste capítulo, vamos estudar os seguintes assuntos: • definição de sociedade da informação e sociedade do conhecimento; • sociedade em rede; • modelos de sociedade da informação; • reestruturação produtiva e sociedade; • cadeias de negócio; • OCDE; • o livro verde. Você se lembra? Você já ouviu falar do Mosaic? Netscape? Já ouviu falar do Archie? Webcrawler? Estes foram os primeiros grandes pro- dutos que os usuários utilizavam para acessar à Internet e, certamente, foram os softwares que deram um grande impulso para a sociedade da informação da forma que conhecemos hoje.
  • 26. 26 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB 2.1  Definição de sociedade da informação e sociedade do conhecimento Antes de definirmos os termos sociedade da informação e sociedade do conhecimento, é interessante conhecermos os conceitos de dados, in- formação e conhecimento. Segundo SETZER (2001), dado é: (...) uma sequência de símbolos quantificados ou quantificáveis. Portanto, um texto é um dado. De fato, as letras são símbolos quantificados, já que o alfabeto, sendo um conjunto finito, pode por si só constituir uma base numérica (a base hexadecimal emprega tradicionalmente, além dos 10 dígitos decimais, as letras de A a E). Também são dados fotos, figuras, sons gravados e animação, pois todos podem ser quantificados a ponto de se ter eventualmente di- ficuldade de distinguir a sua reprodução, a partir da representação quantificada, com o original. É muito importante notar-se que, mes- mo se incompreensível para o leitor, qualquer texto constitui um dado ou uma sequência de dados (...) Ainda segundo o autor, dado é uma entidade matemática puramente sintática, ou seja, os dados podem ser descritos por estruturas de represen- tação. Assim sendo, podemos dizer que o computador é capaz de arma- zenar dados. Estes dados podem ser quantificados, conectados entre si e manipulados pelo Processamento de Dados. Podemos definir dado também como unidades básicas a partir das quais as informações poderão ser elaboradas ou obtidas. São fatos brutos, ainda não organizados nem processados. Já a informação seria: (...) uma abstração informal (isto é, não pode ser formalizada atra- vés de uma teoria lógica ou matemática), que está na mente de alguém, representando algo significativo para essa pessoa. Note-se que isto não é uma definição, é uma caracterização, porque “algo”, “significativo” e “alguém” não estão bem definidos; assumo aqui um entendimento intuitivo (ingênuo) desses termos. Por exemplo,
  • 27. 27 Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento – Capítulo 2 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB a frase “Paris é uma cidade fascinante” é um exemplo de informa- ção – desde que seja lida ou ouvida por alguém, desde que “Paris” signifique para essa pessoa a capital da França (supondo-se que o autor da frase queria referir-se a essa cidade) e “fascinante” tenha a qualidade usual e intuitiva associada com essa palavra. Assim, a informação depende de algum tipo de relacionamento, avaliação ou interpretação dos dados. Veja também que informação e dado mantêm relações: (...) Se a representação da informação for feita por meio de dados, como na frase sobre Paris, pode ser armazenada em um computador. Mas, atenção, o que é armazenado na máquina não é a informação, mas a sua representação em forma de dados. Essa representação pode ser transformada pela máquina, como na formatação de um texto, o que seria uma transformação sintática. A máquina não pode mudar o significado a partir deste, já que ele depende de uma pessoa que possui a informação. Obviamente, a máquina pode embaralhar os dados de modo que eles passem a ser ininteligíveis pela pessoa que os recebe, deixando de ser informação para essa pessoa. Além disso, é possível transformar a representação de uma informação de modo que mude de informação para quem a recebe (por exemplo, o computador pode mudar o nome da cidade de Paris para Londres). Houve mudança no significado para o receptor, mas no computador a alteração foi puramente sintática, uma manipulação matemática de dados. Assim, não é possível processar informação diretamente em um computador. Para isso é necessário reduzi-la a dados. No exemplo, “fascinante” teria que ser quantificado, usando-se por exemplo uma escala de zero a quatro. Mas então isso não seria mais informação (...). Podemos agrupar dados isolados e torná-los consistentes ao se transformarem em informações. Por exemplo, se tivermos um conjunto de dados que descreva a temperatura do ambiente num local, horário e data, poderíamos ter a seguinte relação:
  • 28. 28 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB 15h10 Em Ribeirão Preto, SP, no dia 3 de fevereiro, às 15h10 estava uma temperatura de 24o . 24o Ribeirão Preto/SP Entrada (dados) Saída (informações) Processamento Classificar Filtrar Organizar 3 de fevereiro Assim, o conjunto de dados inicial foi organizado de maneira que “faça sentido” àqueles que o estiverem lendo. Isto os torna informação. No entanto, a representação no computador é feita baseada nos da- dos. E como fica o conhecimento? Caracterizo conhecimento como uma abstração interior, pessoal, de algo que foi experimentado, vivenciado, por alguém. Continuando o exemplo, alguém tem algum conhecimento de São Paulo somente se já visitou. Dessa maneira, o conhecimento precisa ser descrito por informações. (...) A informação pode ser inserida em um computador por meio de uma representação em forma de dados (se bem que, estando na máquina, deixa de ser informação). Como o conhecimento não é sujeito a representações, não pode ser inserido em um computa- dor. Assim, neste sentido, é absolutamente equivocado falar-se de uma “base de conhecimento” em um computador. O que se tem é, de fato, é uma tradicional base (ou banco) de dados”. Um nenê de alguns meses tem muito conhecimento (por exemplo,reconhece a mãe, sabe que chorando ganha comida, etc.). Mas não se pode dizer que ele tem informações, pois não associa conceitos. Do mesmo modo, nesta conceituação não se pode dizer que um animal tem in- formação, mas certamente tem muito conhecimento. (...) A informação, segundo o autor, associa-se à semântica, enquanto o conhecimento está associado à pragmática, ou seja, algo existente no mundo real. Então, será que é impossível aos computadores manipularem
  • 29. 29 Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento – Capítulo 2 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB conhecimento? Será que não há computadores capazes de armazenar tais conhecimentos? O termo “sociedade da informação” surgiu na década de 1970, nos EUA e Japão, a respeito do que seria a “sociedade pós-industrial” e quais seriam suas características principais. O conceito da sociedade da informação e do conhecimento também aparece com os evidentes avanços das tecnologias de informação e da comunicação. Uma das características mais marcantes deste conceito é a partici- pação dos indivíduos e sua integração e adaptação às novas tecnologias. Portanto, como consequência, surge deste tipo de ambiente uma necessi- dade muito grande de desenvolver habilidades para controlar e armazenar dados, e a capacidade de criar combinações e aplicações da informação. A sociedade da informação e do conhecimento está baseada em uma rede dinâmica de relacionamentos na qual a compreensão e a intervenção humanas extrapolam o ambiente natural e cultural e entram no ambiente do ciberespaço. No ciberespaço, os relacionamentos sociais são ampliados e reali- zados por meio de vários recursos de tecnologia: imagem, som, vídeo etc. Mesmo distantes, os indivíduos são compensados com a rapidez da inte- ração e da informação em máquinas cada vez mais modernas e cheias de recursos. Atualmente, os smartphones e tablets têm ampliado ainda mais o alcance da rede. Com estes equipamentos móveis e a facilidade de aces- so à Internet, os limites territoriais passam a não existir. Porém, o acesso às informações e a produção de conhecimentos delimitam outro tipo de fronteira: a digital. As novas tecnologias fazem parte da nossa vida de uma maneira muito presente tanto no campo individual quanto no campo da estrutura econômica e social. Como exemplo, o conhecimento é um fator de produ- ção. Isto ocorre porque a automação fez com que a informação tenha sido transformada em matéria-prima no processo de produção e manufatura de bens e serviços. Neste processo, a manipulação da informação ocorre por meio da inserção, remoção e atualização dos conteúdos para buscar resul- tados eficientes desse modo. Portanto, observa-se que a qualificação não está mais limitada à execução de tarefas, pois isto foi automatizado, então novas capacidades e qualificações são exigidas da sociedade para a inserção de profissionais neste novo ambiente de produção. Neste novo ambiente, foram atribuídos
  • 30. 30 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB outros valores às ideias e sua concretização. O conceito de capital intelec- tual, da década de 1980, aparece como uma forma de mostrar e reforçar estes recursos intangíveis. O capital intelectual pode ser quantificado e qualificado por meio do capital humano, o qual é medido por meio do nível de qualificação, de habilidades e conhecimentos e capacidade de geração de ideias de cada indivíduo. Assim, como consequência desse novo ambiente, as empresas perceberam a necessidade de valorização do capital humano porque as inovações não eram mais conseguidas por meio de equipamentos e de tec- nologia, e sim por meio da capacidade e habilidade humanas de estruturar ideias e fabricar conhecimento. Portanto, somente a tecnologia não garante a produção de informa- ções e conhecimentos. Neste novo contexto, existem múltiplas informa- ções acessíveis em um curto período de tempo que, ao serem manipuladas e interpretadas, tendem a gerar conhecimentos. Esta interpretação identifica as inter-relações do significado existen- te em cada informação e quais os impactos ao ambiente ela pode causar. As características e necessidades da sociedade da informação mostram que na sua estrutura existe além, do consumo de tecnologia, o acesso às novas formas de relacionamentos sociais e aos novos meios de produção. 2.2  Sociedade em rede Na década de 1990, o sociólogo espanhol Manuel Castells escreveu a trilogia “Sociedade em rede – A era da informação: economia, sociedade e cultura”. Neste livro, o autor propõe que, a partir das décadas de 60 e 70, um novo mundo começa a surgir no qual a sociedade, economia e cultura estão inter-relacionadas devido à tecnologia, aparecendo assim uma socie- dade em rede, também chamada de sociedade informacional. A economia interdependente é a nova característica desse novo mundo, onde vários países passaram a desejar fazer parte do crescimento na produção e no comércio. Essa participação teve sucesso por causa das tecnologias. A economia global fez com que surgissem regras econômicas comuns no mundo todo. Segundo Castells, existe uma redefinição nas relações produtivas de poder e experiência no meio dos três pilares (economia, sociedade e cultura). As relações de produção foram transformadas em uma forma de
  • 31. 31 Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento – Capítulo 2 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB capitalismo informacional e, para que elas sejam entendidas, faz-se neces- sária a análise do processo produtivo, do trabalho e do capital. Segundo Castells, a sociedade em rede está baseada em uma sociedade em que as estruturas sociais e as atividades principais estão organizadas em torno das redes de informação eletronicamente processadas. A sociedade em rede se caracteriza pela globalização das atividades econômicas decisivas e sua organização em redes; pela flexibilida- de e instabilidade do trabalho, bem como por sua individualização; pela chamada cultura da “virtualidade real e pela transformação das bases materiais da vida: o espaço e o tempo mediante a consti- tuição de um espaço de fluxos e de um tempo atemporal CASTELLS (1999) propõe três modos de desenvolvimento que possuem os elementos específicos para o aumento da produtividade: • agrário: sua resultante é o aumento de trabalho e de terra; • industrial: seu desenvolvimento resulta de novas fontes de energia na produção e na circulação de produtos; • informacional: sua origem de produtividade está nas tecnologias de geração de: • conhecimento; • processamento de informação; • comunicação de símbolos. Segundo CASTELLS (1999), o uso dessas tecnologias passou por três fases: a automação de tare- fas, a experiência e a reconfigu- ração de aplicações. A primeira e a segunda fases (automação de tarefas e experiência) se baseavam no aprendizado pelo uso, isto é, o conhecimento era adquirido pelo tempo de trabalho em determina- do produto. Para a terceira fase (reconfiguração de aplicações), o aprendizado é gerenciado pela Conexão: https://www.youtube.com/ watch?v=kXyGmZablp0. Esse vídeo tra- ta da revolução da tecnologia da informação e baseia-se no livro de Manuel Castells. https://www.youtube.com/watch?v=6GBEF1aizwo. Nesse vídeo, o doutor em sociologia Marcos Troyjo fala sobre a integração do homem à era digital. https://www.youtube.com/watch?v=WuHQjrPnRtA. Nesse vídeo, podemos ouvir o próprio Manuel Castells falar sobre a colaboração pela Internet. Encontra-se em espanhol porém de fácil compreensão.
  • 32. 32 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB elaboração, na concepção do conhecimento interagindo com o próprio co- nhecimento. A terceira fase permitiu o desenvolvimento de novas aplica- ções, que podiam ser implementadas com maior rapidez, isso fez com que os usuários se apropriassem da tecnologia, compreendendo melhor seus fundamentos e a capacidade de traduzi-las para seu cotidiano. A sociedade em rede também permitiu a constituição de novas for- mas de comunicação à medida que as possibilidades de novos conheci- mentos e aplicações evoluíam abrindo novos horizontes profissionais. Como exemplo, temos a combinação das redes sociais e de seus meios de comunicação que estão moldando as organizações e as estruturas importantes em todos os seus níveis: individual, organizacional e social. Temos também uma lógica própria desse trabalho em rede, em que alteramos bastante os conceitos das operações e dos resultados nos pro- cessos de produção. Pode-se afirmar que as redes transformaram-se em um modelo de comunidade na sociedade atual. Segundo CASTELLS (1999): O tema das comunidades é ventilado, mas também delicado e le- vanta todo tipo de suspeitas, ironias e perigos. A verdade é que a Internet é apenas um instrumento que estimula, e não muda, certos comportamentos; ao contrário, é o comportamento que muda a In- ternet E ainda acrescenta: A sociabilidade está se transformando em nova maneira de relação pessoal, por meio da qual se formam laços eletivos diferentes da- queles formados no trabalho ou no ambiente familiar, como andar de bicicleta ou jogar tênis”. Hoje é muito comum encontrarmos pessoas que fazem parte de al- guma rede social como o Facebook, Twitter, Linkedin e outras. E isto tem feito o conceito de redes sociais se modificar atualmente sob diferentes perspectivas. A proliferação das redes sociais e sua popularização maciça é resultado de vários avanços na área de TI, tanto na parte de software, quanto de hardware e redes.
  • 33. 33 Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento – Capítulo 2 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB Numa rede social, observamos as diversas possibilidades que po- dem ser compartilhadas, como: • informações e conhecimento; • interesses; • ações para alcançar objetivos comuns etc. A estrutura de uma rede social é formada por pessoas e organizações conectadas através de algum tipo de relação ou interesse, possibilitando o compartilhamento de valores e objetivos em comum. Mas também é necessário entender que uma rede social possui siste- mas abertos, podendo simplesmente, de uma hora para outra, desmanchar rapidamente os relacionamentos não hierárquicos de uma rede virtual. Em uma sociedade em rede nem tudo funciona ou trabalha de forma correta, pois também possui suas vantagens e desvantagens: • Vantagens: o uso das redes possui efeitos benéficos quando abre por- tas para: • aprendizado; • interação social ou profissional; • criação de redes de contatos; • exposição positiva da imagem; • divulgação de trabalhos, conhecimentos, produtos ou ideias; • trocas de opiniões e compartilhamento de diferentes visões so- bre um mesmo tema; • mobilização social, e outros • Desvantagens • gerar uma exposição exagerada ou negativa; • facilitar crimes como pedofilia ou estelionato; • compulsão; • redução na produtividade durante o trabalho; • ser levado a cometer atos insanos como por exemplo agendar manifestações violentas; • trocar informações relacionadas com crime digital;
  • 34. 34 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB 2.3  Modelos de sociedade da informação Segundo POLIZELLI e OZAKI (2009), existem três modelos de sociedade da informação resultantes do que foi estudado até aqui sobre o assunto: o modelo americano, com foco no mercado; o modelo europeu, baseado nas instituições; e o modelo asiático, que privilegia as cadeias de negócios. Os Estados Unidos foram o primeiro país a avançar na área de computação, principalmente durante e após a Segunda Guerra Mundial, e também a área de negócios, representada por hardware e software. Devido a isso, os EUA se transformaram na principal referência da sociedade da informação para os modelos de negócio desse segmento. Além disso, foi nos EUA que houve os primeiros desenvolvimentos relacionados com a comunicação entre os computadores, como as redes, posteriormente a Internet e os sistemas de computadores pessoais. O modelo americano passou por algumas eras: a era do papel, a era do sistema de computação em massa e a era do computador. A era do papel mostra a importância do conhecimento desde a época da colonização pelos peregrinos no século XVII. Nesta época, começou a ser desenhado um dos grandes valores da administração pública daquele país: a governança por meio de informações escritas e publicadas. Nesse período é que o conhecimento começou a ser relacionado com as pessoas. Somente um cidadão bem-informado fazia parte da elite, e o conhecimento residia no que era impresso: nos contratos, nos acordos e de- mais atividades de pessoas relacionadas com a igreja, advogados e médicos. Durante a Guerra de Independência,vários planfetos eram usados para informar as pessoas a respeito do andamento das ações dos envolvidos. Em razão da educação e das atividades relacionadas, nos EUA, serem bem desenvolvidas, isso propiciou o desenvolvimento de uma grande rede de bibliotecas públicas, aumentando assim a rede de conhecimento. Como consequência, a imprensa também teve avanços e, por causa da crescente necessidade de comunicação, os correios e telégrafos também passaram a ter maior importância. Conforme a sociedade e as atividades em geral evoluíam, questões como a proteção dos direitos autorais começaram a aparecer. Ainda na área legal, também apareceu um conjunto de leis para proteção de encomendas que eram enviadas pelo correio, surgindo também um sistema de catálogos e compras a distância. Empresas como a Sears resultaram desse processo. A
  • 35. 35 Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento – Capítulo 2 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB Sears é hoje uma grande loja de departamentos e, desde aquela época, de- senvolveu uma grande rede de comunicação, informação e logística. De 1850 a 1870, ocorre a Segunda Revolução Industrial no país, ala- vancando assim um grande crescimento econômico relacionado principal- mente com o desenvolvimento da indústria bélica, da indústria editorial e da mecânica. Durante as guerras, foi desenvolvida uma rede de coleta de infor- mações que contribuiu para a cultura de valorizações dos registros, contri- buindo para a expansão das empresas, gerando a criação de monitoramen- to do sistema de inovações. Alguns dos inventos mais importantes do século XIX apareceram nos EUA por meio dessa infraestrutura que foi criada ao longo do tempo. Os inventos eram protegidos por patentes e estão exemplificados nas figu- ras a seguir. Figura 1 – Cartão perfurado Figura 2 – Máquina analítica WIKIPEDIA WIKIPEDIA
  • 36. 36 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB Figura 3 – Fotograma e cinema Figura 4 – Maquina de escrever Uma vez que o sistema de patentes provocou uma explosão de in- venções, apareceu então a era da comunicação em massa. Outras invenções também contribuíram para a aceleração das co- municações, principalmente com o uso da eletricidade. Invenções como o fonógrafo, telefone, computador, a luz elétrica residencial, o rádio e a televisão aceleravam cada vez mais o acesso à informação. WIKIPEDIA WIKIPEDIA
  • 37. 37 Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento – Capítulo 2 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB As invenções ampliaram muito a velocidade das comunicações dos negócios e começavam a dar uma face mais próxima a que conhecemos por escritórios e empresas. O desenvolvimento do computador nos Estados Unidos abre uma nova abordagem estratégica de implantações de tecnologias inéditas com início nos anos 1920. Sendo assim, uma nova era passa a ser concebida: a do computador. Os projetos militares foram os maiores patrocinadores da indústria da computação e os pioneiros no que é chamado de “modelo de gestão de TI com base em encomendas”. Em 1950, o modelo de negócios com base no mercado foi adotado por essa indústria, em particular nos escritórios para a parte de produção, contabilidade e finanças. Em 1952, a GM instalou o primeiro computador para o controle de operações comerciais. Nos anos 50 e 60, as aplicações para computador de grande porte, os mainframes, sustentam o seguimento de software e assim um novo tipo de negócio é gerado, o de comercialização de tecnologias. A constatação de que essa cadeia de negócios seria irreversível le- vou as empresas e universidades, com o apoio do governo, a organizar a ARPANET, que foi a precursora da Internet como conhecemos hoje. Os resultados desse novo tipo de negócio começam a aparecer em várias inovações: o ATM (Auto Teller Machine – caixa eletrônico) na área bancária, o POS (Point Of Sale – ponto de venda) e a automação. Em 1971, quatro supercomputadores localizados em universidades americanas permitiram a troca de informações entre os cientistas. Em 1987, o NSF (National Science Foundation) assume a responsa- bilidade de manter o backbone dessa rede. Foi o pontapé incial da World Wide Web, ampliando toda essa rede com a escala global. Em 1993, é criado o navegador Mosaic, pela Universidade de Illi- nois, tornando possível o acesso à Internet, levando a um crescimento exponencial do número de computadores conectados à rede. Outra inovação, decorrente da Internet, é o e-Governmebt (governo eletrônico), o qual disponibiliza informações para os cidadãos, de docu- mentos, estatísticas e serviços em geral. Os grandes laboratórios passam a contar com um ambiente de inter- câmbio digital.
  • 38. 38 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB E com a consolidação da indústria de TI no mundo, as pesquisas se orientaram para produtos e soluções específicao, ampliando os estudos voltados para as tecnologias básicas e os fundamentos de negócios. Entre os modelos de sociedade da informação, o americano é o que mais se destaca. Sendo assim não iremos nos aprofundar nos modelos asi- ático e europeu. 2.4  Reestruturação produtiva e sociedade da informação A era do computador, apesar de ter sido uma época produtiva e po- sitiva, teve seus impactos críticos nos anos 1980 e 90, principalmente na economia, no emprego e nos processos trabalhistas. Isso ocorreu porque o uso da tecnologia da informação atuou diretamente em alguns processos como o redesenho da produção em massa e introduziu novas formas de organização da produção e dos mercados de trabalho devido à globaliza- ção. Alguns autores chamam esse paradoxo de “Reestruturação produ- tiva”. Esse conceito tem relação com as novas formas de organização da produção possibilitada pelas TICs. Alguns autores mostram que as organizações perceberam duas es- tratégias para o uso das novas tecnologias a fim de reestruturar a produ- ção: • a primeira estratégia privilegiou o emprego da tecnologia sobre as relações de trabalho; • a segunda estratégia foi marcada por uma abordagem de redução dos riscos, em que a ideia seria o de combinar o uso dos equipamentos com novas relações de trabalho mais horizontais, voltadas para a tro- ca de informações entre departamentos. 2.5  Cadeias de negócio Já mencionamos as cadeias de negócio anteriormente, e não pode- mos deixar de tratá-las sem falar do capitalismo americano. Uma grande força do capitalismo americano é o espírito empreen- dedor de seus executivos, que são permanentemente encorajados a inves- tir e a competir nas mais diferentes áreas da economia, fazendo com que alguns negócios assumam proporções inéditas.
  • 39. 39 Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento – Capítulo 2 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB A área de tecnologia da informação e comunicação (TIC) oferece grandes oportunidades de crescimento sustentável e competitividade para as empresas. Entretanto, a tecnologia por si só, sem alinhamento estratégico com o negócio, não faz sentido. Introduzir novos artefatos de har- dware e software não garante aumento de produtividade do pessoal e melhoria de processos. Para que as iniciativas de tecnologia tenham sucesso, é necessário estabelecer uma linguagem comum e definir um mapa unificado entre o negócio e a TIC. Uma forma de buscar esse alinhamento e demonstrar o valor das iniciativas de TIC é utilizar uma matriz de valor focada em duas dimensões: criticidade do empreendi- mento e prática de inovação. Existem três questões polêmicas sobre tecnologia da informação e comunicação: 1. A TIC muda realmente os conceitos básicos da estratégia de gestão? Tecnologia e negócio são de naturezas diferentes. Enquanto a tecno- logia avança rapidamente, as práticas de negócios evoluem de forma mais lenta e são mais estáveis. 2. A TIC gera efetivamente novos benefícios e vantagens compe- titivas para as empresas? Gira em torno da discussão sobre como medir o retorno de investi- mento das iniciativas de TIC nas áreas de negócios. 3. A disseminação da tecnologia não transforma a TIC numa commodity (mercadoria), que desta forma reduz sua importância re- lativa? Essa questão é polêmica e a que mais contribui para que a TIC tenha uma imagem de uma área para suporte aos negócios, sem muita importância estratégica relativa. Se a área de tecnologia é reativa (casual) às solicitações das áreas de negócios, sempre teremos a impressão de que as soluções são uma commodity (mercadoria), mesmo que essa solução introduza inovações tecnológicas (novas formas de tecnologia). Devido ao sucesso do modelo de capitalismo americano, muitas so- ciedades vêm adotando esse padrão, do qual o Brasil faz parte.
  • 40. 40 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB Democracia representativa é a forma de exercer o poder político por meio de representantes eleitos pela população. Economia de livre mercado é uma forma de prática da economia quando existe pouca ou nenhuma intervenção dos governos. Neste caso, todas as ações econômicas e individuais respei- tam a transferência de dinheiro, bens e serviços voluntariamente. Porém, quando há contratos voluntários, o cumprimento é obrigatório. A propriedade privada é protegida pela lei e ninguém pode ser forçado a trabalhar para terceiros. No geral, baseia-se em redes de negócios de grandes empresas líde- res em parceria com universidades para desenvolvimento de projetos. Seu foco passa a ser no cliente e os produtos e serviços, a serem adequados a esse cliente e aos seus desejos. Também temos a inovação como a mola-mestre nesse modelo, em que fornecedores e empresas líderes se aliam em cadeias de negócios para consolidar posição no mercado. 2.6  OCDE A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Eco- nômico) é uma organização com sede em paris que agrega 34 países que adotam os princípios da democracia representativa e da economia de livre mercado. A OCDE sucede uma outra organiza- ção chamada OECE (Organização Europeia para a Cooperação Econômica), que foi formada em 1947 com o objetivo de sustentar o Plano Marshall após a Segunda Guerra Mundial. A OCDE é, na ver- dade, um fórum entre os países participantes que fo- menta políticas públicas en- tre os países que apresentam os maiores IDHs (Índices de Desen- volvimento Humano). A organização ajuda no desenvolvimento e na expansão econômica dos países partici- pantes para proporcionar ações que possibilitem a estabilidade financeira e o fortalecimento da economia global. A organização possui um conselho formado por um representante de cada país, além de um representante da Comissão Europeia. A organi- zação não trata somente dos aspectos econômicos, mas também promove projetos nas áreas social, ambiental, de educação e geração de emprego. Entre os principais objetivos, estão:
  • 41. 41 Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento – Capítulo 2 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB • promover o desenvolvimento econômico; • proporcionar novos postos de emprego; • melhorar a qualidade de vida; • contribuir para o crescimento do comércio mundial; • proporcionar acesso à educação para todos; • reduzir a desigualdade social; • disponibilizar sistemas de saúde eficazes. Atualmente, os países-membros são: Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Grécia, Islândia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, Suécia, Suíça, Turquia, Alemanha, Espa- nha, Canadá, EUA, Japão, Finlândia, Austrália, Nova Zelândia, México, República Checa, Hungria, Polônia, Coreia do Sul, Eslováquia, Chile, Eslovênia e Israel. AOCDE influencia o desenvolvimento da sociedade da informação por meio de fóruns e congressos que estruturam as ações dos países-membros. Quando a OCDE foi criada, a sociedade da informação atuava em qua- tro pontos devido ao contexto dos anos 1990, com a Internet se consolidando e com sua formação ligada a questões de infraestrutura, preços e regulação: • Infraestrutura • Recursos públicos • Governo • Implementações Bases dos modelos de sociedade da informação · Infraestrutura · Recursos humanos · Governo (legislação) 1995 1997 1999 · Agências públicas · Regulamentação · Liderança institucional · Rede de inovação Europa · Liderança do setor privado · Política das infovias EUA · Redes de fornecedores · Ação de fomento do Estado Ásia Figura 5 – Workshops da OECD e os modelos de sociedade da informação.
  • 42. 42 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB 2.7  O livro verde da sociedade da informação no Brasil No Brasil, foi elaborado um documento chamado “Livro Verde da Informação”, como uma proposta para a sociedade da informação brasi- leira. O documento sofreu influência da sociedade da informação ameri- cana e europeia daquele período. O objetivo do documento é esclarecer os objetivos do projeto e apresentar uma proposta política, traduzindo uma oferta de desenvolvi- mento da informática e da Internet no Brasil. Em 1991, a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) criou o backbone brasileiro. Em 20 de dezembro de 1994, a Embratel lança um serviço experi- mental para conhecer melhor a Internet. Em 1995, a Internet é aberta ao setor privado no Brasil para a explo- ração comercial. A RNP fica responsável pela infraestrutura básica de inter- conexão e informação em âmbito nacional, tendo o controle do backbone. Em 1999, é lançado o Programa Sociedade da Informação (Sociin- fo), com o objetivo maior de integrar o desenvolvimento econômico e so- cial ao acesso às TICs e uso delas e promoção da inclusão social por meio da inclusão digital. O Livro Verde, em relação ao setor privado, assumia a nova econo- mia com base na economia de mercado, na globalização e no comércio internacional. A elaboração do Livro Verde estimulou alguns avanços, em particu- lar nas ações do governo eletrônico, Internet para pesquisadores e aumen- to da população com acesso à rede. Atividades 01. O que são sociedade da informação e sociedade do conhecimento? Governo eletrônico, ou e-gov, consiste nas ações das TIC aliada ao conhecimento nos processos internos de governo e que são relacionadas com a entrega dos produtos e serviços do governo para os cidadãos, indústria e demais componentes da sociedade.
  • 43. 43 Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento – Capítulo 2 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB 02. Qual foi a contribuição de Castells e como ele a entende? 03. Quais foram os três modos de desenvolvimento propostos por Castells? Escolha um desses modos e explique-o? 04. Onde se originou a base da crise, segundo Castells? 05. O que você entende por “O modelo americano de sociedade da infor- mação”? 06. Leia “A era do papel” e elabore uma conclusão sobre o assunto?
  • 44. 44 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB Reflexão Vimos que, no modelo americano da sociedade da informação, do qual sofremos grande influência, existiram algumas eras: era do papel, era da informação etc. Com base nisso e verificando que a tecnologia se desenvolve muito rápido, assim como a ciência, na sociedade, será que no futuro teremos alguma outra grande mudança a tal ponto de caracteri- zar outra era? Qual seria esta “nova era”? E não estamos nos referindo à “nova era” (new age)! Fica a dica para esta reflexão. Leitura recomendada Os seguintes livros são bem interessantes e complementam os assuntos que abordamos neste capítulo. LÉVY, P. A inteligência coletiva. São Paulo: Loyola, 1998. LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. Referências CASTELLS, M. A sociedade em rede – a era da informação. 10. ed. edição. Ed. Paz e Terra, 1999. POLIZELLI, D. L.; OZAKI, A. M. Sociedade da informação – os de- safios da era da colaboração e da gestão do conhecimento. São Paulo: Saraiva, 2008. STAREC, C.; GOMES, E.; BEZERRA, J. Gestão estratégica da in- formação e inteligência competitiva. São Paulo: Saraiva, 2006. SETZER, V.W. Os meios eletrônicos e a educação: uma visão alternativa. São Paulo: Editora Escrituras, Coleção Ensaios Transversais. V. 10, 2001. No próximo capítulo Estudaremos, no próximo capítulo, sobre a revolução digital e ex- ploraremos um pouco a Internet, negócios eletrônicos e outros assuntos relacionados. Observaremos que esses temas estão totalmente relaciona- dos ao que abordamos anteriormente: a sociedade da informação.
  • 45. Capítulo3 A Revolução Digital A Internet foi criada no final da década de 1960. Na verdade, podemos dizer que foi a primeira versão da Internet, chamada de Arpanet, usada pelos militares. O que nós conhecemos por Internet ganhou propor- ções maiores a partir da década de 90, com o advento da World Wide Web (www). Desde então, nossas vidas mudaram. A Internet passou a ser usada como vitrine e lojas pelas empresas; passou a publicar imagens, vídeos, áudios de uma maneira muito acessível, de modo que ganhou a população mun- dial. Até mesmo pessoas comuns poderiam ter seu próprio site e publicar suas opiniões, fotos e demais elementos pessoais de uma maneira muito rápida e prática. As comunicações ganharam outra proporção, apareceram os progra- mas de bate-papo. Esses programas demandaram novos recursos e hoje é possível ter voz, áudio e vídeo pelo telefone, assim como tinha Dick Tracy nos quadrinhos a partir da década de 30 ou a tripulação da Star Trek, em Jornada nas Estrelas. É ou não é uma revolução digital? Vamos estudar um pouco sobre isso neste capítulo. Objetivos da sua aprendizagem Neste capítulo, vamos estudar os seguintes assuntos: • a Internet; • negócios digitais; • o conhecimento digitalizado; • tecnologia onipresente. Você se lembra? Você sabe o que é um protocolo? Como a Internet funciona? Quando foi a primeira vez que você usou a Internet e para qual fim? Hoje você a usa para quê? Pense nestas per- guntas.
  • 46. 46 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB 3.1  A Internet A Internet, assim como muitos elementos da Tecnologia da In- formação atual, provém de um projeto para a área militar dos Estados Unidos. A ideia deste projeto era ter uma forma de comunicação entre as bases militares que fosse eficiente e infalível a ataques nucleares. Na década de 1960, a Defense Advanced Projects Research Agency (DARPA) patrocinou um projeto para desenvolver uma tecnologia de rede que permitisse que pesquisadores, em várias localizações no país, pudes- sem compartilhar informações. Esta tecnologia também deveria ser resistente a falhas. O resultado deste projeto foi a ARPANET, lançada em setembro de 1969. A ARPA- NET conectava computadores em quatro localizações: • UCLA • Stanford Research Institute • UC Santa Barbara • Universidade de Utah Nos anos que se seguiram, a quantidade de computadores conecta- dos cresceu de maneira bem rápida. Em 1972, foi introduzida a ferramenta de e-mail que se tornou a maior aplicação da rede. Em 1973, a ARPANET conectou-se à University College of London, no Reino Unido, e ao Royal Ra- dar Establishment na Noruega, tornando-se internacional. Em 1986, a NSFnet (a grande rede da National Science Foundation) foi conectada à ARPANET, e o resultado passou a ser conhecido como Internet. Com o tempo, diversas outras companhias se conectaram à Internet (CAPRON e JOHNSON, 2004). Na arquitetura de funcionamento da Internet, os principais back- bones (circuito de transmissão de alta velocidade análogo ao sistema de rodovias estaduais) conectam-se a redes regionais. Estas redes regionais, por sua vez, dão acesso a provedores de serviços, grandes empresas e ins- tituições públicas. Os pontos de acesso à Internet (NAPs – Network Acess Point) e as Trocas de Internet Metropolitana (MAE – Metropolitan Area Exchanges) são grandes Hub, em que o backbone intercepta redes regio- nais e locais e em que os proprietários dos backbones se conectam uns aos outros (LAUDON e LAUDON, 2007). As pessoas se conectam à Internet de duas maneiras: • ISP (Internet Service Provider – Provedor de serviços de Internet): é uma organização comercial com conexões permanentes com a Inter- net e que vende conexões a assinantes.
  • 47. 47 A Revolução Digital – Capítulo 3 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB • Por meio de suas empresas, universidades ou centros de pesquisa que tenham domínios próprios. Domínio nyu.edu Linha T1 Linha telefônica comum Host regionais Domínio provedor local Host regionais POP3 Mail SMTP Mail Cliente IP Cliente IP Rede do campus Residência Escritórios Hubs regionais (MAEs and NAPs) Backbone MAE Figura 1 – Arquitetura da Internet LAUDON e LAUDON, 2007. A Internet baseia-se na pilha de protocolos TCP/IP. Todos os com- putadores recebem um IP único (Internet Protocol), que é representado por um número de 32 bits, com séries de 0 a 255, separadas por pontos. O endereço 64.233.164.104 pertence ao Google, por exemplo. Quando um usuário envia uma mensagem a outro usuário da Internet, a mensagem é decomposta em vários pacotes por meio do TCP. Cada pacote contém seu endereço de destino. Os pacotes são enviados a um servidor de rede, que encaminha para quantos servidores forem necessários até que todos os pacotes cheguem ao destino e a mensagem seja remontada. Como vai você? Servidores Gateway Gateway A B C A B C A B C A B C A B C A B C Bem, obrigado! X Y Z Bem, obrigado! X Y Z X Y Z Como vai você? A B C Figura 2 – Comutação por pacotes LAUDON e LAUDON, 2007.
  • 48. 48 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB Para os usuários de Internet, seria muito difícil guardar os endereços baseando-se apenas em números. Devido a isto, foi criado o Sistema de Nomes de Domínio (Domain Name System – DNS), que converte os en- dereços IP em nomes de domínios. O DNS possui uma estrutura hierárquica: • no topo está o domínio raiz; • no domínio de primeiro nível, temos nomes com dois ou três caracte- res, como .edu, .gov, e códigos de país, como .br, .uk, .ca etc; • no domínio de segundo ,nível temos duas partes designando o nome de primeiro nível e o nome de segundo nível; • um nome de hospedeiro (host) na base da hierarquia indica um com- putador específico da Internet ou na rede privada. Domínio-raiz edu expedia congressgoogle govcom sales org net Domínios de primeiro nível Domínios de segundo nível Domínios de terceiro nível Hospedeiros Computer 1computer1.sales.google.com sales.google.com Figura 3 – Sistema de nomes de domínio da Internet LAUDON e LAUDON, 2007. A Internet baseia-se na arquitetura cliente/servidor. As pessoas aces- sam à Internet por meio de aplicações clientes, como o navegador. Todas as informações trocadas (dados das aplicações, mensagens de e-mail, etc.) ficam armazenadas na máquina cliente ou em um servidor. Os clientes que acessam à Internet atualmente não o fazem apenas por computadores, mas também por diversos dispositivos, como os ta- blets, celulares etc. Quando você conecta seu computador cliente na Internet, passa a ter acesso a uma variedade de serviços, como e-mail, grupos de discussão, mensagens instantâneas, vídeos, redes sociais, serviços do governo, pági- nas de comércio eletrônico e serviços corporativos.
  • 49. 49 A Revolução Digital – Capítulo 3 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB Cada serviço na Internet é implementado por um conjunto de pro- gramas e pode funcionar a partir de um único servidor ou de servidores diferentes. As redes corporativas compreendem um conjunto de várias redes diferentes (desde a rede telefônica até a Internet e as redes locais) que co- nectam grupos de trabalho, departamentos ou escritórios. Uma rede corporativa pode oferecer aplicações comerciais aos seus clientes. Por exemplo, pode ser um portal onde o cliente, através de seu navegador web, acessa relatórios sobre as vendas da empresa. Para isso, a empresa precisa de uma arquitetura com sistemas backend. Esse tipo de sistema funciona no servidor como uma aplicação. Ele se conecta a bases de dados, faz transações com outros sistemas etc. Além disso, você precisará de um servidor de aplicações que tratará o en- vio de informações de uma aplicação cliente não apenas como requisições de páginas, mas como requisições de informações a programas. Cliente PDA · Navegador Web · Outro software cliente · Servidor Web (HTTP) · Simple Mail Transfer Protocol (SMTP) · Domain Name Serving (DNS) · File Transfer Protocol (FTP) · Network News Transfer Protocol (NNTP) Internet Servidor Servidor de aplicativo Páginas Web Vendas Produção Contabilidade RH Arquivos de correio Servidor de banco de dados Sistemas back-end Figura 4 – Modelo cliente servidor na Internet LAUDON e LAUDON, 2007. 3.1.1  Internet, intranets e extranets A intranet de uma empresa é uma rede privada que utiliza a mesma tecnologia da Internet (ou tecnologia semelhante) para conectar computa- dores, recursos e aplicações de uma rede, tornando-os disponíveis somen- te ao seu público interno. Uma intranet deve ser protegida por medidas de segurança como fi- rewalls, mecanismos para autenticação e controle de acesso, permitindo ape- nas que usuários autorizados possam fazer uso dos recursos disponíveis.
  • 50. 50 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB As principais diferenças entre a Internet e a intranet são relaciona- das ao conteúdo (que é restrito na intranet e liberado na Internet). As empresas podem usar intranets para diversos fins, como: • ensino eletrônico; • repositório de dados; • TV corporativa; • comunicação instantânea (por texto ou voz); • divulgação de notícias; • gerenciamento de projetos; • conectar aplicativos; • etc. Já a extranet pode ser considerada como um ponto de conexão ex- terno a uma intranet, ou seja, um ponto onde a intranet fica passível de acesso ao público externo (como clientes, fornecedores, parceiros comer- ciais etc.). O acesso da extranet também deve ser controlado. Afinal, se não fosse assim e o acesso fosse público, estaríamos falando da Internet! As extranets fornecem recursos até parecidos com os das intranets, como troca de informações, ensino eletrônico, transmissão de dados, co- municação instantânea, dentre outros. Quando uma empresa conecta sua intranet à intranet de outra em- presa, podemos dizer que há a formação de uma extranet (claro, se a co- nexão for com o fim de prover os recursos citados e, ainda, com a devida proteção – se for pública, não faz sentido chamá-la de extranet). Intranet da Matriz Intranet da FilialInternet Extranet Intranet do cliente ou fornecedor Figura 5 – Extranet composta de intranets diferentes
  • 51. 51 A Revolução Digital – Capítulo 3 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB Em geral, a conexão para uma extranet exige a chamada rede privada vir- tual (VPN: Virtual Private Network). Em uma VPN, a co- nexão entre os elementos computacionais é prote- gida. Assim, você pode trafegar dados sobre a in- fraestrutura pública da In- ternet protegendo-os com mecanismos de criptogra- fia. Mesmo que algum “intruso” tente observar os dados, estes estarão “embaralhados” de maneira que não farão nenhum sentido. 3.1.2  A Wold Wide Web (WWW) A World Wide Web é o mais conhecido serviço de Internet. É um padrão universalmente aceito para armazenar, recuperar, formatar e apre- sentar informações usando uma arquitetura cliente/servidor. Neste padrão, páginas Web são formatadas por meio do hipertexto que possui links, vin- culando documentos. Para “navegarmos” na Web, precisamos de um browser (navega- dor). O software faz as requisições de objetos usando a arquitetura cliente/ servidor na web. Figura 7 – Tela do Internet Explorer A B C D Internet Dados Dados Figura 6 – Criação de uma VPN
  • 52. 52 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB A figura 7 mostra a tela do Internet Explorer, o navegador web que vem junto com o Windows. O Internet Explorer é o navegador mais usado no mundo. Ao digitarmos um endereço no navegador, o que acontece é o se- guinte: • o endereço é o URL de um objeto: http://www.estudeadistancia.com; • esta URL define um endereço único de um site ou arquivo na Internet; • o servidor usa o DNS para traduzir o endereço do computador host na Internet; • feito isso, ele usa o protocolo apropriado para solicitar ao servidor o objeto desejado pelo usuário. As páginas web são baseadas numa linguagem-padrão chamada Linguagem de Marcação de Hipertextos (hypertext markup language – HTML). Esta linguagem é interpretada pelo navegador, que exibirá os resultados na tela de seu computador. O protocolo acima especificado é o HTTP (protocolo de transferên- cia de hipertexto – hypertext transfer protocol), que é um padrão de comu- nicações usado para transferência de páginas web. 3.1.2.1  Negócios digitais Como já citamos, é comum lermos na Internet sobre e-commerce e e-business e encontrarmos textos que confundem suas definições e usos. Como são palavras provenientes do inglês, vamos traduzir os termos separadamente e dar o significado de cada um deles para entendermos a diferença entre eles. Segundo o dicionário online MICHAELIS: Business: 1 serviço, trabalho, profissão, ocupação. 2 assunto, ne- gócio. important business / negócios importantes. 3 negócio, atividade comercial, comércio. he went into business / ele ingressou no comércio. 4 empresa, firma, estabelecimento industrial ou comercial. 5 loja. 6 direito de agir, interesse. 7 ação em representação teatral. Commerce: 1 comércio, negócio, tráfico. 2 intercâmbio (comercial ou cultural). 3 relações pessoais. I have no commerce with him / não te- nho relações com ele.
  • 53. 53 A Revolução Digital – Capítulo 3 EAD-14-TecnologiadaInformaçãoeComunicação–Proibidaareprodução–©UniSEB Como podemos perceber, são termos diferentes. Enquanto “busi- ness” trata do negócio como um todo, do assunto, “commerce” é apenas a parte da troca comercial, do intercâmbio, como é mostrado em uma das traduções, e seria a parte principal da definição. Portanto, de certa forma, o e-commerce é uma parte integrante do e-business. Dá para perceber que um termo é bem relacionado com o outro. Porém, é natural que os termos se confundam, pois a infraestrutura usada para ambos é praticamente a mesma. Segundo os autores (LAUDON e LAUDON, 2007), e-business refere-se ao uso de tecnologia digital e de Internet para executar os prin- cipais processos de negócios de uma empresa. Neste contexto, todas as atividades relacionadas com a gestão interna da empresa e até mesmo com os fornecedores fazem parte do e-business incluindo o e-commerce que, segundo os autores, lida com a compra e a venda de mercadorias e servi- ços pela Internet. A figura 1.1 tenta estabelecer o relacionamento entre e-business e e-commerce e seu relacionamento com o mundo exterior, que são os clientes e usuários da empresa a qual possui processos baseados em e-business. Como podemos ver, o e-business engloba outros conceitos já vistos anteriormente em outras disciplinas como ERP, SCM, CRM e BI. A integração desses sistemas com os processos de negócio e aliados à es- tratégia corporativa, além de outros fatores que veremos no capítulo, são fatores críticos de sucesso para o bom funcionamento do esquema apre- sentado na figura 8. E-Business E-Commerce Mundo externo Processos de negócio, estratégias integradas, tecnologias atuais, Sistemas ERP, CRM, SCM Trocas eletrônicas, comércio eletrônico, loja virtual, interface com o mundo externo Figura 8 – Relacionamento entre e-business, e-commerce e o mundo externo à empresa.
  • 54. 54 Tecnologia da Informação e Comunicação Proibidaareprodução–©UniSEB Uma vez que definimos e mostramos as diferenças entre os termos, vamos agora a algumas questões relacionadas com a disciplina. Toda organização tem suas preocupações imediatas e estratégicas. Lembre-se de que quando nos referimo à estratégia, estamos consideran- do ações a longo prazo. O que é melhor? Preocupar-se com o lucro atual e reduções de custo imediatas ou o posicionamento da organização daqui a alguns anos? E se estamos tentando analisar a situação daqui a alguns anos, como a Internet e o mundo digital estarão incluídos nesta análise? Para ajudar nesta análise, gostaria de apresentar alguns dados esta- tísticos sobre as redes sociais atualmente. Segundo o site Socialnomics (BBC BRASIL, 2012), o Facebook ultrapassou o número de 1 bilhão de usuários (número muito maior que a população de vários países juntos, incluindo o Brasil) e, dentro deste número, em média uma pessoa gasta cerca de 6 horas por mês “dentro” do Facebook. As redes sociais são usadas basicamente para entretenimento pes- soal, porém é excelente para as empresas divulgarem produtos e serviços. Além disso, muitas redes sociais possuem APIs, as quais permitem que as empresas desenvolvam formas de integração com seus sistemas inte- grados ou de comércio eletrônico. Enfim, é uma grande possibilidade de negócio. Portanto, perante esses dados, as empresas não podem de forma nenhuma descartar a entrada no mundo digital. Trata-se de um posiciona- mento estratégico e de sobrevivência. Mas resta saber se as empresas estão preparadas atualmente para esta mudança. A entrada no mundo digital significa repen- sar os processos, os relacionamentos com fornecedores, com clien- tes, a tecnologia usada internamente, as pessoas e seu grau de relacionamento com essa nova realidade, en- fim, um novo paradigma. Conexão: Conheça um pouco algumas APIs dos principais sites: Google Maps: https://developers.google.com/ maps/. É possível encontrar muitas formas de embutir os mapas do Google em aplicações desenvolvidas pelos programadores. Facebook: http://developers.facebook.com/. Possibilita que os programadores integrem seus sistemas ao Facebook. Java API: http://docs.oracle.com/javase/7/docs/api/index.html. API da linguagem Java. Por meio desta API, os programa- dores podem escrever diversos tipos de aplicações para diferentes plataformas. Twitter: https://dev.twitter.com/. Com esta API é possível conhecer as formas de integração do Twitter com outras aplicações.