O documento apresenta um projeto para revitalizar a sala de leitura de uma escola, com o objetivo de desenvolver o hábito da leitura nos alunos. O projeto inclui ações como divulgar obras literárias, realizar eventos culturais e trabalhos para conscientizar sobre a preservação do acervo.
1. PROJETO: REVITALIZAÇÃO DA SALA DE LEITURA
Tania Bispo Vila Nova
Resumo
A proposta é apresentar o projeto de revitalização da sala de leitura da
E.E. “Benedito Tolosa” com o objetivo de desenvolver a vontade de ler e fazer
dessa leitura um hábito de lazer e conhecimento.
INTRODUÇÃO
O projeto de revitalização da sala de leitura da E.E. ’Prof. Benedito Tolosa”,
tem o propósito de ativar esse espaço, cativando sua clientela, de forma
natural, através da dinamização de seu ambiente, com propósito pedagógico
de desenvolvimento de ações específicas, direcionadas a um público alvo, que
cativado, atraído para este ambiente dinâmico, passa a ver e a interagir com
um mundo de informação de forma crítica e ativa.
A partir de ações aparentemente isoladas, com características próprias,
mas sinérgicas para o desempenho da função de nosso espaço de leitura no
contexto escolar; buscamos atingir este propósito.
Segundo a UNESCO, a biblioteca escolar é o espaço que "[...] promove
serviços de apoio à aprendizagem... e livros aos membros da comunidade
escolar, oferecendo-lhes a possibilidade de se tornarem pensadores críticos e
efetivos usuários da informação, em todos os formatos e meios".
HISTÓRICO
A principal preocupação é tornar a biblioteca da escola um local de democratização da
leitura e do conhecimento, visando despertar o amor à leitura. Por isso, consideramos primordial a
organização do espaço que ficou fechado por vários anos. Até o momento sua realização não está
concluída, conseguimos organizar todo acervo por ordem de assunto e informatizar os dados
cadastrais de três mil títulos utilizando o sistema internacional de bibliotecas (CDU e Cutter) , assim
como a recuperação física de muitos livros.
O atendimento à clientela ficou disponibilizado a partir do mês de agosto
de 2007, no período das 14:30h às 21:30h.
Ainda conseguimos desenvolver um primeiro projeto que contou com a
colaboração das professoras do FUND I do período da tarde intitulado “O seu
talento é um show”. Este projeto teve como principal conseqüência projetar o
aluno, através interpretações literárias e teatrais. O que ficou marcante para
nós foi despertar nos alunos a importância da biblioteca na escola e também
para a vida deles. Alguns alunos passaram a perceber o valor que professores,
e principalmente os alunos colaboradores, dão aos livros e à leitura, isso
parece ser uma primeira semente para se alcançar objetivos maiores. Outro
aspecto importante é o interesse e a mudança despertado nos alunos
voluntários, aprenderam participando da organização da biblioteca e, mais
ainda, criamos um vínculo de amizade e companheirismo.
JUSTIFICATIVA
2. As salas de leitura desde sua implantação na rede pública de ensino não
atingiram plenamente os objetivos propostos, ou seja, continua esquecida em
um quanto qualquer, sem causar o feito esperado, sem despertar o interesse
da comunidade docente e discente.
Causas para essa realidade são várias, destaca-se:
*Ausência de infra-estrutura - recursos materiais e humanos.
Haja vista, tal constatação é emergente a transformação das salas de leitura
em uma efetiva instituição de apoio a educação formal e informal,para um
melhor funcionamento e conseqüentemente aumentar a sua freqüência e
utilização.
OBJETIVOS
Ser apoio para a função educativa.
Fomentar e inculcar nos alunos o hábito e o prazer à leitura.
Possibilitar a ação transformadora da realidade sócio-cultural de seus
usuários.
Organizar atividades que estimulem o senso crítico e criativo dos alunos.
REFERENCIAL TEÓRICO
Atualmente, a biblioteca escolar brasileira nos mostra que é preciso fazer
muito
esforço para superar conceitos antigos que fizeram da biblioteca um “lugar”,
com um repositório de material impresso; esta situação se reflete na literatura
especializada nacional, que recomeça a enfocar essa temática.
O Decreto Estadual n.11.625, de 23-05-1978, na Seção ll, art 13, item 3,
alínea “a”, enfatiza a biblioteca escolar como sendo considerada pela
Constituição Brasileira um instrumento de apoio técnico-pedagógico às
atividades docentes e discentes.
A opinião de que o ensino e a biblioteca se completam não é nova,
percebe-se isto desde a década de 70. Ferreira (1978) esclarece: “É a de ser o
órgão de apoio a todos e quaisquer programas educativos, a biblioteca escolar
deverá fornecer toda a espécie e tipo de materiais essenciais à obtenção dos
objetivos dos currículos, satisfazendo ao mesmo tempo aos interesses,
necessidades, aptidões e objetivos dos próprios alunos”.
A biblioteca escolar, neste contexto, deverá servir de suporte aos
programas educacionais como um centro dinâmico, atuando em consonância
com a sala de aula, participando em todos os níveis e momentos do processo
de desenvolvimento curricular.
Já nos anos 80, Barroso (1984) comenta:
“Exatamente o que predominou no seminário sobre bibliotecas escolares,
realizado em Lima, no ano passado, foi o consenso a que os representantes
dos dezessete países chegaram sobre a importância da biblioteca escolar,
3. desde que entendida como um laboratório de aprendizagem integrado ao
sistema educacional”.
A biblioteca escolar deverá estar comprometida com o processo de
ensino/aprendizagem e funcionar como complemento de atividades tanto para
o aluno quanto para o professor, sendo um recurso de importante valor para a
formação pedagógica.
Segundo Stumpf (1987), “... a biblioteca escolar não é um setor isolado
dentro dos estabelecimentos de ensino. É uma instituição dinâmica que
interage com a escola e o meio social, possuindo diferentes papéis a cumprir”.
Para essa autora, a biblioteca escolar como instituição democrática
sempre deve ampliar as oportunidades de educação e conhecimento; com seu
papel educativo, em relação à formação integral dos alunos; como função
cultural, na transmissão da arte, da ciência, podendo planejar atividades,
exposições, concursos, palestras, debates, etc.; com a função social,
relacionada ao aspecto interpessoal entre o aluno, o professor, transformando-
se em um verdadeiro centro de informação e de lazer.
AÇÕES PRETENDIDAS EM 2008 E SUAS METODOLOGIAS
* “Você Já Leu?”
O objetivo será divulgar as diversas obras literárias e técnico científicas,
proporcionar melhor assessoria informacional a toda a comunidade estudantil e
incentivar o hábito de leitura.
Voltado para toda a comunidade estudantil, constitui-se em uma disseminação
de informação sobre obras existentes na Biblioteca. Divide-se em dois estilos
básicos: leitura de artigos técnicos, leitura de obras literárias. O aluno, ao
buscar uma obra na Biblioteca, é convidado a sugerir uma sinopse do livro.
* “Seu Talento é um Show”
Este projeto tem como principal conseqüência projetar o aluno, através
de interpretações literárias, teatrais, saraus e trabalhos acadêmicos. Faz do
espaço da Biblioteca, um espaço onde se produzem atividades culturais e
informação acadêmica.
* “Biblioteca Viva”
Composto basicamente de leitura, tem com objetivo ocupar e divulgar espaços
culturais na Biblioteca e ainda contextualizar obras regionais e grandes
clássicos da literatura.
* “Conservação do Acervo”
4. Os alunos, em grupos de salas de aulas, são convidados a participarem,
na Biblioteca, de uma análise do estado de conservação de livros . Através de
diálogo entre o professor coordenador da biblioteca e alunos, são procuradas
saídas para evitar a depredação do acervo e buscar a conscientização para um
bom manuseio do acervo bibliográfico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ativar o espaço da Biblioteca, passa por ações de fundo cultural (mais livres) e
pedagógicas (direcionadas). Cria assim, uma relação entre espaço cultural e a
função pedagógica, para atender às expectativas dos alunos.
O estímulo sinérgico de ações desencadeia uma reação retro
alimentadora da construção integral de uma biblioteca ativa, que motiva,
cativa e cresce junto de sua clientela.
A Biblioteca pretende ser inquieta, que propõe, que testa, que aprende
e reaprende. Ela é considerada como um grande vale fértil. Pronta a ser
cultivada. Com um trabalho de
equipe, conscientização do usuário, empenho da Direção e, principalmente,
arrojo de sua administração, ela se torna um espaço de participação coletiva,
onde está presente a evolução cultural, educacional e social da comunidade
estudantil.
Mudar por mudar não é preciso em nosso cotidiano. Preciso é, mesmo
que se quebrem paradigmas. Mais do que isso, delimitar um caminho
norteador e dar passos em direção a atingir objetivos. Passos conscientes da
realidade que se quer construir.
BIBLIOGRAFIA
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