O documento descreve o golpe militar de 1964 no Brasil que derrubou o governo democraticamente eleito de João Goulart e iniciou um regime ditatorial que durou de 1964 a 1985. Ele explica que o golpe foi possível devido à conjugação de fatores como o apoio das forças armadas e de parcelas importantes da sociedade civil que temiam as reformas propostas e a ameaça comunista. O documento também destaca a importância da Marcha da Família com Deus pela Liberdade em legitimar a intervenção militar e o amplo apoio inicial à dit
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O golpe: militares e civis na trama de 1964
“Democratas do Brasil, não desconfiem das gloriosas
Forças Armadas de nossa pátria.”
Auro de Moura Andrade,
presidente do Senado (19/03/1964)
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O golpe: militares e civis na trama de 1964
Nós, os golpistas
1 - Antecedentes
• Marcha da Família com Deus e pela Liberdade
• 1° de Abril de 1964: militares avançam sobre as principais
cidades brasileiras
• Intitulam-se defensores da ordem nacional frente à ameaça
comunista
• A deposição sumária do presidente eleito é intitulada de
Revolução ‘Democrática’
• O golpe de 64 foi possível graças à uma conjugação de fatores:
- forças armadas + conivência e apoio de parcelas importantes da
sociedade;
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Marcha da Família com Deus pela Liberdade
Comício da Central do Brasil
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2 - O 1º de Abril:
• Um presidente deposto e outro conduzido ao poder por homens
armados marcam o início da Revolução ‘Democrática’ de 1964.
• Marcha da Família com Deus pela Liberdade (19/03/1964):
– Movimento de oposição às reformas propostas por Jango.
– Legitimou a tarefa das forças armadas de salvar o país do
comunismo.
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• O golpe foi um ato de força e de consenso.
• Os acontecimentos que o precederam tornaram-se símbolos da
participação civil e da politização de uma sociedade dividida e
alimentada por projetos inegociáveis.
• A retrospectiva dos fatos demonstra o acirramento das tensões, o
recurso à força militar e os efeitos perversos do movimento.
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3 – Não à guerra civil
• João Goulart não resistiu ao golpe:
– Preferiu partir para o exílio no Uruguai.
– Evitou uma luta sangrenta entre reformistas e golpistas.
• Grupos que apoiavam a deposição do presidente João Goulart:
– Comando das Forças Armadas.
– Grupos empresariais.
– Amplos setores das classes médias e dos meios de
comunicação.
– Diversos governos estaduais (GB, SP, MG, RS).
– Grande parte dos parlamentares no Congresso Nacional.
– Governo norte-americano.
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João Goulart e Leonel Brizola
Jango no exílio
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• O Supremo Tribunal Federal (STF) omitiu-se diante da crise
política.
• O movimento golpista tinha o apoio do governo norte-americano.
– Operação Brother Sam (EUA).
• Entre os militares golpistas não havia planos de poder. Seus
depoimentos confirmam que não existia um projeto a favor de algo,
apenas contra.
• Planos imediatos dos golpistas:
– Depor o presidente João Goulart.
– Promover uma “limpeza”, retirando do cenário político
comunistas, trabalhistas e sindicalistas identificados com Jango.
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4 – A salvação da pátria:
• Para os jornais paulistanos, o golpe militar foi a defesa da lei e
da ordem:
– Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo.
– Defesa da “ordem” e críticas às Reformas de Base.
– Apoio à Marcha da Família com Deus pela Liberdade.
– Crítica à Revolta dos Marinheiros (mar/64).
• Tanto o Estadão quanto a Folha defenderam a queda de Jango:
– A deposição era vista como a “defesa da lei e do regime”
– Apresentavam-se como porta-vozes da opinião pública.
– Saudaram a instalação de um governo autoritário e ilegítimo
como se fosse democrático e legal.
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Apoio da imprensa ao golpe
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5 – O sol sem peneira:
• Apoio da sociedade civil foi fundamental para a longevidade da
ditadura militar no Brasil.
• Até set/64, marchou-se sem descanso no país, num
impressionante movimento de massas de apoio ao golpe.
– Marcha da Família com Deus pela Liberdade (São Paulo):
repúdio às Reformas de Base
– Marcha da Vitória (São Paulo, Rio de Janeiro, em várias
capitais e em diversas cidades) : comemoração do triunfo do
golpe.
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Marcha da Família com Deus pela Liberdade
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• Aqueles que marchavam temiam as anunciadas reformas:
– Acabar com o latifúndio e a presença do capital estrangeiro.
– Conceder o voto aos analfabetos (então 45% dos adultos) e aos
soldados.
– Proteger os assalariados e os inquilinos.
– Mudar radicalmente os padrões de ensino e aprendizado.
– Alterar o sistema bancário.
– Estimular a chamada cultura nacional.
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• Viria o Comunismo? Poucos sabiam o significado desta palavra,
mas a associavam a tudo o que de mal existia:
– Doença, miséria, destruição da família e dos valores éticos.
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• Acompanharam o percurso da Marchas:
– A maioria dos partidos políticos.
– Lideranças políticas, empresariais e religiosas.
– Tradicionais instituições da sociedade civil (OAB e CNBB).
– “As direitas”.
• A ampla frente política que apoiou o golpe era bastante heterogênea.
• Lideranças civis aceitavam a ideia de uma breve intervenção militar
na política.
• Os oposicionistas ao regime militar – moderados ou radicais,
reformistas ou revolucionários – sofreram o peso da repressão.
• Expressivos segmentos apoiaram a ditadura.
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A Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil esteve junto
com as Marchas no apoio ao
golpe.
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• Momento de forte apoio à Ditadura (1969-1974):
– “Anos de chumbo” (repressão política).
– Conquista do tricampeonato mundial em 1970 e 150 anos da
Independência em 1972 (propaganda ufanista).
– ARENA: partido de apoio ao governo, presente em todos os
estados do país, atestado da articulação dos civis no apoio à
ditadura.
– Enquanto a tortura comia solta nas prisões, o presidente Médici era
ovacionado nos estádios de futebol.
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Nos anos de chumbo, o Brasil festejou o tricampeonato mundial.
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• Segunda metade dos anos 70 a partir do gov. Geisel (1974-1979):
– Aumento da migração de políticos e instituições, antes favoráveis à
ditadura, no sentido de restauração da democracia.
– Início do processo de “transição democrática”.
– Abertura “lenta, gradual e segura”.
– Revogação dos Atos Institucionais em 1979.
– Lei da Anistia (1979).
– Retorno ao Pluripartidarismo.
– Grade mobilização da sociedade brasileira na campanha das
Diretas-Já (1983-1984).
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Grande mobilização Contradições da nova democracia:
popular na campanha José Sarney, que apoiou a
das Diretas-Já. ditadura desde o início, ao lado de
Tancredo Neves e Ulysses
Guimarães, símbolos da abertura.
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6 – Ainda o silêncio:
• Quase 50 anos após o golpe, o tema continua sendo encarado
com ressalva em sala de aula.
• A renúncia de Jânio foi apontada como uma das causas do golpe
em boa parte dos livros didáticos dos anos 1970 e 1980, mas ela
praticamente desaparece nos livros mais recentes.
• Uma razão de fundo a ser pensada é a seguinte: por que razões o
golpe de 1964 foi duradouro e bem-sucedido do ponto de vista
dos vitoriosos?
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• Causa fundamental do golpe segundo os livros didáticos dos
anos 1970 e 1980:
– Crises econômicas e inabilidade de João Goulart no governo.
• Causa fundamental do golpe segundo livros das décadas
seguintes
– Choques entre grupos de esquerda e grupos de direita, fatos
que ocorreram em março de 1964, política desenvolvimentista
da década de 1950, e que o golpe de 64 seria um adiamento do
golpe planejado em 1961.
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