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SOCIOLOGIA DAS
ORGANIZAÇÕES
  Curso de Administração de Empresas
  Sociologia Aplicada às Organizações

  Prof: João Celço Del Rio Rodrigues
SOCIOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES
Conceitos:
   SOCIOLOGIA é a ciência que estuda a vida social humana (Horton; Hunt, 1980, p. 20).
   ORGANIZAÇÃO é uma unidade social artificialmente criada e estruturada, continuamente
    alterada para se manter no tempo, e com a função de atingir resultados específicos que
    satisfaçam as necessidades de clientes existentes na sociedade e, as de seus
    participantes (Parson apud Etizioni, 1967, p. 7).
   EMPRESA é um tipo de organização cujos clientes trocam seu dinheiro pelos bens ou
    serviços que ela produz.

   ADMINISTRADORES são especialistas em organização, cujo sucesso depende de
    conhecimentos específicos dos processos físicos que ocorrem nas empresas e,
    principalmente, das habilidades e experiências em gerenciar pessoas.

   ADMINISTRAÇÃO é a aplicação de técnicas com o fim de estabelecer metas e
    operacionalizar seu atingimento pelos participantes das organizações a fim de que
    obtenham resultados que satisfaçam as suas próprias necessidades e as de seus
    clientes.


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1. Uma Ponte entre a Sociologia e a
Administração (1)
   Sociologia e as Organizações
       Sociologia Geral: a pesquisa e as teorizações sobre a cultura das sociedades (que
        diferencia a nordestina sertaneja dos vaqueiros sulista urbana dos gerentes) e a
        divisão em classes sociais (que diferencia o operariado da elite detentora do poder
        econômico e político).

       Sociologia Aplicada: além de fornecer explicações sobre os fenômenos sociais, a
        sociologia também sugere medidas para intervir na sociedade, seja para fazer
        ajustamentos, seja para provocar mudanças. Assim como conhecer as leis naturais
        que causam a migração de povos, é possível estancá-la ou pelo menos direcioná-la.

       Uma ponte entre a sociologia e as organizações: o resultado das pesquisas feitas
        em sindicatos, igrejas, escolas, prisões, hospitais, governo em suma, nas
        organizações formais. Nelas foram estudados: o poder, a liderança, a resistência às
        mudanças, a conformidade às normas, o surgimento dos grupos informais, o aumento
        da participação das mulheres e outros. Tais assuntos despertam o interesse de
        supervisores, gerentes, diretores ou para quem se prepara para assumir cargos de
        chefia e para serem eficientes precisam conhecer os processos que direcionam seus
        comportamentos.


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1. Uma Ponte entre a Sociologia e a
Administração (2)
   As Organizações e as empresas
       O Administrador e a Administração: a organização precisa que alguém a planeje,
        estruture e opere, coordenando o trabalho de seus membros, para que resultados
        concretos sejam obtidos. Para gerenciá-las foram nomeados funcionários letrados, os
        antecedentes dos Administradores.

   O Primeiro Pilar das Organizações
       É constituída por partes interligadas: uma empresa é constituída pelos
        Departamentos de Produção, Marketing e Finanças, entre outros, cada qual com uma
        função administrativa diferente e específica. Os departamentos são compostos por
        seções com grupos formais de pessoas, que dividem o trabalho, são os participantes
        hierarquicamente organizados dentro da estrutura organizacional.

       Sucessão de precedência e cliente interno: a movimentação dos materiais
        utilizados na produção durante o processamento nos vários departamentos, criaram a
        concepção de cliente interno, incluindo-se o planejamento e operações das unidades
        administrativas. O exposto mostra mais um inter-relacionamento das unidades
        administrativas e produtoras das organizações.



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1- Uma Ponte entre a Sociologia e a Administração
Resumo:
   O gigantismo das empresas, universidades, hospitais e órgãos públicos exigem
    um profissional com conhecimentos teóricos e práticos para administrá-los.
    Todavia, não basta ser um especialista em planejamento, estruturação e
    desenvolvimento organizacional, pois é necessário, também, entender os
    comportamentos da sociedade de pessoas que é a organização. Para isso, o
    Administrador pode utilizar as explicações dadas pelas Ciências Sociais, como
    Psicologia, Antropologia e uma que mais nos diz respeito, a Sociologia. Esta
    explicita as causas de fenômenos sociais, quando o administrador necessita de
    prescrições para atuar em seu dia-a-dia. Por isso, é preciso que haja uma ponte
    que interligue essa ciência com a prática que é a Sociologia Aplicada à
    Administração. Trata-se de disciplina ensinada em cursos de Administração e,
    por isso, estruturada de acordo com a metodologia de ensino para aplicações
    em casos reais e de acordo com a cultura e características das organizações
    brasileiras. Uma ponte precisa de bases sólidas em ambas as margens, razão
    pela qual foi construído um primeiro pilar no lado da Administração, este como
    uma sucessão de análises e sínteses da coletividade que é a organização,
    tendo por base a metodologia de sistemas.


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Questões de Aplicação 1

1-) Quais das três afirmações abaixo está mais correta e por
    que as outras duas são discutíveis?


a.   A Sociologia é uma das ciências sociais cujo objeto é explicar os
     comportamentos individuais da pessoa humana;

b.   A Sociologia tem várias ramificações, sendo uma delas a teoria que
     abrange a ciência chamada Sociologia Aplicada à Administração;

c.   A Sociologia tem uma ramificação cujo propósito é propor medidas, para
     que sejam feitas mudanças ou ajustamentos na sociedade;


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2. Cultura das Organizações e um
Quadro de Referência
   As Culturas das Organizações Formam um Segundo Pilar
       Cultura, Subculturas e Contracultura
           Cultura é o conjunto de características que diferenciam sociedades entre si: Indígenas e
            Conquistadores, Árabes e Judeus etc.
           Subculturas são ramificações da cultura de uma sociedade: classe média e classe operária
           Contracultura possuem seus padrões de conduta contraditórios em relação aos aceitos pela
            sociedade; Ex: Punks, Skinhead, gangsters etc.

       Nas Organizações formam-se culturas e subculturas
           A cultura da sociedade influencia a cultura das organizações e formam também as
            subculturas; Ex: mensalistas e horistas etc

       A cultura real e a cultura ideal
           A cultura ideal é a de que não haja meios ilícitos para passar num concurso público e a real é
            que a sociedade aceita a figura dos “pistolões”; a “cola” nas universidades é condenada
            eticamente, porém, a maioria se utiliza desse artifício, achando normal utilizá-la.




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2. Cultura das Organizações
Conceitos:
   Cultura é um conjunto de:
       Ferramentas, utensílios e objetos para vários fins;
       Língua, hábitos, normas, crenças, valores e rituais;
       Sentimentos e atitudes que todos os povos possuem (WHITE apud
        FERRARI,1983); Ex: Sociedade indígena e sociedade européia.

   Subcultura é:
       A parte da cultura total de uma sociedade que caracteriza um de seus segmentos
        (KRECH, David, 1969); Ex: classe média e classe operária; mensalistas e
        horistas.

   Contracultura é:
       A cultura peculiar de um grupo que se opõe à cultura mais ampla, contestando
        seus padrões (HORTON, Hunt, 1980); Ex: Punks, Gangsters, Skinhead.

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2. Cultura das Organizações
Conceitos:
   Tecnologia – designa:
       Os resultados obtidos (bens ou serviços prestados);
       Os processos utilizados (manuais, mecânicos, automatizados etc.)
       Os insumos necessários (máquinas, mão-de-obra, conhecimentos, habilidades dos
        executores, dinheiro e até o tempo).

   Preceitos – designa o conjunto:
       Normas de procedimento, de organização e de relacionamento;
       Posições ocupadas pelos participantes, nos vários agrupamentos;
       Crenças e valores partilhados pelos membros dos grupos sociais.

   Sentimentos – designa as emoções decorrentes de:
       Execução de atividades (causadoras de satisfação, alienação etc);
       Obediência a normas de organização (que determina posições hierárquicas e
        conseqüente medo, inveja e raiva);
       Relacionamentos sociais (geradores de simpatia, admiração e desprezo etc.).


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Cultura das Organizações
Ramificações da cultura e subculturas

   CRENÇA DE UMA     CRENÇAS DAS SUBCULTURAS     CRENÇAS DE QUATRO
     SOCIEDADE        DE DUAS CLASSES SOCIAIS    “SUB SUBCULTURAS”

                                                No trabalho o
                     O trabalho é o meio        Homem se realiza
                     Para o Homem se
                     desenvolver                O trabalho dá
O trabalho faz                                  poder e prestígio
parte da vida
do Homem
                                                O trabalho é o meio
                                                para se obter
                                                coisas boas
                     O trabalho só
                     Serve para
                     Ganhar dinheiro            O trabalho serve
                                                para não se morrer
                                                de fome

                                                  10
2- Cultura das Organizações
Resumo:
   Os comportamentos do Homem em sociedade tendem a tornar-se
    uniformizados por fatores que, em seu conjunto, foram denominados
    “cultura”. O mesmo fenômeno ocorre nas empresas, repartições
    públicas, escolas etc., de sorte que o administrador, conhecendo as
    causas que modelam a cultura, fica capacitado a melhorar administrar
    os compromissos coletivos. Para se aplicar mais facilmente o conceito
    de cultura, convém dividí-la em seus componentes tecnologia,
    preceitos e expressão de sentimentos. São três variáveis e constituem
    o 2º pilar da ponte que interliga a Sociologia à Administração, esta na
    forma de um quadro de referência que será utilizado nos capítulos
    subseqüentes para integrar os conhecimentos da Sociologia Aplicada
    à Administração.



                                                         11
INDIVIDUALISMO VERSUS COLETIVISMO

   Individualistas                                   Coletivistas
       John Stuart Mill (1806-1873),                     Émile Durkheim (1858-1917),
        Filósofo e economista Inglês                       Sociólogo francês
           Utilitarista, acreditava que se cada              Sustentou que era a sociedade que
            um perseguisse seus próprios                       definia o comportamento dos
            interesses, toda a sociedade                       indivíduos.
            acabaria ganhando.
                                                          John Maynard Keynes (1883-1946),
       Ayn Rand (1905-1982),                              Economista inglês
        Filósofa e novelista americana                        O Estado tem o dever de garantir
           Definiu a liberdade individual como                emprego e vida digna a todos os
            um bem supremo e viu no                            cidadãos.
            egoísmo uma virtude em relação
            ao conformismo social.
                                                          Jared Diamond (1937),
       Milton Friedman (1912),                            Geógrafo americano
                                                              O fracasso ou o sucesso de
        Economista americano                                   sociedades depende de decisões
           Teórico do mercado livre, ele vê o                 coletivas e de governantes
            sistema previdenciário estatal                     preocupados com as gerações
            como inimigo dos valores                           futuras.
            individuais e do trabalho produtivo.                         12
3. O Indivíduo trabalha como foi Socializado (1)
   Desde o início do séc. XX, sociólogos deram muita importância a certos fenômenos sociais, como:
    cooperação, competição, conflito, acomodação e muitos outros, rotulados de processos sociais.
    Para o Administrador é importante conhecer tais fenômenos porque influenciam na produtividade e
    contribuem para as mudanças organizacionais.

   Fazem parte do folclore do centro-sul, a disposição para o trabalho dos imigrantes europeus, a
    introversão e a obediência aos regulamentos dos descendentes de japoneses e a aceitação de fazer
    trabalhos rudes e humildes dos nordestinos.

   Esses e outros comportamentos coletivos não decorrem de características inatas de um tipo ou raça
    de indivíduos e sim da aprendizagem ocorrida desde a infância em seu ambiente cultural, dentro do
    processo que a Sociologia denominou de “Socialização”.

   Por causa do processo de socialização, os vários objetivos pessoais que levam os indivíduos a
    buscar satisfazê-los, participando das organizações, variam conforme o tipo de influência da família e
    da sociedade em que nasceram e cresceram. A crença do que significa o trabalho para indivíduos
    com diferentes culturas e subculturas. Tal fato deve ser entendido pelo Administrador, que tem por
    função conseguir resultados que satisfaçam clientes e dar condições para que os participantes
    trabalhem satisfeitos por obterem na organização aquilo que pretendem, desde que sejam produtivos.




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3. O Indivíduo trabalha como foi Socializado
As três classes de objetivos buscados nas organizações produtoras de bens e serviços


TECNOLOGIAS                              PRECEITOS                      SENTIMENTOS
 Terminar a tarefa            Organização ser bem administrada         Gozar de amizade das
começada                                                                chefias
                                 Trabalhar sob chefia competente
Terreconhecido o serviço                                               Ter bons relacionamentos
executado                        Ter oportunidade de promoção          com os companheiros

Ter
                                Ganhar salário condizente, gozar de
     responsabilidade e
                              fringe benefits e participar dos lucros
autonomia
                                 Ter estabilidade no emprego
 Executar serviço
interessante                     Trabalhar em bom ambiente físico

 Aprender e desenvolver-se      Desfrutar de prestígio
profissionalmente
                                 Usufruir de poder

                                                                            14
3. O Indivíduo trabalha como foi Socializado
Resumo:
   Os processos sociais inicia-se com a socialização a que o indivíduo é
    submetido dentro de sua classe social. Conforme as características
    dessa socialização, a pessoa tem por objetivo a realização ou a
    afiliação. Trata-se de um elenco de objetivos que podem ser
    classificados com o auxílio das variáveis culturais: por exemplo ganhar
    salário condizente inclui-se na variável cultural preceitos. Por outro
    lado, o trabalho em si pode ser gratificante, como o do artista que pinta
    quadros. Os participantes das organizações também sentem essa
    pressão interna quando executam suas tarefas, que, pela correlação
    com o trabalho, denominamos de “pressão técnica”. Esta pode ser
    positiva impulsionando a pessoa para a realização, ou negativa, isto é,
    alienando-a do que faz. Como interessa ao Administrador aumentá-la
    com vistas à produtividade e não permitir que diminua.


                                                          15
4- A Interação de metas grupais e o Conflito
Definição:
   Os donos de empresas têm por objetivos principais desfrutar de prestígio,
    poder e riqueza, enquanto seus empregados especialistas desejam
    desenvolver-se profissionalmente e executar serviços gratificantes. Tais
    objetivos são díspares e podem ser alcançados ao mesmo tempo, desde que
    certas condições permitam que todos alcancem suas próprias metas.

    Além de procurar conhecer os objetivos dos participantes da organização, o
    Administrador tem que saber se o meio de concretizá-los, isto é, as metas são
    conflitantes. A competição entre funcionários que desejam prestígio e poder,
    costuma gerar conflitos, a exemplo do jogo de futebol que começa com chute
    na bola e pode terminar com chutes no adversário e até no juiz.

   Embora o conflito seja visto na forma de um mal necessário, é possível
    reduzí-lo pela cooperação, mas para isso é preciso haver uma
    ressocialização.



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4- A Interação de metas grupais e o Conflito
Conceitos:
   Metas – são os meios qualificáveis e, às vezes, também quantificáveis para,
    dentro de determinado período de tempo, alcançar o objetivo pessoal.
    (ACKOFF, Russel)

   Competição – é a luta para a obtenção de recursos escassos, no sentido de
    não atender todos os postulantes.

   Co-orientação – caracteriza-se pelo fato de a meta ser comum a todos, mas
    cada qual pode alcançá-la sem prejudicar os demais e, também, sem precisar
    do auxílio dos companheiros.

   A Cooperação – ocorre quando uma pessoa atinge a sua meta, somente
    quando as demais atingem as delas.

   Conflito – é o processo de procurar obter recompensas para eliminação ou
    enfraquecimento dos competidores (HORTON e HUNT)


                                                             17
4- A Interação de metas grupais e o Conflito
Resumo:
   A interação de metas, que são os meios pelos quais os indivíduos
    buscam satisfazer seus objetivos, a exemplo do proprietário que visa
    prestígio e riqueza, conseguidos pela meta da empresa sempre
    crescer em faturamento. Acontece que as metas pessoais dos
    participantes da organização são diversificadas, além de uma interferir
    nas demais, resultando em pelo menos seis situações diferentes. Uma
    delas é a da competição, quando apenas um ou poucos ganham às
    custas da perda da maioria, como no caso de conseguir vaga em
    escola muito disputada. A competição cria conflitos de maior ou menor
    intensidade, que o Administrador precisa gerenciar, como a disputa
    por equipamentos, aumento de salários e até de salas maiores com
    ar-condicionado. Um dos meios de reduzir os conflitos é por meio da
    aprendizagem da cooperação, com o fim de criar equipes para o
    trabalho coletivo. Porém, nem sempre o grupo cooperativo é eficiente.


                                                         18
5- Formas e Processos do Controle Social
Definição:
   Grupo de alunos com a meta de discutir o tema da aula, pressiona o colega
    que falta às reuniões e nada contribui, porque sua meta particular é passar de
    ano sem estudar.

   Essa pressão coletiva para que seja adotado determinado comportamento é
    chamada pela sociologia de controle social, assumindo formas diferentes,
    conforme o tipo de interação de metas.

   Os donos de empresas trocam o dinheiro pelo trabalho de seus empregados,
    pois as metas são paralelas. Já os guardas utilizam o poder para manter os
    prisioneiros confinados, em razão das metas serem divergentes.

   Os médicos empregam sua autoridade para convencer os pacientes a
    submeterem-se aos tratamentos prescritos para as doenças, porque as metas
    são convergentes.


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5- Formas e Processos do Controle Social
Conceitos:
   Troca – é o controle ou influência tendo por base recursos materiais e
    recompensas na forma de remuneração pelo recebimento de algum
    tipo de contribuição (ETIZIONI, 1974).

   Poder – é o controle ou influência sobre as ações dos outros no intuito
    de atingir as próprias metas, sem o consentimento desses outros,
    contra a vontade deles, ou sem seu conhecimento ou compreensão
    (BUCKLEY, 1971).

   Autoridade – é o controle ou influência sobre o controle sobre o
    comportamento de outros para a promoção de metas coletivas, com
    base em alguma forma verificável de consentimento desses outros,
    em razão de estarem informados da situação (BUCKEY, 1971).

                                                         20
5- Poder e Autoridade
Tipos de Controle:
1.   Autoridade Racional-Legítima – donos de empresa possuem a meta de produzir e
     vender seus produtos, que compense o capital investido

2.   Poder Racional-Legal – em uma equipe poderá haver identidade de metas entre os
     membros, porém um dos membros pode divergir e reduzir os esforços, achando que
     seu recebimento está aquém do valor de suas contribuições.

3.   Autoridade Tradicional – fazendeiros e vaqueiros nordestinos (pai e filho)

4.   Poder Tradicional – o imperador passa a exercer o poder coercitivo para controlar o
     comportamento dos súditos.

5.   Autoridade Carismática – é conferida voluntariamente através do convencimento,
     não podendo ser imposta pela força.

6.   Poder Carismático – uma espécie de força hipinótica ou grande prestígio que
     conseguiu estabelecer.



                                                                   21
5- Subtipos de Poder e Autoridade
   Controle            Poder            Trocas         Autoridade
    Social

 Interações das   Competitivas ou    Co-orientadas   Cooperativas ou
      Metas         divergentes       ou Paralelas    convergentes



Tecnologia        racional-legal    trocas           racional-legítima

Preceitos         tradicional                        tradicional

Sentimentos       carismático                        carismática

                                                     22
5- O Exercício do Poder com base nas três
Variáveis Culturais -
1.   Primeira Condição – quem fornece a outrem benefícios com maior valor do que
     dele recebe tem possibilidade de dominar, pois a diferença nas trocas está a seu
     favor.
      1.   Estratégia -
      2.   Conflito -


2.   Segunda Condição – os dominados não conseguem obter em outro lugar
     suprimentos fornecidos pelo dominador, isto é, faltam-lhe fontes alternativas de
     abastecimento.
      1.   Estratégia –
      2.   Conflito -


3.   Terceira Condição – os dependentes não conseguem forçar o poderoso a fornecer
     o que dele necessitam.
      1.   Estratégia –
      2.   Conflito -


4.   Quarta Condição – os dependentes não querem prescindir dos benefícios
     recebidos do poderoso.
      1.   Estratégia –
      2.   Conflito -

                                                                    23
5- Formas e Processos do Controle Social
Resumo:
   O controle social direciona o comportamento das pessoas para agir como esperado
    pela sociedade. Transposto para a organização, significa influenciar os participantes a
    serem eficientes e eficazes no desempenho de suas tarefas, destinadas à produção de
    bens e prestação de serviços. A maneira usual de exercer o controle nas empresas é
    baseada nas trocas, segundo a qual o indivíduo recebe algum tipo de remuneração
    que fica condicionada ao quanto o indivíduo realiza de concreto para a empresa. Outro
    tipo discutido é o do poder, como o exercido pelo chefe que indiretamente ameaça o
    subordinado com punições, caso não faça o que ele mandar. A última forma é a da
    autoridade, sendo exemplo a do médico, que sem pressionar induz o paciente a tomar
    os remédios que prescreveu. Naturalmente, a escolha de qual controle deve-se utilizar
    depende do tipo de interação de metas do executor em relação às de quem o
    pressiona. Assim, quanto mais divergentes elas forem, maior dose de poder para que
    uma ação seja executada, o que fatalmente desencadeará conflitos, muitas vezes
    concretizados em sabotagens, greves e operações tartaruga. Finalmente, pelo fato do
    Administrador ter interesse em conhecer em quais ocasiões deve utilizar uma dessas
    formas de controlar, foram examinadas as situações possíveis de ser encontradas nas
    empresas, relacionando-as com as três variáveis culturais: Tecnologia, Preceitos e
    Sentimento.



                                                                     24
6- Tipos de Coordenação nas Organizações
   Coordenar é conseguir que os participantes de um grupo se comportem de forma a
    serem atingidas com eficiência as metas definidas

       Ajustamento Mútuo –
           No caso de pessoas incumbidas de executar tarefas complexas em micro (uma lanchonete) e grandes
            empresas como as da equipe da NASA.

       Processos Padronizados –
           Esse tipo de coordenação é ampliado nas modernas técnicas de fabricação, a exemplo do Kanban, que
            dá autonomia para um operário da linha de montagem sem consultar o chefe.

       Resultados Padronizados –
           As transportadoras não coordenam o trajeto, apenas o local e data da entrega dos produtos.
        

       Habilidades Padronizadas –
           Os hospitais não coordenam as atividades de seus médicos e enfermeiras, porque seus procedimentos
            já estão padronizados, o mesmo ocorre com os professores.

       Supervisão Direta –
           Caso o porte da organização torne inexeqüível o ajustamento mútuo e os processos de produção não
            permitam a sua padronização, somente resta a supervisão direta para coordenar o trabalho, para que
            resultados sejam produzidos e metas alcançadas.




                                                                                      25
6- Influência pela Comunicação –
Três tipos de Comunicação
   Comunicação Informativa:
       A informação predomina na mensagem, sem tentativas explícitas de influenciar
        comportamentos.
           Ex: solicitação de saldo ao caixa do banco

   Comunicação Instrutora:
       Ocorre quando o emissor tenta influenciar, mostrando os efeitos que o
        comportamento do influenciado deve ter.
           Ex: chefe que determina as metas aos subordinados.

   Comunicação Impositiva:
       O emissor procura influenciar o receptor, mostrando de forma explícita ou implícita
        o que lhe sucederá caso não se comporte como instruído, para atingir a meta
        pretendida.
           Ex: selecionadora de pessoal que tenta influenciar os candidatos ao emprego a elaborar o
            teste sem conversa, caso contrário será eliminado.



                                                                            26
6- Tipos de Comunicação e as
Três formas de Controlar
   Influência pela Coerção:
       Nas organizações chamadas totais, como as militares e eclesiásticas, as sanções poderão ser
        físicas ou confinamento forçado. Nas empresas, vão até a demissão, passando antes pela
        supressão de benefícios, transferências, perda de promoção etc. Todavia, é óbvio que a
        demissão não fará o empregado executar o que foi solicitado, mas servirá de exemplo para
        outros obedecerem.

   Influência pelo Comando:
       Mesmo havendo discordância, será superada pela esperança de benefícios futuros em virtude
        de sua aceitação, ocorrendo um ajustamento, pois a responsabilidade é de quem mandou.
        Pode ocorrer em grupos coesos, como bombeiros durante incêndios, defesa civil por ocasião
        de enchentes, médicos e enfermeiras durante cirurgias etc.

   Influência pela Persuasão:
       O influenciador altera o julgamento do seguidor, despertando nele a conveniência de executar
        aquilo que propõe. Havendo um grau de concordância, uma sugestão já basta para o seguidor
        agir. Este tipo de influência ocorre em grupos formais ou informais compostos de pessoas
        maduras e engajados na execução de uma tarefa.




                                                                           27
6- Influência pela Comunicação e Tipos de
Coordenadores - Resumo
   O exercício do poder é obtido pela coerção, concretizada
    por meio da comunicação impositiva, com ameaças de
    sanções: a autoridade é exercida pela comunicação
    informativa, sem pressionar o executor, e o controle é
    exercido pelas trocas, por meio da comunicação
    instrutora na forma de comandos. Transferindo-se essas
    três formas de influenciar para o papel do coordenador
    (que, nas organizações, é necessário para a produção
    de bens e serviços), resultam também de três tipos, os
    quais chamamos de: condutor ao que domina pelo
    poder; chefe ao que controla pela remuneração; e líder
    ao que é legitimado pelos influenciados por facilitar que
    a meta coletiva seja atingida.

                                              28
Bibliografia

BERNARDES, Cyro; MARCONDES, Reynaldo C. Sociologia
  Aplicada à Administração. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.




                                             29

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Sociologia das organizacoes

  • 1. SOCIOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES Curso de Administração de Empresas Sociologia Aplicada às Organizações Prof: João Celço Del Rio Rodrigues
  • 2. SOCIOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES Conceitos:  SOCIOLOGIA é a ciência que estuda a vida social humana (Horton; Hunt, 1980, p. 20).  ORGANIZAÇÃO é uma unidade social artificialmente criada e estruturada, continuamente alterada para se manter no tempo, e com a função de atingir resultados específicos que satisfaçam as necessidades de clientes existentes na sociedade e, as de seus participantes (Parson apud Etizioni, 1967, p. 7).  EMPRESA é um tipo de organização cujos clientes trocam seu dinheiro pelos bens ou serviços que ela produz.  ADMINISTRADORES são especialistas em organização, cujo sucesso depende de conhecimentos específicos dos processos físicos que ocorrem nas empresas e, principalmente, das habilidades e experiências em gerenciar pessoas.  ADMINISTRAÇÃO é a aplicação de técnicas com o fim de estabelecer metas e operacionalizar seu atingimento pelos participantes das organizações a fim de que obtenham resultados que satisfaçam as suas próprias necessidades e as de seus clientes. 2
  • 3. 1. Uma Ponte entre a Sociologia e a Administração (1)  Sociologia e as Organizações  Sociologia Geral: a pesquisa e as teorizações sobre a cultura das sociedades (que diferencia a nordestina sertaneja dos vaqueiros sulista urbana dos gerentes) e a divisão em classes sociais (que diferencia o operariado da elite detentora do poder econômico e político).  Sociologia Aplicada: além de fornecer explicações sobre os fenômenos sociais, a sociologia também sugere medidas para intervir na sociedade, seja para fazer ajustamentos, seja para provocar mudanças. Assim como conhecer as leis naturais que causam a migração de povos, é possível estancá-la ou pelo menos direcioná-la.  Uma ponte entre a sociologia e as organizações: o resultado das pesquisas feitas em sindicatos, igrejas, escolas, prisões, hospitais, governo em suma, nas organizações formais. Nelas foram estudados: o poder, a liderança, a resistência às mudanças, a conformidade às normas, o surgimento dos grupos informais, o aumento da participação das mulheres e outros. Tais assuntos despertam o interesse de supervisores, gerentes, diretores ou para quem se prepara para assumir cargos de chefia e para serem eficientes precisam conhecer os processos que direcionam seus comportamentos. 3
  • 4. 1. Uma Ponte entre a Sociologia e a Administração (2)  As Organizações e as empresas  O Administrador e a Administração: a organização precisa que alguém a planeje, estruture e opere, coordenando o trabalho de seus membros, para que resultados concretos sejam obtidos. Para gerenciá-las foram nomeados funcionários letrados, os antecedentes dos Administradores.  O Primeiro Pilar das Organizações  É constituída por partes interligadas: uma empresa é constituída pelos Departamentos de Produção, Marketing e Finanças, entre outros, cada qual com uma função administrativa diferente e específica. Os departamentos são compostos por seções com grupos formais de pessoas, que dividem o trabalho, são os participantes hierarquicamente organizados dentro da estrutura organizacional.  Sucessão de precedência e cliente interno: a movimentação dos materiais utilizados na produção durante o processamento nos vários departamentos, criaram a concepção de cliente interno, incluindo-se o planejamento e operações das unidades administrativas. O exposto mostra mais um inter-relacionamento das unidades administrativas e produtoras das organizações. 4
  • 5. 1- Uma Ponte entre a Sociologia e a Administração Resumo:  O gigantismo das empresas, universidades, hospitais e órgãos públicos exigem um profissional com conhecimentos teóricos e práticos para administrá-los. Todavia, não basta ser um especialista em planejamento, estruturação e desenvolvimento organizacional, pois é necessário, também, entender os comportamentos da sociedade de pessoas que é a organização. Para isso, o Administrador pode utilizar as explicações dadas pelas Ciências Sociais, como Psicologia, Antropologia e uma que mais nos diz respeito, a Sociologia. Esta explicita as causas de fenômenos sociais, quando o administrador necessita de prescrições para atuar em seu dia-a-dia. Por isso, é preciso que haja uma ponte que interligue essa ciência com a prática que é a Sociologia Aplicada à Administração. Trata-se de disciplina ensinada em cursos de Administração e, por isso, estruturada de acordo com a metodologia de ensino para aplicações em casos reais e de acordo com a cultura e características das organizações brasileiras. Uma ponte precisa de bases sólidas em ambas as margens, razão pela qual foi construído um primeiro pilar no lado da Administração, este como uma sucessão de análises e sínteses da coletividade que é a organização, tendo por base a metodologia de sistemas. 5
  • 6. Questões de Aplicação 1 1-) Quais das três afirmações abaixo está mais correta e por que as outras duas são discutíveis? a. A Sociologia é uma das ciências sociais cujo objeto é explicar os comportamentos individuais da pessoa humana; b. A Sociologia tem várias ramificações, sendo uma delas a teoria que abrange a ciência chamada Sociologia Aplicada à Administração; c. A Sociologia tem uma ramificação cujo propósito é propor medidas, para que sejam feitas mudanças ou ajustamentos na sociedade; 6
  • 7. 2. Cultura das Organizações e um Quadro de Referência  As Culturas das Organizações Formam um Segundo Pilar  Cultura, Subculturas e Contracultura  Cultura é o conjunto de características que diferenciam sociedades entre si: Indígenas e Conquistadores, Árabes e Judeus etc.  Subculturas são ramificações da cultura de uma sociedade: classe média e classe operária  Contracultura possuem seus padrões de conduta contraditórios em relação aos aceitos pela sociedade; Ex: Punks, Skinhead, gangsters etc.  Nas Organizações formam-se culturas e subculturas  A cultura da sociedade influencia a cultura das organizações e formam também as subculturas; Ex: mensalistas e horistas etc  A cultura real e a cultura ideal  A cultura ideal é a de que não haja meios ilícitos para passar num concurso público e a real é que a sociedade aceita a figura dos “pistolões”; a “cola” nas universidades é condenada eticamente, porém, a maioria se utiliza desse artifício, achando normal utilizá-la. 7
  • 8. 2. Cultura das Organizações Conceitos:  Cultura é um conjunto de:  Ferramentas, utensílios e objetos para vários fins;  Língua, hábitos, normas, crenças, valores e rituais;  Sentimentos e atitudes que todos os povos possuem (WHITE apud FERRARI,1983); Ex: Sociedade indígena e sociedade européia.  Subcultura é:  A parte da cultura total de uma sociedade que caracteriza um de seus segmentos (KRECH, David, 1969); Ex: classe média e classe operária; mensalistas e horistas.  Contracultura é:  A cultura peculiar de um grupo que se opõe à cultura mais ampla, contestando seus padrões (HORTON, Hunt, 1980); Ex: Punks, Gangsters, Skinhead. 8
  • 9. 2. Cultura das Organizações Conceitos:  Tecnologia – designa:  Os resultados obtidos (bens ou serviços prestados);  Os processos utilizados (manuais, mecânicos, automatizados etc.)  Os insumos necessários (máquinas, mão-de-obra, conhecimentos, habilidades dos executores, dinheiro e até o tempo).  Preceitos – designa o conjunto:  Normas de procedimento, de organização e de relacionamento;  Posições ocupadas pelos participantes, nos vários agrupamentos;  Crenças e valores partilhados pelos membros dos grupos sociais.  Sentimentos – designa as emoções decorrentes de:  Execução de atividades (causadoras de satisfação, alienação etc);  Obediência a normas de organização (que determina posições hierárquicas e conseqüente medo, inveja e raiva);  Relacionamentos sociais (geradores de simpatia, admiração e desprezo etc.). 9
  • 10. Cultura das Organizações Ramificações da cultura e subculturas CRENÇA DE UMA CRENÇAS DAS SUBCULTURAS CRENÇAS DE QUATRO SOCIEDADE DE DUAS CLASSES SOCIAIS “SUB SUBCULTURAS” No trabalho o O trabalho é o meio Homem se realiza Para o Homem se desenvolver O trabalho dá O trabalho faz poder e prestígio parte da vida do Homem O trabalho é o meio para se obter coisas boas O trabalho só Serve para Ganhar dinheiro O trabalho serve para não se morrer de fome 10
  • 11. 2- Cultura das Organizações Resumo:  Os comportamentos do Homem em sociedade tendem a tornar-se uniformizados por fatores que, em seu conjunto, foram denominados “cultura”. O mesmo fenômeno ocorre nas empresas, repartições públicas, escolas etc., de sorte que o administrador, conhecendo as causas que modelam a cultura, fica capacitado a melhorar administrar os compromissos coletivos. Para se aplicar mais facilmente o conceito de cultura, convém dividí-la em seus componentes tecnologia, preceitos e expressão de sentimentos. São três variáveis e constituem o 2º pilar da ponte que interliga a Sociologia à Administração, esta na forma de um quadro de referência que será utilizado nos capítulos subseqüentes para integrar os conhecimentos da Sociologia Aplicada à Administração. 11
  • 12. INDIVIDUALISMO VERSUS COLETIVISMO  Individualistas  Coletivistas  John Stuart Mill (1806-1873),  Émile Durkheim (1858-1917), Filósofo e economista Inglês Sociólogo francês  Utilitarista, acreditava que se cada  Sustentou que era a sociedade que um perseguisse seus próprios definia o comportamento dos interesses, toda a sociedade indivíduos. acabaria ganhando.  John Maynard Keynes (1883-1946),  Ayn Rand (1905-1982), Economista inglês Filósofa e novelista americana  O Estado tem o dever de garantir  Definiu a liberdade individual como emprego e vida digna a todos os um bem supremo e viu no cidadãos. egoísmo uma virtude em relação ao conformismo social.  Jared Diamond (1937),  Milton Friedman (1912), Geógrafo americano  O fracasso ou o sucesso de Economista americano sociedades depende de decisões  Teórico do mercado livre, ele vê o coletivas e de governantes sistema previdenciário estatal preocupados com as gerações como inimigo dos valores futuras. individuais e do trabalho produtivo. 12
  • 13. 3. O Indivíduo trabalha como foi Socializado (1)  Desde o início do séc. XX, sociólogos deram muita importância a certos fenômenos sociais, como: cooperação, competição, conflito, acomodação e muitos outros, rotulados de processos sociais. Para o Administrador é importante conhecer tais fenômenos porque influenciam na produtividade e contribuem para as mudanças organizacionais.  Fazem parte do folclore do centro-sul, a disposição para o trabalho dos imigrantes europeus, a introversão e a obediência aos regulamentos dos descendentes de japoneses e a aceitação de fazer trabalhos rudes e humildes dos nordestinos.  Esses e outros comportamentos coletivos não decorrem de características inatas de um tipo ou raça de indivíduos e sim da aprendizagem ocorrida desde a infância em seu ambiente cultural, dentro do processo que a Sociologia denominou de “Socialização”.  Por causa do processo de socialização, os vários objetivos pessoais que levam os indivíduos a buscar satisfazê-los, participando das organizações, variam conforme o tipo de influência da família e da sociedade em que nasceram e cresceram. A crença do que significa o trabalho para indivíduos com diferentes culturas e subculturas. Tal fato deve ser entendido pelo Administrador, que tem por função conseguir resultados que satisfaçam clientes e dar condições para que os participantes trabalhem satisfeitos por obterem na organização aquilo que pretendem, desde que sejam produtivos. 13
  • 14. 3. O Indivíduo trabalha como foi Socializado As três classes de objetivos buscados nas organizações produtoras de bens e serviços TECNOLOGIAS PRECEITOS SENTIMENTOS  Terminar a tarefa  Organização ser bem administrada  Gozar de amizade das começada chefias  Trabalhar sob chefia competente Terreconhecido o serviço Ter bons relacionamentos executado  Ter oportunidade de promoção com os companheiros Ter  Ganhar salário condizente, gozar de responsabilidade e fringe benefits e participar dos lucros autonomia  Ter estabilidade no emprego  Executar serviço interessante  Trabalhar em bom ambiente físico  Aprender e desenvolver-se  Desfrutar de prestígio profissionalmente  Usufruir de poder 14
  • 15. 3. O Indivíduo trabalha como foi Socializado Resumo:  Os processos sociais inicia-se com a socialização a que o indivíduo é submetido dentro de sua classe social. Conforme as características dessa socialização, a pessoa tem por objetivo a realização ou a afiliação. Trata-se de um elenco de objetivos que podem ser classificados com o auxílio das variáveis culturais: por exemplo ganhar salário condizente inclui-se na variável cultural preceitos. Por outro lado, o trabalho em si pode ser gratificante, como o do artista que pinta quadros. Os participantes das organizações também sentem essa pressão interna quando executam suas tarefas, que, pela correlação com o trabalho, denominamos de “pressão técnica”. Esta pode ser positiva impulsionando a pessoa para a realização, ou negativa, isto é, alienando-a do que faz. Como interessa ao Administrador aumentá-la com vistas à produtividade e não permitir que diminua. 15
  • 16. 4- A Interação de metas grupais e o Conflito Definição:  Os donos de empresas têm por objetivos principais desfrutar de prestígio, poder e riqueza, enquanto seus empregados especialistas desejam desenvolver-se profissionalmente e executar serviços gratificantes. Tais objetivos são díspares e podem ser alcançados ao mesmo tempo, desde que certas condições permitam que todos alcancem suas próprias metas.  Além de procurar conhecer os objetivos dos participantes da organização, o Administrador tem que saber se o meio de concretizá-los, isto é, as metas são conflitantes. A competição entre funcionários que desejam prestígio e poder, costuma gerar conflitos, a exemplo do jogo de futebol que começa com chute na bola e pode terminar com chutes no adversário e até no juiz.  Embora o conflito seja visto na forma de um mal necessário, é possível reduzí-lo pela cooperação, mas para isso é preciso haver uma ressocialização. 16
  • 17. 4- A Interação de metas grupais e o Conflito Conceitos:  Metas – são os meios qualificáveis e, às vezes, também quantificáveis para, dentro de determinado período de tempo, alcançar o objetivo pessoal. (ACKOFF, Russel)  Competição – é a luta para a obtenção de recursos escassos, no sentido de não atender todos os postulantes.  Co-orientação – caracteriza-se pelo fato de a meta ser comum a todos, mas cada qual pode alcançá-la sem prejudicar os demais e, também, sem precisar do auxílio dos companheiros.  A Cooperação – ocorre quando uma pessoa atinge a sua meta, somente quando as demais atingem as delas.  Conflito – é o processo de procurar obter recompensas para eliminação ou enfraquecimento dos competidores (HORTON e HUNT) 17
  • 18. 4- A Interação de metas grupais e o Conflito Resumo:  A interação de metas, que são os meios pelos quais os indivíduos buscam satisfazer seus objetivos, a exemplo do proprietário que visa prestígio e riqueza, conseguidos pela meta da empresa sempre crescer em faturamento. Acontece que as metas pessoais dos participantes da organização são diversificadas, além de uma interferir nas demais, resultando em pelo menos seis situações diferentes. Uma delas é a da competição, quando apenas um ou poucos ganham às custas da perda da maioria, como no caso de conseguir vaga em escola muito disputada. A competição cria conflitos de maior ou menor intensidade, que o Administrador precisa gerenciar, como a disputa por equipamentos, aumento de salários e até de salas maiores com ar-condicionado. Um dos meios de reduzir os conflitos é por meio da aprendizagem da cooperação, com o fim de criar equipes para o trabalho coletivo. Porém, nem sempre o grupo cooperativo é eficiente. 18
  • 19. 5- Formas e Processos do Controle Social Definição:  Grupo de alunos com a meta de discutir o tema da aula, pressiona o colega que falta às reuniões e nada contribui, porque sua meta particular é passar de ano sem estudar.  Essa pressão coletiva para que seja adotado determinado comportamento é chamada pela sociologia de controle social, assumindo formas diferentes, conforme o tipo de interação de metas.  Os donos de empresas trocam o dinheiro pelo trabalho de seus empregados, pois as metas são paralelas. Já os guardas utilizam o poder para manter os prisioneiros confinados, em razão das metas serem divergentes.  Os médicos empregam sua autoridade para convencer os pacientes a submeterem-se aos tratamentos prescritos para as doenças, porque as metas são convergentes. 19
  • 20. 5- Formas e Processos do Controle Social Conceitos:  Troca – é o controle ou influência tendo por base recursos materiais e recompensas na forma de remuneração pelo recebimento de algum tipo de contribuição (ETIZIONI, 1974).  Poder – é o controle ou influência sobre as ações dos outros no intuito de atingir as próprias metas, sem o consentimento desses outros, contra a vontade deles, ou sem seu conhecimento ou compreensão (BUCKLEY, 1971).  Autoridade – é o controle ou influência sobre o controle sobre o comportamento de outros para a promoção de metas coletivas, com base em alguma forma verificável de consentimento desses outros, em razão de estarem informados da situação (BUCKEY, 1971). 20
  • 21. 5- Poder e Autoridade Tipos de Controle: 1. Autoridade Racional-Legítima – donos de empresa possuem a meta de produzir e vender seus produtos, que compense o capital investido 2. Poder Racional-Legal – em uma equipe poderá haver identidade de metas entre os membros, porém um dos membros pode divergir e reduzir os esforços, achando que seu recebimento está aquém do valor de suas contribuições. 3. Autoridade Tradicional – fazendeiros e vaqueiros nordestinos (pai e filho) 4. Poder Tradicional – o imperador passa a exercer o poder coercitivo para controlar o comportamento dos súditos. 5. Autoridade Carismática – é conferida voluntariamente através do convencimento, não podendo ser imposta pela força. 6. Poder Carismático – uma espécie de força hipinótica ou grande prestígio que conseguiu estabelecer. 21
  • 22. 5- Subtipos de Poder e Autoridade Controle Poder Trocas Autoridade Social Interações das Competitivas ou Co-orientadas Cooperativas ou Metas divergentes ou Paralelas convergentes Tecnologia racional-legal trocas racional-legítima Preceitos tradicional tradicional Sentimentos carismático carismática 22
  • 23. 5- O Exercício do Poder com base nas três Variáveis Culturais - 1. Primeira Condição – quem fornece a outrem benefícios com maior valor do que dele recebe tem possibilidade de dominar, pois a diferença nas trocas está a seu favor. 1. Estratégia - 2. Conflito - 2. Segunda Condição – os dominados não conseguem obter em outro lugar suprimentos fornecidos pelo dominador, isto é, faltam-lhe fontes alternativas de abastecimento. 1. Estratégia – 2. Conflito - 3. Terceira Condição – os dependentes não conseguem forçar o poderoso a fornecer o que dele necessitam. 1. Estratégia – 2. Conflito - 4. Quarta Condição – os dependentes não querem prescindir dos benefícios recebidos do poderoso. 1. Estratégia – 2. Conflito - 23
  • 24. 5- Formas e Processos do Controle Social Resumo:  O controle social direciona o comportamento das pessoas para agir como esperado pela sociedade. Transposto para a organização, significa influenciar os participantes a serem eficientes e eficazes no desempenho de suas tarefas, destinadas à produção de bens e prestação de serviços. A maneira usual de exercer o controle nas empresas é baseada nas trocas, segundo a qual o indivíduo recebe algum tipo de remuneração que fica condicionada ao quanto o indivíduo realiza de concreto para a empresa. Outro tipo discutido é o do poder, como o exercido pelo chefe que indiretamente ameaça o subordinado com punições, caso não faça o que ele mandar. A última forma é a da autoridade, sendo exemplo a do médico, que sem pressionar induz o paciente a tomar os remédios que prescreveu. Naturalmente, a escolha de qual controle deve-se utilizar depende do tipo de interação de metas do executor em relação às de quem o pressiona. Assim, quanto mais divergentes elas forem, maior dose de poder para que uma ação seja executada, o que fatalmente desencadeará conflitos, muitas vezes concretizados em sabotagens, greves e operações tartaruga. Finalmente, pelo fato do Administrador ter interesse em conhecer em quais ocasiões deve utilizar uma dessas formas de controlar, foram examinadas as situações possíveis de ser encontradas nas empresas, relacionando-as com as três variáveis culturais: Tecnologia, Preceitos e Sentimento. 24
  • 25. 6- Tipos de Coordenação nas Organizações  Coordenar é conseguir que os participantes de um grupo se comportem de forma a serem atingidas com eficiência as metas definidas  Ajustamento Mútuo –  No caso de pessoas incumbidas de executar tarefas complexas em micro (uma lanchonete) e grandes empresas como as da equipe da NASA.  Processos Padronizados –  Esse tipo de coordenação é ampliado nas modernas técnicas de fabricação, a exemplo do Kanban, que dá autonomia para um operário da linha de montagem sem consultar o chefe.  Resultados Padronizados –  As transportadoras não coordenam o trajeto, apenas o local e data da entrega dos produtos.   Habilidades Padronizadas –  Os hospitais não coordenam as atividades de seus médicos e enfermeiras, porque seus procedimentos já estão padronizados, o mesmo ocorre com os professores.  Supervisão Direta –  Caso o porte da organização torne inexeqüível o ajustamento mútuo e os processos de produção não permitam a sua padronização, somente resta a supervisão direta para coordenar o trabalho, para que resultados sejam produzidos e metas alcançadas. 25
  • 26. 6- Influência pela Comunicação – Três tipos de Comunicação  Comunicação Informativa:  A informação predomina na mensagem, sem tentativas explícitas de influenciar comportamentos.  Ex: solicitação de saldo ao caixa do banco  Comunicação Instrutora:  Ocorre quando o emissor tenta influenciar, mostrando os efeitos que o comportamento do influenciado deve ter.  Ex: chefe que determina as metas aos subordinados.  Comunicação Impositiva:  O emissor procura influenciar o receptor, mostrando de forma explícita ou implícita o que lhe sucederá caso não se comporte como instruído, para atingir a meta pretendida.  Ex: selecionadora de pessoal que tenta influenciar os candidatos ao emprego a elaborar o teste sem conversa, caso contrário será eliminado. 26
  • 27. 6- Tipos de Comunicação e as Três formas de Controlar  Influência pela Coerção:  Nas organizações chamadas totais, como as militares e eclesiásticas, as sanções poderão ser físicas ou confinamento forçado. Nas empresas, vão até a demissão, passando antes pela supressão de benefícios, transferências, perda de promoção etc. Todavia, é óbvio que a demissão não fará o empregado executar o que foi solicitado, mas servirá de exemplo para outros obedecerem.  Influência pelo Comando:  Mesmo havendo discordância, será superada pela esperança de benefícios futuros em virtude de sua aceitação, ocorrendo um ajustamento, pois a responsabilidade é de quem mandou. Pode ocorrer em grupos coesos, como bombeiros durante incêndios, defesa civil por ocasião de enchentes, médicos e enfermeiras durante cirurgias etc.  Influência pela Persuasão:  O influenciador altera o julgamento do seguidor, despertando nele a conveniência de executar aquilo que propõe. Havendo um grau de concordância, uma sugestão já basta para o seguidor agir. Este tipo de influência ocorre em grupos formais ou informais compostos de pessoas maduras e engajados na execução de uma tarefa. 27
  • 28. 6- Influência pela Comunicação e Tipos de Coordenadores - Resumo  O exercício do poder é obtido pela coerção, concretizada por meio da comunicação impositiva, com ameaças de sanções: a autoridade é exercida pela comunicação informativa, sem pressionar o executor, e o controle é exercido pelas trocas, por meio da comunicação instrutora na forma de comandos. Transferindo-se essas três formas de influenciar para o papel do coordenador (que, nas organizações, é necessário para a produção de bens e serviços), resultam também de três tipos, os quais chamamos de: condutor ao que domina pelo poder; chefe ao que controla pela remuneração; e líder ao que é legitimado pelos influenciados por facilitar que a meta coletiva seja atingida. 28
  • 29. Bibliografia BERNARDES, Cyro; MARCONDES, Reynaldo C. Sociologia Aplicada à Administração. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 29