2. A Lírica Camoniana
Medida Nova
Fábio Soares
12º B
Outubro de 2014
Escola Secundária de Santa Maria da Feira
3. O que é o Renascimento?
Este período afectou
O Renascimento é um período da História da Europa, que teve início entre os
séculos XV e XVI e se caracteriza pela valorização do Homem e pelo “renascer”
dos valores estéticos e literários da Antiguidade Clássica (Grécia e Roma).
Cultura Sociedade Economia Política Religião
A Lírica de Camões (medida nova)
4. A Lírica de Camões (medida nova)
O Renascimento no espaço
Fig.1 Mapa da Europa no final do séc. XV. Fig.2 Estados italianos durante o
Renascimento.
5. O Renascimento no tempo
IDADE
MODERNA
IDADE
ANTIGA
IDADE
CONTENPORÂNEA
V
a.C.
IV V VI VII VIII IX X XI XII XIII XIV XV XVI XVII XVIII XIX XX XXI
RENASCIMENTO
IDADE MÉDIA
ANTIGUIDADE
GRECO-ROMANA
…
ARTE MEDIEVAL BARROCO
ROMANTISMO
CONTEMPORÂNIO
A Lírica de Camões (medida nova)
6. A lírica renascentista
Linguagem e estilo
• Adjetivação expressiva;
• Pontuação emotiva
(exclamações,
interrogações);
• Expressividade de tempos
e modos verbais;
• Uso de vocabulário
erudito;
• Recurso à mitologia;
• Predomínio de metáforas,
apóstrofes, hipérboles,
anáforas, hipérbatos, etc.;
• Alternância entre ritmo
rápido e lento.
O verso da medida nova é
decassilábico, heróico (com
acentuação nas 6ª e 10ª
sílabas) ou sáfico (acentuação
nas 4ª, 8ª e 10ª sílabas) ou
ainda, com uso muito menos
frequente, hexassilábico.
Verso – Medida Nova
Quanto à forma
Variedade Formal
As formas poéticas mais
frequentes são o soneto, a
canção, ode, écloga e
elegia.
Homem ideal do
Renascimento
Poeta
Erudito
Guerreiro
Desportista
Artista
Cavalheiro
A Lírica de Camões (medida nova)
7. A lírica de Camões (medida nova)
O Tempo e a Mudança
Temas
O Amor
A Mulher
A Saudade
A Natureza
O Destino
Pólos Antagónicos
A sua poesia é sustentada em
pólos antagónicos: Mulher
ideal e perfeita/mulher
feiticeira; mulher
espiritual/mulher sensual;
humildade/orgulho;
inocência/sentimento de
culpa; natureza como espelho
da alma/natureza contrastante
com o estado da alma.
A Lírica de Camões (medida nova)
8. O Tempo e a Mudança
Temas
O Amor
A Mulher
A Saudade
A Natureza
O Destino
Amor físico vs Amor platónico;
A divisão interior do sujeito poético causada
pelo conflito amoroso;
Poder tranformador do amor e os seus
efeitos contraditórios.
A lírica de Camões (medida nova)
A Lírica de Camões (medida nova)
9. O Tempo e a Mudança
Temas
O Amor
A Mulher
A Saudade
A Natureza
O Destino
Retrato da mulher prespetivada na
conceção de Petrarca (Laura – amor sensual
vs amor espiritual) e Dante (Beatriz –
inferno vs ser angélico);
A amada surge umas vezes como ser
angélico, outras como ser maléfico;
A mulher ideal é inacessível e intocável.
A lírica de Camões (medida nova)
A Lírica de Camões (medida nova)
10. O Tempo e a Mudança
Temas
O Amor
A Mulher
A Saudade
A Natureza
O Destino
Sempre ligada à poesia amorosa;
O locus amoenus vs locus horrendos.
A lírica de Camões (medida nova)
A Lírica de Camões (medida nova)
11. O Tempo e a Mudança
Temas
O Amor
A Mulher
A Saudade
A Natureza
O Destino
Faz sofrer mas inspira;
A ausência da amada é insuportável e divide
o sujeito poético.
A lírica de Camões (medida nova)
A Lírica de Camões (medida nova)
12. O Tempo e a Mudança
Temas
O Amor
A Mulher
A Saudade
A Natureza
O Destino
A mudança é cíclica e o tempo anula
qualquer esperança.
A lírica de Camões (medida nova)
A Lírica de Camões (medida nova)
13. O Tempo e a Mudança
Temas
O Amor
A Mulher
A Saudade
A Natureza
O Destino
É sobretudo na sua vida amorosa que
Camões sente a presença maléfica do
destino: tentando lutar contra a má fortuna,
o sujeito recorda muitas vezes o bem
passado.
A lírica de Camões (medida nova)
A Lírica de Camões (medida nova)
14. O soneto – “Um mover d’olhos, brando e piadoso”
Um mover d’olhos, brando e piadoso,
sem ver de quê; um sorriso brando e honesto,
quase forçado; um doce e humilde gesto,
de qualquer alegria duvidoso;
um despejo quieto e vergonhoso;
um repouso gravíssimo e modesto;
ũa pura bondade, manifesto
indício da alma, limpo e gracioso;
um encolhido ousar; ũa brandura;
um medo sem ter culpa; um ar sereno;
um longo e obediente sofrimento:
Esta foi a celeste fermosura
da minha Circe, e o mágico veneno
que pôde transformar meu pensamento.
Soneto:
Corpo: 4 estrofes (duas quadras e dois
tercetos);
Esquema rimático: ABBA ABBA CDE CDE
Versos:
Métrica: decassilábicos
Acentuação: Heróicos
Tema: A (beleza da) mulher amada
Assunto: Camões expõe à maneira de
Petrarca os atributos morais da mulher
amada e o fascínio que esta exerce
sobre ele.
A Lírica de Camões (medida nova)
15. O soneto – “Um mover d’olhos, brando e piadoso”
Um mover d’olhos, brando e piadoso,
sem ver de quê; um sorriso brando e honesto,
quase forçado; um doce e humilde gesto,
de qualquer alegria duvidoso;
um despejo quieto e vergonhoso;
um repouso gravíssimo e modesto;
ũa pura bondade, manifesto
indício da alma, limpo e gracioso;
um encolhido ousar; ũa brandura;
um medo sem ter culpa; um ar sereno;
um longo e obediente sofrimento:
Esta foi a celeste fermosura
da minha Circe, e o mágico veneno
que pôde transformar meu pensamento.
Ritmo: lento, proporcionado métrica
dos versos, pelo encavalgamento que
se verifica ao longo do poema e pela
repetição de determinadas palavras.
Predomínio dos nomes e adjetivos
abstratos e quase a inexistência de
verbos.
Predomínio das vogais brandas (i e u),
ou semivogais.
Existência ao longo do poema de
oxímoros e antíteses.
A Lírica de Camões (medida nova)
16. O soneto – “Um mover d’olhos, brando e piadoso”
Um mover d’olhos, brando e piadoso,
sem ver de quê; um sorriso brando e honesto,
quase forçado; um doce e humilde gesto,
de qualquer alegria duvidoso;
um despejo quieto e vergonhoso;
um repouso gravíssimo e modesto;
ũa pura bondade, manifesto
indício da alma, limpo e gracioso;
um encolhido ousar; ũa brandura;
um medo sem ter culpa; um ar sereno;
um longo e obediente sofrimento:
Esta foi a celeste fermosura
da minha Circe, e o mágico veneno
que pôde transformar meu pensamento.
Poder ‘maligno’ da amada: amor como
alquimia.
O seu carácter sublime transforma-se em
ameaça.
Beleza: aqui caracterizada pelos sentimentos
e por elementos de ordem moral e
psicológica.
Qualidades interiores mais importantes do
que os atributos físicos.
Aspeto espiritual
+
Aspeto material
=
Elevação (o caminho divino)
A Lírica de Camões (medida nova)
17. O soneto – “Um mover d’olhos, brando e piadoso”
1ª parte
(Duas quadras +
o primeiro
terceto)
• Enumeração dos atributos físicos e morais da mulher amada,
repetindo-se a mesma estrutura frásica (artigo indefinido +
substantivo + adjetivo).
• Trata-se do retrato da mulher amada, onde são focados
aspetos abstratos (conferidos pelo artigo indefinido).
• Na 1ª quadra, referem-se aspetos exteriores (olhar, riso, rosto)
e, em seguida, a descrição da amada engloba atitudes,
qualidades e estados.
2ª parte
(segundo
terceto)
• Atentar no pronome demonstrativo “Esta”, que introduz o fim
da enumeração presente na 1ª parte.
• O verbo “foi” é o verbo principal do texto.
• Nesta 2ª parte, sintetizam-se os atributos da mulher amada, que
fascina o poeta.
A Lírica de Camões (medida nova)