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revisão
Abordagem fisioterapêutica nas disfunções sexuais
femininas
Physical therapeutic approach of female sexual dysfunctions
Reny de Souza Antonioli1
, Danyelle Simões2
Revisão
Recebido em: 27/01/09
Aceito em: 24/08/09
Conflito de interesses: não
Endereço para correspondência:
Reny S Antonioli
R São Cosme e Damião, 70/01
CEP 25963-270, Teresópolis-RJ, Brasil.
E-mail: renyantonioli@hotmail.comTrabalho realizado no Centro Universitário Serra dos Órgãos -
UNIFESO, Teresópolis-RJ, Brasil.
1.Fisioterapeuta, Centro Universitário Serra dos Órgãos - UNIFESO,
Teresópolis-RJ, Brasil.
2.Fisioterapeuta, Especialista em Fisioterapia da Mulher e Fisioterapia
Dermato-Funcional, Professora Adjunta do Centro Universitário Serra dos
Órgãos - UNIFESO, Teresópolis-RJ, Brasil.
RESUMO
As disfunções sexuais constituem um problema que afeta a qualida-
de de vida de muitas mulheres. Dentre elas destacamos a dor pélvica
crônica, a anorgasmia secundária, o vaginismo e a dispareunia como
as principais manifestações anormais mais comumente encontradas.
É importante ressaltar que a incidência das disfunções é difícil de ser
determinada visto que muitas mulheres não procuram atendimento.
Em contrapartida, as que se mobilizam e vão a uma consulta, têm
encontrado poucas opções de tratamento, não incentivando as que
não buscam. Com isso, a fisioterapia começa a despontar como uma
nova alternativa para amenizar o problema. Assim, o objetivo desse
artigo é descrever as principais alternativas fisioterapêuticas que visam
minimizar as disfunções sexuais mais encontradas nas mulheres. Para
tal, foi realizada uma revisão da literatura incluindo livros, periódicos,
impressos e eletrônicos de 1993 a 2008 para embasamento do artigo.
Observou-se que a fisioterapia constitui uma opção viável e que, junta-
mente com as outras opções terapêuticas pode auxiliar no restabeleci-
mento de uma vida sexual saudável das mulheres afetadas.
Unitermos. Vida Sexual, Mulheres, Reabilitação.
Citação. Antonioli RS, Simões D. Abordagem fisioterapêutica nas
disfunções sexuais femininas.
ABSTRACT
The sexual dysfunctions are a problem that affects the life’s quality
of the women. We detach the chronic pelvic pain, the secondary
anorgasmy, the vaginism and the dyspareunia as the main manifes-
tations most found. It’s important to know that the incidence of
the dysfunctions is difficult to be determinate because the women
don’t look for attendance. But, the women that go to a consult
have found not much options of therapy, what don’t stimulate the
others. With it, the physical therapy starts to blunt as a new alter-
native to brighten up the problem. This way, the aim of this article
is to describe the main options of physical therapy treatment that
can decrease the most found sexual dysfunctions in women. It was
made a review including books, periodicals, printed matters and
electronics from 1993 up to 2008 as basement for the article. It
was observed that physical therapy is appearing as a viable practice
that, together with other therapeutic options, allows conditions for
reestablish a healthy sexual life of affected women.
Keywords. Sexual Life, Women, Rehabilitation.
Citation. Antonioli RS, Simões D. Physical therapeutic approach
of female sexual dysfunctions.
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revisão
INTRODUÇÃO
As disfunções sexuais interferem tanto na quali-
dade de vida das mulheres quanto no relacionamento
com os seus parceiros. É capaz de influenciar a saúde
física e mental e pode ser afetada por fatores orgânicos,
emocionais e sociais. O transtorno de qualquer uma
das fases da resposta sexual (desejo, excitação, orgasmo
e resolução) pode acarretar o surgimento de disfunções
sexuais1,2
. Em 2004, uma revisão sistemática3
sobre dis-
funções sexuais femininas constatou uma prevalência
de 64% de mulheres com disfunção do desejo, 35%
com disfunção orgásmica, 31% de excitação e 26%
de dispareunia. No Brasil, uma avaliação4
realizada
neste mesmo ano com 1219 mulheres, observaram
que 49% tinham pelo menos uma disfunção sexual,
sendo 26,7% disfunção do desejo, 23% dispareunia e
21% disfunção do orgasmo. A falta de conhecimento
e desinformação sobre a fisiologia da resposta sexual,
medicamentos, condições uroginecológicas patológi-
cas, problemas de ordem pessoal e, conflitos conjugais
podem desencadear sérios problemas emocionais nas
mulheres e consequentemente resultar em algum tipo
de disfunção sexual1
.
Apesar dos elevados números de ocorrência de
disfunção sexual em mulheres como essas na literatura
vigente, grande parcela destas mulheres não busca aju-
da médica, por vergonha, por frustração ou por falhas
de tentativas de tratamentos realizados por profissio-
nais não capacitados5
. Uma minoria das mulheres tem
a iniciativa de falar sobre suas dificuldades sexuais e
apenas uma pequena parcela dos ginecologistas ques-
tiona sobre a função sexual de suas pacientes. É pos-
sível que dificuldades pessoais do médico em relação à
própria sexualidade restrinjam o seu acesso à sexuali-
dade das pacientes6
. A disfunção sexual feminina tam-
bém está relacionada com a idade, progressiva e alta-
mente prevalente, afetando de 30 a 50% das mulheres
americanas. O censo populacional americano mostrou
que 9,7% milhões de americanas apresentam descon-
forto no intercurso e dificuldade de atingir o orgasmo.
A disfunção sexual feminina é um problema de saú-
de pública que afeta significativamente a qualidade de
vida das mulheres7
.
Com toda a certeza, este trabalho é interessante
aos olhos femininos que vendo os resultados alcança-
dos em diversas terapias, tem disseminado os benefí-
cios e quebrado estigmas, fazendo com que as mulheres
dêem crédito a novas alternativas2
. Assim, a fisioterapia
pode ser um caminho para o tratamento das disfun-
ções sexuais8
. Devido à grande quantidade de mulheres
que apresentam esse problema, entende-se também a
necessidade de outras áreas, como a medicina, enfer-
magem e a psicologia, abrangerem o tema. Nessa área a
fisioterapia é uma inovação que pode trazer benefícios
principalmente para as mulheres. A abordagem fisiote-
rapêutica nesse caso pode inserir técnicas simples e de
baixo custo como a cinesioterapia, através de exercícios
perineais, na tentativa de otimizar a vida sexual dessas
mulheres que enfrentam dificuldades para alcançar o
orgasmo7
. O intuito maior é, no entanto, proporcio-
nar uma vida sexual saudável às mulheres que é meta
de qualquer profissional da saúde engajado nessa área2
.
MÉTODOS
Neste estudo de revisão da literatura, foi reali-
zada uma busca nas Bases de Dados: Bireme, Scielo e
Pubmed com os seguintes unitermos: disfunção sexual,
mulheres, reabilitação, em português e inglês. Os arti-
gos, livros e periódicos relacionados compreendem o
período de 1993 a 2008.
RESULTADOS
Revisão de Literatura
Fisiologia X Fisiopatologia
A resposta sexual normal na mulher é mediada
por uma interação complexa de fatores psicológicos,
ambientais e fisiológicos (hormonais, vasculares, mus-
culares e neurológicos). A fase inicial da resposta sexu-
al é a do desejo, seguida por quatro fases sucessivas e
compreende a excitação, platô, orgasmo e resolução9,10
.
Quando a mulher se encontra diante de uma situação/
estímulo sexual, o desejo sexual pode ser desencade-
ado: apetite, libido, apetência. Esse processo pode se
estender e ser gratificante, traduzindo-se em excitação
sexual. A continuação desse fenômeno pode então cul-
minar em resposta orgástica11,12
.
A resposta sexual normal na mulher é mediada
por uma interação complexa de fatores psicológicos,
ambientais e fisiológicos (hormonais, vasculares, mus-
culares e neurológicos)9,10
. A resposta sexual preconiza
que o estímulo sexual interno (provocado por pensa-
mentos e fantasias), bem como o externo (desencade-
ado por tato, olfato, audição, gustação e visão), pro-
move a excitação, identificada pela vasocongestão da
vagina e da vulva. A continuidade do estímulo aumen-
ta o nível de tensão sexual, conduzindo a pessoa à fase
de platô, à qual se seguiria, caso o estímulo perdurasse,
o orgasmo. Na sequência, ocorre um período refratário
(resolução), quando o organismo retorna às condições
físicas e emocionais usuais, posto que, durante as fa-
ses anteriores, a respiração, os batimentos cardíacos, a
Rev Neurocienc 2010;18(2):267-274	 269
revisão
pressão arterial, a circulação periférica, a sudorese, a
piloereção, entre outras manifestações do organismo,
tenderiam a se pronunciar13
.
Em um primeiro momento, o desejo sexual, que
configura o início da resposta, compreende um impul-
so produzido pela atividade de centros específicos do
cérebro que se conectam com outros centros corti-
cais9,11,12
. Em seguida, a fase de excitação é caracteriza-
da por sentimentos eróticos e pelo surgimento de lu-
brificação vaginal10,14
. A primeira mudança que ocorre
é o aumento no fluxo sanguíneo genital e a contração
dos músculos perineais. A lubrificação vaginal inicia-se
poucos segundos e com o aumento da lubrificação, a
penetração do pênis se torna mais suave e fácil. O flu-
xo extra de sangue causa também um ingurgitamento
na vagina, levando ao estreitamento da mesma produ-
zindo o efeito de aprisionamento do pênis durante a
penetração10-12,14
.
A resposta ao estímulo sexual não é um processo
que envolve todo o corpo: as mulheres sexualmente ex-
citadas apresentam taquicardia, aumento da frequência
respiratória, elevação da pressão sanguínea, aumento
de calor generalizado, ingurgitamento mamário, ten-
são muscular generalizada (miotonia), ereção papilar e
petéquias na pele10,14
. Os músculos, por todo o corpo,
tornam-se tensos ou contraídos, a frequência cardíaca e
a respiratória tornam-se mais rápidas, e os mamilos fre-
quentemente tornam-se eretos10,15
. A fase de platô é um
período relativamente curto e intenso, a tensão sexual e
os sentimentos eróticos se intensificam e a vasoconges-
tão alcança a intensidade máxima9,10,15
. Após essa fase,
ocorre o orgasmo, que é uma resposta miotônica me-
diada pelo sistema nervoso simpático. Os músculos pe-
rivaginais e perineais que circundam o terço externo da
vagina ingurgitado contraem-se reflexa e ritmicamente
compondo assim a plataforma orgásmica10
.
O orgasmo é a sensação sexual mais intensa-
mente prazerosa: é uma reação que envolve contra-
ções espasmódicas de grupos musculares do abdome,
pescoço, face, nádegas, simultâneos, com ligeira perda
da consciência. O aumento da pressão arterial, da res-
piração e dos batimentos cardíacos atinge o máximo
durante o orgasmo10
. Após o orgasmo, as alterações
fisiológicas revertem-se e o corpo retorna ao estado de
não excitação. Após aproximadamente meia hora ou
mais, o inchaço pélvico diminui e o clitóris, a vagina
e o útero retornam à condição normal15
. Após a libe-
ração súbita da tensão sexual que ocorre por causa do
orgasmo, as mulheres experimentam uma sensação de
relaxamento e bem-estar. É o período de resolução, no
qual os tecidos reativos e todo o corpo voltam ao seu
estado normal de repouso9,10,14
. Ao contrário dos ho-
mens, as mulheres podem experimentar vários orgas-
mos, pois nelas não existe o período refratário11
.
Como descrito, a resposta sexual é determinada
pela interação dos fatores físicos, psicossociais e fami-
liares e se compõem de quatro fases. A interrupção em
uma das fases que determina o ciclo da resposta sexual
é denominada disfunção sexual1,15
.
Etiologia das DSF
Qualquer condição médica que cause dor ou
desconforto pode resultar indiretamente na redução
do desejo sexual enquanto a idade, o desequilíbrio
endocrinológico e alguns fármacos desempenham um
papel mais ativo16
. Além disso, o abuso de álcool in-
terfere com maior frequência na fase de desejo11
. As
causas orgânicas de desejo sexual hipoativo são raras,
pois em geral estão ligadas a diminuição da testostero-
na, aumento da prolactina, baixo nível de hormônios
tireoideanos, uso de certos medicamentos. Diferentes
medicações podem proporcionar reações negativas na
resposta sexual. Mulheres usuárias de agentes anti-
hipertensivos, inibidores seletivos da recaptação de
serotonina e drogas quimioterápicas, frequentemente
relatam diminuição do desejo sexual, da excitação e di-
ficuldade em atingir o orgasmo1,7,16
.
Os processos fisiológicos envolvidos no fenô-
meno de excitação sexual podem ser perturbados por
alterações vasculares, que originam fluxo sanguíneo da
vagina e do clitóris e consequentemente, diminuição
da lubrificação vaginal, e neurológico, por exemplo,
déficits secundários à diabetes ou esclerose múltipla.
Embora uma variedade de desordens médicas e psico-
gênicas resulte em decréscimo do ingurgitamento cli-
toriano, a insuficiência vascular é uma importante cau-
sa de disfunção sexual e deve ser considerada durante a
avaliação e no diagnóstico diferencial de mulheres com
disfunção sexual7
. Das alterações endocrinológicas,
as hipoestrogenias podem aumentar a secura vaginal,
diminuir o desejo e ocasionar a disfunção da excita-
ção7,16
. Qualquer alteração no tônus dos músculos que
formam o assoalho pélvico pode determinar o surgi-
mento de vaginismo ou anorgasmia coital. As queixas
sexuais mais comuns associadas à deficiência de estro-
gênio ou testosterona são o ressecamento vaginal1
.
A tendência atual é considerar toda disfunção
sexual como tendo comprometimentos mistos: anatô-
micos, patológicos e iatrogênicos1,16
. Situações congê-
nitas como malformações genitais que tornam o coito
doloroso; estados de doença aguda ou crônica como
infecções do trato urinário constituem os fatores de or-
270	 Rev Neurocienc 2010;18(2):267-274
revisão
dem patológica; por fim, os resultados de procedimen-
tos médicos como a episiotomia podem também gerar
dor na relação sexual. No caso do vaginismo, têm sido
referidos um vasto número de causas e processos bioló-
gicos, como por exemplo, vaginites, congestão pélvica,
episiotomia e histerectomia vaginal16
.
As contribuições psicológicas e do contexto
sócio-cultural na expressão saudável da sexualidade e
consequente disfunção parecem ser elevadas. A etio-
logia psicológica decorre muitas vezes apenas da ina-
dequação das carícias e jogos sexuais preliminares e
do uso de estímulos eróticos prévios11
. A presença de
estados emocionais negativos como a raiva, depres-
são, estresse, ansiedade ou medo, baixa auto-estima,
má imagem corporal e ansiedade de desempenho; ex-
periências prévias traumáticas, com dor ou de abuso
sexual; fatores educacionais e culturais como contribu-
tos na formação de crenças errôneas e desinformação
acerca da sexualidade e ortodoxia religiosa; aspectos do
relacionamento conjugal como o papel do parceiro e
conflitos entre o casal. Os fatores relacionais (hostilida-
de, indiferença, dificuldades de assertividade, mono-
tonia, infidelidade e competição, entre outros) devem
ser considerados tanto no diagnóstico como no trata-
mento das DSF. Relativamente à disfunção orgásmica
salienta-se a associação de determinados fatores sócio-
demográficos tais como a idade (jovens), estado civil
(solteiras) e nível educacional (baixo)11,16
.
Principais DSF
Em um dos estudos1 encontrados na literatura
sobre disfunção sexual feminina, foram analisadas as
respostas de 300 questionários sobre o comportamento
sexual, o conhecimento e a atitude em relação à sexu-
alidade de mulheres iranianas, observaram que 38%
das mulheres entre 16 e 53 anos relataram pelo menos
uma disfunção sexual. Verificaram que a disfunção do
orgasmo ocorreu em 26% das mulheres, a do desejo
em 15% e a da excitação em mais 15%. Cerca de 8%
apresentaram vaginismo e 10% dispareunia, havendo
pelo menos uma disfunção sexual em mais de 1/3 da
população estudada e na ocorrência da disfunção do
orgasmo como a mais frequente.
Dor pélvica Crônica (DPC)
Uma delas é a dor pélvica crônica, que pode ser
contínua ou intermitente, cíclica ou não, que persis-
te por pelo menos dois meses, podendo causar danos
físicos, psíquicos e sociais, geralmente restringindo o
convívio diário do paciente17-20
. A definição de DPC é
objeto de muitas controvérsias: alguns a definem como
dor abdominal baixa que perdura por mais de seis me-
ses de evolução, comprometendo a qualidade de vida
da mulher, excluindo a dispareunia profunda e disme-
norréia como variações de DPC. Outros, entretanto a
definem de forma mais global, como uma dor constan-
te com mais de três meses de evolução, um tipo de dor
intermitente que se apresenta por mais de seis meses,
incluindo a dispareunia profunda e a dismenorréia21
.
O estudo da dor pélvica crônica é um assunto
completo e de extrema importância devido não só a
sua alta frequência, como também ao seu caráter sub-
jetivo. Apenas 25% dos casos têm como origem a geni-
tália interna, sendo que os fisioterapeutas estão muito
propensos a se envolver com tratamento de dor pélvica
oriundas de causas músculo-esqueléticas, dispareunia
ou relaxamento pélvico17-19
. As causas psicológicas tem
tomado uma importância maior que deveria pelo apoio
na condição psicológica como causa da DPC. Porém,
é evidente que as pacientes com DPC apresentem ín-
dices maiores de hipocondria, depressão e histeria que
outras em diferente situação. Entretanto, estas diferen-
ças não são significativas ao se comparar mulheres com
DPC de causa orgânica com aquelas que apresentam
causas não-orgânicas. Portanto a conduta mais apro-
priada em primeira instância é estar certo da possível
causa para assim aplicar o tratamento que parecer mais
apropriado21
.
Anorgasmia Secundária
A anorgasmia secundária atinge um número
extremamente grande de mulheres, no entanto é di-
fícil saber ao certo o número exato das mulheres que
são vítimas dessa disfunção, pois destas, ao tratar de
anorgasmia, a primeira atitude defensiva é negá-la21
.
As mulheres podem desenvolvê-la em função de diver-
sos problemas: de relacionamento, depressão, abuso
de drogas, medicamentos de prescrição, doenças crô-
nicas, deficiência estrogênica ou distúrbios neurológi-
cos (esclerose múltipla, neuropatia alcoólica, mielites,
neuropatia diabética do clitóris), lesões cirúrgicas e
traumatismos (linfadenectomia retroperineal, paraple-
gia, transtornos endócrinos e metabólicos (deficiência
tireoideana, enfermidades das supra-renais, transtor-
nos hipofisários). Antidepressivos, bloqueadores dos
receptores alfa-adrenérgicos e altas doses de sedativos,
estejam envolvidos na gênese da anorgasmia. O mes-
mo ocorre com o uso de narcóticos e de álcool17-20
.
As causas psicológicas são as mais frequentes,
entre elas, as causas sócio-culturais, tabus e mensagens
familiares, experiências sexuais desagradáveis no início
da sexualidade e técnicas sexuais ineficientes. A causa
Rev Neurocienc 2010;18(2):267-274	 271
revisão
psicológica mais comum de anorgasmia é a auto-ob-
servação e a monitoração obsessivas durante a fase de
excitação frequentemente acompanhada de ansiedade
e pensamentos negativos e de auto-depreciação que
causam distração18-20
. Uma mulher com disfunção or-
gásmica pode ficar tão ocupada monitorando a respos-
ta sexual dela própria e do seu parceiro e preocupada
em não falhar que ela própria não consegue relaxar o
suficiente para permitir que os seus reflexos naturais
cresçam e desencadeiem um orgasmo17,18,20
.
Vaginismo
O vaginismo que é uma síndrome psicossomá-
tica bem caracterizada, em que ocorre uma contratura
involuntária dos músculos perineais a qual impede, to-
tal ou parcialmente, a penetração na vagina, impossibi-
litando o coito. É um reflexo involuntário precipitado
por tentativas reais ou imaginárias de penetração va-
ginal Esta condição resulta da associação da atividade
sexual com dor e medo7,17
. Pode ser causado por abu-
so físico ou sexual, procedimentos médicos realizados
durante a infância, dor no primeiro intercurso sexual
e medo da gravidez. Outros fatores incluem religião
ortodoxa, medo da intimidade e/ou agressão e pensa-
mento fixo de que a vagina é muito pequena7
. O va-
ginismo pode ser primário, quando a mulher nunca
conseguiu ter um coito, ou secundário, o qual em geral
deve-se ao surgimento de dispareunia17-20
. As mulheres
com vaginismo normalmente apresentam desejo, exci-
tação e orgasmo com outros tipos de relação onde não
haja penetração, apresentam lubrificação vaginal e são
orgásmica, mas são incapazes de ter o coito18,19
.
O vaginismo pode ser uma resposta condicio-
nada a uma experiência ruim, tal como abuso sexual
no passado, um primeiro exame pélvico doloroso ou
uma primeira tentativa de penetração dolorosa. Pode
ser secundário à ortodoxia religiosa ou a problemas de
orientação sexual17,18
. Muitas mulheres com vaginismo
têm um medo enorme da penetração e conceitos erra-
dos sobre a sua anatomia e acerca do tamanho da sua
vagina, acham que sua vagina é muito pequena para
acomodar um tampão ou pênis e que, se for coloca-
da qualquer coisa dentro da vagina, isso causará uma
grande lesão física. A mulher tem sentimentos de in-
ferioridade, frustração, depressão, tristeza e angústia.
A anamnese pode sugerir o diagnóstico, mas é confir-
mado apenas através do exame pélvico e ao observar a
reação da paciente que tenta escapar da aproximação
do examinador17-20
.
Dispareunia
A dispareunia é a dor genital que ocorre antes,
durante ou após o coito, na ausência de vaginismo. A
repetição da dor durante o coito pode causar angús-
tia marcante, ansiedade e dificuldades interpessoais,
levando a paciente à antecipação de uma experiência
sexual negativa e, por fim, a evitar o sexo18,19
. Este ter-
mo é utilizado para descrever a dor durante a penetra-
ção, mas pode ocorrer durante a estimulação sexual.
Dor superficial pode ocorrer devido a vulvovaginite,
herpes genital, uretrite, atrofia vulvovaginal, irritan-
tes (espermaticidas e látex), episiotomias, radioterapia
local e traumas sexuais. Dispareunia profunda resulta
de trauma pélvico durante o intercurso sexual, doença
inflamatória pélvica, fibromialgia, cirurgia abdominal,
pélvica ou ginecológica, aderência pós-operatória, en-
dometriose, tumores pélvicos e genitais; sintomas do
trato urinário, incluindo bexiga hiperativa e/ou incon-
tinência e infecções do trato urinário, cistite intersticial
e cisto de ovário7
.
Pode ser dividida em superficial (dor no intróito
vaginal), profunda (dor com penetração profunda) e
intermediária (dor no conduto médio da vagina)17, 18
.
É a disfunção sexual na qual mais frequentemente en-
contram-se causas orgânicas, em torno de 60% e pode
ser generalizada ou situacional, primária ou secundá-
ria. A dispareunia secundária ocorre, em média, após
10 anos do início da atividade sexual e a dispareunia
crônica poderá levar ao vaginismo como um mecanis-
mo de defesa do próprio corpo19,20
. Para o seu diagnós-
tico são necessários anamnese bem feita e exame físico
minucioso11
.
Avaliação Fisioterapêutica
O terapeuta deve estar bem com a sua sexuali-
dade, atender aos aspectos éticos e considerar a relação
entre os distúrbios orgânicos e os psíquicos, a terapia
deve ser do casal e com abordagem multidisciplinar
(ginecologista, urologista e psicoterapeuta); a equipe
deve funcionar como catalisadora para comunicação e
descrição da base psicossocial das disfunções; deve-se
reconhecer o temor da paciente em relação ao seu de-
sempenho social e a seus preconceitos, tabus e princí-
pios morais; estimular uma atitude de auto-observação
(auto-exame, exploração dos genitais, exercícios espe-
cíficos); relaxamento; apoio; tratamento da causa orgâ-
nica (medicamentoso, hormonal, uso de lubrificantes,
cirúrgico e outros)22
. Devem-se considerar, ainda, a
idade da mulher e a sua experiência sexual. Mulheres
jovens e/ou principiantes costumam apresentar dificul-
dade para relaxamento/lubrificação, o que é bastante
272	 Rev Neurocienc 2010;18(2):267-274
revisão
compreensível e não significa disfunção, enquanto não
houver experiência sexual suficiente13
.
A coexistência de disfunção sexual e transtorno
de personalidade resultam em dois diagnósticos distin-
tos, da mesma forma que a coexistência da disfunção
sexual com alguma outra condição médica geral. Dada
a multiplicidade de fatores envolvidos, recomenda-se
avaliação psicossocial, de preferência por equipe mul-
tidisciplinar, principalmente naqueles casos em que a
disfunção ocorre desde o início da vida sexual ou so-
fre influência de condições psicológicas e relacionais,
tais como: condições de vida estressantes, mudanças
na parceria, conflitos no vínculo conjugal e disfunção
sexual do parceiro13
.
Anamnese
A queixa da paciente, aliada à presença de al-
guns elementos de anamnese, é fundamental. Deve-se
considerar que um mínimo de seis meses de sintoma-
tologia é critério indispensável para a caracterização da
disfunção13
. No exame subjetivo, a anamnese deve ser
bem detalhada. Porém, as mulheres normalmente se
sentem inconfortáveis para relatar o problema. Pergun-
tar se a mulher está passando por dificuldades no in-
tercurso sexual é uma ferramenta útil para determinar
qual é o problema23
. Além disso, devem-se investigar
as condições do(a) parceiro(a), para se afastar possíveis
equívocos de interpretação ante o quadro referido pela
paciente. Assim, um homem com ejaculação precoce
pode conduzir sua parceira a se considerar anorgásmi-
ca, quando, de fato, a precocidade dele a impede de
concluir o ciclo de resposta sexual com êxito. Estimula-
ção inadequada em foco, intensidade ou duração exclui
o diagnóstico de disfunção de excitação ou orgasmo13
.
Vale ressaltar que também é importante a co-
leta de dados sobre alguns aspectos da história gine-
cológica: história menstrual, incluindo sangramentos
irregulares que podem interferir no sexo; episódios de
infecção pélvica, endometriose, cistos, fibroses e ou-
tros. Segue algumas questões que podem ser aplicadas:
Quanto tempo tem o problema? Como é a dor? Com
que frequência faz sexo? A dor ocorre superficialmen-
te ou durante a penetração? Há alguma posição que
melhora ou piora a dor no intercurso? A dor durante
a relação sexual está interferindo na relação com o seu
parceiro? Você sente o mesmo desconforto ao se mas-
turbar?23
Inspecionar detalhadamente a vulva, atentando
para a anatomia normal, presença de sinais de candi-
díase, cistos, traumas, episiotomias, hímem, prolapso
e tamanho do intróito. Uma inspeção cuidadosa da
região perianal pode ser realizada pelo mesmo tempo.
Deve-se utilizar também o dedo para palpar as pare-
des vaginais (se tolerável). É importante salientar que
o exame pélvico propriamente deve ser cauteloso, pois
pode ser traumático e agravar a dor. Deve-se realizar a
inspeção da genitália feminina, onde se pode observar,
afastando os grandes lábios, uma melhor visualização
do intróito vaginal. Se possível também avaliar o grau
de força perineal através do toque bidigital23
. Mulheres
com pressão vaginal inferior a 30 mmhg apresentam
disfunção sexual24
. Nos casos de disfunção sexual fe-
minina é de suma importância avaliar o grau de pres-
são vaginal para que um tratamento adequado e um
equilíbrio sexual da mulher ocorram. Portanto, vê-se
a necessidade de uma medição do grau de pressão da
musculatura perineal para assim podermos fazer uso
do tratamento fisioterapêutico e avaliar os efeitos do
fortalecimento perineal sobre a vida sexual feminina.
Tratamento fisioterapêutico proposto
Os métodos fisioterapêuticos utilizados ba-
seiam-se na contração voluntária dos músculos peri-
neais para reeducar o assoalho pélvico e aumentar seu
tônus muscular. A aplicação dos protocolos de trata-
mento difere consideravelmente, mas a magnitude das
resistências aplicadas, as durações do tempo de con-
tração e de repouso dependem, também, de uma po-
sição correta da bacia e de uma respiração normal. Em
relação à respiração, há variações inter-individuais im-
portantes, pois algumas mulheres contraem melhor o
assoalho pélvico na expiração e outras na inspiração25
.
Cone vaginal
Outra modalidade de exercício foi instituída
através da utilização de pequenas cápsulas de formato
anatômico, constituindo um conjunto de cinco cones
de diferentes pesos progressivos, variando de 20g à 70g
aproximadamente26,27
. Os cones vaginais buscam efe-
tividade por propiciar um ganho de força e resistência
muscular por meio do estímulo para recrutamento das
musculaturas pubiococcígea e auxiliar periférica, que
devem reter os cones cada vez mais pesados além de
proporcionar à mulher uma conscientização da contra-
ção do assoalho pélvico, que segundo alguns autores, é
melhor quando utilizada técnica de contato intracavi-
tário, oferecendo mais resultados que a orientação ver-
bal25
. Assim, a ação reflexa automática da musculatura
do pavimento pélvico proporciona uma fisioterapia
interna que rapidamente restabelece o tônus muscular
interessado e promove maior conscientização perine-
al28
.
Rev Neurocienc 2010;18(2):267-274	 273
revisão
muscular, porém, a corrente elétrica deve ser ajustada
a um nível em que esta possa ser sentida, mas não ser
desagradável para a paciente, suficiente para que seja
percebida a contração da musculatura pélvica durante
a estimulação26,29
.
Não há relatos de morbidade significante des-
sa forma de terapia. Efeitos colaterais que são comuns
com tratamento medicamentoso não acompanham
este tratamento, porém alguns pacientes relatam algum
desconforto ou irritação local. Pacientes com marca-
passo (ou outros implantes elétricos) devem considerar
métodos alternativos de tratamento, baseados teorica-
mente nos riscos elétricos. No entanto, não há nenhu-
ma análise econômica dessa terapia30
.
Trabalho manual (toque bidigital)
O fisioterapeuta introduz dois dedos (o médio
e o indicador) na vagina da paciente, até o local onde
deve contrair. Ao localizar a musculatura que será re-
crutada, o terapeuta afasta os dedos para assim poder
graduar a força de contração26
. Este pode ser graduado
de 0 a 3 (0 – sem contração, 1 - pouca contração, 2 –
tem contração mas não vence a resistência feita pela
mão, 3- contração que vence a resistência da mão)19
.O
objetivo dessa técnica é também promover a concien-
tização da musculatura perineal através da contração
e do relaxamento mediante o comando verbal. Dessa
forma, a mulher terá um conhecimento corporal mais
aprimorado e aprenderá a relaxar a musculatura duran-
te a relação sexual26
.
Orientações Domiciliares
Torna-se imperativa no tratamento conservador
a todas as mulheres, e como parte integrante do trata-
mento as pacientes devem utilizar também um pro-
grama domiciliar de exercícios como rotina diária de
manutenção. Os exercícios só poderão ser feitos após
a conscientização dos músculos perineais. Estes exer-
cícios deverão obedecer a critérios como o número de
repetições e a associação com a respiração se necessário.
É importante que se tenha um conhecimento exato da
musculatura que se deve trabalhar, pois a ação sinergis-
ta poderá ser adicionada a ação da musculatura perine-
al interferindo na terapêutica focada nos músculos que
circundam o intróito vaginal31
.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estas técnicas fisioterapêuticas podem ter di-
versas finalidades e são comumente aplicadas no trata-
mento da incontinência urinária feminina e masculina
e no pós-operatório de prostatectomia. No entanto,
Exercícios de Kegel
Elaborado por Dr. Arnold Kegel nas décadas de
40 e 50, são utilizados para ganhar controle sobre os
músculos que circundam o intróito, pois consistem em
exercícios voluntários de contração e relaxamento desse
aparato anatômico (pavimento pélvico e estriado ure-
tral)9
. Os bons resultados da técnica reside na completa
compreensão por parte da paciente em como realizar
os exercícios26,28
. A execução dos exercícios perineais
supervisionados pode ser feita em associação à respira-
ção abdominal-diafragmática e os exercícios realizados
pela paciente seguem instruções verbais do terapeuta25
.
Cada contração pode ser sustentada por 5 segundos,
em séries de 8 repetições com a paciente em diferen-
tes posições para a realização dos exercícios como por
exemplo em cúbito dorsal com joelhos flexionados e
pés apoiados. Podem ser feitas, também, contrações
perineais breves por 1 a 2 segundos. Esta técnica auxi-
lia tanto no fortalecimento quanto na conscientização
perineal, para melhor controle sobre a musculatura no
ato sexual além de uma medida profilática para a saúde
com o passar dos anos e acontecimentos que podem
interferir no períneo.
Biofeedback
O biofeedback é um método de reeducação que
tem um efeito modulatório sobre o Sistema Nervo-
so Central SNC através da utilização de uma retro-
informação externa como meio de aprendizado. Esse
método consiste na aplicação de eletrodos acoplados
na musculatura do assoalho pélvico e musculatura si-
nergista (glúteo máximo, adutores e abdominais), que
através de comandos verbais dados pelo fisioterapeuta,
orientará os músculos do assoalho pélvico excluindo a
sinergista. O objetivo do tratamento por biofeedback
é de ajudar as pacientes a desenvolver maior percepção
e controle voluntário dos músculos do assoalho pélvi-
co. Sua contribuição consiste também em garantir a
aquisição rápida, precisa, segura da participação da pa-
ciente em sua reeducação25
. O treinamento do controle
voluntário eficiente da função do assoalho pélvico é ca-
paz de reestabilizar os circuitos neuronais e aperfeiçoar
a função dos alvos periféricos28
.
Eletroestimulação
A eletroestimulação consiste na colocação intra-
vaginal de um dispositivo de aproximadamente 7 cm
de comprimento e 2,5cm de diâmetro com frequência
de 10 e 50hz, o qual promove potentes estímulos elé-
tricos na região pudenda. Este técnica é muito eficaz
para a conscientização do assoalho pélvico e reforço
274	 Rev Neurocienc 2010;18(2):267-274
revisão
na, UNISUL, 2005, 19p.
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neonatologia. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2002, p.465-9.
estes recursos estão sendo aplicados nas DSF e com re-
sultados satisfatórios em função de estarem baseados
na reeducação perineal. As DSF podem advir de diver-
sos fatores, porém os mais comuns são os psicológicos,
que somado ao desconhecimento corporal, resultam
nas mesmas. Assim, as técnicas também parecem ser
efetivas na conscientização perineal que aparece como
a causa mais provável da maioria das DSF.
Novas perspectivas de tratamento fisioterapêu-
ticos nas disfunções sexuais femininas. Entretanto é
fundamental que haja uma interação multidisciplinar
para trabalhar com estas alterações na função sexual da
mulher e estabelecer um aumento da eficácia da tera-
pêutica. Novas pesquisas devem ser estimuladas a res-
peito do tema, principalmente os ensaios clínicos que
possibilitarão respostas mais substanciais referentes à
eficácia e a contribuição da intervenção fisioterápica
nas disfunções sexuais femininas.
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vida sexual feminina (tese). Tubarão: Universidade do Sul de Santa Catari-

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Abordagem fisioterapêutica nas disfunções sexuais femininas

  • 1. Rev Neurocienc 2010;18(2):267-274 267 revisão Abordagem fisioterapêutica nas disfunções sexuais femininas Physical therapeutic approach of female sexual dysfunctions Reny de Souza Antonioli1 , Danyelle Simões2 Revisão Recebido em: 27/01/09 Aceito em: 24/08/09 Conflito de interesses: não Endereço para correspondência: Reny S Antonioli R São Cosme e Damião, 70/01 CEP 25963-270, Teresópolis-RJ, Brasil. E-mail: renyantonioli@hotmail.comTrabalho realizado no Centro Universitário Serra dos Órgãos - UNIFESO, Teresópolis-RJ, Brasil. 1.Fisioterapeuta, Centro Universitário Serra dos Órgãos - UNIFESO, Teresópolis-RJ, Brasil. 2.Fisioterapeuta, Especialista em Fisioterapia da Mulher e Fisioterapia Dermato-Funcional, Professora Adjunta do Centro Universitário Serra dos Órgãos - UNIFESO, Teresópolis-RJ, Brasil. RESUMO As disfunções sexuais constituem um problema que afeta a qualida- de de vida de muitas mulheres. Dentre elas destacamos a dor pélvica crônica, a anorgasmia secundária, o vaginismo e a dispareunia como as principais manifestações anormais mais comumente encontradas. É importante ressaltar que a incidência das disfunções é difícil de ser determinada visto que muitas mulheres não procuram atendimento. Em contrapartida, as que se mobilizam e vão a uma consulta, têm encontrado poucas opções de tratamento, não incentivando as que não buscam. Com isso, a fisioterapia começa a despontar como uma nova alternativa para amenizar o problema. Assim, o objetivo desse artigo é descrever as principais alternativas fisioterapêuticas que visam minimizar as disfunções sexuais mais encontradas nas mulheres. Para tal, foi realizada uma revisão da literatura incluindo livros, periódicos, impressos e eletrônicos de 1993 a 2008 para embasamento do artigo. Observou-se que a fisioterapia constitui uma opção viável e que, junta- mente com as outras opções terapêuticas pode auxiliar no restabeleci- mento de uma vida sexual saudável das mulheres afetadas. Unitermos. Vida Sexual, Mulheres, Reabilitação. Citação. Antonioli RS, Simões D. Abordagem fisioterapêutica nas disfunções sexuais femininas. ABSTRACT The sexual dysfunctions are a problem that affects the life’s quality of the women. We detach the chronic pelvic pain, the secondary anorgasmy, the vaginism and the dyspareunia as the main manifes- tations most found. It’s important to know that the incidence of the dysfunctions is difficult to be determinate because the women don’t look for attendance. But, the women that go to a consult have found not much options of therapy, what don’t stimulate the others. With it, the physical therapy starts to blunt as a new alter- native to brighten up the problem. This way, the aim of this article is to describe the main options of physical therapy treatment that can decrease the most found sexual dysfunctions in women. It was made a review including books, periodicals, printed matters and electronics from 1993 up to 2008 as basement for the article. It was observed that physical therapy is appearing as a viable practice that, together with other therapeutic options, allows conditions for reestablish a healthy sexual life of affected women. Keywords. Sexual Life, Women, Rehabilitation. Citation. Antonioli RS, Simões D. Physical therapeutic approach of female sexual dysfunctions.
  • 2. 268 Rev Neurocienc 2010;18(2):267-274 revisão INTRODUÇÃO As disfunções sexuais interferem tanto na quali- dade de vida das mulheres quanto no relacionamento com os seus parceiros. É capaz de influenciar a saúde física e mental e pode ser afetada por fatores orgânicos, emocionais e sociais. O transtorno de qualquer uma das fases da resposta sexual (desejo, excitação, orgasmo e resolução) pode acarretar o surgimento de disfunções sexuais1,2 . Em 2004, uma revisão sistemática3 sobre dis- funções sexuais femininas constatou uma prevalência de 64% de mulheres com disfunção do desejo, 35% com disfunção orgásmica, 31% de excitação e 26% de dispareunia. No Brasil, uma avaliação4 realizada neste mesmo ano com 1219 mulheres, observaram que 49% tinham pelo menos uma disfunção sexual, sendo 26,7% disfunção do desejo, 23% dispareunia e 21% disfunção do orgasmo. A falta de conhecimento e desinformação sobre a fisiologia da resposta sexual, medicamentos, condições uroginecológicas patológi- cas, problemas de ordem pessoal e, conflitos conjugais podem desencadear sérios problemas emocionais nas mulheres e consequentemente resultar em algum tipo de disfunção sexual1 . Apesar dos elevados números de ocorrência de disfunção sexual em mulheres como essas na literatura vigente, grande parcela destas mulheres não busca aju- da médica, por vergonha, por frustração ou por falhas de tentativas de tratamentos realizados por profissio- nais não capacitados5 . Uma minoria das mulheres tem a iniciativa de falar sobre suas dificuldades sexuais e apenas uma pequena parcela dos ginecologistas ques- tiona sobre a função sexual de suas pacientes. É pos- sível que dificuldades pessoais do médico em relação à própria sexualidade restrinjam o seu acesso à sexuali- dade das pacientes6 . A disfunção sexual feminina tam- bém está relacionada com a idade, progressiva e alta- mente prevalente, afetando de 30 a 50% das mulheres americanas. O censo populacional americano mostrou que 9,7% milhões de americanas apresentam descon- forto no intercurso e dificuldade de atingir o orgasmo. A disfunção sexual feminina é um problema de saú- de pública que afeta significativamente a qualidade de vida das mulheres7 . Com toda a certeza, este trabalho é interessante aos olhos femininos que vendo os resultados alcança- dos em diversas terapias, tem disseminado os benefí- cios e quebrado estigmas, fazendo com que as mulheres dêem crédito a novas alternativas2 . Assim, a fisioterapia pode ser um caminho para o tratamento das disfun- ções sexuais8 . Devido à grande quantidade de mulheres que apresentam esse problema, entende-se também a necessidade de outras áreas, como a medicina, enfer- magem e a psicologia, abrangerem o tema. Nessa área a fisioterapia é uma inovação que pode trazer benefícios principalmente para as mulheres. A abordagem fisiote- rapêutica nesse caso pode inserir técnicas simples e de baixo custo como a cinesioterapia, através de exercícios perineais, na tentativa de otimizar a vida sexual dessas mulheres que enfrentam dificuldades para alcançar o orgasmo7 . O intuito maior é, no entanto, proporcio- nar uma vida sexual saudável às mulheres que é meta de qualquer profissional da saúde engajado nessa área2 . MÉTODOS Neste estudo de revisão da literatura, foi reali- zada uma busca nas Bases de Dados: Bireme, Scielo e Pubmed com os seguintes unitermos: disfunção sexual, mulheres, reabilitação, em português e inglês. Os arti- gos, livros e periódicos relacionados compreendem o período de 1993 a 2008. RESULTADOS Revisão de Literatura Fisiologia X Fisiopatologia A resposta sexual normal na mulher é mediada por uma interação complexa de fatores psicológicos, ambientais e fisiológicos (hormonais, vasculares, mus- culares e neurológicos). A fase inicial da resposta sexu- al é a do desejo, seguida por quatro fases sucessivas e compreende a excitação, platô, orgasmo e resolução9,10 . Quando a mulher se encontra diante de uma situação/ estímulo sexual, o desejo sexual pode ser desencade- ado: apetite, libido, apetência. Esse processo pode se estender e ser gratificante, traduzindo-se em excitação sexual. A continuação desse fenômeno pode então cul- minar em resposta orgástica11,12 . A resposta sexual normal na mulher é mediada por uma interação complexa de fatores psicológicos, ambientais e fisiológicos (hormonais, vasculares, mus- culares e neurológicos)9,10 . A resposta sexual preconiza que o estímulo sexual interno (provocado por pensa- mentos e fantasias), bem como o externo (desencade- ado por tato, olfato, audição, gustação e visão), pro- move a excitação, identificada pela vasocongestão da vagina e da vulva. A continuidade do estímulo aumen- ta o nível de tensão sexual, conduzindo a pessoa à fase de platô, à qual se seguiria, caso o estímulo perdurasse, o orgasmo. Na sequência, ocorre um período refratário (resolução), quando o organismo retorna às condições físicas e emocionais usuais, posto que, durante as fa- ses anteriores, a respiração, os batimentos cardíacos, a
  • 3. Rev Neurocienc 2010;18(2):267-274 269 revisão pressão arterial, a circulação periférica, a sudorese, a piloereção, entre outras manifestações do organismo, tenderiam a se pronunciar13 . Em um primeiro momento, o desejo sexual, que configura o início da resposta, compreende um impul- so produzido pela atividade de centros específicos do cérebro que se conectam com outros centros corti- cais9,11,12 . Em seguida, a fase de excitação é caracteriza- da por sentimentos eróticos e pelo surgimento de lu- brificação vaginal10,14 . A primeira mudança que ocorre é o aumento no fluxo sanguíneo genital e a contração dos músculos perineais. A lubrificação vaginal inicia-se poucos segundos e com o aumento da lubrificação, a penetração do pênis se torna mais suave e fácil. O flu- xo extra de sangue causa também um ingurgitamento na vagina, levando ao estreitamento da mesma produ- zindo o efeito de aprisionamento do pênis durante a penetração10-12,14 . A resposta ao estímulo sexual não é um processo que envolve todo o corpo: as mulheres sexualmente ex- citadas apresentam taquicardia, aumento da frequência respiratória, elevação da pressão sanguínea, aumento de calor generalizado, ingurgitamento mamário, ten- são muscular generalizada (miotonia), ereção papilar e petéquias na pele10,14 . Os músculos, por todo o corpo, tornam-se tensos ou contraídos, a frequência cardíaca e a respiratória tornam-se mais rápidas, e os mamilos fre- quentemente tornam-se eretos10,15 . A fase de platô é um período relativamente curto e intenso, a tensão sexual e os sentimentos eróticos se intensificam e a vasoconges- tão alcança a intensidade máxima9,10,15 . Após essa fase, ocorre o orgasmo, que é uma resposta miotônica me- diada pelo sistema nervoso simpático. Os músculos pe- rivaginais e perineais que circundam o terço externo da vagina ingurgitado contraem-se reflexa e ritmicamente compondo assim a plataforma orgásmica10 . O orgasmo é a sensação sexual mais intensa- mente prazerosa: é uma reação que envolve contra- ções espasmódicas de grupos musculares do abdome, pescoço, face, nádegas, simultâneos, com ligeira perda da consciência. O aumento da pressão arterial, da res- piração e dos batimentos cardíacos atinge o máximo durante o orgasmo10 . Após o orgasmo, as alterações fisiológicas revertem-se e o corpo retorna ao estado de não excitação. Após aproximadamente meia hora ou mais, o inchaço pélvico diminui e o clitóris, a vagina e o útero retornam à condição normal15 . Após a libe- ração súbita da tensão sexual que ocorre por causa do orgasmo, as mulheres experimentam uma sensação de relaxamento e bem-estar. É o período de resolução, no qual os tecidos reativos e todo o corpo voltam ao seu estado normal de repouso9,10,14 . Ao contrário dos ho- mens, as mulheres podem experimentar vários orgas- mos, pois nelas não existe o período refratário11 . Como descrito, a resposta sexual é determinada pela interação dos fatores físicos, psicossociais e fami- liares e se compõem de quatro fases. A interrupção em uma das fases que determina o ciclo da resposta sexual é denominada disfunção sexual1,15 . Etiologia das DSF Qualquer condição médica que cause dor ou desconforto pode resultar indiretamente na redução do desejo sexual enquanto a idade, o desequilíbrio endocrinológico e alguns fármacos desempenham um papel mais ativo16 . Além disso, o abuso de álcool in- terfere com maior frequência na fase de desejo11 . As causas orgânicas de desejo sexual hipoativo são raras, pois em geral estão ligadas a diminuição da testostero- na, aumento da prolactina, baixo nível de hormônios tireoideanos, uso de certos medicamentos. Diferentes medicações podem proporcionar reações negativas na resposta sexual. Mulheres usuárias de agentes anti- hipertensivos, inibidores seletivos da recaptação de serotonina e drogas quimioterápicas, frequentemente relatam diminuição do desejo sexual, da excitação e di- ficuldade em atingir o orgasmo1,7,16 . Os processos fisiológicos envolvidos no fenô- meno de excitação sexual podem ser perturbados por alterações vasculares, que originam fluxo sanguíneo da vagina e do clitóris e consequentemente, diminuição da lubrificação vaginal, e neurológico, por exemplo, déficits secundários à diabetes ou esclerose múltipla. Embora uma variedade de desordens médicas e psico- gênicas resulte em decréscimo do ingurgitamento cli- toriano, a insuficiência vascular é uma importante cau- sa de disfunção sexual e deve ser considerada durante a avaliação e no diagnóstico diferencial de mulheres com disfunção sexual7 . Das alterações endocrinológicas, as hipoestrogenias podem aumentar a secura vaginal, diminuir o desejo e ocasionar a disfunção da excita- ção7,16 . Qualquer alteração no tônus dos músculos que formam o assoalho pélvico pode determinar o surgi- mento de vaginismo ou anorgasmia coital. As queixas sexuais mais comuns associadas à deficiência de estro- gênio ou testosterona são o ressecamento vaginal1 . A tendência atual é considerar toda disfunção sexual como tendo comprometimentos mistos: anatô- micos, patológicos e iatrogênicos1,16 . Situações congê- nitas como malformações genitais que tornam o coito doloroso; estados de doença aguda ou crônica como infecções do trato urinário constituem os fatores de or-
  • 4. 270 Rev Neurocienc 2010;18(2):267-274 revisão dem patológica; por fim, os resultados de procedimen- tos médicos como a episiotomia podem também gerar dor na relação sexual. No caso do vaginismo, têm sido referidos um vasto número de causas e processos bioló- gicos, como por exemplo, vaginites, congestão pélvica, episiotomia e histerectomia vaginal16 . As contribuições psicológicas e do contexto sócio-cultural na expressão saudável da sexualidade e consequente disfunção parecem ser elevadas. A etio- logia psicológica decorre muitas vezes apenas da ina- dequação das carícias e jogos sexuais preliminares e do uso de estímulos eróticos prévios11 . A presença de estados emocionais negativos como a raiva, depres- são, estresse, ansiedade ou medo, baixa auto-estima, má imagem corporal e ansiedade de desempenho; ex- periências prévias traumáticas, com dor ou de abuso sexual; fatores educacionais e culturais como contribu- tos na formação de crenças errôneas e desinformação acerca da sexualidade e ortodoxia religiosa; aspectos do relacionamento conjugal como o papel do parceiro e conflitos entre o casal. Os fatores relacionais (hostilida- de, indiferença, dificuldades de assertividade, mono- tonia, infidelidade e competição, entre outros) devem ser considerados tanto no diagnóstico como no trata- mento das DSF. Relativamente à disfunção orgásmica salienta-se a associação de determinados fatores sócio- demográficos tais como a idade (jovens), estado civil (solteiras) e nível educacional (baixo)11,16 . Principais DSF Em um dos estudos1 encontrados na literatura sobre disfunção sexual feminina, foram analisadas as respostas de 300 questionários sobre o comportamento sexual, o conhecimento e a atitude em relação à sexu- alidade de mulheres iranianas, observaram que 38% das mulheres entre 16 e 53 anos relataram pelo menos uma disfunção sexual. Verificaram que a disfunção do orgasmo ocorreu em 26% das mulheres, a do desejo em 15% e a da excitação em mais 15%. Cerca de 8% apresentaram vaginismo e 10% dispareunia, havendo pelo menos uma disfunção sexual em mais de 1/3 da população estudada e na ocorrência da disfunção do orgasmo como a mais frequente. Dor pélvica Crônica (DPC) Uma delas é a dor pélvica crônica, que pode ser contínua ou intermitente, cíclica ou não, que persis- te por pelo menos dois meses, podendo causar danos físicos, psíquicos e sociais, geralmente restringindo o convívio diário do paciente17-20 . A definição de DPC é objeto de muitas controvérsias: alguns a definem como dor abdominal baixa que perdura por mais de seis me- ses de evolução, comprometendo a qualidade de vida da mulher, excluindo a dispareunia profunda e disme- norréia como variações de DPC. Outros, entretanto a definem de forma mais global, como uma dor constan- te com mais de três meses de evolução, um tipo de dor intermitente que se apresenta por mais de seis meses, incluindo a dispareunia profunda e a dismenorréia21 . O estudo da dor pélvica crônica é um assunto completo e de extrema importância devido não só a sua alta frequência, como também ao seu caráter sub- jetivo. Apenas 25% dos casos têm como origem a geni- tália interna, sendo que os fisioterapeutas estão muito propensos a se envolver com tratamento de dor pélvica oriundas de causas músculo-esqueléticas, dispareunia ou relaxamento pélvico17-19 . As causas psicológicas tem tomado uma importância maior que deveria pelo apoio na condição psicológica como causa da DPC. Porém, é evidente que as pacientes com DPC apresentem ín- dices maiores de hipocondria, depressão e histeria que outras em diferente situação. Entretanto, estas diferen- ças não são significativas ao se comparar mulheres com DPC de causa orgânica com aquelas que apresentam causas não-orgânicas. Portanto a conduta mais apro- priada em primeira instância é estar certo da possível causa para assim aplicar o tratamento que parecer mais apropriado21 . Anorgasmia Secundária A anorgasmia secundária atinge um número extremamente grande de mulheres, no entanto é di- fícil saber ao certo o número exato das mulheres que são vítimas dessa disfunção, pois destas, ao tratar de anorgasmia, a primeira atitude defensiva é negá-la21 . As mulheres podem desenvolvê-la em função de diver- sos problemas: de relacionamento, depressão, abuso de drogas, medicamentos de prescrição, doenças crô- nicas, deficiência estrogênica ou distúrbios neurológi- cos (esclerose múltipla, neuropatia alcoólica, mielites, neuropatia diabética do clitóris), lesões cirúrgicas e traumatismos (linfadenectomia retroperineal, paraple- gia, transtornos endócrinos e metabólicos (deficiência tireoideana, enfermidades das supra-renais, transtor- nos hipofisários). Antidepressivos, bloqueadores dos receptores alfa-adrenérgicos e altas doses de sedativos, estejam envolvidos na gênese da anorgasmia. O mes- mo ocorre com o uso de narcóticos e de álcool17-20 . As causas psicológicas são as mais frequentes, entre elas, as causas sócio-culturais, tabus e mensagens familiares, experiências sexuais desagradáveis no início da sexualidade e técnicas sexuais ineficientes. A causa
  • 5. Rev Neurocienc 2010;18(2):267-274 271 revisão psicológica mais comum de anorgasmia é a auto-ob- servação e a monitoração obsessivas durante a fase de excitação frequentemente acompanhada de ansiedade e pensamentos negativos e de auto-depreciação que causam distração18-20 . Uma mulher com disfunção or- gásmica pode ficar tão ocupada monitorando a respos- ta sexual dela própria e do seu parceiro e preocupada em não falhar que ela própria não consegue relaxar o suficiente para permitir que os seus reflexos naturais cresçam e desencadeiem um orgasmo17,18,20 . Vaginismo O vaginismo que é uma síndrome psicossomá- tica bem caracterizada, em que ocorre uma contratura involuntária dos músculos perineais a qual impede, to- tal ou parcialmente, a penetração na vagina, impossibi- litando o coito. É um reflexo involuntário precipitado por tentativas reais ou imaginárias de penetração va- ginal Esta condição resulta da associação da atividade sexual com dor e medo7,17 . Pode ser causado por abu- so físico ou sexual, procedimentos médicos realizados durante a infância, dor no primeiro intercurso sexual e medo da gravidez. Outros fatores incluem religião ortodoxa, medo da intimidade e/ou agressão e pensa- mento fixo de que a vagina é muito pequena7 . O va- ginismo pode ser primário, quando a mulher nunca conseguiu ter um coito, ou secundário, o qual em geral deve-se ao surgimento de dispareunia17-20 . As mulheres com vaginismo normalmente apresentam desejo, exci- tação e orgasmo com outros tipos de relação onde não haja penetração, apresentam lubrificação vaginal e são orgásmica, mas são incapazes de ter o coito18,19 . O vaginismo pode ser uma resposta condicio- nada a uma experiência ruim, tal como abuso sexual no passado, um primeiro exame pélvico doloroso ou uma primeira tentativa de penetração dolorosa. Pode ser secundário à ortodoxia religiosa ou a problemas de orientação sexual17,18 . Muitas mulheres com vaginismo têm um medo enorme da penetração e conceitos erra- dos sobre a sua anatomia e acerca do tamanho da sua vagina, acham que sua vagina é muito pequena para acomodar um tampão ou pênis e que, se for coloca- da qualquer coisa dentro da vagina, isso causará uma grande lesão física. A mulher tem sentimentos de in- ferioridade, frustração, depressão, tristeza e angústia. A anamnese pode sugerir o diagnóstico, mas é confir- mado apenas através do exame pélvico e ao observar a reação da paciente que tenta escapar da aproximação do examinador17-20 . Dispareunia A dispareunia é a dor genital que ocorre antes, durante ou após o coito, na ausência de vaginismo. A repetição da dor durante o coito pode causar angús- tia marcante, ansiedade e dificuldades interpessoais, levando a paciente à antecipação de uma experiência sexual negativa e, por fim, a evitar o sexo18,19 . Este ter- mo é utilizado para descrever a dor durante a penetra- ção, mas pode ocorrer durante a estimulação sexual. Dor superficial pode ocorrer devido a vulvovaginite, herpes genital, uretrite, atrofia vulvovaginal, irritan- tes (espermaticidas e látex), episiotomias, radioterapia local e traumas sexuais. Dispareunia profunda resulta de trauma pélvico durante o intercurso sexual, doença inflamatória pélvica, fibromialgia, cirurgia abdominal, pélvica ou ginecológica, aderência pós-operatória, en- dometriose, tumores pélvicos e genitais; sintomas do trato urinário, incluindo bexiga hiperativa e/ou incon- tinência e infecções do trato urinário, cistite intersticial e cisto de ovário7 . Pode ser dividida em superficial (dor no intróito vaginal), profunda (dor com penetração profunda) e intermediária (dor no conduto médio da vagina)17, 18 . É a disfunção sexual na qual mais frequentemente en- contram-se causas orgânicas, em torno de 60% e pode ser generalizada ou situacional, primária ou secundá- ria. A dispareunia secundária ocorre, em média, após 10 anos do início da atividade sexual e a dispareunia crônica poderá levar ao vaginismo como um mecanis- mo de defesa do próprio corpo19,20 . Para o seu diagnós- tico são necessários anamnese bem feita e exame físico minucioso11 . Avaliação Fisioterapêutica O terapeuta deve estar bem com a sua sexuali- dade, atender aos aspectos éticos e considerar a relação entre os distúrbios orgânicos e os psíquicos, a terapia deve ser do casal e com abordagem multidisciplinar (ginecologista, urologista e psicoterapeuta); a equipe deve funcionar como catalisadora para comunicação e descrição da base psicossocial das disfunções; deve-se reconhecer o temor da paciente em relação ao seu de- sempenho social e a seus preconceitos, tabus e princí- pios morais; estimular uma atitude de auto-observação (auto-exame, exploração dos genitais, exercícios espe- cíficos); relaxamento; apoio; tratamento da causa orgâ- nica (medicamentoso, hormonal, uso de lubrificantes, cirúrgico e outros)22 . Devem-se considerar, ainda, a idade da mulher e a sua experiência sexual. Mulheres jovens e/ou principiantes costumam apresentar dificul- dade para relaxamento/lubrificação, o que é bastante
  • 6. 272 Rev Neurocienc 2010;18(2):267-274 revisão compreensível e não significa disfunção, enquanto não houver experiência sexual suficiente13 . A coexistência de disfunção sexual e transtorno de personalidade resultam em dois diagnósticos distin- tos, da mesma forma que a coexistência da disfunção sexual com alguma outra condição médica geral. Dada a multiplicidade de fatores envolvidos, recomenda-se avaliação psicossocial, de preferência por equipe mul- tidisciplinar, principalmente naqueles casos em que a disfunção ocorre desde o início da vida sexual ou so- fre influência de condições psicológicas e relacionais, tais como: condições de vida estressantes, mudanças na parceria, conflitos no vínculo conjugal e disfunção sexual do parceiro13 . Anamnese A queixa da paciente, aliada à presença de al- guns elementos de anamnese, é fundamental. Deve-se considerar que um mínimo de seis meses de sintoma- tologia é critério indispensável para a caracterização da disfunção13 . No exame subjetivo, a anamnese deve ser bem detalhada. Porém, as mulheres normalmente se sentem inconfortáveis para relatar o problema. Pergun- tar se a mulher está passando por dificuldades no in- tercurso sexual é uma ferramenta útil para determinar qual é o problema23 . Além disso, devem-se investigar as condições do(a) parceiro(a), para se afastar possíveis equívocos de interpretação ante o quadro referido pela paciente. Assim, um homem com ejaculação precoce pode conduzir sua parceira a se considerar anorgásmi- ca, quando, de fato, a precocidade dele a impede de concluir o ciclo de resposta sexual com êxito. Estimula- ção inadequada em foco, intensidade ou duração exclui o diagnóstico de disfunção de excitação ou orgasmo13 . Vale ressaltar que também é importante a co- leta de dados sobre alguns aspectos da história gine- cológica: história menstrual, incluindo sangramentos irregulares que podem interferir no sexo; episódios de infecção pélvica, endometriose, cistos, fibroses e ou- tros. Segue algumas questões que podem ser aplicadas: Quanto tempo tem o problema? Como é a dor? Com que frequência faz sexo? A dor ocorre superficialmen- te ou durante a penetração? Há alguma posição que melhora ou piora a dor no intercurso? A dor durante a relação sexual está interferindo na relação com o seu parceiro? Você sente o mesmo desconforto ao se mas- turbar?23 Inspecionar detalhadamente a vulva, atentando para a anatomia normal, presença de sinais de candi- díase, cistos, traumas, episiotomias, hímem, prolapso e tamanho do intróito. Uma inspeção cuidadosa da região perianal pode ser realizada pelo mesmo tempo. Deve-se utilizar também o dedo para palpar as pare- des vaginais (se tolerável). É importante salientar que o exame pélvico propriamente deve ser cauteloso, pois pode ser traumático e agravar a dor. Deve-se realizar a inspeção da genitália feminina, onde se pode observar, afastando os grandes lábios, uma melhor visualização do intróito vaginal. Se possível também avaliar o grau de força perineal através do toque bidigital23 . Mulheres com pressão vaginal inferior a 30 mmhg apresentam disfunção sexual24 . Nos casos de disfunção sexual fe- minina é de suma importância avaliar o grau de pres- são vaginal para que um tratamento adequado e um equilíbrio sexual da mulher ocorram. Portanto, vê-se a necessidade de uma medição do grau de pressão da musculatura perineal para assim podermos fazer uso do tratamento fisioterapêutico e avaliar os efeitos do fortalecimento perineal sobre a vida sexual feminina. Tratamento fisioterapêutico proposto Os métodos fisioterapêuticos utilizados ba- seiam-se na contração voluntária dos músculos peri- neais para reeducar o assoalho pélvico e aumentar seu tônus muscular. A aplicação dos protocolos de trata- mento difere consideravelmente, mas a magnitude das resistências aplicadas, as durações do tempo de con- tração e de repouso dependem, também, de uma po- sição correta da bacia e de uma respiração normal. Em relação à respiração, há variações inter-individuais im- portantes, pois algumas mulheres contraem melhor o assoalho pélvico na expiração e outras na inspiração25 . Cone vaginal Outra modalidade de exercício foi instituída através da utilização de pequenas cápsulas de formato anatômico, constituindo um conjunto de cinco cones de diferentes pesos progressivos, variando de 20g à 70g aproximadamente26,27 . Os cones vaginais buscam efe- tividade por propiciar um ganho de força e resistência muscular por meio do estímulo para recrutamento das musculaturas pubiococcígea e auxiliar periférica, que devem reter os cones cada vez mais pesados além de proporcionar à mulher uma conscientização da contra- ção do assoalho pélvico, que segundo alguns autores, é melhor quando utilizada técnica de contato intracavi- tário, oferecendo mais resultados que a orientação ver- bal25 . Assim, a ação reflexa automática da musculatura do pavimento pélvico proporciona uma fisioterapia interna que rapidamente restabelece o tônus muscular interessado e promove maior conscientização perine- al28 .
  • 7. Rev Neurocienc 2010;18(2):267-274 273 revisão muscular, porém, a corrente elétrica deve ser ajustada a um nível em que esta possa ser sentida, mas não ser desagradável para a paciente, suficiente para que seja percebida a contração da musculatura pélvica durante a estimulação26,29 . Não há relatos de morbidade significante des- sa forma de terapia. Efeitos colaterais que são comuns com tratamento medicamentoso não acompanham este tratamento, porém alguns pacientes relatam algum desconforto ou irritação local. Pacientes com marca- passo (ou outros implantes elétricos) devem considerar métodos alternativos de tratamento, baseados teorica- mente nos riscos elétricos. No entanto, não há nenhu- ma análise econômica dessa terapia30 . Trabalho manual (toque bidigital) O fisioterapeuta introduz dois dedos (o médio e o indicador) na vagina da paciente, até o local onde deve contrair. Ao localizar a musculatura que será re- crutada, o terapeuta afasta os dedos para assim poder graduar a força de contração26 . Este pode ser graduado de 0 a 3 (0 – sem contração, 1 - pouca contração, 2 – tem contração mas não vence a resistência feita pela mão, 3- contração que vence a resistência da mão)19 .O objetivo dessa técnica é também promover a concien- tização da musculatura perineal através da contração e do relaxamento mediante o comando verbal. Dessa forma, a mulher terá um conhecimento corporal mais aprimorado e aprenderá a relaxar a musculatura duran- te a relação sexual26 . Orientações Domiciliares Torna-se imperativa no tratamento conservador a todas as mulheres, e como parte integrante do trata- mento as pacientes devem utilizar também um pro- grama domiciliar de exercícios como rotina diária de manutenção. Os exercícios só poderão ser feitos após a conscientização dos músculos perineais. Estes exer- cícios deverão obedecer a critérios como o número de repetições e a associação com a respiração se necessário. É importante que se tenha um conhecimento exato da musculatura que se deve trabalhar, pois a ação sinergis- ta poderá ser adicionada a ação da musculatura perine- al interferindo na terapêutica focada nos músculos que circundam o intróito vaginal31 . CONSIDERAÇÕES FINAIS Estas técnicas fisioterapêuticas podem ter di- versas finalidades e são comumente aplicadas no trata- mento da incontinência urinária feminina e masculina e no pós-operatório de prostatectomia. No entanto, Exercícios de Kegel Elaborado por Dr. Arnold Kegel nas décadas de 40 e 50, são utilizados para ganhar controle sobre os músculos que circundam o intróito, pois consistem em exercícios voluntários de contração e relaxamento desse aparato anatômico (pavimento pélvico e estriado ure- tral)9 . Os bons resultados da técnica reside na completa compreensão por parte da paciente em como realizar os exercícios26,28 . A execução dos exercícios perineais supervisionados pode ser feita em associação à respira- ção abdominal-diafragmática e os exercícios realizados pela paciente seguem instruções verbais do terapeuta25 . Cada contração pode ser sustentada por 5 segundos, em séries de 8 repetições com a paciente em diferen- tes posições para a realização dos exercícios como por exemplo em cúbito dorsal com joelhos flexionados e pés apoiados. Podem ser feitas, também, contrações perineais breves por 1 a 2 segundos. Esta técnica auxi- lia tanto no fortalecimento quanto na conscientização perineal, para melhor controle sobre a musculatura no ato sexual além de uma medida profilática para a saúde com o passar dos anos e acontecimentos que podem interferir no períneo. Biofeedback O biofeedback é um método de reeducação que tem um efeito modulatório sobre o Sistema Nervo- so Central SNC através da utilização de uma retro- informação externa como meio de aprendizado. Esse método consiste na aplicação de eletrodos acoplados na musculatura do assoalho pélvico e musculatura si- nergista (glúteo máximo, adutores e abdominais), que através de comandos verbais dados pelo fisioterapeuta, orientará os músculos do assoalho pélvico excluindo a sinergista. O objetivo do tratamento por biofeedback é de ajudar as pacientes a desenvolver maior percepção e controle voluntário dos músculos do assoalho pélvi- co. Sua contribuição consiste também em garantir a aquisição rápida, precisa, segura da participação da pa- ciente em sua reeducação25 . O treinamento do controle voluntário eficiente da função do assoalho pélvico é ca- paz de reestabilizar os circuitos neuronais e aperfeiçoar a função dos alvos periféricos28 . Eletroestimulação A eletroestimulação consiste na colocação intra- vaginal de um dispositivo de aproximadamente 7 cm de comprimento e 2,5cm de diâmetro com frequência de 10 e 50hz, o qual promove potentes estímulos elé- tricos na região pudenda. Este técnica é muito eficaz para a conscientização do assoalho pélvico e reforço
  • 8. 274 Rev Neurocienc 2010;18(2):267-274 revisão na, UNISUL, 2005, 19p. 9.Berek JS, Adash EY, Hillard PA. Tratado de ginecologia. 12ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1998, p.205-16. 10.Halbe HW. Tratado de ginecologia. 3ª. ed. São Paulo: Roca, 2000, p.1923-52. 11.Viana LC, Martins M, Gerber S. Ginecologia. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2000, p.261-75. 12.Lopes GP, Claro JA, Rodrigues OM. Disfunções Sexuais Femininas. In- ternational Braz J Urol 2003;29:29-34. 13.Abdo CHN, Fleury HJ. Aspectos diagnósticos e terapêuticos das disfun- ções sexuais femininas. Rev. Psiq. Clín. 2006;33;162-7. 14.Stephenson RG.; O’Connor LJ. Fisioterapia aplicada à ginecologia e obstetrícia. 2ª. ed. São Paulo: Manole, 2004, p.93-106. 15.Berman JR, Berman LA. Female sexual function and dysfunction. In: 97th Annual Meeting, Orlando, EUA, 2002, p.1-17. 16.Pablo C, Soares C. As disfunções sexuais femininas. Rev Port Clin Geral 2004;20:357-70. 17.Grosse D, Sengler J. Reeducação Perineal. 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Fisioterapia aplicada à obstetrícia: Aspectos de ginecologia e neonatologia. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2002, p.465-9. estes recursos estão sendo aplicados nas DSF e com re- sultados satisfatórios em função de estarem baseados na reeducação perineal. As DSF podem advir de diver- sos fatores, porém os mais comuns são os psicológicos, que somado ao desconhecimento corporal, resultam nas mesmas. Assim, as técnicas também parecem ser efetivas na conscientização perineal que aparece como a causa mais provável da maioria das DSF. Novas perspectivas de tratamento fisioterapêu- ticos nas disfunções sexuais femininas. Entretanto é fundamental que haja uma interação multidisciplinar para trabalhar com estas alterações na função sexual da mulher e estabelecer um aumento da eficácia da tera- pêutica. Novas pesquisas devem ser estimuladas a res- peito do tema, principalmente os ensaios clínicos que possibilitarão respostas mais substanciais referentes à eficácia e a contribuição da intervenção fisioterápica nas disfunções sexuais femininas. REFERÊNCIAS 1.Ferreira ALCG, Souza AI, Amorim MMR. Prevalência das disfunções se- xuais femininas em clínica de planejamento familiar de um hospital escola no Recife, Pernambuco. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant. 2007; 7:143-50. 2.Tariq SH, Morley JE. Maintaining sexual function in older women: physical impediments and psychosocial issues. Women’s Health in Primary Care 2003;6:157-62. 3.West SL, Vinikoor LC, Zolnoum. A systematic review of the literature on female sexual dysfunction prerevalence and predictors. Annu Rev Sex Res. 2004;15:40-172. 4.Abdo CH, Oliveira WM, Moreira ED, Fittipaldi JAS. Prevalence of se- xual dysfunction and correlated conditions in a sample of brazilian women: results of the Brazilian study on sexual behavior (BSSB). 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