Publicidad
COMO O GOVERNO DO BRASIL PODERÁ TORNAR AS CIDADES BRASILEIRAS SUSTENTÁVEIS E INTELIGENTES.pdf
COMO O GOVERNO DO BRASIL PODERÁ TORNAR AS CIDADES BRASILEIRAS SUSTENTÁVEIS E INTELIGENTES.pdf
COMO O GOVERNO DO BRASIL PODERÁ TORNAR AS CIDADES BRASILEIRAS SUSTENTÁVEIS E INTELIGENTES.pdf
COMO O GOVERNO DO BRASIL PODERÁ TORNAR AS CIDADES BRASILEIRAS SUSTENTÁVEIS E INTELIGENTES.pdf
Publicidad
COMO O GOVERNO DO BRASIL PODERÁ TORNAR AS CIDADES BRASILEIRAS SUSTENTÁVEIS E INTELIGENTES.pdf
COMO O GOVERNO DO BRASIL PODERÁ TORNAR AS CIDADES BRASILEIRAS SUSTENTÁVEIS E INTELIGENTES.pdf
COMO O GOVERNO DO BRASIL PODERÁ TORNAR AS CIDADES BRASILEIRAS SUSTENTÁVEIS E INTELIGENTES.pdf
COMO O GOVERNO DO BRASIL PODERÁ TORNAR AS CIDADES BRASILEIRAS SUSTENTÁVEIS E INTELIGENTES.pdf
COMO O GOVERNO DO BRASIL PODERÁ TORNAR AS CIDADES BRASILEIRAS SUSTENTÁVEIS E INTELIGENTES.pdf
Próximo SlideShare
O papel dos indivíduos, das empresas e dos governos na construção do desenvol...O papel dos indivíduos, das empresas e dos governos na construção do desenvol...
Cargando en ... 3
1 de 9
Publicidad

Más contenido relacionado

Similar a COMO O GOVERNO DO BRASIL PODERÁ TORNAR AS CIDADES BRASILEIRAS SUSTENTÁVEIS E INTELIGENTES.pdf(20)

Más de Faga1939(20)

Publicidad

Último(20)

COMO O GOVERNO DO BRASIL PODERÁ TORNAR AS CIDADES BRASILEIRAS SUSTENTÁVEIS E INTELIGENTES.pdf

  1. 1 COMO O GOVERNO DO BRASIL PODERÁ TORNAR AS CIDADES BRASILEIRAS SUSTENTÁVEIS E INTELIGENTES Fernando Alcoforado* Este artigo tem por objetivo apresentar como o governo do Brasil poderá tornar as cidades brasileiras ambientalmente sustentáveis e inteligentes. A cidade alcançará a condição de sustentável quando estiver contribuindo para o bem estar de sua população que é o seu maior objetivo sem agredir o meio ambiente. Toda cidade alcança a condição de cidade inteligente quando seus gestores a consideram como um sistema e fazem o uso da tecnologia da informação em seu processo de planejamento e controle contando com o efetivo apoio de sua população. 1. Como tornar sustentáveis as cidades brasileiras As cidades sustentáveis são aquelas que têm uma política de desenvolvimento econômico e social compatível com o ambiente natural. Para alcançar a condição de sustentável, a cidade contemporânea deve promover o bem estar social de sua população provendo o abastecimento de água e o suprimento de energia, insumos industriais e alimentos em quantidade e qualidade para sua população, assegurando a coleta, a disposição final adequada e a reciclagem de resíduos sólidos domésticos e industriais, realizando o tratamento de resíduos sólidos e líquidos, realizando o saneamento básico em todo o espaço urbano, monitorando e adotando medidas de mitigação da poluição do ar, do solo e das águas, oferecendo transporte urbano público moderno e de qualidade, realizando a manutenção de todo o espaço urbano em benefício da população, oferecendo os serviços de saúde e educação pública de qualidade para toda a população e promovendo as condições para a geração de emprego e renda, bem como de obtenção da casa própria para toda a população. Ao promover o bem estar social de sua população, uma cidade sustentável deve ter, também, políticas claras e abrangentes de saneamento, coleta e tratamento de lixo; gestão da água, com coleta, tratamento, economia e reuso; sistemas de transporte que privilegiem o transporte de massas com qualidade e segurança; ações que preservem e ampliem áreas verdes e uso de energias limpas e renováveis; e, sobretudo, administração pública transparente e compartilhada com a sociedade civil organizada. As cidades sustentáveis devem ter como orientação o planejamento e o controle do uso da terra, a fim de evitar a degradação dos recursos naturais. O que caracteriza uma cidade sustentável é, também, o direito da população à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para a atual e futuras gerações [1]. Ao perseguir o bem estar de suas populações, as cidades sustentáveis precisam colaborar, também, na era contemporânea, com o enfrentamento dos problemas do aquecimento global, que podem levar à mudança climática catastrófica em escala planetária, eliminando ou reduzindo suas emissões de gases do efeito estufa em suas atividades e deve estar preparada para enfrentar eventos extremos como as inundações e a elevação do nível do mar. As cidades sustentáveis precisam ter um plano de adaptação às mudanças climáticas, especialmente aquelas sujeitas a eventos extremos. As cidades costeiras, por exemplo, devem ter planejamento contra o aumento previsível do nível dos oceanos e se preocupar com deslizamentos de terra nas encostas, inundações, etc., resultantes de chuvas inclementes [2].
  2. 2 A Arcadis, empresa holandesa de consultoria, engenharia e gerenciamento que surgiu em Amsterdã em 1868, lançou o Índice de Cidades Sustentáveis 2015, que classifica as 50 cidades mais sustentáveis do mundo. O índice foi calculado pelo Centro de Economia e Pesquisa Empresarial considerando os fatores sociais (people), ambientais (planet) e econômicos (profit) que fazem uma cidade sustentável. Nas principais posições do ranking estão as cidades européias bem desenvolvidas, como Frankfurt, seguido por Londres, Copenhague, Amsterdã e Roterdã. As cidades de Seul, Hong Kong e Cingapura também aparecem de forma proeminente, fechando o Top 10 com Berlim e Madrid [3]. A revista Exame publicou o artigo As 100 cidades mais sustentáveis do mundo em 2022 [4]. Foi informado que, desde 2015, a Arcadis, empresa de consultoria e soluções sustentáveis de design e engenharia, divulga uma lista anual das cidades mais avançadas em sustentabilidade no mundo. Para a Arcadis, uma cidade trabalha com base no desenvolvimento sustentável, se ela atuar de forma que seus três pilares - Social, Econômico e Ambiental - coexistam e interajam entre si plenamente. O Sustainable Cities 2022 avaliou 100 cidades, em 47 países, com base em 26 indicadores organizados sob os três pilares da sustentabilidade, Social, Econômico e Ambiental, descritos a seguir:  Social O primeiro pilar diz respeito à contribuição da cidade para a conquista do bem estar da população e a satisfação de suas necessidades.  Econômico O segundo pilar diz respeito à contribuição da cidade à criação de condições para que ela seja capaz de consumir, produzir, distribuir e oferecer seus produtos ou serviços de forma que atenda às necessidades da população e do setor produtivo.  Ambiental O terceiro pilar diz respeito à valorização dos recursos naturais minimizando ao máximo os danos ambientais que podem ser causados pelas atividades produtivas, além de evitar os possíveis desperdícios no dia a dia de trabalho. Como práticas desse pilar, pode-se citar a utilização de matérias primas renováveis, o reuso de água e até mesmo a reciclagem e aproveitamento de resíduos. A capital norueguesa, Oslo, lidera o índice geral do Sustainable Cities 2022. Estocolmo (Suécia), Tóquio (Japão), Copenhague (Dinamarca) e Berlim (Alemanha) completam as cinco primeiras posições da lista de cidades sustentáveis. A Figura 1 apresenta as 20 top cidades sustentáveis do mundo. A análise da Figura 1 permite constatar que, com exceção de Tóquio, o top 20 é ocupado apenas por cidades europeias e norte-americanas, com destaque para as escandinavas, que detêm três lugares nas cinco primeiras posições. A cidade brasileira mais bem colocada na avaliação geral é São Paulo, na 84ª posição. Sobre Oslo, a número 1 das cidades sustentáveis do mundo, com população de cerca de 650 mil habitantes, ela sempre apresentou, historicamente, uma forte preocupação ambiental e tem intensificado esses esforços nos últimos anos. No setor de transporte, por exemplo, desde a década de 1990 incentiva a população a usar veículos elétricos. Hoje, Oslo é líder mundial em mobilidade elétrica e pretende chegar a 100% dos carros elétricos em 2025. Paralelamente, grandes investimentos vêm sendo realizados em transporte
  3. 3 público, infraestrutura cicloviária e hidrovias. A gestão de resíduos é outro ponto forte em Oslo. Além de um completo serviço de coleta seletiva e uma série de programas de reciclagem, o município é o primeiro a testar a captura e armazenamento de carbono por meio da incineração de resíduos. A gestão de resíduos é um desafio global que atualmente gera enormes emissões de gases do efeito estufa porque grandes volumes de resíduos são depositados em aterros sanitários na grande maioria das cidades. Recuperar energia contida nesses resíduos usando a captura de carbono é parte da solução. É previsto que Oslo se torne uma cidade negativa em carbono a partir de 2030 com a estratégia climática que estabelece que a cidade se tornará praticamente sem emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2030, com redução de 95% nas emissões em comparação a 2009 e 52% menos já em 2023. A intenção é contribuir para a redução da quantidade de GEE na atmosfera por meio biológico e captura e armazenamento industrial de carbono. Ainda está prevista uma redução de 10% no consumo total de energia até 2030, em relação a 2009. E a resiliência está sendo reforçada para resistir aos impactos da mudança climática esperados até 2100, com medidas de adaptação como telhados verdes e espaços para escoamento de água para combater inundações. Figura 1- As 20 maiores cidades sustentáveis do mundo Fonte: https://exame.com/negocios/100-cidades-sustentaveis-mundo-2022/ No Brasil, foi divulgado o ranking das cidades mais sustentáveis do País em artigo de Marcia Sousa sob o título Ranking das cidades mais sustentáveis do Brasil, publicado no website da Archdaily [5]. As cidades foram classificadas pela pontuação geral, que mede o progresso total para o cumprimento de todos os 17 ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável). A pontuação varia de zero a 100, sendo que 100 é o limite máximo e indica um desempenho ótimo no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. São Caetano do Sul, no ABC Paulista, está no topo do ranking das cidades sustentáveis do País porque, em uma pontuação de zero a 100, São Caetano atingiu 65,62, valor este suficiente para garantir o primeiro lugar. O levantamento inédito revela que a cidade já
  4. 4 conhecida por liderar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) no Brasil agora é a primeira entre os 5.570 municípios brasileiros em relação às práticas de ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU os quais estão descritos a seguir [6]: 1. Erradicação da pobreza - Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares. 2. Fome zero e agricultura sustentável - Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável. 3. Saúde e bem-estar - Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades. 4. Educação de qualidade - Assegurar a educação inclusiva, e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos. 5. Igualdade de gênero - Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. 6. Água limpa e saneamento - Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos. 7. Energia limpa e acessível - Garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável para todos. 8. Trabalho decente e crescimento econômico - Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos. 9. Inovação e infraestrutura - Construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação. 10. Redução das desigualdades - Reduzir as desigualdades dentro dos países e entre eles. 11. Cidades e comunidades sustentáveis - Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. 12. Consumo e produção responsáveis - Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis. 13. Ação contra a mudança global do clima - Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos. 14. Vida na água - Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares, e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. 15. Vida terrestre - Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da Terra e deter a perda da biodiversidade. 16. Paz, justiça e instituições eficazes - Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis. 17. Parcerias e meios de implementação - Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável. Os dados sobre os 5.570 municípios brasileiros estão no primeiro Mapa de Desempenho dos municípios brasileiros, que levam em consideração os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável a serem alcançados até 2030. No top 10, todas as cidades fazem parte do estado de São Paulo. São elas: São Caetano do Sul, Jundiaí, Valinhos, Saltinho, Taguaí, Vinhedo, Cerquilho, Sertãozinho, Limeira e Borá. Há bastante tempo que São Caetano do Sul trabalha para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O Plano de Governo de São Caetano do Sul foi pautado por ações que preparam a cidade para o futuro, com o uso de muita gestão técnica, alta tecnologia e
  5. 5 governança, que garantem o desenvolvimento social e econômico do município que já tem o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil e caminha para aumentar ainda mais a qualidade de vida dos seus moradores. O município de São Caetano do Sul obteve avanços em relação à queda de mortalidade materna infantil, mortalidade por Aids, incidência de dengue, aplicação do orçamento municipal em Saúde, detecção de hepatite, entre outros. Em São Caetano do Sul, o gasto médio com saúde pública é de R$ 2,3 mil por habitante, quase o dobro da média nacional, que é de R$ 1,3 mil. Alguns Objetivos do Desenvolvimento Sustentável como Energias Renováveis e Acessíveis, Indústria, Inovação e Infraestrutura, e Proteção da Vida Marinha foram 100% atingidos. Toda a população de São Caetano do Sul tem acesso à energia elétrica, água tratada e coleta seletiva do lixo. 100% do esgoto é coletado e tratado. Além disso, os investimentos em educação de qualidade garantiram o selo de Município Livre do Analfabetismo e avanços constantes, com acesso à internet em todas as escolas, formação continuada dos professores e infraestrutura adequada. 2. Como tornar inteligentes as cidades brasileiras Toda cidade alcança a condição de cidade inteligente quando seus gestores a consideram como um sistema e fazem o uso da tecnologia da informação em seu processo de planejamento e controle contando com o efetivo apoio de sua população. Toda cidade inteligente requer o uso da tecnologia da informação com o uso de vários dispositivos conectados à rede IoT (Internet das coisas) para gerir as operações e serviços da cidade de forma racional e conectar-se com seus cidadãos [7]. A Internet das Coisas (IoT, em inglês) se refere a uma revoluçãotecnológica que tem como objetivo conectar os itens usados do dia a dia à rede mundial de computadores e é uma das principais tendências globais seu uso na administração de uma cidade porque é aplicável em soluções que vão desde o monitoramento da iluminação pública, ao de pedestres, ciclistas, de veículos automotores, do transporte público, dos serviços de educação e saúde, entre outros. As aplicações da Internet das Coisas são quase infinitas. Além disso, a IoT vai levar a uma redução dos desperdícios de recursos públicos nas cidades. Impulsionada pela ascensão da Internet 5G, os dispositivos IoT podem trazer benefícios para pessoas, empresas e setor público. Mas vale ressaltar que, para ser considerada uma solução IoT, o sistema de administração de uma cidade precisa ter três características: 1) receber dados digitais originado em sensores; 2) se conectar com uma rede externa; e, 3) processar informações de forma automática, ou seja, sem intervenção humana [8]. A tecnologia da informação permite que os gestores da cidade interajam diretamente com seus órgãos executores e com a população e monitorem o que está acontecendo na cidade e como a cidade está evoluindo em tempo real. A tecnologia da informação deve ser usada para melhorar a qualidade, o desempenho e a interatividade dos serviços urbanos, reduzir custos e o consumo de recursos e aumentar o contato entre os cidadãos e o governo. Uma cidade inteligente pode estar mais preparada para responder aos desafios enfrentados pelos seus gestores e por sua população. Toda cidade alcançará a condição de cidade inteligente quando forem conquistados os objetivos de humanização da cidade com a melhoria da qualidade de vida para toda a população, de desenvolvimento sustentável da cidade e de democratização das decisões do governo com a participação de toda a população.
  6. 6 Entre as cidades inteligentes do mundo destacam-se: 1) Amsterdã, que possui, desde 2009, uma plataforma interconectada através de dispositivos sem fio para aprimorar as habilidades de tomada de decisão da cidade em tempo real, reduzir o tráfego, economizar energia e melhorar a segurança pública; 2) Copenhague, que, em 2014, conquistou o prestigioso World Smart Cities Award por sua estratégia de desenvolvimento de cidade inteligente voltada para a melhoria da qualidade do ar, da habitabilidade e do fluxo de tráfego; 3) Dubai, que tem projeto para torná-la cidade inteligente em 2030, com iniciativas em transporte que inclui veículos sem motorista, digitalização de transações do governo, negócios e clientes; e, 4) Estocolmo, que visa criar uma estrutura de TI verde para reduzir o impacto ambiental, aumentar a eficiência energética dos edifícios e monitoramento do tráfego, entre outros objetivos [1]. De acordo com o IESE Cities in Motion (ICIM), Nova Iorque, Tóquio e Londres encabeçam a lista de cidades mais inteligentes do mundo [9]. O destaque da pesquisa da IESE está no uso tradicional de tecnologia, no qual Tóquio se destaca. Mas no quesito sustentabilidade, a capital japonesa não é tão inteligente assim, perdendo para grandes cidades, como Londres e Barcelona. Já o ranking feito pela IMD-SUTD é considerado mais refinado, já que as universidades da Suíça e de Cingapura fazem uma análise de como a tecnologia melhora o dia a dia dos cidadãos, levando em conta também dados sociais e pesquisas de percepção das pessoas. De acordo com este ranking, Cingapura está em primeiro lugar, seguida por Zurique e Oslo. No Brasil, de acordo com o ranking Connected Smart Cities 2021, da Urban Systems, as cidades de Curitiba, Florianópolis e São Paulo lideram a lista de cidades mais inteligentes do País [10]. Nesse ranking são analisados indicadores de mobilidade, economia, educação, saúde, meio ambiente, urbanismo, energia, tecnologia e inovação, empreendedorismo e governança. Na área de Urbanismo, por exemplo, Curitiba foi o destaque. Já na de mobilidade e acessibilidade, São Paulo ficou em primeiro lugar. No segmento de tecnologia e inovação, o Rio de Janeiro ficou na primeira posição. Ranking Connected Smart Cities 2022 1. Curitiba (PR) 2. Florianópolis (SC) 3. São Paulo (SP) 4. São Caetano do Sul (SP) 5. Campinas (SP) 6. Brasília (DF) 7. Vitória (ES) 8. Niterói (RJ) 9. Salvador (BA) 10. Rio de Janeiro (RJ) A boa posição de Curitiba no ranking não foi uma surpresa para os gestores da cidade. O município é pioneiro na adoção e desenvolvimento de projetos voltados à sustentabilidade, tecnologia e empreendedorismo. Destaca-se, por exemplo, que a cidade foi a primeira do mundo a testar uma luminária inteligente com antenas 5G integrada e as iniciativas para disseminação de energias renováveis. No entanto, o maior símbolo de desenvolvimento é o Vale do Pinhão, um programa criado pela prefeitura de Curitiba, por meio da Agência Curitiba de Desenvolvimento S/A, que visa fortalecer o ambiente de
  7. 7 inovação, empreendedorismo, economia criativa e tecnologia da cidade. Trata-se de um projeto voltado para universidades, centros de pesquisa, startups e outros atores sociais. Atualmente, o programa Vale do Pinhão se divide em cinco pilares: urbanização e desenvolvimento, educação e empreendedorismo, integração e articulação, fomento fiscal e, por fim, tecnologia. Dessa conjuntura surgiram iniciativas como a lei de inovação, a lei das antenas, a lei de liberdade econômica, o projeto faróis do saber e o conselho municipal de tecnologia e inovação. Em sua perspectiva, porém, a maior lição de Curitiba é a união do setor público, universidades e governança para tomar as decisões que afetam a vida da população. 3. Conclusões O que caracteriza uma cidade sustentável e inteligente? Ser sustentável significa a cidade assegurar o direito da população à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para a atual e futuras gerações e o direito da população a decidir sobre o destino de sua cidade. Ser uma cidade inteligente significa usar a tecnologia da informação para facilitar a gestão da cidade com a colaboração da população e contar com sua participação nas tomadas de decisão. O futuro das cidades e de suas populações depende, portanto, do que seja realizado no sentido de adotar um novo modelo de gestão com o uso da tecnologia da informação, promover a melhoria da qualidade de vida para toda a população, promover o desenvolvimento sustentável da cidade e promover a democratização das decisões do governo com a participação de toda a população. As cidades sustentáveis são a chave para proporcionar a conquista do bem estar social para suas populações e atingir as metas climáticas para todo o planeta que contribuam para evitar a catastrófica mudança climática global. Considerando que mais da metade da população mundial vive em cidades e, até 2050, a projeção é que esta medida suba para dois terços, nesse contexto, a Arcadis ressalta no Sustainable Cities Index 2022 que ao mesmo tempo em que as cidades contribuem para alimentar alguns dos nossos maiores desafios, como a crise climática, as cidades sustentáveis também podem ser a solução para evitar a mudança climática catastrófica global. Estimativas da ONU Habitat indicam que enquanto as cidades representam apenas menos de 2% da superfície da Terra, consomem 78% da energia mundial e produzem mais de 60% das emissões de gases de efeito estufa do planeta. No entanto, lembra o relatório da ONU Habitat, é nas cidades onde as pessoas se reúnem para encontrar soluções inovadoras para os problemas da humanidade e onde novos caminhos para o futuro serão testados e aprimorados. Por sua vez, as cidades inteligentes farão com que as cidades sustentáveis potencializem suas ações na consecução do bem estar de suas populações e no enfrentamento da mudança climática global. REFERÊNCIAS 1. ALCOFORADO, Fernando. Como construir cidades inteligentes e sustentáveis. Disponível no website <https://www.linkedin.com/pulse/como-construir-cidades- inteligentes-e-sustent%25C3%25A1veis-alcoforado/>. 2. ALCOFORADO, Fernando. Como preparar as cidades contra eventos climáticos extremos. Disponível no website
  8. 8 <https://www.academia.edu/38323819/COMO_PREPARAR_AS_CIDADES_CONTR A_EVENTOS_CLIM%C3%81TICOS_EXTREMOS_pdf>, 10/02/2019. 3. ARCADIS, As cidades mais sustentáveis do mundo. Disponível no website <http://www.cidadessustentaveis.org.br/noticias/cidades-mais-sustentaveis-do- mundo>). 4. EXAME. As 100 cidades mais sustentáveis do mundo em 2022. Disponível no website <https://exame.com/negocios/100-cidades-sustentaveis-mundo-2022/>. 5. SOUSA, Marcia. Ranking das cidades mais sustentáveis do Brasil. Disponível no website <https://www.archdaily.com.br/br/986615/ranking-das-cidades-mais- sustentaveis-do-brasil>. 6. PISCO DE LUZ. Objetivos de desenvolvimento sustentável. Disponível no website <https://www.piscodeluz.org/desenvolvimento-sustentavel?>. 7. WIKIPEDIA. Cidade inteligente. Disponível no website <https://pt.wikipedia.org/wiki/Cidade_inteligente>. 8. TECHTUDO. ‘Internet das Coisas’: entenda o conceito e o que muda com a tecnologia. Disponível no website <https://www.techtudo.com.br/noticias/2014/08/internet-das-coisas-entenda-o-conceito- e-o-que-muda-com-tecnologia.ghtml>, 2014. 9. HABILITY. Cidades inteligentes: o que e quem são? Disponível no website <https://habitability.com.br/cidades-inteligentes-o-que-e-quem-sao/?>. 10. ESTADÃO. As cidades mais inteligentes do Brasil. Disponível no website <https://imoveis.estadao.com.br/cidades-inteligentes/as-cidades-mais-inteligentes-do- brasil/>. * Fernando Alcoforado, 83, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice- Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV,
  9. 9 Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019), A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021), A escalada da ciência e da tecnologia ao longo da história e sua contribuição ao progresso e à sobrevivência da humanidade (Editora CRV, Curitiba, 2022), de capítulo do livro Flood Handbook (CRC Press, Boca Raton, Florida, United States, 2022) e How to protect human beings from threats to their existence and avoid the extinction of humanity (Europe, Republic of Moldova, Chișinău, 2023).
Publicidad