SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 12
Descargar para leer sin conexión
1 
DOENÇAS FÚNGICAS QUE ACOMETEM COURO CABELUDO E CABELOS - 
REVISÃO DE LITERATURA 
FUNGAL DISEASES AFFECTING HAIR AND HAIRY LEATHER - 
ONE REVIEW 
1SANTANA, F.A.S.; 2GATTI, L. 
1e2Departamento de Ciências Biológicas - Faculdades Integradas de Ourinhos - FIO/FEMM 
RESUMO 
As micoses superficiais da pele, também chamadas de tineas são infecções causadas por fungos que 
acometem a pele e seus anexos, e podem ser encontrados no solo e em animais. Até na própria pele 
existem fungos colonizando o indivíduo sem causar doença, fazendo parte da microbiota residente. 
Quando estes os fungos encontram condições favoráveis ao seu crescimento, como calor, umidade, 
baixa de imunidade ou uso de antibióticos sistêmicos por longo prazo, estes fungos se reproduzem e 
passam então a causar a doença. Os primeiros sinais de uma micose costumam ser quase 
imperceptíveis. Na maioria dos casos provêm de bolhas, fissuras, escamas, manchas ou prurido. As 
manifestações clínicas podem ser: lesões no couro cabeludo com áreas de queda dos cabelos, 
lesões arredondadas localizadas no corpo, descamações nos espaços interdigitais e raiz das coxas, 
vesículas pruriginosas nos pés, manchas esbranquiçadas na pele, etc. O diagnóstico pode ser 
realizado através de exame micológico direto, com KOH 10%, de material biológico obtido do 
paciente com suspeita de micose fornecendo resultados anteriores às culturas, que podem levar dias 
ou semanas. Essas informações, em conjunto com a anamnese, podem contribuir enormemente no 
auxílio do diagnóstico laboratorial, permitindo ao clínico instituir o tratamento adequado e 
precocemente. 
Palavras-chave: Doenças fúngicas. Cabelos. Couro cabeludo. 
ABSTRACT 
The superficial mycoses of the skin, also called tineas, are fungal infections affecting the skin and its 
annexes, and can be found in soil and animals. Even in there own skin fungus colonizes the individual 
without causing disease, as part of the resident microbiota. When these fungi are favorable conditions 
for their growth, such as heat, humidity, poor immunity or use of systemic antibiotics for the long term, 
these fungi reproduce and then began to cause disease. The first signs of a fungal infection tend to 
be almost imperceptible. In most cases come from bubbles, cracks, flakes or itchy spots. Clinical 
manifestations may include: scalp lesions with areas of hair loss, round lesions located in the body, 
flaky in the interdigital spaces and the root of the thighs, itchy blisters on the feet, white spots on skin 
etc. The diagnosis can be achieved by direct mycological examination with KOH 10% of biological 
material obtained from the patient with suspected ringworm, providing results prior to the crops, which 
can take days or weeks. This information, together with the history, can contribute enormously to 
improve diagnostic laboratory, allowing the clinician to institute the appropriate treatment earlier. 
Keywords: Fungal diseases. Hair. Hairy leather.
2 
INTRODUÇÃO 
Conforme, Silva (1995), Tinha Tricofítica, causada por fungos do gênero 
Trichophyton, manifesta-se por pequenas e múltiplas áreas de alopecia (tonsuras), 
geralmente parciais, e os pêlos, quando observados ao microscópio, mostram 
esporos do fungo em seu interior, sendo, portanto, essa forma conhecida como 
Endotrix. Já a Tinha Microspórica, cujo agente etiológico são fungos do gênero 
Microsporum, caracteriza-se por poucas e grandes áreas de tonsura. Esse gênero, 
ao exame direto do pêlo acometido, mostra seus esporos por fora dele, sendo por 
isso chamado de Ectotrix. Há outro tipo de Tinea capitis muito menos frequente, a 
Tinha Favosa, provocada pelo T. schoenleinii. Causa alopécia definitiva, e suas 
lesões aparecem como formações amareladas, resultantes da massa necrótica que 
se forma pelo aglomerado de micélio e esporos do fungo, células, sebo e exsudato, 
o que é chamado de godê fávico (Figuras 1 a 6). 
Figura 1 - Trichophyton 
Fonte: Disponível em: 
<http://www.med.univngers.fr/GEIHP/Galer 
ie.html>. Acesso em: 28 set. 2010 as 
19:08 
Figura 2 - Endotrix 
Fonte: Disponível em: <http://piel-l. 
org/blog/archives/558>. Acesso em 28 set. 
2010 as 19:13 
Figura 3 - Microsporum 
Fonte: Disponível em: 
<http://www.asm.org/Division/c/fungi.htm>. A-cesso 
em 28 set. 2010 as 19h16 
Figura 4 - Ectotrix 
Fonte: Disponível em: 
<http://piell.org/blog/archives/558>. A-cesso 
em: 28 set. 2010 as 19:19
3 
Figura 5 - T. schoenleinii 
Fonte: Disponível em: 
<http://www.pf.chibau.ac.jp/galle 
ry/fungi/t/Trichophyton_schoenle 
inii_colony-1.htm>. Acesso em: 
28 set. 2010 as 19:26 
Figura 6 - Tinha Favosa 
Fonte: Disponível em: 
<http://www.dermis.net/dermisroot/pt/15448/im 
age.htm>. Acesso em: 28 set. 2010 as 19:30 
De acordo com Oliveira et al. (2002), Tinea capitis é uma infecção 
micótica do couro cabeludo, comum nas crianças em idade escolar e na pré-puberdade, 
ocorrendo em todas as partes do mundo. É causada por fungos 
dermatófitos pertencentes aos gêneros Microsporum ou Trichophyton. 
De acordo com Costa et al. (2002), as dermatofitoses são infecções 
superficiais cutâneas produzidas por fungos queratinofílico denominados 
dermatófitos, do gênero Trichophyton microsporum e Epidermophyton. Tais agentes 
invadem o extrato corneom da pele e de outros tecidos queratinizados no homem e 
animais formando as denominada Tinha. Existem três grandes grupos 
classificatórios em relação ao seu habitat: Geofílicos, Zoofílicos e Antropofílicos. Em 
distribuição geográfica os dermatófitos são ubiquitários, não havendo indivíduos, 
áreas ou grupos que se isolem deles. A etiologia destas micoses apresenta uma 
grande variabilidade em diferentes regiões do Brasil (Figura 7). 
A 
Figura 7 - A - Microsporum, B - Trichophyton, 
C - Epidermophyton, D - Trichosporon 
Fonte: Disponível em: 
<http://micologiabiomedica.blogspot.com/2009/10/as-dermatofitoses- 
e-seus-causadores.h tml>. Acesso em: 28 
set. 2010 as 20:16 
B 
C 
D
4 
Segundo Dias et al. (2003), as dermatofitoses são infecções superficiais 
de tecidos queratinizados, constituídos por fungos recebe a denominação de 
dermatófitos. Estes são pelos gêneros Epidermophyton, Microsporum e 
Trichophyton que possuem características morfológicas, fisiológicas e antigênicas 
que permitem o seu relacionamento. Os dermatófitos possui distribuição universal, 
porem, a incidência das espécies e locais anatômicos da infecção pode ser geradas 
por fatores geográficos, sócioeconomicos e ambientais. As dermatofitoses podem 
invadir diferentes regiões do corpo. A Tinha do Couro Cabeludo é uma enfermidade 
que pode produzir lesões variando desde a tonsura do pêlo até uma alopecia 
definitiva, com maior ocorrência em crianças em idade escolar, um problema de 
saúde pública de grande importância no Brasil (Figura 8). 
Figura 8 - Tinha do Couro Cabeludo 
Fonte: Disponível em: 
<http://www.cabelo.med.br/tratamento-capilar/ 
doencas-do-couro-cabeludo>. Acesso 
em: 28 set. 2010 as 20:20 
Na pesquisa realizada por Gürtler, Diniz e Nicchio (2005), concluíram que 
tinha do couro cabeludo e infecção da pele e cabelos, causada pelos dermatófitos 
do gênero Microsporum e Trichophyton, podem incidir em faixas etárias diferentes, 
preferencialmente em crianças pré-escolares e escolares, devido ao maior contato 
com fontes de infecção. Apresentavam lesões arredondadas, escamosas, 
tonsurantes, grandes e únicas, nas regiões frontal, occipital, parietal, e, em alguns 
casos o couro cabeludo pode estar difusamente acometido. Os estudos micológicos 
diretos evidenciaram parasitismo tipo Ectotrix, e 45,5% das culturas foram positivas 
para Microsporum canis, justificadas pela historia de contato entre algumas crianças 
da creche e cães errantes pelo bairro (Figuras 9 e 10).
5 
Figura 9 - Microsporum canis 
Fonte: Disponível em: 
<http://www.vetsilvestre.com.br/arti 
gos/index.php?&art=fungos%20de 
%20ferrets.htm>. Acesso em: 28 
set. 2010 as 20:25 
Figura 10 - Múltiplas lesões 
causadas pelo Microsporum canis 
Fonte: Disponível em: 
<http://emedicine.medscape.com/article/11 
18316-overview>. Acesso em 28 set. 2010 
as 20:29 
Conforme Diniz, Souza Filho (2005), a Piedra Branca é infecção fúngica 
causada pelo Trichosporon spp, com casos clínicos relatados na América do Sul, 
América do Norte, Sul da Ásia, Oriente Médio, Europa, Japão e Austrália. No Brasil 
há referência de casos na Paraíba, no Rio de Janeiro, em São Paulo, Belém e, a 
partir deste estudo, na Grande Vitória (Serra, Vitória, Vila Velha, Cariacica e Viana). 
A maioria dos casos brasileiros de Piedra Branca referem-se à localização em áreas 
genitais, e lesões nos pêlos do couro cabeludo. Justifica o hábito do uso de cremes 
recondicionadores em maior quantidade, permitindo a manutenção de umidade nos 
fios de cabelos, o que poderia contribuir com a infecção e a permanência dos fungos 
(Figuras 11 e 12). 
Figura 11 - Trichosporon spp 
Fonte: Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S036 
5- 
05962006000200007&script=sci_arttext>. 
Acesso em: 28 set. 2010 as 20:31 
Figura 12 -Piedra Branca 
Fonte: Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S036 
5- 
05962006000200007&script=sci_arttext>. 
Acesso em: 28 set. 2010 as 22:29
6 
De acordo com Miranda et al. (2006), Pitiríase Versicolor constitui uma 
infecção cutânea superficial produzida pelo dermatófito do gênero Malassezia sendo 
que suas leveduras produzem infecções diferenciadas tais como: dermatite 
seborreica, foliculites, dermatite atópica e eventualmente pode ocorrer 
disseminação. Entre as causadas de infecções pelo gênero Malassezia, destaca-se 
a pitiríase versicolor que se mostra oportuna entre adolescentes jovens, sendo 
considerada de distribuição mundial. O gênero Malassezia está englobado em 11 
espécies distintas: Malassezia globosa, M. obtusa, M. restricta, M. slooffiae, M. 
furfur, M. sympodialis e M. pachydermatis M. dermatis, M. nana, M. japonica e M. 
yamatoensis (Figuras 13 e 14). 
Figura 13 - Malassezia 
Fonte: Disponível em: 
<http://sv.wikipedia.org/wiki/Fil:Malassezia_furfu 
r_in_skin_scale_from_a_patient_with_tinea_ver 
sicolor_PHIL_3938_lores.jpg>. Acesso em: 28 
set. 2010 as 20:56 
Figura 14 - Pitiríase Versicolor 
Fonte: Disponível em: 
<http://www.dermatologia.net/novo/base/doe 
ncas/pitiversi.shtml>. Acesso em: 28 set. 
2010 as 21:00 
De acordo com Minelli, Gon e Sales (2006), os Cilindros Capilares não 
tem etiologia conhecida e caracterizam-se por pequenas formações tubulares 
branco-amareladas que envolvem a haste capital, sem a ela aderir. Pelo contrário, 
deslizam pelos fios de cabelos quando tracionados, de forma que são móveis ao 
longo dos cabelos afetados, sem provocar sintomas. Essas estruturas medem entre 
3 e 7mm de comprimento, localizando-se a variável distância do couro cabeludo. 
Ocorrem em pequeno ou grande número, e sua importância está no fato de serem 
confundidas frequentemente com outras doenças comuns do couro cabeludo, como 
a pediculose, a piedra branca, a dermatite seborréica, por exemplo. Segundo os 
autores é comum um falso diagnóstico, o que acarreta tratamento inadequado e se 
torna motivo de ansiedade para o médico e o paciente (Figuras 15 e 16).
7 
Figura 15 - Cilindro Capilar 
Fonte: Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/abd/v81n2/v81n02a07.pd 
f>. Acesso em: 28 set. 2010 as 21:15 
Figura 16 - Aspecto clínico dos Cilindros 
Capilares 
Fonte: Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/abd/v81n2/v81n02a07.pdf> 
. Acesso em: 28 set. 2010 as 21:19 
MATERIAL E MÉTODOS 
Foi realizado um levantamento bibliográfico por meio de pesquisas em 
livros e periódicos e trabalhos científicos, levantada a partir de referências 
observadas na Plataforma de Pesquisa Bireme: www.bireme.com.br. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
O diagnóstico das dermatofitoses é feito por meio de exame direto do 
raspado das lesões, quando são observadas hifas septadas e artrosporos. Cada 
espécie desses fungos tem características próprias e crescem na cultura em meio de 
Sabouraud. A luz de Wood pode auxiliar no diagnóstico etiológico, já que a tinea 
favosa e a microspórica mostram coloração esverdeada, e a tricofítica, não. Para o 
tratamento das dermatofitoses provocadas por fungos zoofílicos e geofílicos é 
suficiente medicação local, como formulações com iodo, ácido salicílico e ácido 
benzóico ou mesmo antifúngicos, como o miconazol, tolnaftato, tolciclato, 
clotrimazol, oxiconazol ou cetoconazol, pois a reação inflamatória intensa à 
presença do fungo auxilia bastante na cura. Já as dermatofitoses antropofílicas, são 
bastante resistentes às medicações, por isso, exigem tratamento oral, associado ou 
não a um dos tópicos mencionados anteriormente. Entre as medicações orais 
utilizadas estão a griseofulvina, o cetoconazol, a terbinafina, a amorolfina, fluconazol
8 
e o itraconazol. Ressalta-se a grande utilidade desta última medicação, pelos seus 
discretos efeitos adversos, além da possibilidade de ser prescrita no esquema 
conhecido como pulsoterapia (SILVA, 1995). 
Os dermatófitos constituem um grupo de fungos de distribuição universal, 
predominantes em regioes tropicais e subtropicais. Tinea capitis é, entre as 
dermatofitoses, uma das mais frequentes. As manifestações clínicas podem variar 
de acordo com os agentes e exigem cuidado especial para a confirmação 
laboratorial. É importante que o profissional faça um exame direto e solicite pesquisa 
e cultura, já que muitas vezes o agente etiológico não é diagnosticado em cultura e 
sim no exame direto. O principal foco de atenção, ultimamente, tem sido as 
mudanças quanto á epidemiologia de Tinea capitis, pois, de um modo em geral tem 
sido relatados aumento de sua incidência, alterações no padrão da infecção, 
aumento da idade média dos pacientes atingidos, principalmente na Europa e 
América do Norte. No Brasil, nas regiões Norte e Nordeste, em virtude das elevadas 
temperaturas e umidade também se percebe maior frequência de incidência. 
Observa-se ainda uma variação entre sexo, onde 55% feminino contra 45% 
masculino. O diagnóstico de Tinea capitis não parece complicado, entretanto, o 
laboratório de micologia exerce um papel importante e determinante na definição de 
sua etiologia (OLIVEIRA et al., 2002). 
As dermatofitoses são infecções superficiais cutâneas produzidas por 
fungos queratinofílicos denominados dermatófitos, que compreendem os gêneros 
Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton. Apresentam uma predileção 
ecológica, no que diz respeito à sua adaptação ao meio ambiente. Por isso, etiologia 
destas micoses apresenta uma grande variabilidade nas diferentes regiões do Brasil. 
As constantes correntes migratórias que ocorrem no país têm sido citadas como 
uma das principais causas para essas alterações. Diante do exposto, é importante 
que o conhecimento da etiologia, o qual se relaciona com o habitat natural dos 
agentes (geofílicos, antropofílicos e zoofílicos) provavelmente seja a principal meta 
para evitar a propagação das dermatofitoses, a fim de contribuir no controle da 
infecção (COSTA et al., 2002). 
A Tinea capitis é uma das infecções mais antigas descritas no ser 
humano. Embora seja vasta a experiência em seu tratamento clínico, ainda é hoje 
largamente distribuída pelo mundo, persistindo como um grave problema médico 
sanitário entre crianças na faixa etária escolar, com uma maior freqüência entre as
9 
crianças de 3 a 13 anos, com uma pequena predominância no sexo masculino. O 
predomínio de dermatofitose do couro cabeludo nesta faixa de idade está 
relacionado com a ausência de ácidos graxos de cadeia média (C8-C12) que inibem 
o desenvolvimento de dermatófitos nesta região do hospedeiro. Conclui-se que a 
fonte de infecção dos casos de lesões do couro cabeludo com maior porcentagem é 
de origem zoofílica (71,3%), causada por M. canis parasita de animais domésticos, o 
que explica provavelmente esta grande incidência em crianças que têm maior 
contato com gatos e cães (Figura 17). Afastar definitivamente os animais domésticos 
do homem, não representa uma forma adequada de evitar a propagação da doença, 
no entanto, o diagnóstico e tratamento adequados dos animais provavelmente serão 
de grande importância no controle desta infecção (DIAS et al., 2003). 
Figura 19 - Gráfico demonstrativo da distribuição de dermatófitos em pacientes com lesões 
no couro cabeludo 
Fonte: Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v36n6/a02v36n6.pdf>. Acesso em: 28 set. 2010 as 21:29 
Piedra branca é infecção fúngica crônica da cutícula do pêlo, rara, 
conhecida desde o século 19. Tem como agente etiológico a levedura Trichosporon 
beigelii, mas a partir de estudos moleculares foram determinadas seis espécies de 
Trichosporon: T. ashii, T. asteroides, T. cutaneum (sinônimo de T. beigelii), T. 
mucoides, T. ovoides e T. inkin. A piedra branca tem distribuição universal, com
10 
predileção por regiões temperadas e tropicais. No Brasil é alta sua freqüência na 
Região Norte. Afeta indivíduos de ambos os sexos e pode comprometer qualquer 
faixa etária. Em virtude de se propagar com facilidade em climas quentes e úmidos, 
orienta-se aos pacientes cortarem os cabelos e fazerem uso de xampus à base de 
piritionato de zinco a 2% ou cetoconazol a 2% durante 30 dias (DINIZ; SOUZA 
FILHO, 2005). 
Tinha do couro cabeludo ou Tinea capitis é infecção da pele e pelos do 
couro cabeludo causada por dermatófitos dos gêneros Microsporum e Trychophyton. 
A micose superficial de distribuição universal, com predileção por regiões tropicais e 
subtropicais, constituindo um problema de saúde pública alguns países. A 
prevalência dos dermatófitos é variável nas diversas regiões do mundo e dentro de 
um mesmo país, devido a fatores como clima, condições socioeconômicas e 
higiênicas da população, urbanização, sistema imunológico do hospedeiro, 
características fúngicas e terapêuticas. Observa-se que os pacientes de sexo 
masculino são mais afetados que os de sexo feminino. O exame micológico direto é 
fundamental para confirmar a suspeita diagnóstica de tinha do couro cabeludo, 
afastando os diagnósticos diferenciais e favorecendo a conduta terapêutica. A 
griseofulvina na dose de 15 a 20mg/kg/dia durante 45 a 90 dias tem sido a terapia 
de escolha para o tratamento da tinha do couro cabeludo devido a sua eficácia boa 
tolerância, especialmente em crianças, baixo custo e raros efeitos colaterais 
(GÜRTLER, DINIZ, NICCHIO, 2005). 
As leveduras do gênero Malassezia podem produzir diferentes tipos de 
infecções cutâneas superficiais como pitiríase versicolor, dermatite seborréica, 
foliculites, dermatite atópica e eventualmente pode ocorrer disseminação. Podem ser 
encontradas no exame direto, leveduras brotantes e hifas curtas e tortuosas 
características de Malassezia sp. Predominantemente, são encontradas no tronco e 
dorso, com uma porcentagem de 34,7% e 32,6%, respectivamente. Dentre as 
infecções causadas por leveduras do gênero Malassezia, destaca-se a pitiríase 
versicolor que se mostra bastante comum em adolescentes jovens, sendo 
considerada de distribuição mundial, com maior freqüência em adultos jovens (11-30 
anos) e do sexo feminino (MIRANDA, et al., 2006). 
Poucos estudos têm abordado a questão dos Cilindros Capilares. Estudod 
microscópicos mostram que são comumente compostos da bainha radicular externa, 
raramente compostos de bainha radicular interna, e algumas vezes compostos por
11 
ambas as bainhas, interna e externa. Parecem ser mais comuns em jovens, do sexo 
feminino, particularmente nas pacientes que deixam os cabelos excessivamente 
tracionados por longo período. De etiologia desconhecida, há relatos sobre sua 
presença estar associada à Pitiríase da Cabeça, Dermatite Seborréica, Psoríase do 
Couro Cabeludo, Pitiríase Amiantácea, bem como em nós nos cabelos e penteados 
com muita tração e ao uso de sprays. Entretanto, podem ocorrer sem qualquer outra 
anormalidade do couro cabeludo, simulando Pediculose, sendo por isso 
denominados Pseudolêndeas. Embora sejam condição benigna e de baixa 
morbidade, o fato do Cilindros Capilares serem pouco conhecidos, frequentemente 
há confusão em seu diagnóstico, gerando custos desnecessários, 
consequentemente, ansiedade para pacientes e médicos. 
CONCLUSÃO 
Doenças fúngicas são infecções cutâneas causadas por fungos que se 
limitam às porções queratinizadas e semiqueratinizadas da pele ou à sua superfície, 
aos pêlos e às unhas, não acometendo a derme, o tecido celular subcutâneo, ossos, 
articulações e órgãos internos. Em geral não há anticorpos séricos e o contágio 
inter-humano é freqüente. O diagnóstico pode ser obtido através de exame direto, 
mas nunca deve se descartar o exame laboratorial. Seu tratamento geralmente é 
medicamentoso tópico e a higiene é imprescindível para o sucesso do mesmo. 
REFERÊNCIAS 
COSTA, M.; COSTA, M. R.; SILVA, M. V.; RODRIGUES A. B.; FERNANDES, O. F. 
L.; SOARES, A. J.; SILVA, M. R. R. Epidemiologia e etiologia das dermatofitoses em 
Goiânia, GO, Brasil. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 35, n. 1, p. 19-22, 
2002. 
DAWBER, R.; VAN, N. D. Doenças dos cabelos e do couro cabeludo: sinais 
comuns de apresentação, diagnóstico diferencial e tratamento. São Paulo: 
Manole;1996. p. 205-207.
12 
DIAS, T.; FERNANDES, O. F. L.; SOARES, A. J.; PASSOS, X. S.; COSTA, M.; 
SOUZA, L. K. H.; SILVA, M. R. R. Tinha do couro cabeludo em crianças de Goiânia, 
Brasil. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 36, n. 6, p. 653-655, 2003. 
DINIZ, L. M.; SOUZA FILHO, J. B. Estudo de 15 casos de piedra branca observados 
na Grande Vitória (Espírito Santo - Brasil) durante cinco anos. An. Bras. Dermatol., 
Rio de Janeiro, v. 80, n. 1, p. 49-52, 2005. 
LACAZ, C. S. Tratado de micologia médica. 9. ed. São Paulo: Sarvier; 2002. 
MINELLI, L.; GON, A. S.; SALES, N. C. M. M. Cilindros capilares: relato de três 
casos e revisão de literatura. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro, v. 81, n. 2, p. 
159-162, 2006. 
MIRANDA, K. C.; ARAÚJO, C. R.; SOARES, A. J.; LEMOS, J. A.; SOUZA, L. K. H.; 
SILVA, M. R. R. Identificação de espécies de Malassezia em pacientes com pitiriase 
versicolor em Goiânia-GO. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 39, n. 6, p. 582- 
583, 2006. 
OLIVEIRA, A. C. P.; GUILHERMETTI, E.; KIOSHIMA, E. S.; PEDRA, M. R.; 
SVIDZINSKI, T. I. E.. Tinea capitis em Maringá, Paraná. Um estudo de 11 anos. An. 
Bras. Dermatol., Rio de Janeiro, v. 77, p. 321-328, 2002. 
SILVA, M. R. Infecções cutâneas por fungos: micoses superficiais. Apoio Res. Med., 
São Paulo, v. 1, n. 1, p. 5-10, 1995.

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Dermatofitoses
DermatofitosesDermatofitoses
Dermatofitosesgisa_legal
 
Dermatofitose x dermatofilose
Dermatofitose x dermatofilose Dermatofitose x dermatofilose
Dermatofitose x dermatofilose iaavila
 
ISC V - ITPAC PORTO
ISC V - ITPAC PORTOISC V - ITPAC PORTO
ISC V - ITPAC PORTOITPAC PORTO
 
0508 ascaridíase, escabiose, pediculose - rose
0508 ascaridíase, escabiose, pediculose - rose0508 ascaridíase, escabiose, pediculose - rose
0508 ascaridíase, escabiose, pediculose - roselaiscarlini
 
Tinha Do Couro Cabeludo
Tinha Do Couro CabeludoTinha Do Couro Cabeludo
Tinha Do Couro Cabeludouel
 
Escabiose e Pediculose
Escabiose e PediculoseEscabiose e Pediculose
Escabiose e PediculoseSandro Sans
 
Micoses oportunistas
Micoses oportunistasMicoses oportunistas
Micoses oportunistasAmanda Thomé
 
Infeções da pele e dos tecidos moles
Infeções da pele e dos tecidos molesInfeções da pele e dos tecidos moles
Infeções da pele e dos tecidos molesNadine Sousa
 
slide 5 tipos de Doenças de pele
slide 5 tipos de Doenças de peleslide 5 tipos de Doenças de pele
slide 5 tipos de Doenças de pelejovanny2014
 
Doenças Causadas Por Bactérias
Doenças Causadas Por BactériasDoenças Causadas Por Bactérias
Doenças Causadas Por BactériasSimone Miranda
 
Pediculose - Piolhos
Pediculose - Piolhos Pediculose - Piolhos
Pediculose - Piolhos Pedro Campota
 

La actualidad más candente (20)

Dermatofitoses
DermatofitosesDermatofitoses
Dermatofitoses
 
Tinhas do couro cabeludo
Tinhas do couro cabeludoTinhas do couro cabeludo
Tinhas do couro cabeludo
 
Dermatofitose x dermatofilose
Dermatofitose x dermatofilose Dermatofitose x dermatofilose
Dermatofitose x dermatofilose
 
ISC V - ITPAC PORTO
ISC V - ITPAC PORTOISC V - ITPAC PORTO
ISC V - ITPAC PORTO
 
0508 ascaridíase, escabiose, pediculose - rose
0508 ascaridíase, escabiose, pediculose - rose0508 ascaridíase, escabiose, pediculose - rose
0508 ascaridíase, escabiose, pediculose - rose
 
Tinha Do Couro Cabeludo
Tinha Do Couro CabeludoTinha Do Couro Cabeludo
Tinha Do Couro Cabeludo
 
Escabiose e Pediculose
Escabiose e PediculoseEscabiose e Pediculose
Escabiose e Pediculose
 
Dermatofilose dermatofitose e feridas
Dermatofilose  dermatofitose e feridasDermatofilose  dermatofitose e feridas
Dermatofilose dermatofitose e feridas
 
Doenças de pele
Doenças de peleDoenças de pele
Doenças de pele
 
Fungos
FungosFungos
Fungos
 
Ectoparasitas
EctoparasitasEctoparasitas
Ectoparasitas
 
Slides para blog
Slides para blogSlides para blog
Slides para blog
 
Escabiose (sarna)
Escabiose (sarna)Escabiose (sarna)
Escabiose (sarna)
 
Pediculose
PediculosePediculose
Pediculose
 
Micoses oportunistas
Micoses oportunistasMicoses oportunistas
Micoses oportunistas
 
Infeções da pele e dos tecidos moles
Infeções da pele e dos tecidos molesInfeções da pele e dos tecidos moles
Infeções da pele e dos tecidos moles
 
slide 5 tipos de Doenças de pele
slide 5 tipos de Doenças de peleslide 5 tipos de Doenças de pele
slide 5 tipos de Doenças de pele
 
Fungos2
Fungos2Fungos2
Fungos2
 
Doenças Causadas Por Bactérias
Doenças Causadas Por BactériasDoenças Causadas Por Bactérias
Doenças Causadas Por Bactérias
 
Pediculose - Piolhos
Pediculose - Piolhos Pediculose - Piolhos
Pediculose - Piolhos
 

Destacado

Doenças do cabelo e do couro cabeludo
Doenças do cabelo e do couro cabeludoDoenças do cabelo e do couro cabeludo
Doenças do cabelo e do couro cabeludoThaís Teixeira
 
Dermatite seborréica e caspa
Dermatite seborréica e caspaDermatite seborréica e caspa
Dermatite seborréica e caspaTCC_FARMACIA_FEF
 
Imagens Da Tinha
Imagens Da TinhaImagens Da Tinha
Imagens Da Tinhauel
 
Palestra congresso tricologia
Palestra congresso tricologiaPalestra congresso tricologia
Palestra congresso tricologiafrancinewelch13
 
2º Congresso de Tricologia do Estado de Goiás
2º Congresso de Tricologia do Estado de Goiás2º Congresso de Tricologia do Estado de Goiás
2º Congresso de Tricologia do Estado de GoiásFrancine Welch
 
Tecnicas Gerais De Enfermagem
Tecnicas Gerais De EnfermagemTecnicas Gerais De Enfermagem
Tecnicas Gerais De EnfermagemRutesilva
 
Identificação convencional de fungos filamentosos1
Identificação convencional de fungos filamentosos1Identificação convencional de fungos filamentosos1
Identificação convencional de fungos filamentosos1Marcos Alan
 
Doenças causadas por fungos
Doenças causadas por fungosDoenças causadas por fungos
Doenças causadas por fungosRafael Serafim
 
Apostila tricologia
Apostila tricologiaApostila tricologia
Apostila tricologiaNorocha
 
Como redigir a introdução e a conclusão de um trabalho escrito
Como redigir a introdução e a conclusão de um trabalho escritoComo redigir a introdução e a conclusão de um trabalho escrito
Como redigir a introdução e a conclusão de um trabalho escritoBiblioteca Escolar Ourique
 

Destacado (14)

Doenças do cabelo e do couro cabeludo
Doenças do cabelo e do couro cabeludoDoenças do cabelo e do couro cabeludo
Doenças do cabelo e do couro cabeludo
 
Fungos e bactérias
Fungos e bactériasFungos e bactérias
Fungos e bactérias
 
Tricologia
TricologiaTricologia
Tricologia
 
Dermatite seborréica e caspa
Dermatite seborréica e caspaDermatite seborréica e caspa
Dermatite seborréica e caspa
 
Imagens Da Tinha
Imagens Da TinhaImagens Da Tinha
Imagens Da Tinha
 
Tcc completo modelo (2013)
Tcc completo modelo (2013)Tcc completo modelo (2013)
Tcc completo modelo (2013)
 
Micoses
MicosesMicoses
Micoses
 
Palestra congresso tricologia
Palestra congresso tricologiaPalestra congresso tricologia
Palestra congresso tricologia
 
2º Congresso de Tricologia do Estado de Goiás
2º Congresso de Tricologia do Estado de Goiás2º Congresso de Tricologia do Estado de Goiás
2º Congresso de Tricologia do Estado de Goiás
 
Tecnicas Gerais De Enfermagem
Tecnicas Gerais De EnfermagemTecnicas Gerais De Enfermagem
Tecnicas Gerais De Enfermagem
 
Identificação convencional de fungos filamentosos1
Identificação convencional de fungos filamentosos1Identificação convencional de fungos filamentosos1
Identificação convencional de fungos filamentosos1
 
Doenças causadas por fungos
Doenças causadas por fungosDoenças causadas por fungos
Doenças causadas por fungos
 
Apostila tricologia
Apostila tricologiaApostila tricologia
Apostila tricologia
 
Como redigir a introdução e a conclusão de um trabalho escrito
Como redigir a introdução e a conclusão de um trabalho escritoComo redigir a introdução e a conclusão de um trabalho escrito
Como redigir a introdução e a conclusão de um trabalho escrito
 

Similar a DOENÇAS FUNGICAS QUE ACOMETEM COURO CABELUDO E CABELOS

Similar a DOENÇAS FUNGICAS QUE ACOMETEM COURO CABELUDO E CABELOS (20)

Aula micologia basica slide.pptx
Aula micologia basica slide.pptxAula micologia basica slide.pptx
Aula micologia basica slide.pptx
 
Aula micologia basica.pdf
Aula micologia basica.pdfAula micologia basica.pdf
Aula micologia basica.pdf
 
Fungos e doenças relacionadas
Fungos e doenças relacionadas Fungos e doenças relacionadas
Fungos e doenças relacionadas
 
Artigo_Bioterra_V23_N2_05
Artigo_Bioterra_V23_N2_05Artigo_Bioterra_V23_N2_05
Artigo_Bioterra_V23_N2_05
 
AULA 04 - MICOLOGIA e VIROLOGIA sem questões.pdf
AULA 04 - MICOLOGIA e VIROLOGIA  sem questões.pdfAULA 04 - MICOLOGIA e VIROLOGIA  sem questões.pdf
AULA 04 - MICOLOGIA e VIROLOGIA sem questões.pdf
 
Pitiose
PitiosePitiose
Pitiose
 
Aula Micologia.pptx
Aula Micologia.pptxAula Micologia.pptx
Aula Micologia.pptx
 
APOSTILA DE MICOLOGIA CLÍNICA
APOSTILA DE MICOLOGIA CLÍNICA APOSTILA DE MICOLOGIA CLÍNICA
APOSTILA DE MICOLOGIA CLÍNICA
 
Micoses superficiais
Micoses superficiaisMicoses superficiais
Micoses superficiais
 
Micoses
MicosesMicoses
Micoses
 
Doenças causadas por fungos
Doenças causadas por fungosDoenças causadas por fungos
Doenças causadas por fungos
 
Parasitologia.pptx
Parasitologia.pptxParasitologia.pptx
Parasitologia.pptx
 
Parasitologia. O que é, parasitas e formas de transmissão
Parasitologia. O que é, parasitas e formas de transmissãoParasitologia. O que é, parasitas e formas de transmissão
Parasitologia. O que é, parasitas e formas de transmissão
 
Introdução miiase
Introdução miiaseIntrodução miiase
Introdução miiase
 
microbiologia II
microbiologia IImicrobiologia II
microbiologia II
 
Os Fungos
Os FungosOs Fungos
Os Fungos
 
I micologia
I micologiaI micologia
I micologia
 
Esporotricose zoonótica procedimentos de biossegurança
Esporotricose zoonótica procedimentos de biossegurançaEsporotricose zoonótica procedimentos de biossegurança
Esporotricose zoonótica procedimentos de biossegurança
 
Fungos e biossegurança
Fungos e biossegurançaFungos e biossegurança
Fungos e biossegurança
 
micologia Profa. Ana Cristina.pptx
micologia Profa. Ana Cristina.pptxmicologia Profa. Ana Cristina.pptx
micologia Profa. Ana Cristina.pptx
 

Último

A galinha ruiva sequencia didatica 3 ano
A  galinha ruiva sequencia didatica 3 anoA  galinha ruiva sequencia didatica 3 ano
A galinha ruiva sequencia didatica 3 anoandrealeitetorres
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
Atividade com a letra da música Meu Abrigo
Atividade com a letra da música Meu AbrigoAtividade com a letra da música Meu Abrigo
Atividade com a letra da música Meu AbrigoMary Alvarenga
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxBiancaNogueira42
 
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptxBaladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptxacaciocarmo1
 
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfMapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfangelicass1
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfErasmo Portavoz
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfEyshilaKelly1
 
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESpatriciasofiacunha18
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAs Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAlexandreFrana33
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPanandatss1
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...LuizHenriquedeAlmeid6
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosAntnyoAllysson
 
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileirosMary Alvarenga
 

Último (20)

A galinha ruiva sequencia didatica 3 ano
A  galinha ruiva sequencia didatica 3 anoA  galinha ruiva sequencia didatica 3 ano
A galinha ruiva sequencia didatica 3 ano
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
Atividade com a letra da música Meu Abrigo
Atividade com a letra da música Meu AbrigoAtividade com a letra da música Meu Abrigo
Atividade com a letra da música Meu Abrigo
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
 
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptxBaladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
 
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfMapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
 
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAs Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SP
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
 
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
 

DOENÇAS FUNGICAS QUE ACOMETEM COURO CABELUDO E CABELOS

  • 1. 1 DOENÇAS FÚNGICAS QUE ACOMETEM COURO CABELUDO E CABELOS - REVISÃO DE LITERATURA FUNGAL DISEASES AFFECTING HAIR AND HAIRY LEATHER - ONE REVIEW 1SANTANA, F.A.S.; 2GATTI, L. 1e2Departamento de Ciências Biológicas - Faculdades Integradas de Ourinhos - FIO/FEMM RESUMO As micoses superficiais da pele, também chamadas de tineas são infecções causadas por fungos que acometem a pele e seus anexos, e podem ser encontrados no solo e em animais. Até na própria pele existem fungos colonizando o indivíduo sem causar doença, fazendo parte da microbiota residente. Quando estes os fungos encontram condições favoráveis ao seu crescimento, como calor, umidade, baixa de imunidade ou uso de antibióticos sistêmicos por longo prazo, estes fungos se reproduzem e passam então a causar a doença. Os primeiros sinais de uma micose costumam ser quase imperceptíveis. Na maioria dos casos provêm de bolhas, fissuras, escamas, manchas ou prurido. As manifestações clínicas podem ser: lesões no couro cabeludo com áreas de queda dos cabelos, lesões arredondadas localizadas no corpo, descamações nos espaços interdigitais e raiz das coxas, vesículas pruriginosas nos pés, manchas esbranquiçadas na pele, etc. O diagnóstico pode ser realizado através de exame micológico direto, com KOH 10%, de material biológico obtido do paciente com suspeita de micose fornecendo resultados anteriores às culturas, que podem levar dias ou semanas. Essas informações, em conjunto com a anamnese, podem contribuir enormemente no auxílio do diagnóstico laboratorial, permitindo ao clínico instituir o tratamento adequado e precocemente. Palavras-chave: Doenças fúngicas. Cabelos. Couro cabeludo. ABSTRACT The superficial mycoses of the skin, also called tineas, are fungal infections affecting the skin and its annexes, and can be found in soil and animals. Even in there own skin fungus colonizes the individual without causing disease, as part of the resident microbiota. When these fungi are favorable conditions for their growth, such as heat, humidity, poor immunity or use of systemic antibiotics for the long term, these fungi reproduce and then began to cause disease. The first signs of a fungal infection tend to be almost imperceptible. In most cases come from bubbles, cracks, flakes or itchy spots. Clinical manifestations may include: scalp lesions with areas of hair loss, round lesions located in the body, flaky in the interdigital spaces and the root of the thighs, itchy blisters on the feet, white spots on skin etc. The diagnosis can be achieved by direct mycological examination with KOH 10% of biological material obtained from the patient with suspected ringworm, providing results prior to the crops, which can take days or weeks. This information, together with the history, can contribute enormously to improve diagnostic laboratory, allowing the clinician to institute the appropriate treatment earlier. Keywords: Fungal diseases. Hair. Hairy leather.
  • 2. 2 INTRODUÇÃO Conforme, Silva (1995), Tinha Tricofítica, causada por fungos do gênero Trichophyton, manifesta-se por pequenas e múltiplas áreas de alopecia (tonsuras), geralmente parciais, e os pêlos, quando observados ao microscópio, mostram esporos do fungo em seu interior, sendo, portanto, essa forma conhecida como Endotrix. Já a Tinha Microspórica, cujo agente etiológico são fungos do gênero Microsporum, caracteriza-se por poucas e grandes áreas de tonsura. Esse gênero, ao exame direto do pêlo acometido, mostra seus esporos por fora dele, sendo por isso chamado de Ectotrix. Há outro tipo de Tinea capitis muito menos frequente, a Tinha Favosa, provocada pelo T. schoenleinii. Causa alopécia definitiva, e suas lesões aparecem como formações amareladas, resultantes da massa necrótica que se forma pelo aglomerado de micélio e esporos do fungo, células, sebo e exsudato, o que é chamado de godê fávico (Figuras 1 a 6). Figura 1 - Trichophyton Fonte: Disponível em: <http://www.med.univngers.fr/GEIHP/Galer ie.html>. Acesso em: 28 set. 2010 as 19:08 Figura 2 - Endotrix Fonte: Disponível em: <http://piel-l. org/blog/archives/558>. Acesso em 28 set. 2010 as 19:13 Figura 3 - Microsporum Fonte: Disponível em: <http://www.asm.org/Division/c/fungi.htm>. A-cesso em 28 set. 2010 as 19h16 Figura 4 - Ectotrix Fonte: Disponível em: <http://piell.org/blog/archives/558>. A-cesso em: 28 set. 2010 as 19:19
  • 3. 3 Figura 5 - T. schoenleinii Fonte: Disponível em: <http://www.pf.chibau.ac.jp/galle ry/fungi/t/Trichophyton_schoenle inii_colony-1.htm>. Acesso em: 28 set. 2010 as 19:26 Figura 6 - Tinha Favosa Fonte: Disponível em: <http://www.dermis.net/dermisroot/pt/15448/im age.htm>. Acesso em: 28 set. 2010 as 19:30 De acordo com Oliveira et al. (2002), Tinea capitis é uma infecção micótica do couro cabeludo, comum nas crianças em idade escolar e na pré-puberdade, ocorrendo em todas as partes do mundo. É causada por fungos dermatófitos pertencentes aos gêneros Microsporum ou Trichophyton. De acordo com Costa et al. (2002), as dermatofitoses são infecções superficiais cutâneas produzidas por fungos queratinofílico denominados dermatófitos, do gênero Trichophyton microsporum e Epidermophyton. Tais agentes invadem o extrato corneom da pele e de outros tecidos queratinizados no homem e animais formando as denominada Tinha. Existem três grandes grupos classificatórios em relação ao seu habitat: Geofílicos, Zoofílicos e Antropofílicos. Em distribuição geográfica os dermatófitos são ubiquitários, não havendo indivíduos, áreas ou grupos que se isolem deles. A etiologia destas micoses apresenta uma grande variabilidade em diferentes regiões do Brasil (Figura 7). A Figura 7 - A - Microsporum, B - Trichophyton, C - Epidermophyton, D - Trichosporon Fonte: Disponível em: <http://micologiabiomedica.blogspot.com/2009/10/as-dermatofitoses- e-seus-causadores.h tml>. Acesso em: 28 set. 2010 as 20:16 B C D
  • 4. 4 Segundo Dias et al. (2003), as dermatofitoses são infecções superficiais de tecidos queratinizados, constituídos por fungos recebe a denominação de dermatófitos. Estes são pelos gêneros Epidermophyton, Microsporum e Trichophyton que possuem características morfológicas, fisiológicas e antigênicas que permitem o seu relacionamento. Os dermatófitos possui distribuição universal, porem, a incidência das espécies e locais anatômicos da infecção pode ser geradas por fatores geográficos, sócioeconomicos e ambientais. As dermatofitoses podem invadir diferentes regiões do corpo. A Tinha do Couro Cabeludo é uma enfermidade que pode produzir lesões variando desde a tonsura do pêlo até uma alopecia definitiva, com maior ocorrência em crianças em idade escolar, um problema de saúde pública de grande importância no Brasil (Figura 8). Figura 8 - Tinha do Couro Cabeludo Fonte: Disponível em: <http://www.cabelo.med.br/tratamento-capilar/ doencas-do-couro-cabeludo>. Acesso em: 28 set. 2010 as 20:20 Na pesquisa realizada por Gürtler, Diniz e Nicchio (2005), concluíram que tinha do couro cabeludo e infecção da pele e cabelos, causada pelos dermatófitos do gênero Microsporum e Trichophyton, podem incidir em faixas etárias diferentes, preferencialmente em crianças pré-escolares e escolares, devido ao maior contato com fontes de infecção. Apresentavam lesões arredondadas, escamosas, tonsurantes, grandes e únicas, nas regiões frontal, occipital, parietal, e, em alguns casos o couro cabeludo pode estar difusamente acometido. Os estudos micológicos diretos evidenciaram parasitismo tipo Ectotrix, e 45,5% das culturas foram positivas para Microsporum canis, justificadas pela historia de contato entre algumas crianças da creche e cães errantes pelo bairro (Figuras 9 e 10).
  • 5. 5 Figura 9 - Microsporum canis Fonte: Disponível em: <http://www.vetsilvestre.com.br/arti gos/index.php?&art=fungos%20de %20ferrets.htm>. Acesso em: 28 set. 2010 as 20:25 Figura 10 - Múltiplas lesões causadas pelo Microsporum canis Fonte: Disponível em: <http://emedicine.medscape.com/article/11 18316-overview>. Acesso em 28 set. 2010 as 20:29 Conforme Diniz, Souza Filho (2005), a Piedra Branca é infecção fúngica causada pelo Trichosporon spp, com casos clínicos relatados na América do Sul, América do Norte, Sul da Ásia, Oriente Médio, Europa, Japão e Austrália. No Brasil há referência de casos na Paraíba, no Rio de Janeiro, em São Paulo, Belém e, a partir deste estudo, na Grande Vitória (Serra, Vitória, Vila Velha, Cariacica e Viana). A maioria dos casos brasileiros de Piedra Branca referem-se à localização em áreas genitais, e lesões nos pêlos do couro cabeludo. Justifica o hábito do uso de cremes recondicionadores em maior quantidade, permitindo a manutenção de umidade nos fios de cabelos, o que poderia contribuir com a infecção e a permanência dos fungos (Figuras 11 e 12). Figura 11 - Trichosporon spp Fonte: Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S036 5- 05962006000200007&script=sci_arttext>. Acesso em: 28 set. 2010 as 20:31 Figura 12 -Piedra Branca Fonte: Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S036 5- 05962006000200007&script=sci_arttext>. Acesso em: 28 set. 2010 as 22:29
  • 6. 6 De acordo com Miranda et al. (2006), Pitiríase Versicolor constitui uma infecção cutânea superficial produzida pelo dermatófito do gênero Malassezia sendo que suas leveduras produzem infecções diferenciadas tais como: dermatite seborreica, foliculites, dermatite atópica e eventualmente pode ocorrer disseminação. Entre as causadas de infecções pelo gênero Malassezia, destaca-se a pitiríase versicolor que se mostra oportuna entre adolescentes jovens, sendo considerada de distribuição mundial. O gênero Malassezia está englobado em 11 espécies distintas: Malassezia globosa, M. obtusa, M. restricta, M. slooffiae, M. furfur, M. sympodialis e M. pachydermatis M. dermatis, M. nana, M. japonica e M. yamatoensis (Figuras 13 e 14). Figura 13 - Malassezia Fonte: Disponível em: <http://sv.wikipedia.org/wiki/Fil:Malassezia_furfu r_in_skin_scale_from_a_patient_with_tinea_ver sicolor_PHIL_3938_lores.jpg>. Acesso em: 28 set. 2010 as 20:56 Figura 14 - Pitiríase Versicolor Fonte: Disponível em: <http://www.dermatologia.net/novo/base/doe ncas/pitiversi.shtml>. Acesso em: 28 set. 2010 as 21:00 De acordo com Minelli, Gon e Sales (2006), os Cilindros Capilares não tem etiologia conhecida e caracterizam-se por pequenas formações tubulares branco-amareladas que envolvem a haste capital, sem a ela aderir. Pelo contrário, deslizam pelos fios de cabelos quando tracionados, de forma que são móveis ao longo dos cabelos afetados, sem provocar sintomas. Essas estruturas medem entre 3 e 7mm de comprimento, localizando-se a variável distância do couro cabeludo. Ocorrem em pequeno ou grande número, e sua importância está no fato de serem confundidas frequentemente com outras doenças comuns do couro cabeludo, como a pediculose, a piedra branca, a dermatite seborréica, por exemplo. Segundo os autores é comum um falso diagnóstico, o que acarreta tratamento inadequado e se torna motivo de ansiedade para o médico e o paciente (Figuras 15 e 16).
  • 7. 7 Figura 15 - Cilindro Capilar Fonte: Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/abd/v81n2/v81n02a07.pd f>. Acesso em: 28 set. 2010 as 21:15 Figura 16 - Aspecto clínico dos Cilindros Capilares Fonte: Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/abd/v81n2/v81n02a07.pdf> . Acesso em: 28 set. 2010 as 21:19 MATERIAL E MÉTODOS Foi realizado um levantamento bibliográfico por meio de pesquisas em livros e periódicos e trabalhos científicos, levantada a partir de referências observadas na Plataforma de Pesquisa Bireme: www.bireme.com.br. RESULTADOS E DISCUSSÃO O diagnóstico das dermatofitoses é feito por meio de exame direto do raspado das lesões, quando são observadas hifas septadas e artrosporos. Cada espécie desses fungos tem características próprias e crescem na cultura em meio de Sabouraud. A luz de Wood pode auxiliar no diagnóstico etiológico, já que a tinea favosa e a microspórica mostram coloração esverdeada, e a tricofítica, não. Para o tratamento das dermatofitoses provocadas por fungos zoofílicos e geofílicos é suficiente medicação local, como formulações com iodo, ácido salicílico e ácido benzóico ou mesmo antifúngicos, como o miconazol, tolnaftato, tolciclato, clotrimazol, oxiconazol ou cetoconazol, pois a reação inflamatória intensa à presença do fungo auxilia bastante na cura. Já as dermatofitoses antropofílicas, são bastante resistentes às medicações, por isso, exigem tratamento oral, associado ou não a um dos tópicos mencionados anteriormente. Entre as medicações orais utilizadas estão a griseofulvina, o cetoconazol, a terbinafina, a amorolfina, fluconazol
  • 8. 8 e o itraconazol. Ressalta-se a grande utilidade desta última medicação, pelos seus discretos efeitos adversos, além da possibilidade de ser prescrita no esquema conhecido como pulsoterapia (SILVA, 1995). Os dermatófitos constituem um grupo de fungos de distribuição universal, predominantes em regioes tropicais e subtropicais. Tinea capitis é, entre as dermatofitoses, uma das mais frequentes. As manifestações clínicas podem variar de acordo com os agentes e exigem cuidado especial para a confirmação laboratorial. É importante que o profissional faça um exame direto e solicite pesquisa e cultura, já que muitas vezes o agente etiológico não é diagnosticado em cultura e sim no exame direto. O principal foco de atenção, ultimamente, tem sido as mudanças quanto á epidemiologia de Tinea capitis, pois, de um modo em geral tem sido relatados aumento de sua incidência, alterações no padrão da infecção, aumento da idade média dos pacientes atingidos, principalmente na Europa e América do Norte. No Brasil, nas regiões Norte e Nordeste, em virtude das elevadas temperaturas e umidade também se percebe maior frequência de incidência. Observa-se ainda uma variação entre sexo, onde 55% feminino contra 45% masculino. O diagnóstico de Tinea capitis não parece complicado, entretanto, o laboratório de micologia exerce um papel importante e determinante na definição de sua etiologia (OLIVEIRA et al., 2002). As dermatofitoses são infecções superficiais cutâneas produzidas por fungos queratinofílicos denominados dermatófitos, que compreendem os gêneros Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton. Apresentam uma predileção ecológica, no que diz respeito à sua adaptação ao meio ambiente. Por isso, etiologia destas micoses apresenta uma grande variabilidade nas diferentes regiões do Brasil. As constantes correntes migratórias que ocorrem no país têm sido citadas como uma das principais causas para essas alterações. Diante do exposto, é importante que o conhecimento da etiologia, o qual se relaciona com o habitat natural dos agentes (geofílicos, antropofílicos e zoofílicos) provavelmente seja a principal meta para evitar a propagação das dermatofitoses, a fim de contribuir no controle da infecção (COSTA et al., 2002). A Tinea capitis é uma das infecções mais antigas descritas no ser humano. Embora seja vasta a experiência em seu tratamento clínico, ainda é hoje largamente distribuída pelo mundo, persistindo como um grave problema médico sanitário entre crianças na faixa etária escolar, com uma maior freqüência entre as
  • 9. 9 crianças de 3 a 13 anos, com uma pequena predominância no sexo masculino. O predomínio de dermatofitose do couro cabeludo nesta faixa de idade está relacionado com a ausência de ácidos graxos de cadeia média (C8-C12) que inibem o desenvolvimento de dermatófitos nesta região do hospedeiro. Conclui-se que a fonte de infecção dos casos de lesões do couro cabeludo com maior porcentagem é de origem zoofílica (71,3%), causada por M. canis parasita de animais domésticos, o que explica provavelmente esta grande incidência em crianças que têm maior contato com gatos e cães (Figura 17). Afastar definitivamente os animais domésticos do homem, não representa uma forma adequada de evitar a propagação da doença, no entanto, o diagnóstico e tratamento adequados dos animais provavelmente serão de grande importância no controle desta infecção (DIAS et al., 2003). Figura 19 - Gráfico demonstrativo da distribuição de dermatófitos em pacientes com lesões no couro cabeludo Fonte: Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v36n6/a02v36n6.pdf>. Acesso em: 28 set. 2010 as 21:29 Piedra branca é infecção fúngica crônica da cutícula do pêlo, rara, conhecida desde o século 19. Tem como agente etiológico a levedura Trichosporon beigelii, mas a partir de estudos moleculares foram determinadas seis espécies de Trichosporon: T. ashii, T. asteroides, T. cutaneum (sinônimo de T. beigelii), T. mucoides, T. ovoides e T. inkin. A piedra branca tem distribuição universal, com
  • 10. 10 predileção por regiões temperadas e tropicais. No Brasil é alta sua freqüência na Região Norte. Afeta indivíduos de ambos os sexos e pode comprometer qualquer faixa etária. Em virtude de se propagar com facilidade em climas quentes e úmidos, orienta-se aos pacientes cortarem os cabelos e fazerem uso de xampus à base de piritionato de zinco a 2% ou cetoconazol a 2% durante 30 dias (DINIZ; SOUZA FILHO, 2005). Tinha do couro cabeludo ou Tinea capitis é infecção da pele e pelos do couro cabeludo causada por dermatófitos dos gêneros Microsporum e Trychophyton. A micose superficial de distribuição universal, com predileção por regiões tropicais e subtropicais, constituindo um problema de saúde pública alguns países. A prevalência dos dermatófitos é variável nas diversas regiões do mundo e dentro de um mesmo país, devido a fatores como clima, condições socioeconômicas e higiênicas da população, urbanização, sistema imunológico do hospedeiro, características fúngicas e terapêuticas. Observa-se que os pacientes de sexo masculino são mais afetados que os de sexo feminino. O exame micológico direto é fundamental para confirmar a suspeita diagnóstica de tinha do couro cabeludo, afastando os diagnósticos diferenciais e favorecendo a conduta terapêutica. A griseofulvina na dose de 15 a 20mg/kg/dia durante 45 a 90 dias tem sido a terapia de escolha para o tratamento da tinha do couro cabeludo devido a sua eficácia boa tolerância, especialmente em crianças, baixo custo e raros efeitos colaterais (GÜRTLER, DINIZ, NICCHIO, 2005). As leveduras do gênero Malassezia podem produzir diferentes tipos de infecções cutâneas superficiais como pitiríase versicolor, dermatite seborréica, foliculites, dermatite atópica e eventualmente pode ocorrer disseminação. Podem ser encontradas no exame direto, leveduras brotantes e hifas curtas e tortuosas características de Malassezia sp. Predominantemente, são encontradas no tronco e dorso, com uma porcentagem de 34,7% e 32,6%, respectivamente. Dentre as infecções causadas por leveduras do gênero Malassezia, destaca-se a pitiríase versicolor que se mostra bastante comum em adolescentes jovens, sendo considerada de distribuição mundial, com maior freqüência em adultos jovens (11-30 anos) e do sexo feminino (MIRANDA, et al., 2006). Poucos estudos têm abordado a questão dos Cilindros Capilares. Estudod microscópicos mostram que são comumente compostos da bainha radicular externa, raramente compostos de bainha radicular interna, e algumas vezes compostos por
  • 11. 11 ambas as bainhas, interna e externa. Parecem ser mais comuns em jovens, do sexo feminino, particularmente nas pacientes que deixam os cabelos excessivamente tracionados por longo período. De etiologia desconhecida, há relatos sobre sua presença estar associada à Pitiríase da Cabeça, Dermatite Seborréica, Psoríase do Couro Cabeludo, Pitiríase Amiantácea, bem como em nós nos cabelos e penteados com muita tração e ao uso de sprays. Entretanto, podem ocorrer sem qualquer outra anormalidade do couro cabeludo, simulando Pediculose, sendo por isso denominados Pseudolêndeas. Embora sejam condição benigna e de baixa morbidade, o fato do Cilindros Capilares serem pouco conhecidos, frequentemente há confusão em seu diagnóstico, gerando custos desnecessários, consequentemente, ansiedade para pacientes e médicos. CONCLUSÃO Doenças fúngicas são infecções cutâneas causadas por fungos que se limitam às porções queratinizadas e semiqueratinizadas da pele ou à sua superfície, aos pêlos e às unhas, não acometendo a derme, o tecido celular subcutâneo, ossos, articulações e órgãos internos. Em geral não há anticorpos séricos e o contágio inter-humano é freqüente. O diagnóstico pode ser obtido através de exame direto, mas nunca deve se descartar o exame laboratorial. Seu tratamento geralmente é medicamentoso tópico e a higiene é imprescindível para o sucesso do mesmo. REFERÊNCIAS COSTA, M.; COSTA, M. R.; SILVA, M. V.; RODRIGUES A. B.; FERNANDES, O. F. L.; SOARES, A. J.; SILVA, M. R. R. Epidemiologia e etiologia das dermatofitoses em Goiânia, GO, Brasil. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 35, n. 1, p. 19-22, 2002. DAWBER, R.; VAN, N. D. Doenças dos cabelos e do couro cabeludo: sinais comuns de apresentação, diagnóstico diferencial e tratamento. São Paulo: Manole;1996. p. 205-207.
  • 12. 12 DIAS, T.; FERNANDES, O. F. L.; SOARES, A. J.; PASSOS, X. S.; COSTA, M.; SOUZA, L. K. H.; SILVA, M. R. R. Tinha do couro cabeludo em crianças de Goiânia, Brasil. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 36, n. 6, p. 653-655, 2003. DINIZ, L. M.; SOUZA FILHO, J. B. Estudo de 15 casos de piedra branca observados na Grande Vitória (Espírito Santo - Brasil) durante cinco anos. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro, v. 80, n. 1, p. 49-52, 2005. LACAZ, C. S. Tratado de micologia médica. 9. ed. São Paulo: Sarvier; 2002. MINELLI, L.; GON, A. S.; SALES, N. C. M. M. Cilindros capilares: relato de três casos e revisão de literatura. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro, v. 81, n. 2, p. 159-162, 2006. MIRANDA, K. C.; ARAÚJO, C. R.; SOARES, A. J.; LEMOS, J. A.; SOUZA, L. K. H.; SILVA, M. R. R. Identificação de espécies de Malassezia em pacientes com pitiriase versicolor em Goiânia-GO. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 39, n. 6, p. 582- 583, 2006. OLIVEIRA, A. C. P.; GUILHERMETTI, E.; KIOSHIMA, E. S.; PEDRA, M. R.; SVIDZINSKI, T. I. E.. Tinea capitis em Maringá, Paraná. Um estudo de 11 anos. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro, v. 77, p. 321-328, 2002. SILVA, M. R. Infecções cutâneas por fungos: micoses superficiais. Apoio Res. Med., São Paulo, v. 1, n. 1, p. 5-10, 1995.