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MAQUININHAS LTDA
AtéoFim!
Era um lindo dia de sol. Vovô Juca e Toni-
nho estavam no jardim arrancando as
ervas daninhas e plantando flores.
Sábado era o dia em que o vovô cui-
dava do jardim, e como Toninho não tinha
aula, decidiram plantar mudinhas e semen-
tes.
Mas depois de plantar apenas três
mudas, Toninho sentou-se na grama.
— Cansei. — disse.
O vovô Juca se levantou do canteiro de
flores onde estava.
— Sinto muito ouvir isso, mas você não
acabou de plantar as mudas.
— Eu sei, mas agora quero fazer outra
coisa.
— Olha, quero lhe contar uma história.
Vamos guardar nossas ferramentas no cesto
e depois conto a história.
— Sim, senhor.
◆ ◆ ◆
Estavam montando um circo perto do
canteiro de obras da Maquininhas Ltda. A
grande tenda amarela e azul ficava no meio
de várias outras tendas menores e alguns
caminhões, trailers e jaulas de animais.
Todos do circo estavam ocupados com os
preparativos.
No dia seguinte, Betoneira conversou com
seu irmão, o Cimento Bomba.
— Estou cansada de ficar misturando
cimento o tempo todo. — desabafou Beto-
neira — Eu queria fazer algo diferente...
algo mais interessante.
— Sei como é, — concordou Cimento
Bomba — tudo que faça é despejar cimento
molhado onde precisam dele. Só faço isso
cada dia.
— Vamos fazer algo diferente — sugeriu
Betoneira. — Por que não vamos ver o circo?
— Será que podemos? — perguntou
Cimento Bomba.
— Eu posso ficar misturando cimento
enquanto estamos lá, e você ainda tem que
esperar até fazer o próximo trabalho.
— É verdade. E nem vamos ficar longe
por muito tempo. Vamos lá.
Passaram pelo chefe do circo que ron-
dava toda a área com seu fraque e cartola.
— Olá, rapazes — disse o sr. Chefia.
— Vieram ver o circo?
— Sim, senhor — responderam.
— A primeira apresentação de hoje já
terminou, mas podem andar por aí se quise-
rem.
Betoneira e Bomba perceberam que já
tinha passado uma hora desde que saíram
do canteiro de obras.
— Xiii! — disse Bomba. — É melhor a
gente voltar ao trabalho. Talvez possamos
voltar amanhã para ver o que não deu para
ver hoje.
— Tô nessa! — disse Betoneira.
Nos dias que se seguiram, os dois irmãos
fizeram várias visitas rápidas ao circo.
— Eu adoraria trabalhar no circo — disse
Bomba. — Seria muito mais legal do que o
trabalho que tenho agora.
— Olá! Percebi que vocês têm vindo
muito aqui nos últimos dias — disse o sr.
Chefia que saía de seu trailer. — Estão pen-
sando em montar uma atração para o circo?
— perguntou com uma risadinha.
— Quem me dera — disse Betoneira sus-
pirando.
— Tive uma idéia! É algo que você prova-
velmente sabe fazer bem — disse o sr. Chefia.
— O que? — perguntou Bomba.
— Em vez de bombear cimento, pode-
mos colocar uma mistura para fazer bolhas
no seu tanque e você pode fazer bolhas.
As crianças iam adorar! Eu até já pensei
no nome da sua apresentação: “Chuva de
Bolhas!”
— Gostei da idéia — disse Bomba todo
animado. — E você Betoneira?
— Maravilha! — respondeu. — E eu vou
fazer o que?
— Você pode ajudar a chamar a multidão
— disse o sr. Chefia. — Vão formar uma
ótima equipe. O que acham?
— Combinado! — exclamaram os dois
irmãos.
— Podem começar amanhã se quiserem
— disse o sr. Chefia. — Vou avisar o pessoal
que estarão aqui.
Na manhã seguinte, Bomba e Betoneira
foram direto ao circo ensaiar. Estavam tão
empolgados com o novo trabalho que nem
avisaram o sr. Supervisor que estariam fora.
O sr. Chefia colocou a mistura para fazer
bolhas no tanque de Bomba e disse que vol-
taria mais tarde.
— Qual é a maior bolha que você conse-
gue fazer — perguntou Betoneira a Bomba.
Bomba soprou forte, tentando fazer uma
bolha gigante. Mas estava acostumado a
trabalhar com cimento grosso e não com a
mistura para fazer bolhas tão fina, então
soltou milhares de bolhas deixando toda a
área coberta com elas.
— Acho que não deu muito certo — disse
Bomba rindo. — Vou tentar de novo.
Enquanto isso, no canteiro de obras, o sr.
Supervisor perguntava a todos onde estavam
os irmãos Bomba e Betoneira.
— Eles nem apareceram de manhã,
senhor — respondeu Planador. — E eles têm
sumido bastante nesses últimos dias.
— O que será que andam fazendo?
— disse o sr. Supervisor. — Precisamos deles
agora para começarmos o alicerce desta
obra. Todos estão esperando por eles. Plana-
dor, me avise assim que encontrá-los.
— Claro, patrão.
Espero que não tenham se metido em
alguma encrenca. — pensou o sr. Supervisor
enquanto caminhava até seu trailer.
— Escavito, o que está acontecendo lá
embaixo? — perguntou Escavinha.
— Aonde?
— Lá no circo. Olhe quantas bolhas!
— Não sei, mas tem mesmo um monte de
bolhas. Olha só, algumas barracas e trailers
estão completamente cobertos de bolhas.
As coisas não estavam correndo bem
para Bomba. Por mais que tentasse não
conseguia fazer a coisa direito, e milhares
de bolhas saíam do seu bico e cobriam
tudo. No começo, Bomba e Betoneira
acharam muito engraçado, mas logo
Betoneira começou a ficar chateada com
Bomba.
— Deixa de brincadeira e faz a coisa
direito — disse Betoneira frustrada.
— Estou tentando, mas não consigo.
— O que está acontecendo aqui? — per-
guntou o sr. Chefia. — Bomba! Betoneira!
Não foi isso que pedi que fizessem.
— Desculpa, sr. Chefia — desculpou-se
Betoneira. — Bomba está tendo dificuldade
para fazer as bolhas.
— Dá para ver. — O sr. Chefia não
estava achando nenhuma graça. — Sinto
muito, Bomba, mas vou ter que pedir que
desligue a sua bomba. Tem bolhas por toda
parte e as pessoas não estão gostando nada
disso. Acho que me enganei sobre vocês e
provavelmente se sairiam melhor fazendo o
seu verdadeiro trabalho. Sinto muito.
Bomba e Betoneira voltaram tristes para
o canteiro de obras deixando atrás de si um
rastro de bolhas.
— Por que tem bolhas saindo de você?
— perguntou Planador quando chegaram.
— Não quero falar disso agora — res-
pondeu Bomba todo tristonho.
— Bomba! Betoneira! Aí estão vocês!
— Era o sr. Supervisor. — É bom terem uma
boa desculpa por não aparecerem no traba-
lho.
— É... mais ou menos — respondeu Beto-
neira baixinho.
Betoneira e Bomba contaram ao sr. Super-
visor sobre o circo, o convite do sr. Chefia e
a bagunça que fizeram.
— Sentimos muito termos faltado ao nosso
trabalho hoje. — disse Bomba. — A gente
pensou que trabalhar no circo seria mais
divertido. Mas não deu muito certo e não foi
nada como esperávamos.
— Tudo bem — respondeu o sr. Supervi-
sor. — Mas como não vieram trabalhar hoje,
vão ter que aparecer mais cedo amanhã
para se adiantarem um pouco no seu traba-
lho e a obra não ficar atrasada. Espero que
tenham aprendido uma boa lição sobre fazer
o seu trabalho até o fim.
— Aprendemos sim, senhor — disse
Bomba. — Prometemos que vamos estar aqui
amanhã bem cedo.
◆ ◆ ◆
— Eu quero acabar de plantar as mudi-
nhas — disse Toninho quando terminou a
história. — É importante fazer o meu traba-
lho até o fim.
— Assim que acabarmos aqui, podemos
fazer outra coisa que você escolher — disse
o vovô.
— Obrigado, — disse o Toninho — vou
pensar em alguma coisa bem divertida.
É melhor eu acabar
de guardar a louça
antes de ir brincar lá
fora.
MORAL : É importante aprender
a fazer o seu trabalho até o fim.
Mesmo se não for o que mais gosta
de fazer. Faça até terminar e
ficará feliz com o que fez.

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Até o Fim!

  • 2. Era um lindo dia de sol. Vovô Juca e Toni- nho estavam no jardim arrancando as ervas daninhas e plantando flores. Sábado era o dia em que o vovô cui- dava do jardim, e como Toninho não tinha aula, decidiram plantar mudinhas e semen- tes. Mas depois de plantar apenas três mudas, Toninho sentou-se na grama. — Cansei. — disse. O vovô Juca se levantou do canteiro de flores onde estava. — Sinto muito ouvir isso, mas você não acabou de plantar as mudas. — Eu sei, mas agora quero fazer outra coisa. — Olha, quero lhe contar uma história. Vamos guardar nossas ferramentas no cesto e depois conto a história. — Sim, senhor. ◆ ◆ ◆ Estavam montando um circo perto do canteiro de obras da Maquininhas Ltda. A grande tenda amarela e azul ficava no meio de várias outras tendas menores e alguns caminhões, trailers e jaulas de animais.
  • 3.
  • 4. Todos do circo estavam ocupados com os preparativos. No dia seguinte, Betoneira conversou com seu irmão, o Cimento Bomba. — Estou cansada de ficar misturando cimento o tempo todo. — desabafou Beto- neira — Eu queria fazer algo diferente... algo mais interessante. — Sei como é, — concordou Cimento Bomba — tudo que faça é despejar cimento molhado onde precisam dele. Só faço isso cada dia. — Vamos fazer algo diferente — sugeriu Betoneira. — Por que não vamos ver o circo? — Será que podemos? — perguntou Cimento Bomba. — Eu posso ficar misturando cimento enquanto estamos lá, e você ainda tem que esperar até fazer o próximo trabalho. — É verdade. E nem vamos ficar longe por muito tempo. Vamos lá. Passaram pelo chefe do circo que ron- dava toda a área com seu fraque e cartola. — Olá, rapazes — disse o sr. Chefia. — Vieram ver o circo? — Sim, senhor — responderam. — A primeira apresentação de hoje já terminou, mas podem andar por aí se quise- rem.
  • 5.
  • 6. Betoneira e Bomba perceberam que já tinha passado uma hora desde que saíram do canteiro de obras. — Xiii! — disse Bomba. — É melhor a gente voltar ao trabalho. Talvez possamos voltar amanhã para ver o que não deu para ver hoje. — Tô nessa! — disse Betoneira. Nos dias que se seguiram, os dois irmãos fizeram várias visitas rápidas ao circo. — Eu adoraria trabalhar no circo — disse Bomba. — Seria muito mais legal do que o trabalho que tenho agora. — Olá! Percebi que vocês têm vindo muito aqui nos últimos dias — disse o sr. Chefia que saía de seu trailer. — Estão pen- sando em montar uma atração para o circo? — perguntou com uma risadinha. — Quem me dera — disse Betoneira sus- pirando. — Tive uma idéia! É algo que você prova- velmente sabe fazer bem — disse o sr. Chefia. — O que? — perguntou Bomba. — Em vez de bombear cimento, pode- mos colocar uma mistura para fazer bolhas no seu tanque e você pode fazer bolhas. As crianças iam adorar! Eu até já pensei no nome da sua apresentação: “Chuva de Bolhas!”
  • 7.
  • 8. — Gostei da idéia — disse Bomba todo animado. — E você Betoneira? — Maravilha! — respondeu. — E eu vou fazer o que? — Você pode ajudar a chamar a multidão — disse o sr. Chefia. — Vão formar uma ótima equipe. O que acham? — Combinado! — exclamaram os dois irmãos. — Podem começar amanhã se quiserem — disse o sr. Chefia. — Vou avisar o pessoal que estarão aqui. Na manhã seguinte, Bomba e Betoneira foram direto ao circo ensaiar. Estavam tão empolgados com o novo trabalho que nem avisaram o sr. Supervisor que estariam fora. O sr. Chefia colocou a mistura para fazer bolhas no tanque de Bomba e disse que vol- taria mais tarde. — Qual é a maior bolha que você conse- gue fazer — perguntou Betoneira a Bomba. Bomba soprou forte, tentando fazer uma bolha gigante. Mas estava acostumado a trabalhar com cimento grosso e não com a mistura para fazer bolhas tão fina, então soltou milhares de bolhas deixando toda a área coberta com elas. — Acho que não deu muito certo — disse Bomba rindo. — Vou tentar de novo.
  • 9.
  • 10. Enquanto isso, no canteiro de obras, o sr. Supervisor perguntava a todos onde estavam os irmãos Bomba e Betoneira. — Eles nem apareceram de manhã, senhor — respondeu Planador. — E eles têm sumido bastante nesses últimos dias. — O que será que andam fazendo? — disse o sr. Supervisor. — Precisamos deles agora para começarmos o alicerce desta obra. Todos estão esperando por eles. Plana- dor, me avise assim que encontrá-los. — Claro, patrão. Espero que não tenham se metido em alguma encrenca. — pensou o sr. Supervisor enquanto caminhava até seu trailer. — Escavito, o que está acontecendo lá embaixo? — perguntou Escavinha. — Aonde? — Lá no circo. Olhe quantas bolhas! — Não sei, mas tem mesmo um monte de bolhas. Olha só, algumas barracas e trailers estão completamente cobertos de bolhas. As coisas não estavam correndo bem para Bomba. Por mais que tentasse não conseguia fazer a coisa direito, e milhares de bolhas saíam do seu bico e cobriam tudo. No começo, Bomba e Betoneira acharam muito engraçado, mas logo Betoneira começou a ficar chateada com Bomba.
  • 11.
  • 12. — Deixa de brincadeira e faz a coisa direito — disse Betoneira frustrada. — Estou tentando, mas não consigo. — O que está acontecendo aqui? — per- guntou o sr. Chefia. — Bomba! Betoneira! Não foi isso que pedi que fizessem. — Desculpa, sr. Chefia — desculpou-se Betoneira. — Bomba está tendo dificuldade para fazer as bolhas. — Dá para ver. — O sr. Chefia não estava achando nenhuma graça. — Sinto muito, Bomba, mas vou ter que pedir que desligue a sua bomba. Tem bolhas por toda parte e as pessoas não estão gostando nada disso. Acho que me enganei sobre vocês e provavelmente se sairiam melhor fazendo o seu verdadeiro trabalho. Sinto muito. Bomba e Betoneira voltaram tristes para o canteiro de obras deixando atrás de si um rastro de bolhas. — Por que tem bolhas saindo de você? — perguntou Planador quando chegaram. — Não quero falar disso agora — res- pondeu Bomba todo tristonho. — Bomba! Betoneira! Aí estão vocês! — Era o sr. Supervisor. — É bom terem uma boa desculpa por não aparecerem no traba- lho. — É... mais ou menos — respondeu Beto- neira baixinho.
  • 13.
  • 14. Betoneira e Bomba contaram ao sr. Super- visor sobre o circo, o convite do sr. Chefia e a bagunça que fizeram. — Sentimos muito termos faltado ao nosso trabalho hoje. — disse Bomba. — A gente pensou que trabalhar no circo seria mais divertido. Mas não deu muito certo e não foi nada como esperávamos. — Tudo bem — respondeu o sr. Supervi- sor. — Mas como não vieram trabalhar hoje, vão ter que aparecer mais cedo amanhã para se adiantarem um pouco no seu traba- lho e a obra não ficar atrasada. Espero que tenham aprendido uma boa lição sobre fazer o seu trabalho até o fim. — Aprendemos sim, senhor — disse Bomba. — Prometemos que vamos estar aqui amanhã bem cedo. ◆ ◆ ◆ — Eu quero acabar de plantar as mudi- nhas — disse Toninho quando terminou a história. — É importante fazer o meu traba- lho até o fim. — Assim que acabarmos aqui, podemos fazer outra coisa que você escolher — disse o vovô. — Obrigado, — disse o Toninho — vou pensar em alguma coisa bem divertida.
  • 15.
  • 16. É melhor eu acabar de guardar a louça antes de ir brincar lá fora. MORAL : É importante aprender a fazer o seu trabalho até o fim. Mesmo se não for o que mais gosta de fazer. Faça até terminar e ficará feliz com o que fez.