O SUS completou 30 anos de existência com grandes desafios a enfrentar em face das aceleradas mudanças demográficas e epidemiológicas da população brasileira e das possibilidades abertas pela incorporação de novas tecnologias à medicina. Nesse contexto, se coloca a necessidade de repensar e redefinir padrões de coordenação entre as diferentes esferas de governo, relações entre os distintos atores públicos, privados, filantrópicos e não governamentais que atuam no setor, modelos de gestão e provimento dos serviços de saúde.
Ana Maria Malik
Médica, é professora titular na FGV EAESP, onde coordena o Centro de Estudos em Gestão e Planejamento em Saúde (FGVsaúde). É orientadora da pós graduação na FGV e na USP. Mestre em Administração e doutora em Medicina Preventiva, foi sênior researcher na Harvard School of Public Health (EUA).
O Futuro do SUS: Desafios e Mudanças Necessárias - Ana Maria Malik
1. O Futuro do SUS:
Desafios para a Cobertura Universal de
Saúde no Brasil
Alternativas para o Aperfeiçoamento do SUS
13/08/19
Ana Maria Malik
2. Disclaimer
• Bacharel em medicina, formada antes da criação do SUS, quando boa
parte dos equipamentos diagnósticos hoje (sobre) utilizados não
existiam e quando viver além dos 70 anos era raro
• Estudo o SUS em seus componentes público e privado – quanto mais
soubermos a respeito, mais fácil atuar com e sobre eles
• Acredito em e trabalho com qualidade, eficiência e resultados na
saúde (e na assistência)
• Não vendo nada além de ideias
3. Alternativas para o aperfeiçoamento do SUS
SUMÁRIO
- Premissas – no ambiente, na saúde, na assistência, na gestão
- O SUS que temos hoje
- O SUS que podemos ter
- O que falta????
8. O SUS que temos hoje – diagnóstico
conhecido
1) Desconhecido – percepção da assistência, pautado pela mídia (imprensa)
e pouca atuação nas redes sociais
2) Fragmentado – no modelo assistencial e na relação público privada
3) Privilegiador de assistência médico hospitalar em detrimento da
assistência em rede
4) Privilegiador da assistência a pacientes agudos em detrimento do
cuidado continuado
5) Centrado na doença e não na saúde
6) Centrado no procedimento
7) Contando com RRHH pouco qualificados, pouco estimulados e pouco
engajados
9. Oferta de serviços de saúde no Brasil
• Grande parte dos estabelecimentos é privada:
• estabelecimentos com internação - 62%,
• unidades de serviço de apoio a diagnose e terapia do país - 66%
• a maioria das unidades ambulatoriais é pública - 75%
• Heterogeneidade -
9.75%
31.49%
10.20%
33.39%
15.16%
Distribuição dos Hospitais por Região,
Brasil, 2017
N NE CO SE S
10. Leitos por Mil Habitantes e Região
Carpanez, 2019
1.3
2.1 2.2 2.1
2.5
2.1
0.8
1.2
1.0
0.7 0.6
0.81.0
1.6
1.4
1.6
2.2
1.6
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
N NE CO SE S Total
Número de Leitos por mil habitantes, por Região e tipo de leito,
Brasil, 2017
LeitosTotais Leitos Públicos Leitos SUS
12/08/2019
11. Hospitais por Porte
Carpanez, 2019
59.72%
29.63%
10.65%
Distribuição dos Hospitais por Porte,
Brasil, 2017
Pequeno Médio Grande
Porte N
Pequeno 3888 (60%)
Médio 1929
Grande 693
Total 6510
12/08/2019
12. Não dá para não melhorar:
Indicadores dos hospitais que emitiram AIH, 2017 (Carpanez, 2019)
12/08/2019
Porte Hospitalar
Brasil
Pequeno Médio Grande
Média de Permanência 3,82 5,37 7,09 4,46
Taxa de Ocupação 28,01% 52,93% 68,22% 39,94%
Índice de Giro de Leitos 33,75 43,92 41,52 37,88
Índice de Intervalo de Substituição 206,73 44,70 19,78 134,77
Porcentagem de Internações por Atenção
Básica
11,92% 7,14% 2,88% 9,87%
Taxa de Mortalidade 2,52% 4,36% 5,83% 3,21%
Fonte: Sistema de Informação Hospitalar, 2017
13. O SUS que podemos ter – nem é
novidade nem é desenho alternativo
• Integrado – no modelo assistencial – da residência à residência, com
base na atenção básica, mas sem esquecer MAC
• Articulando o público e o privado – contratos claros e controles
transparentes
• Articulando as instâncias intergovernamentais/subregionais –
governança
• Utilizando o conhecimento referente às evidências e definindo
protocolos
• Utilizando a tecnologia de informação existente para o coletivo
• Definindo o cardápio básico de informações e utilizando-as
14. O que falta?
• Dinheiro – recursos públicos - alocação em programas prioritários –
definidos com base em...critérios de necessidade
• RRHH – força de trabalho para o mercado do século XXI: engajada,
com conhecimento, habilidade de aprender e de se adaptar ...regras
(job descriptions) mais fluidas e critérios de avaliação com sentido
• Sistemas de informação eficazes, conectados e utilizados
• Transparência na alocação de recursos, na definição de subsistemas,
nas negociações
• Chegar ao século XXI, ASAP
15. Para continuar discutindo
• Ana.malik@fgv.br
• fgvsaude@fgv.br
• http://gvsaude.fgv.br/
29º semestre de debates do FGVSaúde - Brasil país de contrastes também na saúde
(https://fgvsaude.fgv.br/29o-semestre-de-debates)
19 de setembro - A saúde do cidadão após 30 anos de SUS: o que levou à situação atual e
quais as alternativas para mudar o cenário.
Palestrantes:
Fernando Cupertino – CONASS
Mário Scheffer – FMUSP
Moderador:
Walter Cintra Ferreira Júnior – FGV EAESP