O documento discute aspectos do diagnóstico de tumores ovarianos, incluindo classificação, sintomas clínicos, marcadores sorológicos, exames de imagem como ultrassonografia e ressonância magnética, e o papel da laparoscopia no diagnóstico. Aborda principalmente os benefícios e limitações dos diferentes métodos diagnósticos para tumores ovarianos benignos e malignos.
Abordagem Atual no Diagnostico dos Tumores Ovarianos
1. Tumores Ovarianos: Aspectos
Atuais da Abordagem Diagnóstica
Residência Médica em Ginecologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Hospital Universtitário Clementino Fraga Filho
Residente: Pedro de Araujo Melo
Orientadro: Prof. Maurício Magalhães
3. Introdução
Cerca de 2/3 dos tumores ovarianos
ocorrem na idade reprodutiva
80 a 85% dos tumores ovarianos são
benignos
A chance de um tumor ovarianos primário
ser maligno em mulheres abaixo de 45
anos é menor que 1 em 15
Com a difusão da ultrassonografia houve
um aumento importante no número de
diagnósticos de tumores ovarianos,
4. Introdução
O câncer ovariano esta associado a baixa
paridade e infertilidade
A maioria dos cânceres ovarianos é
esporádica mas cerca de 5 a 10% deles
resulta de succeptibilidade herdada e
hereditariedade
Tumores metastáticos para os ovários são
mais comumente originados das mamas e
do trato gastrointestinal
9. Tumores Estromais do
Epitélio Superficial
Tumores Serosos
Tumores Mucinosos
Tumores Endometrióides
Tumores de Células Claras
Tumores de Células Transicionais
(Brenner)
Carcinomas indiferenciados
Adenocarcionas de subtipo indeterminado
10. Tumores Estromais do
Cordão Sexual
Tumores de Células da Granulosa
Tecomas
Fibromas
Tumores de Células de Sertoli
Tumores de Células de Sertoli-Leydig
Tumores de Células Esteróides
13. Diagnóstico Clínico
Maligno Benigno
Consistência Misto ou Sólido Cístico
Cápsula Lisa Excrescências
Extensão Bilateral Unilateral
Ascite Sim Não
Tamanho > 8 cm < 8 cm
Cavidade Peritoneal Livre Implantes
14. Diagnóstico Clínico
A grande maioria dos tumores ovarianos
benignos é assintomático
Dor e sensação de peso na região pélvica
são os sintomas mais comuns
Dor aguda geralmente indica quadro de
torção ou ruptura
São frequentemente detectados
incidentalmente
15. Diagnóstico Clínico
Tumores malignos geralmente são
sintomáticos por vários meses antes do
diagnóstico mesmo em estádios iniciais
Os sintomas são frequentemente atribuídos
à menopausa, envelhecimento, mudanças
na alimentação, estresse ou depressão.
Aumento do volume abdominal, edema,
urgência para urinar e dor pélvica são
frequentes
Náuseas, vômitos e obstrução intestinal
16. Diagnóstico Clínico
Ao exame físico uma massa pélvica é
palpável na maior parte dos casos
Tumores malignos em geral são sólidos,
nodulares e fixos
Numa paciente com massa pélvia e ascite
o diagnóstico é de câncer de ovário até que
se prove o contrário
Tumores produtores de hormônios podem
cursar com sangramento uterino anormal,
puberdade precoce ou virilização
18. Diagnóstico Clínico
Disgerminomas são a única neoplasia
maligna com acometimento bilateral
significativo (15 a 20%)
Tumores metastáticos no ovário são quase
que invariavelmente bilaterais
Adenocarcinomas endometrioides
coexistem com adenocarcinoma de
endométrio em 15 a 20% dos casos
19. Diagnóstico Sorológico
CA 125:
- Determinante antigênico inespecífico
- Até 1% das mulheres saudáveis podem
apresentar elevações
- Pode elevar-se em patologias benignas
- Elevado em 90% das mulheres com
tumores malignos epiteliais não mucinosos
21. Diagnóstico Sorológico
Alfa-fetoproteína:
- Podem elevar-se em portadores de
tumores de células germinativas
Gonadotrogina Coriônica:
- Pode indicar gravidez tópica ou ectópica
- Marcador tumoral em tumores de células
germinativas
23. Diagnóstico Sorológico
Outros marcadores:
- Desidrogenase lática (LDH) encontra-se
elevada nos disgerminomas e pode ser
utilizada para monitorar recidivas
- Níveis elevados de testosterona e
androstenediona são altamento sugestivos
de tumores do cordão sexual em uma
mulher com sinais e sintomas de virilização
- Inibina A, inibina B e estradiol encontram-se
elevados em tumores do cordão sexual
24. Diagnóstico Sorológico
Review
Biomarkers for Screening, Diagnosis, and
Monitoring of Ovarian Cancer
Eiji Kobayashi, Yutaka Ueda, Shinya Matsuzaki, Takuhei Yokoyama, Toshihiro Kimura,
Kiyoshi Yoshino, Masami Fujita, Tadashi Kimura, and Takayuki Enomoto
Cancer Epidemiol Biomarkers Prev; 21(11) November 2012
25. Diagnóstico Sorológico
O uso do CA 125 em combinação com
USG TV contribuiu para um diagnóstico
mais precoce do câncer ovariano
O marcador ideal seria altamente
específico, rápido, barato, permitindo uma
detecção não invasiva de doença mínima e
refletir a massa tumoral
26. Diagnóstico Sorológico
Table 1. Clinical significance of CA125 level for
ovarian cancer
- Screening of ovarian cancer
- Differential diagnosis between primary ovarian
cancer and metastatic ovarian cancera
- Prediction of prognosis
- Surveillance of recurrence
A
In combination with CEA.
27. Diagnóstico Sorológico
CA 19-9: uso no diagnóstico diferencial
entre tumores ovarianos mucinosos e não
mucinosos
CA 15-3, CA 72-4, CEA elevados em taxas
variáveis
HE4 tem se mostrado o marcador mais
sensível na detecção do câncer ovariano
HE4 está elevado em um terço dos
paciente com câncer ovarianos epiteliais
onde o CA 125 encontra-se normal
28. Diagnóstico Radiológico
Ultrassonografia
- Via transvaginal superior à via
transabdominal
- Utilização do doppler colorido para
avaliação da presença de torção e
potencial maligno
- Cistos simples até 5 cm de diâmetro
(alguns autores indicam 8 cm) são
provavelmente benignos
- Cistos foliculares aparecem como lesões
30. Diagnóstico Radiológico
Ultrassonografia
- Nos cistos complexos não se pode excluir
malignidade, exceto se forem encontradas
características de teratoma maduro ou
endometrioma
- Cisto complexo = septação, nódulo mural,
espessamento da parede irregular, ecos
regionais, difusos e brilhantes, linhas e
pontos hiperecóicos
- Massas sólidas são em sua maioria
31. Diagnóstico Radiológico
Ultrassonografia
- Cistos de corpo lúteo:
# Cisto ecogênico imitando massa sólida
logo após o sangramento
# Padrão rendilhado com a formação do
coágulo
# Linha distina entre o soro e o coágulo em
retração
# Nódulo intramural quando coágulo retrai
38. Diagnóstico Radiológico
Objetivos:
- Estimar a ocorrência de tumores malingos
e borderlines em lesões descritas como
uniloculares
- Investigar se há diferenças clínicas ou
ultrassonográficas entre cistos uniloculares
benignos e malignos
39. Diagnóstico Radiológico
Métodos:
- Análise retrospectiva de dados colhidos
prospectivamente do banco de dados do
International Ovarian Tumor Analysis
(IOTA)
- Definição de cisto unilocular utilizada: cisto
com cavidade única sem componentes
sólidos ou projeções papilares
40. Diagnóstico Radiológico
Discussão:
- Maior taxa de malignidade em mulheres na
pós menopausa
- Conteúdo hemorrágico e história pessoal
de câncer de ovário ou de mama
aumentaram o risco de malignidade
- Muitos cistos descritos como uniloculares
apresentam componentes sólidos ou
projeções papilares à macroscopia
43. Diagnóstico Radiológico
Estudo multicêntrico sendo realizado desde
1999, sendo o maior estudo em diagnóstico
ultrassonográfico de câncer ovariano até o
momento
O reconhecimento de padrões
ultrassonográfios de malignidade ou
benignidade por um clínico experiente é a
melhor forma de caracterizar um tumor
anexial
Sistema de descrição simple rules
46. Diagnóstico Radiológico
Tomografia Computadorizada
- Principal vantagem é fornecer informações
para o planejamento do tratamento
- Menos eficaz que a USG na diferenciação
de massas benignas e malignas
- Biópsias guiadas não devem ser
realizadas. Massas ovarianas suspeitas
devem ser removidas cirurgicamente
49. Diagnóstico Radiológico
Ressonância Magnética
- A ultrassonografia permanece como o
exame de escolha para a avaliação
primária dos tumores ovarianos
- A tomografia computadorizada é o melhor
exame para avaliação pré operatória
(extensão da doença)
- A ressonância constitui o melhor exame
para avaliação do lesões anexiais de
significado indeterminado à
52. Diagnóstico Radiológico
Tomografia por Emissão de Pósitrons
- 69 pacientes com suspeita de câncer
primário do ovário foram submetidas a uma
avaliação por USG, TC e PET
- Os resultados foram comparados com o
diagnóstico histopatológico após remoção
cirúrgica
55. Diagnóstico
Laparoscópico
A laparoscopia já foi extensamente
avaliada como um método efetivo na
abordagem de massas anexiais, inclusive
em pacientes na pós menopausa com
suspeita de malignidade
A laparoscopia é a melhor ferramenta para
superar o baixo valor preditivo positivo dos
testes adjuvantes reduzindo
simultaneamente a morbidade da
laparotomia
56. Diagnóstico
Laparoscópico
Encontra-se em avaliação a utilidade da
laparoscopia no estadiamento de lesões
presumidamente iniciais e na avaliação
prognóstica e de necessidade de
tratamento adjuvante
Principais questionamentos: rotura cística,
risco de disseminação por
pneumoperitôneo e a possibilidade de
metástases locais
57. Bibliografia
Schorge JO et al. Ginecologia de Williams , 1a
ed. Porto Alegre, Artmed, 2011. p 244-265.
Berek JS et al. Berek and Novak's Gynecology, 14th ed. Philadelphia, Lippincott Williams and
Wilkins, 2012. p 470-504
Chen VW et al. Pathology and Classification of Ovarian Tumors. CANCER Supplement May 15,
2003, Volume 97, Number 10
Valentin L et al. Risk of Malignanacy in Unilocular Cysts: a study of 1148 adnexal masses
classified as unilocular cysts at transvaginal ultrasound and review of literature. Ultrasound
Obstet Gynecol 2013; 41: 80–89.
Ackerman S et al. Ovarian Cysts Lesions: A Current Approach to Diagnosis and Management.
Radiol Clin N Am 51 (2013) 1067–1085.
Kaisjer J et al. Improving Strategies for Diagnosing Ovarian Cancer: A Summary of the
International Ovarian Tumor Analysis (IOTA) Studies. Ultrasound Obstet Gynecol 2013; 41: 9–
20.
Zanatta A, Rosin MMS, Gibran L. Laparoscopy as the Most Effective Tool for Management of
Postmenopausal Complex Adnexal Masses When Expectancy is Not Advisable. Journal of
Minimally Invasive Gynecology, Vol 19, No 5, September/October 2012
58. Bibliografia
Brockbank EC et al. Laparoscopic staging for apparent early stage ovarian or fallopian tube
cancer. First case series from a UK cancer centre and systematic literature review. EJSO 39
(2013) 912-917.
Kobayashi E, Ueda Y, Matsuzaki S. Biomarkers for Screening, Diagnosis, and Monitoring of
Ovarian Cancer. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev 2012;21:1902-1912.
Anthoulalkis C, Nikoloudis N. Pelvic MRI as the “gold standard” in the subsequent evaluation of
ultrasound-indeterminate adnexal lesions: A systematic review. Gynecologic Oncology 132
(2014) 661–668.
Dauwen H et al. PET/CT in the staging of patients with a pelvic mass suspicious for ovarian
cancer. Gynecologic Oncology 131 (2013) 694–700.