Conduta no carcinoma microinvasivo do colo uterino lpjn
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CLEMENTINO FRAGA FILHO
CONDUTA NO CARCINOMA MICROINVASIVO DO COLO UTERINO
Luiz Philippe Jorge de Nazareth
Orientadora:
Dra. Vera Fonseca
RIO DE JANEIRO
2013
3. EPIDEMIOLOGIA
• Doença evitável; (BEREK & NOVAK, 2012)
• Estimativas para 2013:
- EUA (NCI):
- 12.340 casos;
- 4.030 mortes.
- Brasil (INCA):
- 17.540 casos.
• Rastreio efetivo:
- incidência e mortalidade; (KAMANGAR, DORES e ANDERSON,
2006)
- diagnóstico do CA microinvasivo. (SYKES, REDDY e PEDDIE, 2005)
4. FATORES DE RISCO
• Não realização de rastreio;
• Infecção por HPV oncogênico;
• Primeira relação sexual precoce;
• Múltiplos parceiros sexuais;
• Paridade elevada;
• Raça;
• Baixo nível sócio-econômico;
• ACO;
• Tabagismo;
• HIV.
(BEREK & NOVAK, 201
5. TUMORES MALIGNOS DO
COLO
I. Tumores Epiteliais:
A. Carcinoma de células escamosas;
B. Adenocarcinoma;
C. Carcinoma adenoescamoso;
D. Carcinoma de células vítreas.
II. Tumores Mesenquimais:
A. Sarcoma do estroma endocervical;
B. Carcinossarcoma;
C. Adenossarcoma;
D. Leiomiossarcoma;
E. Rabdomiossarcoma embrionário;
III. Tumor de ducto de Gartner (mesonefroma) .
IV. Outros: Metastáticos, Linfomas, Melanomas, Carcinóide.
(DI SAIA & CREASMAN,
6. TIPOS HISTOLÓGICOS
• 75-95% dos casos;
• Origem: epitélio da
ectocérvice.
• 5-34% dos casos ();
• Origem: epitélio
glandular.
Carcinoma de células
escamosas
Adenocarcinoma
(VIZCAINO et al, 2000
8. DIAGNÓSTICO
• Exame histológico:
- Diagnóstico ou terapêutico;
- Peça de conização;
- Biópsia com pinça.
• Patologia:
- Profundidade;
- Extensão;
- Invasão linfovascular;
- Margens cirúrgicas.
(DIAKOMANOLIS et al, 2004
9. ESTADIAMENTO (FIGO 2009)
•
Estádio I
IA Tumor invasivo somente diagnosticado por microscopia com invasão < 5mm e
extensão < 7mm
IA1 – Invasão estromal < 3mm e extensão < 7mm;
IA2 – Invasão estromal entre 3 e 5mm e extensão < 7mm.
IB Tumor clinicamente visível limitado ao colo ou tumores pré-clínicos > estádio IA:
IB1 – Tumor clinicamente visível < 4cm em seu maior diâmetro;
IB2 – Tumor clinicamente visível > 4cm em seu maior diâmetro.
Estádio II
IIA Não há invasão parametrial:
IIA1 – Tumor clinicamente visível < 4cm em seu maior diâmetro;
IIA2 – Tumor clinicamente visível > 4cm em seu maior diâmetro.
IIB Tumor com invasão parametrial.
Estádio III
IIIA Tumor invade terço inferior da vagina, sem extensão à rede pélvica;
IIIB Extensão á parede pélvica e/ou hidronefrose ou rim não funcionante.
Estádio IV
IVA Extensão a órgãos adjacentes;
10. ESTADIAMENTO
- IA - Carcinoma microinvasivo:
A invasão do estroma é limitada a
profundidade de 5mm e extensão
de 7mm.
IA 1: Invasão ≤ 3mm de profundidade
e extensão ≤ 7mm;
IA 2: Invasão >3-5mm de
profundidade e extensão ≤7mm.
11. TRATAMENTO
CONSERVADOR
• Conização com bisturi
a frio:
- Infiltração cervical com
xilocaína a 1% com
adrenalina;
- Teste com lugol;
- Incisão circular.
(DI SAIA & CREASMAN, 201
18. TRATAMENTO CONSERVADOR
• Conização por CAF:
- Injeção submucosa prévia
com xilocaína a 1 % com
adrenalina;
- Calor obtido a partir de um
arco elétrico de alta tensão
permite seccionar ou
coagular.
(DI SAIA & CREASMAN, 201
28. TRATAMENTO
• Objetivo: Avaliar a eficácia da conização a frio como tto
conservador do carcinoma escamoso IA1.
• Conclusões:
Margens da ectocérvice comprometidas por NIC2/3:
tratamento seguro;
Margens da endocérvice comprometidas: repetir o cone ou
histerectomia.
29. TRATAMENTO
• Objetivo: Avaliar a conização por CAF como tto definitivo do
carcinoma escamoso IA1;
• Invasão linfovascular x metástase linfonodal;
• Margens comprometidas x doença residual.
• Conclusões: Margens livres e sem envolvimento ELV:
cura;
Margens com NIC2/3 e sem envolvimento
ELV: cura;
30. TRATAMENTO
• Objetivo: Avaliar a eficácia das diferentes modalidades
terapêuticas no tratamento do adenocarcinoma estádio IA.
• Linfadenectomia (?);
• Conclusões:
- Estádio IA1: Preservar fertilidade: cone;
- Estádio IA2: Recorrência, paramétrios e LFN ~ IA1;
Envolvimento ELV: Traquelectomia +
linfadenectomia.
33. TRATAMENTO
• Doença residual:
- Margens comprometidas
repetir cone;
- Curetagem endocervical
positiva;
- Invasão estromal > 1mm.
- Margens com NIC 2/3: 12%;
- Margens com carcinoma
invasivo: 40%.
(PHONGNARISORN et al, 2006
34. SEGUIMENTO
• Exame físico;
• Citologia;
• Colposcopia.
- 3/3 meses nos primeiros 2 anos;
- Semestralmente por mais 3 anos;
- Anualmente após 5 anos.
(FEBRASGO, 2009
35. RECORRÊNCIA E FUTURO
REPRODUTIVO
• Recorrência:
- Conização: 0-1,7%;
(RASPAGLIESI et al, 2005)
- Traquelectomia: 0-8%.
(KOLIOPOULOS et al, 2004)
• Futuro reprodutivo:
- Bisturi frio: PPT, baixo peso e
cesárea;
- CAF: PPT, baixo peso e RPMO;
- Traquelectomia: perdas gestacionais
e PPT. (GUO,
GUO e LIU, 2013)
36. REFERÊNCIAS
BEREK, J.S. Berek & Novak: tratado de ginecologia. Rio de Janeiro, Guanabara
Koogan, 2012.
BISSELING, K.C. et al. Treatment of microinvasive adenocarcinoma of the uterine
cervix: a retrospective study and review of the literature. Gynecol oncol. v. 107, n. 3,
p. 424-30, 2007.
CRUZ, F.J.; ALVES, M.P. Carcinoma de células escamosas microinvasivo do colo
uterino. Qual a melhor conduta? FEMINA. v. 37, n. 9, 2009.
DI SAIA, P.J.; CREASMAN, W.T. Clinical Gynecologic Oncology. China, Elsevier
Saunders, 2012.
DIAKOMANOLIS, E. et al. Laser CO(2) conization: a safe mode of treating
conservatively microinvasive carcinoma of the uterine cervix. Eur J Obstet Gynecol
Reprod Biol. v. 113, n. 2, p. 229-33, 2004.
GUO, H.; GUO, R.; LIU, Y. Effects of loop electrosurgical excision procedure or cold
knife conization on pregnancy outcomes. Eur J Gynecol Oncol. v. 34, n.1, p. 79-82,
2013.
KAMANGAR, F.; DORES, G.M.;ANDERSON, W.F. Patterns of cancer incidence,
mortality and prevalence across five continents. J Clin Oncol. v. 24, n. 14, p. 2137-
50, 2006.
KESIC, V. Management of cervical cancer. Eur J Surg Oncol. v. 32, n, 8, p. 832-37,
2006.
37. REFERÊNCIAS
KOLIOPOULOS, G. et al. Conservative surgical methods for FIGO stage IA2 squamous
cervical carcinoma and their role in preserving women`s fertility. Gynecol Oncol. v. 93, n. 2,
p. 463-73, 2004.
LEE, S.J. et al. Conization using electrosurgical conization and cold coagulation for FIGO
stage IA1 squamous cells carcinoma of the uterine cervix. Int J Gynecol Cancer. v. 19, n.
3, p. 407-11, 2009.
MEMORIAL SLOAN-KETTERING CANCER CENTER. Cervical cancer: radical
trachelectomy slideshow, 2013. Disponível em http://www.mskcc.org/cancer-
care/adult/cervical/slideshow/radical-trachelectomy-slide-show. Acessado em 19/06/2013
às 17:36:00.
PECORELLI, S. Revised FIGO staging for carcinoma of the vulva, cervix and endometrium.
Int J Gynecol Obstet. v. 105, n. 2, p. 103-4, 2009
PHONGNARISORN, C. et al. The risk of residual neoplasia in women with microinvasive
squamous cervical carcinoma and positive cone margins. Int J Gynecol Cancer. v. 12, n.
2, p. 655-59, 2006.
RASPAGLIESI, F. et al. Microinvasive squamous cell cervical carcinoma. Crit Ver Oncol
Hematol. v. 48, n. 3, p. 251-61, 2003.
SYKES, P.H.; REDDY, J.; PEDDIE, D.J. Does regular cervical screening protect women
from microinvasive squamous cell carcinoma of the cervix? A retrospective case-control
study. BJOG. v. 112, n. 6, p. 807-09, 2005.
VIZCAINO, A.P. et al. International trends in incidence of cervical cancer: Squamous cell
carcinoma. Int J Cancer. v. 86, n. 3, p. 429-35.