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Marketing: Arte ou Ciência?  Meio Século de Debate Revisto
Marketing: Em busca de um caminho Primeiro Ato: A Era Pró Ciência (c.1945 – 1983) O ponto de partida do debate “arte versus ciência” é atribuído ao artigo de 1945 de Converse embora o debate só tenha “esquentado” na década de 50.  O argumento de Converse era: o marketing, como uma ciência nascente, deveria construir uma metodologia sofisticada, analítica e orientada para a pesquisa.  Princípios gerais seriam construídos e teorias seriam testadas lançando então as fundações do marketing como ciência e construindo um corpo de conhecimento científico e preciso.   O autor, adota a metodologia dos 4 P´s de marketing para definir e resumir o comportamento dos participantes do debate em cada uma das eras apresentadas no artigo.
Marketing: Em busca de um caminho Primeiro Ato: A Era Pró Ciência (c.1945 – 1983) Para Brown, os 4 P´s desta era eram: ,[object Object]
Penitência: Os acadêmicos se penitenciavam pelo que consideravam como comportamento intuitivo, anti científico dos estudiosos que eram ameaçados de se tornarem obsoletos.
Puberdade: Por ter apenas 50 anos de existência em comparação com outras ciências como medicina e física, ainda não havia progredido além do nível de um artesanato. Não havendo ainda desenvolvido uma metodologia de procedimentos e regulamentos com a rigidez acadêmica necessária para uma ciência.
Posicionamento: O trabalho de definição da natureza, área de atuação e características tanto do marketing como da ciência. 	,[object Object]
Marketing: Em busca de um caminho Segundo Ato: A Era Pró Ciências (c.1983 – 1999) Para Brown, os 4 P´s desta eram: ,[object Object]
Polêmica: Sobre onde colocar a disciplina dentro da linha contínua entre arte e ciência.
Divisão: A divisão do marketing em duas facções antagônicas rotuladas de forma pejorativa como quantitativa – qualitativa, positivista – pós positivista ou realista – relativista.
Perplexidade: Uma sensação geral de que apesar do sucesso do marketing como disciplina uma montanha de evidência se acumula contra seu objetivo científico. ,[object Object]
Marketing: Em busca de um caminho Tereceiro Ato: A Era Anti-Ciências (c.2000 – ?) Para Brown, os 4 P´s desta eram: ,[object Object]
Procastinar: A relutância de todos os envolvidos em novas guerras de paradigmas apesar da evidência de que pouco valor aplicável foi obtido de todo o período pós guerra.
Protraimento: A vontade de alongar, estender ao máximo o status quo e assim evitar a revisão pós moderna.
Pedantismo: Pretensão de que o marketing tem mais conhecimentos do que de fato possui.  ,[object Object]
Olhar o mundo sob duas óticas...
Olhar o mundo sob duas óticas...
Marketing: Em busca de um caminho As Conclusões do Autor Para o autor nunca houve, de fato, um debate real sobre a questão arte ou ciência. Nunca ninguém afirmou que o marketing deveria aspirar ao status de uma forma de arte. O foco sempre foi no papel do marketing como artesanato, uma arte com função.  Não houve uma argumentação do paradigma artístico como sendo superior ao científico, mas sim como um complemento da visão científica. Apesar do endosso de filósofos como Nietzche, Heidegger e Rorty que argumentam que a única forma autêntica de conhecimento é encontrada nas artes. Na verdade, a grande questão hoje é a validade deste debate. Ser uma ciência é algo que realmente importa? Brown pergunta: “quantos de nós [acadêmicos] gostariam de ver nossas sugestões implementadas se nós fossemos responsáveis pelos resultados?”
Marketing: Em busca de um caminho As Conclusões do Autor Se o marketing vai evoluir conceitualmente, é necessário segundo o autor, atrair de volta os executivos. Abandonar a fútil fixação com ciência e evoluir.  Esquecer a ingênua crença de que as leis e princípios do mercado irão emergir pelas mãos de um Galileo, Newton ou Mendel do marketing.   Aceitar que o marketing sempre foi, é e será uma arte. Assim que os acadêmicos aceitarem isso e se familiarizarem com as técnicas e ferramentas de avaliação estéticas a disciplina terá um salto quântico.
Marketing: Em busca de um caminho As Conclusões do Autor Hoje a ciência precisa mais do marketing do que o marketing da ciência. A própria comunidade científica admite a necessidade de ser mais “marqueteira” para atrair os jovens que criaram uma visão do que é ser científico: jalecos brancos, laboratórios cheios de equipamentos, rigor metodológico e objetividade.  Apesar dos 50 anos de vantagem a visão do marketing científico está para ser ultrapassada pela visão estética do marketing.
Afinal de contas, o que é o marketing? Arte como Brown sugere? Ou é a ciência de Hunt? Existe outro caminho?
Nosso mundo vem adotando um ritmo intenso e frenético de mudança. Movido a internet, incentivado pela globalização dos desafios.  Neste mundo novo, barreiras e distâncias não são mais relevantes. Na amplidão do espaço virtual, idéias colidem e novas junções são construídas. Novos rótulos vem sendo criados tanto para a ciência quanto para a arte a medida que loucos, desvairados e inconseqüentes, também conhecidos como visionários,  redefinem as fronteiras, mudam os rótulos e constroem uma nova visão do mundo.  Não sem antes incomodar muita gente é claro.
Enquanto a ciência se redefine.... 	Desde 1971 o prêmio Nobel Phillip Anderson com seu artigo “More is Different” vem falando sobre a criação de uma nova ciência. 	Na sua opinião, a física foi razoavelmente bem sucedida no processo de classificação das partículas fundamentais, seu comportamento individual e suas interações até o nível de átomos individuais.  Abra o foco um pouco e as coisas mudam. Por isso a química é uma ciência própria e não um ramo da física. Suba ainda mais na escala de complexidade e descubra que a biologia molecular não pode ser simplesmente reduzida a química orgânica da mesma forma que a ciência médica é mais do que a aplicação direta da biologia das moléculas.

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  • 1. Marketing: Arte ou Ciência? Meio Século de Debate Revisto
  • 2. Marketing: Em busca de um caminho Primeiro Ato: A Era Pró Ciência (c.1945 – 1983) O ponto de partida do debate “arte versus ciência” é atribuído ao artigo de 1945 de Converse embora o debate só tenha “esquentado” na década de 50. O argumento de Converse era: o marketing, como uma ciência nascente, deveria construir uma metodologia sofisticada, analítica e orientada para a pesquisa. Princípios gerais seriam construídos e teorias seriam testadas lançando então as fundações do marketing como ciência e construindo um corpo de conhecimento científico e preciso. O autor, adota a metodologia dos 4 P´s de marketing para definir e resumir o comportamento dos participantes do debate em cada uma das eras apresentadas no artigo.
  • 3.
  • 4. Penitência: Os acadêmicos se penitenciavam pelo que consideravam como comportamento intuitivo, anti científico dos estudiosos que eram ameaçados de se tornarem obsoletos.
  • 5. Puberdade: Por ter apenas 50 anos de existência em comparação com outras ciências como medicina e física, ainda não havia progredido além do nível de um artesanato. Não havendo ainda desenvolvido uma metodologia de procedimentos e regulamentos com a rigidez acadêmica necessária para uma ciência.
  • 6.
  • 7.
  • 8. Polêmica: Sobre onde colocar a disciplina dentro da linha contínua entre arte e ciência.
  • 9. Divisão: A divisão do marketing em duas facções antagônicas rotuladas de forma pejorativa como quantitativa – qualitativa, positivista – pós positivista ou realista – relativista.
  • 10.
  • 11.
  • 12. Procastinar: A relutância de todos os envolvidos em novas guerras de paradigmas apesar da evidência de que pouco valor aplicável foi obtido de todo o período pós guerra.
  • 13. Protraimento: A vontade de alongar, estender ao máximo o status quo e assim evitar a revisão pós moderna.
  • 14.
  • 15. Olhar o mundo sob duas óticas...
  • 16. Olhar o mundo sob duas óticas...
  • 17. Marketing: Em busca de um caminho As Conclusões do Autor Para o autor nunca houve, de fato, um debate real sobre a questão arte ou ciência. Nunca ninguém afirmou que o marketing deveria aspirar ao status de uma forma de arte. O foco sempre foi no papel do marketing como artesanato, uma arte com função. Não houve uma argumentação do paradigma artístico como sendo superior ao científico, mas sim como um complemento da visão científica. Apesar do endosso de filósofos como Nietzche, Heidegger e Rorty que argumentam que a única forma autêntica de conhecimento é encontrada nas artes. Na verdade, a grande questão hoje é a validade deste debate. Ser uma ciência é algo que realmente importa? Brown pergunta: “quantos de nós [acadêmicos] gostariam de ver nossas sugestões implementadas se nós fossemos responsáveis pelos resultados?”
  • 18. Marketing: Em busca de um caminho As Conclusões do Autor Se o marketing vai evoluir conceitualmente, é necessário segundo o autor, atrair de volta os executivos. Abandonar a fútil fixação com ciência e evoluir. Esquecer a ingênua crença de que as leis e princípios do mercado irão emergir pelas mãos de um Galileo, Newton ou Mendel do marketing. Aceitar que o marketing sempre foi, é e será uma arte. Assim que os acadêmicos aceitarem isso e se familiarizarem com as técnicas e ferramentas de avaliação estéticas a disciplina terá um salto quântico.
  • 19. Marketing: Em busca de um caminho As Conclusões do Autor Hoje a ciência precisa mais do marketing do que o marketing da ciência. A própria comunidade científica admite a necessidade de ser mais “marqueteira” para atrair os jovens que criaram uma visão do que é ser científico: jalecos brancos, laboratórios cheios de equipamentos, rigor metodológico e objetividade. Apesar dos 50 anos de vantagem a visão do marketing científico está para ser ultrapassada pela visão estética do marketing.
  • 20. Afinal de contas, o que é o marketing? Arte como Brown sugere? Ou é a ciência de Hunt? Existe outro caminho?
  • 21. Nosso mundo vem adotando um ritmo intenso e frenético de mudança. Movido a internet, incentivado pela globalização dos desafios. Neste mundo novo, barreiras e distâncias não são mais relevantes. Na amplidão do espaço virtual, idéias colidem e novas junções são construídas. Novos rótulos vem sendo criados tanto para a ciência quanto para a arte a medida que loucos, desvairados e inconseqüentes, também conhecidos como visionários, redefinem as fronteiras, mudam os rótulos e constroem uma nova visão do mundo. Não sem antes incomodar muita gente é claro.
  • 22. Enquanto a ciência se redefine.... Desde 1971 o prêmio Nobel Phillip Anderson com seu artigo “More is Different” vem falando sobre a criação de uma nova ciência. Na sua opinião, a física foi razoavelmente bem sucedida no processo de classificação das partículas fundamentais, seu comportamento individual e suas interações até o nível de átomos individuais. Abra o foco um pouco e as coisas mudam. Por isso a química é uma ciência própria e não um ramo da física. Suba ainda mais na escala de complexidade e descubra que a biologia molecular não pode ser simplesmente reduzida a química orgânica da mesma forma que a ciência médica é mais do que a aplicação direta da biologia das moléculas.
  • 23. Em um nível ainda mais alto, o da interação entre organismos, encontramos uma variedade de disciplinas. Da ecologia a epidemiologia, a sociologia e economia, cada uma com suas regras e princípios que não são reduzíveis ao mero conhecimento de psicologia e biologia. Por isso precisamos de uma nova ciência: que seja multidisciplinar e capaz de entender o funcionamento de sistemas complexos e sua interação. Esta nova ciência é pós moderna, é flexível e adaptativa. É a ciência das redes, dos clusters, das experiências, das emoções e de como tudo isso funciona junto.
  • 24. “Disciplinary science is dead, it´s gone. Most major advancements involve multiple disciplines” Alan Lesher – CEO AAAS American Association for the Advancement of Science “O binômio de Newton é tão belo quanto a Vênus de Milo. O que há é pouca gente a se dar conta disso” Fernando Pessoa
  • 25. ... os artistas, dão uma de avestruz. “Chegamos ao 31º Anuário do Clube de Criação de São Paulo"  Nele está registrado o desempenho da criatividade publicitária do último ano. Chegamos, apesar dos incêndios que tivemos que apagar. Apesar das pesquisas a que tivemos que nos submeter. Apesar das interpretações tendenciosas dessas pesquisas a que tivemos que nos submeter. Apesar do senhor aposentado que envia e-mail aos SACs porque não gostou deste ou daquele comercial. Apesar dos MBAs. Apesar dos cinco e-mails enviados falando mal da sua campanha. Apesar de sabermos que dois são da concorrência, dois são da agência da concorrência e um é do senhor aposentado que envia e-mails. Apesar de esses cinco e-mails tirarem do ar um comercial num país de 180 milhões de habitantes. Apesar de estarmos trabalhando numa profissão que aos poucos se torna uma ciência exata. Apesar de o "feeling" ter sido posto de lado desde que contaram aquela piada idiota do Morris Albert. Apesar de as metas serem consideradas mais importantes do que as marcas. Apesar do BlueBus. Apesar das ONGs. Apesar daqueles que acham o Ricardo Guimarães um gênio. Apesar do "fora da caixinha". Apesar do brand linkage, stopping power e do color code. Apesar de o Erh Ray ter atrasado o livro. Graças à Ciça, à Dirce e ao Giba.  Apesar do Presidente Eduardo Martins
  • 26. Por isso e apesar disso tudo... Marketing é antes de tudo um estudo do ser humano. Seu desejos, sonhos, emoções. É ciência e é arte. É tudo ao mesmo tempo agora. Ser apenas uma coisa ou outra o apequena. Transcende as fronteiras de cada “lado” do debate. É o ponto de intersecção desses dois mundos. O ponto onde o lado direito e o esquerdo do cérebro se encontram. É lá que o marketing floresce. Os criativos que me perdoem, mas pesquisa é fundamental.
  • 27. Marketing é fruto da convergência: é o resultado da rede de conhecimento. O distanciamento entre os executivos, criativos e o mundo acadêmico é apenas conseqüência da falha de todos os envolvidos em perceber o óbvio: marketing não pode ser simplificado, reduzido, descascado. É o Linux do conhecimento. É aberto, é open source, rico e múltiplo. Absorvendo de tudo, de todos os campos de conhecimento sem preconceitos ou pedir licença. Por tudo isso, marketing é na minha opinião, uma meta-disciplina.
  • 28. Bibliografia BROWN, Stephen. Art or Science: Fifity Years of Marketing Debate. Journal of Marketing Management 1996 Vol. 12 pg. 243-267. WATTS, Ducan J., Six Degrees: The Science of a Connected Age. New York, W.W. Norton & Company. 2003 JOHANSSON, Frans. The Medici Effect: breakthrough insights at the intersections of ideas, concepts and cultures. Boston, Harvard Business School Publishing. 2004 DUALIBI, Roberto. Duailibi das Citações. São Paulo, Editora Mandarim. 2000 Ex presidente do CCSP crítica clientes no anuário, Meio e Mensagem disponível em www.mmonline.com.br acessado em 10/06/2007 – 11:05