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Serão as pessoas responsáveis pelo que fazem?
Debate 10ºA
JORNAL DE FILOSOFIA
pois não mostravam qualquer
reacção emocional ao seu acto.
Darrow tirou partido disto:
Deveremos censurar Dickie Loeb
por causa das forças infinitas que
conspiraram para o formar, das
forças infinitas que actuaram na sua
criação muito antes de ele ter
nascido, sabendo que, por causa
dessas combinações infinitas, ele
nasceu sem [o tipo correcto de
emoções]? Se devemos, então tem
de haver uma nova definição de
justiça. Deveremos censurá-lo pelo
que não teve e nunca teve?
Quanto a Leopold, ele era fraco e
não tinha amigos. Cresceu obcecado
com a filosofia do "super-homem"
de Nietzsche, desprezando as outras
pessoasquerendo desesperadamente
provar a sua superioridade.
Em 1924, dois adolescentes de
Chicago, Richard Loeb e Nathan
Leopold, raptaram e assassinaram
um rapaz chamado Bobby Franks
apenas para provar que conseguiam
fazê-lo. O crime impressionou o
público. Apesar da brutalidade do
seu acto, Leopold e Loeb não
pareciam especialmente perversos.
Provinham de famílias ricas e eram
ambos estudantes excelentes. Aos
dezoito anos, Leopold era o
licenciado mais jovem na história
da Universidade de Chicago, e, aos
dezanove anos, Loeb era a pessoa
mais nova que se tinha licenciado
na Universidade de Michigan.
Leopold estava prestes a entrar na
Escola de Direito de Harvard.
Como era possível que tivessem
cometido um assassinato absurdo?
Clarence Darrow (advogado de
defesa) falou durante mais de doze
horas. Não sustentou que os
rapazes eram loucos. Ainda assim,
disse, não eram responsáveis pelo
que tinham feito. Darrow apelou a
uma nova ideia que os psicólogos
tinham proposto, nomeadamente
que o carácter humano é moldado
pelos genes do indivíduo e pelo
ambiente. Disse ao juiz: "As
pessoas inteligentes sabem agora
que todo o ser humano é o produto
de uma hereditariedade infindável
que o precede e de um ambiente
infinito que o rodeia".
Não sei o que levou estes rapazes a realizar
esse acto louco, mas sei que houve uma razão
para que o tenham realizado. Sei que não o
produziram por si. Sei que qualquer uma de
um número infindável de causas que
remontam ao começo pode ter actuado na
mente destes rapazes — que vos pedem para
enforcar por malícia, ódio e injustiça —
porque, no passado, alguém pecou contra
eles.
Os psiquiatras tinham atestado que os
rapazes não tinham sentimentos normais,
“Todo o ser humano é
produto de uma
hereditariedade
infindável que o precede
e de um ambiente infinito
que o rodeia”
Página 1
James Rachels, Problemas da Filosofia
Sumário:
As Pessoas Serão Responsáveis
pelo que Fazem? .…...… .1, 2 e 4
Poderemos avaliar as pessoas
como boas ou más se elas não
tiverem Livre -Arbítrio..…………3
12 Homens em Fúria/ Debate….3
Será moralmente correto dizer
às crianças que o Pai Natal
existe? …………………………………..4
Nº2
( Edição em Papel )
Nov/ Dez 2015
Especial Natal
Online - Blogue
Jornal de Filosofia/ Blogue|Versão de Papel
Página 2 Jornal de Filosofia/ Blogue|Versão de Papel
JORNAL DE FILOSOFIA| nº 2
Maria Beatriz
Na situação apresentada, Clarence
Darrow defende os adolescentes,
que cometeram um homicídio, com
base na ideia de que todo o ser
h u m a n o é p r o d u t o d a
hereditariedade e do ambiente que
o rodeia, estando as suas ações
determinadas, e não sendo,
portanto, responsável por elas.
Assume, assim a perspetiva do
determinismo radical, segundo a
qual todos os acontecimentos,
incluindo as ações humanas, são
efeitos de acontecimentos
anteriores; as ações resultam de
crenças e desejos que são
determinados por fatores biológicos
e culturais. Assim, tudo o que
fazemos é causado por forças que
não controlamos.
Joana Valadas
Mas esta posição tem uma forte
objeção: se as nossas ações são
efeitos de causas anteriores e, por
isso, inevitáveis, não poderíamos
ter escolhido outra coisa e não
existiria responsabilidade moral.
Não faria sentido punir ou afirmar
o mérito de alguém.
Maria Beatriz
Por isso concordo com o
libertismo; esta teoria refuta o
determinismo radical contra-
argumentando que há ações livres,
logo o deter minismo é falso. Só os
fenómenos físicos estão sujeitos às
leis da natureza, as ações resultam
de uma causalidade livre porque
dependem da vontade, da
capacidade de deliberar e decidir.
Assim, quando fazemos uma coisa
podendo ter feito outra, estamos a
agir livremente. E, se somos livres,
somos responsáveis pelas nossas
ações.
Joana Valadas
Mas, penso que para afirmar a
responsabilidade moral não é preciso negar o
determinismo (raciocínio das teorias
incompatibilistas, o determinismo radical e o
libertismo). Concordo com o determinismo
moderado segundo o qual podemos conciliar o
facto de todas as ações serem causadas por
acontecimentos anteriores, desde a
hereditariedade às crenças e desejos, com o
livre-arbítrio. Embora uma ação seja causada,
se a desejo fazer, se não me sentindo coagida
ou obrigada, significa que escolhi fazer isto em
vez de outra coisa e a minha ação é livre.
E se há liberdade, há responsabilidade moral.
Ana Lopes
Para mim o libertismo está mais correto
porque não basta não me sentir coagida a fazer
algo, eu tenho a experiência da deliberação, de
escolher entre desejos, de optar livremente por
uma ação, tendo outra alternativa. Sem este
sentimento de liberdade, que experienciamos
fortemente, não fazia sentido a nossa ação.
O Problema do Livre-Arbítrio
Serão as pessoas responsáveis pelo que fazem?
Joana Valadas
Essa experiência de liberdade, de
que falas, é uma ilusão segundo o
determinismo radical e resulta
apenas do desconhecimento das
verdadeiras causas de uma ação. A
crença de que o determinismo é
verdadeiro é muito forte.
Raquel Azeda
A ideia de responsabilidade moral é
essencial para que seja possível
viver em sociedade. Sem ela não
procuraríamos agir corretamente
tendo presente as consequências
das nossas ações para os outros.
A hereditariedade, a sociedade
onde o ser humano vive e a
educação que lhe foi transmitida
são fatores que influenciam as suas
decisões. Mas, se os jovens
a s s a s s i n o s a g i r a m s e m
constrangimentos, a sua ação não
foi inevitável,(continua pág 4)
Será que temos
capacidade de escolha
e de decisão?
Ou a nossa ação está
ligada a
acontecimentos
anteriores, sendo um
efeito de um
acontecimento
anterior?
Muitos acontecimentos
do mundo estão
sujeitos a um
determinismo causal.
Mas são também as
nossas ações o
resultado de causas
anteriores e não o
resultado da nossa
vontade?
Debate 10ºA
Poderemos avaliar as pessoas como boas ou más se
elas não tiverem livre arbítrio?
Um júri composto por doze jurados
reúne-se para decidir a sentença no
julgamento de um jovem de 18 anos
acusado de matar o pai. As
orientações do juiz são as de que
devem chegar a uma decisão unânime
e de que o réu deve ser considerado
inocente no caso de existir uma
dúvida legítima quanto à sua culpa. O
veredicto de «culpado» conduzirá
obrigatoriamente a uma pena de
morte.
Numa primeira votação, onze dos
doze jurados votam pela condenação.
O jurado número 8 recusa-se a
concordar com os restantes,
argumentando a favor da existência
de uma dúvida legítima quanto à
culpa do réu. Sem nunca afirmar que
sabe que este é inocente, o jurado
número 8 procura persuadir os
restantes a repensarem a sentença e
alterarem o sentido do seu voto.
12 Homens em Fúria é um
desfile de argumentos de ambas
as partes, que sustentam ambos
os vereditos
12 Homens em Fúria
Filme seguido de debate 11ºA e 11ºB
Página 3Jornal de Filosofia/ Blogue|Versão de Papel
Um dos primeiros
argumentos a favor da
sentença de «culpado»
é uma falácia de apelo
à ignorância
Surgem alguns
entimemas
É cometida a falácia
ad hominem
Alguns dos
argumentos
apresentados têm
premissas meramente
plausíveis
O jurado número 8
procura persuadir
racionalmente os
restantes
JORNAL DE FILOSOFIA| nº 2
Avaliar as pessoas de boas ou más.
Poderemos continuar a considerar
as pessoas boas ou más se elas não
tiverem livre-arbítrio?
Pode parecer surpreendente que diga
isto, mas não vejo razão para pensar
que não. Mesmo que não tenham
livre-arbítrio, as pessoas não
deixarão de ter virtudes e vícios.
Continuarão a ser corajosas ou
cobardes, benevolentes ou cruéis,
generosas ou gananciosas.
Um assassino não deixará de ser um
assassino - e continuará a ser mau
ser um assassino. Obviamente, pode
ser possível explicar as más acções
de uma pessoa como resultado dos
seus genes, da sua história ou da
química do seu cérebro. Isto pode
levar-nos a ver essa pessoa como
alguém que teve azar nas
circunstâncias que a fizeram tornar-
se naquilo que é.
Porém, isto não significa que ela não
seja má. Precisamos de distinguir a)
a questão de saber se alguém é má
pessoa de b) a questão de saber
como alguém se tornou má pessoa.
Uma explicação causal do caráter de
uma pessoa não implica que ela não
seja má. Mostra apenas como ela se
tornou má.
James Rachels, Problemas da Filosofia
É moralmente errado dizer às crianças que
o Pai Natal existe?
Domingos faria, in http://manualescolar2.0.sebenta.pt/projectos/fil10/posts/1077
Página 4 Jornal de Filosofia/ Blogue|Versão de Papel
JORNAL DE FILOSOFIA| nº 2
Lamento, o Pai Natal não existe! Porém,
comummente os pais ensinam aos filhos
que ele existe, alertando-os para se
comportarem bem ao longo de todo o
ano a fim de serem presenteados pelo
Pai Natal. Mas será correto ensinar às
crianças que o Pai Natal existe, que viaja
num trenó puxado por renas voadoras
com o saco cheio presentes? Que
argumentos se podem avançar a favor e
contra isto?
Por um lado, pode-se argumentar que a
crença no Pai Natal é inócua. Não é
como a crença do proprietário de navios
de William Clifford, que enviou para o
mar um navio em mau estado com
emigrantes, convencido de que o navio
estava em bom estado; mais tarde, o
navio acabou por naufragar em pleno
mar sem deixar rasto. Uma crença como
esta leva a ações nocivas. Porém, a
crença no Pai Natal é inofensiva e, com
toda a imaginação suscitada por este
mito, até pode estimular o
desenvolvimento da criatividade da
criança.
Além disso, parece que as consequências
de acreditar no Pai Natal são
globalmente boas para as crianças,
gerando uma imensa alegria e
entusiasmo – como se pode constatar ao
escreverem as cartas ao Pai Natal, ao
abordarem o assunto do Natal ou ao
receberem os presentes. Logo, parece
que não é errado falar às crianças da
existência do Pai Natal e de todo o mito
que o acompanha.
Por outro lado, pode-se argumentar que
é bom que os filhos tenham confiança na
palavra dos pais. É a partir destas
relações de confiança que os filhos
aprendem e se desenvolvem. Se os filhos
descobrirem que os pais estão a enganá-
los com a crença da existência do Pai
Natal, isso pode colocar em causa a
relação de confiança: afinal quando é
que os filhos devem dar crédito ao
testemunho dos pais?! Portanto, para
não haver risco de perda de confiança,
é melhor não ensinar a crença do Pai
Natal.
Do mesmo modo, incutir crenças
falsas às crianças silenciando ou
contornando as suas dúvidas é errado
(como por exemplo a criança
questionar “Como entra o Pai Natal
nas casas que não têm chaminé?” ou
“As renas do Pai Natal voam
mesmo?”, ao que os pais respondem
condescendentement com algo como
“Isso é magia!”). Isto é errado, uma
vez que promove maus hábitos
mentais, enfraquecendo o hábito de
exigir indícios a favor das nossas
crenças. Assim, há o perigo da
credulidade, do perder o hábito de
testar as coisas e de as investigar.
São estes argumentos plausíveis ou
sofrem de alguma fragilidade?
Quais são os melhores argumentos?
Que mais argumentos se podem
avançar a favor e contra a
transmissão da crença da existência
do Pai Natal às crianças?
Afinal, será ou não moralmente
errado dizer às crianças que o Pai
Natal existe?
poderiam ter escolhido fazer outra
coisa e devem ser responsabilizados
pelo que fizeram.
Nicole
Com este debate conseguimos
realmente entender em que consiste o
problema do livre arbítrio e a
dificuldade das questões que coloca. É
realmente muito difícil defender
apenas uma teoria e defende-la de
maneira correta. O problema do livre
arbítrio é por isso um problema
intemporal, bastante discutido, que
origina várias respostas/ teorias,
todas elas com boas razões, mas sem
uma resposta definitiva. Todas as
perspetivas sobre este problema
apresentam argumentos válidos, mas
ao mesmo tempo estão sujeitas a
fortes objeções, difíceis de
responder.
É isto que torna a filosofia
interessante e importante, pois
ensina-nos a defender as nossas
opiniões e teorias, mas ao mesmo
tempo a aceitar e respeitar outras
perspetivas e pontos de vista que
apresentem bons argumentos.
Serão as pessoas responsáveis pelo que fazem?
Continuação pág 2

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Jornal de Filosofia - Versão Papel - nº2

  • 1. Serão as pessoas responsáveis pelo que fazem? Debate 10ºA JORNAL DE FILOSOFIA pois não mostravam qualquer reacção emocional ao seu acto. Darrow tirou partido disto: Deveremos censurar Dickie Loeb por causa das forças infinitas que conspiraram para o formar, das forças infinitas que actuaram na sua criação muito antes de ele ter nascido, sabendo que, por causa dessas combinações infinitas, ele nasceu sem [o tipo correcto de emoções]? Se devemos, então tem de haver uma nova definição de justiça. Deveremos censurá-lo pelo que não teve e nunca teve? Quanto a Leopold, ele era fraco e não tinha amigos. Cresceu obcecado com a filosofia do "super-homem" de Nietzsche, desprezando as outras pessoasquerendo desesperadamente provar a sua superioridade. Em 1924, dois adolescentes de Chicago, Richard Loeb e Nathan Leopold, raptaram e assassinaram um rapaz chamado Bobby Franks apenas para provar que conseguiam fazê-lo. O crime impressionou o público. Apesar da brutalidade do seu acto, Leopold e Loeb não pareciam especialmente perversos. Provinham de famílias ricas e eram ambos estudantes excelentes. Aos dezoito anos, Leopold era o licenciado mais jovem na história da Universidade de Chicago, e, aos dezanove anos, Loeb era a pessoa mais nova que se tinha licenciado na Universidade de Michigan. Leopold estava prestes a entrar na Escola de Direito de Harvard. Como era possível que tivessem cometido um assassinato absurdo? Clarence Darrow (advogado de defesa) falou durante mais de doze horas. Não sustentou que os rapazes eram loucos. Ainda assim, disse, não eram responsáveis pelo que tinham feito. Darrow apelou a uma nova ideia que os psicólogos tinham proposto, nomeadamente que o carácter humano é moldado pelos genes do indivíduo e pelo ambiente. Disse ao juiz: "As pessoas inteligentes sabem agora que todo o ser humano é o produto de uma hereditariedade infindável que o precede e de um ambiente infinito que o rodeia". Não sei o que levou estes rapazes a realizar esse acto louco, mas sei que houve uma razão para que o tenham realizado. Sei que não o produziram por si. Sei que qualquer uma de um número infindável de causas que remontam ao começo pode ter actuado na mente destes rapazes — que vos pedem para enforcar por malícia, ódio e injustiça — porque, no passado, alguém pecou contra eles. Os psiquiatras tinham atestado que os rapazes não tinham sentimentos normais, “Todo o ser humano é produto de uma hereditariedade infindável que o precede e de um ambiente infinito que o rodeia” Página 1 James Rachels, Problemas da Filosofia Sumário: As Pessoas Serão Responsáveis pelo que Fazem? .…...… .1, 2 e 4 Poderemos avaliar as pessoas como boas ou más se elas não tiverem Livre -Arbítrio..…………3 12 Homens em Fúria/ Debate….3 Será moralmente correto dizer às crianças que o Pai Natal existe? …………………………………..4 Nº2 ( Edição em Papel ) Nov/ Dez 2015 Especial Natal Online - Blogue Jornal de Filosofia/ Blogue|Versão de Papel
  • 2. Página 2 Jornal de Filosofia/ Blogue|Versão de Papel JORNAL DE FILOSOFIA| nº 2 Maria Beatriz Na situação apresentada, Clarence Darrow defende os adolescentes, que cometeram um homicídio, com base na ideia de que todo o ser h u m a n o é p r o d u t o d a hereditariedade e do ambiente que o rodeia, estando as suas ações determinadas, e não sendo, portanto, responsável por elas. Assume, assim a perspetiva do determinismo radical, segundo a qual todos os acontecimentos, incluindo as ações humanas, são efeitos de acontecimentos anteriores; as ações resultam de crenças e desejos que são determinados por fatores biológicos e culturais. Assim, tudo o que fazemos é causado por forças que não controlamos. Joana Valadas Mas esta posição tem uma forte objeção: se as nossas ações são efeitos de causas anteriores e, por isso, inevitáveis, não poderíamos ter escolhido outra coisa e não existiria responsabilidade moral. Não faria sentido punir ou afirmar o mérito de alguém. Maria Beatriz Por isso concordo com o libertismo; esta teoria refuta o determinismo radical contra- argumentando que há ações livres, logo o deter minismo é falso. Só os fenómenos físicos estão sujeitos às leis da natureza, as ações resultam de uma causalidade livre porque dependem da vontade, da capacidade de deliberar e decidir. Assim, quando fazemos uma coisa podendo ter feito outra, estamos a agir livremente. E, se somos livres, somos responsáveis pelas nossas ações. Joana Valadas Mas, penso que para afirmar a responsabilidade moral não é preciso negar o determinismo (raciocínio das teorias incompatibilistas, o determinismo radical e o libertismo). Concordo com o determinismo moderado segundo o qual podemos conciliar o facto de todas as ações serem causadas por acontecimentos anteriores, desde a hereditariedade às crenças e desejos, com o livre-arbítrio. Embora uma ação seja causada, se a desejo fazer, se não me sentindo coagida ou obrigada, significa que escolhi fazer isto em vez de outra coisa e a minha ação é livre. E se há liberdade, há responsabilidade moral. Ana Lopes Para mim o libertismo está mais correto porque não basta não me sentir coagida a fazer algo, eu tenho a experiência da deliberação, de escolher entre desejos, de optar livremente por uma ação, tendo outra alternativa. Sem este sentimento de liberdade, que experienciamos fortemente, não fazia sentido a nossa ação. O Problema do Livre-Arbítrio Serão as pessoas responsáveis pelo que fazem? Joana Valadas Essa experiência de liberdade, de que falas, é uma ilusão segundo o determinismo radical e resulta apenas do desconhecimento das verdadeiras causas de uma ação. A crença de que o determinismo é verdadeiro é muito forte. Raquel Azeda A ideia de responsabilidade moral é essencial para que seja possível viver em sociedade. Sem ela não procuraríamos agir corretamente tendo presente as consequências das nossas ações para os outros. A hereditariedade, a sociedade onde o ser humano vive e a educação que lhe foi transmitida são fatores que influenciam as suas decisões. Mas, se os jovens a s s a s s i n o s a g i r a m s e m constrangimentos, a sua ação não foi inevitável,(continua pág 4) Será que temos capacidade de escolha e de decisão? Ou a nossa ação está ligada a acontecimentos anteriores, sendo um efeito de um acontecimento anterior? Muitos acontecimentos do mundo estão sujeitos a um determinismo causal. Mas são também as nossas ações o resultado de causas anteriores e não o resultado da nossa vontade? Debate 10ºA
  • 3. Poderemos avaliar as pessoas como boas ou más se elas não tiverem livre arbítrio? Um júri composto por doze jurados reúne-se para decidir a sentença no julgamento de um jovem de 18 anos acusado de matar o pai. As orientações do juiz são as de que devem chegar a uma decisão unânime e de que o réu deve ser considerado inocente no caso de existir uma dúvida legítima quanto à sua culpa. O veredicto de «culpado» conduzirá obrigatoriamente a uma pena de morte. Numa primeira votação, onze dos doze jurados votam pela condenação. O jurado número 8 recusa-se a concordar com os restantes, argumentando a favor da existência de uma dúvida legítima quanto à culpa do réu. Sem nunca afirmar que sabe que este é inocente, o jurado número 8 procura persuadir os restantes a repensarem a sentença e alterarem o sentido do seu voto. 12 Homens em Fúria é um desfile de argumentos de ambas as partes, que sustentam ambos os vereditos 12 Homens em Fúria Filme seguido de debate 11ºA e 11ºB Página 3Jornal de Filosofia/ Blogue|Versão de Papel Um dos primeiros argumentos a favor da sentença de «culpado» é uma falácia de apelo à ignorância Surgem alguns entimemas É cometida a falácia ad hominem Alguns dos argumentos apresentados têm premissas meramente plausíveis O jurado número 8 procura persuadir racionalmente os restantes JORNAL DE FILOSOFIA| nº 2 Avaliar as pessoas de boas ou más. Poderemos continuar a considerar as pessoas boas ou más se elas não tiverem livre-arbítrio? Pode parecer surpreendente que diga isto, mas não vejo razão para pensar que não. Mesmo que não tenham livre-arbítrio, as pessoas não deixarão de ter virtudes e vícios. Continuarão a ser corajosas ou cobardes, benevolentes ou cruéis, generosas ou gananciosas. Um assassino não deixará de ser um assassino - e continuará a ser mau ser um assassino. Obviamente, pode ser possível explicar as más acções de uma pessoa como resultado dos seus genes, da sua história ou da química do seu cérebro. Isto pode levar-nos a ver essa pessoa como alguém que teve azar nas circunstâncias que a fizeram tornar- se naquilo que é. Porém, isto não significa que ela não seja má. Precisamos de distinguir a) a questão de saber se alguém é má pessoa de b) a questão de saber como alguém se tornou má pessoa. Uma explicação causal do caráter de uma pessoa não implica que ela não seja má. Mostra apenas como ela se tornou má. James Rachels, Problemas da Filosofia
  • 4. É moralmente errado dizer às crianças que o Pai Natal existe? Domingos faria, in http://manualescolar2.0.sebenta.pt/projectos/fil10/posts/1077 Página 4 Jornal de Filosofia/ Blogue|Versão de Papel JORNAL DE FILOSOFIA| nº 2 Lamento, o Pai Natal não existe! Porém, comummente os pais ensinam aos filhos que ele existe, alertando-os para se comportarem bem ao longo de todo o ano a fim de serem presenteados pelo Pai Natal. Mas será correto ensinar às crianças que o Pai Natal existe, que viaja num trenó puxado por renas voadoras com o saco cheio presentes? Que argumentos se podem avançar a favor e contra isto? Por um lado, pode-se argumentar que a crença no Pai Natal é inócua. Não é como a crença do proprietário de navios de William Clifford, que enviou para o mar um navio em mau estado com emigrantes, convencido de que o navio estava em bom estado; mais tarde, o navio acabou por naufragar em pleno mar sem deixar rasto. Uma crença como esta leva a ações nocivas. Porém, a crença no Pai Natal é inofensiva e, com toda a imaginação suscitada por este mito, até pode estimular o desenvolvimento da criatividade da criança. Além disso, parece que as consequências de acreditar no Pai Natal são globalmente boas para as crianças, gerando uma imensa alegria e entusiasmo – como se pode constatar ao escreverem as cartas ao Pai Natal, ao abordarem o assunto do Natal ou ao receberem os presentes. Logo, parece que não é errado falar às crianças da existência do Pai Natal e de todo o mito que o acompanha. Por outro lado, pode-se argumentar que é bom que os filhos tenham confiança na palavra dos pais. É a partir destas relações de confiança que os filhos aprendem e se desenvolvem. Se os filhos descobrirem que os pais estão a enganá- los com a crença da existência do Pai Natal, isso pode colocar em causa a relação de confiança: afinal quando é que os filhos devem dar crédito ao testemunho dos pais?! Portanto, para não haver risco de perda de confiança, é melhor não ensinar a crença do Pai Natal. Do mesmo modo, incutir crenças falsas às crianças silenciando ou contornando as suas dúvidas é errado (como por exemplo a criança questionar “Como entra o Pai Natal nas casas que não têm chaminé?” ou “As renas do Pai Natal voam mesmo?”, ao que os pais respondem condescendentement com algo como “Isso é magia!”). Isto é errado, uma vez que promove maus hábitos mentais, enfraquecendo o hábito de exigir indícios a favor das nossas crenças. Assim, há o perigo da credulidade, do perder o hábito de testar as coisas e de as investigar. São estes argumentos plausíveis ou sofrem de alguma fragilidade? Quais são os melhores argumentos? Que mais argumentos se podem avançar a favor e contra a transmissão da crença da existência do Pai Natal às crianças? Afinal, será ou não moralmente errado dizer às crianças que o Pai Natal existe? poderiam ter escolhido fazer outra coisa e devem ser responsabilizados pelo que fizeram. Nicole Com este debate conseguimos realmente entender em que consiste o problema do livre arbítrio e a dificuldade das questões que coloca. É realmente muito difícil defender apenas uma teoria e defende-la de maneira correta. O problema do livre arbítrio é por isso um problema intemporal, bastante discutido, que origina várias respostas/ teorias, todas elas com boas razões, mas sem uma resposta definitiva. Todas as perspetivas sobre este problema apresentam argumentos válidos, mas ao mesmo tempo estão sujeitas a fortes objeções, difíceis de responder. É isto que torna a filosofia interessante e importante, pois ensina-nos a defender as nossas opiniões e teorias, mas ao mesmo tempo a aceitar e respeitar outras perspetivas e pontos de vista que apresentem bons argumentos. Serão as pessoas responsáveis pelo que fazem? Continuação pág 2