O documento discute o conceito de identidade, explicando que é um processo complexo que se constrói ao longo da vida através da socialização e da interação com os outros. Aborda como a identidade se desenvolve na infância e adolescência e continua a evoluir ao longo da vida adulta. Também distingue entre identidade pessoal, social e cultural, e como cada pessoa possui múltiplas identidades.
1. ESCOLA SECUNDÁRIA DO CARTAXO 12º Ano
“A Identidade”
Objectivos:
•Explicar em que consiste a identidade;
•Explicar como se processa a construção da identidade;
•Compreender a importância da adolescência neste processo;
•Aclarar a ideia da importância dos outros na identidade pessoal;
• Indicar as diferentes identidades existentes;
• Referir a importância das histórias de vidana construção do “eu”.
Estrutura: 1 – Introdução
2 – A identidade- Quem sou eu?
3 – A construção da identidade
4- A adolescência: continuidade e
rupturas
4.1- O processo continua
5- Os Outros
6- Identidades
7- Inscrição mental das histórias de
vida
8- Distúrbios da Identidade
9- Conclusão
2. 2- A identidade - Quem sou eu?
“Todos diferentes, todos iguais”
GLEITMAN, Henry; FRIDLUND, Alan; REISBERG, Daniel; Psicologia, Porto Editora
Desde do inicio que definimos a
espécie humana segundo o lema: “todos
diferentes, todos iguais”
O facto de cada ser pertencer a :
- Um tempo
- Cultura
- Grupos culturais específicos
Torna cada ser, um ser único com
uma identidade única.
Existem dados específicos e
objectivos que permitem definir-nos como seres
pertencentes a uma sociedade: o nosso bilhete
de identidade, nome, data de nascimento,
aspecto físico.
3. No entanto a nossa identidade pessoal não
pode ser definida segundo estes aspectos objectivos. A
nossa identidade pessoal é definida por aspectos mais
subjectivos e variáveis como:
● Características do nosso comportamento
● Traços pessoais (incluindo a nossa maneira de andar)
● Valores e ideias adquiridos por cada um de nós.
Deste modo podemos definir,
identidade pessoal como o conjunto de
percepções, sentimentos e representações
que cada um de nós possui.
O facto de estes aspectos
caracterizadores serem tão difíceis de
definir fazem com que o conhecimento da
nossa própria identidade seja um processo
que pode demorar a vida inteira.
4. 3 – A construção da identidade
A identidade constrói-se ao
longo da vida, actualizando-se
permanentemente, decorrendo
sobretudo a partir do processo de
socialização.
É a primeira base que leva
o indivíduo a descobrir a a sua
identidade pelas interacções que
estabelece com o meio
● Sorriso: resposta a estímulos
ambientais.
● Angústia: Manifestada pela
ausência da mãe e presença de
estranhos (choro).
● “Não”: a criança afirma-se
autónoma ao opor-se.
1-2 anos dá-se a construção da imagem: a criança aprende a reconhecer-se ,
relacionando-se progressivamente com os seus sentimentos. Passa a utilizar o “eu” no
discurso e ganha a sua identidade sexual (rapaz ou rapariga).
5. 4- A adolescência: continuidade e rupturas
A puberdade marca uma
alteração na identidade, decorrente
em grande parte das modificações
corporais que alteram a aparência
física.
Dá-se um progressivo
distanciamento dos pais, passando os
grupos de pares a ser o modelo de
identificação, a desenvolver a
autonomia.
O desenvolvimento
humano estrutura-se em idades,
sendo a identidade o processo que
se desenrola ao longo da vida, em
que intervêm factores sociais/
psicológicos
Processo marcado pelo
conformismo e rebeldia.
6. 4.1- O processo continua
Durante muito tempo considerou-se que o processo de construção da identidade
terminaria no fim da adolescência e ao estado adulto corresponderia a uma identidade fixa.
Constata-se que os adultos passam por todo um conjunto de situações ao longo da
vida que afectam a identidade pessoal nas suas diferentes expressões corporal e sexual, de auto-
estima, etc. Há várias situações sociais que podem provocar alterações no conceito de si próprio,
novo emprego, o casamento, a maternidade, etc. Em muitos casos ocorre uma crise de
identidade.
Hoje em dia há um conjunto
de reflexões que abordam o efeito das
transformações sociais na sociedade
ocidental e que passa pela crise dos
modelos de socialização, por exemplo o
modelo das mulheres deixou de ser de
donas de casa e o dos homens de
protector da família também já não
corresponde à realidade actual.
7. 5- Os Outros
Em vez de colocar a questão: Quem sou eu? Deveria perguntar: quem sou eu em
relação aos outros e quem são os outros em relação a mim?
A identidade tem um componente social, na medida em que a forma como nos olhamos
a nós próprios é muito influenciado pela forma como os outros nos encaram e nos julgam.
O processo de construção da identidade passa sempre pelo dialogo entre o universo
interior e o exterior, entre mim e outro. A identidade constrói-se em estádio sucessivo por
confrontação entre os indivíduos no seio dos grupos em que estão presentes registos contraditórios: a
semelhança e a diferença .
A partilha das semelhanças e das diferenças que decorrem da circunstância de sermos
humanos, de estarmos integrados numa dada cultura e de pertencermos a determinados grupos sociais,
acresce a nossa história de vida.
8. 6- Identidades
Apesar de falarmos em identidade no singular, a identidade é um conceito
complexo que se manifesta, em diferentes tipos: identidade pessoal, identidade social e
identidade cultural.
Identidade pessoal – é o conjunto das percepções, sentimentos e representações que uma
pessoa tem de si próprio. É o conceito interno e subjectivo do sujeito como indivíduo.
Identidade social como a consciência social que temos de nós próprios e que resulta da
interacção que constantemente estabelecemos com o meio social em que estamos inseridos.
Alguns autores referem-se como identidade estatuário, porque os estatutos sociais e os papéis
que lhe correspondem marcaram a maneira de ser de cada um e o modo de se comportar.
A identidade cultural remete para todo o conjunto de valores que o sujeito partilha com a
comunidade a que pertence e que integra na sua identidade pessoal.
A identidade de uma pessoa é, assim, uma totalidade dinâmica das identidades que referimos.
9. 7- Inscrição mental das histórias de vida
Há três tipos de temporalidade:
1ª – liga-se aos seres humanos enquanto
membros de uma espécie. A temporalidade, a
história das interacções inscreve-se em cada um
de nós através da evolução da espécie.
2ª – está ligada à história das interacções sociais
e transformações em termos de organização
social. O meio sociocultural é um meio
fundamental para a formação e desenvolvimento
dos seres humanos.
3ª – é a temporalidade psicológica. Esta liga-se a
dimensão da história das interacções
experienciadas por cada ser humano e a forma
como a partir delas cria um sentido de si, se
individualiza.
“A construção da identidade decorre num tempo, inscrevendo-se na nossa história
de vida.”
GLEITMAN, Henry; FRIDLUND, Alan; REISBERG, Daniel; Psicologia, Porto Editora
10. O Transtorno dissociativo de identidade, originalmente denominado Transtorno de
múltiplas personalidades, é uma condição mental onde um único indivíduo demonstra
características de duas ou mais personalidades ou identidades distintas, cada uma com sua
maneira de perceber e interagir com o meio. O pressuposto é que duas personalidades podem
rotineiramente tomar o controle do comportamento do indivíduo. Os sintomas incluem perdas de
memória associadas, geralmente descritas como tempo perdido ou uma amnésia dissociativa
aguda .
8- Distúrbios da identidade
11. A nossa identidade pessoal não é algo que nasce connosco, mas
sim algo que é construído ao longo da nossa vida e na qual o
processo de socialização tem especial importância.
A nossa própria identificação pessoal, é essencial para
uma diferenciação de ideologias ou por outras palavras
contrariar uma atitude de conformismo.
A nossa identidade não se prende somente com o
reconhecer o nosso interior, mas prende-se também com a
interacção social que nos remete para uma identidade social.
Existe também a identidade cultural que nos permite
identificarmo-nos com os valores que partilhamos com a sua
comunidade
9- Conclusão