1. FUNDAÇÃO CECIERJ / SEEDUC-RJ/ UFF
ALUNA: Carla Cristina Andrade de Oliveira
MATRÍCULA: 09623430
POLO: Duque de Caxias
GRUPO: Pentágono
História da Matemática- tarefa 4
A influência do ambiente computacional no ensino de cálculo
www.sbem.com.br/files/viii/pdf/06/RE07292202810.pdf.
Introdução:
Na década de 1970, com o advento das calculadoras, nós vivenciamos uma
mudança no ensino da matemática como mostra o texto de D’Ambrósio:
“Na década de 1970 surgiram, a um preço acessível, as calculadoras, que representam
uma grande revolução, ainda em processo, no ensino da matemática. Vejo o
aparecimento das calculadoras como tendo um impacto equivalente à introdução
da numeração indo-arábica na Europa, no século XIII. É importante notar que a partir
da publicação do Liber abbaci, a numeração indo-arábica levou cerca de 200 anos
para efetivamente se impor na Europa e ser o determinante do novo pensar a partir do
Renascimento. Não é de se estranhar que ainda haja algumas pessoas que se declaram
contra o uso das calculadoras.
Hoje o mundo matemático vivencia a utilização de computadores. Algo
equivalente à invenção da imprensa por Gutemberg. Pense na possibilidade da vida
moderna sem qualquer impresso. Da mesma maneira que impressos entram em todos os
setores da sociedade, o mesmo vem se passando com a teleinformática. Como
conseqüência, na educação, não há como escapar. Ou os educadores adotam a
teleinformática com absoluta normalidade, assim como o material impresso e a
linguagem, ou serão atropelados no processo e inúteis na sua profissão. Procure
imaginar um professor que rejeita os meios mais tradicionais: falar, ver, ouvir, ler e
escrever. Lamentavelmente ainda há alguns que só praticam o falar.’ ( D’ Ambrosio)
Entretanto mesmo concordando com o uso da tecnologia o texto mostra que
devemos ser cautelosos. O uso indiscriminado como o uso da calculadora no Ensino
Fundamental e o mal uso do computador pode trazer efeitos colaterais indesejados
2. como mostra os autores desse texto. Sendo assim, necessário pesquisar maneiras de
utilização desses recursos. Por outro lado, uma atividade extra-classe pode criar um
estímulo extra, como mostra um experimento:
Metodologia:
Uma turma de matemática foi dividida em grupo I e II, o grupo I utiliza o
computador e o grupo II apresenta seminários. Todos dois grupos assistem as aulas.
Análise:
A utilização do Maple foi iniciada logo a partir da primeira sessão. A cada sessão
eram apresentados comandos que seriam utilizados no estudo do dia. Os arquivos de
trabalho eram salvos pelos alunos para poderem ser consultados nos horários livres. As
atividades com o uso do microcomputador, nesses dois anos do projeto, foram
realizadas no Laboratório de Computação do Departamento de Matemática da UEM, e o
mesmo fica aberto para o uso dos alunos nos três períodos do dia, com exceção dos
horários reservados a mini-cursos e projetos. No Grupo I houve uma euforia inicial no
início das sessões semanais de trabalho. Essa euforia foi sendo substituída por um
desinteresse que ocasionou um abandono das atividades pela maioria dos participantes.
Um fato importante, pois ocorre com certa freqüência, merece ser destacado,
mencionado no texto: “ Quando o software não é capaz de solucionar um problema
utilizando números reais, os alunos admitem, da forma mais natural possível, a solução
aproximada através de números racionais. Esta situação contraria o relato de experiência
realizada por Silva (2002), onde existia a insistência dos alunos em apresentarem
resultados exatos, o que aqui não ocorreu.”
No Grupo II que realiza as atividades sem o auxílio do Maple, as
desistências foram menos significativas e, ao contrário do outro Grupo I, por não existir
a necessidade de nenhum pré-requisito, novos alunos aderiram ao projeto. As
dificuldades, por outro lado, são muito semelhantes. A questão da linguagem, por
exemplo, é uma delas. A mesma dificuldade encontrada para se comunicar com o
computador, aparece na linguagem formal lógico-dedutiva utilizada nos seminários
apresentados pelos alunos e, portanto, comum a ambos os grupos.
Como percebemos que a integração dos elementos do Grupo II estava
sendo dinamizada devido às relações humanas desencadeadas pelas metodologias
adotadas, optamos neste segundo ano por alterarmos um pouco os conteúdos a serem
trabalhados subtraindo alguns tópicos específicos de Cálculo e inserindo alguns de
História da Matemática, particularmente, sobre a construção do Cálculo.
Conclusão do texto:
Dentre os alunos remanescentes do Grupo I é considerável a melhoria de
sua “escrita matemática”. Provavelmente o esforço desprendido para escrever
corretamente os comandos surtiu efeito. A manipulação algébrica de expressões
melhorou bastante, já que na comunicação com o software, é imprescindível a
colocação de delimitadores (parênteses, colchetes e chaves).
Quanto aos do Grupo II, ao serem “obrigados” a se expressarem de forma
oral e escrita, os acadêmicos perceberam a necessidade de uma linguagem adequada
3. para se comunicarem matematicamente, com segurança e sem equívocos, e a melhoria
da escrita matemática não foi, portanto, prerrogativa apenas dos que tiveram que
conversar com o computador. A participação nas aulas regulares dos alunos de ambos
os grupos, melhorou, não só participam mais, como também a “qualidade” dos
comentários é superior. Quanto as notas, houve ligeira melhora, e apenas uma aluna, do
Grupo II, abandonou a disciplina porém continuou no projeto. Os demais, todos
continuam cursando Cálculo e a evasão foi ligeiramente menor comparada com anos
anteriores.
Terminamos, citando Miskulin (2003).
A introdução e disseminação da informática na sociedade e na
educação implicam um cenário tecnológico que apresenta a existência de uma nova
lógica, uma nova linguagem, novos conhecimentos e novas maneiras de compreender e
de se situar no mundo em que se vive, exigindo do ser em formação uma nova cultura
profissional. (Miskulin, 2003, p. 217).
Bibliografia:
ARAÚJO, Jussara de Loiola. Cálculo, Tecnologias e Modelagem Matemática: as
discussões dos alunos. 2002. Tese (Doutorado em Educação Matemática) – IGCE –
UNESP, Rio Claro, SP.
BORBA, Marcelo C. & PENTEADO, M. G.. Informática e Educação Matemática.
Belo Horizonte: Autêntica, 2001, 98 p., (Coleção Tendências em Educação
Matemática).
CATAPANI, Elaine Cristina. Cálculo em Serviço: Um Estudo Exploratório. Bolema,
Rio Claro, SP, Ano 14, n.16, p. 48 – 62, 2001.
CORTELLA, M. S. Informática e informatolatria: equívocos na educação. Acesso, São
Paulo, n.11, p. 32 – 35, 1995.
COX, Kênia K.. Informática na Educação Escolar. Campinas, SP: Autores
Associados, 2003, 124 p., (Coleção polêmicas do nosso tempo n.87).