A concepção do homem a partir de Agostinho, Tomás e Descartes
1. O SENTIDO DO HOMEM, A PARTIR DE
AGOSTINHO, TOMÁS E DESCARTES
2. O PONTO DE PARTIDA DE AGOSTINHO
O autor destaca a importância da
linguagem, do conhecimento da escrita,
portanto, das letras, da necessidade de
se conhecer o cálculo, de se entender a
música, de se conhecer as instituições nas
quais e para quais se realizam
determinados estudos, da importância de
se conhecer a língua na qual se vai
realizar o estudo.
3. O SENTIDO DO RECORDAR
“Há todavia, creio, certa maneira de ensinar pela
recordação, maneira sem dúvida valiosa, como se
demonstrará nesta nossa conversação. Mas, se
tu pensas que não aprendemos quando
recordamos ou que não ensina aquele que
recorda, eu não me oponho; e desde já declaro
que o fim da palavra é duplo: ou para ensinar ou
para suscitar recordações nos outros ou em
nós mesmos” (Agostinho)
4. A QUESTÃO DA LINGUAGEM
A questão que se coloca para santo
Agostinho é de que pela palavra se ensina
e se aprende, pois a linguagem é o
principal caminho para a comunicação
entre os homens.
Pela palavra os homens podem se lembrar
do que são, do que aprenderam e como
aprenderam.
5. CONHECER PARA CONVERTER
Tendo então adquirido certa familiaridade com a
linguagem das divinas Escrituras, devemos
prosseguir examinando as passagens obscuras em
vista de as esclarecer e explicar. Chega-se lá
tomando exemplos de textos mais claros. [...] Em
todo esse trabalho, a memória é de grande valor,
pois, se ela faltar, não serão os preceitos que a
poderão despertar (Agostinho, Liv. II, cap. 9, p. 99)
6. O VALOR DA MEMÓRIA
A memória, especialmente a oral, é a forma de
os homens preservarem seus conhecimentos e a
própria palavra sagrada. Neste sentido, a
linguagem e a memória se constituem em
requisitos básicos para a conversão ao
cristianismo.
Contudo, estas qualidades, se assim podemos nos
expressar, são inatas ao homem, ou seja, eles já
nascem com a linguagem e com a capacidade
de conservação, por meio da recordação, das
lembranças que o tornam pertencente a uma
dada comunidade.
8. O homem, que para Tomás é natureza racional,
conhece o fim das coisas, mas não tem uma
compreensão imediata do fim último de todas as
coisas,isto é de Deus.
Se tivesse a visão de Deus, seria fatalmente
atraído por ele, porém, conhecendo apenas fins
parciais, sua vontade é livre de querê-los ou não
querê-los.
PONTO DE PARTIDA
9. A TEOLOGIA VISA À SALVAÇÃO DO HOMEM
É através do homem, mais do que através de
qualquer outra criatura, que o Ser se torna
manifesto a nós.
União substancial entre alma e corpo
Autossuficiência do conhecimento humano
Espiritualidade e imortalidade da alma
Liberdade
Lei moral
10. UNIÃO SUBSTANCIAL DE ALMA E CORPO
No homem há somente uma alma (racional, que
também desempenha as funções vegetativa e
sensitiva) e uma só forma (a própria alma).
A alma é a forma do corpo
A alma e o corpo constituem um todo único
A alma racional exerce também as funções das
almas inferiores.
“O ser de uma coisa, embora não sendo a sua
essência, não deve ser considerado como algo
acrescentado, como os acidentes, mas deve ser
colocado ao nível dos princípios da essência”.
11. AUTOSSUFICIÊNCIA DO CONHECIMENTO
HUMANO
Tomás rejeita qualquer intervenção extraordinária
de Deus em sua produção.
A iluminação não é necessária nem para a
abstração das ideias, nem para a formulação dos
juízos, porque o homem tem em si um intelecto
agente, participação do intelecto divino, que tem a
capacidade de abstrair as ideias e de formar os
juízos.
12. IMORTALIDADE DA ALMA
Para o cristão, o problema da imortalidade da alma
nem se põe, sendo ela uma das condições
transcendentais de sua fé.
Sob o aspecto filosófico, qual é a situação desta
verdade?
Tem ela a seu favor argumentos demonstrativos ou
é somente um postulado arbitrário e, talvez,
absurdo?
Tomás afirma que a alma é imortal porque tem um
ser próprio, ser que ela não recebe nem do corpo
nem da união com o corpo.
O corpo recebe o ser da alma e deixa de existir
quando cessa a sua união com a alma.
13. O homem tem uma disposição natural para
compreender os princípios das ações boas, mas
pode também deliberadamente rejeitá-los e,
portanto, pecar: o pecado, por conseguinte,
depende do livre-arbítrio.
AS AÇÕES BOAS
14. O homem, enquanto dotado de razão e de livre-
arbítrio, conhece a lei divina, a lei eterna e a lei
humana, e peca quando infringe as duas primeiras
leis e a terceira, enquanto baseada sobre a lei
natural.
O HOMEM
15. As linhas de pensamento para uma estética de
Tomás de Aquino costumam ser construídas a
partir da pretensa “definição formal” do belo,
como expressão de sua “objetividade” e de seu
“aparecer autônomo”: chamar-se-ia belo tudo
aquilo que agrada ao ser observado
“...O QUE AGRADA AO SER OBSERVADO”
16. Aquino parte da concepção de Dionísio
Areopagita segundo a qual o bom, em virtude de
seu parentesco com o belo, teria o caráter de
causa formal. O filósofo, no entanto, associa o
bom em sentido próprio à faculdade da vontade, e
o belo especialmente à faculdade do
conhecimento, na medida em que esta é atraída
por um objeto do conhecimento.
“...O QUE AGRADA AO SER OBSERVADO”
17. O belo é determinado, por assim dizer, a
posteriori em analogia com o bom: assim como
pertence ao conceito de bom que nele a
vontade atinja, em geral, o repouso, é
característico do conceito de belo que, quando
este é observado ou conhecido, a vontade
atinja o repouso. (Summa theologiae I-II, q. 27, a.1, ad.
3)
O BELO ... ANALOGIA COM O BOM
18. A questão de Tomás de Aquino é saber o que no
plano dos sentidos, ou seja, no momento primeiro
e imediato em que algo nos impressiona e nos
atrai, direciona a faculdade de conhecimento para
precisamente este objeto do conhecimento, de
modo que ocorra então uma primeira forma do
conhecer.
HARMONIA E BELEZA
19. Os sentidos são atraídos pela boa
proporcionalidade de cada objeto do
conhecimento: assim é possível reconhecer um
momento da semelhança .
É, portanto, no plano do conhecimento sensível
que Aquino se refere ao belo e suas qualidades
expressivas, sem que este já apresente a
qualidade de um juízo, tampouco a qualidade de
um juízo estético.
O CONHECIMENTO ... JUÍZO ESTÉTICO