As três fases da implantação da sociologia no Brasil incluem: (1) Euclides da Cunha e seu livro "Os Sertões" sobre a guerra de Canudos; (2) Gilberto Freyre e Caio Prado Junior, que analisaram, respectivamente, a formação da sociedade brasileira e o atraso do Brasil devido à colonização portuguesa; (3) Florestan Fernandes, que criticou teorias sociológicas clássicas e estudou grupos marginalizados no Brasil como os negros em São Paulo.
As três fases da implantação da sociologia no Brasil
1. • Fases da implantação da sociologia no Brasil.
Primeira geração da sociologia brasileira conta com Euclides da Cunha (1866-1909)_ natural do
Rio de Janeiro, militar engenheiro, estudou matemática. Mas sua paixão era o jornalismo.
Participou da guerra de canudos no interior da Bahia como correspondente do jornal "O Estado
de São Paulo" dessa experiência resultou sua maior contribuição à sociologia brasileira, o livro "Os
Sertões".
A segunda fase, inicia-se com a preocupação de fazer uma pesquisa de campo com os
seguintes pensadores:
Gilberto Freyre: Nascido em Pernambuco em 1900, foi o autor de Casa Grande & Senzala
(1933), livro no qual demonstrou as características da colonização portuguesa, a formação da
sociedade agrária, o uso do escravo e, ainda, como a mistura de raças ajudou a compor a
sociedade brasileira.
Freyre, combatia o racismo com uma teoria própria contra a visão elitista existente na época,
importada da Europa.
Essa visão privilegiava a cor branca,muito embora Freyre tivesse um olhar aristocrático
econservador sobre a sociedade brasileira da época, pois além de justificar as elites do governo,
sua descrição do tempo da escrevidão em Casa Grande & Senzala adquire uma conotação
harmoniosa, ele não via conflitos nessa estrutura.
Caio Prado Junior: formado em direito veio fazer contrapontoa a análise conservadora
de Freyre, pois em uma visão mais crítica sobre a formação da nossa sociedade, ou seja, com uma
lente marxista,analisando a sociedade a partir do ponto de vista material e econômico e em seu
livro Formação do Brasil Contemponâneo, 1942.
Caio Prado Junior apresenta a tese de que a origem do atraso da nação brasileira estaria
vinculada ao tipo de colonização a que o Brasil foi submetido por Portugal, uma colonização
periférica e exploratória. Segundo Caio Prado Portugal teve grande contribuição no "nosso
atraso"como nação, pois o centro do capitalismo, na época do "descobrimento" do Brasil, estava
enrraigado na Europa, o que fazia com que as riquezas daqui fossem levadas para lá. Esse tipo de
organização foi denominado de primária e exportadora , pois os produtos extraídos das
monoculturas brasileiras, nos laticínios, eram exportados para os países que estavam em processo
de industrialização.
Em uma terceira fase da implantação da sociologia no Brasil:
Florestan Fernandes: (1920-1995), nasceu em São Paulo, importante nome que fez um
contínuo questionamento sobre a realidade social e das teorias que tentavam explicar essa
realidade. Florestan tinha como metodologia "dialogar" de maneira muito crítica, com as teorias
sociológicas clássicas, como as de August Comte, Durkheim, Weber e Marx, esse diálogo não se
dava apenas com a produção clássica desses autores, mas também com os clássicos modernos
e com os pensadores brasileiros.
As transformações sociais que ocorreram a partir de 1930 no Brasil foram, uma espécie de
motor para os trabalhos sociológicos de Florestan e todos os outros pensadores, principalmente a
2. partir de 1940 quando as transformações se intensificaram por causa do aumento
da industrialização e da urbanização.
Algumas das consequências da urbanização, inclusive gerada pela migração de pessoas que,
vindas do campo, procuravam trabalho nas indústrias das grandes cidades, foram o surgimento de
problemas de falta de moradia, desemprego e criminalidade. Temas emergentes para a análise
sociológica.
Florestam inaugura um panorama voltado aos mais diversos grupos e classes existentes na
sociedade. Ex. grupos indígenas e sobre as relações raciais em São Paulo.
O livro A integração do negro na sociedade de classes, de 1978, onde Florestan pesquisa
sobre os negros em São Paulo, faz uma analise como os negros foram sempre situados à margem
da nossa sociedade.