O documento descreve a história e os princípios do Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS). O SUS foi criado pela Constituição de 1988 para garantir o direito universal à saúde no Brasil de forma gratuita e igualitária. Ele é financiado por impostos e gerido em conjunto pelos governos federal, estaduais e municipais. O documento também discute alguns avanços do SUS, como maior acesso a serviços e melhorias na qualidade do atendimento, apesar de desafios como filas e falta de recursos.
3. “A saúde é direito de todos e dever
do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas que
visem à redução do risco de doença
e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e
serviços para a promoção, proteção
e recuperação”.
Constituição Federal de 1988,
artigo 196.
4. O SUS QUE TEMOS... O SUS QUE QUEREMOS!
E O SUS QUE PRECISAMOS?
5. BREVE HISTORICO
•Até a década 50 – Modelo do Sanitarismo (campanhas
com objetivo de sanear as cidades e garantir exportações
agrícolas)
* Década 60 – Atendimento médico previdenciário
(a economia migra do polo rural para industrial,
necessidade de atendimento médico previdenciário)
* Década 70 – Modelo médico-assistencial privatista
(centralização da administração – época da ditadura –
modelo dicotômico entre ações curativas e preventivas).
Na segunda metade da década de 70 começa a expansão
dos movimentos sociais e a formulação de propostas que
atendessem os excluídos
6. * 1980 – 7° Conferência Nacional de Saúde:
Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde
(PREV-Saúde). Pela grave crise fiscal que o pais vive
naquela época, cria-se órgãos para administrar melhor
os poucos recursos. O Prev-saúde, por falta de apoio
político, não é implementado.
* 1983 - Ações Integradas de Saúde (AIS):
AIS - Discussão entre reformistas com os setores do
INAMPS tentando solucionar a crise previdenciária.
Executadas pelos MS-INAMPS-Secretarias estaduais
7. 1986 - 8° Conferência Nacional de Saúde:
“...saúde é a resultante das condições de
alimentação, habitação, educação, renda,
meio ambiente, trabalho, transporte,
emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da
terra e o acesso a serviços de saúde. É assim,
antes de tudo, o resultado das formas de
organização social da produção, as quais
podem gerar grandes desigualdades nos
níveis de vida...”
8. 1988 - Constituição Federal – Artigo 196
“ A saúde é direito de todos e dever do
Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação.”
9.
10. O lugar do SUS na Constituição
1. O SUS faz parte das ações definidas na
Constituição como sendo de “relevância pública”.
2. A saúde faz parte de um sistema mais amplo, o
Sistema da Seguridade Social.
Seguridade Social
Saúde
Previdência
Assistência
Social
11. Legislação do SUS
O SUS foi criado pela Constituição
Federal de 1988 e regulamentado pelas
Leis n. 8.080/90 e n. 8.142/90. A
partir daí, vem sendo, socialmente,
construído especialmente por meio de
Normas Operacionais Básicas, feitas
em consenso pelas três esferas de
governo e materializadas em
Portarias Ministeriais.
12. Constituição Federal
• Constituição Federal de 1988:
A “Constituição Cidadã” foi um marco
fundamental na redefinição das prioridades da
política do Estado na área da saúde pública.
– Ela estabelece o conceito de saúde,
incorporando novas dimensões; define
o SUS como ação de “relevância pública”;
estabelece seus princípios, diretrizes,
competências e financiamento.
13. Leis Orgânicas da Saúde
• Lei nº 8.080 e Lei nº 8.142, de 1990:
– Detalharam os princípios, diretrizes gerais e
condições para organização e funcionamento do
sistema. Ou seja, definiram as competências do SUS:
• Prestar assistência às pessoas por intermédio de
ações de promoção, prevenção e recuperação da
saúde;
• Realização integrada das ações de vigilância
sanitária, vigilância epidemiológica, saúde do
trabalhador, assistência terapêutica integral,
inclusive farmacêutica.
• Direção única do SUS, exercida pelas três esferas do
governo: União, estados e municípios.
14. Normas Operacionais Básicas
• São instrumentos utilizados para a definição de
estratégias e movimentos tático-operacionais que
reorientam a operacionalidade do SUS, a partir da
avaliação periódica de sua implantação e
desempenho.
• Tais normas definiram as competências de cada
esfera de governo e as condições necessárias para
que estados e municípios (descentralização)
pudessem assumir as novas atribuições no processo
de implantação do SUS.
• Ex: NOB 01/93 e NOB 01/96
• OUTRAS NORMATIZAÇÕES: NOAS(2000), PACTO
PELA VIDA, COAP.
15.
16. Gestores do SUS
• FEDERAL
– Ministério da Saúde
• ESTADUAL
– Secretaria de Estado da Saúde
• MUNICIPAL
– Secretaria Municipal de Saúde
17. Funções Gestoras na Saúde
a) Formulação de políticas / planejamento
b) Financiamento
c) Coordenação, regulação, controle e
avaliação
d) Prestação direta de serviços de saúde
19. Universalidade
• A saúde é direito de cidadania e dever do
Estado;
• Todas as pessoas têm direito ao atendimento
independente de cor, raça, religião, local de
moradia, situação de emprego ou renda, etc;
Lei 8080
O desenvolvimento do SUS: avanços , desafios e reafirmação dos seus princípios e diretrizes (MS e CNS, 2002)
20. Equidade
• O SUS deve tratar desigualmente os desiguais
• Os serviços de saúde devem identificar as
diferenças da população e trabalhar para cada
necessidade, oferecendo mais a quem mais
precisa
• Reduzir disparidades regionais e sociais
Lei 8080
O desenvolvimento do SUS: avanços , desafios e reafirmação dos seus princípios e diretrizes (MS e CNS, 2002)
21. Integralidade
• “...entendida como conjunto articulado e contínuo das
ações e serviços preventivos e curativos, individuais e
coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de
complexidade do sistema.” (lei 8.080, 7°,II)
• A visão do indivíduo como um todo
• As ações de promoção, de prevenção e de recuperação
• Necessidade da hierarquização do sistema de saúde
Lei 8080
O desenvolvimento do SUS: avanços , desafios e reafirmação dos seus princípios e diretrizes (MS e CNS, 2002)
22. Princípios éticos/doutrinários
Universalidade
Equidade Integralidade
Regionalização e SUS
Hierarquização
Resolubilidade
Descentralização
Controle Social
Participação complementar
do Setor Privado
Princípios organizacionais
23. Regionalização e Hierarquização
Nível terciário de atenção a saúde – Hospitais de referência –
Resolvem 5% dos problemas de saúde
Nível secundário de atenção – Centros (ambulatórios) de
referência – Resolvem 15% dos problemas de saúde
Nível Primário de atenção - PSF e UBS
- Responsáveis por 80% dos problemas de saúde
Lei 8080
O desenvolvimento do SUS: avanços , desafios e reafirmação dos seus princípios e diretrizes (MS e CNS, 2002)
26. Participação dos Cidadãos: O Controle Social
• Constituição
– Garante a participação da população na formulação e controle da
execução das políticas de saúde
• Lei 8142
– Conselho de Saúde
• Paritário (gestores, profissionais de saúde e usuários)
• Municipal, estadual e federal
Lei 8142 e Conselho de Saúde: guia de referencias para a sua organização (MS) 1994
28. Financiamento do SUS
• Emenda Constitucional nº 29/2000:
– União: limite mínimo de gasto foi estabelecido como o
valor empenhado em 1999, acrescido de 5% e, nos anos
subseqüentes, da variação nominal do Produto Interno
Bruto (PIB);
– Estados: terão que gastar, no mínimo, 12% das suas
receitas próprias com a saúde;
– Municípios: comprometem 15% de suas contas.
Os recursos financeiros para o SUS têm sido
insuficientes para dar suporte a um sistema
público universal de qualidade.
29. Financiamento do SUS
• Para receber os recursos federais, Estados e Municípios devem
apresentar os requsitos:
– Fundo de Saúde – conta especial onde serão depositados e
movimentados os recursos financeiros do SUS, sob fiscalização do
Conselho de Saúde;
– Conselho de Saúde – órgão colegiado de caráter permanente
e deliberativo, composto por representantes do governo -
prestadores de serviço – (25%), profissionais de saúde (25%) e
usuários (50%). Sua finalidade é exercer o controle social sobre a
gestão e implantação do SUS;
– Plano de Saúde – base das programações e atividades que
serão desenvolvidas por cada nível de direção do SUS;
– Relatórios de Gestão – mecanismo de acompanhamento da
execução do plano de saúde e da aplicação dos recursos
recebidos.
– Contrapartida dos recursos para a saúde no respectivo
orçamento;
– Plano de Carreiras, Cargos e Salários elaborado por comissão.
31. Piso da Atenção Básica Fixo – PAB FIXO
Piso da Atenção Básica Variável - PAB Variável.
I - Saúde da Família
II - Agentes Comunitários de Saúde
III - Saúde Bucal
IV - Compensação de Especificidades Regionais
V - Fator de Incentivo de Atenção Básica aos Povos Indígenas
VI - Incentivo à Saúde no Sistema Penitenciário
VII - Política de Atenção Integral à Saúde do Adolescente em conflito com a
lei em regime de internação e internação provisória
VIII - Outros que venham a ser instituídos por meio de ato normativo
específico
32. O QUE VOCÊ ACHA DO SUS ???
AVANÇOU ???
EM QUE ???
33. Avanços a celebrar
Aumento na quantidade de serviços:
• Cobertura do PSF
• Exames de imagem
• Procedimentos de hemodiálise
• Nº de consultas de pré-natal
• Cobertura vacinal por DPT
• Consultas médicas por internação
• Procedimentos de quimioterapia
• Cirurgias cardíacas
34. Avanços a celebrar
Melhoria na qualidade de serviços:
• Programa Nacional de Imunização
– cobertura vacinal e erradicação de doenças
• Sistema Nacional de Transplantes
– número de transplantados
• Programa de Controle do HIV/Aids
– tratamento e prevenção da doença
• Saúde Mental
– desospotalização e humanização dos serviços
35. Números anuais do SUS
• 12 milhões de internações hospitalares
• + de 1 bilhão de procedimentos em atenção
primária à saúde
• 50 milhões de consultas médicas
• 2 milhões de partos
• 300 milhões de exames laboratoriais
• 1 milhão de tomografias computadorizadas
• 9 milhões de exames de ultra-sonografia
• 140 milhões de doses de vacina
• + de 15 mil transplantes de órgãos
36. Percepção do SUS
“O SUS não deve ser visto como um
problema sem solução, mas como uma
solução com problemas.”
• As percepções negativas estão fortemente associadas
ao tempo de espera: demora em ser atendido, espera
em filas, tempo perdido na recepção.
• Mas o nível de conhecimento acerca do SUS da
população em geral é muito pequeno.
• E o SUS vem perdendo a batalha da comunicação com
a sociedade brasileira: mídia.
37.
38. São princípios do Sistema Único de Saúde (SUS)
que constam na Lei 8080/90:
a) centralização, universalidade e integralidade.
b) hierarquização, centralização e integralidade.
c) universalidade, igualdade e integralidade.
d) universalidade, participação popular e
autonomia.
e) integralidade, participação popular e
autonomia.
39. As ações e serviços de saúde no âmbito do SUS devem ser
desenvolvidos de acordo com os princípios e diretrizes
previstos na Constituição Federal e na Lei n° 8.080/90. Em
relação a estes princípios e diretrizes, é INCORRETO afirmar
que:
a) a universalidade de acesso aos serviços de saúde deve
ocorrer em níveis específicos da assistência.
b) a epidemiologia deve ser usada para o estabelecimento de
prioridades, alocação de recursos e orientação programática.
c) a igualdade da assistência à saúde deve se dar sem
preconceitos ou privilégios de qualquer espécie.
d) os serviços públicos devem ser organizados de modo a
evitar duplicidade de meios para fins idênticos.
e) a regionalização e hierarquização da rede de serviços de
saúde faz parte da descentralização político-administrativa.
40. No que diz respeito à participação da comunidade na
gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), é correto
afirmar que:
a) os líderes comunitários devem promover eleições
locais para escolher quem representará a comunidade
na gestão do SUS.
b) dar-se-á através dos Conselhos e das Conferências
de Saúde e será paritária em relação ao conjunto dos
demais segmentos.
c) os representantes da comunidade serão nomeados
pelas autoridades constituídas.
d) não é relevante já que não está prevista na
Constituição e não tem respaldo legal.
e) dar-se-á por meio dos comitês permanentes mediante
a ocorrência de um fato relevante para a saúde pública.
•
41. As entidades privadas filantrópicas, dentro do Sistema Único de
Saúde – SUS, têm a função de:
a) integrar complementarmente a rede de serviços de
assistência
b) organizar a atenção a desempregados e população de rua
c) garantir disponibilidade de leitos para cuidados prolongados e
internações sociais
d) orientar a captação de recursos para a universalização da
atenção
•
42. De acordo com a Emenda Constitucional 29, os recursos
municipais destinados às ações e serviços de saúde serão
aplicados através:
a) da Assembleia Legislativa
b) do Conselho de Saúde
c) do Plano de Saúde
d) do Fundo de Saúde
Notas del editor
O SUS faz parte das ações definidas na Constituição como sendo de “relevância pública”, ou seja, é atribuída ao poder público a regulamentação, a fiscalização e o controle das ações e dos serviços de saúde, independentemente da execução direta do mesmo.
A saúde faz parte de um sistema mais amplo, o Sistema da Seguridade Social. Seguridade Social “compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade destinada a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”.
Antes da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde (MS), com o apoio de estados e municípios, desenvolvia quase que exclusivamente ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, com destaque para as campanhas de vacinação e controle de endemias. Todas essas ações eram desenvolvidas com caráter universal, ou seja, sem nenhum tipo de discriminação em relação à população beneficiária (SOUZA, 2002).
O segundo principio o da Eqüidade muitas vezes é confundido com igualdade
Todo cidadão é igual perante o Sistema Único de Saúde e será atendido conforme as suas necessidades. O SUS não pode oferecer o mesmo atendimento à todas as pessoas, da mesma maneira, em todos os lugares. Se isto ocorrer, algumas pessoas vão ter o que não necessitam e outras não serão atendidas naquilo que necessitam.
Reduzir...significa a busca de um maior equilíbrio
Os serviços de saúde devem considerar que em cada população existem grupos que vivem de forma diferente, ou seja, cada grupo ou classe social ou regiãotem seus problemas específicos, tem diferenças no modo de viver, de adoecer e de ter oportunidades de satisfazer suas necessidades de vida.
apenas 35% dos
brasileiros souberam citar, espontaneamente e com precisão, o que
significa SUS