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Juliana Hernandez
Tammy Reymão
Thiago Portal
Universidade Federal do Pará
Instituto de Ciências da Saúde
Faculdade de Farmácia
Toxicologia
Juliana Hernandez e Tammy Reymão
 A Maconha ou Cannabis é a droga ilícita mais
difundida e traficada no mundo
Carlini, E. A. A história da maconha no Brasil. J Bras Psiquiatr, 55(4): 314-317, 2006.
 Originária da Ásia Central
Foi classificada botanicamente em 1753 por
Carolus Linnaeus também chamado de Carl Von
Linné
 Relatos mais antigos datam de 2723 a.C quando
mencionada na farmacopéia chinesa.
 Disseminou-se por todos os continentes por suas
propriedades medicinais e têxteis. Chegou a
Europa no fim do séc.XVIII.
 Brasil: Foi trazida por escravos clandestinamente
em 1549. Segundo Carlini, E. A. (2006) as sementes
eram trazidas em bonecas de pano amarradas nas
pontas das tangas dos escravos.
Fonte: CARLINI, E. A. A história da maconha no Brasil. J Bras Psiquiatr, 55(4):
314-317, 2006.
Anagrama da palavra maconha
 Identificação Botânica
cannabis sativa Linnaeus (Cânhamo indiano)
Família: Cannabaceae
Atividades
Psicoativas
Passagli, M. Toxicologia Forense – Teoria e Prática. 2. ed. Campinas: Millenium, 2009. 171-193 p.
Constituição Química:
Da cannabis podem ser extraídos vários
constituintes com diferentes atividades
psicoativas.
489 Compostos naturais > 70 canabinoides
(-)-trans-Δ9-tetrahidrocanabinol (THC)
Droga ilegal
A lei 11.343 (lei das drogas) de 23 de agosto de
2006, em seu artigo 33 afirma ser crime:
“Importar, exportar, remeter, preparar, produzir,
fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer,
ter em depósito, transportar, trazer consigo,
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo
ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar” sob pena de 5 a 15 anos de
reclusão e pagamento de 500 a 1.500 reais de multa.
Portaria n.344 de 1998
“Plantas que podem originar
substâncias entorpecentes” (lista E),
e o THC na classe de “substâncias de
uso proscrito no Brasil” (lista F) e
“substâncias psicotrópicas” (lista
F2).
Registros de utilização
da maconha são milenares
Utilizada principalmente por suas propriedades
Têxteis Terapêuticas Recreação e Espiritual
Gravura de 1748 mostrando a planta cannabis e uma
mulher indiana fumando um cachimbo enquanto
amamenta seu bebê. Na Índia, as variedades de
narcóticos são conhecidos como "bhang".
As fibras possuem uma quantidade mínima
de THC (0,2%)
Cordames e Velas de
embarcações portuguesas
A planta se popularizou entre os escravos e
depois com os índios que começaram a cultivá-la
Passagli, M. Toxicologia Forense – Teoria e Prática. 2. ed. Campinas: Millenium, 2009. 171-193 p.
Atualmente, derivados canabinoides são alvos de pesquisas com fins terapêuticos.
O Cesamet® (Nabilone) possuem como princípio
ativo, derivados canabinoides. É indicado para
controle de náuseas e vômito em pacientes em
tratamento do câncer
Também usado para o tratamento
da falta de apetite e perda de
peso em pacientes com Aids
Honorio, K. M., Arroio, A., Silva, A. B. F. Aspectos terapêuticos de compostos da planta Cannabis sativa. Quim. Nova, 29(2): 318-325, 2006.
Bolo de maconha para uso médico. Feito a partir da
resina da cannabis. Amostra da Califórnia (EUA),
onde é legalizado para uso médico desde 1996.
Biscoito de maconha. Amostras da
Califórnia- EUA.
Vários pacotes de sementes de
maconha para a venda. Essas
sementes estão sendo vendidas
em um mercado de Amsterdã,
na Holanda, onde a maconha é
descriminalizada.
 A cannabis sativa recebeu diversas denominações ao longo do tempo,
conforme variavam as formas de preparação e a região onde era consumida
•Baseado, fininho, maconha, beck, bhang, liamba, marijuana:
Preparada utilizando várias partes da planta
que depois de secada e picada, é fumada por
meio de cigarros artesanais feito de papel.
Apresenta de 0,5 a 5% de THC.
•Haxixe ou charas:
É a resina extraída da planta através da fricção com
as mãos ou colocando-a em água fervente. Com
aspecto de pasta semissólida, é geralmente moldada
em formato esférico e fumada em cachimbos.
Apresenta de 10 a 20% de THC.
•Óleo de haxixe:
Óleo negro e viscoso, extraído da
planta ou da resina, altamente
concentrado em THC (de 10 a 30%). É
constantemente utilizado por traficantes
para transporte da droga.
•Shunk:
O cultivo da planta é feito em condições
ambientais ideais, o que aumenta a
concentração de THC. É conhecida como
a “maconha de laboratório” ou
“supermaconha”.
A via oral é menos usada apesar de o efeito permanecer por mais tempo devido
principalmente ao início mais demorado (de 30 a 60 minutos), e dos efeitos serem
menos intensos. A biodisponibilidade é em grande parte reduzida por esta via (4-
12%) causada pelo efeito de primeira passagem, degradação do Δ9-THC pelo pH
ácido do estômago e bactérias da flora intestinal
Via Oral
A via respiratória é a mais utilizada por ter um início de ação rápido (de 3 a 10
minutos). A biodisponibilidade (8-24%) é maior do que na via oral, porém não é tão
elevada por ser afetada por fatores externos, tais como: perda de Δ9-THC durante o
fumo (seja pela pirólise ou pela fumaça não inalada), dinâmica de fumo do usuário
(número e tempo de duração da tragada, tempo de retenção da fumaça nos
pulmões, experiência do usuário)
Via Respiratória
Estudos relatam que fatores como: gênero
masculino, trabalho, idade, desestruturação
familiar estão relacionados ao maior consumo de
drogas na juventude
As drogas ainda são um tabu em grande parte das famílias brasileiras. Os
pais tentam proteger seus filhos das drogas, mas muitas vezes o jovem inicia
seu primeiro contato com elas em ambientes familiares, pelo estímulo ao
consumo de drogas lícitas como o álcool e o tabaco.
A população jovem é considerada a mais
vulnerável do ponto de vista psicológico e social.
Proteínas
plasmáticas
94 a 99%
↑ Lipofílico
↓ Níveis séricos
THC
THC
Citocromo P-450
CYP2C
CYP2C
11-hidroxi-∆9-THC
11-nor-9-carboxi-∆9-THC
(THC-COOH)
OXIDAÇÃO
Excretado na urina e nas
fezes
Conjugação
com Ác.
glicurônico
70% excretado
em 72 h
O restante pode
levar até 7 dias
para ser
eliminado
O material biológico
mais utilizado para
detectar Cannabis é a
urina
Também é feito no
sangue, suor e
cabelo.
Receptor
CB1
Receptor
CB2
Os mecanismos de ação do THC ainda não
estão totalmente elucidados
Sist. Imune e
hematopoiese
SNC (córtex,
cerebelo,
hipocampo,
gânglios
basais)
Anandamida
(1992)
Ocorre
naturalmente no
cérebro
Ativa CB1 e CB2
Receptores de THC
nos neurônios
opióides endógenos
Neurônios
dopaminérgicos
(Sist. de recompensa
cerebral)
Liberação de
dopamina
Efeito clínico de
euforia e prazer
 Euforia, sensação de bem-estar;
 Relaxamento, sonolência ou depressão;
 Ansiedade, desconfiança ou pânico;
 Perda da noção do tempo e do espaço;
 Diminuição da coordenação motora, perda de equilíbrio;
 Perda de memória recente;
 Diminuição das funções intelectuais e cognitivas;
 Sensibilidade e sensações aumentadas;
 Taquicardia;
 Hiperemia das conjuntivas (olhos vermelhos);
 Aumento do apetite e secura na boca e garganta.
A curto prazo:
 Bronquite, faringite;
 Doenças pulmonares (enfisema e câncer);
 ↑ até 4 vezes o risco de infarto;
 Doenças cardiovasculares;
 Comprometimento do sist. Imune;
 Transtornos psicológicos;
 Esquizofrenia em indivíduos predispostos geneticamente;
 Anormalidades comportamentais em recém-nascidos.
A longo prazo:
 Uso a longo prazo e consumo diário ou frequente;
 Não ocorre em todos os usuários frequentes;
 Uso prolongado provoca alterações no SNC semelhantes a de outras
drogas de abuso;
 Alguns casos necessitam de tratamento médico.
 Tolerância para a maioria dos efeitos provocados pela droga;
 Ocorre principalmente devido à dessenssibilização dos
receptores;
 Velocidade e duração da tolerância variam de acordo com o
efeito;
 Em geral, cessa rapidamente após a interrupção no consumo da
droga.
Analgesia e
hipotermia
(3 a 7 dias)
Memória
(semanas ou
meses)
 Usuário frequente que abandona subitamente o hábito;
 Quando sofre de crise de abstinência, o indivíduo costuma sentir
desejo intenso pelo consumo da droga;
 Também costuma sofrer de insônia, diminuição do apetite e perda de
peso;
 Pode apresentar irritação, agressividade e inquietação;
 Alguns estudos comparam a crise de abstinência provocada pela
maconha com a crise de abstinência à nicotina.
Thiago Paixão
 O tabagismo é um grande e grave problema de saúde pública
mundial;
 A OMS estima que um terço da população
mundial adulta sejam fumantes - 1 bilhão e
200 milhões de pessoas, entre as quais 200
milhões de mulheres.
 A epidemia do tabagismo gera por ano cerca
de 6 milhões de mortes diretamente, além
de 600.000 mortes de fumantes passivos
(OMS, 2012).
No Brasil, apesar do número de tabagista ter
diminuído desde a década de 1980, cerca de
16% da população brasileira é fumante;
Segundo o Ministério da Saúde, grande parte
das internações no SUS é por consequência do
tabagismo;
Entre 1996 e 2005, os gastos com hospitalizações
relacionadas ao tabagismo chegaram a R$1,1
bilhão.
o Família Solanacea:
o Espécie mais importante Nicotiniana
tabacum L.
o Nicotina: composto ativo
(Alcaloide pirrolidínico)
A composição química do tabaco vária conforme o cultivo e o
processamento do material vegetal;
A folha pode conter cerca de 500 constituintes e quando queimada
já foram isoladas 4720 substâncias químicas.
Três tipos de reações ocorrem durante a combustão do
tabaco:
• Pirólise: degradação térmica - as substâncias são fracionadas, devido à
alta temperatura, oxigenação promovida pelo fogo e atmosfera fica em
hidrogênio;
• Pirossíntese: síntese a partir do calor, os constituintes gerados na
pirólise se recombinam em novos constituintes;
• Destilação: ocorre devido aquecimento nas extremidades das formas
de fumo, como na ponta do cigarro, onde há a destilação da nicotina.
Durante o ato de fumar há formação de duas fases distintas, uma
gasosa e outra particulada .
FASE GASOSA FASE PARTICULADA
Monóxido de
carbono
17 mg Nicotina 1,5 mg
Amônia 60 µg Fenol 85 µg
Acroleína 70 µg Cresóis 70 µg
Acetaldeído 800 µg Benzopireno 20 ng
Dinitrosamina 13 ng Benzoantraceno 40 µg
Acetonitrila 123 µg Nitrosonornicotina 250 ng
Ácido cianídrico 110 µg Nitrosoanatabina 1,5 µg
Cádmio 0,1 µg
•Agentes umectantes
•Flavorizantes
•Aglutinantes
Aditivos:
•Praguicidas
•Fertilizantes
Outros
compostos:
Cigarro Charuto Bidi
(Beedi,
biri)
Cachimbo Rapé Tabaco de
mascar
Fumante ocasional:
Fuma de um a dois cigarros por dia, não
dependente do tabaco. Difícil demonstrar a
nocividade desse uso a longo prazo;
Fumante regular:
Fuma menos de 10 cigarros por dia, não
dependente e não tem a necessidade de aumentar o
número de cigarros;
Fumante dependente:
Fuma mais de 20 cigarros por dia, de risco muito
alto, torna-se cada vez mais dependente.
Classificação do fumante:
A nicotina é o composto mais ativo da fumaça do cigarro:
Dose letal = 40 a 60 mg
Ao fumar um ou dois cigarros:
Frequência cardíaca
Pressão arterial
Frequência respiratória (leve)
Glicemia
Vasopressina
Temperatura da pele
Irrigação sanguínea
Diurese
Os efeitos sobre o humor:
Estimulados Sedação
Toxicocinética da nicotina
ABSORÇÃO:
Oral e a pulmonar;
A fumaça do cachimbo e charuto alcalina (pH 8,5), a nicotina encontra-se
protonada, por isto é rapidamente absorvida na mucosa bucal;
A fumaça do cigarro é ácida (pH 5,5), a nicotina se encontra na forma
não protonada, então absorvida pelos alvéolos pulmonares;
Absorção oral: somente 25 a 30% - EFEITO DE PRIMEIRA PASSAGEM;
Inalação: 20 a 25%:
Desta quantidade tragada, 90% é absorvido principalmente no
pulmão;
Atinge um valor máximo dentro de apenas 10 minutos.
Toxicocinética da nicotina
DISTRIBUIÇÃO:
Pouco se liga às proteínas plasmáticas; distribuída rápida e amplamente aos
órgãos e tecidos do corpo. Atravessa e barreira placentária e é secretada no
leite materno.
METABOLISMO:
Biotransformada no fígado (80 a 90%); Tempo de meia-vida de 2 H. Sofre
oxidação na posição 5 no anel pirrolidínico, gerando seu principal
metabólito (80%) a cotinina, cuja meia-vida é mais demorada.
EXCREÇÃO
Excretada de inalterada na urina de uma maneira dependente de pH:
pH < 5: cerca de 23% da nicotina são excretados inalterados,
pH > 7: valor decai para 7%.
Doenças vasculares (Coronariopatias):
Nicotina
Elevação da frequência cardíaca, da pressão arterial e
vasoconstrição, provocadas pela liberação de epinefrina e norepinefrina, que
também agem como mediadoras no aumento de ácidos graxos no sangue.
Monóxido de Carbono (CO)
Liga-se a hemoglobina formando a carboxiemoglobina, o que reduz
a disponibilidade de oxigênio no organismo, sobretudo no tecido
cardiovascular, sendo importante para o desencadeamento de cardiopatia
isquêmica.
NICOTINA CO
Aterosclerose
Trombose
Os efeitos cardiovasculares provocados pela nicotina aumentam a demanda
de oxigênio pelo miocárdio. Porém, as altas taxas de carboxiemoglobina
podem reduzir a oxigenação do músculo cardíaco, desencadeado o processo
de isquemia.
Bronquite crônica e enfisema
Acroleína, fenóis, cresóis e ácidos orgânicos
Câncer
 A mais importante morbidade causada pelo tabagismo:
O câncer de pulmão é o mais evidenciado (90%)
 O fumo contém cerca de 80 substâncias cancerígenas:
Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (benzopireno) e
nitrosaminas.
 O tabaco tem ação carcinogênica sobre qualquer forma de utilização;
 O tabaco e seus produtos formados na combustão e/ou na biotransformação
exercem ação carcinogênica em outros órgãos, além do pulmão;
Tabagismo é fator de risco de câncer:
Cavidade
bucal
Faringe,
laringe,
esôfago
Estômag
o
Pâncreas
Rim,
bexiga
Cérvix
uterina
Outros efeitos
Já foi demonstrado que em alguns efeitos há evidências
suficientes para inferir a relação causal entre o tabaco e os
danos causados.
Complicações na gravidez e má formação congênita
Disfunção erétil
Catarata
Diminuição da qualidade de vida
Aumento da morbidade
Maior risco de desfecho cirúrgico adverso relacionado
à cicatrização e Complicações respiratórias
Fratura de quadril
Diminuição da densidade óssea principalmente em
mulheres na menopausa
Ulcera péptica
 Desenvolve-se efeitos como: tonturas,
vômitos, sudorese e hipotensão;
 Parte desta tolerância se perda a noite e é
recuperada quando começa a fumar no dia
seguinte;
 Assim, o primeiro cigarro do dia produz um efeito maior dos
que se seguem, mesmo em fumantes crônicos;
 O mecanismo da tolerância pode estar associado a alterações
farmacodinâmicas dos receptores nicotínicos e não pelas
alterações farmacocinéticas da droga.
I. A nicotina é a responsável pela dependência ao tabaco. Segundo a OMS,
a dependência à nicotina, semelhante a outras formas de
farmacodependência, “é um transtorno progressivo crônico e recorrente e
a gravidade dos transtornos varia e pode chegar a comportamentos de
forte resistência a mudanças”.
II. A ação estimulante central da nicotina parece ser mediada pelos
neurônios noradrenérgicos procedente do locus ceruleo e pelos neurônios
dopaminérgicos da área tegumentar ventral;
III. O locus ceruleo exerce papel crucial no estado de vigília e no despertar,
nas relações relacionadas com o estresse e na atividade psicossomática;
IV. A ação da nicotina sobre a área tegumentar ventral produz uma
estimulação motora e um aumento da liberação de dopamina no núcleo
accumbens.
Outros drogas psicoativas Sistemas de reforço
 Manifestações clínicas decorrentes de uma síndrome de abstinência à
nicotina são:
i. Transtornos do sono (sonolência, insônia)
ii. Náusea
iii. Irritabilidade
iv. Fadiga, cefaleia, ansiedade
v. Dificuldade de concentração e na coordenação motora
vi. Ganho de peso
vii. Redução da frequência cardíaca e aumento da pressão arterial
 Tem início imediato em geral nas primeiras 24 horas podendo durar
vários meses.
 A principal forma de tratar uma síndrome de abstinência à nicotina é
administração de nicotina via oral ou intravenosa.
I. Tabagismo passivo: o fumante passivo fica exposto às duas correntes
geradas pelo fumo, primária e secundária.;
II. Em ambientes contaminados com fumaça de tabaco, podem-se detectar
diversas substâncias xenobióticas como: nicotina, monóxido de carbono,
acroleína, formaldeído, benzopireno, nitrosaminas e alfa-emissores do
polônio 210;
III. O risco de enfermidades em fumantes passivos é bastante grande,
principalmente naqueles em que há outros agravantes como asma, alergias;
IV. As complicações cardiovasculares, doenças respiratórias e câncer de
pulmão, são os principais efeitos nocivos observados em indivíduos
exposto crônico involuntariamente ao fumaça do tabaco.
História e toxicologia da maconha

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História e toxicologia da maconha

  • 1. Juliana Hernandez Tammy Reymão Thiago Portal Universidade Federal do Pará Instituto de Ciências da Saúde Faculdade de Farmácia Toxicologia
  • 2. Juliana Hernandez e Tammy Reymão
  • 3.  A Maconha ou Cannabis é a droga ilícita mais difundida e traficada no mundo Carlini, E. A. A história da maconha no Brasil. J Bras Psiquiatr, 55(4): 314-317, 2006.  Originária da Ásia Central Foi classificada botanicamente em 1753 por Carolus Linnaeus também chamado de Carl Von Linné  Relatos mais antigos datam de 2723 a.C quando mencionada na farmacopéia chinesa.  Disseminou-se por todos os continentes por suas propriedades medicinais e têxteis. Chegou a Europa no fim do séc.XVIII.  Brasil: Foi trazida por escravos clandestinamente em 1549. Segundo Carlini, E. A. (2006) as sementes eram trazidas em bonecas de pano amarradas nas pontas das tangas dos escravos.
  • 4. Fonte: CARLINI, E. A. A história da maconha no Brasil. J Bras Psiquiatr, 55(4): 314-317, 2006. Anagrama da palavra maconha
  • 5.  Identificação Botânica cannabis sativa Linnaeus (Cânhamo indiano) Família: Cannabaceae Atividades Psicoativas Passagli, M. Toxicologia Forense – Teoria e Prática. 2. ed. Campinas: Millenium, 2009. 171-193 p. Constituição Química: Da cannabis podem ser extraídos vários constituintes com diferentes atividades psicoativas. 489 Compostos naturais > 70 canabinoides (-)-trans-Δ9-tetrahidrocanabinol (THC)
  • 6. Droga ilegal A lei 11.343 (lei das drogas) de 23 de agosto de 2006, em seu artigo 33 afirma ser crime: “Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar” sob pena de 5 a 15 anos de reclusão e pagamento de 500 a 1.500 reais de multa. Portaria n.344 de 1998 “Plantas que podem originar substâncias entorpecentes” (lista E), e o THC na classe de “substâncias de uso proscrito no Brasil” (lista F) e “substâncias psicotrópicas” (lista F2).
  • 7. Registros de utilização da maconha são milenares Utilizada principalmente por suas propriedades Têxteis Terapêuticas Recreação e Espiritual Gravura de 1748 mostrando a planta cannabis e uma mulher indiana fumando um cachimbo enquanto amamenta seu bebê. Na Índia, as variedades de narcóticos são conhecidos como "bhang".
  • 8. As fibras possuem uma quantidade mínima de THC (0,2%) Cordames e Velas de embarcações portuguesas A planta se popularizou entre os escravos e depois com os índios que começaram a cultivá-la Passagli, M. Toxicologia Forense – Teoria e Prática. 2. ed. Campinas: Millenium, 2009. 171-193 p.
  • 9. Atualmente, derivados canabinoides são alvos de pesquisas com fins terapêuticos. O Cesamet® (Nabilone) possuem como princípio ativo, derivados canabinoides. É indicado para controle de náuseas e vômito em pacientes em tratamento do câncer Também usado para o tratamento da falta de apetite e perda de peso em pacientes com Aids Honorio, K. M., Arroio, A., Silva, A. B. F. Aspectos terapêuticos de compostos da planta Cannabis sativa. Quim. Nova, 29(2): 318-325, 2006.
  • 10. Bolo de maconha para uso médico. Feito a partir da resina da cannabis. Amostra da Califórnia (EUA), onde é legalizado para uso médico desde 1996. Biscoito de maconha. Amostras da Califórnia- EUA. Vários pacotes de sementes de maconha para a venda. Essas sementes estão sendo vendidas em um mercado de Amsterdã, na Holanda, onde a maconha é descriminalizada.
  • 11.  A cannabis sativa recebeu diversas denominações ao longo do tempo, conforme variavam as formas de preparação e a região onde era consumida •Baseado, fininho, maconha, beck, bhang, liamba, marijuana: Preparada utilizando várias partes da planta que depois de secada e picada, é fumada por meio de cigarros artesanais feito de papel. Apresenta de 0,5 a 5% de THC. •Haxixe ou charas: É a resina extraída da planta através da fricção com as mãos ou colocando-a em água fervente. Com aspecto de pasta semissólida, é geralmente moldada em formato esférico e fumada em cachimbos. Apresenta de 10 a 20% de THC.
  • 12. •Óleo de haxixe: Óleo negro e viscoso, extraído da planta ou da resina, altamente concentrado em THC (de 10 a 30%). É constantemente utilizado por traficantes para transporte da droga. •Shunk: O cultivo da planta é feito em condições ambientais ideais, o que aumenta a concentração de THC. É conhecida como a “maconha de laboratório” ou “supermaconha”.
  • 13. A via oral é menos usada apesar de o efeito permanecer por mais tempo devido principalmente ao início mais demorado (de 30 a 60 minutos), e dos efeitos serem menos intensos. A biodisponibilidade é em grande parte reduzida por esta via (4- 12%) causada pelo efeito de primeira passagem, degradação do Δ9-THC pelo pH ácido do estômago e bactérias da flora intestinal Via Oral A via respiratória é a mais utilizada por ter um início de ação rápido (de 3 a 10 minutos). A biodisponibilidade (8-24%) é maior do que na via oral, porém não é tão elevada por ser afetada por fatores externos, tais como: perda de Δ9-THC durante o fumo (seja pela pirólise ou pela fumaça não inalada), dinâmica de fumo do usuário (número e tempo de duração da tragada, tempo de retenção da fumaça nos pulmões, experiência do usuário) Via Respiratória
  • 14. Estudos relatam que fatores como: gênero masculino, trabalho, idade, desestruturação familiar estão relacionados ao maior consumo de drogas na juventude As drogas ainda são um tabu em grande parte das famílias brasileiras. Os pais tentam proteger seus filhos das drogas, mas muitas vezes o jovem inicia seu primeiro contato com elas em ambientes familiares, pelo estímulo ao consumo de drogas lícitas como o álcool e o tabaco. A população jovem é considerada a mais vulnerável do ponto de vista psicológico e social.
  • 15. Proteínas plasmáticas 94 a 99% ↑ Lipofílico ↓ Níveis séricos THC THC
  • 17. CYP2C 11-hidroxi-∆9-THC 11-nor-9-carboxi-∆9-THC (THC-COOH) OXIDAÇÃO Excretado na urina e nas fezes Conjugação com Ác. glicurônico 70% excretado em 72 h O restante pode levar até 7 dias para ser eliminado
  • 18. O material biológico mais utilizado para detectar Cannabis é a urina Também é feito no sangue, suor e cabelo.
  • 19. Receptor CB1 Receptor CB2 Os mecanismos de ação do THC ainda não estão totalmente elucidados Sist. Imune e hematopoiese SNC (córtex, cerebelo, hipocampo, gânglios basais)
  • 20. Anandamida (1992) Ocorre naturalmente no cérebro Ativa CB1 e CB2 Receptores de THC nos neurônios opióides endógenos Neurônios dopaminérgicos (Sist. de recompensa cerebral) Liberação de dopamina Efeito clínico de euforia e prazer
  • 21.  Euforia, sensação de bem-estar;  Relaxamento, sonolência ou depressão;  Ansiedade, desconfiança ou pânico;  Perda da noção do tempo e do espaço;  Diminuição da coordenação motora, perda de equilíbrio;  Perda de memória recente;  Diminuição das funções intelectuais e cognitivas;  Sensibilidade e sensações aumentadas;  Taquicardia;  Hiperemia das conjuntivas (olhos vermelhos);  Aumento do apetite e secura na boca e garganta. A curto prazo:
  • 22.  Bronquite, faringite;  Doenças pulmonares (enfisema e câncer);  ↑ até 4 vezes o risco de infarto;  Doenças cardiovasculares;  Comprometimento do sist. Imune;  Transtornos psicológicos;  Esquizofrenia em indivíduos predispostos geneticamente;  Anormalidades comportamentais em recém-nascidos. A longo prazo:
  • 23.  Uso a longo prazo e consumo diário ou frequente;  Não ocorre em todos os usuários frequentes;  Uso prolongado provoca alterações no SNC semelhantes a de outras drogas de abuso;  Alguns casos necessitam de tratamento médico.
  • 24.  Tolerância para a maioria dos efeitos provocados pela droga;  Ocorre principalmente devido à dessenssibilização dos receptores;  Velocidade e duração da tolerância variam de acordo com o efeito;  Em geral, cessa rapidamente após a interrupção no consumo da droga. Analgesia e hipotermia (3 a 7 dias) Memória (semanas ou meses)
  • 25.  Usuário frequente que abandona subitamente o hábito;  Quando sofre de crise de abstinência, o indivíduo costuma sentir desejo intenso pelo consumo da droga;  Também costuma sofrer de insônia, diminuição do apetite e perda de peso;  Pode apresentar irritação, agressividade e inquietação;  Alguns estudos comparam a crise de abstinência provocada pela maconha com a crise de abstinência à nicotina.
  • 26.
  • 28.  O tabagismo é um grande e grave problema de saúde pública mundial;  A OMS estima que um terço da população mundial adulta sejam fumantes - 1 bilhão e 200 milhões de pessoas, entre as quais 200 milhões de mulheres.  A epidemia do tabagismo gera por ano cerca de 6 milhões de mortes diretamente, além de 600.000 mortes de fumantes passivos (OMS, 2012).
  • 29. No Brasil, apesar do número de tabagista ter diminuído desde a década de 1980, cerca de 16% da população brasileira é fumante; Segundo o Ministério da Saúde, grande parte das internações no SUS é por consequência do tabagismo; Entre 1996 e 2005, os gastos com hospitalizações relacionadas ao tabagismo chegaram a R$1,1 bilhão.
  • 30. o Família Solanacea: o Espécie mais importante Nicotiniana tabacum L. o Nicotina: composto ativo (Alcaloide pirrolidínico) A composição química do tabaco vária conforme o cultivo e o processamento do material vegetal; A folha pode conter cerca de 500 constituintes e quando queimada já foram isoladas 4720 substâncias químicas.
  • 31. Três tipos de reações ocorrem durante a combustão do tabaco: • Pirólise: degradação térmica - as substâncias são fracionadas, devido à alta temperatura, oxigenação promovida pelo fogo e atmosfera fica em hidrogênio; • Pirossíntese: síntese a partir do calor, os constituintes gerados na pirólise se recombinam em novos constituintes; • Destilação: ocorre devido aquecimento nas extremidades das formas de fumo, como na ponta do cigarro, onde há a destilação da nicotina.
  • 32. Durante o ato de fumar há formação de duas fases distintas, uma gasosa e outra particulada . FASE GASOSA FASE PARTICULADA Monóxido de carbono 17 mg Nicotina 1,5 mg Amônia 60 µg Fenol 85 µg Acroleína 70 µg Cresóis 70 µg Acetaldeído 800 µg Benzopireno 20 ng Dinitrosamina 13 ng Benzoantraceno 40 µg Acetonitrila 123 µg Nitrosonornicotina 250 ng Ácido cianídrico 110 µg Nitrosoanatabina 1,5 µg Cádmio 0,1 µg
  • 35. Fumante ocasional: Fuma de um a dois cigarros por dia, não dependente do tabaco. Difícil demonstrar a nocividade desse uso a longo prazo; Fumante regular: Fuma menos de 10 cigarros por dia, não dependente e não tem a necessidade de aumentar o número de cigarros; Fumante dependente: Fuma mais de 20 cigarros por dia, de risco muito alto, torna-se cada vez mais dependente. Classificação do fumante:
  • 36. A nicotina é o composto mais ativo da fumaça do cigarro: Dose letal = 40 a 60 mg Ao fumar um ou dois cigarros: Frequência cardíaca Pressão arterial Frequência respiratória (leve) Glicemia Vasopressina Temperatura da pele Irrigação sanguínea Diurese Os efeitos sobre o humor: Estimulados Sedação
  • 37. Toxicocinética da nicotina ABSORÇÃO: Oral e a pulmonar; A fumaça do cachimbo e charuto alcalina (pH 8,5), a nicotina encontra-se protonada, por isto é rapidamente absorvida na mucosa bucal; A fumaça do cigarro é ácida (pH 5,5), a nicotina se encontra na forma não protonada, então absorvida pelos alvéolos pulmonares; Absorção oral: somente 25 a 30% - EFEITO DE PRIMEIRA PASSAGEM; Inalação: 20 a 25%: Desta quantidade tragada, 90% é absorvido principalmente no pulmão; Atinge um valor máximo dentro de apenas 10 minutos.
  • 38. Toxicocinética da nicotina DISTRIBUIÇÃO: Pouco se liga às proteínas plasmáticas; distribuída rápida e amplamente aos órgãos e tecidos do corpo. Atravessa e barreira placentária e é secretada no leite materno. METABOLISMO: Biotransformada no fígado (80 a 90%); Tempo de meia-vida de 2 H. Sofre oxidação na posição 5 no anel pirrolidínico, gerando seu principal metabólito (80%) a cotinina, cuja meia-vida é mais demorada. EXCREÇÃO Excretada de inalterada na urina de uma maneira dependente de pH: pH < 5: cerca de 23% da nicotina são excretados inalterados, pH > 7: valor decai para 7%.
  • 39. Doenças vasculares (Coronariopatias): Nicotina Elevação da frequência cardíaca, da pressão arterial e vasoconstrição, provocadas pela liberação de epinefrina e norepinefrina, que também agem como mediadoras no aumento de ácidos graxos no sangue. Monóxido de Carbono (CO) Liga-se a hemoglobina formando a carboxiemoglobina, o que reduz a disponibilidade de oxigênio no organismo, sobretudo no tecido cardiovascular, sendo importante para o desencadeamento de cardiopatia isquêmica. NICOTINA CO Aterosclerose Trombose Os efeitos cardiovasculares provocados pela nicotina aumentam a demanda de oxigênio pelo miocárdio. Porém, as altas taxas de carboxiemoglobina podem reduzir a oxigenação do músculo cardíaco, desencadeado o processo de isquemia.
  • 40. Bronquite crônica e enfisema Acroleína, fenóis, cresóis e ácidos orgânicos
  • 41. Câncer  A mais importante morbidade causada pelo tabagismo: O câncer de pulmão é o mais evidenciado (90%)  O fumo contém cerca de 80 substâncias cancerígenas: Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (benzopireno) e nitrosaminas.  O tabaco tem ação carcinogênica sobre qualquer forma de utilização;  O tabaco e seus produtos formados na combustão e/ou na biotransformação exercem ação carcinogênica em outros órgãos, além do pulmão; Tabagismo é fator de risco de câncer: Cavidade bucal Faringe, laringe, esôfago Estômag o Pâncreas Rim, bexiga Cérvix uterina
  • 42. Outros efeitos Já foi demonstrado que em alguns efeitos há evidências suficientes para inferir a relação causal entre o tabaco e os danos causados. Complicações na gravidez e má formação congênita Disfunção erétil Catarata Diminuição da qualidade de vida Aumento da morbidade Maior risco de desfecho cirúrgico adverso relacionado à cicatrização e Complicações respiratórias Fratura de quadril Diminuição da densidade óssea principalmente em mulheres na menopausa Ulcera péptica
  • 43.  Desenvolve-se efeitos como: tonturas, vômitos, sudorese e hipotensão;  Parte desta tolerância se perda a noite e é recuperada quando começa a fumar no dia seguinte;  Assim, o primeiro cigarro do dia produz um efeito maior dos que se seguem, mesmo em fumantes crônicos;  O mecanismo da tolerância pode estar associado a alterações farmacodinâmicas dos receptores nicotínicos e não pelas alterações farmacocinéticas da droga.
  • 44. I. A nicotina é a responsável pela dependência ao tabaco. Segundo a OMS, a dependência à nicotina, semelhante a outras formas de farmacodependência, “é um transtorno progressivo crônico e recorrente e a gravidade dos transtornos varia e pode chegar a comportamentos de forte resistência a mudanças”. II. A ação estimulante central da nicotina parece ser mediada pelos neurônios noradrenérgicos procedente do locus ceruleo e pelos neurônios dopaminérgicos da área tegumentar ventral; III. O locus ceruleo exerce papel crucial no estado de vigília e no despertar, nas relações relacionadas com o estresse e na atividade psicossomática; IV. A ação da nicotina sobre a área tegumentar ventral produz uma estimulação motora e um aumento da liberação de dopamina no núcleo accumbens. Outros drogas psicoativas Sistemas de reforço
  • 45.  Manifestações clínicas decorrentes de uma síndrome de abstinência à nicotina são: i. Transtornos do sono (sonolência, insônia) ii. Náusea iii. Irritabilidade iv. Fadiga, cefaleia, ansiedade v. Dificuldade de concentração e na coordenação motora vi. Ganho de peso vii. Redução da frequência cardíaca e aumento da pressão arterial  Tem início imediato em geral nas primeiras 24 horas podendo durar vários meses.  A principal forma de tratar uma síndrome de abstinência à nicotina é administração de nicotina via oral ou intravenosa.
  • 46. I. Tabagismo passivo: o fumante passivo fica exposto às duas correntes geradas pelo fumo, primária e secundária.; II. Em ambientes contaminados com fumaça de tabaco, podem-se detectar diversas substâncias xenobióticas como: nicotina, monóxido de carbono, acroleína, formaldeído, benzopireno, nitrosaminas e alfa-emissores do polônio 210; III. O risco de enfermidades em fumantes passivos é bastante grande, principalmente naqueles em que há outros agravantes como asma, alergias; IV. As complicações cardiovasculares, doenças respiratórias e câncer de pulmão, são os principais efeitos nocivos observados em indivíduos exposto crônico involuntariamente ao fumaça do tabaco.