As primeiras escolas de samba eram menores e menos estruturadas do que as atuais, sem o luxo e a organização rígida das escolas modernas. No início do século XX, ser sambista significava ser marginalizado. Ao longo do tempo, as escolas de samba foram se profissionalizando e seus desfiles se tornando maiores espetáculos, com enredos e alegorias cada vez mais elaborados.
1. As primeiras
escolas de samba
do Brasil pouco se
pareciam com as
de hoje em dia.
Muito menores,
não tinham a
estrutura rígida
das estrelas da
Sapucaí – nem o
mesmo luxo.
3. A atribuição de
Escola de Samba
aqueles grupos de
batuque que
originaram os
primeiros blocos, é
conhecida do século
XXI, mas foi adotado
nos fins da década
de vinte (sec.XX),
época em que ser
sambista significava
ser arruaceiro, fora
das regras.
O bloco Deixa Falar passou a fazer ensaios em frente à Escola Normal, no
bairro de Estácio, no Rio, e , inconformado com essa descriminação, o
compositor Ismael Silva, criou uma definição:
"Deixa falar, nós também somos mestres. Somos uma escola de samba",
batizando definitivamente a associação carnavalesca.
4. O primeiro enredo de escola de samba foi “Sua Majestade o Samba”,
da autoria de Antonio da Silva Caetano, dando ao desfile da Portela a
introdução da modalidade que marcaria o início de uma nova fase na
vida das escolas de samba, em 1931, com o samba do compositor
Ventura.
Da adoção dos enredos pelas escolas de samba, surge o samba
enredo; antes o samba que servia para a escola desfilar era composto
uma primeira parte, a segunda era criada de improviso.
5. Com a determinação do Governo,
em 1935, as escolas passaram a
usar enredos tirados da História
do Brasil; de início um problema
artístico que esbarrou em
inúmeras dificuldades, que foram
desde a adequação melódica à
informação histórica, até à própria
falta de conhecimento histórico
por parte dos autores e
componentes, o que, constitui em
sí um mérito didático.
6. O samba enredo
estabeleceu-se, finalmente,
na Império Serrano, com o
samba Tiradentes, até hoje
considerado um dos mais
belos de todos os tempos,
autoria de Mano Décio da
Viola, Cumprido e Estanislau
Silva em 1949, contando as
passagens da Inconfidência
Mineira.
7. Quando a pranteada Praça Onze, berço do samba, deu lugar à abertura da Av.
Presidente Vargas, o local dos desfiles foi transferido sucessivas vezes; da
antiga passarela, as escolas do primeiro grupo, passaram a desfilar na
Avenida Rio Branco, entre Almirante Barroso e Santa Luzia. Daí, voltaram
outra vez para a Avenida Presidente Vargas, ao longo de quase um
quilômetro, entre a igreja da Candelária e a Avenida Passos. Em 1963 foram
construídas as primeiras arquibancadas, com lugares vendidos ao público.
8. O maior espaço e a
necessidade de se ocupar
esse espaço foram os
grandes responsáveis pela
série de inovações
apresentadas pelas escolas
no aspecto visual,
coreográfico e até estrutural
do desfile. Já na avenida Rio
Branco, Arlindo Rodrigues e
Fernando Pamplona, tinham
revolucionado totalmente o
estilo tradicional das fantasias
e alegorias do Acadêmicos do
Salgueiro, com "Quilombo
dos Palmares", com
esculturas, máscaras,
adereços, vestimentas, etc.,
projetadas agora em
dimensões espetaculares.
9. Em 1984, a criação da
Passarela do Samba
proporcionou um lugar
definitivo para os desfiles,
onde, a exemplo das
comissões de frente,
outros setores passaram
a desenvolver-se, neste
surpreendente e contínuo
aprimoramento do
batuque que tornou-se o
maior espetáculo do
mundo.
Atualmente, o desfile
constitui bem valioso e
muito disputado: além dos
ingressos, também são
vendidos os direitos de
transmissão por rádio e
televisão, discos etc..
10. Ao longo do ano,
realizam ações sócio-
culturais envolvendo
as comunidades onde
estão inseridas. Isso
vai desde recreação
para crianças até
aulas de línguas e
oficinas
profissionalizantes.
O objetivo principal,
porém, é a
organização do
desfile de Carnaval. E
é seu desempenho na
avenida que vai
determinar sua
ascensão ou
rebaixamento na
hierarquia das
escolas de samba.