As infecções respiratórias agudas (IRA) afetam o nariz, garganta, ouvidos, laringe, brônquios e pulmões, causando inflamação e problemas como sinusite, bronquite e pneumonia. A criança com IRA pode apresentar tosse, nariz escorrendo, febre e dificuldade para respirar. Cuidados como lavar o nariz com soro fisiológico e dar bastante líquido à criança são importantes para aliviar os sintomas.
2. INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS (IRA)
As infecções respiratórias agudas são as infecções do aparelho
respiratório que afetam o nariz, a garganta, os ouvidos, a laringe,
os brônquios e os pulmões, causando inflamação, sinusite,
bronquite, asma e pneumonia.
É definida como a incapacidade do sistema respiratório,
desenvolvida agudamente, em promover adequadamente as
trocas gasosas, ou seja, promover oxigenação e eliminação de gás
carbônico.
Do de vista de parâmetros gasométricos, a IRpA é definida pela
presença de:
• PaO2 <55-60 mmHg, cm paciente respirando em ar ambiente
(FIO2=0,21)
Que pode ou não estar associada a:
• PaCO2 > 50 mmHg, usualmente determinando acidose
respiratória (pH <7,35).
3. INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS (IRA)
A criança com infecção respiratória aguda pode ter tosse, nariz escorrendo, dor de
ouvido, dor de garganta, chiado no peito, dificuldade para respirar, febre ou temperatura
muito baixa. Além disso, a criança perde o apetite, pode ficar muito irritada e chorosa.
Algumas ficam com os olhos vermelhos e lacrimejando. As crianças maiores reclamam
de dor de cabeça e dores no corpo. As infecções respiratórias agudas, principalmente a
pneumonia, podem trazer risco de vida quando não tratadas.
Toda a criança que apresenta um destes sinais, por até 7 dias sem melhorar, deve ser levada ao
serviço de saúde.
4. Classificação da Insuficiência respiratória aguda (IRA)
TIPO I OU HIPOXÊMICA => CAUSAS PULMONARES
HIPOXEMIA
PaO2 MENOR QUE 60mmHg
IMINENTE RISCO DE VIDA
TIPO II OU HIPERCAPNICA => CAUSAS XTRAPULMNARES
PaCO2 RELACIONADA COM VENTILAÇÃO ALVEOLAR
→ AUMENTO DA VENTLAÇÃO ALVEOLAR => REDUÇÃO PaCO2 => HIPOCAPNIA
→ REDUÇÃO DA VENTILAÇÃO ALVEOLAR => AUMENTO PaCO2 => HIPERCAPNIA
5. Cuidados para a criança com IRA
NARIZ ENTUPIDO – Lavar com soro fisiológico cada narina, sempre que necessário. Este pode ser
preparado em casa, misturando 1 colher pequena de sal com um litro de água fervida e deve ser
preparado todos os dias.
6.
7. Cuidados para a criança com IRA
TOSSE – Dar bastante líquidos (Chás caseiros ou água). Evitar xaropes contra a tosse, pois ajuda a
eliminar o catarro. Quando a criança está com dificuldade de eliminar o catarro, realizar a
tapotagem. Deitar a criança de bruços, no colo, e bater com as mão sem concha nas suas costas.
8. Cuidados para a criança com IRA
FEBRE – Dar banho morno e aplicar compressas úmidas só com água na testa, nuca e virilha. Na
febre alta procurar atendimento médico urgente.
9. Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios
OTITE MÉDIA – Classifica-se em: Otite Média Aguda, Otite Média Supurativa, Otite Média Supurativa Crônica
ETIOLOGIA:
• Infecciosa – Streptococuspneumoniae; Haemophilus influenza.
• Não infecciosa – em consequência do bloqueio por edema das trompas de Eustáquio e Rinite alérgica.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Otalgia, febre, secreção auditiva de característica purulenta.
TRATAMENTO: Antibioticoterapia, analgésico, antitérmico, cirúrgico (casos graves).
Cuidados de enfermagem – Têm por objetivo diminuir a dor e orientar para evitar recidivas
• Aplicar calor com compressa morna no local
• Manter os cuidados com a higiene do ouvido
• Orientar sobre perdas temporárias da audição
• Cuidado com água no canal auditivo
• Observar sinais de hipertermia
10. AMIGDALITE – É uma inflamação das amígdalas, que geralmente ocorre associada à faringite.
ETIOLOGIA:
• Agentes virais
• Agentes bacterinaos (Streptococus).
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Hipertermia, anorexia, halitose, respiração pela boca com sensação de irritação da
mucosa, orofaringe hiperemiada, exsudato.
TRATAMENTO: Analgésico, antitérmico, antibioticoterapia, cirurgias (amidalectomia)
Cuidados de Enfermagem – Têm por objetivo diminuir a dor e promover o conforto do paciente Cuidados visam o
conforto do paciente
• Cuidados visam o conforto do paciente
• Minimizar as manifestações clínicas
• Administrar NBZ
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios
11. FARINGITE – É a inflamação da faringe, e tem seu agente etiológico como um dos causadores de sequelas
graves.
ETIOLOGIA: Espretococcus beta-hemolítico do grupo A e sequelas; Febre reumática; Glomerulonefrite aguda.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Cefaleia, mal-estar, anorexia, rouquidão, tosse, dor abdominal, vômito, inflamação
com exsudato.
TRATAMENTO: Antibioticoterapia (penicilina), analgésico, antitérmico.
Cuidados de Enfermagem – Têm por objetivo aliviar o quadro sintomatológico
• Aplicar compressas mornas
• Manter ingesta hídrica adequada
• Dieta branda e líquida
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios
12. LARINGITE – Infecção da laringe causada por agentes virais.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Odinofagia, indisposição, febre, congestão nasal, rouquidão, cefaléia, coriza.
TRATAMENTO: Líquidos e ar umidificado
Cuidados de Enfermagem – Têm por objetivo aliviar o quadro sintomatológico
• Aplicar compressas mornas
• Manter ingesta hídrica adequada
• Dieta branda e líquida
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios
13. GRIPE – Infecção causada geralmente por vírus de diferentes tipos, que sofrem alterações significativas no
tempo.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Mucosa e faringe seca, rouquidão, febre, mialgia, calafrios, fotofobia, prostração.
TRATAMENTO: Sintomático
Cuidados de Enfermagem – Têm por objetivo aliviar o quadro sintomatológico
• Aplicar compressas mornas
• Manter ingesta hídrica adequada
• Dieta branda e líquida
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios
14. BRONQUITE – Inflamação das grandes vias aéreas, estando invariavelmente associado a uma IRA.
ETIOLOGIA: Agentes virais, sendo muito comum o Mycoplasma pneumoniae.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Tosse seca, metálica e improdutiva, respiração ruidosa, dor torácica, falta de ar,
vômito e febre.
TRATAMENTO: Diminuir temperatura, dor e umidificar secreções.
Cuidados de Enfermagem – Têm por objetivo aliviar o quadro
sintomatológico
• Cuidados com oxigenoterapia
• Manter ingesta hídrica adequada
• Dieta branda e líquida
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios
15. BRONQUIOLITE – Infecção viral aguda dos bronquíolos, que ocorre principalmente no inverno.
ETIOLOGIA: Adenovírus, Influenza.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Obstrução das VA, faringite, tosse, sibilância, febre, taquipneia, cianose, agitação,
dispneia, fome de ar intensa, batimento da asa do nariz.
TRATAMENTO: Tratar com ar umidificado, aumentar a ingesta hídrica, Graves: oxigenioterapia e terapia venosa.
Cuidados de Enfermagem – Têm por objetivo aliviar o quadro
sintomatológico, promover o conforto.
• Observar oxigenoterapia e terapia endovenosa
• Verificar SSVV
• Elevar decúbito
• Observar permeabilidade das VA
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios
16. PNEUMONIA – É a inflamação do parênquima pulmonar, dificultando as trocas gasosas.
FATORES DE RISCO:
• Idade < 6 anos
• Estado imunológico debilitado
• Situação econômica precária
• Poluição ambiental
• Pais fumantes
• Baixo peso
• Desmame
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios
17. CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA:
Pneumonia viral: tosse, febre, taquipneia, cianose, fadiga, prostração, presença de ruídos respiratórios e
estridores.
TRATAMENTO: Sintomático, oxigênio, fisioterapia respiratória e administração de líquidos
Pneumonia Bacteriana (pneumococos): tosse, indisposição, respiração rápida e superficial, dor torácica,
batimento de asa do nariz, cianose, palidez agitação e letargia.
TRATAMENTO:
• Crianças maiores: antibióticos, antitérmicos, sedativos para tosse, repouso e líquidos.
• Crianças menores: mesmo das crianças maiores, com líquido endovenoso e oxigenioterapia.
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios
18. Cuidados de Enfermagem – Tem por objetivo aliviar o quadro sindrômico, promover o conforto e evitar
complicações e agravamento do quadro.
• Avaliar respiração
• Administrar oxigenioterapia
• Controlar SSVV
• Elevar decúbito
• Estimular drenagem postural
• Aspirar secreções quando necessária
• Aliviar desconforto
OBSERVAÇÃO: Aspiração de líquidos ou alimentos, provocados pela dificuldade de deglutir em função de
paralisias, debilidade, ausência do reflexo da tosse pode causar a Pneumonia Aspirativa. É importante orientar
os pais sobre a gravidade da doença e as formas de prevenção da mesma.
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios
19. ASMA – Obstrução das VA por edema e/ou muco, desencadeada por diversos estímulos.
ETIOLOGIA: Duvidosa, pode ter relação com fatores bioquímicos, imunológicos, alérgicos, climático, psicológico, físicos.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Tosse, irritabilidade, falta de ar, sibilância audível, rubor, lábios avermelhados escuro, progredindo para
cianose, sudorese, diafragma deprimido.
TRATAMENTO: Uso de corticosteróide, antiinflamatório, broncodilatores. Realização de exercícios através da fisioterapia respiratória.
Cuidados de Enfermagem – Têm por objetivo identificar e eliminar fatores irritantes e alérgicos, além de orientar os pais sobre a
doença e no reconhecimento de sinais agudos.
• Controle rigoroso da terapia endovenosa.
• Administrar oxigenioterapia.
• Oferecer líquidos (controle).
• Elevar decúbito.
• Controlar SSVV
• Estimular participação dos pais nos cuidados.
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios
20.
21. ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS SUPERIORES EM PEDIATRIA
Obs: Responsável pela elaboração do POP: Enf. Emanuel Pereira dos Santos Enf. Maria da Penha Pinheiro
Definição - É o procedimento técnico utilizado para remover secreções do trato respiratório (oral e nasal) quando
necessário
Objetivo:
Melhorar a respiração;
Fornecer adequada oxigenação ao paciente;
Remover por aspiração as secreções do trato respiratório sem que haja traumatismo;
Promover permeabilidade de vias aéreas superiores.
Indicação:
• Crianças com aumento da produção de secreções, vômitos ou sangue na cavidade bucal e nasal com
impossibilidade de expulsá-los espontaneamente;
• Antes da intubação e da extubação traqueal.
22. MATERIAL A SER UTILIZADO:
Bandeja ou cuba rim;
Álcool à 70%;
Álcool gel à 70%;
Luva de procedimento;
Sonda de aspiração compatível com o paciente;
Gaze não estéril;
Água destilada ou soro fisiológico;
Equipamentos de proteção individual (EPI): gorro, máscara cirúrgica, óculos de proteção, avental ou capote
não-estéril;
Toalha de rosto ou papel toalha;
Aparelho de aspiração portátil ou fonte de vácuo em rede;
Frasco de vidro de aspiração;
Válvula redutora de pressão para rede de vácuo;
Frasco coletor de secreções descartável, preferencialmente e na sua ausência a extensão
ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS SUPERIORES EM PEDIATRIA
23. 1 Explicar o procedimento a ser realizado e sua finalidade a criança e/ou ao familiar;
2 Higienizar as mãos;
3 Reunir os materiais necessários e encaminhá-los próximo ao leito;
4 Fechar as cortinas do Box da criança;
5 Posicionar o paciente em fowler ou semi-fowler, se não for contraindicado;
6 Abrir o pacote do cateter, apenas na extremidade e deixar o resto protegido com a embalagem;
7 Abrir o invólucro das gazes esterilizadas e deixá-las na mesa de cabeceira;
8 Ligar o sistema de vácuo ou aspirador portátil;
9 Paramentar-se com os EPIs;
10 Ligar o aspirador;
11 Com a mão dominante, segurar a face da criança;
12 Pinçar o intermediário do silicone de aspiração;
13 Com a mão dominante introduzir a sonda de aspiração na cavidade nasal (pinçada) e abrir quando estiver introduzida;
14 Ocluir a válvula e retirar a sonda lentamente com movimentos circulares;
15 Com a mão dominante introduzir a sonda de aspiração na cavidade oral (pinçada) e abrir quando estiver introduzida;
16 Ocluir a válvula e retirar a sonda lentamente com movimentos circulares;
17 Repetir o processo até a limpeza total da cavidade oral, avaliando condição respiratória da criança;
18 Aspirar água destilada para limpeza da extensão;
19 Retirar sonda, máscara, luvas e óculos;
20 Desligar o aspirador ou válvula da rede de vácuo;
21 Deixar a criança o mais confortável e segura no leito;
22 Manter o ambiente em ordem e desprezar o material adequadamente;
23 Proceder às anotações de enfermagem no prontuário da criança, constando: descrição da quantidade e características da secreção
aspirada, de ocorrências adversas e as medidas tomadas.
ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS SUPERIORES EM PEDIATRIA