2. Não é simples conhecer nem explicar o que é a
consciência, pois dependemos justamente dela
para fazer isso.Existe uma recursividade em
saber que se sabe, em sentir que se sente –
enfim, em ser consciente de que se é
consciente, é saber o que é o certo e o errado,
ou seja, é o sentimento ou conhecimento que
permite ao ser humano vivenciar, experimentar
ou compreender aspectos ou a totalidade de
seu mundo interior.

3. Em algumas culturas orientais, por exemplo,
a meditação é uma prática frequente, pois
muitas pessoas costumam dedicar
regularmente algum tempo para a
observação da própria consciência e sua
expansão.

4. Estar consciente envolve não apenas um ato
de conhecer o que acontece, como geralmente
se entende: implica, basicamente e como
primeiro estágio, um sentir. Assim, no processo
de conhecer, a consciência seria o “padrão
mental” unificado que se forma quando se
conjugam o sentimento de si e o objeto que
se percebe e se torna conhecido. Sem
sensação ou sentimento de si não há
consciência.

5. Essa sensação de sentimento de si,
relaciona-se basicamente com o aqui e
agora, com o presente. Não há um antes ou
um depois. No entanto, essa consciência
nuclear, básica, quando se insere em
determinado ponto da história de um ser que
é capaz de estabelecer relações entre seu
passado e seu futuro em um fluxo
contínuo, torna-se uma sensação mais
elaborada.

6. É assim que surge – em mim, em você, em qualquer
um – a consciência do eu, da própria identidade: a
percepção de um conjunto de caracteres próprios que
se mantêm no tempo e no espaço do corpo físico,
construindo o si mesmo, por oposição ao outro.
Trata-se de um fenômeno biológico complexo
vinculado, além das emoções, também à memória, à
linguagem, à razão e que apresenta o potencial de
evoluir durante a vida inteira de um indivíduo.
Por meio desse fenômeno biológico complexo – a
consciência ampliada – o ser humano também
adquire conhecimento de suas transformações durante
sua existência, bem como do mundo que o rodeia. Esse
fenômeno teria possibilitado não apenas as inúmeras
criações humanas, mas também a problematização da
própria existência individual.

7. A consciência é uma experiência
marcadamente privada, que se vive apenas na
primeira pessoa. Ela pertence apenas ao
organismo ou indivíduo que a tem e não pode
ser compartilhada diretamente com mais
ninguém.
No entanto, à consciência estão muito
vinculadas as condutas. Em outras palavras,
as condutas são experiências públicas, isto é,
podem ser percebidas por mais de um
indivíduo.