Este documento discute o Programa de Controle da Tuberculose no município de Irecê, Bahia. O programa visa garantir o acesso equitativo ao tratamento da tuberculose e consolidar o Sistema Único de Saúde através da readequação dos procedimentos de atendimento. O documento também descreve os componentes do programa, incluindo a busca ativa de casos suspeitos, o tratamento, a supervisão e o monitoramento de indicadores.
1. PROGRAMA DE CONTROLE
DA TUBERCULOSE
21ª DIRES / IRECÊ – BAHIA
Enfª: Noaci Madalena Cunha Loula
Coordenação: Vigilância Epidemiológica
2. PROGRAMA DE CONTROLE DA TUBERCULOSE
A manutenção da Tuberculose como um problema de
Saúde Pública faz com que novas respostas devam ser
pensadas no sentido de promover a equidade,
garantindo o acesso aos pacientes, visando não apenas
o seu atendimento e bem estar, mas, num sentido mais
amplo, a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS)
em suas diretrizes. As alternativas passam por
readequação do sistema de saúde no atendimento
destes pacientes, redefinição de procedimentos e
organogramas, redefinição das missões institucionais de
entidades da sociedade civil e pela busca de alternativas
para equacionar o problema, dentre estas a
comunicação deve ocupar um lugar de destaque.
3. PROGRAMA DE CONTROLE DA TUBERCULOSE
A integralidade no SUS, em especial a garantia ao acesso, é
garantida pela Constituição Federal em seu Artigo 196, que
assegura que “a saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação”. Também os artigos 2º e 5º, inciso III, da
Lei nº. 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes, dos objetivos e
princípios do SUS, explicitam que “a saúde é um direito
fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as
condições indispensáveis ao seu pleno exercício”, além de
esclarecer que são também objetivos do SUS a assistência às
pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e
recuperação da saúde, com a realização integrada das ações
assistenciais e das atividades preventivas.
4. PROGRAMA DE CONTROLE DA TUBERCULOSE
A tuberculose continua a merecer
especial atenção dos profissionais de
saúde e da sociedade como um todo.
Ainda obedece a todos os critérios de
priorização de um agravo em saúde
pública, ou seja, grande magnitude,
transcendência e vulnerabilidade.
5. Componentes do Programa de
Controle da Tuberculose
• O controle da Tuberculose é baseado na busca
de casos, diagnóstico precoce e adequado,
seu tratamento até a cura com o objetivo de
interromper a cadeia de transmissão e evitar
possíveis adoecimentos. Entretanto, a
identificação e especificação dos
componentes de um programa são passos
importantes para que possamos apreender
sua constituição.
6. Componentes e subcomponentes
• Com o objetivo de otimizar o planejamento e
a avaliação das ações de controle da
Tuberculose, o Programa Nacional de Controle
da Tuberculose (PNCT) organizou-se nos
seguintes componentes e subcomponentes:
8. Componentes e subcomponentes
• Informação Estratégica >> Vigilância Epidemiológica
>> Monitoramento e Avaliação
>> Pesquisa
• Desenvolvimento Institucional e Humano
• Comunicação e Mobilização Social
9. Atenção à Saúde >> Prevenção
>>Assistência
>> Diagnóstico
Prevenção
Ações de Promoção
10. Assistência
Consulta de enfermagem (NANDA, 2010)
Processo de Enfermagem - representa um
instrumento de planejamento e execução dos cuidados.
Constituído por fases ou etapas:
• identificação de problemas de saúde do cliente;
• delineamento do diagnóstico de enfermagem;
• instituição de um plano de cuidados;
• implementação das ações planejadas, e;
• avaliação.
•Outras teorias/modelos: Wanda Horta; King; Roy; Dorothea Orem; Martha
Rogers; Myra Strin Levine; Projeto de Classificação Internacional das Práticas de
Enfermagem em Saúde Coletiva - CIPESC…
11. “Sintomático Respiratório”
Definição: Trata-se de
uma atividade de
saúde pública
orientada para
identificar
precocemente pessoas
com tosse por tempo
igual ou superior a três
semanas – chamado de
“Sintomático
12. • Objetivo da busca ativa de SR
• Identificar precocemente os casos
bacilíferos, a fim de interromper a cadeia de
transmissão pelo Mycobacterium
tuberculosis e reduzir a incidência da doença
a longo prazo.
• OBS: Trata-se então de uma ação dentro do
programa, cuja operacionalização requer
uma atuação do Enfermeiro com vistas à
captação de suspeitos.
13. O Enfermeiro deve organizar essa
busca considerando:
• O caráter continuado, permanente e organizado
da busca de casos suspeitos, de forma a fazer
parte da rotina diária da US, e, não se
caracterizar por uma ação eventual.
• A organização do agendamento aberto para
pessoas que procuram a US e dos suspeitos
encaminhados dos outros serviços.
• Que os serviços de busca dos sintomáticos devem
ter abrangência multiprofissional e envolvimento
da totalidade dos profissionais da US.
14. O Enfermeiro deve organizar essa busca considerando:
• O estabelecimento de fluxo dos exames
laboratoriais para diagnóstico, agilidade na
realização, divulgação dos resultados e o controle
de qualidade.
• A programação anual de sintomáticos
respiratórios e o acompanhamento para o
alcance das metas na US.
“Lembre-se que não é todo dia que você vai
encontrar um SR, mas todo dia você deve realizar
esta busca de casos”.
15. O Enfermeiro deve organizar essa busca
considerando:
• A procura de casos entre os suspeitos
radiológicos com imagens sugestivas de
tuberculose que utilizam o serviço de saúde.
• Os encaminhamento para a referência dos
casos que requeiram maior capacidade
resolutiva.
16. • A organização de ações voltadas para os
grupos/locais com maior probabilidade de
adoecer por tuberculose:
presídios, creches, manicômios, abrigos e
asilos,
pessoas em situação de rua, etilistas, usuários
de drogas, mendigos, imunodeprimidos por
medicamentos ou doenças imunossupressoras
(aids, diabetes), e, outros grupos em
situações especiais - contato próximos com
pacientes bacilíferos (Brasil, 2008).
17. Ações de planejamento para a busca ativa
do sintomático respiratório:
Programar metas e monitorar mês a mês a
descoberta do SR na US, e, em populações
especiais (análise do livro do SR).
Mobilizar e capacitar os profissionais de saúde na
identificação e registro dos SR, bem como,
mobilizar vigilantes, serviços administrativos e
limpeza da US.
Identificar e priorizar as áreas de maior afluência
de pessoas no serviço de saúde na busca do SR
(sala de espera, recepção, farmácia,
laboratório, serviço odontológico e outros).
18. Ações de planejamento para a busca ativa
do sintomático respiratório:
• Monitorar e avaliar rotineiramente (mês
a mês) a atividade da busca ativa, a
partir dos seguintes indicadores:
• % de identificados;
• % de sintomáticos respiratórios
examinados;
• % de positividade,e;
• % da meta alcançada a cada mês.
19. Busca na demanda
Investigação sistemática de todas pessoas que consultam nos
serviços de saúde por qualquer motivo, questionando-a acerca de
tosse por três e mais semanas.
Busca nos grupos de diabéticos, hipertensos, idosos, aqueles com
problemas pulmonares, e em locais como a triagem, marcação de
consultas, sala de acolhimento, entre outros.
Na sala de espera dos pacientes para consulta, colocar cartazes,
faixas e realizar palestras rápidas sobre a tuberculose, indicando o
local de acesso onde o paciente possa procurar o serviço de
tuberculose.
Também, se sugere a apresentação de filme sobre tuberculose,
álbum seriado, meios eletrônicos, uso do alto-falante das US
orientando os SR a procurarem à sala de orientação em
tuberculose.
Trata-se de uma responsabilidade de toda a equipe de saúde.
20. Definição de Contato
Definição de Contato – toda pessoa que convive no mesmo
ambiente com o caso índice no momento do diagnóstico da
TB.
•Esse convívio pode se dar em casa e/ou em ambientes de
trabalho, instituições de longa permanência, escola ou pré-
escola.
•A avaliação do grau de exposição do contato deve ser
individualizada considerando-se a forma da doença, o
ambiente e o tempo de exposição.
• Em caso de dúvida, pode-se considerar o tempo de
exposição medido em horas. Neste caso são consideradas
sob risco pessoas que tiveram pelo menos 200 horas de
exposição a focos bacilíferos ou 400 horas a focos com
cultura positiva.
21. Contato
Observação: Tendo em vista que crianças
com TB em geral desenvolvem a doença após
transmissão por um contato adulto
bacilífero, preconiza-se a investigação de
todos os seus contatos, independentemente
da forma clínica da criança, a fim de se
identificar não somente os casos de ILTB, mas
principalmente o caso índice, interrompendo
assim a cadeia de transmissão.
22. Busca de contatos
Contatos menores de 5 anos, pessoas
vivendo com HIV-aids e portadores de
condições consideradas de alto risco
devem ser considerados prioritários
no processo de avaliação de contatos
e tratamento de ILTB.
23. Conduta frente ao sintomático respiratório na US
Anotar no momento da identificação, corretamente os
dados do paciente (Registro de Sintomático
Respiratório) da US;
• providenciar pote de coleta de escarro transparente,
boca larga e tampa com rosca;
• solicitar duas amostras de escarro:
a 1ª amostra por ocasião da identificação do paciente
para coleta e realização do exame baciloscópico;
e a segunda amostra, será coletada no dia seguinte, ao
despertar, independente do resultado da primeira;
• solicitar a ProvaTuberculínica;
24. Conduta frente ao sintomático
respiratório na US
•Após estes procedimentos o usuário
deverá ter seu agendamento de
retorno assegurado para o
recebimento dos resultados das
baciloscopias (em até 24 horas).
25. Monitoramento e Avaliação
O monitoramento e avaliação lidam
com o seguimento das atividades e os
seus resultados.
O acompanhamento das atividades de
controle da tuberculose se dá por
meio da supervisão
26. A Unidade de Saúde tenha registros das informações dos usuários
sob investigação e em tratamento da tuberculose, a saber:
– Registro de Sintomático Respiratório no Serviço de Saúde;
– Registro e Acompanhamento do Tratamento dos Pacientes com
Tuberculose;
– Ficha de Notificação/Investigação de Tuberculose (SINAN);
– Registro dos contatos;
– Boletim de Acompanhamento de casos de tuberculose (SINAN);
– Ficha de Acompanhamento da Tomada Diária da Medicação;
–
– Agenda para marcação de consulta, e;
– Boletim de transferência.
27. Supervisão
• Trata-se de uma ação educativa, de inter-relação
construtiva, uma oportunidade para apoiar,
orientar e motivar os profissionais no
aperfeiçoamento das habilidades, como também
uma oportunidade para aprender.
• É um processo bi- direcional de crescimento
mútuo, tanto para o supervisor como para o
supervisionado.
• Destina-se a educar, qualificar e a buscar a
consciência e o compromisso com a competência,
mais do que simplesmente controlar.
28. Supervisão
• “A supervisão é uma maneira de assegurar o rendimento,
a eficiência e a habilidade do pessoal por meio da
observação, discussão, apoio e orientação” (McMahon;
Barton; Piot; 1980).
• Possibilita a análise e a avaliação da eficácia das
estratégias, dos métodos de trabalho, com vista o alcance
dos objetivos e metas estabelecidas pelo PNCT.
• As informações coletadas pelo responsável da supervisão
devem ter retorno imediato à instância supervisionada,
uma vez que a supervisão “trata de pessoas executando o
trabalho”.
• A periodicidade da supervisão deve ser realizada de forma
permanente e sistemática em todas as esferas de
governo.
29. Como fazer o monitoramento?
• • Conhecer os relatórios das supervisões
anteriores e as recomendações propostas pelos
supervisores.
• • Conhecer o Plano de Ação Municipal, a
Programação Anual da US e o acompanhamento
do cronograma das atividades planejadas.
• • Identificar as prioridades a serem trabalhadas,
com criação de estratégias que solucionem o(s)
problema(s) observado(s).
• • Dar conhecimento ao gestor dos problemas
observados no decorrer da supervisão,
solicitando do mesmo, providências na
resolução das dificuldades encontradas.
30. INDICADORES DO PACTO E PAVS /2011
Proporção de cura de casos novos de
PACTO tuberculose pulmonar bacilífera
Ampliar a realização de cultura para os casos de
retratamento de tuberculose (recidiva, reingresso
PAVS após abandono e falência de tratamento).
Encerrar oportunamente os casos novos de
tuberculose no Sinan
Verificar a cobertura do tratamento supervisionado dos
casos novos pulmonares bacilíferos.
Realizar busca de contatos de casos tuberculose .
31. Farmácia
• Analise a programação dos
tuberculostáticos, assim como o
armazenamento, a dispensação, o registro
de entrada e saída dos medicamentos.
• Observe o controle do prazo de validade
dos mesmos e o controle de estoque.
• Na área física da farmácia, verifique se ela é
restrita para armazenamento dos
medicamentos.
33. 24 de Março - Dia Mundial de Luta
contra a Tuberculose
• O Dia Mundial da TB foi lançado, em 1982, pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) e pela União Internacional Contra TB e
Doenças Pulmonares (International Union Agaist TB and Lung
Disease - IUATLD). Portanto, esta data que marca a luta contra a
doença existe há 28 anos.
• A criação da data foi uma homenagem ao descobrimento do bacilo
causador da tuberculose, ocorrida em 24 de março de 1882, por Dr.
Robert Koch. Este foi um passo importante na luta pelo controle e
eliminação da doença que, na época, vitimou grande parcela da
população mundial. Hoje, o problema ainda persiste com 1/3 da
população mundial infectada: 8 milhões de doentes e 3 milhões de
mortes anuais.
34. 24 de Março - Dia Mundial de Luta contra a
Tuberculose
• Por isso, esta data não é de
comemoração, mas sim de
compromisso e reafirmação
política quando o seu efetivo
controle.
35. 24 de Março - Dia Mundial de Luta contra a
Tuberculose
• Nos últimos anos, o Brasil e o mundo vêm
ampliando os esforços para o controle da
tuberculose, que continua sendo um
importante e grave problema de saúde
pública, essencialmente em função do
aparecimento da Aids, do aumento do
processo migratório e da pobreza.