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CARTA DE INTENÇÕES À COMISSÃO DE SELEÇÃO DO MAPSI
“O que falta aos homens para poder escrever é o espírito de
observação e amplitude de pontos de vista.” Hélène Berr
Sou sempre uma vírgula e nunca um ponto final, parafraseando uma mestra que
eu tive em minha graduação em Pedagogia. Sou feito de sonhos/utopia, movido por
projetos, afinal é isto que dá sentido a minha existência enquanto sujeito histórico.
Chamo-me Locimar, por escolha de meus pais, interessante que nunca me interessei em
saber os reais motivos por tal escolha e isto não tem hoje muita significância, pois
aprendi a gostar do meu nome e, por conseguinte gostar de mim.
Como qualquer homem, tive momentos de vazios existenciais bem no sentido
sartriano, mas uma tríade me salvou do desespero e me fez a pessoa que sou: o fato de
ter uma família e ser amado por ela, ser amado por Deus incondicionalmente e os livros
que sempre me deram respostas diante das inquietações cotidianas. A cada leitura uma
nova visão de mundo ia se desenhando no meu imaginário e provocava inquietudes face
aos desafios que a vida suscitava. Nessa perspectiva asseguro que as análises que tais
leituras apresentavam me auxiliaram na busca de compreender tais desafios. Ressalta-se
que cada mergulho no mundo das leituras nem sempre era digerível de imediato. Eram
necessárias idas e vindas para decifrar o que estava “oculto” nos códigos lingüísticos,
dinâmica esta que difere radicalmente das respostas prontas dos livros de auto-ajuda.
Catarinense por questões biológicas e Jiparanaense por circunstâncias sócio-
culturais, pois sou filho de migrantes que acreditaram no mito do eldorado que foi
forjado pelo governo militar cujo lema era: “Integrar para não entregar”. Nesse sentido,
a década de 70 foi determinante para a construção de uma “nova história” da minha
família. Neste “eldorado” carente de políticas públicas, mas recheado de relações
sociais que foram tecendo cotidianamente entre os colonos, essas relações se traduziram
nas instituições existentes na época, quais sejam: igreja, escola e famílias. Sendo assim,
a ajuda mútua era imprescindível para não desaminar e não retornar ao local de origem
haja vista que o retorno significava um fracasso diante dos parentes que ficaram no sul
do País.
Basségio (2004, p. 01) ao falar da Migração em Rondônia e em específico de Jí-
Paraná, afirma que:
A maioria dos migrantes começaram a chegar por volta de 1975.
Criaram-se projetos de colonização e muita terra foi repartida. Mas, o que
aconteceu com grande parte destas famílias? Mal haviam decorrido 10
anos desde a sua chagada, grande número de famílias começaram
abandonar, vender ou alugar seus lotes e saíram em busca de melhores
condições de vida. Dirigiram-se então para à periferia das cidades ou
então para novas frentes de ocupação.
A situação descrita acima também aconteceu com minha família, pois em 1983
migramos para a cidade em busca de estudos e vida melhor porque a lavoura de café e
cacau dava muita praga e o lucro era pouco e não tínhamos nenhum subsídio do
governo para cuidar da lavoura. Logo depois vendemos o lote que tínhamos e que por
quase 15 anos foi o cenário de minha infância e parte da adolescência. Saudades das
pescarias no Rio Riachuelo (hoje um pequeno filete de água), Rio Malaquias e o próprio
córrego perto de nossa casa.
Confesso que em alguns momentos, ao fazer memória desses fatos, fui às
lágrimas, pois resgatar a memória da gente é perceber-se vivo e fazendo parte de um
contexto e história maiores e menores. Fui puxando um nó e vieram juntos tantos
outros. Ao sentar com minha mãe na tarde calorenta deste sábado1 revivi momentos
fantásticos de nossa história e que por falta de uma “anamnese” corriam o risco de
serem esquecidos.
Aos nove anos fiz a minha primeira viagem ao mundo encantado das letras na
Escola Oiapoque na linha 102 Gleba 42 lote 14, Projeto Riachuelo, na então Vila de
Rondônia. Saudades das brincadeiras e peraltices daquela turma multisseriada. Eu
contava com o apoio da professora, minha mãe, que era normalista2. Segundo ela, este
curso foi “emergencial”, porque tinha muita falta de professores em Santa Catarina
(região do oeste catarinense), nos finais dos 60 e quando veio para Rondônia não valia
como segundo grau e por isto seu salário no momento de ser contratada, foi diminuído
de 1.115,00 cruzeiros para 912,00 cruzeiros.
1
Dia 15/05/2011.
2
Eram moças que estudavam nas chamadas “Escolas Normais”, por isto recebiam o nome de Normalistas. As Escolas
Normais preparavam as moças para serem professores do primário (1º ao 5º ano) e eram consideradas um orgulho
para suas famílias.
Minha mãe formou-se como Normalista em 1963 na cidade de São Carlos,
Estado de Santa Catarina. Justificou suas notas um tanto quanto baixas porque tinha que
trabalhar como doméstica na casa de uma família e somente depois que fazia todos os
afazeres cotidianos é que podia estudar. Relatou que ao fazer o concurso para professora
primária aqui na Vila de Rondônia, ficou entre as primeiras colocadas. E que este
concurso foi feito na Escola Tupi, na Linha 94 que era composto por uma prova e “uns
desenhos”.
Sendo minha mãe, a primeira professora, os vínculos se entrelaçavam e logo as
cobranças eram maiores sobre mim. Nesses ritos de iniciação fui monitor dela e
catequista da minha Comunidade Nossa Senhora Aparecida3, (que estava encravada na
propriedade da minha família) e isto já se delineava uma credencial que mais tarde foi
fundamental para a minha escolha profissional e a paixão que tenho para trabalhar com
formação de professores, acompanhá-los e assessorá-los. Neste tempo, recordo-me bem
de minha mãe trazendo um saco de livros nas costas, altas horas da noite porque tinha
que andar muitos quilômetros a pé no meio da mata. Para mim, o cheiro de livro novo
era uma festa para o paladar. Lembro-me até hoje do cheiro dos livros e de um em
especial: “As reinações de narizinho” de Monteiro Lobato. Era grande e com uma foto
imensa da Narizinho na capa.
Sempre tive paixão por estudar e aprofundar. E seguindo este desejo, em 1979
vim morar sozinho na cidade porque no sítio onde vivíamos a escola oferecia turmas
somente até a 4ª série. Foi uma luta. Morei em pensões nem sempre “recomendáveis”
para um adolescente de 13 anos sozinho e bastante ingênuo. Em 1983 minha família
muda-se para a cidade e ai sim dei continuidade aos estudos com um pouco mais de
tranqüilidade.
Fruto de uma formação e construção histórica e com suas visões de mundo, meu
pai não permitiu que realizasse o meu sonho: cursar o Magistério pois dizia que isto
“era coisa de mulher” e assim fui literalmente obrigado a fazer o Colegial.
A docência estava tão encravada em mim que auxiliava minhas professoras (a
grande maioria eram mulheres), na sala de aula durante todo o tempo do Ensino Médio.
3
Hoje se chama Virgem Santíssima Aparecida e fica localizada na Linha 102 no Projeto Riachuelo.
Este encantamento pela docência me despertou o desejo ser educador e em 1985
ingressei na Congregação dos Irmãos Maristas4 em Vilhena sendo transferido mais tarde
para Florianópolis e em 1989 começo a primeira graduação em Pedagogia Educação
Infantil e Anos Iniciais na cidade de Jaraguá do Sul.
O mito do eterno retorno bem no sentido de Mircea Eliade (1999), isto é,
saudade das origens me fez retornar ao Estado de Rondônia. Mil sonhos povoavam a
minha mente e uma perguntava martelava meu juízo: o que fazer pela educação das
crianças e dos jovens da cidade que tinha me acolhido? Buscando aprimorar os
conhecimentos e eu não tendo noção do que era “Stricto Senso”, em 1998 fui cursar
Pedagogia com especialização e Orientação Educacional no então Instituto Luterano de
Ji-Paraná, (hoje Ceulji/Ulbra), sem saber bem do que se tratava. Tempo extraordinário
de descobertas e de riquezas memoráveis das professoras da época: Elide Cechin, Asta
Verena Tews, Mary José e suas aulas de Currículo (Que mulher louca, provocativa,
mais de uma competência extraordinária). E o professor Alejandro Yague Mayor com
as suas desconstruções filosóficas que dava nós em nossos juízos. Nesse período o
Estágio Curricular foi marcante, pois cada passo nessa nova trajetória era acompanhado
pelas professoras orientadoras de estágio que iam onde o aluno estagiava, não havia
distâncias, os limites geográficos eram transponíveis concretizando em sua plenitude o
sentido de ser professora como desenha Werner em seu livro a Paidéia (Editora Herder,
s/d).
Em 2001 fiz o concurso para professor substituto no Campus da Unir em Jí-
Paraná e que com grande alegria fui aprovado. Trabalhei ali nos cursos presenciais de
Pedagogia, Física e Matemática com as disciplinas pedagógicas. E não poderia deixar
de dizer que também atuei no Prohacap (curso de Pedagogia), com seus limites e
possibilidades cujas semanas maravilhosas e intensas com aqueles professores “leigos”
me mostraram um pouco mais da realidade dos professores das escolas municipais e
estaduais de Rondônia. Foram semanas de acaloradas trocas especialmente com a
disciplina de Metodologia da Arte, em Ouro Preto, Jí-Paraná e Presidente Médici
ouvindo suas dificuldades e alegrias. Permaneci na Unir até fins de 2004 porque o
contrato foi encerrado. Eu sabia e tinha consciência que precisava estudar mais. O
4 Ordem religiosa de irmãos leigos ensinantes, fundada em por São Marcelino Champagnat em 1817 parao trabalho
com crianças e jovens no campo da educação.
mestrado agora era a meta. Por uma série de razões pessoais e familiares esse sonho foi
sendo protelado.
Quero dizer também que, concomitante ao trabalho na Unir, em 2002 fui
convidado pela então coordenadora do Curso de Pedagogia do Ceulji/Ulbra, para
ingressar como docente nesse Curso no qual permaneço até os dias e muito contente
pelo trabalho realizado e que tem sido uma escola e onde tenho aprendido tanto.
Mesmo não tendo mestrado, o que me deu bagagem e respeito significativos
para trabalhar tanto na Unir/Jí-Paraná, quanto no Ceulji/Ulbra nos cursos de formação
de professores foi o fato de estar atuando como Orientador Educacional5 em uma escola
pública real e concreta com todas suas riquezas, avanços e contradições. Aliado a isso
ter tido esse tempo todo, um pé na realidade e outro nos livros (referencial teórico)
respaldou eticamente meu trabalho como formador. Mas sempre estive consciente de
minhas limitações e do quanto precisava aprofundar. Pois defendo que a qualidade das
minhas intervenções depende muito da qualidade de minhas bases teóricas. Concretizo
esse posicionamento na escola, quando da ajuda e acompanhamento das professoras,
colegas de trabalho em suas dificuldades no fazer pedagógico, principalmente nas
dificuldades de aprendizagem dos alunos e seus aparentes fracassos.
Como a busca pelo conhecimento esteve sempre presente na minha vida fiz
também Pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior e em seguida
Psicopedagogia Clínica. Em 2009 iniciei o curso de Especialização de Tecnologias em
Educação pela PUC/Rio em convênio com o MEC, finalizando-o em 2010 com
monografia “O laboratório de informática educativa da Escola Estadual de Ensino
Fundamental e Médio Juscelino Kubistchek de Oliveira como espaço de promoção
da aprendizagem”. Fazer a pesquisa para a monografia final do curso ajudou-me
muito, principalmente a seriedade na coleta de dados e leitura dos mesmos.
No ano de 2005, continuando essa busca comecei o Curso de Serviço Social,
pois compreendo que o mesmo mantém uma relação orgânica com a Educação. Vale
5 Fiz o concurso da Seduc em 2003 para professor nível 3 – Habilitação em Orientação Educacional. Aprovado,
tomei posse em março de 2004. Sofrendo às vezes porque, como dizem as colegas orientadoras, somos como “isopor
na água”. Não somos respeitados pela política educacional de Rondônia nem como professores Nível 3
(enquadramento de nosso contrato) nem como especialistas pois orientadores e supervisores não tem direito a mais
nada. Afinal, a política educacional da Seduc é: “o importante é ‘ter’ professor em sala de aula. Não importa nem
como nem em que condições. Somos os invisíveis necessários.
frisar que curso ajudou aprimorar o olhar epistemológico sobre a sociedade e suas
complexas relações juntamente com uma leitura crítica da realidade. O ponto alto do
curso, finalizado em 2010, com a monografia “Entre tramas e dramas: o fazer, o
pensar e o sentir das assistentes sociais e psicólogas do Núcleo Psicossocial do
Fórum Desembargador Hugo Auller de Jí-Paraná”, foi a prática do estágio e os
necessários aprofundamentos teóricos para as leituras das questões que fizeram parte do
micro e macrosmo do Núcleo Psicossocial na construção do TCC. Alguns colegas de
trabalho me perguntam se eu não vou “sossegar” nunca. Ontologicamente preciso
aprofundar as coisas, avançar!
O mestrado é o sonho e a necessidade de muitos educadores como eu. Porém
fazê-lo e concretizá-lo já é outra história, afinal nem sempre fazemos a história como
queremos. Depois de toda minha caminhada de formação e atuação profissional percebo
que agora chegou o momento de cursar o mestrado.
A partir de minha experiência como formador de professores (formação inicial e
continuada) e como orientador educacional em escolas públicas de ensino fundamental
e médio de Jí-Paraná, resolvi inscrever-me no MAPSI e em particular na linha de
pesquisa “Psicologia Escolar e Processos Educativos”. Esta linha de pesquisa vem de
encontro às minhas experiências, haja vista que nesses espaços institucionais tem-se a
idéia de que o não aprender na velha concepção bancária é culpa do aluno porque ora é
“desligado”, ora “desleixado” ou mesmo “agressivo ou “preguiçoso” tornando-o quase
sempre o único responsável por seu fracasso.
Assisto na escola cotidianamente situações de rebeldia (PATTO, 1999) por parte
dos alunos diante de situações que lhes são impostas autoritariamente sem que possam
opinar. Por outro lado, existem também professoras que por desespero até, “jogam”
alunos na sala do SOE (serviço de orientação escolar), afirmando que tal espaço tem
que “concertar/dar um jeito” nos mesmos e pressionando a direção da escola chegando
ao ponto de “suspender” crianças de até nove anos de idade do convívio escolar, ferindo
princípios elementares dos direitos e respeito à dignidade das mesmas.
Dentro deste contexto, como proposta de investigação pretendo identificar
como as professoras de uma escola estadual de ensino fundamental de Jí-Paraná
constroem suas representações sociais acerca dos alunos que não aprendem na
escola e de como vão construindo e suas práticas pedagógicas a partir de tais
representações.
Desvelar para desconstruir e depois ajudar a ressignificar eis uma empreitada
que terei prazer de fazer parte!
Querida Neusa, sob o efeito dos primeiros impactos originados do contato com
todos os professores do Mapsi e suas respectivas falas e posicionamentos acerca das
próprias temáticas oriundas das suas linhas de pesquisa, continuo desejando trabalhar
com falas das professoras do ensino fundamental – 1º ao 5º ano. Sou apaixonado por
trabalhar com histórias de vida de professoras e suas representações. Quero dar voz
a essas mulheres. Gosto do viés etnográfico na observação. Gosto muito mesmo!
Algumas coisas batem na minha cabeça e que com sua ajuda mais experiente poderei
com mais segurança delimitá-las e esclarecê-las porque acredito muito no fazer de
nossas quatro mãos.
Quem sabe eu poderia... Analisar mecanismos que provocam a construção do
fracasso escolar em escolas estaduais de Jí-Paraná, a partir do discurso de professores,
gestores, pais e crianças. Deixar que as crianças falem. (1º ao 5º ano) Como as queixas
são encaminhadas? Como os professores são ajudados? Como a escola trabalha com a
questão da queixa escolar? Quais encaminhamentos? Qual discurso sobre a dificuldade
de aprendizagem? Gostaria também de repente, dar voz às orientadoras educacionais
(em sua maioria esmagadora, mulheres), já que elas trabalham muito com as queixas
escolares e que são tratadas como elas mesmas dizem, “como isopor”.
Tenho paixão pela pesquisa e mesmo sabendo de minhas limitações vou martelar
em rochas até encontrar a ouro precioso!
Referenciais
BASSÉGIO, Luiz. Migração em Rondônia, 2004. Disponível em:
<http://alainet.org/active/6832&lang=es> Acesso em 16 de maio de 2011.
BERR, Hélène. O Diário de Hélène Berr: um relato da ocupação nazista em Paris. Rio
de Janeiro: Objetiva: 2008.
ELIADE, Mircea. O mito do eterno retorno. Lisboa: Edições 70, 1999.
WERNER, Jaeger. Paidéia: a formação do homem grego. São Paulo: Editora Herder,
s/d.
PATTO, Maria Helena Souza. A Produção do Fracasso Escolar: histórias de
submissão e rebeldia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.

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Carta de intenções para o MAPSI revela paixão pelo magistério

  • 1. CARTA DE INTENÇÕES À COMISSÃO DE SELEÇÃO DO MAPSI “O que falta aos homens para poder escrever é o espírito de observação e amplitude de pontos de vista.” Hélène Berr Sou sempre uma vírgula e nunca um ponto final, parafraseando uma mestra que eu tive em minha graduação em Pedagogia. Sou feito de sonhos/utopia, movido por projetos, afinal é isto que dá sentido a minha existência enquanto sujeito histórico. Chamo-me Locimar, por escolha de meus pais, interessante que nunca me interessei em saber os reais motivos por tal escolha e isto não tem hoje muita significância, pois aprendi a gostar do meu nome e, por conseguinte gostar de mim. Como qualquer homem, tive momentos de vazios existenciais bem no sentido sartriano, mas uma tríade me salvou do desespero e me fez a pessoa que sou: o fato de ter uma família e ser amado por ela, ser amado por Deus incondicionalmente e os livros que sempre me deram respostas diante das inquietações cotidianas. A cada leitura uma nova visão de mundo ia se desenhando no meu imaginário e provocava inquietudes face aos desafios que a vida suscitava. Nessa perspectiva asseguro que as análises que tais leituras apresentavam me auxiliaram na busca de compreender tais desafios. Ressalta-se que cada mergulho no mundo das leituras nem sempre era digerível de imediato. Eram necessárias idas e vindas para decifrar o que estava “oculto” nos códigos lingüísticos, dinâmica esta que difere radicalmente das respostas prontas dos livros de auto-ajuda. Catarinense por questões biológicas e Jiparanaense por circunstâncias sócio- culturais, pois sou filho de migrantes que acreditaram no mito do eldorado que foi forjado pelo governo militar cujo lema era: “Integrar para não entregar”. Nesse sentido, a década de 70 foi determinante para a construção de uma “nova história” da minha família. Neste “eldorado” carente de políticas públicas, mas recheado de relações sociais que foram tecendo cotidianamente entre os colonos, essas relações se traduziram nas instituições existentes na época, quais sejam: igreja, escola e famílias. Sendo assim, a ajuda mútua era imprescindível para não desaminar e não retornar ao local de origem haja vista que o retorno significava um fracasso diante dos parentes que ficaram no sul do País.
  • 2. Basségio (2004, p. 01) ao falar da Migração em Rondônia e em específico de Jí- Paraná, afirma que: A maioria dos migrantes começaram a chegar por volta de 1975. Criaram-se projetos de colonização e muita terra foi repartida. Mas, o que aconteceu com grande parte destas famílias? Mal haviam decorrido 10 anos desde a sua chagada, grande número de famílias começaram abandonar, vender ou alugar seus lotes e saíram em busca de melhores condições de vida. Dirigiram-se então para à periferia das cidades ou então para novas frentes de ocupação. A situação descrita acima também aconteceu com minha família, pois em 1983 migramos para a cidade em busca de estudos e vida melhor porque a lavoura de café e cacau dava muita praga e o lucro era pouco e não tínhamos nenhum subsídio do governo para cuidar da lavoura. Logo depois vendemos o lote que tínhamos e que por quase 15 anos foi o cenário de minha infância e parte da adolescência. Saudades das pescarias no Rio Riachuelo (hoje um pequeno filete de água), Rio Malaquias e o próprio córrego perto de nossa casa. Confesso que em alguns momentos, ao fazer memória desses fatos, fui às lágrimas, pois resgatar a memória da gente é perceber-se vivo e fazendo parte de um contexto e história maiores e menores. Fui puxando um nó e vieram juntos tantos outros. Ao sentar com minha mãe na tarde calorenta deste sábado1 revivi momentos fantásticos de nossa história e que por falta de uma “anamnese” corriam o risco de serem esquecidos. Aos nove anos fiz a minha primeira viagem ao mundo encantado das letras na Escola Oiapoque na linha 102 Gleba 42 lote 14, Projeto Riachuelo, na então Vila de Rondônia. Saudades das brincadeiras e peraltices daquela turma multisseriada. Eu contava com o apoio da professora, minha mãe, que era normalista2. Segundo ela, este curso foi “emergencial”, porque tinha muita falta de professores em Santa Catarina (região do oeste catarinense), nos finais dos 60 e quando veio para Rondônia não valia como segundo grau e por isto seu salário no momento de ser contratada, foi diminuído de 1.115,00 cruzeiros para 912,00 cruzeiros. 1 Dia 15/05/2011. 2 Eram moças que estudavam nas chamadas “Escolas Normais”, por isto recebiam o nome de Normalistas. As Escolas Normais preparavam as moças para serem professores do primário (1º ao 5º ano) e eram consideradas um orgulho para suas famílias.
  • 3. Minha mãe formou-se como Normalista em 1963 na cidade de São Carlos, Estado de Santa Catarina. Justificou suas notas um tanto quanto baixas porque tinha que trabalhar como doméstica na casa de uma família e somente depois que fazia todos os afazeres cotidianos é que podia estudar. Relatou que ao fazer o concurso para professora primária aqui na Vila de Rondônia, ficou entre as primeiras colocadas. E que este concurso foi feito na Escola Tupi, na Linha 94 que era composto por uma prova e “uns desenhos”. Sendo minha mãe, a primeira professora, os vínculos se entrelaçavam e logo as cobranças eram maiores sobre mim. Nesses ritos de iniciação fui monitor dela e catequista da minha Comunidade Nossa Senhora Aparecida3, (que estava encravada na propriedade da minha família) e isto já se delineava uma credencial que mais tarde foi fundamental para a minha escolha profissional e a paixão que tenho para trabalhar com formação de professores, acompanhá-los e assessorá-los. Neste tempo, recordo-me bem de minha mãe trazendo um saco de livros nas costas, altas horas da noite porque tinha que andar muitos quilômetros a pé no meio da mata. Para mim, o cheiro de livro novo era uma festa para o paladar. Lembro-me até hoje do cheiro dos livros e de um em especial: “As reinações de narizinho” de Monteiro Lobato. Era grande e com uma foto imensa da Narizinho na capa. Sempre tive paixão por estudar e aprofundar. E seguindo este desejo, em 1979 vim morar sozinho na cidade porque no sítio onde vivíamos a escola oferecia turmas somente até a 4ª série. Foi uma luta. Morei em pensões nem sempre “recomendáveis” para um adolescente de 13 anos sozinho e bastante ingênuo. Em 1983 minha família muda-se para a cidade e ai sim dei continuidade aos estudos com um pouco mais de tranqüilidade. Fruto de uma formação e construção histórica e com suas visões de mundo, meu pai não permitiu que realizasse o meu sonho: cursar o Magistério pois dizia que isto “era coisa de mulher” e assim fui literalmente obrigado a fazer o Colegial. A docência estava tão encravada em mim que auxiliava minhas professoras (a grande maioria eram mulheres), na sala de aula durante todo o tempo do Ensino Médio. 3 Hoje se chama Virgem Santíssima Aparecida e fica localizada na Linha 102 no Projeto Riachuelo.
  • 4. Este encantamento pela docência me despertou o desejo ser educador e em 1985 ingressei na Congregação dos Irmãos Maristas4 em Vilhena sendo transferido mais tarde para Florianópolis e em 1989 começo a primeira graduação em Pedagogia Educação Infantil e Anos Iniciais na cidade de Jaraguá do Sul. O mito do eterno retorno bem no sentido de Mircea Eliade (1999), isto é, saudade das origens me fez retornar ao Estado de Rondônia. Mil sonhos povoavam a minha mente e uma perguntava martelava meu juízo: o que fazer pela educação das crianças e dos jovens da cidade que tinha me acolhido? Buscando aprimorar os conhecimentos e eu não tendo noção do que era “Stricto Senso”, em 1998 fui cursar Pedagogia com especialização e Orientação Educacional no então Instituto Luterano de Ji-Paraná, (hoje Ceulji/Ulbra), sem saber bem do que se tratava. Tempo extraordinário de descobertas e de riquezas memoráveis das professoras da época: Elide Cechin, Asta Verena Tews, Mary José e suas aulas de Currículo (Que mulher louca, provocativa, mais de uma competência extraordinária). E o professor Alejandro Yague Mayor com as suas desconstruções filosóficas que dava nós em nossos juízos. Nesse período o Estágio Curricular foi marcante, pois cada passo nessa nova trajetória era acompanhado pelas professoras orientadoras de estágio que iam onde o aluno estagiava, não havia distâncias, os limites geográficos eram transponíveis concretizando em sua plenitude o sentido de ser professora como desenha Werner em seu livro a Paidéia (Editora Herder, s/d). Em 2001 fiz o concurso para professor substituto no Campus da Unir em Jí- Paraná e que com grande alegria fui aprovado. Trabalhei ali nos cursos presenciais de Pedagogia, Física e Matemática com as disciplinas pedagógicas. E não poderia deixar de dizer que também atuei no Prohacap (curso de Pedagogia), com seus limites e possibilidades cujas semanas maravilhosas e intensas com aqueles professores “leigos” me mostraram um pouco mais da realidade dos professores das escolas municipais e estaduais de Rondônia. Foram semanas de acaloradas trocas especialmente com a disciplina de Metodologia da Arte, em Ouro Preto, Jí-Paraná e Presidente Médici ouvindo suas dificuldades e alegrias. Permaneci na Unir até fins de 2004 porque o contrato foi encerrado. Eu sabia e tinha consciência que precisava estudar mais. O 4 Ordem religiosa de irmãos leigos ensinantes, fundada em por São Marcelino Champagnat em 1817 parao trabalho com crianças e jovens no campo da educação.
  • 5. mestrado agora era a meta. Por uma série de razões pessoais e familiares esse sonho foi sendo protelado. Quero dizer também que, concomitante ao trabalho na Unir, em 2002 fui convidado pela então coordenadora do Curso de Pedagogia do Ceulji/Ulbra, para ingressar como docente nesse Curso no qual permaneço até os dias e muito contente pelo trabalho realizado e que tem sido uma escola e onde tenho aprendido tanto. Mesmo não tendo mestrado, o que me deu bagagem e respeito significativos para trabalhar tanto na Unir/Jí-Paraná, quanto no Ceulji/Ulbra nos cursos de formação de professores foi o fato de estar atuando como Orientador Educacional5 em uma escola pública real e concreta com todas suas riquezas, avanços e contradições. Aliado a isso ter tido esse tempo todo, um pé na realidade e outro nos livros (referencial teórico) respaldou eticamente meu trabalho como formador. Mas sempre estive consciente de minhas limitações e do quanto precisava aprofundar. Pois defendo que a qualidade das minhas intervenções depende muito da qualidade de minhas bases teóricas. Concretizo esse posicionamento na escola, quando da ajuda e acompanhamento das professoras, colegas de trabalho em suas dificuldades no fazer pedagógico, principalmente nas dificuldades de aprendizagem dos alunos e seus aparentes fracassos. Como a busca pelo conhecimento esteve sempre presente na minha vida fiz também Pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior e em seguida Psicopedagogia Clínica. Em 2009 iniciei o curso de Especialização de Tecnologias em Educação pela PUC/Rio em convênio com o MEC, finalizando-o em 2010 com monografia “O laboratório de informática educativa da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Juscelino Kubistchek de Oliveira como espaço de promoção da aprendizagem”. Fazer a pesquisa para a monografia final do curso ajudou-me muito, principalmente a seriedade na coleta de dados e leitura dos mesmos. No ano de 2005, continuando essa busca comecei o Curso de Serviço Social, pois compreendo que o mesmo mantém uma relação orgânica com a Educação. Vale 5 Fiz o concurso da Seduc em 2003 para professor nível 3 – Habilitação em Orientação Educacional. Aprovado, tomei posse em março de 2004. Sofrendo às vezes porque, como dizem as colegas orientadoras, somos como “isopor na água”. Não somos respeitados pela política educacional de Rondônia nem como professores Nível 3 (enquadramento de nosso contrato) nem como especialistas pois orientadores e supervisores não tem direito a mais nada. Afinal, a política educacional da Seduc é: “o importante é ‘ter’ professor em sala de aula. Não importa nem como nem em que condições. Somos os invisíveis necessários.
  • 6. frisar que curso ajudou aprimorar o olhar epistemológico sobre a sociedade e suas complexas relações juntamente com uma leitura crítica da realidade. O ponto alto do curso, finalizado em 2010, com a monografia “Entre tramas e dramas: o fazer, o pensar e o sentir das assistentes sociais e psicólogas do Núcleo Psicossocial do Fórum Desembargador Hugo Auller de Jí-Paraná”, foi a prática do estágio e os necessários aprofundamentos teóricos para as leituras das questões que fizeram parte do micro e macrosmo do Núcleo Psicossocial na construção do TCC. Alguns colegas de trabalho me perguntam se eu não vou “sossegar” nunca. Ontologicamente preciso aprofundar as coisas, avançar! O mestrado é o sonho e a necessidade de muitos educadores como eu. Porém fazê-lo e concretizá-lo já é outra história, afinal nem sempre fazemos a história como queremos. Depois de toda minha caminhada de formação e atuação profissional percebo que agora chegou o momento de cursar o mestrado. A partir de minha experiência como formador de professores (formação inicial e continuada) e como orientador educacional em escolas públicas de ensino fundamental e médio de Jí-Paraná, resolvi inscrever-me no MAPSI e em particular na linha de pesquisa “Psicologia Escolar e Processos Educativos”. Esta linha de pesquisa vem de encontro às minhas experiências, haja vista que nesses espaços institucionais tem-se a idéia de que o não aprender na velha concepção bancária é culpa do aluno porque ora é “desligado”, ora “desleixado” ou mesmo “agressivo ou “preguiçoso” tornando-o quase sempre o único responsável por seu fracasso. Assisto na escola cotidianamente situações de rebeldia (PATTO, 1999) por parte dos alunos diante de situações que lhes são impostas autoritariamente sem que possam opinar. Por outro lado, existem também professoras que por desespero até, “jogam” alunos na sala do SOE (serviço de orientação escolar), afirmando que tal espaço tem que “concertar/dar um jeito” nos mesmos e pressionando a direção da escola chegando ao ponto de “suspender” crianças de até nove anos de idade do convívio escolar, ferindo princípios elementares dos direitos e respeito à dignidade das mesmas. Dentro deste contexto, como proposta de investigação pretendo identificar como as professoras de uma escola estadual de ensino fundamental de Jí-Paraná constroem suas representações sociais acerca dos alunos que não aprendem na
  • 7. escola e de como vão construindo e suas práticas pedagógicas a partir de tais representações. Desvelar para desconstruir e depois ajudar a ressignificar eis uma empreitada que terei prazer de fazer parte! Querida Neusa, sob o efeito dos primeiros impactos originados do contato com todos os professores do Mapsi e suas respectivas falas e posicionamentos acerca das próprias temáticas oriundas das suas linhas de pesquisa, continuo desejando trabalhar com falas das professoras do ensino fundamental – 1º ao 5º ano. Sou apaixonado por trabalhar com histórias de vida de professoras e suas representações. Quero dar voz a essas mulheres. Gosto do viés etnográfico na observação. Gosto muito mesmo! Algumas coisas batem na minha cabeça e que com sua ajuda mais experiente poderei com mais segurança delimitá-las e esclarecê-las porque acredito muito no fazer de nossas quatro mãos. Quem sabe eu poderia... Analisar mecanismos que provocam a construção do fracasso escolar em escolas estaduais de Jí-Paraná, a partir do discurso de professores, gestores, pais e crianças. Deixar que as crianças falem. (1º ao 5º ano) Como as queixas são encaminhadas? Como os professores são ajudados? Como a escola trabalha com a questão da queixa escolar? Quais encaminhamentos? Qual discurso sobre a dificuldade de aprendizagem? Gostaria também de repente, dar voz às orientadoras educacionais (em sua maioria esmagadora, mulheres), já que elas trabalham muito com as queixas escolares e que são tratadas como elas mesmas dizem, “como isopor”. Tenho paixão pela pesquisa e mesmo sabendo de minhas limitações vou martelar em rochas até encontrar a ouro precioso! Referenciais BASSÉGIO, Luiz. Migração em Rondônia, 2004. Disponível em: <http://alainet.org/active/6832&lang=es> Acesso em 16 de maio de 2011. BERR, Hélène. O Diário de Hélène Berr: um relato da ocupação nazista em Paris. Rio de Janeiro: Objetiva: 2008. ELIADE, Mircea. O mito do eterno retorno. Lisboa: Edições 70, 1999.
  • 8. WERNER, Jaeger. Paidéia: a formação do homem grego. São Paulo: Editora Herder, s/d. PATTO, Maria Helena Souza. A Produção do Fracasso Escolar: histórias de submissão e rebeldia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.